RESUMO
ABSTRACT
This article investigates relationships between Music Therapy and the holistic paradigm,
especially regarding notions about health and disease. It offers a literature review in which
dialogues between holistic approaches and the writings of well-known authors in the field of
Music Therapy are created. Essential to this paradigm is the comprehension of health as a
state of harmony and balance in which the biological mechanisms of the organism find
intimate connection with environmental influences, psychological patterns, social
relationships as well as the spiritual aspect of the human being. It produces a trans-cultural
movement to integrate principles of some oriental traditions, concerning the transpersonal
states of identity expansion and the use of sound vibrations to influence the energy flow of the
organism.
*
Graduando do 4º ano de Musicoterapia pela Faculdade de Artes do Paraná, professor de música no projeto
Espaço Cidadão Musical. cassianowogel@gmail.com
**
Doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná, professora no curso de Musicoterapia da
Faculdade de Artes do Paraná, líder e pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Interdisciplinares em
Musicoterapia. rose05@uol.com.br http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=C626969
Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharel em Musicoterapia – Faculdade de Artes do Paraná - Artigo Científico – 2012
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1
O termo faz referência às figuras de René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês, e Isaac
Newton (1642-1727), físico, matemático e astrônomo inglês, considerados os principais mentores desse
paradigma.
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máquina sofisticada e assim analisado em termos de suas partes, a doença se torna um “mau
funcionamento” dos “mecanismos” biológicos. O papel do médico é o de reparador,
responsável por “consertar” a máquina, encontrando seu “defeito” no nível molecular/celular
ou identificando os organismos causadores da doença. Como resultado, a saúde pode ser
considerada nesse modelo como um estado de ausência de doença.
O modelo biomédico validou inúmeras descobertas importantes, e a chamada
medicina tecnológica que teve seu início no século XIX proporcionou um salto grandioso na
assistência médica. Tornou possível, por exemplo, o desenvolvimento de vacinas e
antibióticos empregados no controle de doenças infecciosas (DOSSEY, 2001). No entanto,
essa abordagem também está por trás de uma multifacetada crise do modelo de assistência à
saúde. Amarante (2007) aponta que o modelo biomédico conduziu à fragmentação da
medicina em hiperespecializações (cada médico se ocupa de apenas um órgão ou parte do
corpo), uma vez que seu foco está na doença enquanto um ente abstrato, ou seja, na “doença
do doente” e nos meios de erradicá-la – e não na pessoa, família ou comunidade e nas
medidas preventivas, orientadas para a manutenção da saúde.
Ao se concentrar puramente nos determinantes físicos, a medicina ortodoxa exclui, por
exemplo, as dimensões psicológica, ambiental e socioeconômica das doenças, entrando em
conflito inclusive com as noções de segmentos populares e a sabedoria familiar e coletiva,
que detêm uma visão pluralista da etiologia (MINAYO, 1988). Como consequência de não
considerar o ser humano como um todo e suas relações, principalmente no que diz respeito às
“doenças da civilização” (câncer, doenças do coração, depressão, síndrome de fadiga crônica,
osteoporose) e disfunções orientadas no estilo de vida (alcoolismo, tabagismo, sedentarismo),
a abordagem biomédica tradicional tem sua eficácia bastante limitada (ROBISON;
CARRIER, 2004).
O chamado paradigma holístico (do grego “holos”, totalidade) resgata uma visão
ecológica e orgânica do universo, possibilitando assim uma nova maneira de compreender
saúde e doença e a assistência médica como um todo. Esse paradigma foi consequência de
uma série de descobertas revolucionárias ocorridas da física no início do século XX, que
ultrapassaram os postulados básicos do modelo cartesiano.
Principalmente com o desenvolvimento da teoria quântica e da teoria da relatividade
de Einstein, a chamada Nova Física demoliu a noção de objetos sólidos da ciência clássica,
provando que, ao invés de partículas duras, os átomos na verdade consistem em vastas regiões
de espaço vazio, em que entidades extremamente pequenas chamadas elétrons circundam o
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núcleo deste átomo (CAPRA, 2004). Os elétrons, por sua vez, tampouco são unidades
fundamentais no sentido que se acreditava. De fato, Einstein descobriu que a massa é uma
forma de energia, eliminando da ciência os conceitos de “substância” material ou estrutura
fundamental.
