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FONEMA
1 FONEMA
1.1 DEFINIÇÃO
FONÉTICA: é a parte da gramática que estuda, analisa e classifica os sons de uma língua e suas
articulações.
FONEMA: é a menor¹ unidade sonora capaz de estabelecer distinção² entre palavras de uma língua e
também tem a função de formar palavras, pois a combinação de diferentes fonemas permite a formação de
novas palavras com diferentes sentidos.
¹menor: não há outro elemento que possa ser dividido além dele.
²distinção: a simples mudança de um fonema faz surgir outra palavra de significado totalmente diferente.
FILA MAL
VILA MAR
1.2 LETRA
• A letra é um símbolo que representa um som: é a representação gráfica dos fonemas da fala.
A–B–C–D–E–F–G–H–I–J–K–L–M–N–O–P–Q–R–S–T–U–V–X–Y–Z
Vogais: 5
na escrita!
Consoantes: 21
• Para representar graficamente os fonemas, contamos também com as notações léxicas: acentos gráficos,
cedilha, til, trema.
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
BO MBA
Vogais Exemplos
/a/ pá – gato
/α/ cama
/ε/ pé – ferro
/e/ medo
/ͻ/ pó – cola
/o/ morro
/i/ vir – corre
/u/ bambu – caro
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
mais comuns
Semivogais Exemplos
/y/ pai – feito – vário – mãe
/w/ pau – água – mão
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
Consoantes Exemplos
/b/ boi
/d/ andar
/g/ guarda
/p/ pai
/t/ canto
/k/ casa – que
/m/ mar
/n/ cano
/ɲ/ caminho
/l/ lama
/λ/ lhe
/r/ cores
/R/ roda – carro
/f/ afiar
/v/ uva
/s/ posso – céu – caça – máximo – exceção – descer – desço – subsídio
/z/ azar – casa – exato
/∫/ chave – xarope
/Ʒ/ já – genro
• A letra R em começo de palavra e depois de consoante tem o mesmo valor sonoro do RR:
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
ACINTE – CAÇAR
GENTE – JEITO
/∫/ XÍCARA
/z/ EXATO
Letra X pode representar os sons de:
/ks/ TÁXI
/s/ TÊXTIL
• Existem algumas palavras em que se pode pronunciar a letra X como /z/ ou /ks/:
X EXAMINAR
Fonema /z/ pode ser representado pelas letras: Z ZANGADO
S CASACO
1.5.3 A letra X:
• Em final de palavra sempre terá valor de /xs/: TÓRAX
• Após ditongo, sempre terá valor de /x/: CAI -XA
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
e é mel /ε/ é
o ó boba /o/ ô
1.7 DÍFONO
• É o conjunto de 2 fonemas representados por 1 letra.
• Exemplo: fonema /ks/ representado pela letra X.
1.8.1 Letra H:
• A letra H não representa som algum, mas nesta situação, ajuda-nos a perceber que CH tem som de /∫/
CACHAÇA
1.8.2 Letra U:
• A letra U, seguindo G ou Q pode ser uma letra diacrítica quando não possui som.
Q A QUARTA
O U com valor sonoro QUOCIENTE
E não é diacrítica FREQUENTE
QU I AQUÍFERO
Usava-se trema
G
GU A GUARDA
O U com valor sonoro CONTÍGUO
E não é diacrítica ENXÁGUE
Usava-se trema
I LINGUISTA
E U sem valor sonoro GUERRA
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
I é diacrítica QUINCHO
1.9 ALOFONES
• São as variantes de um fonema.
1.9.1 O fonema /l/ tem uma variante /w/ quando ocorre em posição
intermediária não intervocálica ou em posição final:
ALTO ['awto] MAL ['maw]
QUILO
representa um só fonema: não se ouve o U
• A segunda letra é diacrítica, isto é, existe apenas para ajudar numa determinada pronúncia.
CARO CARR O
/r/ /R/ o segundo R é uma letra diacrítica
• Não se devem confundir consoantes, semivogais e vogais (fonemas) com letras, que são sinais
representativos daqueles sons.
PÊSSEGO
/s/
“SS” não é encontro consonantal, pois as 2 letras representam um só fonema consonantal!
