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Elaborado por
COMISSÃO EXAMINADORA:
______________________________________________
Prof. Dr. Almir Barros da Silva Santos Neto (UFSM)
(Orientador)
______________________________________________
Prof. Dr. Rogério Cattelan Antocheves de Lima (UFSM)
(Professor convidado)
______________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Rizzatti (UFSM)
(Professor convidado)
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The idea of accomplishment of this work arose due to the perception that there is
little technical information about a building method very used in Brazil: the precast
slabs. Thus, many technical materials were consulted and the research of several
authors and information of manufacturers was gathered in a single work,
encompassing important aspects and providing pertinent information of this building
way. A good bibliographical review of important national authors allowed the
perception of the history, advantages and applications of the method, being
fundamental for the development of the work. In this study, we study: types of precast
slabs, discriminating the components, selection parameters and operation
mechanisms; design of these slabs, from the presentation of scaling and verification
of shear, excessive deformation and cracking; details, such as plant layout and
component layout; materials, stages and peculiarities of the constructive process;
and study of recurrent pathologies in this type of slab, being investigated problems,
causes and preventions. At the end, a complete material will be obtained on precast
slabs to facilitate understanding of this subject.
LISTA DE QUADROS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1 - ..................................................................................... 27
Equação 2 - ............................................................................ 28
Equação 3 - .................................................................................... 28
Equação 4 - .................................................................................... 28
Equação 5 - .................................................................. 28
Equação 6 - ( ) ............................... 28
Equação 7 - ............................................................................. 29
Equação 8 - ................................................................................... 29
Equação 9 - ......................................................................................... 29
Equação 10 - ......................................................................... 30
Equação 11 - .............................................................................. 30
Equação 12 - √( ) ( ) 30
............................................
Equação 13 - [ ( )] ........................ 32
Equação 14 - .......................................................................... 32
Equação 15 - ( ) ....................................................................... 33
Equação 16 - .......................................................................... 33
Equação 17 - ...................................... 33
Equação 18 - ( ) .................................................................... 33
Equação 19 - .................................................................................. 33
Equação 20 - 34
( ) [ ( ) ] .............................................
Equação 21 - .................................................................................. 34
Equação 22 - .................................................................................. 34
Equação 23 - ................................................................ 35
Equação 24 - ( )......................................................... 35
XIV
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................... 2
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 2
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................................. 3
2 LAJES PRÉ-FABRICADAS ................................... Erro! Indicador não definido.
2.1 HISTÓRICO ................................................................................................... 4
2.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................... 5
2.3 APLICAÇÕES ................................................................................................ 7
3 PROJETO ............................................................................................................. 9
3.1 TIPOLOGIAS ................................................................................................. 9
3.2 COMPONENTES ......................................................................................... 12
3.3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO ...................................................... 17
3.4 CRITÉRIOS DE ESCOLHA .......................................................................... 18
3.5 DETALHES DE PROJETO .......................................................................... 20
4 DIMENSIONAMENTO......................................................................................... 22
4.1 APRESENTAÇÃO DOS MODELOS DE CÁLCULO .................................... 22
4.2 DIMENSIONAMENTO A FLEXÃO SIMPLES ............................................... 24
4.3 VERIFICAÇÃO AO CISALHAMENTO.......................................................... 32
4.4 VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ................................... 33
4.5 SEGURANÇA ESTRUTURAL ...................................................................... 35
5 DETALHAMENTO .............................................................................................. 37
5.1 PLANTA DE FÔRMAS ................................................................................. 37
5.2 SEÇÃO E DISPOSIÇÃO DE VIGOTAS E BLOCOS .................................... 38
5.3 POSIÇÕES DAS ARMADURAS .................................................................. 40
5.4 APOIOS ....................................................................................................... 42
5.5 VISÃO GERAL ............................................................................................. 45
6 EXECUÇÃO ........................................................................................................ 37
6.1 MATERIAIS EMPREGADOS ....................................................................... 47
6.2 ETAPAS DA CONSTRUÇÃO ....................................................................... 49
6.3 PECULIARIDADES ...................................................................................... 65
7 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS .................................................................. 70
7.1 PRINCIPAIS CASOS ................................................................................... 71
7.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS E PREVENÇÕES ............................ 74
8 CONCLUSÕES ................................................................................................... 82
1
1 INTRODUÇÃO
Embora essa tipologia seja preferida muitas vezes por questões econômicas,
Di Pietro (1992) defende que este não pode ser o único aspecto a ser levado em
conta na escolha e dimensionamento. Segundo ele, deformações excessivas e
fissurações nocivas não são aceitáveis em nenhuma hipótese e devem ser
consideradas no dimensionamento. Di Pietro (1992) sugere também que devem ser
também critérios na escolha da laje: níveis de isolamento termoacústico, proteção
contra incêndio e condição de monolitismo suficiente para a segurança.
