Você está na página 1de 29

MAILSON MACIEL DE CARVALHO OLIVEIRA

PARÂMETROS PARA DETERMINAÇÃO DA CORRENTE DE


CURTO CIRCUITO E CONSEQUENTE DIMENSIONAMENTO
DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO PARA SUBESTAÇÕES
DE CONSUMIDOR

Cidade
Ano
MAILSON MACIEL DE CARVALHO OLIVEIRA

PARÂMETROS PARA DETERMINAÇÃO DA CORRENTE DE


CURTO CIRCUITO E CONSEQUENTE DIMENSIONAMENTO
DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO PARA SUBESTAÇÕES
DE CONSUMIDOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Anhanguera, Faculdade de Negócios e
Tecnologia da Informação, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Engenharia Elétrica.

Orientador: Carlos Junior

Brasília
2018
MAILSON MACIEL DE CARVALHO OLIVEIRA

PARÂMETROS PARA DETERMINAÇÃO DA CORRENTE DE CURTO


CIRCUITO E CONSEQUENTE DIMENSIONAMENTO DOS
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO PARA SUBESTAÇÕES DE
CONSUMIDOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Anhanguera, Faculdade de Negócios e
Tecnologia da Informação, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Engenharia Elétrica.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Brasília, 25 de agosto de 2018


Dedico este trabalho a Deus que
possibilitou essa vitória em minha vida, e
ao meu filho Messias de Carvalho Oliveira,
minha principal motivação.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que quando eu não conseguia ver nenhuma
possibilidade de estudar ele foi comigo e abriu as portas para mim de uma forma
maravilhosa e a minha família que sempre esteve do meu lado me dando todo apoio
necessário em especial a minha mãe Maria Domitildes de Carvalho.
MACIEL, Mailson. Parâmetros para determinação da corrente de curto circuito e
consequente dimensionamento dos dispositivos de proteção para subestações
de consumidor. 2018. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso
Engenharia Elétrica – Anhanguera, Faculdade de Negócios e Tecnologia da
Informação, Brasília, 2018.

RESUMO
As subestações são imprescindíveis para o funcionamento do Sistema Elétrico de
Potência, sendo o seu papel principal a transformação de energia, elevando,
rebaixando ou mesmo isolando um sistema. Para garantir a harmonia de seu
funcionamento, são utilizados vários dispositivos de proteção, que atua protegendo
seus componentes atenuando os efeitos de curtos circuitos que ocorrem por vezes
nesses sistemas. A coordenação e seletividade desses dispositivos é de fundamental
importância, para que os parâmetros de atuação sejam estabelecidos, a fim de
seccionar o circuito com defeito no tempo necessário para que os condutores e
equipamentos suportem os efeitos térmicos e mecânicos provenientes das faltas,
evitando prejuízos financeiros bem como diminuindo os riscos as pessoas que
operaram esses sistemas.

Palavras-chave: Sobrecorrente; Proteção; Subestação; Consumidor.


MACIEL, Mailson. Parameters for determining the short-circuit current and
consequent dimensioning of the protection devices for consumer substations.
2018. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia Elétrica –
Anhanguera, Faculdade de Negócios e Tecnologia da Informação, Brasília, 2018.

ABSTRACT

Substation is essential to the operation of the Electric Power System, its main role
being a transformation of energy, raising, lowering and even isolating a system. To
ensure the harmony of its operation, several protection devices are used, which protect
its components by attenuating the effects of the circuits that occur by some systems.
The fundamental and the detection of a type of fundamental importance, so that its
orientation of permanence is determined, is a process of selection of a circuit not
necessary for the conductors and equipment to support the thermal and mechanical
effects of the faults, including financial losses and reducing risks as people who
operated those systems.
Key-words: Overcurrent; Protection; Substation; Consumer.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Sistema Interligado Nacional .................................................................. 16


Figura 2 – Trajeto do Sistema Elétrico de Potência ................................................. 17
Figura 3 – Barra simples ......................................................................................... 19
Figura 4 – Barra simples com dois circuitos de suprimento .................................... 19
Figura 5 – Dupla alimentação com barra simples seccionada................................. 20
Figura 6 – Corrente simétrica de curto circuito ........................................................ 22
Figura 7 – Corrente assimétrica .............................................................................. 23
Figura 8 – Curto monofásico ................................................................................... 24
Figura 9 – Curto bifásico ......................................................................................... 25
Figura 10 – Curto bifásico-terra ............................................................................... 25
Figura 11 – Curto trifásico ....................................................................................... 25
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SIN Sistema Interligado Nacional