• Sempre que uma palavra tiver dígrafo, o número de letras será maior que o número de fonemas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
• Os dígrafos abaixo entre letras vogais podem representar o mesmo som que se escreve também por:
SC FLORESCER C AMANHECER
SÇ DESÇA Ç PAREÇA
XC EXCEDER C PRECEDER
• Os dígrafos RR e SS, empregados sempre entre letras vogais para representar os mesmos sons (/R/ e /s/)
que se escrevem com R e S simples no início de palavra:
PRORROGAR ROGAR
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
ASSIMETRIA SIMETRIA
1.10.2 DÍGRAFO VOCÁLICO ou RESÔO NASAL
• Ocorre quando as letras M e N aparecem no final de sílaba após vogal.
• Nesses casos, indicam que vogal anterior é nasal.
M MEN TA COMUM
VOGAL + ou
N Dígrafo nasalização da vogal Dígrafo nasalização da vogal
vocálico (como um til) vocálico (como um til)
na mesma sílaba
• Deve-se cuidar para não confundir os casos de vogal + m ou n em final de palavra que tratar-se-ão de
ditongo e não dígrafo vocálico, pois o m ou n estão indicando uma semivogal:
FAZEM (=fazẽi)
V SV
1.11 SÍLABA
• É o fonema ou grupo de fonemas pronunciado numa só emissão de voz na enunciação de uma palavra.
A – LE – GRE
• A palavra alegre foi dividida em pequenos elementos sonoros e, em cada um deles, há sempre uma vogal:
◦ Contando-se o número de vogais, teremos o número de sílabas na palavra.
◦ A base da sílaba é a vogal e, sem esta, não há sílaba.
É A–Í EU UAI!
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
a.1) átonas: não possuem acentuação própria, são pronunciadas, na frase, com pouca intensidade vocal.
O, LHE, ME.
• As monossílabas átonas têm sempre a vogal E pronunciada /y/ e a vogal O pronunciada /w/:
a.2) tônicas: possuem acentuação própria, são pronunciadas, na frase, com bastante intensidade vocal.
LÁ, PÁ, MIM, PÔS, TU.
Nunca dizemos que uma monossílaba é oxítona! Para uma palavra ser oxítona, deve possuir no mínimo 2
sílabas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
• Sempre há apenas 1 sílaba tônica por palavra e ela se encontra em uma das 3 sílabas finais da palavra.
• Se houver acento agudo ou circunflexo sobre uma das vogais, aí estará a sílaba tônica da palavra.
• Toda palavra tem sílaba tônica, exceto as monossílabas e dissílabas átonas:
a) MONOSSÍLABOS ÁTONOS são aqueles pronunciados fracamente que, na frase, precisam apoiar-se no
acento tônico de um vocábulo vizinho, formando, por assim dizer, uma sílaba deste:
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
CA – FÉ FU – NIL
BA – Í – A ES – CO – LA
c) PROPAROXÍTONAS: o acento tônico recai na antepenúltima sílaba. Todas as palavras proparoxítonas são
acentuadas graficamente, com acento agudo ou circunflexo.
PÊN – DU – LO E – XÉR – CI – TO
➔ Aqui, inserem-se as paroxítonas terminadas em ditongo crescente (ea, eo, ia, ie, io, ao, ua, ue) por se
considerar, para fins de acentuação, que estas palavras são proparoxítonas relativas ou eventuais:
• Quando se combinam certas formas verbais com pronomes átonos, formando um só vocábulo
fonético, é possível o acento recuar mais uma sílaba (e ficar na quarta sílaba de trás para frente).
AMÁVAMO-LO FAÇA-SE-LHE
a ma ma ba m
a a
m ima
ba ltim últi últi í la últi últi t
la
sí enú pen s n n úl
4ª tep 4ª epe pe
t
an an
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
REGRAS:
1.12.1 Separam-se as vogais dos hiatos:
1.12.5 Quando a palavra for seguida de um conjunto de consoantes, separar-se-á a última da penúltima:
Exceção:
ME – TEM – PSI – CO – SE
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
1.12.7 NÃO se separa a última consoante dos prefixos quando seguidos de consoante (permanecem como
são):
BIS – DIS – SUB – CIS – TRANS – SUPER – EX – INTER, etc.
SUB – LI – NHAR
SU – BLI – ME
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
1.12.11 Muitos dicionários divergem quanto à separação do encontro vocálico IO no meio da palavra.
Analisam ora como ditongo, ora como hiato. Ambas as formas estão adequadas por falta de consenso.
