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REDAÇÕES ENEM

ESTRUTURA DA REDAÇÃO DO ENEM E AS


COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS

ESTRUTURA

A redação do Enem é dividida em Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.


Na introdução deve-se estabelecer o tese do seu texto. Isto é, a partir do tema da
redação, estabelece-se o que pretende falar dele. Geralmente o autor contextualiza
historicamente o tema ou a tese ou explica o problema e resume os argumentos. O
estudante pode fazer perguntas e responde-las, mas é necessário tomar cuidado com
essa estratégia!
O Desenvolvimento é o espaço por excelência de dificuldade de confecção de
um texto. Nele, o autor irá apresentar os argumentos, relacioná-los à tese, ao problema
e desenvolvê-los. Obviamente isso não se dá na ordem que expressei anteriormente,
são processos necessários de relação entre tema-tese-problema-argumento. Ao
escrever num texto haverá muita coisa implícita ou uma certa confusão entre esses
elementos. O desenvolvimento pode ser separado em parágrafos conforme o número
de argumento.
Na Conclusão, em provas do Enem, o autor deve apontar soluções para o
problema abordado e essas devem ser por meio de órgãos do estado. Se tiver
experiência e tiver apresentado o problema na introdução, o escritor pode retomá-lo
em um período e a partir dele explicar como as instituições devem intervir para resolve-
lo.

COMPETÊNCIAS

A correção do Enem é divida em cinco competências: domínio da norma


padrão da língua portuguesa; compreensão da proposta da redação; seleção e
organização de informações; demonstração de conhecimento da língua necessária para
argumentação de texto; elaboração de uma proposta de solução para os problemas
abordados, respeitando os direitos humanos. Assim, para o estudante tirar nota mil,
não adiante ele possuir ou ótimos argumentos ou elaborar ótimas soluções, ele precisa
possuir em excelência esses cinco tipos de habilidades.
Ter domínio da norma padrão é saber usar a ortografia, pontuação e organizar
sintaticamente o texto. Logo, você deve evitar erro de grafia ou colocar em lugares
errados os pronomes ou complementos verbo-nominais.
Compreender a proposta da redação é argumentar conforme o tema
estipulado. Por exemplo, se numa redação sobre a intolerância religiosa no Brasil você
diz apenas sobre o conceito intolerância religiosa ou fala sobre a intolerância religiosa
no mundo, você não compreendeu totalmente a proposta temática e,
consequentemente, perderá ponto na correção dessa competência.
Selecionar e organizar informações é a habilidade de recorrer ao conhecimento
de mundo armazenado em sua memória para defender a tese que você definir para o
seu texto. Primeiro você decide a tese e depois organiza seus argumentos em função
dela.
Demonstração de conhecimento da língua necessária para argumentação do
texto é ter competência com a coesão e coerência de um texto. Para tal, é necessário
um bom encadeamento de ideias por marcas linguísticas ou não. Por exemplo, se você
estiver falando de um acidente de carro para argumentar contra uma legislação X em
relação a bebida, é necessário que você continue falando de coisas relacionadas ao
acidente de carro como a irresponsabilidade do motorista que poderia ter acidentado
outra pessoa (veja bem, é só um exemplo, porque é crucial que não pessoalize seus
textos argumentativos dissertativos), ao invés de colocar um ponto e passar a falar
sobre os políticos que se preocupam mais com suas roubalheiras do que com
legislações eficientes para combater os abusos no trânsito. Isso é um problema de
coesão e está atrelado ao significado das coisas. A coerência é estabelecida por marcas
textuais, assim, se você quiser mudar da cena do acidente do trânsito para falar dos
políticos, você deve usar uma conjunção causal que estabeleça a relação entre o
acidente e a improbidade dos governantes. Por exemplo, “devido a falta de
responsabilidade e o não patrulhamento efetivo da polícia militar, o motorista colocou
em risco não só sua vida, mas também de transeuntes inocentes. Tudo isso porque os
políticos do país, ao invés de se preocuparem com o que realmente afeta o cotidiano
dos brasileiros, preferem fazer caça as bruxas e ficar em seus jogos medievais de relação
de suserania e vassalagem”.
Elaborar uma proposta é a capacidade e o conhecimento do funcionamento da
administração pública para efetivamente discursar sobre uma possibilidade.

