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Resumo
Este trabalho visa demonstrar a importância da capacitação do servidor, priorizando o
treinamento como uma das formas de potencializar seu desempenho, visando um atendimento
de excelência ao cidadão e gerando resultados positivos para a organização.
O método de pesquisa quanto aos fins foi a pesquisa exploratória e bibliográfica,
sendo a natureza desta qualitativa e as técnicas de coleta de dados foram entrevista e
conversas realizadas com gestores de uma organização militar da Marinha do Brasil, trazendo
como objeto de estudo experiências realizadas nesta instituição.
Foram constatadas experiências de sucesso dentro desta organização, baseadas na
capacitação como recurso para a obtenção de um atendimento de excelência.
1 - Introdução
As deficiências da administração pública no Brasil são conhecidas (MATIAS-
PEREIRA, 2011). Pode-se dizer que o atendimento é a vitrine da instituição, sendo o servidor
o principal elo de ligação entre o cidadão e a administração pública, seu desempenho é
fundamental para imagem da instituição (CUNHA, 2010) e por isso sua importância.
As mazelas do atendimento em repartições públicas já foram consideradas como parte
integrante da cultura organizacional do serviço público (CUNHA, 2010), porém com a
Constituição Federal de 1988, chamada de “Constituição Cidadã” (CARDOSO JÚNIOR,
2009), a promulgação de novos instrumentos jurídicos, como o Decreto nº 5.707, de 23 de
fevereiro de 2006 (BRASIL, 2006b), a criação de novas ferramentas de gestão e a própria
cobrança da sociedade que exige que as organizações públicas brasileiras incorporem valores,
atitudes e crenças semelhantes às novas práticas empresariais estão mudando esta situação
(COUTINHO, 2000).
A existência de funcionários que são nomeados para cargos comissionados
independente da sua qualificação, geram direta ou indiretamente problemas no atendimento
ao cidadão (SANTOS; VICENTIN, 2012).
O objetivo deste trabalho é expor a importância da capacitação do servidor,
priorizando o treinamento como uma das formas de potencializar seu desempenho, visando
um atendimento de excelência ao cidadão e gerando resultados positivos para a organização.
Podemos considerar, segundo Chiavenato (2010), que o treinamento é uma forma de
valorização das pessoas, da organização e dos usuários e uma ferramenta eficaz para um
melhor desempenho das habilidades no exercício da função.
Importante salientar que a capacitação deve ser um processo contínuo de
aprendizagem, em virtude da mudança das demandas da sociedade, como dito por Schikmann
(2010), onde as competências são desenvolvidas melhorando a eficiência e eficácia dentro do
serviço público, tendo como exemplos eventos de capacitação: o treinamento (aprendizagem
em serviço), cursos presenciais, cursos à distância, estágios, seminários e congressos que
estejam relacionados às necessidades da Administração Pública Federal Direta (BRASIL,
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
2006b).
A importância e preocupação da capacitação dentro da administração pública federal é
constatada pelo já citado Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, que instituiu a Política
e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da Administração Pública Federal Direta,
Autárquica e Fundacional, regulamentando os dispositivos da Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, que trouxe aos órgãos da Administração Pública uma compreensão das
bases requeridas para uma melhor qualificação do servidor na prestação de serviços mais
eficientes e efetivos (BRASIL, 2006b).
O artigo se baseou também em mudanças de gestão realizadas em uma organização
militar da Marinha do Brasil que presta atendimento ao público, a fim de permitir fazer uma
ponte entre a teoria e a prática.
