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TIPO DE TRINCA

FRATURA FRÁGL

MORFOLOGIA:

CARACTERÍSTICAS DA FRATURA FRÁGIL

A fratura de, modo geral, ocorre repentinamente em uma estrutura, mesmo que
ela esteja submetida a um nível de tensões abaixo do nível correspondente de
escoamento, ou mesmo da tensão de trabalho. Como este tipo de fratura ocorre de
maneira imprevisível, muitos acidentes, alguns deles catastróficos, já aconteceram,
conforme mostra a Fig. 1. As características da fratura frágil são, grosso modo, as
seguintes:

EVOLUÇÃO:

 (a) a probabilidade de ocorrência de fraturas frágeis aumenta com a diminuição da


temperatura, principalmente se ela for inferior à temperatura ambiente;

 (b) a fratura, de modo geral, ocorre perpendicularmente à direção da tensão de


solicitação e o material se rompe como o vidro. A superfície da fratura atravessa
casa cristal e apresenta um aspecto brilhoso, quando reflete a luz. Outra
característica de uma superfície resultante de fratura frágil é a presença das
“marcas de sargento”, que apontam para a direção de iniciação da trinca, conforme
mostram as Fig. 2 e Fig. 3.

Fig. 1. Fratura frágil de um tanque esférico durante o teste hidrostático.


Fig. 2. Características da superfície de uma fratura frágil.

Fig. 3. Aparência real de uma fratura frágil.

 (c) as fraturas, geralmente têm origem em descontinuidades, quer do material quer


da geometria, causadas, na maior parte das vezes, por soldagem defeituosa, pois
nestes pontos sempre haverá tendência a concentração indesejável de tensões e
deformações;

 (d) a fratura frágil ocorre a baixos níveis de tensão, inferiores ao limite de


escoamento do material, e este tipo de propagação pode atingir 2000 m/s;

 (e) este tipo de fratura ocorre somente em materiais com a estrutura cristalina do
tipo cubo de corpo centrado, como os aços doces e os aços de baixa liga. Os
materiais que apresentam a estrutura cristalina do tipo cubo de faces centradas,
como alumínio, cobre, níquel e os aços inoxidáveis austeníticos, não exibem fratura
frágil.

Tenacidade em presença de entalhe.

De maneira geral, a resistência que o material exibe à fratura frágil é


denominada tenacidade em presença de entalhe, resistência à propagação à fratura
em presença de entalhe ou ainda o termo toughness ou notch toughness, que muitos
costuma utilizar. Regra geral, a tenacidade em presença de entalhe de aços carbonos
Fig. 4. Transição do tipo de fratura.

Fig. 5. Curvas típicas de resultados do ensaio Charpy-V : energia absorvida x


temperatura e porcentagem de fratura frágil x temperatura

Fig. 6. Exemplos de curvas de energia – Tempraturas obtidas por meio de ensaios


Charpy-V para diferentes aços
diminui drasticamente a baixas temperaturas, da mesma forma que o modo de fratura
muda de dúctil para frági, conforme está esquematizado na Fig. 4. As Figs. 5 e 6, por
sua vez, apresentam curvas de tenacidade em presença do entalhe, quando se toma
como ordenada o nível de energia absorvida nos ensaios de impacto. A temperatura
ou a faixa de temperaturas à qual se observa uma variação drástica no nível de
energia absorvida são denominadas temperatura de transição de energia(TtrE),
conforme está indicado na Fig.7.

Fig. 7. Distorção angular e desalinhamento de juntas soldadas.

A temperatura de transição ou a energia absorvida nos ensaios de impacto


dependem do tipo de aço, e representam uma boa medida de tenacidade do material
em presença do entale; na prática, o critério do nível de energia absorvida é o mais
utilizado. As especificações dos aços, geralmente, apresentam os valores da energia
absorvida ou da temperatura de transição de aços, geralmente, apresentam valores da
energia absorvida ou da temperatura de transição de acordo com o seu emprego,
traduzidos por parâmetros como temperatura ambiente, tensões atuantes e espessura
do material. Na determinação dos valores em discussão, é muito comum a utilização
de corpos de prova de grandes dimensões, para melhor simular as condições reais de
serviço do material ensaiado. Da mesma forma, para muitas aplicações, o valor da
energia absorvida ou da temperatura de transição são também especificados para as
juntas soldadas executadas com o material.
Recentemente, os estudos teóricos sobre fratura frágil, envolvendo o
comportamento dinâmico dos materiais, foram retomados; nesses estudos, tem-se
feito extenso uso das teorias de Orowan e Griffith, de Irwin e do COD (crack opening
displacement). Através desses estudos, tem-se ampliado a compreensão sobre o
mecanismo da fratura frágil e, consequentemente, sobre o comportamento dos
materiais em presença do entalhe, tanto do ponto de vista teórico, como do
experimental.

CAUSAS DA FRATURA FRÁGIL E MEDIDAS PREVENTIVAS

As principais causas da ocorrência de fraturas frágeis são:

 (a) temperatura de serviço;

 (b) comportamento do material-base e do material consumível a baixa


temperaturas;

 (c) presença de entalhes nas juntas soldadas, como trincas, falta de fusão, inclusão
de escória e outros defeitos;

 (d) desenvolvimento de tensões residuais na junta soldada;

 (e) Deterioração das propriedades do material, devida ao calor de soldagem;

 (f) concentração de tensões, devida a descontinuidades estruturais ou do material;


 (g) erros de processamento do material de fabricação, que distorções angulares e
desalinhamento estrutural, conforme está esquematizado na Fig. 7.

Para prevenir a ocorrência de fratura frágil, é necessário eliminar ou atenuar


suas causas. As medidas preventivas mais empregadas são enumeradas a seguir:

 (a) Utilização de materiais que tenham excelentes características de tenacidade


em presença de entalhes;

 (b) projeto estrutural que elimine ao máximo aos pontos de concentração de


tenções;

 (c) emprego de procedimento de soldagem e meios de controle que garantam a


ausência de distorções angulares e desalinhamentos estruturais;

 (d) emprego de procedimentos de soldagem e meios de controle que reduzam a


possibilidade de alterações nas características do material-base, na zona
termicamente afetada;

 (f) emprego de procedimentos de soldagem que atenuem o desenvolvimento de


tensões residuais de alta intensidade, atenuando na sequência de soldagem, nos
ensaios de pressão e no Lívio de tensões após a soldagem.

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