O dualismo cartesiano básico “mente-matéria” e, por consequência, a ideia de um
universo objetivo, alheio ao observador, foram ultrapassados com os experimentos quânticos
que comprovaram a natureza dual das entidades subatômicas, que podem se apresentar ora
como partículas, ora como ondas, dependendo da forma como são medidas. Descobriu-se que
o próprio ato de medição de uma partícula subatômica interfere na forma como esta se
apresenta, ou em suas propriedades. Em outras palavras, o observador, ao decidir de que
forma fará a medição de um elétron, por exemplo, determina uma disposição que influencia o
objeto observado. Sendo assim, os objetos subatômicos não possuem propriedades inerentes
ou alheias ao processo de observação. Seu significado só existe no contexto de sua interação
com o observador (CAPRA, 2004). A noção de que sujeito e objeto estão separados torna-se
insustentável (WILBER, 2003).
A noção de determinismo da ciência clássica foi também seriamente abalada com a
formulação do princípio da incerteza de Heisenberg, que demonstra que não é possível medir
simultaneamente, com precisão absoluta, a posição e o momentum de um objeto quântico. As
noções de continuidade e causalidade linear do antigo paradigma foram, da mesma forma,
colocadas em cheque com a descoberta dos “saltos quânticos”, ou saltos descontínuos das
partículas (GOSWAMI, 2006).
Ainda, a física quântica demonstrou o fenômeno da não-localidade, um dos
pressupostos mais instigantes de sua teoria. Ele enuncia que eventos individuais nem sempre
têm uma causa bem definida, mas dependem de variáveis (ou “conexões”) não-locais que não
podem ser previstas e são instantâneas. Assim, cada evento é influenciado pelo universo como
um todo e, já que os físicos não podem conhecer todas essas conexões, o conceito de
causalidade linear é substituído pelo de causalidade estatística.
Os cientistas passaram a reconhecer o caráter necessariamente limitado dos conceitos
e palavras para a descrição da natureza, o que desfaz a crença no conhecimento científico
como absoluto e evidente. Capra (2006) o coloca da seguinte maneira: “As teorias científicas
não estarão nunca aptas a fornecer uma descrição completa e definitiva da realidade. Serão
sempre aproximações da verdadeira natureza das coisas” (p. 45). São sempre relativas, e toda
vez que se tenta definir algo completamente, algum aspecto escapa à descrição.
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Com isso, cai por terra a ideia de um universo-máquina. O universo não possui
substância material, caracterizando-se apenas por uma contínua “dança de energia2” (CAPRA,
2004, 2006). As partículas subatômicas só apresentam propriedades definíveis através de
interações com outros sistemas. Carecem de significado isolado e passam a ser vistas como
interconexões. A noção de partes separadas se torna uma idealização que tem validade apenas
aproximada. Cavalcanti (2000) resume a ideia da seguinte maneira:
2
As partículas subatômicas apresentam-se como “feixes de energia”; como a energia está associada à atividade e
processos, a natureza dessas partículas ou “entidades” é essencialmente dinâmica. Por isso Capra emprega o
termo “dança de energia”.
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imunológico (SINGH, 2009). Uma pioneira nessa área é a neurocientista americana Candace
Pert, que demonstrou que a conexão entre a mente e o corpo é também química (e não apenas
nervosa). Acontece pelo que ela chama de "moléculas de informação": estruturas químicas
(hormônios, neurotransmissores e neuropeptídios) que interagem com o organismo através de
um complexo sistema que se estende por todo o corpo. Singh (2009) mostra que outras
pesquisas demonstraram ainda a existência de "pontos nodais" saturados de receptores desses
químicos pelo corpo inteiro, que determinam as mensagens a serem ignoradas ou enviadas
para o cérebro para posterior processamento. Acredita-se que esses pontos contenham até
mesmo uma memória própria e possam representar uma parte do que por muito tempo se
chamou de subconsciente. Em resumo: a mente não “está” apenas no cérebro, mas também no
corpo.
