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TRATAMENTO DA EPISTAXE

Artigo de Revisão

Tratamento da Epistaxe
A. P. S. BALBANI, G. G. S. FORMIGONI , O. BUTUGAN
Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP

UNITERMOS: Epistaxe. veis pela irrigação sangüínea das fossas nasais 4.


Uma extensa rede anastomótica entre as artéri-
KEYWORDS: Epistaxis. as palatina maior, esfenopalatina e labial superior
na porção anterior do septo nasal constitui o plexo
de Kiesselbach ou área de Little, de onde se origina
INTRODUÇÃO a maior parte dos sangramentos anteriores, uma
vez que os vasos sangüíneos são revestidos por
Epistaxe é definida como o sangramento prove- uma delgada membrana mucosa nesse local 4,5 . Já o
niente da mucosa nasal 1. Calcula-se que 60% da plexo de Woodruff localiza-se na região posterior
população adulta já tenham apresentado ao menos da fossa nasal, junto à coana, e é origem da maior
um episódio de epistaxe 2, na maioria das vezes parte dos sangramentos posteriores 4.
auto-limitado e sem maiores conseqüências. Esti-
ma-se que apenas 6% dos casos de epistaxe neces- Fatores etiológicos
sitem de intervenção médica para contenção do Clinicamente, a epistaxe é classificada em ante-
sangramento 2 e a taxa de mortalidade por epistaxe rior ou posterior, dependendo da origem do san-
maciça seja de menos de 0,01% 3. gramento. Mais de 90% dos casos de epistaxe
No Pronto Socorro da Divisão de Clínica Otor- decorrem de sangramento na região anterior, so-
rinolaringológica do Hospital das Clínicas da Fa- bretudo em crianças e adultos jovens, enquanto a
culdade de Medicina da Universidade de São Paulo epistaxe posterior é mais freqüentemente encon-
são atendidos mais de 100 casos de epistaxe men- trada em pacientes hipertensos ou com mais de 40
salmente. Muitos desses pacientes não apresen- anos 5,6.
tam sangramento ativo no momento da consulta, A epistaxe pode ser ocasionada por fatores lo-
contudo, a procura ao Serviço é motivada pela cais ou sistêmicos. Dentre os fatores sistêmicos
ansiedade do paciente com relação à gravidade e podemos citar a hipertensão arterial (considerada
eventual recorrência da hemorragia. a principal causa de epistaxe severa que motiva
Considerando a elevada freqüência da epistaxe internação hospitalar 7), coagulopatias (hemofi-
e a possibilidade de repercussões locais e sistê- lias, doença de Von Willebrand, hepatopatias) e
micas importantes, o presente estudo tem por doenças hematológicas, que cursam com alteração
objetivos: a) fornecer uma revisão da anatomia da quantitativa ou qualitativa de plaquetas (aplasia
irrigação sangüínea nasal; b) abordar a fisiopa- medular, trombastenia de Glanzmann) 7. O uso de
tologia da epistaxe; c) orientar na abordagem do medicamentos anticoagulantes e anti-agregantes
paciente com epistaxe; d) resumir o conhecimento plaquetários também pode ocasionar epistaxe 7.
sobre as várias modalidades de tratamento da Os fatores locais que levam à epistaxe anterior
epistaxe. com maior freqüência são: trauma (fraturas nasais
ou manipulação digital), infecções de vias aéreas
Considerações Anatômicas superiores, inalação de ar frio e seco (grande parte
As fossas nasais são irrigadas pelos sistemas dos quadros de epistaxe ocorre durante o inver-
das artérias carótidas interna e externa, com múl- no) 7, quadros alérgicos nasais, introdução de cor-
tiplas anastomoses que formam o tecido erétil dos pos estranhos na fossa nasal, inalação de irritan-
cornetos superior, médio e inferior (localizados na tes químicos (cocaína, vapores de metais pesados)
parede lateral) e do septo nasal 4,5 . e a presença de perfuração septal ou desvio de
O sistema da artéria carótida externa provê a septo 3,4. Admite-se que as perfurações e os desvios
maior parte do fluxo sangüíneo nasal. A artéria de septo ocasionem alteração do fluxo aéreo nasal,
esfenopalatina (ramo da artéria carótida externa), com ressecamento da mucosa e formação de crostas,
as artérias etmoidais anterior e posterior (ramos propiciando os sangramentos 4. Já na epistaxe pos-
da artéria oftálmica) e a artéria labial superior terior os principais fatores etiológicos locais são a
(ramo da artéria facial) são as principais responsá- presença de tumores (nasoangiofibroma juvenil) e a

