14R - Tudo É História

Título da Coleção: História em Documento – Imagem e Texto. Xº ano.
Coleção ---
Unidade X: “Tempos de Confronto” 10: “O que provocou a expansão comercial e marítima europeia?”
X.E / Código: XXXXXCOLXX
Temas e Informações
Aspectos
O que o O que detona conceitos paralelas ao
Títulos e informativos Datas ou Ênfase
Págs. Sujeitos sujeito os Lugares tratados texto
subtítulos da história períodos narrativa
fez acontecimentos e/ou
contada
explicados
Até 1789, a
sociedade
francesa
estava
dividida em
três Estados.
O Primeiro
Estado, ou
T:
clero, era
Informaçõ
composto
es
214 pelos padres,
S: Os três bispos, etc. O
“Estados” Segundo
da França Estado era
constituído
pelos nobres.
Todo o
restante da
sociedade
francesa
pertencia ao
Terceiro
Título da Coleção: História em Documento – Imagem e Texto. Xº ano. Coleção ---
Estado.
O clero não
era obrigado
a pagar
impostos e
era
sustentado
principalment
e com o
dízimo pago
pelos
integrantes do
Terceiro
Estado. A
nobreza
também
estava
dispensada do
pagamento de
alguns
impostos. Já
o Terceiro
Estado não
tinha
privilégios: o
peso dos
impostos
recaía quase
que
exclusivamen
te sobre seus
integrantes.
O Terceiro
Estado,
portanto, era
o que hoje
chamamos de
“povo”. Nele
estavam
incluídos os
comerciantes
e a burguesia
em geral, os
trabalhadores
urbanos,
conhecidos
como sans-
culottes, os
artesãos e os
camponeses.
Essas pessoas
trabalhavam
para viver e
pagavam para
que o clero e
a nobreza
vivessem sem
trabalhar,
Mesmo
cobrando
altos
impostos, no
fim do século
XVIII o
Estado
francês
gastava mais
do que
arrecadava.
Em parte,
isso devia aos
prejuízos
causados pela
Guerra dos
Sete Anos
(1756-1763),
entre a França
e a Inglaterra,
e pela
participação
francesa na
guerra de
independênci
a das
colônias
inglesas da
América
(1775-1781).
Em 1788, o
Estado
francês previa
gastar 629
milhões de
libras, mas
conseguiu
arrecadar
S: Os somente 503
Estados 215-216 milhões. Para
Gerais tentar superar
as
dificuldades
com as
finanças do
reino, o rei
Luís XVI
convocou os
Estados
Gerais, uma
assembleia
composta de
representante
s dos três
Estados.
Foram eleitos
292
representante
s do clero,
270 da
nobreza e 578
do Terceiro
Estado, num
total de 1140
deputados,
que se
apresentaram
para a reunião
em maio
1789. Assim,
o Terceiro
Estado tinha
maioria
numérica
(578 votos
contra 562 da
nobreza e do
clero).
A
convocação
dos Estados
Gerais
trouxer para
os integrantes
do Terceiro
Estado
grandes
expectativas
de mudanças
sociais. Essas
expectativas
se
expressaram
na forma de
textos que
condenavam
o
absolutismo
do rei e os
privilégios da
nobreza e do
clero. Um
desses textos,
apresentado a
seguir, foi
escrito pelo
abade
Emmanuel
Sièyes, que
participou
dos Estados
Gerais e de
outras
assembleias e
tribunais
criados após a
Revolução.
Assim que os
Estados
Gerais se
reuniram
S: A começou a
Assemblei disputa entre
216 a Nacional os
Constituin representante
te s do Terceiro
Estado e o
restante dos
delegados. Os
primeiros
exigiam que
os votos
fossem
contados por
cabeça, isto é,
cada
delegado, um
voto. Isso
daria ao
Terceiro
Estado 578
votos, contra
os 562 dos
outros dois
estados. Já os
representante
s do clero e
da nobreza
queriam que a
votação fosse
por estado e
não por
pessoa. Com
isso, eles
teriam dois
votos, contra
apenas um do
Terceiro
Estado.
Revoltados,
os
representante
s do Terceiro
Estado
passaram a se
reunir em
uma sala
separada e,
em 9 de julho
de 1789,
proclamaram
a formação de
uma
Assembleia
Nacional
Constituinte.
A essa altura,
os
representante
s do clero e
da nobreza já
haviam se
juntado a
eles.