No entanto, uma perspectiva verdadeiramente holística sobre a saúde não se trata
meramente de aderir a formas alternativas de tratamento ou de considerar apenas o organismo
individual, mas de uma transformação profunda de noções básicas. Antes de tudo, a ideia de
que a doença existe para ser combatida e erradicada não oferece caminhos para que haja
criação de saúde. A doença deixa de ser vista como um “inimigo” e passa a se configurar
como parte de um processo, um continuum (ROBISON; CARRIER, 2004).
Segundo o especialista Lonny J. Brown (s/d), a concepção holística assume a visão
mais ampla possível sobre a doença. Ao contrário da medicina alopática, que se preocupa com
uma causa específica, essa abordagem considera múltiplas causas e se foca na promoção de
saúde como um todo. Uma vez que a doença é encarada como processo e não como entidade,
o papel do médico passa ser o de “educador-ativador”, responsável por ajudar o paciente a
manifestar seu próprio potencial para a restauração do equilíbrio.
Robison e Carrier (2004) definem três princípios básicos na perspectiva holística: a) O
potencial humano para tornar-se saudável ou adoecer depende de uma interação complexa de
muitas variáveis, que incluem personalidade, genética, ambiente de vida, alimentação,
escolhas, estilo de vida e acesso a assistência social e espiritual; b) Existe um significado
subjacente a todos os problemas de saúde. Eles sempre refletem pelo menos parcialmente um
desequilíbrio no meio de vida e; c) Todos os seres humanos possuem uma sabedoria inata
profunda que pode guiá-los em seu processo natural em direção à saúde e a cura.
Na perspectiva holística, a saúde se configura como um estado de equilíbrio dinâmico.
Baseado na concepção sistêmica dos organismos vivos, Capra (2006) advoga que a palavra
“dinâmico” cria uma oposição à noção de equilíbrio “estático”, isto é, baseado em um estado
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de ser e agir.
Outro grande teórico da Musicoterapia que investiga o contraste entre a visão de saúde
baseada no modelo médico tradicional e aquela que emerge das teorias holísticas é o
musicoterapeuta norueguês Even Ruud.
Ruud (1998) demonstra que existem dois reflexos básicos do pensamento médico
tradicional na maneira como doença ou enfermidade são habitualmente compreendidas na
cultura ocidental. O primeiro é que elas são vistas através do aspecto biológico herdado das
ciências naturais, em que a doença tem origem a partir de uma “coisa” que invade o
organismo (por exemplo, vírus ou bactérias). O segundo é considerar a doença como algo que
atinge o indivíduo independentemente da sociedade ou cultura, o que desliga a atenção
médica destes setores. Para o autor, utilizar essa visão para compreender a terapia não é
adequado na maioria dos casos. Isto porque muitas vezes o terapeuta tem que trabalhar com
problemas que podem estar profundamente relacionados com a estrutura material e econômica
da sociedade.
É por isso que Ruud enfatiza a Musicoterapia como um esforço de “incrementar as
possibilidades de ação”, como maneira de suavizar as forças materiais e psicológicas que
mantêm uma pessoa em uma posição de limitação. Segundo o autor, de acordo com as teorias
holísticas, a saúde pode ser vista como um estado de bem-estar e que implica em uma
capacidade de ação. Assim, quando tomada como um todo, mesmo uma pessoa que apresenta
uma doença ou enfermidade pode ter a capacidade de agir de acordo com seus objetivos
íntimos e, assim, desfrutar de um estado de bem-estar. A saúde e a enfermidade, portanto,
existem em diferentes graus.