2
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
O trabalho tem por objetivo geral realizar um estudo sobre lajes pré-fabricadas
em obras convencionais buscando reunir suas principais características. Sendo
assim, é possível analisar aspectos de projeto e execução que influenciam no
funcionamento dessas lajes e fornecer informações pertinentes a sua utilização.
1.2 JUSTIFICATIVA
2 LAJES PRÉ-FABRICADAS
2.1 HISTÓRICO
Talvez o maior avanço, segundo Di Pietro (1992), tenha ocorrido em 1845 com
a descoberta do cimento, pois logo surgiu a ideia de associar perfis metálicos a este
material para formar o então cimento armado, posteriormente chamado de concreto
armado. Di Pietro (1992) sugere também uma evolução do método quando Monier,
inventor dessa associação, começou a utilizar perfis metálicos I juntamente com o
cimento para formar placas mais resistentes, as quais apresentam comportamento
análogo ao de lajes nervuradas. As placas percursoras das lajes pré-fabricadas
surgiram quando o francês Coignet sugeriu a substituição de perfis por barras de aço
com seção circular, criando assim a hipótese da seção T.
Alta produtividade;
Redução de mão de obra;
Redução no tempo de execução.
2.3 APLICAÇÕES
Em seu estudo sobre lajes formadas com vigotas de concreto, Di Pietro (1992)
destaca a grande aplicação desse tipo de lajes em construções com ocupação
residencial devido à facilidade e rapidez desse método, sendo possível obter reais
custos operacionais com sua adoção. Como geralmente não há muito carga aplicada
e os vãos são limitados, esse tipo de laje é amplamente utilizado em habitações
unifamiliares e edifícios residenciais de pequeno e médio porte. Quando se trata de
prédios de grandes proporções, a laje pré-fabricada pode não ser a melhor escolha,
pois nesses casos a ação do vento é fundamental no dimensionamento e o ideal é
uma estrutura mais rígida para atuar no contraventamento. Di Pietro (1992) ainda
condena o uso de vigotas convencionais em lajes de usos industrial ou comercial
quando apresentarem vãos e sobrecargas inapropriados, assim como em locais
onde predominam cargas dinâmicas ou concentradas.
Residências e apartamentos;
Edifícios comerciais e para escritórios;
Prédios escolares;
Edifícios industriais e armazéns;
Estacionamentos.
8
3 PROJETO
3.1 TIPOLOGIAS
Assim, o tipo de laje deste estudo classifica-se, segundo Baud (1981) e Apolo
(1979), respectivamente, como semi-pré-fabricada e semi-resistente. É notável que
essa combinação seja a mais utilizada, pois oferece melhor custo-benefício em
relação a gastos diretos e a tempo de duração. Conforme sugere Di Pietro (1992)
em sua tese de mestrado, a capa de concreto deve ser executada para garantir
condições de estabilidade, monolitismo, continuidade e rigidez ao conjunto da obra,
e assim é possível aproveitar a contribuição de resistência à compressão do
concreto para obter vigotas mais econômicas.
Segundo Flório (2003), o caso mais raro de ser visto é o de vigotas tipo trilho
protendido, conforme na Figura 5. Elas são capazes de vencer vãos ainda maiores,
mas o alto custo da protensão a torna inviável em muitas obras.
3.2 COMPONENTES
3.2.1 Vigotas
c) Vigotas treliçadas
Essas vigotas (ver Figura 8) são compostas por treliças espaciais soldadas
por eletrofusão e por uma placa de concreto em sua base, conforme Gaspar (1997).