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aterosclerose dos vasos sangüíneos junto ao plexo Exame físico


de Woodruff 3. Um detalhe importante é que, nos Antes de qualquer manipulação, o paciente
pacientes jovens do sexo masculino, a suspeita de deve ser tranqüilizado e mantido em posição con-
nasoangiofibroma deve sempre ser feita quando há fortável, com flexão da cabeça e nunca em hipe-
relato de epistaxe intermitente ou maciça. Em al- rextensão cervical, o que favorece o acúmulo de
guns desses casos o sangramento é anterior, ape- sangue e coágulos na orofaringe 3. O médico deve
sar da localização do tumor junto à coana, pelo fato proteger-se de forma adequada, com avental, ócu-
de que a própria massa tumoral impede a drenagem los, máscara e luvas, e, só então, dar início à
do sangue em direção à orofaringe 4.
manipulação das fossas nasais.
A doença de Osler-Rendu-Weber, ou telangec-
Exame geral: deve ser feita uma avaliação do
tasia hemorrágica hereditária, merece ser mencio-
paciente, com medidas de pulso e pressão arterial 3.
nada porque é uma das principais doenças vascu-
Nos casos graves está indicada a realização de
lares que causam epistaxe intermitente. Caracte-
exames laboratoriais (dosagem de hemoglobina e
riza-se por uma herança autossômica dominante,
hematócrito, coagulograma 7).
com perda da capacidade de contração da camada
Exame das fossas nasais: pede-se que o paciente
muscular dos vasos sangüíneos e formação de
assoe o nariz com a finalidade de remover os
fístulas arteriovenosas. Essas alterações tornam a
coágulos da fossa nasal e comprima a região da asa
mucosa nasal particularmente suscetível à hemor-
nasal para exercer pressão sobre o septo. Com
ragia na vigência de reações inflamatórias ou pe-
essas medidas o sangramento tende a diminuir,
quenos traumas 8.
principalmente se for aplicada solução de anesté-
sico contendo vasoconstritor (com o cuidado de
DIAGNÓSTICO monitorizar a pressão arterial nos pacientes hi-
pertensos) 3. O uso de uma boa fonte de luz, um
Como primeiro passo no atendimento de emer-
espéculo nasal e aspirador facilitam a remoção dos
gência é fundamental que o médico certifique-se
coágulos, permitindo o exame da fossa nasal para
de que realmente se trata de um caso de epistaxe.
localização da origem do sangramento 3. Nos servi-
Como vimos na introdução, nem todo sangramento
ços especializados, é recomendado o exame com
nasal é proveniente da mucosa. Hemorragia diges-
endoscópio nasal, que possibilita um melhor exa-
tiva alta com regurgitação pelas fossas nasais ou
me da região posterior da fossa nasal 4. A identifi-
lesão vascular de base de crânio, por exemplo,
também podem apresentar-se como hemorragia cação do local e do volume do sangramento deter-
nasal 6,9, mas requerem tratamento específico e minarão quais as medidas que deverão ser ado-
imediato. tadas a seguir.

Anamnese TRATAMENTO
Um breve questionário a respeito de fatores
locais ou sistêmicos predisponentes à epistaxe, O tratamento da epistaxe segue uma escala as-
com base nos itens mencionados anteriormente, cendente: rinoscopia anterior com cauterização
fornece dados importantes para o diagnóstico química ou elétrica, tamponamento nasal anterior,
etiológico do quadro hemorrágico. Freqüentemen- eletrocoagulação guiada por endoscópio nasal,
te o paciente não refere espontaneamente o uso tamponamento nasal posterior ou tratamento ci-
recente de aspirina ou outros anti-agregantes rúrgico (embolização ou ligadura arterial) à medi-
plaquetários, cabendo ao médico indagar sobre sua da em que os métodos mais simples falham no
ingestão 7. Nos casos em que for diagnosticada controle da hemorragia 2. Paralelamente, devem
doença sistêmica (discrasias sangüíneas ou hiper- ser tratadas as doenças associadas (coagulopatias,
tensão arterial, por exemplo), o paciente deverá hipertensão, etc.).
ser encaminhado para acompanhamento clínico Epistaxe anterior
ambulatorial após o primeiro atendimento 4. Mui-
tas vezes, mesmo após pesquisa exaustiva não se Cauterização
consegue um diagnóstico etiológico para o quadro Uma vez que o ponto de sangramento é normal-
de epistaxe, dito, então, idiopático 3,10. O médico mente visto à rinoscopia anterior, a cauterização
também deve interrogar há quanto tempo a he- do vaso é a primeira escolha para o tratamento da
morragia começou e qual o seu volume. Com esses epistaxe anterior. A cauterização pode ser quími-
dados já é possível estimar o volume perdido e ca, elétrica ou com laser 4 . Antes do procedimento
planejar a melhor forma de reposição volêmica 7,10. deve ser feita anestesia tópica com solução conten-