Nesta visão, saúde e qualidade de vida estão intimamente relacionadas. A saúde passa
a ter um aspecto comportamental e a refletir um estilo de vida que as pessoas desempenham,
na dimensão de sua relação com seus semelhantes, nos valores que cultivam e na maneira
como encontram significado nas coisas – a exemplo, na música. Para Ruud, a qualidade de
vida é um estado subjetivo de bem-estar e felicidade e relativo a um senso de propósito ou
significado. Ele crê que as condições materiais não são suficientes para determinar a
qualidade de vida – embora não negue sua influência – e argumenta que o envolvimento com
a música pode proporcionar uma identidade “firme, flexível e coerente”, sendo um recurso em
potencial para garantir a qualidade de vida. O autor distingue quatro categorias pelas quais a
música trabalha para garantir esse recurso (RUUD, 1998):
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A visão de saúde de Ruud é muito sensível e abrangente. Não apenas enfatiza a relação
entre saúde e estilo de vida, colocando a manutenção da saúde como parte da responsabilidade
individual, como toca em outro ponto-chave numa acepção holística de saúde: o senso de
pertencimento e significado. Ruud visualiza a saúde como o resultado de um ser humano
integrado ao seu meio ambiente cultural e social. Sendo assim, sua abordagem é holística por
natureza, e reconhece a saúde não apenas nas coisas, mas prioritariamente nas relações entre
elas, na interdependência das várias partes em um todo coerente. Vê saúde como um
movimento contrário à fragmentação do homem e da sociedade.
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O que estamos sugerindo, então, é que aquilo que percebemos através dos sentidos
como espaço vazio é, na verdade, o plenum, que é o fundamento para a existência de
tudo, inclusive a de nós mesmos. As coisas que aparecem aos nossos sentidos são
formas derivadas, e seu verdadeiro significado só pode ser entendido quando
consideramos o plenum, onde elas são geradas e sustentadas, e no qual devem
finalmente desaparecer (p. 206).
Além disso, em face ao horizonte apontado pela física quântica, que sugere um
universo vivo, dinâmico, orgânico, sistêmico e muito complexo para ser apreendido através de
descrições lineares, discute-se uma das mais importantes implicações a respeito do modo de
apreender a realidade no novo paradigma: a experiência direta como via fundamental de
conhecimento.
Wilber (2003) discorre sobre o “outro modo de conhecer” a realidade, que não opera
separando o conhecedor do conhecido. Citando Eddington, chama esse outro modo de
conhecimento íntimo, em que sujeito e objeto estão intimamente unidos em sua operação. Em
contrapartida, o autor afirma que o conhecimento dualístico é o conhecimento simbólico.
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apreensão do todo, holística. Como comentam Betto e Boff (2005), “o oriental tem uma
apreensão do todo que explica as partes, e não necessariamente uma apreensão das partes que
explique o todo” (p. 134).
A filosofia do Oriente anuncia que esse estado de percepção não-dual (que pode ser
alcançado, por exemplo, pela prática da meditação) propicia o conhecimento direto do Eu
verdadeiro ou real, que jaz além da identidade mental criada pelos pensamentos e conceitos –
o ego, ou eu ilusório. A consciência, identificada com esse véu de descrições, faz aparecer o
“sujeito” e o “mundo”, ou um conhecedor e um conhecido: a noção de um eu separado. Como
esse “eu” é formado basicamente por conceitos, ideais, associações, opiniões, sensações, é
limitado por natureza – ao passo que a verdadeira identidade, a consciência pura, livre do
pensamento, é ilimitada (FRAWLEY, 2010). Adyashanti (2002) descreve desse jeito:
Segundo Weil (1991), essa experiência que transcende o ego pode também ser
chamada de experiência holística, pois é capaz de desfazer a "separatividade fantásmica eu-
mundo". Numa perspectiva psicológica, explica Weil que essa fantasia de separatividade leva
a sentimentos e emoções destrutivos da harmonia e da ecologia interna e externa – como o
apego e a possessividade, resultados de um “eu” separado que se vê limitado e incompleto.
Duas escolas de psicologia ocidental – a escola humanística e a transpessoal –
passaram a se interessar pelas experiências de expansão de consciência e transcendência da
identidade egóica e seu impacto na saúde humana. As chamadas experiências de pico ou
experiências culminantes – de caráter transpessoal3 – caracterizam-se como uma força central
para a cura e via régia para a saúde psicológica, e foram inicialmente estudadas pelos
psicólogos humanísticos, a exemplo do trabalho pioneiro de Abraham Maslow. Eles notaram
que elas eram frequentes nas pessoas que gozavam de excepcional saúde psicológica;
paralelamente, a falta delas estaria por trás de uma quantidade significativa de patologias
individuais, culturais e globais na atualidade (WALSH; VAUGHAN, 1997).