2 – Referencial Teórico
2.2 – O Servidor
De acordo com a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Regime Jurídico dos
Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das
fundações públicas federais, temos:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo
público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
Ainda de acordo com esta Lei, todo servidor público deve realizar suas funções de
forma rápida, perfeita e rentável, deve ser zeloso com o usuário cidadão e aperfeiçoar sua
comunicação. Ter consciência de seus princípios éticos, ser cortês e atencioso respeitando o
cidadão em suas limitações, sem preconceitos ou qualquer distinção. O servidor deve, ainda,
manter-se atualizado com as normas, legislações e instruções referentes ao órgão onde
trabalha e, principalmente, participar de estudo que esteja relacionado a melhoria no exercício
da função, a chamada capacitação (BRASIL, 1990).
A palavra servidor serve para demonstrar que esse profissional deve estar voltado para
prestação de um serviço e deve oferecer atendimento ao cidadão, diferentemente de um
vendedor, pois o servidor não vende um produto, mas sim atende o cidadão através dos
serviços para a sociedade. A principal atribuição de um servidor público é no atendimento
direto e pessoal trazendo à tona a verdadeira razão de existência do Estado (ROMAN, 2014b).
administradores públicos de alto nível. Nos anos 70, mais uma iniciativa surge na tentativa de
modernizar a administração pública, a Secretaria da Modernização (SEMOR), com a tentativa
de inserir técnicas modernas na administração pública (BRASIL, 1995).
A Constituição de 1988 trouxe um retrocesso para a Administração Pública Brasileira,
trazendo de volta conceitos e paradigmas da administração burocrática, tanto que em 1990,
temos publicada a obra: “Constituição de 1988: o avanço do retrocesso”, coordenada por
Paulo Mercadante; pois ela seria um avanço no área dos direitos individuais e sociais, porém
possuía graves problemas no campo econômico (ANDRADE FILHO, 2008).
O Estado passou a dar sinais de incapacidade financeira, que coincidiu com a eleição
de Fernando Collor de Mello, primeiro presidente eleito pelo voto direto após a ditadura
militar. Durante seu governo, foram tomadas medidas para uma reforma estatal, tanto no
plano econômico quanto no plano das políticas de cunho social. A privatização de empresas
estatais e uma racionalização de suas máquinas, gerando um desgaste do serviço público
perante à sociedade (JUNQUILHO, 2010).
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) é um processo de
reconstrução do Estado, aprovado em 1995, sendo mais uma estratégia de reforma, que possui
duas mudanças fundamentais: uma na reorganização do aparelho do Estado, com
privatizações e a publicização de atividades; e outra que é a mudança para uma administração
gerencial no que tange à prestação de serviços ao público e atividades de fiscalização
(BRASIL, 1998).
Em 2005, o governo federal institui o Programa Nacional de Gestão Pública e
Desburocratização (GesPública), através do Decreto nº 5.378, de 23 de fevereiro de 2005, que
tem como pressuposto a melhoria na qualidade do serviço público (JUNQUILHO, 2010).
Percebe-se que o Estado brasileiro realizou diversas reformas administrativas,
procurando tornar a administração pública mais apropriada para os cidadãos (BRASIL, 1995).
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
3 - Metodologia
O método de pesquisa utilizado foi a bibliográfica, documental e o estudo de caso, este
último segundo Yin (2001, p. 19):
O estudo de caso é apenas uma das muitas maneiras de se fazer pesquisa em ciências
sociais. Experimentos, levantamentos, pesquisas históricas e análise de informações
em arquivos (como em estudos de economia) são alguns exemplos de outras
maneiras de se realizar pesquisa.
4 – Resultados e discussões
A instituição pesquisada atua em diversas tarefas, porém no atendimento ao público
divide-se em três áreas: Ensino Profissional Marítimo, Sistema de Segurança do Tráfego
Aquaviário, Atendimento de Inativos e Pensionistas (ENTREVISTADO 1).
O Ensino Profissional Marítimo tem como objetivo a habilitação e a qualificação dos
aquaviários1. A Segurança do Tráfego Aquaviário cuida do registro de embarcações, das
atividades de inspeção naval2 e vistorias, do registro de amadores3, do cadastramento e
funcionamento das marinas, clubes, entidades desportivas náuticas e empresas de navegação.