SEP Sistema Elétrico de Potência
NBR Norma Brasileira
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2. ORIGEM E EXTENSÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA ...... ERROR!
BOOKMARK NOT DEFINED.5
3. SUBESTAÇÕESA ELÉTRICAS ...................................................................... 188
4. CORRENTE DE CURTO CIRCUITO ....... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5. CALCULO DA CORRENTE DE CURTO CIRCUITO....................................... 307
6. DIMENCIONAMENTO DE DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO PARA
SUBESTAÇÃO DE CONSUMIDOR ....................................................................... 309
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 30
REFERÊNCIAS..........................................................................................................31
13

1. INTRODUÇÃO
O Sistema Elétrico de Potência tem a função de fornecer energia elétrica as
diversas classes de consumidores, seguindo um longo trajeto que parte da geração,
termo empregado que consiste em transformar uma forma de energia em outra,
transmissão e distribuição de energia elétrica. Nessas etapas de transferência de
potência, temos as subestações que tem por objetivo principal elevar e rebaixar os
valores de tensão a fim de diminuir as perdas nesse processo, bem como, adequar os
níveis de tensão aos grandes, médios e pequenos consumidores.
No Sistema Elétrico de Potência, bem como em suas ramificações, surge com
uma certa frequência distúrbios de natureza variada em seus componentes e
equipamentos. Dentre as diversas falhas que podem ocorrer em uma subestação,
sendo está, parte indispensável do Sistema Elétrico de Potência, temos o curto
circuito, que dá origem a sobrecorrentes circulando em todos os elementos
energizados, podendo acarretar consequências desastrosas.
A corrente elétrica é algo que não pode ser visto e muito menos tocado, é uma
variável de natureza física que como a matemática é exata, não tolerando falhas de
operação ou de funcionamento dos equipamentos interligados que possibilita sua
circulação e alimentação das cargas. Devido à natureza da eletricidade, bem como,
de possíveis falhas, as vezes imprevisíveis, portanto inesperadas, um sistema de
proteção bem dimensionado é imprescindível, para garantir que, em caso de falhas,
seus efeitos sejam eliminados ou mitigados. Os cabos, barramentos, chaves e todos
os outros componentes e equipamentos devem suportar, por um determinado
instante, as consequências térmicas e mecânicas resultante da passagem da corrente
de curto circuito, além disso se possível a atuação dos dispositivos de proteção deve
ser tal que, não altere demasiadamente o funcionamento geral do sistema.
Diante do exposto, pretende-se compreender a principal função de um
sistema de proteção e como é feito o seu dimensionamento, que em suma pode-se
dizer que é assegurar o seccionamento de todo o sistema elétrico ou parte dele,
submetido a uma condição de curto circuito. Para que esse sistema de proteção seja
dimensionado é necessário conhecer a corrente de curto circuito da subestação
analisada, essa informação também permite ajustar a coordenação e seletividade dos
dispositivos de proteção. Os valores dessa corrente são obtidos basicamente,
conhecendo-se as impedâncias, desde o ponto de defeito até as fontes que estão
alimentando a falta, de posse dessas correntes e analisando os requisitos
14

estabelecidos pelas concessionárias de energia, o sistema de proteção para uma


subestação de consumidor será dimensionado.
A categoria de pesquisa realizada neste trabalho é uma revisão de literatura,
onde foi realizada consulta a livros que são referência no assunto abordado, dentre
eles pode-se citar João Mamede Filho e Nelson Kagan. Houve também uma pesquisa
em artigos científicos específicos relacionados ao tema, publicados nos últimos “7”
anos e as palavras chave utilizadas foram: “sobrecorrente”, “proteção” e “subestação”.
15