Ainda, os psicológicos transpessoalistas descobriram que, no Oriente, experiências de
3
A experiência transpessoal é aquela em que o senso de identidade ultrapassa a dimensão do individuo ou da
pessoa (ego), portanto “trans” = passar, ir além (WALSH, VAUGHAN, 1997).
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rompimento do ego são chamadas de, por exemplo, satori ou samadhi. Essas tradições
também contam com uma classificação completa para esse tipo de experiências, bem como
um conjunto sistemático de práticas com o intuito de facilitar a entrada nesse domínio
vivencial. Sua implicância para a saúde está no fato dessas experiências gerarem um impacto
duradouro na experiência humana, que se reflete na maneira como o indivíduo experiencia a
si mesmo no mundo. Alterando a maneira como o indivíduo se sente a respeito da vida, a
saúde é beneficiada de uma maneira global – isto é, holisticamente.
Na Musicoterapia, duas consistentes abordagens merecem destaque, principalmente
pela maneira como foram influenciadas pelas correntes humanísticas e transpessoais e por
inserirem as experiências culminantes como ponto-chave no processo terapêutico: a
abordagem Nordoff-Robbins – ou Musicoterapia Criativa – e o método GIM de Helen Bonny.
Sendo assim, carregam princípios holísticos por excelência na maneira como compreendem a
saúde.
A Musicoterapia Criativa é uma abordagem musicoterapêutica centrada na
improvisação musical e desenvolvida por Paul Nordoff, pianista e compositor americano, e
Clive Robbins, educador especial britânico. Nessa abordagem, o terapeuta improvisa música
para engajar o cliente na produção musical, e é através dessa produção que a terapia acontece.
A música é utilizada como terapia (ao invés de simplesmente na terapia), pois é a força
primária que motiva e proporciona o crescimento terapêutico do cliente (BRUSCIA, 1987).
Na abordagem Nordoff-Robbins, a saúde pode ser vista em termos de crescimento ou
desenvolvimento no âmbito da terapia. Os níveis mais elevados desse crescimento são
caracterizados pela expressividade livre e criatividade, comunicação, autoconfiança e
independência. Todas essas qualidades são visualizadas através da música, isto é, revelam-se
na relação do cliente com a sua própria música e com a produção musical do terapeuta.
Os objetivos terapêuticos da abordagem Nordoff-Robbins acham seu fundamento na
teoria da psicologia humanística de Abraham Maslow. Na obra de Bruscia (1987) é possível
encontrar alguns desses objetivos que merecem destaque aqui: a) A terapia deve ser centrada
no crescimento e não na deficiência. Ao invés de suprir necessidades, a terapia deve se focar
no desenvolvimento do potencial que o cliente já possui; b) A terapia objetiva a auto-
atualização (ou atualização do “self”), o que envolve: habilidade de experimentar as coisas
vívida e completamente, a habilidade de fazer escolhas e a habilidade de expressar a si
mesmo; c) A terapia deve facilitar as experiências de pico, ou os momentos sublimes em que
o indivíduo é capaz de transcender e integrar lacunas em si mesmo, ou na relação de si mesmo
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Por sua vez, o chamado método GIM (Guided Imagery and Music), que também
enfoca as experiências culminantes, foi o primeiro modelo de Musicoterapia a incluir o estudo
da consciência e o aspecto da espiritualidade como temática central em sua abordagem.
Surgiu dos estudos pioneiros da americana Helen Bonny (GOLDBERG; DIMICELI-
MITRAN, 2010).
A musicoterapeuta iniciou uma pesquisa com drogas psicodélicas no Maryland
Psychiatric Research Center (MPTC), em que desenvolveu programas musicais para dar
suporte a experiências de alteração de consciência, o que mais tarde se transformaria no
método GIM. Bonny percebeu que muitas das experiências tinham um caráter marcadamente
espiritual, e compreendeu que a presença da música nessas sessões ajudava os pacientes a
abrir mão do controle e penetrar mais profundamente em sua dimensão interior. Além disso, a
música facilitava a liberação emocional, ajudava a dirigir e estruturar as experiências e
conduzia às experiências de pico, marcadas pela expansão da identidade, um profundo sentido
de reverência, maravilha e mistério, muitas de caráter inefável.