E, por último, os Inativos e Pensionistas, que destina-se ao atendimento do pessoal militar da
Marinha do Brasil (MB) e seus dependentes, quanto ao pagamento, saúde e assistência social
e, no que couber, o pessoal civil e seus dependentes.
Uma questão relevante é a variedade de público atendida nesta organização que,
segundo o Entrevistado 1; “[...] é formado por empresas de navegação, órgãos públicos,
proprietários particulares como juízes, comerciantes, profissionais liberais, pequenos
pescadores, dentre outros.”, o que demonstra a importância de um atendimento diferenciado,
porém seguindo o princípio da impessoalidade no serviço público (BRASIL, 2009).
Foi abordada também a problemática, do ponto de vista do atendimento ao público, da
rotatividade do pessoal interno. A organização possui uma área de jurisdição que abrange
vários municípios (ENTREVISTADO 2), sendo assim, os militares são destacados para
realizar missões, desfalcando a equipe que presta o atendimento ao público local. Também é
comum ocorrerem saídas de pessoal para trabalhar em outro órgão da Marinha do Brasil,
deixando uma lacuna no cargo ocupado e, esta característica peculiar da organização,
dificultava a padronização no atendimento. Cabe ainda ressaltar que, segundo o entrevistado,
a legislação nesta área é muita extensa, exigindo treinamento prévio dos servidores
(ENTREVISTADO 1).
Em virtude da constante necessidade de destaque de pessoal, o atendimento não era
setorizado. Existia um balcão onde o público chegava e era atendido pela pessoa designada
naquele momento para esta função, o que ocasionava, algumas vezes, o repasse de
informações incompletas. Para resolver este problema, o atendimento ao público foi dividido
em três áreas: Ensino Profissional Marítimo, Segurança do Tráfego Aquaviário e, Inativos e
1
Aquele que possui habilitação para operar profissionalmente embarcações (BRASIL, 1997).
2
Atividade administrativa que visa a fiscalização do cumprimento das normas e regulamentos decorrentes da
Lei nº 9.537, de 11 de dezembro de 1997, que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário (BRASIL,
1997).
3
Aquele que possui habilitação para operar embarcação em caráter não profissional (BRASIL, 1997).
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
Pensionistas. Esta divisão foi realizada para coincidir com as responsabilidades internas dos
setores da organização, que são: Divisão do Ensino Profissional Marítimo, Divisão de
Segurança do Tráfego Aquaviário e Divisão de Apoio. O atendimento passou a ser setorizado,
o que permitiu um maior domínio do funcionário com o assunto abordado. Resolvido o
problema do conhecimento técnico no atendimento, foi necessário capacitar o pessoal no
atendimento.
Um elemento destacado durante a entrevista foram os treinamentos, semanalmente
eram realizados dois destes. O primeiro era setorizado, discutia-se sobre as normas, o que
poderia ser realizado para otimizar processos e fazia-se as correções necessárias no setor. O
outro contava com a participação de todos os setores, pois assim era possível que um setor
passasse a conhecer melhor os processos do outro, favorecendo assim uma discussão mais
abrangente para melhoria. Outro fator importante é que o funcionário passa ter a visão da
organização como um todo, permitindo sua maior participação em direção à missão da
organização, conforme Entrevistado 1.
Um dos resultados práticos advindos desse treinamento, foi a diminuição no tempo de
emissão dos documentos. Conforme relatado pelo Entrevistado 1: “Carteira de Habilitação de
Amador, o tempo de médio de emissão passou de 20 para 4 dias. Título de Inscrição de
Embarcação, a emissão foi reduzida de 30 para 7 dias. Carteira de Inscrição e Registro,
passou de 40 para 7 dias.”. Antes da capacitação, muitas vezes, a documentação recebida
estava incompleta, gerando um grande retrabalho para o pessoal da instituição e
descontentamento para o público. O recebimento correto de toda documentação agilizou
muito a expedição destes, além de gerar uma maior satisfação do usuário (ENTREVISTADO
1).