FI – SIO – TE – RA – PI – A
FI – SI – O – TE – RA – PI – A
OBS.: Nem sempre os grupos formados de consoante + L ou consoante + R formam encontros consonantais
perfeitos. Se o L ou R forem pronunciados separadamente, deverão ficar separados na divisão silábica:
◦ Deve-se evitar que a sílaba constituída de vogal fique isolada no fim ou no início de linha:
úmi-do, e não ú-mido.
◦ O Novo Acordo Ortográfico recomenda, por clareza gráfica, quando o hífen de palavra composta, ou com
prefixo, coincidir com o fim de linha, repeti-lo no início da linha seguinte:
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
GN GNO – MO GNU
MN MNE – MÔ – NI – CO MNE – MO – TES – TE
PN PNEU PNEU – MO – NI – A
PS PSI – CA – NÁ – LI – SE PSIU
PT PTI – A – LI – NA PTI – LO – SE
• Quando mediais, em pronúncia tensa, podem ser articulados numa só sílaba ou sem sílabas diferentes:
A – PTO ou AP – TO DI – GNO ou DIG – NO
• Na linguagem coloquial há, porém, uma acentuada tendência de destruir esses encontros de difícil
pronúncia pela intercalação da vogal I ou E:
DÍ - GUI – NO RÍ – TI – MO
SUBS – TAN – TI – VO
ec impróprio
ABS – CIS – SA
encontro consonantal
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
PISCINA ESCOLA
dígrafo consonantal encontro consonantal
/s/ /s/ + /k/
PONTO CAMPO
dígrafo vocálico dígrafo vocálico
(=põto) (=cãpo)
BLU – SA CRA – VO
AS – PEC – TO RIT – MO
A=3 1 2
E=2 VÁCUO
SVV
I=1
O=2
U=1
GRA – TÚI – TO
VSV
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
1.15.1 DITONGO
• É formado por uma vogal e uma semivogal em uma mesma sílaba.
• Onde houver 1 semivogal haverá necessariamente um ditongo.
• Nunca afirme que é o encontro de 2 vogais numa sílaba, pois cada vogal forma uma sílaba.
• Como a semivogal não pode originar sílaba sozinha, agrega-se à vogal legítima, donde se deduz que o
ditongo é indivisível silabicamente.
• Os ditongos podem ser:
◦ Decrescentes e crescentes; e
◦ Orais e nasais.
Exceções:
2 Verbos terminados em -uar, nas mesmas pessoas, escrevem-se com -ue e não -ui:
➔ Note que tanto nos ditongos crescentes como nos decrescentes, a vogal é, via de regra, o fonema de
maior abertura.
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
DITONGO ORAL
• Ao ocorrer a realização fonética, o ar tem passagem exclusivamente pela boca.
DITONGO NASAL
• O ar tem passagem pelas cavidades bucal e nasal simultaneamente.
1 Nas palavras sol e tal não há ditongo, pois o L em final de sílaba soa U apenas como variante.
Porém, Celso Cunha, Sacconi e outros gramáticos consideram a letra L como uma semivogal em final
de sílaba.
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
2 Nas palavras papagaio, meia e meio não há tritongo, pois não há SV + V + SV: há um ditongo e,
posteriormente, um hiato. E esse hiato é formado por SV + V.
ditongo ditongo ditongo
IA – IÁ IO - IÔ
V SV V SV
1.15.2 TRITONGO
• É a união de SV + V + SV na mesma sílaba.
• Onde houver 2 semivogais haverá necessariamente um tritongo.
De acordo com a natureza (oral ou nasal) de seus componentes, classificam-se também em orais ou
nasais:
SV V SV Exemplo SV V SV Exemplos
way Paraguai wαw saguão – enxaguam
wey enxaguei wẽy enxáguem
wiw arguiu wõy saguões
É uma semivogal!
wow apaziguou
SA – GUÃO EN – XÁ – GUAM
SV V SV SV V SV
SA – GUÕES
SV V SV
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LÍNGUA PORTUGUESA
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1.15.3 HIATO
• É o encontro de 2 vogais que acabam ficando em sílabas separadas (V – V), pois só pode haver uma
vogal por sílaba, com as vogais guardando sua individualidade fonética.
• Há mais de uma emissão de voz.
• As vogais têm a mesma intensidade.