O método GIM foi então estruturado para promover uma vivência profunda, na qual
programas específicos de música clássica ocidental são utilizados para possibilitar um
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traz a representação dos estados complementares de onda e matéria e faz uma analogia com o
contexto terapêutico: a base do sistema traz a propriedade material ou determinada, contendo
os indivíduos, suas funções e personalidades específicas, que se encontram em um espaço e
tempo determinados e com um objetivo específico; ao mesmo tempo, o sistema inclui a
música e suas vibrações, as energias internas e externas que são criadas e recriadas de
momento a momento, o que se configura como uma função de onda. Nesta função, estão
inclusas também todas as relações: entre terapeuta e cliente, entre pensamentos e sentimentos
e entre o ambiente externo e interno (AMIR, 1998).
Amir destaca que as relações acontecem no processo terapêutico como em uma teia e
transcendem essas delimitações. As conexões não são lineares, mas multidimensionais. São
inseparáveis e inter-relacionadas.
O trabalho de Amir envolve uma estrutura completa diretamente influenciada pelo
pensamento holístico. É um exemplo de como o novo paradigma pode gerar bases teóricas,
que se preocupam com as relações entre as partes ao invés de considerar apenas partes
separadas. De acordo com Amir, a saúde nesse modelo orienta-se no processo, na interação,
no comportamento, no estilo de vida e nos ritmos biológicos.
Dentro do pensamento holístico e transpessoal na Musicoterapia, o argentino Carlos
Fregtman é outro expoente. Seus escritos abordam com profundidade a mudança
paradigmática ocorrida na ciência e como isso afeta a prática terapêutica. Consequentemente,
traz as contribuições dessa visão para a Musicoterapia.
4
O próprio Fregtman, na obra original, inclui a nota de rodapé: “Bootstrap significa literalmente ‘cordão dos
sapatos’. Esta imagem formulada por Geoffrey Chew, em 1968, sugere que os diversos elementos e
acontecimentos que compõem este mundo estão todos ligados entre si por cordões entrecruzados” (p. 107).
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não como entes isolados, mas como sistemas que se inter-relacionam com outros sistemas, e
estes sistemas com outros sistemas e assim por diante. “Como na teoria quântica, que nunca
trabalha com uma coisa, nós não trabalhamos nunca com paciente, mas com interrelações de
sistemas num complicado tecido de conexões” (p. 89). Assim, o sistema estrutural humano
deve ser entendido como uma Gestalt sistêmica composta de três níveis: psique e soma (ou
corpo e mente, psicológico e fisiológico) e também o domínio da Consciência. O processo de
mudança, para Fregtman, implica num compromisso que transcende a dualidade
psicossomática cartesiana, pois vai além do âmbito pessoal (FREGTMAN, 1989).
À semelhança de outros musicoterapeutas que intuíram seu caminho a partir de
experiências clínicas e da própria reflexão a respeito delas, Fregtman descobriu os elos entre a
visão holística-transpessoal e a Musicoterapia no decorrer de seu trabalho. Conta que o ponto
de partida para suas descobertas foi a música que criava nas sessões de musicoterapia
“intuitiva”, como chama, no trabalho com diferentes patologias – pacientes autistas, com
incapacidade motora, esquizofrênicos e outros doentes graves. Segundo Fregtman, o
crescimento terapêutico (e assim, a promoção de saúde) não advém da confrontação direta ou
substituição dos aspectos patológicos, compulsivos, enfermos, “arrítmicos” da própria vida,
mas através de seu “desgaste e desinteresse progressivo”. “À medida que a pessoa começa a
perceber mais satisfatória e plena a situação transpessoal consciente, desvanecer-se-ão aos
poucos os hábitos inadequados” (1990, p. 113).
A contribuição de Fregtman para o campo da Musicoterapia é de grande valor,
principalmente pela potência de sua visão reflexiva e sua capacidade como articulador de um
sem número de conteúdos, criando com seu texto, literalmente, uma teia sistêmica de
interligações. A temática da saúde está implícita durante todo o seu discurso, pois se relaciona
diretamente com o crescimento terapêutico na visão transpessoal.