Outra mudança realizada foi em referência às equipes de inspeção naval. Estas equipes
realizam abordagens em embarcações para verificar o cumprimento dos regulamentos que se
referem à salvaguarda da vida humana, à segurança da navegação e à prevenção da poluição
por parte de embarcações. Elas passaram a contar com militares que foram capacitados nas
áreas de Ensino Profissional Marítimo e Segurança do Tráfego Aquaviário, a fim de permitir
uma melhor orientação aos aquaviários e amadores (ENTREVISTADO 2).
A importância da capacitação também é verificada pela iniciativa da Marinha do
Brasil na criação da especialidade de Segurança do Tráfego Aquaviário, conforme pode ser
vista no texto a seguir:
Por fim, a motivação do pessoal que trabalhava com o público muito aumentou, pois
passaram a ser recorrentes os elogios aos serviços prestados por eles e as reclamações
referentes à demora na emissão e entrega dos documentos cessaram (ENTREVISTADO 1).
Conforme Matias-Pereira (2004) a capacitação é uma das dimensões da motivação dos
servidores públicos. Porém, durante os treinamentos realizados para os funcionários, era
importante lembrar que, para se manter um nível elevado de atendimento, é primordial
manter-se atualizado e melhorar sempre os processos, visando um atendimento de excelência.
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5 – Conclusão
Através do exposto neste artigo define-se a importância da capacitação profissional
dentro do serviço público, trazendo à tona questões relevantes, como: desburocratização,
treinamento dos servidores, com definição de estratégias de desenvolvimento do quadro de
pessoal alinhadas às necessidades de aperfeiçoamento trazendo inúmeros desafios para o
alcance da excelência no atendimento.
Baseado no estudo de caso, foi possível verificar a importância da capacitação
contínua dos servidores, a fim de proporcionar uma melhoria no atendimento ao público.
Ferreira (1996, p. 27) disse: “eu não mudo as organizações, mudo as pessoas que mudam as
organizações”.
Através da entrevista realizada com o gestor e o estudo das mudanças implementados,
foi possível comprovar a efetividade da capacitação buscando um atendimento de excelência.
Trazendo uma resposta para o problema da pesquisa, ao comprovar como a capacitação
profissional pode influenciar na qualidade de atendimento no setor público.
A organização em questão realizou a capacitação de seus funcionários na busca de um
melhor atendimento dentro da instituição, trazendo uma maior qualidade e rapidez através da
divisão do atendimento em setores para que o cidadão pudesse ser atendido por um setor
especializado e, consequentemente, com maior habilidade e em menor tempo
(ENTREVISTADO 1).
Nota-se também a necessidade de um treinamento contínuo, para que esses
funcionários possam estar sempre fornecendo um serviço cada vez melhor, bem como,
acompanhar as mudanças da organização e dos cidadãos. Podemos notar também que, os
servidores também foram beneficiados com a capacitação, pois esta gerou uma melhora no
atendimento, trazendo também um ambiente mais tranquilo para se trabalhar, reduzindo o
número de reclamações e queixas contínuas dos usuários, trazendo motivação e elogios para
os servidores (ENTREVISTADO 1).
Segundo Gonçalves e Mourão (2011), mesmo sem haver dados suficientes para
analisar o impacto da capacitação nos servidores, é necessária a criação de um ambiente
propício ao planejamento de ações, levando em consideração as possíveis mudanças de
comportamento, a melhoria de desempenho do cargo, a multiplicação do conhecimento
aprendido e, também, de seus resultados a curto ou longo prazo.