Além de
perder o
controle dos
antigos
Estados
Gerais, o rei
enfrentava
manifestações
populares de
descontentam
ento
S: Todos provocadas
217 contra o pela falta de
rei alimentos,
resultado das
péssimas
colheitas dos
anos
anteriores.
Surgiram
então boatos
sobre a
invasão de
Paris por
tropas do
governo com
a finalidade
de reprimir os
saques
realizados
pelos
famintos.
No mesmo
momento, o
ministro
Jacques
Necker, que
representava
a última
esperança
para a
solução dos
problemas
econômicos,
foi demitido
pelo rei. A
demissão de
Necker,
somada aos
boatos sobre
a invasão de
Paris e sobre
a ameaça de
fechamento
da
Assembleia
Constituinte,
levou as
pessoas mais
pobres da
sociedade, os
sans-culottes,
a promover
uma série de
manifestações
pelas ruas de
Paris no dia
13 de julho.
Na manhã de
14 de julho
de 1789,
milhares de
A queda parisienses se
217 da concentraram
Bastilha diante do
Palácio dos
Inválidos e
saquearam
seu depósito
de armas,
apoderando-
se de 32 mil
fuzis e doze
canhões. De
posse das
armas, na
tarde desse
mesmo dia
tomaram de
assalto a
fortaleza da
Bastilha,
utilizada
como cárcere
para presos
políticos, em
busca de mais
armas e
munições.
Até hoje o 14
de julho é
comemorado
na França
como data
nacional.
Pressionado
pelos
deputados
reunidos em
seu próprio
palácio, pelos
sans-culottes
de Paris e
pelas
inúmeras
revoltas
camponesas
no interior do
país, Luís
XVI foi
obrigado a
aceitar o fim
da monarquia
absolutista e
o
estabelecimen
to da
monarquia
constitucional
.
Em setembro
de 1791, foi
concluída a
primeira
Constituição
francesa, que
aboliu os
resquícios do
feudalismo,
estabeleceu a
liberdade de
comércio, o
fim dos
monopólios e
das
corporações
de ofício, a
extinção da
censura e das
prisões sem
justificativa,
o direito de
escolha da
religião e a
subordinação
da Igreja aos
interesses do
Estado.
A nova
Constituição,
entretanto,
criou o voto
censitário.
Assim, os
franceses
ficaram
divididos em
cidadãos com
direito a voto
(aqueles que
eram
proprietários
de bens) e
cidadãos sem
direito a voto
(os que não
eram
proprietários)
. Uma vez
promulgada a
Constituição,
a Assembleia
Constituinte
se dissolveu
foi eleita uma
Assembleia
Legislativa.
218 S: A A essa altura,
proclamaç os grupos que

ão da formavam o
República antigo
Terceiro
Estado
haviam se
reorganizado
em novas
tendências
políticas. As
duas mais
importantes
eram a dos
jacobinos e a
dos
girondinos.
Os jacobinos
eram mais
radicais e
tinham o
apoio dos
sans-culottes.
Muitos de
seus
membros
seguiam as
ideia do
iluminista
Jean-Jacques
Rousseau e
defendiam a
substituição
da monarquia
pela
República.
Os
girondinos,
por sua vez,
eram mais
moderados.
Representava
m a grande
burguesia e
queriam
conter a
radicalização,
negociando
com o rei.
Em junho de
1791,
preocupado
com os rumos
da
Revolução,
Luís XVI
tentou fugir
do país.
Entretanto, ao
chegar a
Varennes ele
e a família
real foram
reconhecidos
e levados de
volta a Paris.
Os temores
de Luís XVI
eram
compartilhad
os por todos
os monarcas
da Europa.
Desde a
queda da
Bastilha, eles
temiam que
as “ideias
francesas”
chegassem a
seus próprios
países,
estimulando
rebeliões.
Essa
preocupação
se
transformou
em pânico
quando o rei
da França foi
detido em
Varennes. A
partir de
então, os
monarcas
europeus
passaram a
arquitetar
planos para
sufocar a
Revolução.
Assim, em
abril de 1792,
os exércitos
da Áustria e
da Prússia
invadiram a
França com o
objetivo de
devolver a
Luís XVI
seus poderes
de monarca
absolutista.
Em resposta,
em agosto de
1792 o povo
parisiense
ocupou o
Palácio das
Tulherias e
aprisionou
Luís XVI e a
família real,
que foram
acusados de
traição. Em
setembro, foi
proclamada a
República.