A MEDICINA DO SOM
A "cura através do som" é uma expressão empregada por muitos autores que abordam
a utilização do som e da música de uma maneira holística para influenciar a saúde, e reflete
um vasto espectro de práticas milenares. Bruscia (2000) insere a “cura” como uma das áreas
de prática da Musicoterapia. O autor explica que essa área engloba as utilizações das
propriedades universais da vibração, do som e da música com a o objetivo de restaurar a
harmonia do indivíduo e entre o indivíduo e o universo. No entanto, muitos autores que
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escreveram sobre o fenômeno da cura através do som e das vibrações dentro dessa visão não
são musicoterapeutas, no sentido de que suas práticas não estão fundamentadas dentro do
corpo teórico da Musicoterapia propriamente dito, aliado às escolas de psicologia ocidentais.
Os fundamentos dessa linha de trabalho se aproximam mais de princípios de medicina
complementar e alternativa, especialmente aquelas que enfatizam a compreensão da saúde
através do fluxo de energia vital ou sutil pelo organismo (como no caso da medicina
tradicional indiana e chinesa). Segundo Goswami (2010), nessas modalidades, o corpo vital
(ou a esfera dos processos energéticos do organismo que se refletem no corpo físico)
representa as matrizes das funções biológicas, e a doença é encarada como um desequilíbrio
nesse sistema energético, como um resultado do condicionamento do organismo (hábitos de
vida). Nesse nível mais sutil está a explicação para desequilíbrios sistêmicos ou crônicos que
estão na origem, por exemplo, de doenças como o câncer. Esses sistemas compreendem a
energia vital ou sutil como uma força que permeia mente e corpo e também todo universo.
Assim, o estado de harmonia do organismo é resultado de um estado de harmonia com o
cosmos, da inteligência individual com a inteligência universal.
É provável que o leitor ocidental vá encontrar pouca literatura que aborde o tema de
energia vital e sua relevância para a saúde com tanta simplicidade e clareza quanto nos
escritos do grande músico indiano e mestre sufi Hazrat Inayat Khan. De fato, Khan (1993)
aborda com lucidez todo o fundamento de uma concepção verdadeiramente holística de saúde.
Em termos musicais, ele explica que a causa da doença – vista como desarmonia, física ou
mental, atuando uma sobre a outra – é a falta de tom, ou prana, a energia vital; e a falta de
ritmo, ou a circulação e a regularidade, o que se caracteriza por uma obstrução ou congestão
do fluxo normal de energia.
Khan compara o corpo a um instrumento musical, que deve se manter afinado para ser
um veículo da harmonia divina. Prossegue em sua metáfora dizendo que, assim como as
cordas de um instrumento requerem limpeza, o corpo humano também precisa se manter
limpo. Preza o cuidado na dieta, a sobriedade e enfatiza a necessidade da respiração
apropriada para manter limpos os canais pelos quais a vida flui no organismo.
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É certo que, sob uma perspectiva materialista baseada na ciência clássica, discutir
saúde em termos de “harmonia cósmica” ou “energia sutil” pode não fazer sentido. No
entanto, é preciso observar que as descobertas da Nova Física – que sugerem que a matéria
nada mais é do que uma “dança de energia” – abrem possibilidades inteiramente novas para
integrar a compreensão dessas correntes não-ocidentais da medicina no escopo dos estudos
científicos (GOSWAMI, 2010). Além disso, “de acordo com a ciência moderna, a energia não
é uma substância, mas uma medida de atividade, de padrões dinâmicos”. As energias sutis
podem ser compreendidas como “como metáforas que descrevem os padrões dinâmicos de
auto-organização” (CAPRA, 2006, p. 333).
Finalmente, como o som é, em essência, energia e vibração, pode ser utilizado para
influenciar o organismo e assim criar harmonia. Um pressuposto básico na linha da cura pelo
som é a compreensão do universo como um oceano de vibrações, em outras palavras: tudo é
som, ou nada brahma, em sânscrito. Também parte-se da noção de que a harmonia inerente
do organismo (microcosmo) reflete a harmonia universal (macrocosmo). Berendt (1983) faz
uma extensa análise de como é possível perceber nos padrões da natureza – por exemplo, nas
formas do corpo humano e do mundo vegetal – proporções harmônicas de organização que
refletem as mesmas relações encontradas entre um tom fundamental e seus harmônicos.