Outra mudança dentro da organização com a realização da capacitação de
profissionais foi a questão da inspeção naval, onde passou a contar também com militares
capacitados, através de treinamentos internos na área de Ensino Profissional Marítimo, além
da Segurança do Tráfego Aquaviário, visando uma melhor orientação para os aquaviários e
amadores. O cidadão passa a ser orientado por pessoas mais bem preparadas para prestar as
informações necessárias (ENTREVISTADO 2).
As organizações públicas devem ter como foco o cidadão, é importante rever como a
prestação dos serviços públicos vêm sendo realizadas. A busca por uma maior eficiência deve
ser obtida através de uma mudança no comportamento dessas instituições (MATIAS-
PEREIRA, 2007). Para que a excelência no atendimento seja alcançada, as organizações
precisam capacitar seus servidores trazendo vantagem tanto para o servidor, que realizará seu
trabalho com maior tranquilidade e prazer, como para o cidadão usuário que receberá o
tratamento que merece.
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
6 - Referências
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reforma da Carta de 1988. In: DANTAS, Bruno et al. Constituição de 1988: O Brasil 20 anos
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______. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o Regime Jurídico dos
Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 12 dez. 1990. Seção 1.
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CUNHA, Laura de Fátima Ferreira da. Atendimento ao cliente com ênfase na gestão
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FERREIRA, Caio Marcio Marini. Crise e reforma do Estado: uma questão de cidadania e
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Alegre: Editora da UFRGS, 2009.
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
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SILVA FILHO, Oscar Moreira da. A Gestão de Pessoas por Competências: desafios e
perspectivas para a formação dos militares que guarnecerão o Submarino Nuclear Brasileiro.
2012. 87 f. Monografia (Curso de Curso de Política e Estratégia Marítimas), Escola de Guerra
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TROSA, Sylvie. Gestão pública por resultados: quando o Estado se compromete. Rio de
Janeiro: Revan, 2001. 320 p.
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2001.
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
APÊNDICE A – Entrevista I
Pergunta 1:
O órgão realizava algum tipo de atendimento ao público? E caso afirmativo, em quais
áreas?
Resposta:
Afirmativo. Nosso público consistia principalmente de aquaviários que procuravam os
cursos ministrados por nossa instituição, proprietários de embarcações que desejavam
regularizar a situação das mesmas ou obter a carteira de amador, que é o documento que
permite a condução da embarcação, além de cuidarmos do pessoal da Marinha do Brasil e
seus dependentes quanto a pagamento, saúde e assistência social.
Pergunta 2:
O atendimento ao público era divido em setores, isto é, existe mais de um atendente
para assuntos distintos?
Resposta:
Em gestões mais antigas um único servidor atendia ao público, já na minha gestão
eram três guichês. Um para as atividades do Ensino Profissional Marítimo, que consiste
basicamente nos cursos para os aquaviários; outro guichê para as atividades do Sistema de
Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA), que tratava da emissão de carteiras de arrais,
registro de embarcações, obras sobre as águas, inspeção naval; e o guichê que prestava apoio
aos inativos e pensionistas quanto a saúde, assistência social e pagamento.
Pergunta 3:
Qual é o público atendido pela organização? E quais os maiores problemas
enfrentados para este atendimento?
Resposta:
Nosso público é formado por empresas de navegação, órgãos públicos, proprietários
particulares como juízes, comerciantes, profissionais liberais, pequenos pescadores, dentre
outros.
Um dos problemas enfrentados era a grande rotatividade do pessoal que prestava o
atendimento. Era comum o atendente ser substituído por ter sido escalado para uma missão ou
por ter saído para servir em outra organização da Marinha do Brasil. A legislação dos
assuntos tratados também era bem extensa, o que exige bastante treinamento dos atendentes.
Outro fator complicador é o tipo de público, onde temos de empresas de navegação a
pequenos pescadores, alguns semianalfabetos, exigindo um ótimo tato no trato com o público.
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Pergunta 4:
Eram realizados treinamentos visando o atendimento ao público?