2. ORIGEM E EXTENSÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA


O Sistema Elétrico de Potência pode ser dividido em 3 grandes blocos sendo eles a
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, fornecendo potência aos diferentes
tipos de consumidores demandada instante a instante, ou seja, o sistema deve contar com
capacidade de produção e transporte que atenda ao suprimento, num dado intervalo de
tempo, da energia consumida e a máxima solicitação instantânea de potência ativa solicitada
nos momentos de maior exigência por parte dos consumidores (KAGAN, 2010).
A geração de energia elétrica ocorre por meio da transformação de alguma forma de
energia na energia elétrica, a exemplo disso pode-se citar as usinas hidroelétricas que
transforma a energia mecânica em elétrica, devido a bacia hidrográfica brasileira a maior parte
da energia elétrica gerada no pais é proveniente desta fonte, as principais variáveis que
influencia no quanto de energia será gerado são a altura de queda d’água e a vazão podendo
ter usinas desde dezenas de MW até milhares de MW. O Brasil dispõe de um dos maiores
potenciais hidráulicos do mundo, sendo basicamente quatro grandes bacias: a bacia
amazônica, bacia são Francisco, bacia Tocantins e bacia Paraná, sendo esta última a mais
explorada por estar mais próxima dos grande consumidos. A segunda maior parcela é
produzida por usinas térmicas porque sua geração é mais susceptível ao controle do quanto
de potência será gerado para atender certa demanda, a terceira maior geração é realizado
por usinas eólicas, porém essa fonte de energia não é constante uma vez que para ser gerada
necessitar da continuidade de ventos, a quarta maior geração é por meio de usinas nucleares
e a última através de usinas solares. Independentemente do tipo de usina o princípio ou
essência da forma de geração é sempre a mesma, ou seja, a energia mecânica consequência
da rotação das turbinas é transformada em cinética e a cinética em elétrica (PINTO, 2018).
Após a energia ser gerada ela é transmitida aos centros de consumo, como há em
nosso país diversas usinas em locais distintos, é importante que esse sistema de transporte
de energia esteja interligado conforme mostra a Figura 1.
16

Figura 1 - Sistema Interligado Nacional

Figura 1 - Fonte: www.ons.org.br

Percebe-se através da Figura 1 que tal interligação é exigida principalmente pela


confiabilidade e a possibilidade de intercâmbio entre áreas distintas, permitindo a geração de
energia onde a sazonalidade em uma certa região não seja propicia pela estação do ano,
quando em outra região a geração está a todo vapor alimentando a região escassa da fonte
de energia que impulsiona sua geração, essa interligação é chamada de Sistema Interligado
Nacional. A transmissão de energia pode ser em corrente contínua ou alternada, sendo esta
última a mais usada. Os principais fatores que influencia no tipo de transporte que será
escolhido é o fluxo ou quantidade de potência que se pretende transmitir e a distância que a
corrente elétrica irá percorrer partindo da geração até as subestações de subtransmissão, é
importante ressaltar que um estudo violente é realizada para definir qual tipo de transmissão
será mais vantajosa em aspectos econômicos e de confiabilidade (PINTO, 2018).
Para que seja feita essa transferência de potência há uma necessidade de
subestações que terá por objetivo elevar e rebaixar o nível de tensão aos valores de
transmissão, subtransmissão, distribuição primaria e distribuição secundaria, para diminuir as
17

perdas nesse processo de transferência de potência e adequar os valores de tensões aos


grandes, médios e pequenos consumidores conforme mostra a Figura 2.
Figura 2 – Trajeto do Sistema Elétrico de Potência

Fonte: Mamede (2017, p 535)

De acordo com a Figura 2 temos a primeira etapa que consiste na geração de energia,
que por sua vez perfaz a função de converter alguma forma de energia em energia elétrica,
sendo o valor da tensão nominal usual na ordem de 13.8 kV. Logo após a potência ser gerada
é elevada pela subestação central de transmissão, a valores de 138, 230, 345 ou 500 kV, em
virtude do montante de potência a ser transmitido e da distância que a corrente elétrica irá
percorrer até chegar aos consumidores. No final da linha de transmissão temos a subestação
receptora de transmissão que tem a função de rebaixar a tensão de transmissão a valores
adequados para a alimentação de grandes consumidores, geralmente nas tensões de 138,
69 e 34.5 kV, sendo essa linha responsável por interligar os grandes consumidores ao sistema
elétrico de potência conhecida por linha de subtransmissão. Continuando o raciocínio no final
da linha de subtransmissão temos a subestação de subtransmissão que irá rebaixar a tensão
a valores de distribuição primaria sendo está geralmente na ordem de 13.8 kV, alimentando a
classe de médios consumidores. Por fim temos os transformadores de distribuição que irá
rebaixar a tensão primaria a valores de baixa tensão para alimentação dos pequenos
consumidores. Conforme pôde ser visto há subestações de consumidor nas mais variadas
ordens de tensão a depender de vários critérios, podendo ter consumidores conectados nas
linhas de subtransmissão com alimentação de 138, 69 e 34.5 kV e nas linhas de distribuição
primaria com alimentação de 13.8 kV (MAMEDE, 2018).
18

