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ADI 800: Resumo do Julgado

Voto do Relator Min. Teori Zavascki:

Enquadramento do pedágio como taxa ou preço público independe da localização


topográfica no texto constitucional, e sim do preenchimento dos requisitos do Art. 3º
CTN, que traz o conceito de tributo.

É irrelevante também para a definição da natureza jurídica a existência ou não de


via alternativa gratuita para o usuário trafegar. Essa condição não está estabelecida na CF
(nem em lei ordinária).

Elemento nuclear para distinguir taxa e preço público é o da compulsoriedade.


Esse elemento está presente na taxa, mas não está presente na tarifa. Esse posicionamento
está presente na Súmula 545, STF (que diz que as taxas são compulsórias). Esse foi o
critério para determinar que o fornecimento de água é serviço remunerado por preço
público.

Alude ao RE 54491/PE, de 15/10/63, DJ 05/03/64 (Min. Hermes Lima). Esse


julgamento se vale do critério da compulsoriedade para a taxa e voluntariedade para a
tarifa. O que torna compulsória a aceitação e o pagamento do serviço são as exigências
do interesse coletivo. Toda casa situada onde passa rede d’água é obrigada a se abastecer
da rede. É obrigada também a servir-se da rede de esgoto. Essa obrigatoriedade decorre
das exigências do convívio coletivo. A contraprestação pela utilização da rede de águas e
de esgoto corresponde à utilização de bem e serviços utilizados e instalados pelo Estado.
A renda dessas contraprestações vem de preço público. A renda obtida é classificada
como renda industrial.

Alude ao RE 576189/RS, 26/06/09 (Min. Ricardo Lewandowsky) que definiu a


contraprestação paga pelo fornecimento de energia elétrica como preço público. Utilizou
o critério da compulsoriedade/voluntariedade. Entendeu que o encargo tratado não tinha
compusoriedade, então não poderia ser tratado como tributo.

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