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II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE MENTAL

INTERSETORIAL
Arte: Painel Coletivo - CAPS Geral – SER IV - Conduzido pelo artista Alberto Fernandes

“Saúde mental, direito e compromisso de todos:


consolidar avanços e enfrentar desafios”

RELATÓRIO FINAL

FORTALEZA, 06 E 07/04/2010
HOTEL MAREIRO
2010 Conselho Municipal de Saúde de Fortaleza
Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza
Permitida a reprodução parcial, desde que citada a fonte

Organização: Conselho Municipal de Saúde de Fortaleza


Comissão Organizadora da II Conferência Municipal de Saúde Mental
Comissão de Relatoria

Conselho Municipal de Saúde de Fortaleza


Comissão de Reforma Psiquiátrica e Saúde Mental
o
Rua do Rosário, 283 – 6 andar – Centro
CEP: 60.055-090 – Fortaleza/Ceará
Tel.: (085) 34526612/13.
Endereço eletrônico: cmsf-ce@hotmail.com

Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza


Coordenação Colegiada de Saúde Mental
o
Rua do Rosário, 283 – 4 andar – Sala 407 – Centro
CEP: 60.055-090 – Fortaleza/Ceará
Fone/Fax: (085) 34526941/3433.7146.
Endereço eletrônico: saudemental@sms.forttaleza.ce.gov.br / pmrdanos@sms.fortaleza.ce.gov.br
Capa: Arte: Painel Coletivo - CAPS Geral – SER IV - Conduzido pelo artista Alberto Fernandes

Ficha Catalográfica

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE FORTALEZA.


CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE. Comissão Organizadora da II
CMSM-I. Relatório Final da II Conferência Municipal de Saúde Mental-
Intersetorial de Fortaleza.
Fortaleza, 06 e 07 de Abril de 2010. Fortaleza: Conselho Municipal de
Saúde / Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, 2010, 65 p.
1. Saúde mental – Legislação. 2. Congressos - Sistema único de saúde.
3. Sistema único de saúde, controle social.
ÍNDICE

APRESENTAÇÃO...................................................................................... 06
I SAÚDE MENTAL E POLÍTICAS DE ESTADO: PACTUAR CAMINHOS
INTERSETORIAIS..................................................................................... 12
Princípios e Diretrizes................................................................................ 13
1 Organização e consolidação da rede......................................................... 14
2 Financiamento............................................................................................ 16
3 Gestão do trabalho em Saúde Mental........................................................ 18
4 Política de Assistência Farmacêutica......................................................... 18
5 Participação social, formulação de políticas e controle social................... 19
6 Gestão da informação, avaliação, monitoramento e planejamento em
Saúde Mental............................................................................................. 20
7 Políticas sociais e Gestão intersetorial....................................................... 20
8 Formação, Educação Permanente e Pesquisa em Saúde Mental............. 21
9 Reforma Psiquiátrica, Reforma Sanitária e o SUS..................................... 23
II CONSOLIDANDO A REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL E
FORTALECENDO OS MOVIMENTOS SOCIAIS...................................... 24
Princípios e Diretrizes................................................................................ 25
1 Cotidiano dos Serviços: trabalhadores, usuários e familiares na
produção do cuidado.................................................................................. 26
2 Práticas clínicas no território...................................................................... 28
3 Centros de Atenção Psicossocial como dispositivo estratégico da
Reforma Psiquiátrica.................................................................................. 29
4 Atenção às pessoas em crise na diversidade dos serviços....................... 30
5 Desinstitucionalização, inclusão e proteção social: residências
terapêuticas, Programa de Volta para Casa e articulação intersetorial no
território...................................................................................................... 30
6 Saúde Mental, Atenção Primária e Promoção da Saúde........................... 31
7 Álcool e outras drogas como desafio para a saúde e políticas
intersetoriais............................................................................................... 31
8 Saúde mental na Infância, Adolescência e Juventude: uma agenda
prioritária para a atenção integral e intersetorialidade............................... 34
9 Garantia do acesso universal em Saúde Mental: enfrentamento da
desigualdade e iniquidades em relação à raça/etnia, gênero, grupos
geracionais, população em situação de rua, em privação de liberdade,
pessoas convivendo com as DST/HIV e outras condicionantes sociais
na determinação da saúde mental............................................................. 35
III DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA COMO DESAFIO ÉTICO E
INTERSETORIAL....................................................................................... 36
Princípios e Diretrizes................................................................................ 37
1 Direitos Humanos, Cidadania e Sexualidade............................................. 37
2 Trabalho, Geração de Renda e Economia Solidária.................................. 38
3 Cultura/ Diversidade Cultural..................................................................... 39
4 Justiça e Sistema de Garantia de Direitos................................................. 40
5 Educação, inclusão e cidadania................................................................. 42
6 Seguridade Social: Previdência, Assistência Social e Saúde.................... 43
7 Organização e mobilização dos usuários e familiares de Saúde Mental... 43
8 Comunicação, informação e relação com mídia........................................ 44
9 Violência e saúde mental........................................................................... 45
MOÇÕES APROVADAS............................................................................ 47
COMISSÃO ORGANIZADORA.................................................................. 50
ANEXOS.................................................................................................... 54
A primeira Conferência Nacional no campo da saúde mental aconteceu em
1987, apontando a necessidade de profundas e imediatas transformações no
modelo de assistência em saúde mental do Brasil.
Em 2001, foi realizada a III Conferência Nacional de Saúde Mental e a I
Conferência Municipal de Saúde Mental de Fortaleza, que teve como Tema
Central: “Cuidar sim, Excluir não – efetivando a Reforma Psiquiátrica, com
Acesso, Qualidade, Humanização e Controle Social”, lançando as bases para
pactuação de uma política de saúde mental de Estado.
Ao longo desse tempo, Fortaleza criou 03 CAPS, sendo referência para
cidade das ações de saúde mental. Desde 2005, vem sendo construída
coletivamente a Política de Saúde Mental de Fortaleza, com implantação de
serviços abertos, comunitários, que compõem a Rede Assistencial de Saúde
Mental. Mesmo com tantos avanços, inúmeros desafios ainda devem ser
superados, principalmente a hegemonia do modelo asilar.
Durante a 13ª Conferência Nacional de Saúde realizada em 2007, em
Brasília - Eixo III - A Participação da Sociedade na Efetivação do Direito Humano
à Saúde – foi deliberado que o Conselho Nacional de Saúde convocasse
conferências temáticas e intersetoriais, em especial a de Saúde Mental, dentre
outras, com maior participação de movimentos populares, associações de
usuários e Organizações Não-Governamentais (ONG) que atuam nas áreas
específicas.
Seguindo a trajetória de luta, em 30 de setembro de 2009, aconteceu a
Marcha dos Usuários pela Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, que reuniu 1800
usuários em Brasília, numa manifestação pela efetividade da aplicação da Lei
10.216/2001 (Lei Paulo Delgado), que dispõe sobre os direitos das pessoas
portadoras de transtorno mental, assim como a realização da IV Conferência
Nacional de Saúde Mental.
Aprovada pelo Plenário do Conselho Nacional de Saúde (Resolução n° 433)
em 14 de janeiro de 2010 e homologada pelo Ministro da Saúde no Diário Oficial
da União, no dia 08.02.10, a IV Conferência Nacional de Saúde Mental, com o
tema: “Saúde Mental, direito e compromisso de todos: consolidar avanços e
enfrentar desafios”, vem avaliar a política de saúde mental, suas conquistas e
desafios e propor, através do esforço coletivo e participativo, a adoção de
recomendações que promova a integralidade no campo da saúde mental. O tema
central está organizado em 03 Eixos, com seus respectivos subtemas:
Eixo I: Saúde Mental e Políticas de Estado: pactuar caminhos intersetoriais:
- Organização e consolidação da rede;
- Financiamento;
- Gestão do trabalho em Saúde Mental;
- Política de Assistência Farmacêutica;
- Participação social, formulação de políticas e controle social;
- Gestão da informação, avaliação, monitoramento e planejamento em Saúde Mental;
- Políticas sociais e Gestão intersetorial;
- Formação, Educação Permanente e Pesquisa em Saúde Mental;
- Reforma Psiquiátrica, Reforma Sanitária e o SUS.
Eixo II: Consolidando a rede de atenção psicossocial e fortalecendo os movimentos
sociais:
- Cotidiano dos Serviços: trabalhadores, usuários e familiares na produção do cuidado;
- Práticas clínicas no território;
- Centros de Atenção Psicossocial como dispositivo estratégico da Reforma Psiquiátrica;
- Atenção às pessoas em crise na diversidade dos serviços;
- Desinstitucionalização, inclusão e proteção social: residências terapêuticas, Programa
de Volta para Casa e articulação intersetorial no território;
- Saúde Mental, Atenção Primária e Promoção da Saúde;
- Álcool e outras drogas como desafio para a saúde e políticas intersetoriais;
- Saúde mental na Infância, Adolescência e Juventude: uma agenda prioritária para a
atenção integral e intersetorialidade;
- Garantia do acesso universal em Saúde Mental: enfrentamento da desigualdade e
iniquidades em relação à raça/etnia, gênero, grupos geracionais, população em situação
de rua, em privação de liberdade, pessoas convivendo com as DST/HIV e outras
condicionantes sociais na determinação da saúde mental.
Eixo III: Direitos humanos e cidadania como desafio ético e intersetorial:
- Direitos Humanos, Cidadania e Sexualidade;
- Trabalho, Geração de Renda e Economia Solidária;
- Cultura/ Diversidade Cultural;
- Justiça e Sistema de Garantia de Direitos;
- Educação, inclusão e cidadania;
- Seguridade Social: Previdência, Assistência Social e Saúde;
- Organização e mobilização dos usuários e familiares de Saúde Mental;
- Comunicação, informação e relação com mídia;
- Violência e saúde mental.
A II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE MENTAL – INTERSETORIAL
DE FORTALEZA foi realizada nos dias 6 e 7 de abril de 2010, sendo aprovada
na 65º reunião extraordinária do Conselho Municipal de Saúde, com a Resolução
nº 02, de 02 de março de 2010 e com a Portaria No 09/2010, de 15 de Março de
2010, da Secretaria Municipal de Saúde.
A II Conferência foi estruturada com uma Mesa de Abertura com as
autoridades locais, homenagens, performances artísticas e vídeo sobre a Rede
Assistencial de Saúde Mental. A Conferência de Abertura foi proferida por
Antonio Lancetti de forma a favorecer esclarecimento aos participantes sobre o
tema central. Os Painéis Temáticos tinham como objetivo esclarecer à plenária
sobre os temas abordados em cada Eixo, para facilitar a reflexão, a discussão e a
formulação de propostas nos Grupos de Trabalho, correspondente a cada Eixo
Temático. Os painéis foram compostos por profissionais especialistas na área da
saúde mental, sendo apresentado da seguinte forma:
Eixo I – Saúde Mental e Políticas de Estado: pactuar caminhos intersetoriais
Painelista 1 – Profº Dr. José Jackson Sampaio
Painelista 2 – Profo Dr. Cézar Wagner de Lima Goes
Eixo II – Consolidando a rede de atenção psicossocial e fortalecendo os
movimentos sociais
Painelista 3 – Profº Dr. Luis Fernando Farah de Tófoli
Painelista 4 – Profº Dr. Rino Bonvini
EIXO III – Direitos humanos e cidadania como desafio ético e intersetorial
Painelista 5 – Demitri Cruz
Painelista 6 – Cynthia Sturdat
A Conferência teve 06 Grupos de Trabalho (GT). As propostas e as
moções foram aprovadas pela Planária Final.
Alguns aspectos da dinâmica de organização serão descritos a seguir para
explicitar a condução dos trabalhos, discussão e deliberação que conduziram a
este Relatório Final.
Os Eixos Temáticos foram divididos em 06 Grupos de Trabalho, sendo 02
GT para cada Eixo, nos quais se responsabilizaram por discutir os subeixos
determinados pela Comissão Organizadora, de acordo com a aproximação dos
temas correspondentes. Cada GT elegeu 01 Coordenador, responsável pela
condução e facilitação do processo grupal, 01 Secretário, responsável pela
organização do GT, controle do tempo e da ordem das falas e 01 Relator,
responsável pela consolidação do relatório e apresentação na plenária do GT.
Cada GT teve ainda um Coordenador Temático e 02 relatores adjuntos,
convidados pela Comissão Organizadora para auxiliar na condução dos
trabalhos.
Os 06 relatórios foram agrupados por Eixo e por subeixo para ser
encaminhado à Plenária Final para apreciação e aprovação, totalizando 315
propostas.
A Plenária Final durou cerca de 09 horas de discussões, com início às 15h,
com acompanhamento da plenária através de telões e finalização às 23h30min,
do dia 07/04/2010, com a eleição dos delegados. A Plenária Final foi gravada,
sendo transcrita para possibilitar a verificação de possíveis dúvidas que
pudessem surgir, contribuindo para elaboração do Relatório Final.
A Comissão de Relatoria respeitou ao máximo a redação das propostas,
fazendo apenas alterações ortográficas. Algumas delas foram sintetizadas
quando semelhantes ou repetidas, organizando-as nos respectivos subeixos. As
propostas originais foram preservadas e arquivadas para eventuais consultas.
Todas as Moções apresentadas, em um total de 05, foram aprovadas pela
Plenária Final, sempre com o cuidado de conferir o número de assinaturas
válidas dos delegados credenciados, sendo classificadas em três categorias:
Apoio (01); Reconhecimento (01) e Repúdio (03).
Após todo este processo, entende-se que este Relatório Final é um
referencial na área de atenção em saúde mental aos gestores, prestadores,
trabalhadores, usuários e comunidade em geral, com propostas a serem
desenvolvidas em curto, médio e longo prazo, registrando um processo coletivo,
democrático para solidificação dos avanços e enfrentamento dos desafios para
consolidação da Política de Saúde Mental de Fortaleza em uma política de
Estado.
A II Conferência Municipal de Saúde Mental – Intersetorial de Fortaleza
compôs um fórum privilegiado com a participação de usuários e familiares dos
serviços de saúde, trabalhadores da saúde, movimentos populares da saúde,
associações, ONG’s, gestores dos serviços, representações de profissionais e
entidades formadoras, representações da intersetorialidade para discutir o
contexto da saúde mental em Fortaleza, trilhando caminhos para a consolidação
de uma Política de Saúde Mental que garanta a promoção de direitos em saúde
mental e construir marcos norteadores, cada vez mais consoantes com o ideário
da Reforma Psiquiátrica e com os princípios do Sistema Único de Saúde.
Nessa perspectiva, apresentamos o Relatório Final da II Conferência de
Saúde Mental – Intersetorial de Fortaleza.