3. SUBESTAÇÕES ELÉTRICAS
Subestação pode ser definido como um conjunto de condutores e equipamentos
destinados a modificar as características típicas da energia elétrica como tensão e corrente,
permitindo seu transporte eficiente e distribuição dos pontos de geração até os centros de
consumo em níveis adequados a cada etapa desse processo até a utilização. Uma outra
definição sendo está de acordo com a Companhia Energética de Brasília NTD 6.05 (2013, p.
14) subestações pode ser entendida como um “Conjunto de instalações elétricas em média
ou alta tensão que agrupa os equipamentos, condutores e assessórios, destinados a
proteção, medição, manobra e transformação de grandezas elétricas”. Em termos gerais as
subestações podem ser classificadas como subestação central de transmissão, subestação
receptora de transmissão, subestação de subtransmissão e subestação de consumidor
(MAMEDE, 2018).
A subestação central de transmissão é aquela construída próximo a usinas produtoras
de energia elétrica, cuja finalidade é elevar o nível de tensão fornecido pelos geradores para
transmitir a potência gerada as subestações receptoras de transmissão. A subestação
receptora de transmissão é aquela construída adjacente a grandes blocos de cargas e que
está conectada, por meio de linha de transmissão, a subestação central de transmissão ou à
outra subestação receptora intermediaria. A subestação de subtransmissão é aquela
construída em geral, no centro de um grande bloco de carga, alimentada pela subestação
receptora e de onde se originam os alimentadores de distribuição primários, suprindo
diretamente os transformadores de distribuição ou as subestações de consumidor, no caso
de grandes centros industriais (MAMEDE, 2018).
As subestações de distribuição são supridas pela rede de subtransmissão, são
responsáveis pela transformação da tensão de subtransmissão para a de distribuição
primária. Há inúmeros arranjos possíveis, variando de acordo com a potência instalada na
subestação em questão, dentre esses arranjos pode-se citar o de barra simples conforme
ilustra a Figura 3, sendo este empregado a regiões de baixa densidade de carga (MAMEDE,
2018).
19

Figura 3 - Barra simples

Fonte: Kagan (2009, p 10)

A alimentação em barra simples conforme demonstrado pela Figura 3 apresenta um


custo financeiro bastante baixo, contudo, como conta com uma única linha de alimentação
apresenta baixa confiabilidade, visto que, caso haja uma falta na linha de subtransmissão a
alimentação é interrompida. Para resolver esse problema há a configuração de barra simples
com dois circuitos de suprimento conforme apresenta a Figura 4.
Figura 4 - Barra simples com dois circuitos de suprimento

Fonte: Kagan (2009, p 10)

Nota-se de acordo com a Figura 4 que a confiabilidade do sistema aumenta,


pelo fato de agora haver dupla alimentação radial, ou seja, o alimentador de
subtransmissão é construído em circuito duplo operando-se a subestação com uma
das chaves de entrada aberta. Havendo a interrupção do alimentador em serviço,
abre-se sua chave de entrada, NF, e fecha-se a chave NA do circuito reserva. Para
20

manutenção do transformador ou do barramento tanto na Figura 3 como na Figura 4,


é necessário o desligamento da subestação (KAGAN, 2010).
Em regiões de densidade de carga maior aumenta-se o número de
transformadores utilizando-se arranjo de subestação com maior confiabilidade e maior
flexibilidade operacional. A Figura 5 apresenta um diagrama unifiliar de subestação
com dupla alimentação, dois transformadores, barramentos de alta tensão
independentes e barramento de média tensão seccionado (KAGAN, 2010).

Figura 5 - Dupla alimentação com barra simples seccionada

Fonte: Kagan (2009, p 11)

Aumenta-se o número de transformadores e consequentemente o número de


barras, conforme demonstra-se através da Figura 5, nesse arranjo, ocorrendo defeito,
ou manutenção, num dos transformadores, abrem-se as chaves a montante e a
jusante do transformador, isolando-o. A seguir, fecha-se a chave NA de
seccionamento do barramento e opera-se com todos os circuitos supridos a partir de
outros transformadores, garantindo o fornecimento de energia no caso de
contingência em um dos trafos, sendo portanto necessário que ambos os
transformadores tenham capacidade de suportar a carga total da subestação
(KAGAN, 2010).
A subestação de consumidor é constituída em propriedade particular suprida
por alimentadores de distribuição primários, originadas das subestações de
subtransmissão, que alimenta os consumidores finais. As concessionárias de energia
responsáveis pelos sistemas de distribuição, normalmente possuem normas próprias
21