“A armadura treliçada é constituída de um fio de aço no banzo superior, interligado
por dois fios de aço laterais em diagonal (sinusóide) a dois fios de aço no banzo
inferior” (FLÓRIO, 2003, p.19). “As armaduras diagonais têm a função de resistir às
tensões de cisalhamento, como também garantir que o sistema fique monolítico
após a aplicação da capa de concreto” (GASPAR, 1997, p.15).
a) Blocos Cerâmicos
b) Blocos de concreto
c) Blocos EPS
3.2.4 Armadura
Di Pietro (1992) afirma que, embora haja uma grande variedade de vigotas, a
seção típica é em formato T invertido para garantir uma boa aderência entre a vigota
e o concreto adicionado em obra. Nos casos de armadura treliçada, as barras
laterais garantem essa aderência. A associação de vigotas, conforme Gaspar (1997)
forma uma série de nervuras resistentes assimiláveis a vigas T com comportamento
estrutural semelhante ao de lajes nervuradas.
Medrano et al. (2005) também concordam que lajes unidirecionais com vigotas
pré-fabricadas apresentam comportamento essencialmente de viga, diferentemente
das bidirecionais, que funcionam como placas. Segundo eles, o sucesso da laje pré-
fabricada ocorre devido à eliminação do concreto excedente abaixo da linha neutra,
reduzindo assim seu peso próprio. A seção tracionada é composta por elementos
leves e por uma pequena quantidade de concreto utilizada para alojar a armadura de
tração, conforme demonstrado na Figura 12.
Gaspar (1997) e Flório (2003) oferecem critérios para a escolha do tipo de laje
pré-fabricada. Enquanto o primeiro destaca que vigotas de concreto são preferidas
em locais onde armaduras treliçadas não são encontradas ou não tenham preço
competitivo, o autor do estudo mais atual distingue ambas pelo vão e cargas
atuantes: vigotas convencionais são preferidas economicamente em vãos de até 6 m
e sobrecargas baixas, enquanto as treliçadas são vantajosas em vãos de até 12m
combinadas com cargas acidentais superiores.
Van Ackler (2002) detalhou em seu manual os critérios para escolha pelo tipo
de laje. Segundo ele, além de fatores externos como condições de transporte,
montagem e disponibilidade no mercado, as principais características técnicas a
serem consideradas na hora da escolha são:
Após a escolha pelo tipo, deve-se optar pela altura da laje. Carvalho (2005)
condena o uso de tabelas de dimensionamento que relacionam altura da laje, vão e
sobrecarga por essas não levarem em consideração o Estado Limite de Deformação
Excessiva. Segundo o autor, elas não são competentes na estimativa da altura e
armadura de uma laje, pois essa estará suscetível a grandes deformações ao longo
do vão. Como soluções mais eficientes, ele recomenda a utilização de programas
computacionais ou a criação de tabelas de dimensionamento levando em conta a
elevada deformação do conjunto.
20
4 DIMENSIONAMENTO
4.1 APRESENTAÇÃO DOS MODELOS DE CÁLCULO
momento negativo até um valor aceitável pela seção resistente e então somar a
parcela plastificada no momento positivo e a outra alternativa consiste em adicionar
concreto e tornar maciça e mais rígida a região próxima ao apoio para absorver a
compressão. Se por um lado a execução do trecho maciço é complicada na fase da
execução, na etapa de projeto tem-se a dificuldade em estabelecer um valor de
momento plastificado negativo que possa ser resistido pela seção de concreto da
vigota. Por esses motivos, este modelo não é tão aplicado.
a) Peso próprio:
EPS LAJOTA
TIPO DE LAJE CERAMICA
(kg/m²)
(kg/m²)
H = 12cm 1,3 56
H = 16cm 1,7 65,6
H = 20cm 2,2 75
Fonte: Site Concreart (http://lajesconcreart.webnode.com/laje/).
b) Revestimento:
c) Sobrecarga de utilização:
d) Peso de paredes:
4.2.2 Pré-Dimensionamento
(1)
p (kN/m²)
h (cm)
0,50 1,00 2,00 3,50 5,00 8,00 10,00 12,00
9,5 4,20 4,00 - - - - - -
11 4,50 4,30 4,10 3,50 2,70 - - -
15 5,70 5,50 5,30 4,50 3,40 - - -
20 6,90 6,80 6,50 5,70 4,60 3,30 2,70 -
25 8,30 8,10 7,90 6,70 5,50 4,00 3,30 2,90
30 - - 9,00 8,70 8,40 6,20 5,30 4,60
35 - - 10,30 9,90 9,60 7,20 6,20 5,40
Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho (2014).