COMISSÃO DE RELATORIA

COMISSÃO ORGANIZADORA DA
II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAUDE MENTAL
INTERSETORIAL DE FORTALEZA
Princípios e Diretrizes

A II Conferência de Saúde Mental – Intersetorial de Fortaleza vem


reafirmar seu compromisso na construção de uma política de saúde mental,
implicada com a promoção de direitos, com as necessidades da população,
seguindo o ideário da Reforma Psiquiátrica, desenvolvendo ações de atenção à
saúde mental, sob a égide dos princípios do SUS, em conformidade com as
determinações constantes na Legislação Federal, pela Lei 10.216/01, dentro de
uma lógica antimanicomial.
A Política de Saúde Mental vem propor uma rede de serviços públicos
substitutivos aos hospitais psiquiátricos, comprometidos com a qualidade da
assistência e com a defesa dos direitos das pessoas, de forma a possibilitar
serviços comunitários para a população, desconstruindo o atual modelo
hospitalocêntrico de assistência.
A participação da população em geral e, especificamente de usuários e
familiares, deve ser estimulada em diversos âmbitos, entre eles: os conselhos
gestores das unidades de saúde, os conselhos de saúde (local, regional e
municipal) e os conselhos populares articulados através do Movimento de
Conselhos Populares. Outras iniciativas e formas de organização que possibilitem
reforçar o protagonismo da população na busca por melhor qualidade de vida
também são incentivadas.
Deve ainda, desenvolver uma política de gestão de pessoas participativa e
dialógica, considerando os serviços de saúde mental, não apenas como um
espaço de trabalho, mas de cuidado dos próprios profissionais.
A efetivação da Reforma Psiquiátrica vislumbra a organização de uma
política de assistência farmacêutica, que garanta o acesso aos medicamentos
essenciais em Saúde Mental à população usuária do SUS que deles necessite e
um Sistema de Informações em Saúde Mental que possibilite a avaliação, o
monitoramento e o redirecionamento das ações, baseando-se em estratégias de
avaliação participativa, construindo indicadores e avaliações qualitativas que
considerem a subjetividade do processo de trabalho, que envolve o campo da
saúde mental.
A reorientação do modelo assistencial de saúde mental deve propor uma
política de educação permanente aos profissionais da Rede de Saúde Mental,
incluindo as diversas possibilidades de supervisão, assessoria, consultoria,
incentivando iniciativas de pesquisa, ensino e extensão no campo da saúde
mental.
Nesta perspectiva, a Política de Saúde Mental deve possibilitar práticas
que promovam a autonomia do usuário em suas dimensões, buscando a
superação do modelo estigmatizante, excludente e reprodutor de práticas
manicomiais.
Após discussão nos Grupos de Trabalho do Eixo I, as seguintes propostas
foram aprovadas:

Subeixo 1
Organização e consolidação da Rede

1. Realizar, em caráter de urgência, concurso público para preenchimento das


vagas específicas da rede de saúde mental do município de Fortaleza, de
acordo com as portarias do Ministério da Saúde, com garantia da
implementação do plano de cargos e carreiras para saúde mental, com piso
salarial das categorias;
2. Assegurar a contratação de profissionais para os serviços de saúde mental, a
partir de concurso público, com vistas à consolidação dessa política no
município de Fortaleza;
3. Respeitar o percentual previsto em Lei, no que se refere à terceirização e
privatização, assumindo a gestão da assistência dos serviços de saúde;
4. Formalizar legalmente a rede de saúde mental por meio de ato executivo
municipal, garantindo a constituição de seu quadro funcional de gestores e
trabalhadores, além da inclusão no organograma da Prefeitura Municipal de
Fortaleza e na Secretaria Municipal de Saúde;
5. Criar o cargo de Coordenador Regional de Saúde Mental e de dois cargos de
apoios administrativos para esta coordenação, em cada regional;
6. Implantar leitos psiquiátricos nos hospitais gerais para transtornos mentais e
desintoxicação/tratamento de abstinência de usuários de álcool e outras
drogas;
7. Pressionar para o aceleramento do descredenciamento dos hospitais
psiquiátricos, com a elaboração de um plano municipal de saúde mental,
redirecionando automaticamente os recursos dos leitos fechados para os
serviços substitutivos, apontando datas e recursos previstos;
8. Estruturar e integrar a rede de saúde mental existente em todos os níveis de
atenção, garantindo a integralidade de todos os serviços: atenção básica,
CAPS, urgência e emergência (SAMU), assistência hospitalar, Residência
Terapêutica, Centros de Convivência, Ocas de Saúde Comunitária;
9. Ampliar a rede de saúde mental, de forma a garantir que em cada regional
tenha uma Residência Terapêutica, 09 CAPS Tipo III, sendo 01 a mais nas
SER V e SER VI e mais 01 CAPS infantil, em um prazo de 02 anos,
observando a acessibilidade dos equipamentos físicos e de trabalhadores dos
mesmos;
10. Implementar o CAPSad Tipo III para o atendimento de crise e desintoxicação;
11. Criar ambulatório multidisciplinar de saúde mental;
12. Construir Ocas de Saúde Comunitária em cada regional de Fortaleza como
dispositivos complementares de saúde mental de base territorial e
comunitária, com o objetivo de fortalecer outros espaços de cuidado;
13. Distribuir de forma equitativa os serviços de saúde nas regionais de Fortaleza;
14. Adquirir sedes patrimoniais para os serviços de saúde mental, principalmente
para os CAPS e Residência Terapêutica;
15. Implementar e ampliar a estratégia do Apoio Matricial na rede de saúde de
Fortaleza em todos os níveis de atenção, de forma efetiva, como ferramenta
de reorganização da rede e como apoio pedagógico assistencial, envolvendo
a formação dos profissionais;
16. Avançar no processo de implementação da estratégia de matriciamento em
saúde mental da atenção básica como política pública efetiva, que exige a
intervenção dos gestores para garantia da implantação desta prática;
17. Garantir total cobertura de apoio matricial na atenção básica, realizado
majoritariamente por equipes do NASF e CAPS;
18. Criar Política Municipal de Práticas Integrativas e Populares de Saúde, no
âmbito da gestão da saúde de Fortaleza;
19. Reconhecer as ocas como equipamento da Política de Saúde, garantindo a
manutenção e ampliação das mesmas;
20. Garantir agilidade na execução do serviço de referência e contrarreferência
entre CSF e CAPS e rede socioassistencial, de modo a viabilizar a atenção
integral;
21. Assegurar o funcionamento do sistema de referência e contrarreferência entre
as redes;
22. Melhorar a estrutura existente, com o cumprimento da Portaria acerca da
infraestrutura dos serviços (informatização, acessibilidade, entre outros), com
o repasse de suprimento de fundo mensal e de materiais para proporcionar
um atendimento de qualidade;
23. Garantir acessibilidade de transporte para realização de visitas domiciliares
em todos os dias úteis do mês;
24. Garantir apoio institucional à construção dos fóruns locais e territoriais de
saúde mental, que propiciem a ampla participação popular na discussão e
proposição de ações e críticas do setor.

