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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS


DISCIPLINA: GEOTECNIA E FUNDAÇÕES

CONCEITOS BÁSICOS DE MECÂNICA DOS


SOLOS

PROF. MS. CARLA BEATRIZ COSTA DE ARAÚJO


ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS

- SOLO SOBRE O PONTO DE VISTA DA ENGENHARIA

 Solo é a denominação que se dá a todo material de construção ou


mineração da crosta terrestre escavável por meio de pá, picareta,
escavadeira, etc, sem necessidade de explosivos.
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS

INTEMPERISMO
DESINTEGRAÇÃO
DECOMPOSIÇÃO
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
- DESINTEGRAÇÃO MECÂNICA

 AGENTES:
PEDREGULHOS
 Água

 Temperatura AREIAS

 Vegetação
SILTES
 Vento
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
- DECOMPOSIÇÃO QUÍMICA

 ATRAVÉS DE:
ARGILAS
 Oxidação

 Hidratação
ÚLTIMO PRODUTO DO PROCESSO
 Carbonatação DE DECOMPOSIÇÃO
 Efeitos químicos da vegetação
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
- CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO A ORIGEM

 SOLOS RESIDUAIS

 Permanecem no mesmo local da


rocha-mãe

 Transição gradual entre o tamanho


das partículas
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
- CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO A ORIGEM

 SOLOS RESIDUAIS
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
- CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO A ORIGEM

 SOLOS SEDIMENTARES
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
- CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO A ORIGEM

 SOLOS SEDIMENTARES
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
- CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO A ORIGEM

 SOLOS ORGÂNICOS

 Solos formados a partir da decomposição da matéria orgânica

 Identificação: FORTE ODOR e COR ESCURA


ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
- CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO A ORIGEM

 SOLOS ORGÂNICOS
ÍNDICES FÍSICOS

 FASES CONSTITUINTES DO SOLO

 Líquida: Água

 Sólida: Grãos

 Gasosa: Ar
ÍNDICES FÍSICOS

 TEOR DE UMIDADE
%= .100%

 Tipos de água existente no solo:

• Água adsorvida → envolve fortemente a partícula

• Água de constituição → faz parte do grão, da estrutura física (mineralogia)

• Água livre → preenche os vazios da estrutura do solo

• Água higroscópica → água existente no solo e espalhado ao ar

• Água capilar → água existente no solo por ascensão capilar


ÍNDICES FÍSICOS

 Tipos de água existente no solo:


ÍNDICES FÍSICOS

 PESO ESPECÍFICO APARENTE NATURAL *Coleta de Amostras!!!


.
= =

 PESO ESPECÍFICO APARENTE SECO


.
= =

 ÍNDICE DE VAZIOS
=

Deformação → Quando ocorre uma variação No Vv (positiva ou negativa)


ÍNDICES FÍSICOS

 POROSIDADE
=

 PESO ESPECÍFICO REAL ou DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS

= Variam normalmente entre 25 e 29 kN/m³

 PESO ESPECÍFICO DA ÁGUA


=
ÍNDICES FÍSICOS

 DENSIDADE RELATIVA DAS PARTÍCULAS


= É adimensional

 GRAU DE SATURAÇÃO (S)

%= .100%
ÍNDICES FÍSICOS
 RELAÇÕES ENTRE OS ÍNDICES FÍSICOS

.( + )
= = =
+ + +

= = .( ) = .( )

.
= = − = =
.
+
GRANULOMETRIA DOS SOLOS
 O solo é constituído por partículas de diferentes tamanhos

 Limites das frações de solo pelo tamanho dos grãos segundo a ABNT (PINTO, 2002):
 MATACÃO: 1m – 25cm;
 PEDRA DE MÃO: 25 cm – 7,6 cm;
 PEDREGULHOS: 7,6 cm – 4,8 mm;
 AREIA: 4,8 mm – 0,05 mm:
• GROSSA: 4,8 – 2,0 mm;
• MÉDIA: 2,0 mm – 0,42 mm;
• FINA: 0,42 mm – 0,05 mm;
 SILTE: 0,05 mm – 0,005 mm;
 ARGILAS: < 0,005 mm
GRANULOMETRIA DOS SOLOS
GRANULOMETRIA DOS SOLOS
 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA:
 Definição dos tamanhos dos grãos e de sua distribuição em um solo
TIPOS DE GRANULOMETRIA
• Granulometria contínua (bem graduado): apresenta
todos os tamanhos de grãos:
 Boa resistência;
 Boa trabalhabilidade;
 Baixa permeabilidade;
 Baixa deformabilidade.
• Graduação uniforme: todas as partículas apresentam
o mesmo tamanho:
 Solos arenosos: elevada permeabilidade;
 Utilização como material drenante.
• Granulometria descontínua: tem deficiência de
partículas de um determinado tamanho:
 Pode acarretar problemas nas obras como fuga de
material
GRANULOMETRIA DOS SOLOS
• PENEIRAMENTO GROSSO
 Material retido na peneira n° 10 retirado da amostra total destinada a análise
granulométrica;
Peneira Abertura (mm)
N° 10 2,0
N° 4 4,8
3/8” 9,5
3/4” 19,1
1” 25,4
1 ½” 38,1
2” 50,8
3” 76
GRANULOMETRIA DOS SOLOS
• PENEIRAMENTO FINO

Peneira Abertura (mm)


N° 200 0,075
N° 100 0,15
N° 50 0,3
N° 40 0,42
N° 30 0,6
N° 16 1,2
GRANULOMETRIA DOS SOLOS
• SEDIMENTAÇÃO: NBR 7181 – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
 Partículas menores que 0,075 mm (#200)
 Quando há interesse na distribuição granulométrica da porção fina dos solos,
emprega-se a técnica da sedimentação
GRANULOMETRIA DOS SOLOS
• SEDIMENTAÇÃO – LEI DE STOKES
 A velocidade de queda de partículas num fluido atinge um valor limite que depende
do peso específico do material (gs), do peso específico do fluido (gw), da viscosidade
do fluido (m) e do diâmetro da esfera (D).