(2)
(3)
(4)
(5)
( )
(6)
29
(7)
(8)
(9)
A NBR 6118:2014 limita essa relação em até 0,45 para que não ocorra
ruptura frágil, mas no caso de lajes dificilmente esse valor é atingido, pois na maioria
dos casos, a peça encontra-se domínio 2.
30
(10)
(11)
√( ) ( )
(12)
Caso a linha neutra corte a alma da viga, deve-se aumentar a altura da laje
para diminuir a relação x/d até que a linha de corte passe na região da capa de
concreto. Porém, se a posição de x já está na mesa colaborante, o dimensionamento
pode ser feito utilizando as equações propostas para seção retangular. Quanto aos
procedimentos de cálculo, Carvalho e Figueiredo Filho (2014) apresentam as
mesmas equações sugeridas por Gaspar (1997).
[ ( )]
(13)
Onde:
(14)
33
( )
(15)
(16)
(17)
Em que:
( )
(18)
(19)
34
( ) [ ( ) ]
(20)
(21)
(22)
35
(23)
( )
(24)
Peso de vigotas;
Peso de blocos leves;
Circulação de carrinhos de transporte;
Disposição de tábuas para o transporte.
5 DETALHAMENTO
5.1 PLANTA DE FÔRMAS
Figura 19 – Vista frontal e isométrica das vigotas (a) comum; (b) treliçada.
(a) (b)
Figura 21 – Vista isométrica dos blocos de enchimento (a) cerâmicos; (b) de EPS.
(a) (b)
5.4 APOIOS
Neste item serão apresentadas imagens contendo a visão geral com vigas de
borda, vigotas, blocos, armadura e capa de concreto. Cada figura apresenta um
arranjo com determinados componentes. A Figura 31 trata de uma laje convencional
com vigotas treliçadas e blocos cerâmicos.
A Figura 33, por sua vez, apresenta visão geral para uma laje com vigotas tipo
trilho e lajotas cerâmicas.
6 EXECUÇÃO
6.1.1 Concreto
6.1.2 Aço
6.1.4 Escoramento
Não é necessário tratar sobre fôrmas neste item, pois, conforme já indicado, os
blocos inertes já cumprem essa função e dispensam a especificação de fôrmas
durante a execução da laje. O escoramento requer pontaletes metálicos reguláveis
ou roletes maciços de madeira, tábuas para servirem como guia e
contraventamento, calços e cunhas de madeira resistentes para facilitar os apoios e
o nivelamento da laje.
49
De acordo com Carvalho e Silva (2000), Flório (2003) e Avilla Junior (2009),
antes do endurecimento do concreto na fase de execução, as vigotas têm obrigação
de resistir ao carregamento formado por cargas permanentes (peso próprio das
vigotas, dos blocos de enchimento e da capa de concreto) e acidentais (circulação
de operários e equipamentos sobre a estrutura). Devido a isso, necessitam certa
quantidade de escoramento quando o vão da laje não é autoportante. Ainda assim,
as lajes pré-fabricadas requerem consideravelmente menos escoras que as
maciças, pois uma vigota pode alcançar um comprimento maior sem necessitar
apoio intermediário se comparada a uma tábua utilizada como fôrma.
51
Lajes
Vão (m)
β10 a β12 β15 a β20 β25 a β30 β35
Até 1,40 s/ escora s/ escora s/ escora s/ escora
1,41 a 1,50 em nível em nível em nível em nível
1,51 a 1,60 em nível em nível em nível em nível
1,61 a 1,70 2 em nível em nível em nível
1,71 a 1,80 3 2 em nível em nível
1,81 a 2,00 4 3 2 em nível
2,01 a 3,00 6 6 3 4
3,01 a 4,00 8 8 6 6
4,01 a 5,00 10 10 8 8
5,01 a 6,00 12 12 10 10
Distância entre
1,7 1,6 1,5 1,4
escoras (m)
Fonte: Cunha e Souza (1998).
O transporte sobre a laje não concretada deve ser feito utilizando passadiços e
tábuas apoiadas sobre as vigotas, segundo Di Pietro (1992) e Gaspar (1997), para
evitar a quebra de blocos e possíveis acidentes de trabalho. Flório (2003) reúne os
procedimentos abordados até agora e apresenta a Figura 39 como exemplo de uma
laje durante a concretagem.