Subeixo 2
Financiamento

25. Garantir o aumento de recursos do orçamento anual do SUS para a saúde


mental;
26. Ampliar orçamento anual para a saúde mental, a fim de garantir recursos
financeiros para adquirir materiais e equipamentos aos projetos artístico-
culturais;
27. Garantir que os recursos decorrentes do fechamento dos leitos psiquiátricos
sejam destinados para a rede substitutiva (Leitos de Saúde Mental nos HG,
CAPS, Residências Terapêuticas, Albergues Terapêuticos e Centro de
Convivência e Cultura);
28. Garantir financiamento da gratuidade às pessoas com transtornos mentais
graves e persistentes aos meios de transporte público, através dos impostos
da venda de bebidas alcoólicas e de cigarro, possibilitando acessibilidade ao
tratamento;
29. Garantir que os indicadores e os determinantes da saúde mental presentes
nos planos local e regional de saúde sejam orientadores para alocação de
recursos de forma equânime;
30. Aprovar os projetos que regulamentam a Emenda Constitucional 029 no que
diz respeito aos recursos efetivos de financiamento do SUS, destinados aos
estados e municípios;
31. Criar financiamento para as ações do Apoio Matricial;
32. Ampliar os tetos financeiros destinados à assistência farmacêutica, mediante
pactuação entre os entes da federação (município, estado e união);
33. Ampliar o teto financeiro para ações culturais da saúde mental;
34. Ampliar recursos financeiros para o Projeto Arte-saúde, na perspectiva da
humanização da saúde, garantindo materiais e equipamentos;
35. Criar linha de financiamento subsidiado (a fundo perdido ou rotativo) para
aquisição de equipamentos, matéria-prima e capacitação técnica específico
para os empreendimentos de trabalho e geração de renda dos usuários da
saúde mental;
36. Adequar os mecanismos de registro e de faturamento (planilhas de produção,
APAC) para permitir avaliação às diversas atividades, tais como: oficinas
terapêuticas, grupos educativos e outros;
37. Garantir suprimento de fundo adequado para a manutenção dos CAPS, com o
acompanhamento dos recursos pelo Conselho Local de Saúde da Unidade;
38. Incluir na definição dos tetos financeiros para o cuidado em saúde mental, as
ações das práticas integrativas e complementares e culturais;
39. Implantar incentivo financeiro para farmácias vivas nos CAPS e nos CSF da
cidade de Fortaleza;
40. Garantir financiamento para formação dos usuários, conselheiros, gestores e
trabalhadores de saúde, fortalecendo os conselhos locais para a defesa do
controle social,
41. Garantir a fiscalização do financiamento pelos conselhos locais, regionais e
municipal de saúde;
42. Acompanhar, através do Conselho Municipal de Saúde, a aplicação dos
recursos para a saúde mental com publicação a cada seis meses destes
dados através de relatório.
Subeixo 3
Gestão do trabalho em saúde mental

43. Garantir o processo de cogestão interdisciplinar e colegiada nas


coordenações, serviços e equipes de saúde mental, por meio de eleição dos
gestores, das coordenações nacionais, estaduais e municipais de saúde
mental, favorecendo a participação de usuários e familiares neste processo;
44. Garantir auditoria e processos de controle e avaliação construtivos, por
profissionais de diversas formações, para os serviços de saúde mental:
CAPS, hospitais psiquiátricos, secundários e gerais;
45. Desenvolver políticas públicas, com estratégias específicas, em articulação
com o CEREST e equipes de apoio matricial, para dar suporte aos
trabalhadores de saúde mental;
46. Criar fluxo de atendimento para viabilizar de fato o sistema de referência –
contrarreferência entre os níveis de atenção;
47. Instituir rodas de diálogo regionais com os trabalhadores da ESF e da rede de
saúde mental, para discussão e encaminhamento de trabalhos;
48. Implantar o acolhimento diário em todos os CAPS;
49. Inserir mais segurança no CAPS.

Subeixo 4
Política de Assistência Farmacêutica

50. Reformular a Lei de patentes existente no Brasil, tendo como base a melhoria
do acesso aos medicamentos;
51. Lutar pela implantação de uma política nacional de propaganda de
medicamentos que coíba a automedicação e o seu uso indiscriminado;
52. Garantir a estrutura adequada da assistência farmacêutica, com melhoria das
farmácias das unidades de saúde, conforme a Portaria no 2982/2009;
53. Implantar farmácias vivas nos CAPS e nos CSF da cidade de Fortaleza;
54. Promover o uso racional de medicamentos;
55. Criar mecanismo de monitoramento da medicalização dos CAPS e Atenção
Básica;
56. Ampliar o rol de medicamentos e a disponibilização destes, de acordo com a
necessidade do usuário com transtorno mental;
57. Reformular a lista de medicamentos da atenção básica;
58. Elaborar uma lista de medicamentos para a atenção especializada em saúde
mental;
59. Estabelecer protocolos e diretrizes clínicas para o tratamento da dependência
química e, com isso criar um componente estratégico na assistência
farmacêutica contendo medicamentos para tal;
60. Garantir o funcionamento em horário integral da farmácia dos CAPS, com a
presença do farmacêutico e auxiliares;
61. Criar comissão de assistência farmacêutica no Conselho Municipal de Saúde;

Subeixo 5
Participação social, formulação de políticas e controle social

62. Implantar os Conselhos Locais de Saúde em 100% dos CAPS de Fortaleza,


com vistas ao fortalecimento do controle social;
63. Criar e fortalecer os conselhos locais de saúde em todos os CAPS, garantindo
representação nos conselhos municipal e estadual, para a defesa do controle
social;
64. Reativar e fortalecer a Comissão de Reforma Psiquiátrica e Saúde Mental do
município de Fortaleza no Conselho Municipal de Saúde, com a criação dos
conselhos locais dos CAPS;
65. Garantir autonomia dos conselhos como órgão cogestor, democrático e de
participação popular, incentivando experiências de cogestão com movimentos
sociais;
66. Incentivar a participação de usuários e familiares nos Conselhos Locais de
Saúde;
67. Fortalecer o papel de mobilizadore(a)s sociais;
68. Criar fóruns locais e regionais da saúde mental.
Subeixo 6
Gestão da informação, avaliação, monitoramento e
planejamento em saúde mental

69. Criar sistemas de informação, mecanismos de planejamento, avaliação e


monitoramento pautado nas ações de saúde mental em âmbito local e
municipal, com a criação de indicadores nos instrumentos formais (Conselhos)
de gestão e informais (fóruns populares e comitês intersetoriais de saúde),
quantitativos e qualitativos, acessíveis à população, que retroalimentem os
serviços a gestão e as instâncias de decisão;
70. Estimular e fortalecer o processo de planejamento das ações, a partir dos
indicadores de saúde e sociais locais, através da otimização de instrumentos
como a sala de situação;
71. Informatizar os CAPS, integrando-os ao sistema da rede municipal de saúde,
viabilizando a marcação de consultas e exames;
72. Criar indicadores para avaliar as práticas integrativas e matriciamento para a
consolidação da rede;
73. Ampliar o caráter participativo de construção dos planos locais de saúde;
74. Incluir familiares e usuários no planejamento anual dos serviços de saúde
mental;
75. Garantir a participação do segmento de usuários conselheiros de saúde ou
associações de saúde mental no grupo técnico, designado pela Secretaria
Estadual da Saúde, responsável pela avaliação dos hospitais psiquiátricos
integrantes ao SUS, a partir do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços
Hospitalares – PNASH Psiquiatria, regulamentado pela Portaria no 251/2002;
76. Inserir a saúde mental na vigilância epidemiológica.

Subeixo 7
Políticas sociais e gestão intersetorial

77. Implantar e implementar o planejamento intersetorial, integrado e participativo


das ações de saúde mental com outras redes assistenciais e comunidade, de
forma a constituir uma atenção integral que inclui as experiências populares
de cuidado, promoção à saúde, articulando com as políticas transversais,
como a Política Nacional de Humanização e a Política Nacional de Práticas
Integrativas e Comunitárias;
78. Estimular e ampliar a intersetorialidade de forma a promover um suporte
mútuo em lazer, cultura, sociabilidade, esporte, trabalho, renda, etc.;
79. Integrar a rede de saúde mental aos movimentos sociais existentes no
município;
80. Garantir acesso gratuito a eventos artísticos e culturais às pessoas com
transtornos mentais graves e persistentes em atendimento nos serviços de
saúde mental;
81. Garantir acesso gratuito dos portadores de transtornos mentais graves e
persistentes aos meios de transporte público, possibilitando acessibilidade ao
tratamento.

Subeixo 8
Formação, educação permanente e
pesquisa em saúde mental

82. Garantir formação, educação permanente, pesquisa em saúde mental, e


valorização dos trabalhadores; integrando as várias redes de forma
intersetorial e interdisciplinar;
83. Assegurar a formação sistemática para as equipes dos CAPS, CSF, SAMU,
usuários e familiares, visando a implementação da Reforma Psiquiátrica
Antimanicomial;
84. Capacitar os profissionais de saúde, criando juntamente com estes, protocolos
para a realização de diminuição de prescrições de medicações como
benzodiazepínicos, amplamente utilizados em no sistema de saúde;
85. Capacitar e sensibilizar periodicamente os profissionais que trabalham na
rede de saúde mental sobre a Política de Saúde Mental;
86. Capacitar os profissionais que trabalham nos CAPS, nos hospitais gerais,
hospitais psiquiátricos e SAMU, numa perspectiva de promoção de saúde,
suporte terapêutico e tratamento em situação de crise;
87. Capacitar os profissionais da Estratégia de Saúde da Família e da Estratégia
NASF para as práticas clínicas no território, como o matriciamento em saúde
mental e outras atividades em grupo;
88. Capacitar e sensibilizar trabalhadore(a)s e usuário(a)s da rede de saúde
mental para a atenção às especificidades no atendimento às pessoas vivendo
com HIV/AIDS;
89. Capacitar e sensibilizar os profissionais da atenção psicossocial e
trabalhadore(a)s da rede de saúde mental para a atenção às especificidades
no atendimento às lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, bem
como o(a)s usuário(a)s;
90. Capacitar o(a)s profissionais dos CAPS e NASF na temática do enfrentamento
a violência contra a mulher, baseado na Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha);
91. Capacitar continuamente os profissionais da rede de saúde mental sobre a
temática da violação de direitos;
92. Capacitar profissionais dos serviços de saúde mental para o acolhimento,
atendimento e apoio psicossocial a pessoas vítimas de violência doméstica e
sexual, além de fomentar a promoção e a prevenção a partir de estratégias de
enfrentamento à violência nas comunidades.
93. Desenvolver e divulgar estudos e pesquisas acerca da saúde mental da
população LGBTT e os impactos das violências em detrimento das opressões
das orientações sexuais e identidades de gênero diversas dos
padrões/referencias historicamente impostas;
94. Constituir comunidades ampliadas de pesquisa no âmbito da rede de saúde
mental, envolvendo trabalhadores, gestores e a população;
95. Implementar capacitação sobre a problemática dos transtornos mentais,
através das equipes dos CAPS e dos NASF, para os conselheiros escolares
da rede pública de ensino;
96. Incentivar a formação dos diversos profissionais para a utilização da
estratégia do apoio matricial em saúde mental, como dispositivo de educação
permanente;
97. Incluir nos diversos processos formativos do Sistema Municipal de Saúde
Escola, as temáticas de saúde mental na perspectiva da Reforma Psiquiátrica
e de atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas, na perspectiva
de redução de danos, contemplando todos os profissionais;
98. Realizar processos formativos com os profissionais das políticas publica, a
partir de experiências existentes dentro do território, criando núcleo de
educação permanente dentro do CAPS;
99. Incluir disciplinas sobre álcool e drogas na perspectiva da redução de danos
para os cursos de graduação nas áreas de saúde e humanidades;
100. Garantir a capacitação contínua dos conselheiros municipais de saúde;
101. Realizar estudo antropológico da cultura e da violência.

