Fernando Barros
6 de novembro de 2018
1 Introdução
Existem outras vias catabólicas que podem ser o destino da glicose e que levam a produtos especializados necessários
para a célula.
• O NADPH é um transportador de energia química na forma de poder redutor (agente redutor) e é empregado
como redutor quase universal nas vias anabólicas.
- Nos mamíferos:
- Glândula mamária, o tecido adiposo, o córtex adrenal e o fígado. Esses tecidos usam o NADPH para
reduzir as ligações duplas e os grupos carbonila dos intermediários desse processo.
• Uma segunda função da via das pentoses fosfato é gerar pentoses indispensáveis, particularmente a D-ribose,
empregadas na biossíntese dos ácidos nucléicos.
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Anotações de Estudo • Bioquímica - Via das Pentoses Fosfatos • 2018 - Fernando Barros
• Resultado líquido:
1. Produção de NAPDH para as reações de redução biossintéticas;
2. Produção de ribose-5-fosfato como precursora para a síntese de nucleotídeos.
• Nos tecidos que requerem primariamente mais NADPH do que ribose-5-fosfato, as pentoses fosfato são recicladas
em glicose-6-fosfato por meio de uma série de reações.
• A ribose-5-fosfato é um componente dos nucleotídeos, podendo ser usada na formação destes compostos.
• O NAPDH, mais do que o NADH, em geral é utilizado nas células para rotas que requerem a entrada de elétrons
para reações de redução, pois a razão N AP DH/N ADP + é muito maior do que a razão N ADH/N AD+ . O NADH
produzido a partir da oxidação de substrato energético é rapidamente oxidado de volta a NAD+ pela NADH-
desidrogenase na cadeia transportadora de elétrons, de tal modo que o nível de NADH é muito baixo na célula.
• O NADPH pode ser produzido a partir de diversas reações no fígado e em outros tecidos, mas não nas células
sanguíneas vermelhas. Por exemplo, em tecidos com mitocôndria, uma trans-hidrogenase que requer energia
localizada próxima aos complexos da cadeia de transporte de elétrons pode transferir equivalentes redutores de
NADH para NADP+ a fim de produzir NADPH.
O NADPH, contudo, não pode ser diretamente oxidado pela cadeia de transporte de elétrons, e a razão de
NADPH para NADP+ nas células é maior do que 1. O potencial de redução (lembrarmos de Nernst 1 ) de NADPH,
portanto, pode contribuir para a energia necessária para os processos de biossíntese e fornecer uma fonte
constante de poder redutor para as reações de detoxicação.
RT
∆E = ∆E° − ln(Q)
nF
Onde Q, é o quociente reacional, ou seja, a razão de NADPH para NADP+ .
• Nos eritrócitos, o NADPH produzido por essa via é essencial na proteção das células contra danos causados por
oxidações.
• Rotas que necessitam de NADPH
1. Detoxicação
- Redução da glutationa oxidada
- Citocromo P450-monoxigenases
2. Síntese redutoras
- Síntese de ácidos graxos
- Alongamento de cadeia de ácidos graxos
- Síntese de colesterol
- Síntese de neurotransmissores
- Síntese de nucleotídeos
- Síntese de superóxidos
• Em geral, a fase oxidativa da rota da pentose-fosfato é a principal fonte de NADPH nas células.
• A defesa mediada por glutationa contra estresse oxidativo é comum a todos os tipos de células (incluindo as
células sanguíneas vermelhas), e a necessidade de NADPH para manter a glutationa reduzida provavelmente é
responsável pela distribuição universal da rota da pentose-fosfato entre os diferentes tipos de células.
• As maiores concentrações de glicose-6-fosfato-desidrogenase são encontradas em células fagocíticas, onde
a NADPH-oxidase utiliza NADPH para formar superóxido a partir de oxigênio molecular. O superóxido produz
peróxido de oxigênio, o qual mata microrganismos captados pelas células fagocíticas.
Figura 3: Regulação.
• Um outro aspecto importante da regulação desta via requer uma visão mais integrada do metabolismo. Na
síntese de ácidos graxos, o citrato, em excesso na mitocôndria, é transportado para o citoplasma, onde irá
fornecer acetil-CoA para o início da síntese de ácidos graxos. Ao mesmo tempo, o citrato funciona também como
um regulador da atividade de duas enzimas citoplasmáticas:
- A acetil-CoA carboxilase, que se polimeriza na presença de citrato, se tornando ativa;
- A fosfofrutocinase (PFK), enzima da glicólise, que é inibida por citrato.
• A inibição da PFK permite o acúmulo de glicose-6P, que pode, então, seguir pela via das pentoses-fosfato.
• Quando algumas drogas aparentemente não perigosas, como drogas antimalária, antipiréticos ou antibióticos
de sulfa, são administradas em alguns pacientes, uma anemia hemolítica aguda pode ocorrer após 48h a 96h.
Isso pode acontecer devido a uma deficiência genética na enzima glicose-6Pi desidrogenase.
Essas drogas atacam a membrana das hemácias, cuja integridade depende da manutenção da glutationa
reduzida, que por sua vez, depende do NADPH produzido na via das pentoses.
• 1. A manutenção da integridade da membrana do eritrócito depende de sua habilidade de produzir ATP e NADH
a partir da glicólise.
2. O NADPH é produzido pela rota da pentose-fosfato.
3. O NADPH é utilizado para a redução da glutationa oxidada a glutationa reduzida.
A glutationa é necessária para remoção de H2 O2 e peróxidos de lipídeos produzidos por ERO.
4. Nos eritrócitos de pessoas saudáveis, a produção contínua de ión superóxido a partir da oxidação não-
enzimática da hemoglobina fornece uma fonte de ERO. O sistema de defesa da glutationa está comprometido
por deficiência da glicose-6-fosfato-desidrogenase, infecções, certos farmácos e glicosídeos púricos do
feijão fava.
5. Como consequência, os corpos de Heinz, agregados da reação cruzada da hemoglobina, formam-se nas
membranas celulares e sujeitam a célula a estresse mecânico quando ela tenta passar através de pequenos
capilares. A ação dos ERO sobre a membrana celular bem como o estresse mecânico de falta da capacidade
de se deformar resultam em hemólise.