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super.abril.com.br/blog/superlistas/veja-a-origem-de-10-expressoes-da-lingua-portuguesa
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Você certamente já usou uma ou outra expressão dessa lista a torto e a direito, mas será
que você conhece a origem por trás delas? Para não te deixar com a pulga atrás da
orelha, a SUPER te traz a curiosa história de dez expressões da língua portuguesa que
costumamos utilizar no nosso dia-a-dia.
2. Amigo da onça
A expressão “amigo da onça” tem origem em uma velha anedota, famosa nos anos 40,
que vai mais ou menos assim:
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“Dois caçadores estão conversando:
– O que você faria se estivesse na selva e aparecesse uma onça na sua frente?
– Dava um tiro nela.
– E se você não tivesse uma arma de fogo?
– Furava ela com minha peixeira.
– E se você não tivesse uma peixeira?
– Pegava qualquer coisa, como um grosso pedaço de pau, para me defender.
– E se não encontrasse um pedaço de pau?
– Subia numa árvore
– E se não tivesse nenhuma árvore por perto?
– Saía correndo.
– E se suas pernas ficassem paralisadas de medo?
Nisso, o outro perdeu a paciência e explodiu:
– Peraí! Você é meu amigo ou amigo da onça?”
3. Chorar as pitangas
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Essa expressão vem do início do processo de colonização do Brasil, quando houve um
choque cultural entre os portugueses e os indígenas que viviam por aqui. Segundo os
historiadores, os portugueses enfrentaram algumas dificuldades na nova terra e por isso
buscaram incorporar alguns costumes dos índios. Com isso se deu início a diversas trocas
culturais, inclusive de expressões que perpetuaram em nosso cotidiano. Bem, parece que
a adaptação dos colonos por aqui não foi fácil, já que a expressão lusitana “chorar
lágrimas de sangue” era bem usada por eles. Para os índios, porém, a fala não fazia muito
sentido, tanto que tiveram que fazer uma adaptação. No caso, a palavra “sangue” foi
substituída por “pitanga”, palavra derivada de “pyrang” que significa “vermelho” em tupi.
Como quando se chora muito os olhos ficam vermelhos, nasceu a relação entre o chororô
e a frutinha cor de sangue nativa da Mata Atlântica brasileira.
4. Ovelha negra
A expressão “ovelha negra” é bastante usada, não só no Brasil, para designar alguém que
destoa de um grupo, que não se encaixa por causa de diferenças. Quando usamos a
expressão “ovelha negra da família”, estamos falando daquela pessoa que é diferente do
resto de seus parentes: aquele filho tido como rebelde ou o que se destoa por suas
atitudes e visões de mundo tidas como errôneas. A expressão surgiu com o pastoreio:
apesar da maioria das ovelhas serem brancas, as vezes nascia um espécime preto, mais
difícil de cuidar e que não acompanhava os outros animais. A preferência pela ovelha
branca também tinha valor econômico, já que a lã branca podia ser tingida e assim tinha
mais valor no mercado. O motivo do significado negativo da expressão também vem de
antigas crenças de algumas religiões pagãs. Segundo essas crenças, todos os animais
pretos eram maléficos, e muitas vezes eram sacrificados em homenagem aos deuses.
5. Acabou em pizza
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Essa expressão, bastante utilizada no meio político, é bem conhecida por nós: quantas
vezes vimos uma situação mal explicada acabar em pizza, ou seja, sem que ninguém
fosse punido ou responsabilizado? Por incrível que pareça, a origem desta expressão não
veio da política, e sim do futebol. Aconteceu na década de 60, quando alguns cartolas
palmeirenses ficaram 14 horas seguidas trancados numa reunião discutindo e brigando.
No final estavam todos mortos de fome e resolveram ir a uma pizzaria, onde pediram 18
pizzas gigantes e muito chope. Depois de toda comilança e álcool, todos foram para casa,
as brigas acabaram e não houve mais discussão. O episódio foi documentado pelo
jornalista Milton Peruzzi na Gazeta Esportiva com a seguinte manchete: “Crise do
Palmeiras termina em pizza”.
6. Rodar a baiana
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Quem “roda a baiana” é o tipo de pessoa que não leva desaforo pra casa. “Rodar a baiana”
significa fazer um barraco, tirar satisfações de forma geralmente escandalosa. Quando
você se deparar com aquela pessoa “barraqueira”, que roda a baiana por qualquer coisa,
lembre-se das baianas no carnaval do Rio de Janeiro. Sim, porque a expressão não veio
da Bahia como se possa imaginar, e sim dos desfiles de carnaval do século 20, onde as
baianas eram figuras de destaque. Já naquela época elas enfrentavam um problema nada
fácil de lidar: alguns rapazes tascavam beliscões nos bumbuns das moças, que não tinham
como se defender. Para colocar um fim nessa situação desagradável, alguns capoeiristas
passavam-se por seguranças delas, e se fantasiavam de baianas para vigiar os tais
rapazes. Resultado: no primeiro sinal de desrespeito, aplicavam um golpe de capoeira. O
público que assistia ao desfile não sabia o que estava acontecendo: só viam as baianas
rodarem.
7. Olha o passarinho!
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Essa expressão vem do século XIX quando a fotografia foi inventada. Nessa época a
tecnologia das câmeras fotográficas ainda engatinhava e a impressão da imagem no filme
era bem lenta. As pessoas que iam ser fotografadas tinham que ficar imóveis por até 15
minutos até que a imagem fosse impressa na máquina. Se isso era desagradável para os
adultos, para as crianças era particularmente difícil. Foi então que se teve a ideia de
pendurar uma gaiola de passarinho atrás dos fotógrafos, para que o bichinho chamasse a
atenção dos pequenos e eles ficassem imóveis. A expressão então ficou bastante
conhecida e até hoje usada na fotografia.
9. Bode expiatório
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Essa expressão tem origem religiosa. Nas cerimônias hebraicas do Yom Kippur, o Dia da
Expiação que acontecia na época do Templo de Jerusalém, um pobre animal era escolhido
para ser apartado do rebanho e deixado ao relento na natureza selvagem como sacrifício,
levando consigo todos os pecados da comunidade para serem expiados. Na Bíblia, essa
cerimônia é descrita no livro do Levítico. Na teologia cristã, a figura do bode expiatório é
um simbolismo para o sacrifício de Jesus, que deu a vida para salvar o mundo dos seus
pecados. Hoje em dia a expressão perdeu sua carga religiosa, e é usada para descrever
aquela pessoa que é escolhida, muitas vezes injustamente, para levar toda a culpa em
situações em que as coisas não deram muito certo.
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