Subeixo 9
Reforma Psiquiátrica, Reforma Sanitária e o SUS

102. Garantir o atendimento dos pacientes com transtornos mentais em crise


nos hospitais gerais no município;
103. Descredenciar os leitos dos hospitais psiquiátricos integrantes da rede
complementar do SUS;
104. Adequar a estrutura física e humana, com contratação de interpretes de
LIBRAS nos serviços de saúde mental para as pessoas com deficiência,
efetivando a acessibilidade, por meio de reforma e sensibilização, com
objetivo de capacitar os profissionais no atendimento humano e qualificado a
este público;
105. Adequar o pagamento dos procedimentos de AIH em hospitais
psiquiátricos, seguindo os critérios das tabelas “outras patologias”,
controlando o número de diárias a partir da demanda do paciente em função
de suas necessidades de saúde, após devida avaliação;
106. Reformular o sistema de formação em psiquiatria e saúde mental do
conjunto dos profissionais da saúde, priorizando a formação nos serviços
comunitários na ótica da atenção psicossocial em sintonia com os princípios
da Reforma Psiquiátrica.
Princípios e Diretrizes

Na perspectiva da atenção em saúde, prioriza-se a concepção no campo


de ação em saúde mental de forma ampla, promovendo a integralidade das
ações de saúde mental em todos os níveis de atenção, com ênfase na atenção
básica como eixo da rede de serviços de saúde em geral e dos serviços
específicos de saúde mental.
As questões de álcool e outras drogas desta forma são incluídas como
problema de saúde pública e como prioridade na política municipal de saúde
mental, fundamentando-se na estratégia da redução de danos.
A atenção em saúde mental deve estimular práticas que possibilitem maior
humanização e acolhimento dos serviços de saúde e dos espaços públicos em
geral, seguindo as diretrizes da Política Nacional de Humanização.
A promoção de cuidados de saúde mental comunitária, por meio de ações
e atividades contínuas de educação popular em saúde junto à população, de
forma a estimular o envolvimento das comunidades, familiares e pessoas
usuárias dos serviços de saúde mental na discussão e implementação de
práticas não excludentes das pessoas em situação de sofrimento mental e/ou
portadores de transtornos mentais torna-se necessária.
A organização, o apoio e o incentivo de utilizar espaços intermediários
entre a comunidade e os serviços devem favorecer uma práxis de construção da
solidariedade como valor humano fundamental, visando à transformação da
realidade social excludente e marginalizadora, de forma a oferecer suporte às
questões psicossociais de grande parte da população.
Desta forma, possibilita contribuir na promoção da saúde em geral e da
saúde mental, de forma a estimular a população à vitalização e reapropriação de
espaços coletivos, propiciando a produção de sentido e a ressignificação
existencial nos âmbitos individuais e coletivos.
As discussões nos Grupos de Trabalho do Eixo II possibilitaram a
aprovação das seguintes propostas:
Subeixo 1
Cotidiano dos serviços: trabalhadores, usuários e familiares
na produção do cuidado

107. Garantir a aplicabilidade da Lei no serviço;


108. Consolidar o cuidado em saúde mental na atenção básica, promovendo o
monitoramento e a incorporação das Práticas Integrativas e Complementares
(PIC), pela ação dos profissionais já qualificados;
109. Fortalecer e incentivar a participação direta na formulação, execução e
acompanhamento das políticas públicas de saúde mental a partir de espaços
como fóruns intersetoriais, conselhos e assembléias por parte de
profissionais, familiares e usuários, de acordo com as especificidades de cada
grupo;
110. Garantir regularidade das supervisões aos serviços, de modo que incluam
estratégias de cuidado do cuidador e priorizem as ideias da Reforma
Psiquiátrica;
111. Adicionar educadores físicos e pedagogos, com o intuito de formação
permanente para a promoção da saúde, prevenção de doenças e o
tratamento das mesmas, observando o resgate da autoestima e a saúde de
forma integral;
112. Desenvolver um trabalho de formação em Abordagem Sistêmica comunitária
na rede de saúde mental, na perspectiva do cuidando do cuidador,
fortalecimento os vínculos comunitários;
113. Implantar projetos de saúde mental e trabalhos no município em conjunto
com o Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, a partir de um plano
de ações e metas;
114. Instituir no cotidiano do serviço a elaboração do Projeto Terapêutico
Singular;
115. Criar o Projeto Terapêutico Familiar;
116. Criar um Projeto Terapêutico com referência à mulher;
117. Garantir a intersetorialidade e a integralidade das políticas no âmbito da
atenção psicossocial e DST/HIV/AIDS;
118. Garantir a atenção à saúde mental das pessoas vivendo com HIV/AIDS em
relação à adesão ao tratamento em DST/HIV/AIDS;
119. Qualificar a atenção em saúde mental em todas as fases da vida das
pessoas vivendo com HIV/AIDS, com o objetivo de garantir assistência
integral quanto aos danos psíquicos decorrentes dos estigmas e preconceitos
produzidos historicamente;
120. Qualificar a atenção em saúde mental em todas as fases da vida de
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, com o objetivo de garantir
assistência integral quanto aos danos decorrentes das opressões sexuais e
de gênero oriundas de padrões sociais historicamente impostos;
121. Qualificar a rede de atenção em saúde mental, no que se refere às
especificidades da população LGBTT e da população negra, em todas as
fases da sua vida, com o objetivo de garantir assistência integral quanto aos
danos decorrentes das opressões sexuais e de gênero, raça/etnia;
122. Garantir a atenção em saúde mental da população LGBTT em decorrência
dos efeitos colaterais frente ao uso dos antirretrovirais;
123. Promover a inclusão dos recortes orientação sexual e identidade de gênero,
raça/etnia nos instrumentais utilizados pela rede de saúde mental;
124. Contribuir para retirar transexualismo e travestismo do Código Internacional
de Doenças (CID) e Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações
Mentais (DSM-IV);
125. Desenvolver e divulgar estudos e pesquisas acerca da saúde mental das
pessoas vivendo com HIV/AIDs e das violências produzidas em decorrência
da discriminação social;
126. Criação de uma ouvidoria interna no serviço, ligada à coordenação para a
promoção de participação mais efetiva de usuários e familiares na gestão dos
serviços de saúde mental;
127. Sistematizar vivencia que tratem do cuidador (“cuidando do cuidador”);
128. Priorizar o acolhimento da demanda da saúde mental;
129. Mapeamento dos movimentos sociais como ONG, associações, Ocas de
Saúde Comunitária, com o objetivo de fortalecimento da rede de cuidado
comunitária e territorial;
130. Garantir o envolvimento dos profissionais de nível médio que também
acolhem os usuários com transtorno mental (recepcionistas, porteiros,
serviços gerais, outros auxiliares), promovendo capacitação, espaços de
construção de políticas públicas de saúde mental, facilitando a relação desse
grupo com os demais profissionais de saúde de cada serviço em que atua.

Subeixo 2
Práticas clínicas no território

131. Incentivar a ampliação e intensificação das articulações dos serviços e


profissionais de saúde mental, com a rede social e comunitária, tais como:
igrejas, associações etc. através de fóruns, seminários e outros espaços;
132. Garantir uma política de saúde integral que contemple a saúde mental da
população em situação de rua, pensando nas suas especificidades,
particularmente a de não ter território definido, garantindo atendimento,
acompanhamento e controle social;
133. Ampliar os espaços de atendimento em saúde mental por meio do incentivo
à formação de terapeutas comunitários com origem na própria comunidade,
unindo o saber acadêmico dos profissionais graduados com o saber popular;
134. Construir espaços terapêuticos exclusivos em cada unidade de saúde, para
proporcionar a escuta e a fala das pessoas;
135. Estabelecer e sistematizar parcerias junto ao Centro de Afro-religiosidades
como forma de captar pacientes “in loco”, para tratamento nos CAPSad, bem
como realizar um trabalho preventivo nesses centros, de cada território de sua
regional;
136. Efetivação do projeto arte-saúde nos serviços e nas comunidades;
137. Garantir a existência de grupos terapêuticos nas comunidades, ONG,
unidades de saúde, permitindo que o território seja contemplado para além
dos muros do CAPS;
138. Promover em eventos públicos locais as atividades desenvolvidas nos
CAPS, mostrando e desmistificando à população regional, o uso de
instituições mentais;
139. Implementar mapa de territorialização da comunidade, com os
equipamentos sociais e culturais;
140. Sensibilizar os profissionais da estratégia de saúde da família e da
Estratégia NASF para as práticas clínicas no território, como o matriciamento
em saúde mental e outras atividades em grupo;
141. Inserir o NASF na articulação das práticas de cuidado no território na
atenção básica, em articulação com o CAPS;
142. Estreitar relação entre as equipes dos NASF com as equipes de saúde
mental no processo de territorialização e matriciamento;
143. Garantir transporte para os serviços de saúde mental de modo que
contemplem as realidades da área territorial de abrangência e nível de
vulnerabilidade da população;
144. Promover encontro de diferentes formas de saber e fazer, favorecendo o
fortalecimento das redes sociais;
145. Promover encontro dos profissionais de saúde mental com as comunidades
tradicionais (indígenas, quilombolas, terreiros, parteiras e outros), com o
objetivo de realização de troca e do entendimento da Política de Saúde
Mental;
146. Ampliar os espaços das práticas integrativas e complementares (terapia
comunitária, resgate da autoestima, massoterapia, ciranda, acupuntura,
dentre outros), como parte da rede de apoio no território;
147. Criar um evento mensal aberto nos CAPS que envolva usuários, familiares e
comunidade, por exemplo, evento cultural (apresentações culturais / feiras de
artesanato);
148. Incentivar e fortalecer as manifestações e produtos culturais, através da
garantia de políticas de cultura, como editais voltados à saúde mental;
149. Criar folder dos CAPS (endereços, dias de atendimentos, profissionais e
horários de funcionamento).

Subeixo 3
Centros de Atenção Psicossocial como dispositivo
estratégico da Reforma Psiquiátrica

150. Criação de mais CAPS Tipo III de acordo com o número populacional;
151. Garantir o encaminhamento dos usuários aos espaços da rede social, além
de acompanhar o usuário quando internado em momento de crise;
152. Realizar controle e supervisão das instituições fechadas de tratamento da
dependência química, na perspectiva da promoção de tratamento de base
comunitária;
153. Superar a coexistência dos dois modelos (hospitalocêntrico e substitutivo)
como a idéia dos CAPS promotores de rede, não deve ser visto como
complementar ao hospital psiquiátrico e sim afirmando o modelo substitutivo
ao mesmo como forma de atenção ao sofrimento mental;
154. Discutir a proposta de CAPSad em comunidades indígenas.

Subeixo 4
Atenção às pessoas em crise na
diversidade dos serviços

155. Implementar o projeto de humanização nos diversos serviços;


156. Fazer funcionar os leitos psiquiátricos em hospitais gerais;
157. Garantir leitos em hospitais gerais para assegurar a retaguarda clínica e
mental dos usuários em sofrimento mental, facilitando o acesso a estes
serviços através de regulação, com funcionamento 24 horas, garantindo
também que os protocolos de fluxos sejam claros e pactuados com
representantes das unidades de saúde e controle social;
158. Criar urgentemente leitos de urgência e emergência em hospitais gerais;
159. Criar equipes de saúde mental no SAMU, para atendimento domiciliar de
urgência, funcionando 24 horas;
160. Priorizar o atendimento de pacientes egressos de hospitais psiquiátricos e
em situação de crise nos CAPS.

Subeixo 5
Desinstitucionalização, inclusão e proteção social:
Residências Terapêuticas, Programa de Volta pra Casa e
articulação intersetorial no território

161. Ampliar acesso do Programa de Volta pra Casa para os moradores de


Hospitais Psiquiátricos internados após a promulgação da Lei 10.708, de 31
de julho de 2003;
162. Descredenciar os leitos dos hospitais psiquiátricos em convênio com o SUS,
alocando os recursos financeiros para Residências Terapêuticas a fim de
garantir a transferência dos moradores dos hospitais psiquiátricos;
163. Implantar Casa de Passagem em até 45 dias;
164. Implantar Centros de Convivência e Cultura;
165. Preparar adequadamente os usuários que querem voltar a se incluir no meio
trabalhista ou estudantil a ultrapassarem a barreira de preconceito de terem
sido ou estarem sendo tratados numa instituição mental: dele por eles
mesmos ou pela própria sociedade.