Por decisão
da
Assembleia
Legislativa, o
voto deixou
de ser
censitário e
foi instituído
o sufrágio
universal
masculino, ou
seja, todos os
homens
maiores de 21
anos podiam
votar. Esse
direito,
porém, não
foi estendido
às mulheres.
Em setembro
de 1792,
forma eleitos
por sufrágio
universal
S: A masculion
Convençã 749
219
o deputados
Nacional para uma
nova
assembleia,
chamada
Convenção
Nacionaql.
Ao contra´rio
da
Assembleia
Legislativa
anterior, a
Convenção
tinha também
o poder de
executar as
leis, o que
antes cabi ao
rei e seus
ministros.
Além disso,
elaborou uma
nova
Constituição,
que ficou
pronta em
junho de
1793. Mas
essa
Constituição
nunca entrou
em vigor, por
causa da
guerra contra
as
monarquias
europeias
(ver capítulo
seguinte).
Ao mesmo
tempo, foi
criado um
novo
calendário,
pelo qual os
meses
receberam
novos nomes,
ligados ao
clima e aos
trabalhos
agrícolas,
como
Germinal
(Mês das
sementes),
Floreal (das
flores),
Termidor
(mês do
calor), etc.
Na
Convenção,
os deputados
dividiam-se
em três
grupos.
Como os
girondinos se
sentavam do
lado direito
da
Assembleia e
os jacobinos
do lado
esquerdo, as
palavras
direita e
esquerda
eram
utilizadas
também para
representar
suas posições
políticas,
nomenclatura
que se
mantém até
hoje – os
grupos
conservadore
s são
chamados “de
direita”,
enquanto os
reformistas
ou
revolucionári
os são
considerados
“de
esquerda”.
Os deputados
sem perfil
político
definido, que
se aliavam
ora com a
direita, ora
com a
esquerda,
compunham
o centro,
chamado
também de
Pântano.
Enquanto
girondinos e
jacobinos
disputavam o
controle da
Convenção,
os sans-
culottes
exigiam que o
governo
congelasse o
preço dos
alimentos e
S: O
219-220 condenasse
Terror
os traidores à
guilhotina.
Essa pressão
contribuiu
para
enfraquecer
os girondinos
e fortalecer os
jacobinos.
Em janeiro de
1793, Luís
XVI foi
condenado à
morte na
guilhotina.
Em março do
mesmo ano,
foi criado um
Tribunal
Revolucionári
o, destinado a
julgar os
suspeitos de
trair a
Revolução.
Em abril, os
jacobinos
criaram o
Comitê de
Salvação
Pública,
composto de
nove
deputados
eleitos pela
Convenção
Nacional,
com plenos
poderes para
submete
qualquer
pessoa ao
Tribunal
Revolucionári
o, controlar
os preços das
mercadorias e
organizar a
guerra contra
os
absolutistas.
Liderado por
Maximilien
Robespierre,
o Comitê de
Salvação
Pública
passou a
reprimir não
só o que
restava da
nobreza e os
adversários
da
Revolução,
mas também
setores
populares e
antigos
aliados dos
jacobinos.
Qualquer
denúncia de
traição,
mesmo sem
provas, podia
levar uma
pessoa à
prisão e à
morte.
Centenas de
membros da
nobreza
foram
condenados à
guilhotina.
Em seguida,
Robespierre
se voltou
contra antigos
líderes da
Revolução,
como
Georges-
Jacques
Danton,
guilhotinado
por se opor
ao controle de
preços pelo
Estado e às
execuções em
massa
realizadas
pelo Tribunal
Revolucionári
o.
O regime
assim
imposto pelo
Comitê de
Salvação
Pública ficou
conhecido
como Terror.
Robespierre
reprimiu
também os
grupos
populares
mais radicais,
como os
enragés
(enraivecidos
), liderados
pelo abade
Roux, e os
militantes do
Clube dos
Cordeleiros,
que estavam à
esquerda dos
jacobinos.,
Assim, o
abade Roux,
Jacques
Jébert,
Camille
Desmoulins e
muitos outros
foram
executados
após
julgamentos
sumários
manipulados
pelos
partidários de
Robespierre.
220 S: O golpe Ao reprimir
de os grupos
Termidor populares
mais radicais,
Robespierre e
o Comitê de
Salvação
Pública
perderam o
apoio das
camadas mais
pobres da
população (os
sans-
culottes). Ao
mesmo
tempo, com
seu regime de
Terror, que
guilhotinou
aproximadam
ente 17 mil
pessoas em
pouco mais
de um ano,
ficaram
expostos à
reação dos
setores de
direita,
duramente
atingidos pela
repressão.
