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23/10/2018 QUESTÃO SOCIAL, FAMILIA E JUVENTUDE: DESAFIOS DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA ARÉA SOCIOJURÍDICA

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QUESTÃO SOCIAL, FAMILIA E JUVENTUDE: DESAFIOS


DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA ARÉA
SOCIOJURÍDICA

A inserção do Assistente Social no campo sóciojuridico está ligada ao processo de institucionalização da


profissão e que posteriormente iniciou-se o processo de reconceituação da profissão revendo seus princípi
aos poucos a profissão começou atuar no final de 1930 nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo nos
chamados “Juizados de Menores” privilegiando as práticas vinculadas aos movimentos populares e às
instituições que prestavam serviços sociais à população.
Após a renovação crítica do Serviço Social brasileiro com predomínio do movimento de reconceituação
latino-americano a ampliação da demanda de atendimento e de profissionais que passa a ocorrer após a
Constituição Federal de 1988, direcionando-se aos direitos sociais tais como saúde, previdência, e assistên
destacando também a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, que veio substituir o có
de Menores, num movimento de busca de garantia de direitos que tem sido cada vez mais freqüente a bus
do Judiciário com vistas a garantir direitos sociais.
A criação do “Direito do Menor” (Código de Menores, Lei 6.697 de 10 de Outubro de 1979) a partir das
experiências dos chamados Tribunais dos Menores, cuja à função era exercer o controle sobre determinado
grupos de crianças e adolescentes, excluídos do processo de produção capitalista. Não sendo possível alte
se a essência das medidas a ser aplicada, especialmente a privação de liberdade, a solução encontrada foi
mudar os nomes dados a essas medidas. Desta forma, o julgamento virou tutela e a prisão virou
internamento.
No Brasil, o Código de Menores, que foi substituído pelo Estatuto da Criança e do Adolescente justamen
quando foi comemorado o Ano Internacional da Criança, com grandes promessas de melhor proteção ao
menor carente, abandonado e infrator.
Embora, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990, contrapõe-se historicamente a um passado de controle e de exclusão social sustentado na Doutrina
Proteção Integral, o ECA expressa direitos da população infanto-juvenil brasileira, pois afirma o valor
intrínseco da criança e do adolescente como ser humana, a necessidade de especial respeito à sua condiçã
de pessoa em desenvolvimento, o valor prospectivo da infância e adolescência como portadoras de
continuidade do seu povo e o reconhecimento da sua situação de vulnerabilidade, o que torna as crianças
adolescentes merecedores de proteção integral por parte da família, da sociedade e do Estado; devendo e
atuar mediante políticas públicas e sociais na promoção e defesa de seus direitos.
Sendo assim, IAMAMOTO afirma que os assistentes sociais são chamados a colaborar na reconstrução d
raízes sociais da infância e juventude, na luta pela afirmação de direitos sociais e humanos e ainda
salientando a importância da família como espaço de socialização, proteção, reprodução e formação de
indivíduos, provocando o enraizamento dos laços familiares, contudo o serviço social no poder judiciário
envolve medidas compensatórias e protetoras de caráter socioeducativas.
Assim, provoca uma discussão e análise do profissional de serviço social junto à infância e juventude na
área sociojurídica. Uma vez que verifica-se tais particularidades do trabalho do Assistente Social na área
sociojuridico abordando relações entre questão social e trabalho profissional e a Constituição Brasileira
vigente, dita “Cidadã” e promulgada após intensa participação popular, estabelece como objetivos da
República: “construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradica
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º). Como
fundamentos do Estado democrático de Direito o texto constitucional afirma a soberania, a cidadania, a
dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Os
direitos sociais incluem educação, saúde, moradia, trabalho, lazer, segurança, previdência social, proteção
maternidade e à infância e assistência aos desamparados (art.6º).
Contudo, os autores CARVALHO e IAMAMOTO definem melhor o que é questão social.

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23/10/2018 QUESTÃO SOCIAL, FAMILIA E JUVENTUDE: DESAFIOS DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA ARÉA SOCIOJURÍDICA