Subeixo 6
Saúde mental, atenção primária e promoção da saúde

166. Garantir que os profissionais de saúde mental que atuem na atenção básica
estejam integrados às equipes de saúde da família, não funcionando como
equipes especializadas nos postos de saúde;
167. Promover a organização social do território, inserindo o usuário na
articulação cotidiana da promoção de saúde, através de ações que
reivindiquem direitos na construção de uma nova sociedade que não seja, em
primazia, promotora de doenças como a sociedade capitalista;
168. Garantir transparência no processo de contratação de profissionais dos
NASF e CAPS via concurso público, diminuindo a ingerência política sobre as
contratações;
169. Realizar acompanhamento nutricional aos usuários dos CAPS;
170. Promover a prática esportiva;
171. Preparar os agentes de saúde para trabalhar ou auxiliar no tratamento de
pessoas com transtornos mentais;
172. Trabalhar junto às escolas (professores e alunos) do ensino fundamental
médio, no sentido de esclarecer sobre os transtornos mentais, detectando
casos precocemente.

Subeixo 7
Álcool e drogas como desafio para a saúde
e as políticas intersetoriais

173. Pactuar com o Ministério da Saúde e com o município a implementação dos


leitos integrais em Hospital Geral para tratamento da desintoxicação e
síndrome de abstinência, garantindo o incentivo do Ministério de Saúde para
abertura destes leitos (construção/ampliação);
174. Implantar o Plano Nacional do Álcool em Fortaleza, incluindo ações de
educação com a população e ações intensivas de monitoramento dos pontos
de venda de bebidas, visando reduzir o abuso de álcool;
175. Garantir a efetivação da Política de Redução de Danos, em relação ao uso
de álcool e outras drogas e as ações de DST/HIV/AIDS;
176. Construir Políticas de Atenção Integral às Crianças e Adolescentes
usuário(a)s de drogas, com ênfase na redução de danos, em articulação com
as escolas: rede transetorial, financiado pela Fundação para Infância e
Adolescência (FIA);
177. Criar Política de Saúde Mental da Criança e do Adolescente, com ênfase na
prevenção e na atuação familiar e comunitária, em harmonia com a legislação
já existente (ECA, etc.);
178. Avaliar os programas de promoção, prevenção e tratamento existentes na
área de álcool e outras drogas;
179. Efetivar os Projetos Consultório de Rua intersetorialmente e Escolas
Redutoras de Danos;
180. Realizar levantamento epidemiológico sobre o uso de drogas no âmbito
municipal, estadual e federal;
181. Garantir a disponibilidade e distribuição de insumos para ações de Redução
de Danos, de acordo com as diretrizes do Ministério de Saúde;
182. Garantir a medicação de produtos naturais aos usuários de drogas;
183. Ampliar os CAPSad em Fortaleza e que os mesmos sejam implantados em
comunidades;
184. Acompanhar e encaminhar pessoas em uso de álcool e outras drogas pela
equipe de saúde da família e NASF na área de abrangência com apoio dos
movimentos sociais;
185. Fortalecer a atenção à saúde metal aos idosos e pessoas com deficiência,
com as entidades existentes nos municípios (ONG, associações e
confederações);
186. Assegurar o atendimento aos familiares dos usuários para tratar da
dependência no próprio CAPSad, garantindo a discussão sobre Redução de
Danos;
187. Garantir ao familiar do usuário amparo legal para realizar o
acompanhamento no período de tratamento;
188. Garantir e reconhecer o agente redutor de danos como trabalhador
necessário à implementação de programas de redução de danos;
189. Regulamentar a profissão de redutor(a) de danos através de uma legislação
municipal de redução de danos;
190. Criar núcleos de prevenção e educação sobre drogas na perspectiva do
Programa Nacional de Inclusão Digital (PNAID) nos espaços públicos e
comunitários;
191. Criar redes sociais nos territórios para superação do consumo de crack,
envolvendo políticas públicas do território: saúde, educação, social, juventude,
organizações comunitárias e etc.;
192. Criar meios de responsabilizar as empresas fornecedoras de bebidas
alcoólicas para famílias que sofrem com o alcoolismo;
193. Implementar as ações da Lei José Maria Pontes;
194. Fortalecer e divulgar o Fórum Municipal sobre Álcool e outras Drogas local e
regionalmente;
195. Propor integração dos CAPS com as escolas municipais sobre os assuntos
de álcool e outras drogas;
196. Criar parcerias dos serviços com entidades formadoras para proporcionar a
reabilitação profissional de ex-usuários de álcool e outras drogas, para que
seja estimulada a reinserção no mercado de trabalho;
197. Capacitar equipe multidisciplinar em hospital geral secundário (materno-
infantil), para desmistificar as psicopatias, oferecendo suporte em saúde
mental no tratamento clínico (sensibilização da equipe para problemática de
saúde mental);
198. Estender a formação em redução de danos aos profissionais que atuam em
abordagem com criança e adolescentes em situação de rua, integrado com o
Projeto Consultório de Rua;
199. Criar incentivos à pesquisa e projetos de extensão entre universidades,
serviços e comunidades;
200. Incentivar capacitação do profissional de saúde mental em LIBRAS, por
meio de oferta de cursos e progressão na carreira;
201. Produzir materiais educativos, a partir da linguagem usada e com a
participação dos usuários, para a comunicação em saúde;
202. Construir um dicionário de gírias, dialetos e provérbios populares;
203. Fazer levantamento da quantidade de pessoas com deficiência no
atendimento em saúde mental no que tange à redução de danos destas
pessoas;
204. Buscar ampliação no numero de atendimentos por meio da sensibilização
dos profissionais, com o objetivo de capacitá-los para o atendimento humano
e qualificado, observando a acessibilidade nos espaços físicos utilizados na
promoção da saúde mental;
205. Propor integração dos CAPSad com as escolas municipais sobre o assunto
os assuntos de álcool e drogas (relações e integração);
206. Garantir assistência integral em DST/HIV/AIDS nos próprios CAPS;
207. Ampliar o diálogo do CAPSad com movimentos sociais e ONG que tem a
juventude como público, para que possam trazer seus serviços e discussões
sobre a questão de álcool e outras drogas, sendo subsídio para formação
política, artística e cultural;
208. Estimular a extinção de qualquer forma de propaganda de bebidas na TV,
no radio e nos eventos patrocinados pelo poder público;
209. Garantir ao familiar do usuário amparo legal para realizar o
acompanhamento no período de tratamento;
210. Inserir nas atividades educativas de prevenção e redução de danos, a
participação e o fortalecimento do movimento social de pessoas vivendo com
HIV/AIDS;
211. Garantir a efetivação da Política de Redução de Danos em relação ao uso
de álcool e outras drogas para a população LGBTT.

Subeixo 8
Saúde mental na Infância, Adolescência e Juventude:
uma agenda prioritária para a atenção integral e intersetorialidade

212. Proporcionar formação, capacitação e supervisão para profissionais que


trabalham com saúde mental na infância e adolescência;
213. Formar equipe de referência/núcleo de apoio de saúde mental nos hospitais
materno-infantil, para prevenção dos transtornos mentais, a partir do
acompanhamento do binômio mãe-bebê (acompanhamento da gravidez, parto
e puerpério);
214. Ampliar o matriciamento em saúde mental materno-infantil para garantir a
existência no pré-natal, parto e puerpério, instituindo-o a partir da Secretaria
Municipal de Saúde.

Subeixo 9
Garantia do acesso universal em Saúde Mental:
enfrentamento da desigualdade e iniquidades em relação
à raça/etnia, gênero, grupos geracionais, população
em situação de rua, em privação de liberdade,
pessoas convivendo com as DST/HIV
e outros condicionantes sociais
na determinação da saúde mental.

215. Facilitar o acesso de pessoas com deficiência aos serviços de saúde mental;
216. Garantir a intersetorialidade e a integralidade das políticas no âmbito da
atenção psicossocial e direitos humanos da população LGBTT.
Princípios e Diretrizes

Na perspectiva dos direitos humanos e cidadania, a política de saúde


mental deve incentivar constantemente a organização social e política da
população, sobretudo de usuários e familiares dos serviços de Saúde Mental,
na discussão da política de saúde e do funcionamento e avaliação dos
serviços, avançando na construção da inclusão social, de modo que, o controle
social tenha papel determinante na estruturação e implementação da política
de saúde mental de Fortaleza.
Para se conseguir ampliar ações deve estimular a articulação de ações
intersetoriais e interinstitucionais em defesa da qualidade de vida das pessoas
em situação de sofrimento mental e /ou com transtornos mentais, considerando
que os problemas de saúde mental apresentam determinações complexas, que
extrapolam o setor saúde, tendo como prioridade a parceria com os
movimentos sociais.
A organização da rede assistencial de saúde mental deve favorecer apoio
e incentivo a elaboração e produção de projetos de geração de renda,
cooperativas e economia solidária, de modo a promover a inclusão social,
estabelecendo uma legislação municipal específica sobre a política de saúde
mental para consolidar suas ações.
As discussões nos Grupos de Trabalho do Eixo III possibilitaram
discussões sobre o tema acima, com a aprovação das seguintes propostas:

Subeixo 1
Direitos humanos, cidadania e sexualidade

217. Incluir a saúde mental como tema transversal a ser trabalhado nas
escolas, capacitando toda a comunidade escolar no âmbito do processo de
inclusão das pessoas com transtorno mental;
218. Sensibilizar e capacitar toda a comunidade escolar acerca da temática
orientação sexual e identidade de gênero, raça e etnia, como forma de
prevenir as violências psicológicas nestes espaços;
219. Agilizar a implantação dos consultórios de rua para garantir o atendimento
de usuários de álcool e outras drogas que estão em situação de rua;
220. Proporcionar atendimento especializado à pessoa em situação de rua com
transtorno mental, em seu ponto de abordagem e permanência na rua;
221. Garantir a divulgação e a disponibilidade para todos os usuários e
familiares da lei nº 10.216, nos equipamentos de saúde em geral.

Subeixo 2
Trabalho, geração de renda e economia solidária

222. Criar política pública municipal para trabalhar economia solidária e saúde
mental, agregando ações de inserção social com viés da economia solidária
para os usuários, familiares da saúde mental de forma articulada com os
diversos seguimentos intersetoriais, no âmbito municipal e estadual;
223. Criar Centros de Convivência e Cultura distribuídos nas regionais do
município como espaços de criação, produção e difusão cultural, inserção
social, formação, capacitação e geração de renda;
224. Apoiar e fomentar atividades de formação em empreendedorismo,
comércio justo e solidário e cooperativismo social, em parceria com as
universidades, tendo como público-alvo os usuários da rede de saúde
mental;
225. Inserir as cooperativas sociais, associações de trabalho e produção
solidária e grupos de economia solidária da saúde mental na Lei de
cooperativismo, com definição de linhas públicas de financiamento
específicas;
226. Priorizar os empreendimentos de economia solidária da saúde mental nos
processos públicos de compra, através da inserção de item específico na
Lei de licitações;
227. Instituir bolsa-trabalho para os usuários da rede pública, com critérios
definidos e por tempo determinado, participantes de projetos ou
empreendimentos coletivos de trabalho, de modo a garantir a
sustentabilidade do usuário e do empreendimento produtivo;
228. Garantir recursos para a criação, implementação e manutenção de um
sistema de informação e divulgação das ações de economia solidária
existentes em Fortaleza através das rádios comunitárias, dos jornais
escolares e outros meios comunitários de comunicação;
229. Criar política pública de capacitação e geração e renda, junto ao Sistema
S (SEBRAE, SESC, SENAI).

