Na obra literária brasileira “Minh’alma é triste”, de Casimiro de Abreu, que no
final de uma vida breve, pressentindo a morte, o poeta aprofunda o sentimento de
tristeza, já presente em seus textos saudosistas, até transformá-lo num sentimento quase desesperado de impotência perante o destino. Analogamente aos dias atuais, este sentimento remete àqueles que sofrem com a vontade insana de se suicidar, um assunto pouco falado, porém recorrente no Brasil atual. Dentre as variadas formas artísticas de expressão está o poema, o qual se vale da linguagem para trazer à tona a visão do eu lírico, seja ela qual for. A temática da infelicidade fez com que parte do jovem público-leitor, no século XVIII, se sentisse representado pelos anseios do autor. Neste sentido, percebe-se que desde séculos passados o suicídio é uma questão pouco discutida, que por meio de poemas, series e filmes, mostram um sentimento puro que influenciam aqueles que dividem da mesma aflição. Nesse sentido, a poesia visa expor o que passa despercebido ao homem, e, quando o poeta dá forma aos seus pensamentos, o mesmo objetiva levar seus leitores a observar e refletir sobre determinados fatos e temas ignorados. Desse modo, nota-se que não é de hoje que o problema do suicídio se manifesta no seio da sociedade brasileira. Na década de 40, o Brasil inteiro vivenciou um período de forte comoção, uma vez que o Presidente da República Getúlio Vargas, com a máxima “Deixo a vida para entrar na história”, tirou a própria vida com um disparo no peito. Face a isso, é sabido que ao interpretar o poema de Casimiro, pode-se notar uma tristeza remota de situações vividas em sua vida. Logo, é fundamental que o Ministério da Saúde, em parceria com as secretarias municipais e estaduais, realize investimentos na criação de programas de apoio psicológico nas escolas públicas, promovendo debates e rodas de conversa nas quais os alunos possam compartilhar dificuldades e experiências.