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do vasoconstritor (utilizada sob a forma de aerossol nasal, para que toda a mucosa seja pressionada, e
ou em algodão embebido) 4. A cauterização química não apenas a da região anterior do septo 4.
é normalmente realizada com nitrato de prata, que O tampão nasal anterior é mantido por um
é transformado em ácido nítrico ao entrar em período de 2 a 5 dias, dependendo da intensidade
contato com a mucosa nasal úmida. A cauterização do sangramento. O Merocel  deve ser retirado em
química está indicada para os casos de sangra- 48 horas, uma vez que possui a tendência de aderir
mento de pequena monta, sendo ideal em crianças. à mucosa nasal, dificultando sua retirada após
Não é um método eficiente quando se trata de esse período 4.
sangramento abundante 4. A cauterização elétrica Um dos riscos do tamponamento anterior, em-
(feita com cautério bipolar) tem as mesmas indica- bora raramente observado, é a síndrome do choque
ções, podendo ser realizada com auxílio de endos- tóxico, causada pela liberação de toxinas do Sta-
cópio nasal ou microscópio 11. phylococcus aureus, absorvidas pela mucosa na-
Deve-se ter cuidado especial quando a caute- sal 4,12. Alguns autores advogam o uso de antimi-
rização é realizada em ambas as fossas nasais crobiano sistêmico profilático quando do tampona-
sobre a mesma região do septo, pois o comprometi- mento com a finalidade de prevenir a sinusite pelo
mento da irrigação sangüínea da cartilagem septal acúmulo de secreções nos seios paranasais e fossa
pode ocasionar perfurações 4 . Uma outra desvanta- nasal; contudo, a síndrome do choque tóxico não é
gem é o risco de lesão da pele do vestíbulo nasal evitável pelo uso de antimicrobiano sistêmico 4.
quando é aplicada uma grande quantidade de ni- A retirada do tampão nasal pode ocasionar trau-
trato de prata, que acaba por escorrer pela fossa ma importante da mucosa nasal, com recidiva do
nasal 4. sangramento. Os pacientes com discrasias sangüí-
A vaporização com laser Nd:Yag ou de argônio neas são particularmente suscetíveis à novos epi-
foi introduzida recentemente no tratamento da sódios de sangramento, assim, aconselha-se o uso
epistaxe anterior e tem mostrado resultados bas- de esponjas hemostáticas cirúrgicas (Gelfoam  ,
tante satisfatórios, principalmente quando reali- Oxycel ), que são reabsorvidas pela mucosa, sem
zada sob visão endoscópica 4. Está indicada sobre- necessidade de sua retirada. Sua desvantagem é a
tudo nos pacientes com doença de Osler-Rendu- menor eficiência no controle de sangramentos
Weber, que são submetidos à procedimentos suces- abundantes 4.
sivos para hemostasia. Sua grande desvantagem é
o alto custo 4. Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico da epistaxe anterior
Tamponamento nasal anterior está indicado apenas nos casos em que não houve
O tamponamento nasal foi introduzido na práti- controle da hemorragia após cauterização e/ou
ca médica por Hipócrates e vem sendo realizado tamponamento 2. Algumas vezes, por exemplo, um
até os dias atuais como procedimento de rotina nos sangramento proveniente da mucosa que reveste
serviços de emergência 10. O tamponamento tem áreas proeminentes do septo (desvios septais) ces-
uma eficácia menor do que a cauterização, porque sa após a correção do desvio 4.
não atua diretamente sobre o vaso sangrante, mas Os procedimentos cirúrgicos mais utilizados
exerce pressão uniforme sobre a mucosa como um para hemostasia são a arteriografia com embo-
todo. O edema e o processo inflamatório resultan- lização e a ligadura das artérias maxilar interna
tes da presença do tampão atuam impedindo o ou etmoidais. A ligadura arterial pode ser feita
sangramento 4. através de diversas técnicas cirúrgicas, incluindo
Existem diversos tampões nasais disponíveis, acesso através do seio maxilar 2,4. Embora exista
sendo mais comumente usados os de rayon ou gaze controvérsia na literatura a respeito da eficácia
(embebidos em vaselina, nitrofurazona ou pomada desses métodos, admite-se que ambos tenham o
de antibiótico) 4. A gaze é disposta em tiras ao longo mesmo índice de sucesso (próximo de 90%), com
da fossa nasal, em “pilha” ou “sanfona”, até preen- custos similares 2. Esses procedimentos são reali-
cher por completo a fossa. Outras alternativas são zados apenas em serviços que dispõem de radiolo-
os tampões feitos com dedo de luva preenchido com gia intervencionista e centro cirúrgico com equi-
gaze, esponja de uso doméstico revestida por pre- pamento apropriado 2. As complicações de ambos os
servativo e tampão Merocel  (este último é intro- procedimentos dividem-se em menores (sinusite,
duzido na fossa nasal e embebido com gotas de fístula oro-antral, lesão do nervo alveolar com
antibiótico, expandindo-se e preenchendo a fossa parestesia) e maiores (amaurose, oftalmoplegia,
nasal). Para qualquer tipo de tampão anterior vale acidente vascular cerebral e óbito) 2. As complica-
a regra de introduzi-lo profundamente na fossa ções menores são observadas em cerca de 28% dos