Subeixo 3
Cultura/diversidade cultural

230. Criar política pública municipal e estadual intersetorial entre as Secretarias


de Saúde e Cultura;
231. Ampliar Projeto Arte-saúde para toda a rede de saúde mental na
perspectiva da humanização da saúde;
232. Utilizar o Projeto Arte-saúde como estratégia de sensibilização à
sociedade para o novo jeito de ver e cuidar do usuário da saúde mental;
233. Incluir no Salão de Abril mostra específica para a produção do segmento
dos usuários da rede de saúde mental;
234. Criar um memorial da saúde mental “Do manicômio à Reforma
Psiquiátrica”, que contemple a produção de arte;
235. Elaborar editais municipais, estaduais e nacionais que contemplem a
produção artístico-cultural específico para o segmento dos usuários da rede
de saúde mental, sem limitação de idade, valorizando a produção que
acontece fora dos hospitais psiquiátricos, de acordo com os princípios da
luta antimanicomial, com simplificação do ponto vista das exigências e da
linguagem;
236. Assegurar percentual de vagas no edital de Pontos de Cultura para
experiências/ações culturais que contemplem a interface saúde
mental/cultura;
237. Realizar Mostras de arte municipal e estadual específica para a difusão da
criação artística das pessoas com transtornos/sofrimento
psíquico/dependência química;
238. Fortalecer e ampliar as ações do Projeto DIFERENCIART em parceria
com a Secretaria do Desenvolvimento Econômico;
239. Garantir espaços nas feiras e eventos patrocinados pelas três esferas
governamentais.
Subeixo 4
Justiça e Sistema de garantia de direitos

240. Garantir no Benefício de Prestação Continuada (BPC) ajuda de custo para


o cuidador de pessoas com deficiência;
241. Garantir a gratuidade ao transporte público às pessoas com transtorno
mental, através da articulação com a Câmara Municipal;
242. Articular debates junto aos profissionais de direito (Defensoria Pública,
Ministério Público, Magistratura, OAB) e comissões de direitos humanos
(CMF e ALCE) sobre o manicômio judiciário, no sentido de criar
possibilidades reais de cuidado a esse público e sobre as questões
relacionadas à saúde mental do adolescente que cumpre medidas sócio-
educativas, no sentido de que façam entender as questões próprias aos
transtornos e adicções;
243. Propor alteração do Código Penal brasileiro no sentido de excluir o
conceito de “presunção de periculosidade” do portador de transtorno mental
infrator, sendo-lhe garantido o direito à responsabilidade, à assistência e à
reinserção social, extinguindo-se a reclusão em Hospitais de Custódia e
Tratamento Psiquiátrico;
244. Garantir a modificação da Lei que permite a demissão por justa causa dos
trabalhadores usuários de álcool e outras drogas, garantindo o acesso ao
tratamento;
245. Realizar encontro municipal, estadual e nacional com o poder judiciário,
Ministério Público, Defensoria Pública, profissionais e usuários da rede de
saúde mental, conforme ocorrido no encontro realizado em 2004 com a
mídia brasileira, dando visibilidade à dinâmica da política de saúde mental;
246. Preservar a identidade dos direitos e garantias, proporcionando os
cuidados em saúde mental, conforme a necessidade do idoso;
247. Promover uma articulação com as instituições / entidades que trabalham
com a violação dos direitos para construir interface com a abordagem em
saúde mental para propiciar o envelhecimento saudável em condições de
dignidade, dos direitos humanos e cidadania;
248. Garantir a intersetorialidade e a integralidade das políticas no âmbito da
atenção psicossocial e direitos humanos da população LGBTT, idosos,
pessoas com deficiência e população negra;
249. Responsabilizar e penalizar os fabricantes de bebida alcoólica a custear o
tratamento de pessoas com dependência química;
250. Promover grande evento no sistema judiciário e no Ministério Público que
debata a problemática da saúde mental e suas implicações;
251. Garantir assessoria e assistência jurídica pública gratuita aos usuários dos
serviços de saúde mental, objetivando a defesa de seus direitos de
cidadania, através da articulação com os serviços de saúde mental, Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), Comissão de Direitos Humanos,
Defensorias de Direitos Humanos, Ouvidorias, ONG;
252. Implementar o Conselho Local de Saúde nos CAPS, exigindo a sua
fiscalização através do Conselho Municipal de Saúde;
253. Estabelecer um sistema municipal de vigilância de violência e mortes de
pessoas com sofrimento mental em hospitais psiquiátricos/hospital de
custódia/ tratamento psiquiátrico, garantindo a notificação compulsória com
acionamento imediato das Secretarias de Saúde, estaduais e municipais,
através dos conselhos municipais e estaduais de saúde e/ou para as
comissões de saúde mental em funcionamento;
254. Transferir para hospitais gerais as pessoas internadas em hospitais
psiquiátricos que apresentarem sinais de violência e maus tratos, sendo
realizada a notificação compulsória de violência e que a investigação seja
registrada pelo profissional de saúde que realizou o atendimento;
255. Garantir proteção aos defensores de direitos humanos, visto que com
frequência e facilidade, os hospitais psiquiátricos permanecem impunes e
ainda se julgam no direito de requerer indenização, como forma de silenciar
os defensores de direitos humanos no campo da Reforma Psiquiátrica
Antimanicomial;
256. Articular junto à Defensoria Pública e o Ministério Público, a adoção de
medidas jurídicas cabíveis para impedir tratos cruéis ou degradantes, entre
eles, as internações prolongadas e maus tratos físicos aos internos nos
Hospitais Psiquiátricos;
257. Trabalhar com a formação regular das Comissões Revisoras das
Internações Psiquiátricas Involuntárias (CRIPI), assegurando a participação
dos psiquiatras;
258. Assegurar o direito do familiar como acompanhante nos casos de
internação psiquiátrica, garantindo a visita aberta;
259. Fazer cumprir a Lei 10.216/2001, em todos os casos de pessoas em
sofrimento mental que estejam respondendo a algum processo na justiça,
seja na área cível ou criminal, assegurando os direitos de cidadania dos
portadores de sofrimento mental, em especial, o acesso ao tratamento na
rede substitutiva;
260. Garantir que a Coordenação de Saúde Mental mantenha assessoria
jurídica aos CAPS;
261. Assegurar a participação de usuários/familiares e conselheiros locais de
serviços de saúde mental nas CRIPIs;
262. Garantir a socialização dos relatórios das CRIPIs para a sociedade civil,
conselhos municipais e regionais de saúde;
263. Promover eleição direta pela comunidade de ouvidores nos órgãos
públicos da secretaria municipal de saúde;
264. Criar espaços de diálogos entre a justiça, Ministério Público, gestores,
trabalhadores e usuários para discussão de questões sobre a dependência
química, como forma de garantia da ampliação dos direitos e melhor
entendimento sobre medidas de saúde e medidas de segurança.

Subeixo 5
Educação, inclusão e cidadania

265. Garantir o cumprimento da Lei que assegura a inserção de pessoas com


transtornos mentais nas instituições de ensino, capacitando e humanizando
seus profissionais, principalmente os docentes;
266. Garantir, por Lei, a inserção de psicólogos e assistentes sociais nas
escolas;
267. Possibilitar uma maior articulação das políticas de educação e saúde
mental para fortalecer as ações de inclusão social dos usuários.
Subeixo 6
Seguridade social: previdência, assistência social e saúde

268. Articular intersetorialmente uma política de promoção em saúde mental e


prevenção aos transtornos mentais, em sua interface com a saúde do
trabalhador no sentido de cuidar-assistir e prevenir o sofrimento
psíquico/transtornos mentais, advindo das condições e das relações de
trabalho;
269. Aprofundar a intrasetorialidade da saúde mental, a partir dos serviços de
assistência integrada através dos CAPS, CEREST e equipes de saúde da
família;
270. Articular fóruns municipal, estadual e nacional de discussão que trate da
saúde mental do trabalhador em suas implicações na previdência social, na
assistência social e na justiça do trabalho;
271. Articular fóruns de discussão entre as políticas de saúde mental e da
previdência social;
272. Encaminhar para as Conferências estadual e nacional de saúde mental, o
item referente à intersetorialidade da saúde mental relacionada ao trabalho,
bem como às políticas de segurança e prevenção ao adoecimento mental
relacionado ao trabalho;
273. Propor emenda de Lei revisando os critérios que determinam a liberação
do recurso do Programa de Volta pra Casa, em relação ao período de dois
anos;
274. Garantir a agilidade na emissão de Certidão de Nascimento dos
moradores dos Hospitais Psiquiátricos.

Subeixo 7
Organização e mobilização dos usuários
e familiares de saúde mental

275. Estabelecer fomento às formas associativas de usuários;


276. Garantir apoio multiprofissional aos cuidadores de pacientes com
senilidade precoce, acamados e com mobilidade restrita;
277. Promover e garantir uma política de formação permanente em conjunto
com os movimentos sociais para a população LGBTT em situação de
violências por conta das orientações sexuais e identidade de gênero,
contribuindo para a emancipação desta população;
278. Haver maior fiscalização ao cumprimento da carga horária de trabalho nos
serviços de saúde mental: que nem seja reduzida, pois isso penalizaria os
usuários e nem aumentada, pois acarretaria adoecimento dos profissionais
de saúde;
279. Aproximar os profissionais da saúde mental às pessoas em situação de
rua portadoras de transtornos mentais;
280. Implementar estratégias de atendimento às mulheres idosas, devido ao
grande índice de depressão, proporcionando a criação de núcleos de saúde
mental da mulher idosa;
281. Fomentar as redes sociais de apoio e de enfrentamento da violação dos
direitos no âmbito da intersetorialidade, transdiciplinariedade,
insterinstitucionalidade;
282. Incentivar, em conjunto com as associações e núcleos do movimento
antimanicomial, ações e eventos na rede de atenção em saúde mental,
visando a mudança do estigma e a defesa dos direitos dos usuários na
cultura e na sociedade;
283. Estruturar comitês intersetoriais de saúde mental, envolvendo
representantes institucionais (CSF, ESCOLAS, CRAS, entre outros) dos
movimentos populares, lideranças comunitárias, conselheiros de saúde e
educação e comunidade em geral, de modo a articular ações de reflexão e
intervenção local sobre os determinantes da saúde mental.

Subeixo 8
Comunicação, informação e relação com a mídia

284. Criar chamadas na programação diária e programa de horário obrigatório


e gratuito na mídia, acerca da temática do transtorno mental e dependência
química para que os profissionais possam orientar a sociedade;
285. Divulgar na mídia e em outros meios de informação a Rede Assistencial
de Saúde Mental;
286. Ampliar os instrumentos de comunicação entre as equipes dos CAPS e os
familiares.