que disciplinam a construção das subestações de consumidor estabelecendo os


critérios de projeto, proteção e construção. Essas concessionárias disponibilizam
gratuitamente as normas de fornecimento em tensão primária e secundaria, que estão
embasadas na NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão. Essas
subestações podem ser alimentadas por diferentes níveis de tensão, podendo ser
interligada do trecho de subtransmissão até o de distribuição secundaria de acordo
basicamente com as cargas que se pretende alimentar, portanto, o valor da carga da
unidade consumidora define a capacidade nominal da subestação que será escolhida
para supri-la. Essa subestação pode estar localizada em um único ponto da unidade
consumidora ou ser distribuída em vários locais distintos, sempre próximos aos
centros de cargas, para em suma, diminuir os custos com condutores. A legislação
estabelece que a concessionária de energia atenda seus consumidores em média
tensão desde que a carga instalada da unidade consumidora seja superior a 75 kW e
a demanda contratada ou estimada pela concessionária, seja igual ou inferior a 2500
kW (CEB NTD 6.05, 2013). A partir de uma valor igual ou superior a 2500 kW o
atendimento deve ser feito em alta tensão, ou seja, nas tensões de 69 kV, 88 kV, 138
kV ou 220 kV, de acordo com o sistema disponível no local do empreendimento, o
valor da carga a ser suprida e o cálculo econômico, envolvendo o custo da rede de
alimentação externa, o custo da subestação e o valor da tarifa média de energia a ser
consumida em cada uma das opções de tesões mencionadas (MAMEDE, 2018).
A escolha do número de subestações que iram alimentar um determinado
consumidor depende da localização e concentração de cargas, bem como do fator
econômico que envolve sua instalação, portanto o projetista deve assumir um
compromisso técnico-econômico onde alcance o melhor rendimento e confiabilidade
de acordo com as características do sistema, bem como, menor custo final após sua
instalação. Todo projeto de subestação deve conter o memorial descritivo que visa
fornecer aos interessados, inclusive a concessionária que aprovará o projeto os
seguintes dados: finalidade do projeto, local em que vai ser construída a subestação,
carga prevista e tipo de subestação (abrigada, ao tempo, blindada), memorial de
cálculo da demanda prevista, descrição sumaria de todos elementos de proteção
utilizados e características completas de todos os equipamentos utilizados (MAMEDE,
2018).
22

4. CORRENTE DE CURTO CIRCUITO


Curto circuito pode ser definido como sendo uma conexão acidental ou
intencional de um condutor para uma parte do circuito que normalmente possui outro
nível de tensão, através de uma baixa resistência ou impedância, ou seja, é o contato
entre condutores sob potenciais diferentes. Pode-se dizer que a falta pode ocorrer por
contato direto ou indireto, sendo o contato direto o que ocorre ao se juntar dois
condutores de potenciais diferentes, e o de contato indireto quando a diferença de
potencial entre dois pontos é suficiente para romper a rigidez dielétrica do meio entre
eles, o tornando em condutor e consequentemente propiciando o curto circuito, esse
tipo de falta é chamado de curto circuito a arco elétrico (MAMEDE, 2018).
O curto circuito pode ser franco ou com impedância. O curto franco é aquele
que não existe resistência de falta entre fase e terra, sendo este um curto com
correntes bem mais elevadas, pois, não existe oposição a sua passagem, sendo essa
oposição chamada de impedância. O curto dito com impedância é aquele onde existe
impedância no ponto de defeito, diminuindo a corrente de falta (PINTO, 2018).
O curto pode ser classificado quanto a sua forma de onda, ou seja, ao longo de
todo o período de permanência da falta assume formas diversas quanto a sua posição
em relação ao eixo dos tempos. O curto dito como corrente simétrica é aquele em
que a componente senoidal da corrente se forma simetricamente em relação ao eixo
dos tempos conforme a Figura 6.
Figura 6 - Corrente simétrica de curto circuito

Fonte: Mamede (2018, p 202)

Observa-se na Figura 6 que essa forma de onda é característica das correntes


de curto circuito permanentes, ou seja, em regime estacionário. Devido ao longo
período em que esta corrente se estabelece no sistema, ela é utilizada nos cálculos a
23

fim de determinar a capacidade que devem possuir os equipamentos para suportar os


efeitos térmicos correspondentes. A corrente de falta, de acordo com a lei de Jaule,
provoca a dissipação de potência no circuito, cujo aquecimento pode ser quantificado
2
pela equação (𝑘𝐼𝑐𝑐 𝑅𝑡) e no ponto da falta este aquecimento, bem como, o formato
do arco podem provocar graves danos nas instalações elétricas, dependendo de 𝐼𝑐𝑐

e de 𝑡. Portanto, para uma dada corrente de curto circuito, o tempo 𝑡 deve ser o menor
possível para reduzir os danos (MAMEDE, 2018).
O curto dito assimétrico é aquele em que o componente senoidal da corrente
se forma de maneira assimétrica em relação ao eixo dos tempos conforme demonstra
a Figura 7.
Figura 7 - Corrente assimétrica

