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possui três capitais. São elas: Cape Town, a capital legislativa; Pretoria, a capital
executiva; Bloemfontein, a capital judiciária.
Quando as eleições de 1994 foram realizadas, nascia, naquele momento, uma nova
África do Sul. Nelson Mandela, líder negro sul-africano que ficou preso por 27 anos
ficou devido ao ideal de acabar com o apartheid, venceu a eleição. Três séculos de
soberania dos brancos sobre a maoria negra da população finalmente chegavam ao
fim.
Esse novo começo para o país chamado de “Rainbow Nation” - ou, como diz o
Arcebispo Desmond Tutu, primeiro arcebispo negro sul-africano, “Rainbow Children of
God” - significava, pela primeira vez, que todas as pessoas da África do Sul,
independentemente da cor, credo ou sexo, eram iguais. Em 1997, uma constituição
inédita garantiu ao povo esses direitos.
Os 300 anos de história sul-africana que precederam essa dramática reviravolta em
direção à liberdade e à democracia explicam como tudo deu tão errado em um
período de tempo tão longo. Colonizadores europeus brancos de três países lutaram
entre si pelo direito de controlar um território vasto que, na opinião de cada um,
pertencia a eles. Na mesma época, tribos negras fizeram o mesmo. E os colonizadores
ainda travaram batalhas com as tribos que atravessam seu caminho. Foi nessa época
que minas de ouro e diamante foram descobertas. Os negros foram trabalhar nas
minas, enquanto os brancos ficavam mais ricos.
Para que a história não pareça confusa, é necessário que se fale sobre o papel social e
político da África do Sul na História Antiga do mundo.
Um Novo Mundo
Com as eleições de 1948, Hendrick Verwoerd e D.F. Malan criaram um mundo novo: o
apartheid, ou “separação”. Esta posição política nacional trouxe muitas leis novas. Os
negros foram forçados a se sentar em bancos públicos separados, usar entradas de
prédios diferentes e ter seus próprios banheiros públicos. No ano seguinte, o decreto
Mixed Marriages Act proibiu casamentos entre negros e brancos.
O decreto mais cruel de todos foi o Popular Registration Act, de 1950, que exigia
registros de acordo com as classificações raciais. Os negros eram obrigados a carregar
um passe permanentemente, impedindo-os de entrar nas cidades. Mais adiante, um
grande número de negros foi enviado a áreas chamadas de townships - áreas de
segregação racial e grande pobreza, que quanto mais longe dos olhos dos brancos,
melhor.
Por 30 anos, o Partido Nacional batalhou para manter o sistema de apartheid, que
pregava a censura aos meios de comunicação e a falta de liberdade de expressão. O
índice de violência estava aumentando, bem como o número de protestos no país. A
África do Sul se transformou em assunto de discussão internacional.
Século XX
O apartheid, que significa "vida separada", era o regime de segregação racial existente na
África do Sul, que obrigava os negros a viverem separados. Os brancos controlavam o poder,
enquanto o restante da população não gozava de vários direitos políticos, econômicos e
sociais.
Ainda estudante de Direito, Mandela começou sua luta contra o regime do apartheid. No ano
de 1942, entrou efetivamente para a oposição, ingressando no Congresso Nacional Africano
(movimento contra o apartheid). Em 1944, participou da fundação, junto com Oliver Tambo e
Walter Sisulu, da Liga Jovem do CNA.
Durante toda a década de 1950, Nelson Mandela foi um dos principais membros do
movimento anti-apartheid. Participou da divulgação da “Carta da Liberdade”, em 1955,
documento pelo qual defendiam um programa para o fim do regime segregacionista.
Mandela sempre defendeu a luta pacífica contra o apartheid. Porém, sua opinião mudou em
21 de marco de 1960. Neste dia, policiais sul-africanos atiraram contra manifestante negros,
matando 69 pessoas. Este dia, conhecido como “O Massacre de Sharpeville”, fez com que
Mandela passasse a defender a luta armada contra o sistema.
Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do CNA, conhecido como "Lança
da Nação". Passou a buscar ajuda financeira internacional para financiar a luta. Porém, em
1962, foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e viagem ao
exterior sem autorização. Em 1964, Mandela foi julgado novamente e condenado a prisão
perpétua por planejar ações armadas.
Mandela permaneceu preso de 1964 a 1990. Neste 26 anos, tornou-se o símbolo da luta anti-
apartheid na África do Sul. Mesmo na prisão, conseguiu enviar cartas para organizar e
incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país. Neste período de prisão, recebeu apoio
de vários segmentos sociais e governos do mundo todo.
Com o aumento das pressões internacionais, o então presidente da África do Sul, Frederik de
Klerk solicitou, em 11 de fevereiro de 1990, a libertação de Nelson Mandela e a retirada da
ilegalidade do CNA (Congresso Nacional Africano). Em 1993, Nelson Mandela e o presidente
Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação
racial na África do Sul.
Em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Governou o país
até 1999, sendo responsável pelo fim do regime segregacionista no país e também pela
reconciliação de grupos internos.