Subeixo 9
Violência e saúde mental

287. Promover a busca ativa do público LGBTT e das profissionais do sexo


com transtorno mental;
288. Sensibilizar e capacitar profissionais da atenção psicossocial e
trabalhadores da rede de saúde mental em relação a especificidades no
atendimento LGBTT, bem como incluir nos instrumentais utilizados pela
rede de saúde mental os quesitos orientação sexual e identidade de gênero;
289. Desenvolver estudos e pesquisas acerca da saúde mental da população
LGBTT e os impactos das violências por conta das orientações sexuais e
identidades de gênero diversas dos padrões sociais historicamente
impostos;
290. Garantir o sigilo da identidade no atendimento e acompanhamento às
mulheres com transtorno mental e/ou usuárias de álcool e outras drogas
nos CAPS;
291. Garantir a realização de aborto seguro “previsto em Lei” em casos de
violência contra a mulher com transtorno mental, com os devidos
encaminhamentos aos serviços especializados de saúde;
292. Garantir atendimento prioritário às mulheres vítimas de violência
doméstica, em situação de crise, atendidas e acompanhadas na Casa
Abrigo e Centro de Referência;
293. Aplicar notificação compulsória pelo CAPS nos casos de violência
doméstica e sexual contra a mulher;
294. Garantir rede de apoio ao atendimento especializado às pessoas com
transtorno mental vítimas de violência física e sexual, com cobertura integral
e 24 horas;
295. Implementar a Comissão de Maus Tratos na Estratégia de Saúde da
Família, CAPS e rede hospitalar, de acordo com o marco legal;
296. Instituir um espaço de acolhimento (Albergue Terapêutico) para pessoas
com transtorno mental, vítimas de abandono familiar e comunitário que se
encontram em situação de rua, para encaminhamentos e
acompanhamentos terapêuticos especializados;
297. Ampliação do serviço de disk-denúncia (0800) para recebimento de
denúncia de violação de direitos humanos e maus tratos contra pessoas
com transtorno mental e usuário(a)s de álcool e outras drogas;
298. Criar no contexto da saúde mental, uma linha de intervenção nos CAPS,
voltada para o atendimento especializado às famílias e/ou usuário(a)s que
estão em situação de violência;
299. Construir um fluxo de referência e contrarreferência entre os CAPS e rede
intersetorial dos diversos serviços, para encaminhamento qualificado dos
casos de violência;
300. Adotar calendário social que envolva campanhas de combate a violência
contra diversos segmentos nos serviços de saúde mental.
Os delegados presentes à Plenária Final da II Conferência Municipal de
Saúde Mental – Intersetorial, realizada em Fortaleza, nos dias 06 e 07 de Abril
de 2010, aprovaram as seguintes moções:

1. Moção pelo Concurso Público


Para que seja organizado concurso público imediato para os
trabalhadores de saúde mental, antes do término do pleito desse mandato ou
até o final deste ano.

2. Moção de Reconhecimento ao Fórum Cearense da Luta


Antimanicomial e em Defesa do SUS
Reconhecimento à Marcha dos Usuários à Brasília (30/09/2010), por
uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial que, dentre das suas reivindicações
estavam a realização da IV Conferência Nacional de Saúde Mental, além da
defesa do SUS, da Lei 10.216/01 e da efetivação da Reforma Psiquiátrica
Antimanicomial.

3. Moção de repúdio à Coordenação da II Conferência Municipal


de Saúde Mental – Intersetorial
Repúdio ao método de condução do processo preparatório de natureza
política e organizativa da II Conferência Municipal de Saúde Mental –
Intersetorial de Fortaleza.
Historicamente, a partir da VIII Conferência Nacional de Saúde, o
conjunto dos Movimentos Sociais, trabalhadores e usuários que atuam em
Defesa da Vida e Defesa do SUS compreendem que as Pré-conferências de
Saúde são espaços de encontro com o objetivo de acumular o debate político e
potencializar a participação popular no processo conferencista.
Desta forma, repudiamos o método de organização das etapas
preparatórias da II CMSM-I que foram denominadas “Reuniões Ampliadas”.
Estas foram espaços com pequena divulgação, mudança de locais sem tempo
necessários de divulgação, o que resultou em limitação da participação social.
Sendo assim, foi um espaço exclusivo de tiragem de delegados com ausência
de processo de debate e acúmulo político.
4. Moção de repúdio contra o Congresso Nacional
Protesto contra a lentidão com que o Congresso Nacional tem tratado o
Projeto de Lei 2733/2008, que visa restringir a propaganda de cerveja e outras
bebidas na TV e no rádio. A denúncia se refere à ação dos ‘lobbies’ das
cervejarias no Congresso Nacional em detrimento da Saúde Pública.

5. Moção de repúdio ao Projeto de Lei 7703/06


(PLS 268/06 - Ato Médico)
Repúdio ao Projeto de Lei que regulamenta a profissão médica, que fere
a autonomia de outras 13 categorias profissionais de nível superior e os
princípios e diretrizes do SUS.
COMITÊ EXECUTIVO

Presidente Alexandre José Mont’Alverne Silva

Co-presidentas Glória Maria dos Santos Diógenes


Maria Elaene Rodrigues Alves
Coordenadora Geral Raimunda Félix de Oliveira

Coordenadores Adjuntos (Saúde) Francisco Idenio Pontes Correia


Maria do Socorro Carvalho Fernandes
Coordenadora Adjunta (Intersetorial) Adriana Jamille Faheina Belmino

Secretário Geral Antonio Luis Mateus

Secretária Adjunta Soraia Cassiano Rodrigues

Relatora Geral Evelyne Nunes Ervedosa Bastos

Relatora Adjunta Maria de Lourdes da Silva Sales

COMISSÃO DE PROGRAMAÇÃO

Adriana Osterno Aguiar


Antonia Edda Araujo
Cosme Costa Lima
Francisca Marcia Araújo Lustosa Cabral
Luana Maria Maia Nogueira
Lucia de Fátima Arnaud
Maria Fabíola Benevides Bonfim
Renata Mota Rodrigues Bitu Sousa
Suseli Maria Araújo Santos

COMISSÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Agnel Conde Neto


Francisco Elenilson Gomes do Nascimento
Elizabeth Vieira da Silva Bezerra
Fátima Maria Duarte de Lima
Inês das Neves de Oliveira
Kátia Regina Lacerda Pinho
Luiza de Carvalho Silva
Luzia Martins da Silva
Maria Aparecida Arruda Forte
Silvandra Régia Fernandes e Silva Oltramari
COMISSÃO DE ARTICULAÇÃO E MOBILIZAÇÃO

Ana Nery Castro Feitosa


Ana Paula de Almeida Santana
Marcelo Pimentel Abdala Costa
Maria Erisneuda Araujo
Maria Goreth Assunção Nogueira
Maria Marlene de Oliveira Pereira
Maria Rubenilda Vieira Ferreira
Roberta Lopes de Sousa
Sonia Maria Guerra de Sousa

COMISSÃO DE LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA

Antonio Marcos Gomes da Silva


Maria Claudinália Rocha de Almeida
Francisco Antônio de Paulo
Gabriela Pimentel Barreto
Magda Maria Silva Costa
Maria Leonor Ferreira de Castro Enas
Vanúsia de Lima Monteiro

COMISSÃO DE RELATORIA

Ana Luiza de Medeiros Silva


Erika Marques Nobre de Lacerda
Francemarie Teodósio de Oliveira
Francisca Rodrigues da Cunha
Francisco Ielano Vasconcelos Mesquita
Indira Faheina Loureiro
Maria Eliza Silva Günther
Regina Claudia Barroso Cavalcante
Tyciane Neiva Saunders

RELATORE(A)S ADJUNTOS

Amanda de Holanda Guimarães Lima


André Luís Bezerra Tavares
Andréa Acioly Maia Firmo
Emanuel Moura Gomes
Francisco Jésus Dias Mota Araújo
Ianne Louyse Chaves Freitas
Mariana Tavares Cavalcanti Liberato
Paula Jordânia Paixão de Souza

COORDENADORE(A)S DE GRUPOS

Antonio Marcos Gomes da Silva


Iana Celi Silva Bezerra de Queiroz
Luana Maria Maia Nogueira
Maria das Dores Lima
Neuza Goya
Pedro Pinheiro Câmara
Soraia Cassiano Rodrigues

OBSERVADORE(A)S

Fátima Maria Nogueira Bastos


Kátia Costa Savioli
Magda Ferreira Mendes
Maria Perpétua Meneses
Rosália Maria de Alencar Pereira
Sandra Rosane Sampaio Gonçalves
Thaís Rocha Fleury Curado

APOIO DE INFORMÁTICA

Diego Santiago Fontes


Emanuel Messias Cardoso dos Santos

APOIO ADMINISTRATIVO

Dayse Costa Rabelo


Débora Mendonça de Araújo
Francisca Regilane Basílio Ferreira
Giovani Braga Araújo
Maiara do Carmo Cruz Barros Braga
Márcia Maria Bento dos Santos
Raimundo Ivan Freitas da Silva

COORDENAÇÃO COLEGIADA DE SAUDE MENTAL

Evelyne Nunes Ervedosa Bastos


Raimunda Félix de Oliveira

ASSESSORES

Adriano Rodrigues de Souza


Andrea Frota Sampaio Figueiredo
Maria Eliza Silva Günther
Soraia Cassiano Rodrigues
Vanúsia de Lima Monteiro
Walmy Silveira Pereira
HOMENAGENS REALIZADAS NA II CMSM-I

Homenagens com a entrega de Esculturas de José William Crispim – Usuário


CAPS Geral – SER IV, que ganhou o Concurso Público Prêmio Cultural Loucos
pela Diversidade:

- Prefeita Luizianne Lins – Pelo seu compromisso político com a Reforma


Psiquiátrica em Fortaleza
- Dr. Mário Mamede – Autor da Lei 12.151, de 29/07/1993, pela extinção
progressiva dos Hospitais Psiquiátricos

FONTES DOCUMENTAIS

1. Resolução n° 433 do Plenário do Conselho Nacional de Saúde de 14 de


janeiro de 2010, homologada pelo Ministro da Saúde no Diário Oficial da
União, no dia 08 de fevereiro de 2010;
2. Resolução no 02 do Conselho Municipal de Saúde, aprovada na 65a
Reunião Extraordinária do dia 02 de março de 2010;
3. Portaria no 09 da Secretaria Municipal de Saúde de 15 de março de 2010;
4. Regimento da II CMSM-I de Fortaleza;
5. Resolução no 60 do Conselho Municipal de Saúde de 21 de dezembro de
2004;
6. Relatório do I Fórum de Saúde Mental de Fortaleza de 24 de abril de 2007;
7. Relatório da I Conferência Municipal de Saúde Mental de Fortaleza, 29 e 30
de outubro de 2001;
8. Caderno de Textos sobre o temário da Conferência.
REUNIÕES AMPLIADAS DOS CONSELHOS REGIONAIS DE SAÚDE
NAS SECRETARIAS EXECUTIVAS REGIONAIS
REUNIÕES AMPLIADAS DOS CONSELHOS REGIONAIS DE SAÚDE
SER DIA LOCAL HORÁRIO
I 25/03/2010 Sala do Conselho Regional de Saúde 14h
II 31/03/2010 Christus 14h
Auditório Térreo – Unidade Cocó
III 29/03/2010 CSU Aluisio Ximenes 14h
IV 30/03/2010 Centro Comunitário da Parangaba 14h
V 30/03/2010 Auditório do DER 13h30min
VI 29/03/2010 Auditório da regional 14h