Fonte: Mamede (2018, p 202)

A corrente assimétrica apresentada na Figura 7 pode assumir algumas


características como:
1. Corrente parcialmente assimétrica, ou seja, o deslocamento da corrente é
intermediário considerando a Figura 6 e Figura 7;
2. Corrente totalmente assimétrico, nesse caso, toda a onda senoidal se situa
acima do eixo das abscissas (eixo x) conforme apresenta a Figura 7;
3. Corrente inicialmente assimétrica e posteriormente simétrica, sendo que neste
caso nos instantes iniciais da ocorrência da falta, a corrente assume a forma
assimétrica e logo em seguida, assume uma forma simétrica.
24

Percebe-se que há duas formas de onda para a corrente de curto circuito a


forma que a mesma assumirá irá depender do instante em que a falta ocorreu, ou seja,
do angula da fase, pois como a onda senoidal varia continuamente conforme o tempo
passa, a cada instante ela muda seu modulo e direção influenciando diretamente na
forma de onda do curto circuito (MAMEDE, 2018).
O curto circuito pode ocorrer em 4 senários distintos sendo eles o curto
monofásico, bifásico, bifásico-terra e trifásico. O curto circuito monofásico também
chamado de fase-terra ou defeito monopolar ocorre quando há somente o contato
entre o condutor fase e a terra conforme apresenta a Figura 8.

Figura 8 - Curto monofásico

Fonte: Mamede (2018, p 209)

A corrente de curto circuito monofásico é empregada para ajuste de valores


mínimos dos dispositivos de proteção contra sobrecorrentes, determinação da seção
mínimo do condutor de uma malha de terra, limite da tensão de passo e toque e
dimensionamento de resistor ou reator de aterramento caso seja necessário. Quando
as impedâncias do sistema são pequenas, as correntes de curto circuito de uma forma
geral, assumem valores muito elevados, capazes de danificar térmica e
mecanicamente os equipamentos de uma subestação, caso o dimensionamento das
proteções não seja compatível, por isso, essa corrente é amplamente usada para
determinação de parâmetros relacionados a corrente de curto circuito, além de ser a
25

que apresenta o maior índice de ocorrência em instalações elétricas (MAMEDE,


2018).
O curto pode ser classificado também como bifásico sendo ele divido em dois
tipos, o primeiro ocorrendo quando há o contato entre fases de potencias distintos,
conforme se observa na Figura 9 e o segundo ocorre quando há o contato entre fases
e simultaneamente com a terra de acordo com a Figura 10.

Figura 10 – Curto bifásico-terra Figura 9 – Curto bifásico

Fonte: Mamede (2018, p 209) Fonte: Mamede (2018, p 209)

Esse tipo de curto ocorre com bem menos frequência que o monofásico e o
trifásico.

O terceiro tipo de curto que pode ocorrer em uma instalação é o trifásico, este
se caracteriza pela anulação da tensão das três fases no ponto de defeito no instante
em que há o contato entre elas, a Figura 11 ilustra a sua configuração. Commented [ET1]:
Apresente a citação indireta deste trecho

Figura 11 – Curto trifásico

Fonte: Mamede (2018, p 209)

Pelo fato de o curto trifásico geralmente ser de maior valor, essas correntes são
de fundamental importância devido à larga faixa de aplicação, dentre elas podemos
citar:
26

 Ajustes de dispositivos de proteção contra sobrecorrente;


 Capacidade de interrupção dos disjuntores;
 Capacidade térmica dos cabos e equipamentos;
 Capacidade dinâmica dos equipamentos e
 Capacidade dinâmica dos barramentos coletores.
O fluxo de uma elevada potência com uma liberação localizada de uma
considerável quantidade de energia pode provocar danos consideráveis nas
instalações elétricas devido à energia liberada pelo curto (MAMEDE, 2018).
A ocorrência do curto circuito sem um sistema de proteção bem elaborado e
coordenado pode causar danos diversos a instalação como:
a) Queda de tensão no momento do curto circuito provocando graves transtornos
aos consumidores, pois, o torque de motores por exemplo é proporcional ao
quadrado da tensão, comprometendo seriamente seu funcionamento no
memento de uma falta;
b) Mudanças rápidas na configuração do sistema elétrico, provocadas pelo
desequilíbrio entre a geração e a carga, após a retirada do circuito sob falta,
podem causar sub ou sobretensões, sub ou sobrefrequências, ou ainda
sobrecargas provocando serias condições anormais de operação de máquinas
e equipamentos.
O curto circuito é imprevisível, não sabe-se o local e nem hora que o mesmo
irá acontecer, devido a sua imprevisibilidade e severidade no tocante, a destruição
dos sistemas elétricos, o cálculo e determinação de sua corrente para posterior
dimensionamento bem como coordenação de seletividade dos dispositivos de
proteção que tem por finalidade inibir seus efeitos é imprescindível (MAMEDE, 2018).
27

