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Espelho impuro, porta para a morte: A obsessão de Orfeu no mito básico HH

RESUMO
Tomando o mito de Orfeu, sobretudo, como uma figuração da poesia na dimensão mais
abrangente de arte que ela pode assumir, vê-se em trabalhos como Orpheus: the myth of
the poet, de Charles Segal (1989) e O espaço literário, de Maurice Blanchot (1987), eixos
teóricos que conduzirão a leitura do poema contínuo (de) Herberto Helder neste texto.
Rever, aqui, as imagens de HH e Orfeu entrepostas como que por espelhos – ou ainda, e
melhor: o jogo no qual “a lâmpada faz com que se veja a própria lâmpada” (HELDER,
1995, p.143) – implica em revisitar textos que tratam de tal aproximação (RAMOS
ROSA, 1962; BELO, 2002) mas, para além disto – e como ensejo para uma leitura mais
aproximada e pormenorizada entre ambos – pretende-se propor a imagem de Orfeu como
letra muda que se repete (GUSMÃO, 2012, p.5) – espécie autônoma e espectral de reflexo
– uma das obsessões elaboradas no mito básico HH (HELDER, 1995, 141).
Palavras-chave: Herberto Helder, Orfeu, vida, morte, mito.

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