REUNIÕES AMPLIADAS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE


PARA ELEIÇÃO DOS SEGMENTOS PRESTADOR E
INTERSETORIALIDADE
REUNIÕES – ELEIÇÃO DOS DELEGADOS

SEGMENTO DIA LOCAL HORÁRIO


AUDITÓRIO
PRESTADOR 26/03/2010 7º ANDAR - SMS 14h
AUDITÓRIO
INTERSETORIALIDADE 31/03/2010 7º ANDAR - SMS 14H
PROGRAMAÇÃO DA CONFERÊNCIA

06 de Abril de 2010

08h – Coffee-break
08h30min – Credenciamento
09h – Composição da Mesa de Abertura
09h10min – Performace Artística - Érika Daiana e os Tambores do Movimento
do Bom Jardim
09h20min – Homenagens:
 Prefeita Luizianne Lins – Pelo seu compromisso político com a Reforma
Psiquiátrica em Fortaleza
 Dr. Mário Mamede – Autor da Lei 12.151, de 29/07/1993, pela extinção
progressiva dos Hospitais Psiquiátricos
* Esculturas de José William Crispim – Usuário CAPS Geral – SER IV, que
ganhou o Concurso Público Prêmio Cultural Loucos pela Diversidade.
09h50min – Conferência de Abertura – Antônio Lancetti
10h50min – Aprovação do Regimento Interno
12h30min – Almoço
13h30min – Discussão dos eixos temáticos
Painel I – Eixo I: Saúde Mental e Políticas de Estado: pactuar caminhos
intersetoriais
Coordenador Temático: Reginaldo Alves das Chagas
 Profo Dro José Jackson Coelho Sampaio – Universidade Estadual do Ceará
 Profo Dro Cézar Wagner de Lima Goes – Universidade Federal do Ceará
Painel II – Eixo II: Consolidando a rede de atenção psicossocial e fortalecendo
os movimentos sociais
Coordenadora Temática: Francisca Ozanira Torres Pinto de Aquino
 Profo Dro Luis Fernando Farah de Tófoli – Universidade Federal do Ceará
 Profo Dro Rino Bonvini – Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom
Jardim
Painel III – Eixo III: Direitos humanos e cidadania como desafio ético e
intersetorial
Coordenadora Temática: Maria das Dores Lima
 Demitri Cruz – Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza
 Cynthia Studart – Secretaria de Assistência Social de Fortaleza
14h30min – Grupos de Trabalho
18h – Encerramento das atividades

07 de Abril de 2010
08h – Coffee-break
08h30min – Grupos de Trabalho/Consolidação das propostas
12h – Almoço
13h20min – Apresentação Musical – Olavo Freitas – Alexandre Mássimo
13h30min – Aprovação das propostas na plenária
16h – Escolha dos delegados
18h - Encerramento
IDENTIFICAÇÃO DOS DELEGADOS ELEITOS NA II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE MENTAL –
INTERSETORIALIDADE PARA A III CONFERÊNCIA ESTADUAL DE SAÚDE MENTAL – INTERSETORIAL DO CEARÁ

A) SEGMENTO USUÁRIO – DELEGADOS TITULARES

N NOME INSTITUIÇÃO
1 Ana Luiza de Medeiros Silva Associação Novo Paraíso
2 Ana Nery de Castro Feitosa Associação Brasileira de Saúde Mental
3 André Mesquita de Souza CAPSad – SER III
4 Anto Luiz Mateus Conselho Municipal de Saúde
5 Anto Marcos Gomes da Silva Conselho – SER IV
6 Anto Marques de Souza Filho Associação Beneficente
8 Carlos Alberto Alves de Holanda CAPS Geral – SER IV
9 Cosme Costa Lima MSTP
10 Cosmo Moreira do Nascimento Conselho – SER V
11 Danilo Pereira Cavalcante Conselho Municipal de Saúde
12 Deusa Barros Silva Associação Comunitária Habitacional
13 Edmilson Pereira da Silva Associação Parque Dois Irmãos
14 Érico Dias Costa Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
15 Fca Liberata Holanda de Oliveira Associação São José
16 Fca Liduina Santos Lins Conselho – SER V
17 Fco Carlos da Silva Conselho – SER II
18 Fco Elenilson Gomes do Nascimento FBFF
19 Fco Marcio Firmino da Silva Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim
20 Felipe Silveira da Costa Fórum Cearense da Luta Antimanicomial
21 Helena Dantas de Oliveira Associação Comunitária dos Moradores do Conjunto Tatumude
22 José Valdeni da Silva CAPS Geral – SER IV
23 Luzia Martini da Silva Conselho – SER VI
24 Ma de Fátima Braga da Silva Moura Conselho – SER IV
25 Ma de Fátima Castro Lima Movimento de Mulheres
26 Ma de Fátima Oliveira Silva Conselho – Hospital Geral de Fortaleza
27 Ma do Carmo de Moura Rodrigues Familiar – SER I
28 Ma do Socorro Silva de Sales Conselho – SER IV
29 Ma Eliza Silva Günther Fundação Educacional Silvestre Gomes
30 Ma Ferreira Dias Associação Moradores do Serviluz
31 Ma Gorete Assunção Nogueira Conselho – SERVI
32 Ma Irene dos Santos Guimarães APACS
33 Ma Marlene de Oliveira Pereira FBFF
34 Manuel Valentim Oliveira Conselho – SER VI
35 Marcelo Pimentel Abdala Costa Movimento Integrado de Saúde Mental – Projeto 4 Varas
36 Núbia Dias Costa Caetano Fórum Cearense da Luta Antimanicomial
37 Raul Santiago Pinheiro CAPS Geral – SER V
38 Rita de Cássia Costa Carvalho Galvão CAPS Geral – SER II
39 Suseli Ma Araújo Santos CAPS Geral – SER IV
40 Valberdan Carlos de Oliveira CAPS Geral – SER I
41 Waleska Fiúza Thompson CAPS Geral – SER I

A) SEGMENTO USUÁRIO – DELEGADO SUPLENTE


N NOME INSTITUIÇÃO
01 Regina Claudia Neri de Paula SINDIFORT
B) SEGMENTO TRABALHADOR

N NOME INSTITUIÇAO
1 Adriana Jamile Faheina Belmino CAPS Geral – SER I
2 Ana Kariny Sampaio Maciel CAPSad – SER V
3 Ândria Moreira de Alencar Bezerra Lima SER V
4 Angeliuda Souza de Oliveira CSF Terezinha Parente
5 Carlos Eduardo da Silva CAPS Geral – SER II
6 Daniele Tavares Alves CAPS Geral – SER IV
7 Elenita Candido de Sousa Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana
8 Érika Daiana do Amaral Rocha CAPS Geral – SER V
9 Francisco Ielano Vasconcelos Mesquita Conselho Municipal de Saúde
10 Francisca Clarice Cordeiro de Matos CAPSad – SER V
11 Francisco Noé da Fonseca CAPSad – SER VI
12 Juliana França Fernandes Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana
13 Luis Carlos Freire Façanha CSF Messejana
14 Luzianne Feijó Aexandre Paiva CREFITO
15 Maria Rejane Teixeira Alves Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana
16 Raul Armando Monteiro Júnior CAPSad – SER III
17 Silvandra Régia Fernandes Ostramari CAPS Geral – SER II
18 Soraia Cassiano Rodrigues Coordenação Colegiada de Saúde Mental
19 Valdiclécio Leite da Silva Conselho – SER VI
20 Vanúsia de Lima Monteiro Coordenação Colegiada de Saúde Mental
21 Wandemberg Libério da Silva CAPSi – SER IV

B) SEGMENTO TRABALHADOR – DELEGADOS SUPLENTES


N NOME INSTITUIÇÃO
1 Carla Eveline de Sousa Camurça CAPS Geral – SERV
2 Carlos Eduardo Menezes Amaral Residência Multiprofissional
3 José Edson da Silva Conselho Municipal de Saúde
4 Raimunda Sales Sousa Conselho Municipal de Saúde
C) SEGMENTO GESTOR

N NOME INSTITUIÇÃO
1 Alexandre José Mont'Alverne Silva SMS
2 Ana Cláudia Rodrigues Coordenação CAPS Geral – SER V
3 Ana Lúcia de Sousa Ribeiro Rodrigues Coordenação CAPS Geral – SER II
4 Ângelo Luiz Leite Nóbrega SMS – CAE
5 Anna Margarida Vicente Santiago SMS – COPS
6 Antonia Núbia Moreira Marques Saúde da Mulher – SMS
7 Emanuel Moura Gomes Coordenação Regional de Saúde Mental – SER V
8 Evelyne Nunes Ervedosa Bastos SMS – CCSM
9 Francisca Márcia Araújo Lustosa Cabral Coordenação CAPS Geral – SER I
10 Francisco Idênio Pontes Correia Secretaria Executiva Conselho Municipal de Saúde
11 Helly Pinheiro Ellery Hospital Distrital Gonzaga Mota do José Walter
12 Iana Celi Silva Bezerra de Queiroz IPM
13 Luana Maria Maia Nogueira Conselho – SER VI
14 Maria de Fátima Duarte Bezerra CEREST
15 Maria Fabíola Benevides Bomfim Coordenação CAPS GERAL – SER III
16 Neusa Goya SMS – COPS
17 Raimunda Félix de Oliveira SMS – CCSM
18 Regina Stella Façanha Elias Coordenação Regional de Saúde Mental – SER III
19 Reginaldo Alves das Chagas SMS – COPS
20 Renata Mota Rodrigues Bitu Sousa SMS – DST/AIDS
21 Vera Lúcia de Azevedo Dantas SMS – SMSE Cirandas da Vida
D) SEGMENTO INTERSETORIALIDADE

N NOME INSTITUIÇÃO
1 Ana Lúcia Barros Moura CPP
2 André Luis Barbosa de Oliveira SEMAS
3 Antonia Mendes de Araújo Coordenadoria da Mulher
4 Antonio Edvan Florêncio Associação Santo Dias
5 Daniel Melo de Cordeiro SDE
6 Doroth de Castro Ferreira SEMAS
7 Elias José da Silva ANESP
8 Fátima Maria Duarte Lima Sociedade Civil
9 Francisca Rodrigues da Cunha RCVM
10 Jana Alencar Eleutério SEMAS
11 Luanna Marley de Oliveira e Silva Coordenadoria da Diversidade
12 Luiza de Carvalho Silva UMLAW
13 Marília Débora Lopes Carvalho MH2O
14 Maria Auxiliadora de Araújo CRESS
15 Maria das Graças Monteiro SDH
16 Maria de Fátima Vidal da Silva SEMAS
17 Maria de Lourdes Gomes Meire Vieira SEMAS
18 Maria de Lourdes Linhares de Oliveira Associação das Primeiras Damas
19 Maria Edda Pereira Medeiros CCDS Parque Jerusalém
20 Maria Helena Rodrigues Campelo SEMAS
21 Mirla Guimarães Linhares de oliveira SEMAS
22 Nadya Maria Gomes Lourenço AFAGO CISM
23 Pedro Henrique Rocha Ribeiro DCE-UFC/ 86965010
24 Regina Cláudia Barroso Cavalcante GAPA
25 Regina Maria da Silva Severino Associação Comunitária Parque Jerusalém
26 Rosangela de Sena e Silva CASA
27 Rosimeire Chagas Melo dos Santos SDH
28 Sérvulo Paulo Chagas ACERD
29 Yara Lúcia Marcolino SDH
REALIZAÇÃO:

APOIO:

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