RA – IZ SA – Ú – DE MO – I – NHO
V V V V V V
1 No ditongo, existe apenas 1 vogal (soa mais forte), a outra, que soa mais fraca é a semivogal.
HIATO: DITONGO:
PA – ÍS PAIS
V V VSV
SA – Ú – DE
3 Os ditongos crescentes finais são vistos pela NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) e por muitos
gramáticos como possíveis hiatos de palavras proparoxítonas acidentais ou eventuais;
• É comuníssima a 1ª análise: ditongos crescentes:
• Porém, podem ser emitidos com separação dos dois elementos, formando um hiato:
GLÓ – RI – A CÁ – RI – E VÁ – RIO – O
V V V V V V
OBS.: Na escrita, em hipótese alguma, os elementos desses encontros vocálicos se separam no fim da
linha.
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
RI - O CI – O MI – A TI – A
V V V V V V V V
PRAI – A MEI – O
VSV V V V
PRAI – IA MEI – IO
V SV SVV VSV SVV
6 Na palavra TABUINHA existe um hiato, pois os elementos vocálicos u e i soam igualmente, sendo
vogais.
TA – BU – I – NHA
V V
7 Na palavra TUIUIÚ existem um ditongo (UI), um hiato (I – U), um ditongo (UI) e outro hiato (I – Ú):
ditongo ditongo
TUI – UI – Ú
hiato hiato
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
1.17 PROSÓDIA
• A prosódia ocupa-se da correta emissão de palavras quanto à posição da sílaba tônica, segundo as normas
da língua culta.
• Há uma lista de vocábulos que, quando proferidos, acabam tendo o acento prosódico deslocado.
• Ao erro prosódico dá-se o nome de silabada.
1. São OXÍTONAS
aloés Gibraltar Nobel ruim
cateter Gulbenkian novel sutil
Cister masseter (tér) recém ureter (tér) pl.: ureteres (té)
condor mister (=necessário) (tér) refém
2. São PAROXÍTONAS
acórdão dúplex ibero pletora
alanos edito (lei) ímpio (cruel) policromo
âmbar efebo inaudito Pólux
ambrosia exegese (z-gé) látex pudico
austero Epifania leucemia quiromancia
avaro erudito maquinaria recorde
avito estalido matula refrega
aziago êxul misantropo rubrica
barbaria filantropo mercancia Salonica
batavo fluido (ui ditongo) nenúfar simulacro
cânon fortuito (ui ditongo) necropsia táctil
caracteres gólfão Normandia têxtil
cartomancia grácil onagro Tibulo
ciclope gratuito (ui ditongo) opimo tulipa
decano hosana Pandora
diatribe Hungria pegada
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LÍNGUA PORTUGUESA
FONEMA
3. São PROPAROXÍTONAS
ádvena antídoto cânhamo farândola páramo
aeródromo antífona Cérbero férula Pégaso
aerólito antífrase condômino fíbula périplo
ágape antístrofe cotilédone gárrulo plêiade
álacre areópago díptero hégira prístino
álcali aríete écloga hipódromo prófugo
alcíone arquétipo édito (ordem judicial) idólatra protótipo
álcool autóctone Éfeso ímprobo quadrúmano
alcoólatra azáfama égide ínclito revérbero
álibi azêmola êmbolo iníquo sátrapa
alvíssaras barbárie epíteto ínterim Tâmisa
âmago bátega épsilon invólucro trânsfuga
amálgama bávaro escâncaras leucócito vândalo
ambrósia bígamo Ésquilo lêvedo végeto
anátema bímano etíope munícipe zéfiro
andrógino bólido (-e) êxodo Niágara zênite
anêmona brâmane fac-símile númida
anódino cáfila fagócito ômega
4. Dupla prosódia
abóbada ou abóboda Enfarte ou enfarto ou infarte ou infarto
acróbata ou acrobata Geodésia ou geodesia
ambrósia ou ambrosia Hieróglifo ou hieroglifo
anidrido ou anídrido Homília ou homilia
arteriosclerose ou aterosclerose Oceânia ou Oceania
Assobiar ou assoviar Ortoépia ou ortoepia
Aterrissar ou aterrizar Percentagem ou porcentagem
Autópsia ou autopsia Projétil ou projetil
Biópsia ou biopsia Réptil ou reptil
Boêmia ou boemia Sóror ou soror
Crisântemo ou crisantemo Xérox ou xerox (prefira-se a 1ª, como as paroxítonas term. em -x: látex)
Diabete ou diabetes Zângão ou zangão
Elétrodo ou eletrodo
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