O QUE É ARGUMENTAR?

Segundo Koch, os processos básicos de argumentação se compõem em quatro


eixos opositivos e uma estratégia de valoração. Os eixos opositivos são elementos
contrapostos, a saber, para a autora, os principais são: perguntar – responder; situar o
problema – apresentar solução; apresentar argumentos favoráveis e contrários para a
tomada de posição sobre um assunto polêmico; apontar semelhanças e diferenças na
constituição de um quadro comparativo analítico -crítico. E a estratégia de valoração é
dar exemplos.

PERGUNTA E RESPOSTA

POR QUÊ OS VENEZUELANOS PROTESTAM?

- INSEGURANÇA: A Venezuela virou um dos países mais perigosos do mundo.


As pessoas têm medo de sair das suas casas. Foram registrados 24.000 assassinatos
em 2013.

- CORRUPÇÃO: Ela está presente dentro de quase todas as esferas do governo.


Veja, para a pergunta, há duas respostas distintas organizadas em tópicos e
depois explicadas. Essa estratégia de argumentação é clara e de fácil composição,
mesmo que requeira bastante consistência de informação, ela é indicada aos iniciantes
para a composição de textos argumentativos – dissertativos.

LEVANTANDO O PROBLEMA – APONTANDO SOLUÇÃO

PROBLEMA:

“O impacto da onda vindoura de robôs para questões como o trabalho e a


desigualdade fica cada vez mais forte.”

SOLUÇÃO:

“Maios presença do Estado na economia. Erik e Andrew propõe que o Estado


torne-se acionista em frotas robóticas do futuro. Os dividendos obtidos a partir delas
seriam distribuídos para a sociedade como um todo. Uma espécie de ‘Bolsa Família’
robótica, para mitigar desemprego e desigualdade.”

“A redistribuição de renda e riqueza em larga escala que pode acontecer na


forma da criação de uma renda mínima para cada adulto, junto com suporte
educacional e treinamento contínuo.”

Essa estratégia é um pouco mais complexa e requer maior domínio do


estudante para utilizá-la num texto dissertativo-argumentativo. Para tal, é necessário
bastante conhecimento sobre o tema para que o problema levantado não seja falso e,
consequentemente, todas as soluções.

INDICANDO ARGUMENTOS FAVORÁVEIS X ARGUMENTOS

CONTRÁRIOS

ARGUMENTOS CONTRÁRIOS:

1. A demonstração de que fumantes passivos correm mais risco de morrer por


ataque cardíaco, derrame cerebral, câncer e doenças respiratórias deu origem à
legislação que proibiu o fumo em lugares fechados, providência que beneficiou
fumantes e abstêmios. Especialistas temem que esse esforço da sociedade seja perdido,
quando os cigarros eletrônicos forem anunciados em larga escala pelos meios de
comunicação.
2. Não existe padronização na quantidade de nicotina vaporizada pelas
diferentes marcas de eletrônicos, nem controle de qualidade. Os testes mostram que
alguns conseguem liberar o dobro ou o triplo de nicotina, em cada tragada.

ARGUMENTOS A FAVOR:

1. Consideram que o cigarro eletrônico se enquadra nas chamadas estratégias


de redução de riscos, semelhantes às de distribuição de seringas para usuários de
drogas injetáveis, adotadas como medida de prevenção à Aids
2. Há quem acredita que ao lado de outras formas de administrar nicotina sem
utilizar combustão, os dispositivos eletrônicos têm potencial para se tornar um dos
maiores avanços na história da saúde pública. Para eles, o vapor de nicotina inalado
através do cigarro eletrônico mimetiza as experiências prévias dos fumantes, sem
deixar de estigmatizar o cigarro comum.