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Fig. 1 – Área de Kiesselbach na região anterior do septo Fig. 3 – Representação esquemática do tamponamento nasal
nasal (Adaptada da referência 3). posterior com sonda de Foley (Adaptada da referência 3).

qüente hipoxemia e hipercapnia13. Por outro lado,


estudos recentes têm relacionado a maior morbi-
mortalidade do tamponamento nasal posterior às
condições clínicas precárias dos pacientes (idade
avançada, cardiopatia prévia, hipovolemia)13.
O tampão posterior clássico é feito por meio da
colocação de uma “boneca” de gaze na rinofaringe
do paciente, ancorada na fossa nasal através do
tampão anterior. Contudo, para se reduzir o trau-
ma da mucosa nasal e tornar o procedimento mais
simples e menos doloroso, a “boneca” de gaze foi
substituída pela sonda vesical de Foley 12, 16 ou
Fig. 2 – Representação esquemática do tamponamento na- 18 4,14. A sonda é lubrificada com anestésico sob a
sal anterior com gaze ou rayon (Adaptada da referência 3). forma de gel e introduzida pela fossa nasal até a
rinofaringe, sendo, então, insuflada com água e
casos, enquanto as complicações maiores são moti- tracionada em direção à coana até “encaixar” na
vo de relatos esporádicos de literatura 2. rinofaringe. O balonete pode ser insuflado pro-
Epistaxe posterior gressivamente até a cessação do sangramento,
observando-se sua capacidade máxima 4.
Tamponamento nasal posterior As desvantagens do tamponamento posterior
O tamponamento posterior vem sendo substi- são: 1) a impossibilidade de atuar diretamente
tuído pela cauterização elétrica sob visão endos- sobre os vasos sangüíneos da mucosa (da mesma
cópica cada vez mais devido às suas inúmeras forma descrita para o tampão anterior); 2) o esva-
desvantagens. Esses tampões são extremamente ziamento progressivo do balonete (pela deforma-
incômodos para o paciente e a realização do tam- ção da própria válvula e do látex com o qual é
ponamento posterior implica na introdução simul- confeccionado) e 3) a dor local decorrente da pres-
tânea do tampão anterior, tornando o procedimen- são do balonete sobre a mucosa da rinofaringe 4.
to ainda mais doloroso 4. Outros inconvenientes do Outro aspecto a ser lembrado é a fixação da porção
tampão posterior são: a) a permanência prolonga- da sonda que se exterioriza pela fossa nasal; a
da (ao menos 3 a 5 dias após a cessação completa do sonda mantida por período prolongado sobre uma
sangramento); b) a hipóxia e hipoventilação decor- mesma região da narina pode ocasionar a forma-
rentes da presença do tampão 4. Para explicar a ção de cicatrizes ou mesmo de áreas de necrose nos
hipoxemia verificada em alguns pacientes subme- pontos de maior pressão 4.
tidos à tamponamento nasal posterior, desde a
década de 60 tem sido postulada a existência do Cauterização endoscópica posterior
“reflexo nasopulmonar”, que consistiria na parti- É tida na literatura como o procedimento de
cipação do fluxo aéreo nasal na regulação da ven- escolha para a hemostasia dos sangramentos ori-
tilação pulmonar 13. Embora não seja consenso entre ginados na região posterior da fossa nasal, com
os especialistas, ainda hoje considera-se a hipótese sucesso em mais de 90% dos casos. Contudo, trata-
de que a presença do tampão nasal posterior resulte se de um procedimento passível de realização ape-
na alteração da mecânica ventilatória, com conse- nas nos serviços especializados que dispõem do

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material necessário, estando fora do alcance do 2. Strong EB, Bell DA, Johnson LP, Jacobs JM. Intractable epis-
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É fundamental que o médico generalista conheça
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