= ²
.
GRANULOMETRIA DOS SOLOS
• SEDIMENTAÇÃO: NBR 7181 – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
 Tomar 120 g para solos arenosos e 70 g para solos siltosos ou argilosos do material
que passou na peneira #2 mm.
 Armazenar o solo com agente dispersante durante 12h.
 Colocar o solo no copo de dispersão e agitar por 15 min
 Colocar o material disperso na proveta
GRANULOMETRIA DOS SOLOS
• SEDIMENTAÇÃO: NBR 7181 – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
 Agitar a proveta vigorosamente e colocar na mesa acionando-
se o cronômetro imediatamente.

 Realizar as leituras com o densímetro


PLASTICIDADE DOS SOLOS
• Limites de Atterberg (Limites de Consistência)

 Caracterizam a mudança de estado do solo


PLASTICIDADE DOS SOLOS
• Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade
PLASTICIDADE DOS SOLOS
• Limite de Liquidez (NBR 6459)
- wL : teor de umidade do solo com a qual uma ranhura requer 25 golpes para fechar,
numa concha
PLASTICIDADE DOS SOLOS
• Limite de Plasticidade (NBR 7180)
- wP : menor teor de umidade com o qual se consegue moldar um cilindro de 3mm de
diâmetro, rolando-se com a palma da mão
PLASTICIDADE DOS SOLOS
• Índice de plasticidade (IP)
 IP = LL - LP
PLASTICIDADE DOS SOLOS
• Índice de Consistência (IC)

 Da mesma maneira que o índice de vazios por si só não indica a compacidade das
areias, o teor de umidade por si só não indica o estado das argilas

 O ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA indica a posição relativa da umidade aos limites de


mudança de estado

Consistência Índice de Consistência


− Mole < 0,5
= Média 0,5 a 0,75

Rija 0,75 a 1,0
Dura >1
PLASTICIDADE DOS SOLOS
• GRÁFICO DE PLASTICIDADE DE
CASAGRANDE

 Solos finos podem ser divididos em:

 Argilas inorgânicas de alta, média e


baixa plasticidade;

 Solos siltosos inorgânicas de alta,


média e baixa compressibilidade;

 Argilas orgânicas e siltes orgânicos.


SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA DOS SOLOS - SUCS

 Sistema elaborado pelo Prof. Casagrande para obras de aeroportos, tendo seu emprego
sido generalizado. Hoje é utilizado principalmente pelos geotécnicos que trabalham em
barragens de terra.

 Os solos são classificados em três grandes grupos:

• Solos grossos: mais que 50% em peso, dos seus grãos, são retidos na peneira # 200;
• Solos finos: menos que 50% em peso, dos seus grãos, são retidos na peneira # 200;
• Turfas: solos altamente orgânicos, geralmente fibrilares e extremamente
compressíveis.
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA DOS SOLOS - SUCS
• TERMOS E SÍMBOLOS UTILIZADOS - SUCS
 G = gravel (pedregulho);
 S= sand (areia);
Os solos são classificados pela
 C = clay (argila)
fração granulométrica
 M = mo (silte em sueco)
dominante e subdominante:
 O = organic (silte ou argila, orgânicos)
argila arenosa, areia siltosa,
silte argiloso...
 W = well graded (bem graduado)
 P = poorly graded (mal graduado)
 L = low (baixa compressibilidade)
 H = high (alta compressibilidade)

 Pt (turfas)
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA DOS SOLOS - SUCS
• Solos grossos:
 Pedregulhos: mais de 50% retidos #4 → G
 Areias: menos de 50% retidos #4 → S
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA DOS SOLOS - SUCS
• Solos finos:

Linha A
IP  0,73  wL  20 
Linha B
wL  50%
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Qualquer obra de engenharia que envolve conhecimentos geotécnicos deve
necessariamente responder a pergunta, PODE OCORRER A RUPTURA?

Qualquer obra de engenharia que envolve conhecimentos geotécnicos deve necessariamente


responder a pergunta, pode ocorrer a ruptura?
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
• SUPERFÍCIE DE RUPTURA →
Aquela onde, em todos os seus
pontos, a tensão de cisalhamento
atinge o valor limite da resistência
ao cisalhamento do solo.

• A RESISTÊNCIA AO
CISALHAMENTO de um solo em
qualquer direção é a tensão de
cisalhamento máxima que pode
ser aplicada à estrutura do solo
naquela direção.
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
- A resistência ao cisalhamento dos solos envolve duas componentes: COESÃO E ÂNGULO
DE ATRITO

 MECANISMO DE RESISTÊNCIA POR ATRITO

f → Ângulo de atrito interno


RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
 MECANISMO DE COESÃO

c → Coesão
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
- CRITÉRIOS DE RUPTURA → estabelecem uma regra pra que se definir se um material
apresentará ruptura quando submetido a uma ação externa:

• Critérios de ruptura em termos de tensões – quando se define o máximo estado de


tensões a que um material pode ser submetido;

• Critérios de ruptura em termos de deformações – quando se define como condição de


ruptura as máximas deformações que material pode sofrer;

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