Resposta:
Duas vezes por semana eram realizados treinamentos para abordar novos
procedimentos ou dúvidas técnicas para o atendimento do pessoal, com isso era possível
realizar a reciclagem do pessoal. Um era por setor, onde verificava-se as normas, o que era
possível realizar para simplificar e corrigir processos. Já o segundo era realizado com a
participação de todas as divisões, o que permitia um setor tomar conhecimento do que os
outros setores faziam.
Pergunta 5:
Foi possível observar alguma melhora no atendimento com os treinamentos?
Resposta:
Afirmativo. Antes muitos documentos eram recebidos incorretamente, o que gerava
um retrabalho. O número de reclamações do público passou a diminuir e os próprios
funcionários que viviam sempre estressados com as constantes reclamações, passaram a ficar
mais satisfeitos com o seu trabalho. A caixa de sugestão na qual recebíamos muitas
reclamações, passou a registrar vários elogios. Os documentos passaram a ser emitidos muito
mais rápidos, tendo em vista que os treinamentos padronizaram procedimentos para o
recebimento e emissão de documentos. Segue alguns exemplos: Carteira de Habilitação de
Amador, o tempo de médio de emissão passou de 20 para 4 dias. Título de Inscrição de
Embarcação, a emissão foi reduzida de 30 para 7 dias. Carteira de Inscrição e Registro,
passou de 40 para 7 dias.
Pergunta 6:
O senhor acredita que o treinamento melhora o atendimento ao público? Quais as
melhorias que o senhor pode constatar?
Resposta:
Sem sombra de dúvidas, o treinamento do pessoal permite maior interação e reduz,
consideravelmente, o tempo e a qualidade do atendimento.
Pergunta 7:
A organização atingiu seus objetivos com o treinamento?
Resposta:
Afirmativo. Os objetivos de obter um melhor atendimento, com presteza e qualidade.
Outra questão eram as reclamações e queixas constantes que foram reduzidas drasticamente.
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APÊNDICE B - Entrevista II
Pergunta 1:
Poderia informar quais são principais atividades da Organização Militar?
Resposta:
As principais atividades são: contribuir para a orientação, a coordenação e o controle
das atividades relativas à Marinha Mercante e organizações correlatas no que se refere à
defesa nacional, à salvaguarda da vida humana e à segurança da navegação, nas hidrovias
interiores, e à prevenção da poluição hídrica por parte de embarcações, plataformas ou suas
instalações de apoio.
Pergunta 2:
A instituição realiza algum tipo de atendimento ao público? E em que áreas?
Resposta:
Sim. O atendimento ao público é segregado em três áreas: a do Ensino Profissional
Marítimo, que nada mais é que a carreira dos aquaviários; a da Segurança do Tráfego
Aquaviário, que visa basicamente a regularização das embarcações e emissão de carteira de
amadores; além do atendimento prestado para o pessoal da Marinha e seus dependentes
quanto a assistência social, pagamento e assistência médica.
Pergunta 3:
O atendimento é prestado apenas na sede da organização?
Resposta:
Não. A área de jurisdição da nossa organização abrange vários municípios, sendo
assim, possuíamos equipes volantes que realizam inspeção naval e cursos do Ensino
Profissional Marítimo em outras regiões. Essas equipes passaram a contar com militares
capacitados internamente em atividades do Ensino Profissional Marítimo e Segurança do
Tráfego Aquaviário, visando permitir um melhor atendimento cidadãos por estas equipes.
Pergunta 4:
Quais os maiores problemas enfrentados para o atendimento ao público e o que é
realizado para minimizar estes problemas?
Resposta:
Em virtude da grande quantidade de normas sobre o assunto, que estão em constante
atualização, é necessário manter os atendentes em constante treinamento, a fim de que os
atendentes estejam sempre qualificados. São realizados treinamentos semanais, sobre a
legislação vigente.
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