55
(a) (b)
(a) (b)
(c)
Figura 47 – Tubulação hidráulica (a) com buraco na laje; (b) embutida na laje.
(a) (b)
6.2.5 Concretagem
(a) (b)
Em estudo mais recente, Avilla Junior (2009) atenta para os mesmos cuidados
citados por autores anteriores, como limpeza e molhagem da superfície antes da
concretagem. O autor descreve que o concreto deve ser lançado e adensado no
sentido das vigotas, pois assim evita-se o surgimento de juntas frias na capa de
concreto. A Figura 49 representa o processo de concretagem em lajes pré-
fabricadas utilizando vigotas treliçadas e lajotas cerâmicas.
62
(a)
(b)
Avilla Junior (2009), porém, não estabelece um prazo especifico para retirada
do escoramento e define que deve ser quando o concreto estiver suficientemente
duro. A remoção dos pontaletes deve ser feita evitando choques e vibrações que
possam culminar no surgimento de fissuras e, sendo o vão biapoiado, deverá ocorrer
do centro do vão em direção às extremidades, como na Figura 52.
6.3 PECULIARIDADES
6.3.1 Lajes em Balanço
Segundo Di Pietro (1992) e Gaspar (1997), esse arranjo estrutural pode ser
executado desde que seja feito uma cinta de amarração ou viga de borda na
extremidade do balanço, conforme a Figura 53.
Por fim, tratando de continuidade de lajes, a Figura 61, sugerida com Avilla
Junior (2009), apresenta como deve ser feita a execução da laje em casos em que a
continuidade é considerada no dimensionamento. A técnica consiste basicamente
em dispor armadura negativa na face superior da capa de concreto e tornar maciça a
região inferior formada por vigotas e blocos de enchimento.
7 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
a) Falhas humanas
b) Causas naturais
Fissuras na face superior também são incômodos comuns nesse tipo de lajes,
todavia esse problema não compromete a estrutura, já que sua causa não está
ligada à resistência da peça. Falhas humanas durante a cura do concreto causam
essa patologia prejudicial ao aspecto visual da estrutura. A Figura 64 apresenta
fissuras típicas causadas pela retração do concreto durante sua cura.
Não é raro encontrar trincas sobre os apoios, conforme visto na Figura 65, em
lajes pré-fabricadas, pois essa patologia surge a partir da diminuição da resistência
ao cisalhamento da peça ou do cedimento da estrutura. A aderência insuficiente
entre a estrutura pré-fabricada e a moldada in loco pode ser responsável pelo
cisalhamento da peça nas regiões de elevado esforço cortante. Por outro lado,
blocos de enchimento incorretamente escorados em alvenaria ou vigas podem ceder
e provocar rachaduras nestes pontos.
Além de ser exigida pela NBR 6118:2014 para lajes armadas numa só direção,
a armadura de distribuição previne problemas como o surgimento de flechas no
sentido das vigotas devido aos esforços de tração não se distribuírem nas duas
direções.
76
O bom adensamento do concreto, por outro lado, garante que não haja
segregação de material, deixando a mistura homogênea em todos os pontos e sem
ar aprisionado em seu interior. Com a eliminação dos vazios, diminui-se a
possibilidade de surgimento de flechas e aumentam os desempenhos da laje nos
quesitos térmico, acústico e de estanqueidade.
79
Righi (2009) realizou um estudo acerca das patologias surgidas devido a falhas
em sistemas impermeabilizantes e conclui que a infiltração da água prejudica a
estrutura de diversas maneiras, inclusive potencializando a corrosão das armaduras,
já que a laje estará constantemente molhada.
CONCLUSÕES
Ao final do desenvolvimento deste trabalho, é possível entender um pouco
mais sobre as características técnicas e de utilização de lajes pré-fabricadas no
Brasil. A necessidade de redução de custos diretos e operacionais comanda a
construção civil atualmente, e, nesse cenário, esse método construtivo em constante
evolução apresenta-se como uma solução interessante para diversas aplicações,
principalmente obras residenciais de casas ou edifícios de múltiplos pavimentos. É
possível também aplicar a outros tipos de edificações desde que tomados alguns
cuidados básicos. O modo de produzir que começou no século XIX com a
associação de argamassa com perfis metálicos evolui em diversos quesitos e hoje é
um método racionalizado e com pouco desperdício.
REFERÊNCIAS