OPINIÃO

1. Minha opinião é de que os cigarros eletrônicos devem obedecer leis que os


obriguem a passar por controle de qualidade, que proíbam fumá-los em bares,
restaurantes, escritórios e outros espaços públicos fechados, e que vedem a
publicidades pelos meios de comunicação de massa...

Esse tipo de argumento é poderosíssimo pois evidência que o escritor tem


grande domínio sobre o tema: ele sabe tanto pontos positivos quanto negativos do
objeto de que fala. Contudo, há dois problemas principais, ele é restrito a textos que o
autor tem liberdade para escrever quantas linhas lhe convier, pois, em textos como o
do Enem, o estudante não possui espaço para elencar argumentos positivos e negativos
sem cair no superficialismo. E, é perigoso por colocar o autor num lugar de não opinião,
como se ele não soubesse bem o que pensa de fato sobre o objeto.

TECENDO COMPARAÇÃO: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

TESE

O homem tem ânsia de amar e o faz de diferentes maneiras, mas é incapaz de


definir o que é o amor.

ARGUMENTO DE AUTORIDADE 1

O amor vem da necessidade de se sentir completo – de encontrar a “alma


gêmea”, a “metade da laranja”; alguém predeterminado. Sob tal ponto de vista, amar
não refletiria identidade – pouco importariam gostos, desejos e escolhas.

ARGUMENTO DE AUTORIDADE 2
A existência humana precede sua essência e, assim, cada um é agente de sua
própria identidade – não há predeterminações. E, se o homem constrói a si mesmo, o
amor se torna muito menos palpável; presente, mas contraditoriamente incapturável
ou indefinível, já que está condicionado à mutante identidade pessoal.

Forma potente de argumentação pois o escritos se apoia em renomados


pensadores para advertir sobre a sua tese. Seguramente é a melhor forma para se
estabelecer uma argumentação em textos dissertativos-argumentativos de caráter
classificatório. A dificuldade é lembra-los quando se precisa.
A IMIGRAÇÃO NO BRASIL

Titulo: Catalisador estrangeiro

Autor: Yárina Rangel Vieira

No final do século XX, o país passou por um período de grande prosperidade


econômica que ficou conhecido como "Milagre econômico". O otimismo gerado por
essa conjuntiva traduziu-se em uma frase que permanece, até hoje, na cultura popular:
"Brasil o país do futuro". o crescente número de imigrantes que buscam terras
Tupiniquins, porém, revela que talvez o futuro esteja próximo de chegar. Dessa forma,
é preciso enxergar a oportunidade de crescimento que tal fenômeno representa é
propor medidas que maximizem os benefícios e minimizem os problemas.

Em um primeiro plano deve-se entender que o aumento do continente


populacional gera uma série de problemas para o local de destino. Nesse sentido, a
qualidade dos sistemas de sáude,, segurança, e educação que já não é ideal, no país,
torna-se ainda mais precária caso não haja a definição do limite de absorção de
imigrantes por cidade. Logo, faz-se necessária a ampliação da fiscalização das
fronteiras do país pelas forças armadas para que haja maior controle do número de
pessoas que desejam viver no país, além de uma melhor administração do local de
destino evitando locais que já apresentam inchaço populacional.
Entretanto, ainda que haja um limite de indivíduos, aqueles que aqui se
estabelecem não são inseridos na sociedade e acabam por incrementar o setor informal
da economia, quando poderiam contribuir para o crescimento do país, principal da
economia, quando poderiam contribuir para o crescimento do país, principalmente em
setores onde há carência de profissionais como na construção civil. Para amenizar tal
quadro, as ONGs poderiam oferecer cursos de profissionalização aos imigrantes
aproximando-os da dinâmica social do país. Afinal, não basta oferecer apenas água e
alimentos como fez o governo no caso da chegada de 500 haitianos no Acre, ano
passado.
Torna-se evidente, portanto, que o país precisa administrar de forma mais
consciente a expressiva chegada de imigrantes. Com esse objetivo, além das medidas
anteriormente citadas a criação de uma "cartilha do imigrante" ajudaria no
estabelecimento desses indivíduos uma vez que eles ficariam cientes de suas
possibilidades sendo papel do Governo elaborá-la. Com os imigrantes incrementando
não só a cultura como economia, a reação social de transformação em país do futuro,
certamente será agilizada.