“A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operá
de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do
empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletaria
a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e repressão”. (1983,
p.77):
Dessa forma, a questão social é vista como um conjunto de expressões do processo de formação e
desenvolvimento da classe trabalhadora relacionando a divisão da sociedade e ainda expressão das
desigualdades sociais da sociedade capitalista madura expressa pelas disparidades econômicas, políticas e
culturais da classe social.
Historicamente, a questão social surgiu a partir do advento do capitalismo sendo sua primeira manifest
o pauperismo e o segundo: o pensamento marxista, sendo assim, é importante ressaltar que a questão so
perde sua estrutura histórica e é naturalizada, pois para alguns pensadores laicos as manifestações são vi
como desdobramentos da sociedade moderna burguesa, ou seja, existe pobreza porque são conseqüência
mundo moderno, enquanto para os confessionais ligados à igreja se você é pobre é porque é seu destino,
Deus quem quis assim”, mas em contraposição o pensamento marxista percebe que a dinâmica da questã
social reflete acerca do capitalismo (exploração). E também, aponta seus novos desdobramentos,
denominadas de “novas roupagens”, “novas expressões” em decorrência da história moderna, contudo a “
questão social” é a ruptura da questão social da primeira metade do século XIX, mas de nova não tem nad
apenas modificou-se suas bases históricas, que provocaram ao deslocamento da esfera publica passando a
privatizar a saúde, havendo mercantilizaçao nos atendimentos das necessidades básicas da população
(descentralização e privatização das políticas sociais públicas), surgindo novas formas de sociabilidade,
existindo agora um aumento da criminalização e violência.
Com isso, afeta os processos de trabalhos, as formas de força de trabalho atingindo a classe que vive d
trabalho enfrentar o desemprego, ou seja, o mercado agora exige a redução de custos e aumento da
lucratividade. Entretanto Iamamoto afirma que “as assistentes sociais não trabalham com fragmentos da v
social, mas com indivíduos sociais que contribuem na vida em sociedade e condensam em si a vida social”
vale ressaltar que os profissionais de serviço social buscam através de projetos sociais uma fonte de
estratégia para a questão social uma vez que tais projetos são de caráter universal e democrático conform
assegurado pela constituição federal de 1988.
Assim, o serviço Social lida diretamente com as expressões das desigualdades sociais criadas pelo mod
produção capitalista e atua criando e executando projetos e políticas, ligados na visão de homem mundo.
A crescente inserção do serviço social nos Tribunais de Justiça tem como eixo a expansão do Poder
Judiciário na sociedade contemporânea.
A Constituição Federal de 1988 apresenta mudanças relevantes sobre a proteção dos direitos fundamen
tanto no que se refere ao conteúdo desses direitos como no papel atribuído às instituições estatais para su
efetivação. Segundo KOERNER (2002), durante a transição democrática, o modelo de constituição propost
para o país é de um Estado social e democrático de direito, cujos valores básicos estão expressos nos dire
fundamentais, nos princípios de organização, de funcionamento e nos objetivos do Estado, que recebe pap
de garantidor e promovedor de direitos substantivos.
No Brasil a cidadania social é tardia e só desenvolveu em decorrência da formação histórica do país, ma
também o poder judiciário carrega sua marca burocrática, guardada pela hierarquia.
Segundo BRUNO (2003), ser assistente social e atuar no poder judiciário é manter um contato permane
e desafiador com toda a complexidade da sociedade contemporânea. Para entender e intervir na diversida
de questões sociais que são levadas ao seu âmbito de decisão, o judiciário deve buscar outros elementos
conceituais e operativos, especialmente relacionados ao campo social, onde se insere a atuação do serviço
social.
Contudo ele, Assistente Social, dispõe de uma viabilização do acesso aos direitos tendo uma atitude
investigativa e pesquisa constitutivas do trabalho, colocando em pratica o conhecimento da realidade, ou s
reconstruindo processos sociais.
Para IAMAMOTO, o assistente social não opera imediatamente a elaboração e/ou implementação de
políticas sociais, e também a implementação da política de atendimento aos direitos da criança e do
adolescente requer articulações com outros poderes do Estado, em especial o Poder Executivo. Todavia, na
esfera jurídica, o profissional trabalha com diversas expressões da questão social, que geralmente afetam
famílias, crianças e adolescentes ligados ao trabalho precoce, dependência química e principalmente abuso
sexual. Assim as desigualdades sociais afetam sociabilidade dos sujeitos havendo nesse momento uma
despolitização da questão social, e as políticas publicas e direitos sociais passam a ser desregulamentados
deslocando a atenção da pobreza para a iniciativa privada ou individual.
Entretanto, o assistente social atua no poder judiciário exercendo dentre outras funções a função de pe
ou seja, de assessor, contribuindo com informações de processos que se constitui em um processo de
avaliação que implica no desvendamento da Questão Social na vida dos sujeitos cujas situações demanda
intervenção da justiça. Logo A Perícia Social vai se constituir em um espaço na Justiça como um contrapon
na interlocução e mediação de direitos daqueles que violam ou tem seus direitos violados. Embora, a Períc
Social como especificidade do Serviço Social se sustenta pela articulação dos fundamentos do Serviço Soc
consolidada pelo Projeto Ético-Político profissional que vai realizar a interlocução e mediação de direitos de
seus usuários cujos atos estão sendo julgados pela justiça. Portanto, a Perícia Social tem como compromis
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dar visibilidade social à responsabilidade coletiva de uma situação.


Enfim, a autora aponta que para extrapolar o universo jurídico é necessário entende-lo melhor como um
braço do poder de Estado e que o trabalho profissional na área sociojuridico norteia-se na defesa da esfera
publica enfrentando sua realidade e é necessário ter um perfil critico e culto que seja capaz de avaliar
propostas que apontem para uma progressiva democratização das relações sociais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IAMAMOTO, Marilda Vilela. Política Social, Família e Juventude: uma questão de direitos. Mione Apolinário
Sales, Mauricio Castro de Matos, Maria Cristina Leal (org.) 2ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2006.

IAMAMOTO, Marilda Vilela; CARVALHO, Raul. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma
interpretação histórico-metodológica. São Paulo, Cortez, 1983

BRUNO, Denise Duarte. Serviço Social Judiciário: Existimos, a que será que se destina? In: Cadernos de
Serviço Social. Faculdade de Serviço Social, PUC-Campinas: ano VII, número 10, 1997.

KOERNER, Andrei. Posições Doutrinárias sobre o Direito de Família. In: FUKUI, Lia (org.). Segredos de
Família. São Paulo: Annablume; Nemge/USP: Fapesp, 2002 (p.71-105).

http://www.culturabrasil.pro.br/constituicao.htm acesso em 03/10/2009

http://www.hottopos.com/vdletras3/vitoria.htm acesso em 03/10/2009

Autor: Aline Aparecida

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