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A filosofia busca o éter1; que seria o puro saber (para alcança-lo é necessária uma via de acesso

que é a fenomenologia2 ou ciência da experiência da consciência. Isto é, o encontro com o saber


absoluto depende do encontro com a ultima figura de consciência que é a fenomenologia ou
com o a compreensão do movimento da consciência, como um tipo de dialética interna.

Primeira figura de conhecimento é a do “saber imediato” a certeza sensível. Nesse primeiro


momento, a consciência se dá conta que existe, porém é incapaz de definir o que existe. Vive
presa às limitações das experiências abstratas3.

A segunda figura do movimento da consciência é a “percepção”. Aqui a consciência começa a se


dá conta de algumas características determinadas daquele algo que tinha passado a existir para
a sua consciência, mas que cada coisas possui múltiplas qualidade.
Surge, aí, a terceira "figura", que Hegel chama de "discernimento" O "discernimento" representa
um avanço muito importante no movimento da consciência: com ele o sujeito vai além da esfera do
meramente sensível e inicia a busca do conceito, no caminho da razão. O "discernimento" observa,
analisa e decompõe as coisas, separando os elementos uns dos outros para que o sujeito possa
examiná-los melhor e conhecê-los com maior exatidão: "a atividade de separar é a força e o trabalho
do discernimento".

Mas o "discernimento" — a razão analítica — apresenta alguns problemas. Ao decompor a


representação em seus elementos originários, para tentar superar as ilusões da sensibilidade, o
"discernimento" tende a reduzir a representação àquilo que existia antes que a representação fosse
elaborada; tende, portanto, a reduzir um conhecimento potencialmente novo aos conhecimentos que
já estavam previamente constituídos. Guiado pelo "discernimento", então, o sujeito custa a aprender,
custa a se abrir para a "subversão" das novidades e prefere reiterar o já sabido. Mesmo o já sabido,
contudo, lhe escapa, porque "o que é dado como sabido, precisamente porque é dado como
sabido,não é efetivamente conhecido".

Outro problema do "discernimento": para compreender os fenômenos com que se depara, ele se
dispõe a identificar as leis que os regem e passa a colecionar uma quantidade crescente de leis
(para cada fenômeno diferente há uma lei própria). As leis se acumulam infindavelmente,
constituindo o que Hegel chama de "má infinitude": proliferam sem parar e não se articulam
satisfatoriamente, não proporcionam nenhum conhecimento a respeito da unidade do real. O
sujeito acumula informações a respeito de realidades isoladas múltiplas e continua a desconhecer a
realidade. A quarta "figura" da consciência nasce do susto que o sujeito leva ao constatar que a
realidade lhe escapa, que o

1
Acredito que ele pensa( que pode-se pensar) o éter como um espécie de certeza concreta da realidade
ou do concreto;
2
No caso a fenomenologia é uma via de acesso “natural” ao puro saber. O encontro desse puro saber
depende do moimento da consciência.
3
Aqui é diferente: abstrato para Hegel é aquilo que nos limitamos a tocar; o que sei a respeito de uma
caneta se me limito a apalpá-la? Muito pouco.

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