Titulo: A imigração no Brasil

Autor: Gabriela Araújo Attie


Durante, principalmente, a década de 1980, o Brasil mostrou-se um país de
emigração. Na chamada década perdida, inúmeros brasileiros deixaram o país em
busca de melhores condições de vida. No século XXI, um fenômeno inverso é evidente:
a chegada ao Brasil de grandes contingentes imigratórios, com indivíduos de países
subdesenvolvidos latino-americanos. No entanto, as condições precárias de vida
dessas pessoas são desafios ao governo e à sociedade brasileira para a plena adaptação
de todos os cidadãos à nova realidade.

A ascensão do Brasil ao posto de uma das dez maiores economias do mundo é


um importante fator atrativo aos estrangeiros. Embora o crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) nacional, segundo previsões, seja menor em 2012 em relação a anos
anteriores, o país mostra um verdadeiro aquecimento nos setores econômicos,
representado, por exemplo, pelo aumento do poder de consumo da classe C.
Esse aspecto contribui para a construção de uma imagem positiva e
promissora do Brasil no exterior, o que favorece a imigração. A vida dos imigrantes no
país, entretanto, exibe uma diferente e crítica faceta: a exploração da mão-de-obra e a
miséria.
Portanto, para impedir a continuidade dessa situação, é imprescindível a
intervenção governamental, por meio da fiscalização de empresas que apresentem
imigrantes como funcionários, bem como a realização de denúncias de exploração por
brasileiros ou por imigrantes. Ademais, é necessário fomentar o respeito e a assistência
a eles, ideais que devem ser divulgados por campanhas e por propagandas do governo
ou de ONG’s, além de garantir seu acesso à saúde e à educação, por meio de políticas
públicas específicas a esse grupo.
A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Desirée Macarroni Abbade, de 18 anos – Rio de Janeiro (RJ)

Profecia futurística
Em meados do século passado, o escritor austríaco Stefan Zweig mudou-se
para o Brasil devido à perseguição nazista na Europa. Bem recebido e impressionado
com o potencial da nova casa, Zweig escreveu um livro cujo título é até hoje repetido:
“Brasil, país do futuro”. Entretanto, quando se observa a deficiência das medidas na
luta contra a intolerância religiosa no Brasil, percebe-se que a profecia não saiu do
papel. Nesse sentido, é preciso entender suas verdadeiras causas para solucionar esse
problema.
A princípio, é possível perceber que essa circunstância deve-se a questões
políticas-estruturais. Isso se deve ao fato de que, a partir da impunidade em relação a
atos que manifestem discriminação religiosa, o seu combate é minimizado e
subaproveitado, já que não há interferência para mudar tal situação. Tal conjuntura é
ainda intensificada pela insuficiente laicidade do Estado, uma vez que interfere em
decisões políticas e sociais, como aprovação de leis e exclusão social. Prova disso, é,
infelizmente, a existência de uma “bancada evangélica” no poder público brasileiro.
Dessa forma, atitudes agressivas e segregacionistas devido ao preconceito religioso
continuam a acontecer, pondo em xeque o direito de liberdade religiosa, o que
evidencia falhas nos elementos contra a intolerância religiosa brasileira.
Outrossim, vale ressaltar que essa situação é corroborada por fatores
socioculturais. Durante a formação do Estado brasileiro, a escravidão se fez presente
em parte significativa do processo; e com ela vieram as discriminações e intolerâncias
culturais, derivadas de ideologias como superioridade do homem branco e darwinismo
social. Lamentavelmente, tal perspectiva é vista até hoje no território brasileiro. Bom
exemplo disso são os índices que indicam que os indivíduos seguidores e pertencentes
das religiões afro-brasileiras são os mais afetados. Dentro dessa lógica, nota-se que a
dificuldade de prevenção e combate ao desprezo e preconceito religioso mostra-se fruto
de heranças coloniais discriminatórias, as quais negligenciam tanto o direito à vida
quanto o direito de liberdade de expressão e religião.
Torna-se evidente, portanto, que os caminhos para a luta contra a intolerância
religiosa no Brasil apresentam entraves que necessitam ser revertidos. Logo, é
necessário que o governo investigue casos de impunidade por meio de fiscalizações no
cumprimento de leis, abertura de mais canais de denúncia e postos policiais. Além
disso, é preciso que o poder público busque ser o mais imparcial (religiosamente)
possível, a partir de acordos pré-definidos sobre o que deve, ou não, ser debatido na
esfera política e disseminado para a população. Ademais, as instituições de ensino, em
parceria com a mídia e ONGs, podem fomentar o pensamento crítico por intermédio
de pesquisas, projetos, trabalhos, debates e campanhas publicitárias esclarecedoras.
Com essas medidas, talvez, a profecia de Zweig torne-se realidade no presente. “