5. CÁLCULO DA CORRENTE DE CURTO CIRCUITO


O estudo do curto circuito nada mais é que a observação de um transitório
eletromagnético envolvendo uma série de problemas no tratamento das fontes de
tensão, e da rede, envolvendo elementos resistivos, capacitivos e indutivos, sendo as
principais fontes de alimentação da falta geradores síncronos, motores síncronos e
motores de indução. Teoricamente para cálculo da corrente de falta esses fontes de
alimentação são modeladas por geradores de tensão senoidal ideais com uma
impedância associada e a rede elétrica (configuração do circuito – unifilar) é reduzida
a um circuito equivalente de Thevenin, no domínio da frequência, cada componente
como linhas de transmissão e transformadores são substituídos por impedâncias
mantendo o arranjo de ligação do circuito original. O curto circuito pode ser equilibrado
ou desequilibrado, o equilibrado ocorre quando se trata de uma falta trifásica, já o
desequilibrado quando há uma falta monofásica, esse fenômeno é justificado, porque
em um circuito trifásico temos três fases de mesmo módulo porem defasadas de 120°
uma da outra, no instante que ocorre o curto circuito a fase associada ao curto é
retirada do sistema causando o desbalanceamento entre as três fases. Esse cálculo
irá mudar de acordo com o tipo de falta pois no curto trifásico temos somente as
componentes de sequência positiva, uma vez que se trata de um curto equilibrado, já
no cálculo monofásico temos as componentes de sequência positiva, negativa e zero
tratando-se nesse caso de um curto desequilibrado (BARROS, 2015).
Para o cálculo de curto circuito equilibrado e, portanto, trifásico basta encontrar
a corrente base do sistema, desenhar o diagrama de impedância do circuito
equivalente de Thevenin e por fim encontrar a corrente de curto circuito que será a
razão entre a corrente base e a impedância Thevenin em sério com o curto (MAMEDE,
2018).
Tratando-se do cálculo do curto desequilibrado e, portanto, monofásico a
técnica aplicada é o teorema de Fortescue, que consiste em decompor um sistema
desequilibrado de 𝑛 fasores correlacionados em 𝑛 sistemas de fasores equilibrados
denominados componentes simétricas dos fasores originais (MAMEDE, 2018).
No cálculo do curto circuito há três componentes sendo elas a de sequência
positiva, presente durante a condição trifásica equilibrada, sequência negativa mede
a quantidade de desbalanço existente no sistema de potência e a sequência zero está
associada ao fato de se envolver a terra condições de desbalanço, uma característica
importante desta sequência é que o tipo de ligação do Trafo influenciara na
28

configuração do circuito de Thevenin, pois caso o Trafo esteja ligado em delta o


mesmo será representado por com circuito aberto com impedância infinita, e se estiver
ligado em estrela será representado por uma linha com uma impedância associada
permitindo no entanto a passagem de corrente elétrica, essa caraterística da
sequência zero com o transformador tem aplicação de isolação uma vez que sua
relação de espiras é de 1:1 não elevando ou abaixando a tensão, sento portanto,
empregado unicamente para isolar um sistema (KAGAN, 2010).
No cálculo da corrente de curto circuito é usado um artificio para simplificar a
resolução de problemas, esse artificio é chamado de sistema de base e valor por
unidade. Essa ferramenta permite que seja realizada a conversão de diversos valores
em bases diferentes para uma única base arbitrada para ser usada como referência e
consequentemente trabalhar adequadamente e com a proporção correta de acordo
com os dados fornecidos pelo sistema. Um exemplo deste caso pode ser um
transformador onde é expresso a impedância em Z% (base 100) da sua potência
nominal em kVA e os condutores elétricos apresentando impedância em ohm, sendo
necessário, nesse caso, admitir uma única base para expressar todos os elementos
do circuito convertendo todos os valores distintos para a base arbitrada, a fim, de
facilitar as operações matemáticas realizadas. Pode-se citar algumas vantagens da
utilização do sistema de base sendo elas:
 Permite que se tenha uma ideia clara das grandezas do sistema, como
impedância, tensão, corrente e potência;
 Os valores de impedância, tensão, corrente do transformador são os mesmos
não importando se estão referidos ao lado de alta ou baixa.
 Não é necessário referir todas as impedâncias a um mesmo nível de tensão, já
que uma determinada impedância tem sempre o mesmo valor, não importando
o nível de tensão em que se encontra;
 Os fabricantes de equipamentos fornecem nas placas dos mesmos os valores
das impedâncias em valores percentuais.
Diante do exposto pode-se afirmar que as correntes de curto circuito devem ser
determinadas em todos os pontos em que se requer a instalação de dispositivos de
proteção, visto que, é um dos parâmetros usados para a determinação da capacidade
e características do dispositivo empregado (MAMEDE, 2018).
29