Assim, em 27
julho de
1794, grupos
conservadore
s deram um
golpe de
Estado e
assumiram o
poder. Pelo
calendário
republicano
instituído
pela
Convenção,
era o dia 9 do
mês
Termidor.
Pegos de
surpresa,
Robespierre e
outros
membros do
Comitê de
Salvação
Pública foram
presos e
sumariamente
guilhotinados
.
Em setembro
de 1795, a
Convenção
Nacional
promulgou
uma nova
Constituição,
a terceira em
seis anos de
revolução.
Ela extinguiu
a Convenção
e criou duas
assembleias:
o Conselho
dos 500,
encarregado
de elaborar
projetos de
lei, e o
Conselho dos
Anciãos, ou
Senado,
composto de
250 pessoas
incumbidas
de votar esses
projetos de
lei.
O Poder
Executivo
passou para o
Diretório,
formado por
cinco
membros
eleitos por
cinco anos
pelo Senado.
O voto
deixou de ser
um direito de
todos os
homens
adultos e
voltou a ser
censitário:>
somente
aqueles que
declarassem
ter
propriedades
no censo
tinham direito
a votar (ver
capítulo 20).
A inversão de
papéis
ocorrida com
o fim do
absolutismo
foi tema de
T: muitas
Represe charges do
ntações fim do século
221 XVIII. O
S: Em
povo passou
primeiro
para o
plano
primeiro
plano e
deixou de ser
representado
como a eterna
“besta de
carga”
representaçõe
s anteriores à
Revolução.
Em abril de
1792, diante
dos
preparativos
para a guerra
cona a
Áustria e a
Prússia,
Claude-
Joseph
S: “A Rouget de
Marselh 222 Lisle, um
esa” oficial
francês,
compôs a
“Canção de
guerra para o
exército do
Reno”.
Originalment
e, a canção
tinha seis
estrofes, mas
alguém (não
se sabe se o
abade
Pessonneaux
ou Louis
Duboisais)
acrescentou a
ela mais uma
estrofe.
Em agosto de
1792, quando
os exércitos
da Áustria e
da Prússia
invadiram a
França e a
Revolução
corria perigo,
tropas
francesas
provenientes
de Marselha
entraram em
Paris
cantando a
canção e
convocando o
povo
parisiense
para a
resistência
contra os
invasores:
Aux armes,
citoyens /
Formez vous
bataillons...
(Às armas,
cidadãos /
Formai
vossos
batalhões...).
A partir de
então, o hino
passou a ser
conhecido
como “A
Marselhesa”.
Em 1879, “A
Marselhesa”
foi declarada
hino da
França.
T: Até 1789, as
223
Relações escolas e
S: Ecos da universidades
Revolução francesas
eram
controladas
pela Igreja
católica. Com
a Revolução
Francesa,
teve início o
processo de
separação
entre a Igreja
e o Estado.
Assim, as
escolas foram
laicizadas, ou
seja,
deixaram de
ser religiosas.
Essa
separação
seguia a
orientação do
pensamento
iluminista,
que se
opunha à
influência da
Igreja sobre o
Estado e a
seu controle
sobre e a
educação.
Em 2003, o
governo
francês do
presidente
Jacques
Chirac
invocou essa
tradição para
justificar uma
lei que
proibiu o uso
de símbolos
religiosos nas
escolas
públicas,
como o véu
das mulheres
muçulmanas,
o solidéu dos
judeus e o
crucifixo dos
cristãos, A lei
gerou uma
grande
polêmica na
França,
Alguns de
seus
contestadores
afirmam que
ela se opõe a
outro direito
consagrado
pelo
Iluminismo e
pela
Revolução
Francesa: a
liberdade
religiosa e o
direito
individual de
manifestar a
própria
crença.
O cinema O filme
224 ea Danton – O
Revolução processo da
Revolução
conta a
história da
disputa de
poder entre
Georges-
Jacques
Danton e
Maximilien
Robespierre,
ambos
deputados na
Convenção
Nacional
(1793-1794).
Danton e seus
aliados eram
contrários ao
controle de
preços pelo
Estado e à
continuação
das
execuções
realizadas
pelo Tribunal
Revolucionári
o que ele
mesmo
ajudou a
criar.
Robespierre,
ao contrário
de Danton,
desejava a
manutenção
do controle
da economia
pelo Estado e
a continuação
das
execuções de
seus
adversários,
sempre
acusados de
“traidores da
Revolução”.

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