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A África do Sul é uma república democrática parlamentarista, e é o único país que

possui três capitais. São elas: Cape Town, a capital legislativa; Pretoria, a capital
executiva; Bloemfontein, a capital judiciária.

A constituição vigente do país começou a ser adotada em 08 de maio de 1996, depois


da queda do apartheid.

ÁFRICA DO SUL: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

Quando as eleições de 1994 foram realizadas, nascia, naquele momento, uma nova
África do Sul. Nelson Mandela, líder negro sul-africano que ficou preso por 27 anos
ficou devido ao ideal de acabar com o apartheid, venceu a eleição. Três séculos de
soberania dos brancos sobre a maoria negra da população finalmente chegavam ao
fim.
Esse novo começo para o país chamado de “Rainbow Nation” - ou, como diz o
Arcebispo Desmond Tutu, primeiro arcebispo negro sul-africano, “Rainbow Children of
God” - significava, pela primeira vez, que todas as pessoas da África do Sul,
independentemente da cor, credo ou sexo, eram iguais. Em 1997, uma constituição
inédita garantiu ao povo esses direitos.
Os 300 anos de história sul-africana que precederam essa dramática reviravolta em
direção à liberdade e à democracia explicam como tudo deu tão errado em um
período de tempo tão longo. Colonizadores europeus brancos de três países lutaram
entre si pelo direito de controlar um território vasto que, na opinião de cada um,
pertencia a eles. Na mesma época, tribos negras fizeram o mesmo. E os colonizadores
ainda travaram batalhas com as tribos que atravessam seu caminho. Foi nessa época
que minas de ouro e diamante foram descobertas. Os negros foram trabalhar nas
minas, enquanto os brancos ficavam mais ricos.
Para que a história não pareça confusa, é necessário que se fale sobre o papel social e
político da África do Sul na História Antiga do mundo.

Um Novo Mundo

Com as eleições de 1948, Hendrick Verwoerd e D.F. Malan criaram um mundo novo: o
apartheid, ou “separação”. Esta posição política nacional trouxe muitas leis novas. Os
negros foram forçados a se sentar em bancos públicos separados, usar entradas de
prédios diferentes e ter seus próprios banheiros públicos. No ano seguinte, o decreto
Mixed Marriages Act proibiu casamentos entre negros e brancos.

O decreto mais cruel de todos foi o Popular Registration Act, de 1950, que exigia
registros de acordo com as classificações raciais. Os negros eram obrigados a carregar
um passe permanentemente, impedindo-os de entrar nas cidades. Mais adiante, um
grande número de negros foi enviado a áreas chamadas de townships - áreas de
segregação racial e grande pobreza, que quanto mais longe dos olhos dos brancos,
melhor.
Por 30 anos, o Partido Nacional batalhou para manter o sistema de apartheid, que
pregava a censura aos meios de comunicação e a falta de liberdade de expressão. O
índice de violência estava aumentando, bem como o número de protestos no país. A
África do Sul se transformou em assunto de discussão internacional.

Século XX

- 1910 - os ingleses fundam a União da África do Sul como domínio do Império


Britânico. Tornam a língua inglesa em oficial da região e os negros ficam sem
direitos políticos e sociais.

- 1948 - criada a estrutura política, social e econômica do Apartheid (sistema


legalizado que discriminava racialmente os negros e garantia o domínio da
minoria branca na região).

- 1961 - a União da África do Sul conquista a independência da Inglaterra,


formando a República da África do Sul.

- 1994 - fim do apartheid com eleições livres em 27 de abril. Nelson Mandela é


eleito presidente da África do Sul.

No regime do apartheid o governo era controlado pelos brancos


de origem européia (holandeses e ingleses), que criavam leis e
governavam apenas para os interesses dos brancos. Aos negros
eram impostas várias leis, regras e sistemas de controles sociais.

- Proibição de casamentos entre brancos e negros - 1949.

- Obrigação de declaração de registro de cor para todos sul-afriacanos (branco, negro


ou mestiço) - 1950.

- Proibição de circulação de negros em determinadas áreas das cidades - 1950

- Determinação e criação dos bantustões (bairros só para negros) - 1951

- Proibição de negros no uso de determinadas instalações públicas (bebedouros,


banheiros públicos) - 1953

- Criação de um sistema diferenciado de educação para as crianças dos bantustões –


1953
Luta contra o apartheid

O apartheid, que significa "vida separada", era o regime de segregação racial existente na
África do Sul, que obrigava os negros a viverem separados. Os brancos controlavam o poder,
enquanto o restante da população não gozava de vários direitos políticos, econômicos e
sociais.

Ainda estudante de Direito, Mandela começou sua luta contra o regime do apartheid. No ano
de 1942, entrou efetivamente para a oposição, ingressando no Congresso Nacional Africano
(movimento contra o apartheid). Em 1944, participou da fundação, junto com Oliver Tambo e
Walter Sisulu, da Liga Jovem do CNA.

Durante toda a década de 1950, Nelson Mandela foi um dos principais membros do
movimento anti-apartheid. Participou da divulgação da “Carta da Liberdade”, em 1955,
documento pelo qual defendiam um programa para o fim do regime segregacionista.

Mandela sempre defendeu a luta pacífica contra o apartheid. Porém, sua opinião mudou em
21 de marco de 1960. Neste dia, policiais sul-africanos atiraram contra manifestante negros,
matando 69 pessoas. Este dia, conhecido como “O Massacre de Sharpeville”, fez com que
Mandela passasse a defender a luta armada contra o sistema.

Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do CNA, conhecido como "Lança
da Nação". Passou a buscar ajuda financeira internacional para financiar a luta. Porém, em
1962, foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e viagem ao
exterior sem autorização. Em 1964, Mandela foi julgado novamente e condenado a prisão
perpétua por planejar ações armadas.

Mandela permaneceu preso de 1964 a 1990. Neste 26 anos, tornou-se o símbolo da luta anti-
apartheid na África do Sul. Mesmo na prisão, conseguiu enviar cartas para organizar e
incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país. Neste período de prisão, recebeu apoio
de vários segmentos sociais e governos do mundo todo.

Com o aumento das pressões internacionais, o então presidente da África do Sul, Frederik de
Klerk solicitou, em 11 de fevereiro de 1990, a libertação de Nelson Mandela e a retirada da
ilegalidade do CNA (Congresso Nacional Africano). Em 1993, Nelson Mandela e o presidente
Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação
racial na África do Sul.

Em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Governou o país
até 1999, sendo responsável pelo fim do regime segregacionista no país e também pela
reconciliação de grupos internos.

Com o fim do mandato de presidente, Mandela afastou-se da política dedicando-se a causas


de várias organizações sociais em prol dos direito humanos. Já recebeu diversas homenagens e
congratulações internacionais pelo reconhecimento de sua vida de luta pelos direitos sociais.
Em abril de 1994 fazem-se eleições multirraciais para o novo Parlamento. O ANC vence e
Nelson Mandela, formando um Governo de unidade nacional, torna-se o primeiro Presidente
sul-africano negro. Em 2004, ano em que Thabo Mbeki completa cinco anos como sucessor de
Nelson Mandela, o Presidente da República da África do Sul promete acabar com toda a
violência de carácter político que ainda possa existir no país.

- A partir de 2010, será celebrado em 18 de julho de cada ano o Dia


Internacional de Nelson Mandela. A data foi definida pela Assembléia
Geral da ONU e corresponde ao dia de seu nascimento.

Principais partidos: Congresso Nacional Africano (CNA), Democrata (DP), da Liberdade


Inkatha (IFP), Novo Nacional (NNP).

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