Discorre também sobre o misticismo presente no hinduísmo, no sufismo e mesmo no
cristianismo, revelando que, no berço dessas tradições, o ato da criação do universo se inicia a
partir do som ou da vibração. Para ilustrar melhor, vale mencionar outra passagem do sufi
Hazrat Inayat Khan:
A vida absoluta de onde emerge tudo aquilo que é sentido, visto e percebido, e na
qual todas as coisas novamente imergem com o tempo, é a silenciosa, imóvel e
eterna vida que entre os Sufis é chamada de zat. Todo movimento que brota desse
silêncio é uma vibração e também um criador de vibrações. (...) É o grau de
atividade dessas vibrações que determina os vários planos da existência. Imagina-se
que esses planos sejam diferentes entre si, mas na verdade eles não podem ser
totalmente destacados e separados um do outro (KHAN, 2005, p. 5, tradução nossa).
Goldman (1994) sugere a cura pelo som através do princípio da ressonância: para ele,
o corpo humano também possui um “tom fundamental”, um estado em que vibra de maneira
adequada e assim manifesta harmonia. Sua ideia é de que a doença acontece quando o corpo
ou alguma de suas partes está “desafinada”, fora de seu tom apropriado. Assim, a aplicação de
frequências sonoras, principalmente através do uso da voz e seus harmônicos, tem como
objetivo restaurar a harmonia do organismo, “afinando-o” novamente. O som produzido,
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microcosmo com o macrocosmo. Dessa forma, suas práticas são também consideradas
holísticas, pois não reconhecem fronteiras entre o individual e o universal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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equilibrado e equânime. Ele não apenas reage às circunstâncias, mas age e sente
conscientemente. A noção holística é de que o homem, sendo feito da mesma substância do
universo, tem em si mesmo o potencial da vida e toda a sabedoria em si mesmo. O universo
vive no homem assim como o homem vive no universo.
Acredita-se que um musicoterapeuta holístico deve estar disposto a explorar a si
mesmo e as fronteiras de sua própria percepção. Deve estar disposto a ir além de sua mente e
de suas concepções de mundo e a encontrar um propósito no que faz, a sabedoria em seu
âmago. Como diz Carlos Fregtman, cada musicoterapeuta pode encontrar seu próprio
caminho de trabalho uma vez que possa refletir “de onde veio e para onde vai”, ou seja, seu
lugar no mundo.
A física demonstrou que o universo é um oceano de energia, e energia é atividade e
vibração. O musicoterapeuta holístico deve se conscientizar de que tudo é “vibração-energia-
movimento”, e assim refinar sua percepção. Todas as coisas têm um som. Existe um som
específico para cada objeto, para cada ação e para cada estado de espírito. Existe uma
vibração inerente a tudo. Compreender o mundo por esse ponto de vista é a chave para
compreender a saúde através da música, e a música através da saúde – uma o reflexo da outra,
uma sendo a outra.
Sugere-se também que o musicoterapeuta holístico não deixe de atentar para a
comunicação entre a música e o mundo natural, entre a harmonia da música e a harmonia das
formas, entre as vibrações sonoras e os movimentos sutis dos organismos vivos. A natureza
serve como reflexo da harmonia cósmica, e existe para elevar a compreensão do ser humano a
respeito das leis da vida. A música nasce também da relação do homem com a natureza.
Finalmente, o musicoterapeuta tem muito a ganhar se for além das linhas ocidentais de
pensamento e além dos sistemas da psicologia e explorar também os sistemas de medicina
tradicional, complementar e alternativa. Como exemplo, a medicina indiana (Ayurveda), que
se baseia nos textos milenares indianos conhecidos como Vedas, conta com uma abordagem
psicológica que não apenas é holística por excelência, como representa um esforço muito
antigo de compreensão do ser humano e da interdependência entre mente, corpo e espírito. O
paradigma holístico subentende um movimento transcultural, contrário ao etnocentrismo
típico da civilização ocidental. Noções de outras abordagens terapêuticas, em especial
abordagens orientais, podem enriquecer o trabalho do musicoterapeuta ao oferecer in-sights
profundos sobre o funcionamento do organismo e sua relação com o universo.
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