6. DIMENSIONAMENTO DE DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO PARA


SUBESTAÇÃO DE CONSUMIDOR
A principal função de um sistema de proteção é assegurar a desconexão do
sistema elétrico submetido a qualquer anormalidade que o faça operar foda dos limites
previstos. De modo geral, a proteção de um sistema é projetada usando
principalmente fusíveis e relés incorporados necessariamente a um disjuntor, que é,
na essência, a parte mecânica responsável pelo seccionamento do circuito afetado.
Os fusíveis são capazes de interromper o circuito ao qual está conectado através da
fusão (rompimento) do seu elemento metálico de proteção submetido a uma corrente
de curto circuito ou mesmo de sobrecarga, ou seja, assim que o fusível identifica uma
corrente acima do valor de sua corrente de ruptura ele abre o circuito, a velocidade da
abertura irá depender do quão maior será o valor da corrente de curto em relação a
sua corrente de ruptura, uma desvantagem é o fato de não poder ser reutilizado uma
vez que seu filamento é rompido, podendo ser considerado um dispositivo
descartável, visto, que não existe recomposição de seu filamento interno. O relé em
contrapartida representa uma gama de dispositivos, com as mais diferentes formas
de construção e funções incorporadas, para aplicações diversas. Os relés sempre vão
atuar sobre o equipamento responsável pela desconexão do circuito elétrico afetado,
normalmente por meio de um disjuntor (MAMEDE, 2018).
30

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que as subestações de consumidor estão sujeitas as mais variadas
anomalias elétricas ocasionadas por curtos circuitos. Para atenuar os efeitos e
consequências dessas faltas é necessário instalar um bom sistema de proteção, bem
coordenado e projetado. Os arranjos desse sistema de proteção são variados, de
acordo com os requisitos estabelecidos em normas que regulamenta a exigência
mínima da proteção necessária de acordo com a demanda e ou caga instalada da
subestação.
Com o avanço da tecnologia principalmente da microeletrônica e por
consequência evolução dos relés, principal componente integrante dos dispositivos
de proteção de uma subestação, foi possível tornar o sistema cada vez mais
sofisticado, aumentando sua eficiência e confiabilidade. Atualmente os relés
inteligentes, ditos digitais, são compostos por microprocessadores que podem ser
programadas e reprogramadas de acordo com a necessidade do tipo de subestação
específica. Essa flexibilidade aumenta significativamente o custo benefício do
dispositivo, uma vez que o mesmo relé pode ser usado em diferentes situações
alterando apenas a programação armazenada em sua memória, sendo atualmente
usado em grande escala nas subestações de consumidores.
Através do calcula da corrente de curto circuito o tipo de relé bem como
disjuntor, fusível e chave seccionadora são estabelecidos. Esse criterioso estudo
permite que seja dimensionado todos esses elementos, bem como permite que seja
estabelecida a harmonia entre eles, diminuindo consideravelmente os riscos de
acidentes e danos físicos aos equipamentos e estruturas. O sistema de proteção é
indispensável para as subestações, e por sua vez a subestação é imprescindível para
o sistema elétrico de potência e por fim o sistema elétrico de potência é
importantíssimo para a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica a qual
somos dependentes para diversas atividades cotidianas, considerando que um
conjunto depende do outro, a eficiência de todos esses sistemas irão garantir que o
consumidor final possa ter acesso e usufrua dos benefícios da eletricidade.
31

REFERÊNCIAS
KAGAN, Nelson; OLIVEIRA, Carlos César Barioni; ROBBA, Ernesto joão. Introdução
aos sistemas de distribuição de energia elétrica. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2010.
328 p.

MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 9. ed. Rio de Janeiro: Ltc,
2018. 924 p.

PINTO, Milton de Oliveira. ENERGIA ELETRICA: GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E


SISTEMAS INTERLIGADOS. Rio de Janeiro: Ltc, 2018. 136 p.

BARROS, Benjamim Ferreira de; GEBRA, Ricardo Luis. CABINE


PRIMARIA: SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO DE CONSUMIDOR. 4. ed. SÃo
Paulo: Saraiva, 2015. 192 p.

Você também pode gostar