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Resumo Carlin e Soskice, Capı́tulo 1 - O Lado da

Demanda
Matheus Souza da Rosa
August 14, 2018

Contents
1 A Curva IS 1
1.1 A Demanda Agregada no Setor Privado . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Modelando a curva IS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 O Multiplicador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Abstract
Resumo do Capı́tulo 1 do Livro, buscando listar os principais pontos
referentes à função tradicional de demanda agregada.

1 A Curva IS
1.1 A Demanda Agregada no Setor Privado
Fatores que afetam a demanda agregada:
1 - Expectativas sobre o futuro: Firmas investem de acordo com suas expec-
tativas acerca dos lucros futuros. Consumidores consomem de acordo com suas
expectativas de renda futura, além de decidirem entre consumir e poupar, de
acordo com o ambiente de incertezas.
2 - Limitações de crédito: Quanto maior a limitação de crédito, menor tende
a ser a contribuição de consumo e investimento.
3 - Taxa de Juros: O aumento da taxa de juros encarece operações de com-
pra de bens duráveis, o que deprime o consumo. Além disso, torna-se menos
proveitoso investir em bens de capital, em relação à investir nos tı́tulos de gov-
erno. Em geral, taxa de juros e nı́vel de demanda agregada variam de forma
inversa.
A curva IS é negativamente inclinada devido à relação inversa entre produto
e taxa de juros. Quando há modificação em algum elemento que compõe a
demanda agregada, mantendo-se a taxa de juros constante, a curva IS se move
para direita ou esquerda. Quando a taxa de juros varia, a curva não se move,
mas o produto muda através da mudança de posição ao longo da curva.

1
O Banco Central pode afetar a determinação do produto, através da deter-
minação da taxa de juros. O governo também é um agente com poder sobre a
demanda agregada, suas decisões de consumo (Polı́tica Fiscal), afetam a posição
da curva, ao injetar ou retirar renda da economia.

Figure 1: Curva IS

1.2 Modelando a curva IS


Equilı́brio do Mercado de Bens:

1 - Demanda por Consumo: Gastos de indı́viduos com bens e serviços;


2 - Demanda por Investimento: Gastos com bens de capital;
3 - Demanda decorrente de gastos do governo: Gastos do governo com salários,
bens e serviços.

O Modelo da Economia Fechada:

YD =C +I +G (1)
O equilı́brio no mercado de bens implica que a renda agregada é igual à
renda disponı́vel:

YD =Y (2)
Assume-se que o consumo é uma função com dois componentes, um au-
tonômo, e outro dependente de outros fatores.

C = c0 + c1 (Y − T ) (3)
Onde:

c0 = Consumo Autonômo;
c1 = Propensão Marginal à Consumir - 0 < c1 < 1;

2
Y = Renda Agregada;
T = Impostos.

Assume-se, ainda, que os tributos são linearmente dependentes da renda, de


forma que T = tY , onde 0 < t < 1. Dessa forma, temos:

C = c0 + c1(1 − t)Y (4)


A propensão marginal à consumir tem função importante, pois demonstra o
quanto da renda disponı́vel é direcionada para o consumo. Dessa forma:
∆C
PMC = = c1 (5)
∆Y D
Nesse modelo de consumo, a poupança é o excedente da renda sobre o con-
sumo (S = Y − C), de forma que a propensão à poupar se dá por s1 = 1 − c1.
Sendo assim, consequentemente, c1 + s1 = 1.

1.3 O Multiplicador
Para determinar o multiplicador, de forma simples, substitui-se a função con-
sumo na identidade da demanda agregada. De forma que:

Y D = co + c1 (1 − T )Y + I + G (6)
Partindo da condição de equilı́brio (Y d = Y ), podemos determinar o nı́vel
de produto que iguala as decisões de gastos com os bens e serviços ofertados na
economia, através da instersecção das duas curvas no plano.

Figure 2: Curva IS

3
O aumento nos gastos do governo inicialmente desloca a curva de demanda
agregada para cima (Trajetória A-B). Nesse ponto a demanda por bens e serviços
excede a oferta, logo o mercado está em desequilı́brio. As firmas percebem que
o estoque está sendo defasado e produzem mais, aumentando o produto para
atender a demanda (Trajetória B-C). O maior nı́vel de produto aumento o nı́vel
de renda da sociedade, que gasta parte dessa renda com consumo, levando à um
novo aumento na produção, até que o novo equilı́brio seja atingido (Trajetória
C-Z).
Partindo da condição de equilı́brio, podemos isolar as variáveis autônomas
da demanda agregada, para facilitar a análise de choques. Dessa forma:

Y = c0 + c1 (1 − T )Y + I + G (7)

Y − c1 (1 − T )Y = c0 + I + G

1
Y = (c0 + I + G) (8)
1 − c1 (1 − T )

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