Samanta Gabriela Ferreira, 22 anos – Minas Gerais

“É notória a necessidade de ir de encontro à intolerância religiosa no país


vigente. Diante disso, averigua-se, desde o período da colonização brasileira, um
esforço etnocêntrico de catequização dos indígenas nativos, como forma de
suprimirem suas crenças politeístas. Tal processo de aculturação e subjugo acometeu
também os negros africanos, durante todo contexto histórico de escravidão, os quais
foram, não raro, coisificados e abominados por suas religiões e cultos. Por essa razão,
faz-se necessário pautar, no século XXI, o continuismo desse preconceito religioso e
dos desdobramentos dessa faceta caótica.
Segundo Immanuel Kant, em sua teoria do Imperativo Categórico, os
indivíduos deveriam ser tratados, não como coisas que possuem valor, mas como
pessoas que têm dignidade. Partindo desse pressuposto, nota-se que a sociedade
brasileira, decerto, tem ido de encontro ao postulado filosófico, uma vez que há uma
valoração negativa às crenças de caráter não tradicionais, conforme a mentalidade
arcaica, advinda de uma herança histórico-cultural, como o Candomblé, o espiritismo
e o Islamismo. Tal realidade é ratificada ao se destacar a agressão física e moral oriunda
de um movimento promovido pelo Pastor Lucinho, no Rio de Janeiro, o qual incitou
um levante contra a manifestação religiosa do Candomblé, segundo notícia da Folha
de São Paulo. Por essa razão, torna-se inegável a discriminação velada e, não raro,
explícita existente contra às diversas religiões no Brasil.
Como desdobramento dessa temática e da carência de combate às díspares
formas de intolerância religiosa, faz-se relevante ressaltar a garantia de liberdade de
culto estabelecida na Constituição de 1988. Nesse sentido, de acordo com o Artigo 5º
da Carta, todos os indivíduos são iguais perante a lei, sem distinção de nenhuma
natureza, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de assegurar a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade e à segurança. O que se nota, pois, na
contemporaneidade, é a inoperância desse direito constitucional e do cumprimento da
laicidade estatal, haja vista a mínima expressividade desse Estado, ainda em vigor, no
que tange à proteção do cidadão e à legitimidade da livre manifestação religiosa no
país.
Por tudo isso, faz-se necessário a intervenção civil e estatal. O Estado, nesse
contexto, carece de fomentar práticas públicas, tal como a inserção na grade curricular
do conteúdo “Moral e Ética”, por meio do engajamento pedagógico às disciplinas de
Filosofia e Sociologia, a fim de que seja debatido a temática do respeito às
manifestações religiosas e que seja ressignificado a mentalidade arcaica no que tange
à tolerância às religiões. É imperativo, ainda, que a população, em parceria com as
escolas, promovam eventos plurissignificativos e seminários, por meio de campanhas
de caráter popular, para que diversos líderes religiosos orientem os civis, sem tabus e
esteriótipos, sobre suas crenças, de modo a mitigar a intolerância religiosa de modo
efetivo. Só assim, o país tornar-se-á mais plural e justo.”

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