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|| Olhares Luciano Sathler © Brasil tem pressa para supe- rar 0 atraso na educagao e se tornar protagonista na revo- lucao trazida pela economia digital. A longa histéria da esera- vidao somada as caracteristicas ‘que marcaram a colonizacéo portuguesa em todo 0 mundo fizeram com que a abertura de escolas ¢ universidades fosse um fenémeno tardio no pals, mes- mo se comparado com outras. rnagdes também colonizadas da ‘América Latina Ha muitos adolescentes e jovens fora da escola. De acordo com o IBGE, entre as pessoas de I8 a 24 anos, a taxa de escolarizacio foi de 31,7% em 2018. Cerca de 25,1 milhées de pessoas de 15.229 anos de idade, que no aleangaram o ensino superior completo, nao estavam estudan- do ou se qualificando em 2017. Para agravar a situacao, muitos ‘completam seus estudos com ‘um dominio insuficiente da lingua portuguesa, da materné- tica e sofrem como analfabetos funcionais. As tecnologias digital ‘portniates desenvolvimento ‘téncias e habilidades. nas Areas em que atualmente -convivemos com déficits de formacio. Aproveitar esse momento tinico requer um processo de aprendizado institucional e articulagéo interinstitucional, que as pessoas tenham espaco suficiente para experimentar metodologias e técnicas, com a avaliagao sistemitica dos resul- tados, 0 que levaré a selecionar as préticas mais eficazes. Bar- reiras 20 acesso a essas novas tecnologias devem ser supe- rados, bem como incentivadas ainovagio educacional ea ‘educacio para a inovacio, dois aspectos espelhados e funda- mentais para mudar a situa¢ao socioeconémica. ‘As mudancas tecnolégicas podem afetar paises, regiées, cidades e organizacoes de formas diferentes. Também ampliam 0 risco de deixar essoas hoje marginalizadas do rocesso produtivo ainda mais ‘empobrecidas e fragilizadas. Por ‘exemplo, os servicos de tecno- logias de informacio e comuni- cacao - TIC oferecem emprego relativamente bers remunerado para as mulheres, mas a parcela de mulheres em ocupacdes especializadas em TIC continua muito baixa, especialmente em paises como Brasil. As mulheres ‘também so menos represen- tadas em setores nos quais a automagao deve deslocar ‘ocupacées, como manufatura, 2. IS REVISTA, MAVAGO 2018 finangas e construgao. Além disso, ha poucas mulheres nas familias de empregos de cién- «ia, tecnologia, engenharia e matemética (STEM) e, portan- to, podem nao ser capazes de aproveitar a maior demanda por| trabalhadores com competén~ cias e habilidades nessas reas. A répida mudanca tecnolégica ‘oferece oportunidades poten- cialmente transformadoras para (9s paises, mas também cria preocupacées significativas que 10s formuladores de politicas pu blicas e sociedade civil precisam abordar para assegurar que as tecnologias sejam aproveitadas para um desenvolvimento sus- tentével e inclusivo, pelo bem comum. 5 avancos no desenvolvimen- to oferecidos por tecnologias ovas e emergentes nao sa0 au- tométicos. Os novos empregos ‘© prépria formagio aumentam a demanda por habilidades e competéncias digitais, a serem atendidas pela Educacao Digital. Isso sublinha a importancia de abordar as lacunas existentes ‘em termos de capacidades centre os paises, regioes, setores © segmentos da sociedade, para que todos podem se adaptar € se beneficiar de mudangas tecnolégicas. 1 Luciano Sathler Reito de Centro Unversinio Me- todista Izabela Hendtixe Diretor da -Assococo Brasileira do Educoca a Distdnc, 23. BIS REVISTA. MAVAGO 2018 MAIOIAGO 2018 a

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