Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4
Capítulo 1 – Os ancestrais dos Sítios
5
1.2 – Villas Renascentistas
"O Brasil constitui uma realidade profundamente específica: trata-se de uma economia criada
praticamente em função do capitalismo em expansão. Ao contrário de certos países asiáticos
ou africanos, onde a Europa utilizou para os seus fins as estruturas socioeconômicas
existentes, o Brasil no seu conjunto é criado como complemento econômico. Debruçar-se sobre
a economia brasileira significa pois, antes de tudo, debruçar-se sobre as funções sucessivas
que ele desempenhou na formação e no desenvolvimento do capitalismo das metrópoles.
Nota-se a especificidade do Brasil relativamente ao mundo colonial em geral: enquanto na
maior parte das outras colônias a metrópole sobrepunha às estruturas econômicas e políticas
preexistentes um aparelho de dominação e mecanismos de exploração, no Brasil a fraqueza -
tanto do ponto de vista numérico como, sobretudo, do ponto de vista social e organizativo - da
população indígena obrigou a metrópole a criar uma economia, determinar as suas funções e
escolher os produtos a partir de um único fator de produção preexistente: a terra.
Não se trata pois de uma reorientação de atividades locais para as necessidades da metrópole,
mas de sua criação. A dualidade característica que se encontra em outros países de terceiro
mundo - sobretudo de duas civilizações ou de duas dinâmicas - não existe portanto no Brasil.
6
(...)Ao contrário, na parte portuguesa da América Latina, o fato de as riquezas minerais terem
permanecido durante longo tempo desconhecidas orientou desde o início os colonos para
atividades produtivas. A economia brasileira vê-se, pois, desde logo organizada para a
produção em função de necessidades externas.”
(DOWBOR, Lodislou. Á formação ao capitalismo dependente no Brasil. Lisboa, Prelo, 1977. pp. 57-9.)
7
mais poderosas do Brasil, em conseqüência as estruturas desses locais eram
mais organizadas e as condições de vida eram muito melhores.
2.3.1 – Sobrados
O termo designava o espaço sobrado ou ganho devido a um soalho
suspenso, portanto, podia estar acima desse piso como embaixo dele,
dependendo das circunstâncias.
Os sobrados praticamente tiveram a mesma planta em todo o Brasil.
Eram caracterizados por edificações geminadas, construídas em terrenos
estreitos e profundos, e tendo a frente colada ao alinhamento da rua.
Construções de telhados de duas águas que sobravam para fora do edifício, no
qual lançava as águas pluviais para a rua e o quintal, possuindo, comumente,
de dois a quatros andares. Com poucas aberturas e péssima ventilação eram
casas pouco salubres para moradia. Embaixo a loja, os armazéns, os
depósitos, ou então, os escritórios. Esses sobrados existiram pelo país todo,
sempre onde houvesse um rico.
2.3.2 – Engenhos
8
senzala; a capela centralizava a vida social e religiosa do engenho; e a moenda
era o local onde a cana era moída e transformada em caldo.
"A vinda da família real deslocou definitivamente o eixo da vida administrativa da colônia para o
Rio de Janeiro, mudando também a fisionomia da cidade. Entre outros aspectos, esboçou-se aí
uma vida cultural. O acesso aos livros e a uma relativa circulação de idéias foram marcas
distintivas do período. Em setembro de 1808, veio a público o primeiro jornal editado na
colônia; abriram-se também teatros, bibliotecas, academias literárias e científicas, para atender
aos requisitos da corte e de uma população urbana em rápida expansão. Basta dizer que,
durante o período de permanência de Dom João VI no Brasil, o número de habitantes da
capital dobrou, passando de cerca de 50 mil a 100 mil pessoas."
(FAUSTO, Boris. História é Brasil. São Paulo, Edusp, 1994. p. 125-7.)
9
Além do problema do espaço, quando a corte portuguesa chegou ao Rio
de Janeiro, encontrou uma cidade ainda colonial, sem infraestrutura adequada
e as menores condições de higiene. Para eles, que haviam fugido de uma
Lisboa recém construída nos moldes mais modernos existentes, o
neoclassicismo, encontrar uma cidade ainda em sistema de tigres foi um
choque.
É a partir desse momento que começam as modificações da cidade do
Rio de Janeiro para torna-la um local mais apropriado para ser a sede do
Reino.
10
Boa parte dos estrangeiros mais ricos, que chegaram para morar no
Brasil, preferiram não habitar nos centros urbanos, e todos os seus problemas,
optando por viver em áreas próximas a eles. Imitando as antigas estruturas
romanas e renascentistas, trazem para o Reino as idéias e estruturas das vilas,
adaptando-as a realidade local, essas novas estruturas foram chamadas sítios
ou chácaras, dependendo do local em que se encontrava.
11
escoamento frontal. Não é incomum encontrar casas com telhados de quatro
águas ou com as águas caindo para as laterais.
Como ficavam localizadas nos subúrbios das cidades, as casas de sítio
eram muitas vezes construídas próximas aos rios, o que facilitava os meios de
comunicação e de transportes da população ( uma característica muito
marcante das casas de síto de Recife às margens do Rio Capibaribe). Por
estarem tão próximas a cursos d’água, e com os novos hábitos de higiene,
tornou-se comum casas de banho serem adicionadas ás residências.
O nome dado a esse tipo de construção muda de acordo com a região
em que se encontra, porém possuem as mesmas característica arquitetônicas
independente do nome.
13
Fundamentação da proposta plástica
14
Conclusão
15
Referências bibliográficas
ARQUITETURA CIVIL I, Textos Escolhidos da Revista do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. São Paulo: FAU/USP-MEC-IPHAN,
1975.
ARQUITETURA CIVIL III, Textos Escolhidos da Revista do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. São Paulo: FAU/USP-MEC-IPHAN,
1975.
FREYRE, Gilberto, Sobrados e Mucambos. 9 ed. Rio de Janeiro: Record, 1996.
REIS FILHO, Nestor Goulart, Quadro da Arquitetura no Brasil. 10 ed. São
Paulo: Perspectiva, 2004.
Homepages
Obtido em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_romana>
Visto em 10/04/08
Obtido em <http://www.cidteixeira.com.br/Template.asp?
Nivel=00030010&IdEntidade=506>
No dia 10/04/08
Obtido em <http://www.cidteixeira.com.br/Template.asp?
Nivel=00030011&IdEntidade=507>
No dia 10/04/08
Obtido em <http://www.gil.adm.br/guiadeturismo/trabalhos/arquiteturacivil.htm>
No dia 15/06/2008
Obtido em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Villas_de_Pal%C3%A1dio_no_V
%C3%AAneto
Anexo A
16
Figura 1 – Esquema de uma antiga
vila romana. Obtido em
17
pavimento. Desenho de Carlos Leão. FREYRE, Gilberto, Sobrados e Mucambos. 9 ed. Rio de
Janeiro: Record, 1996. p. 169.
Anexo B
Figura 2 – Foto e plantas baixas do Solar Paraíso, localizado no município de Sano Amaro,
Bahia. IPAC.BA, salvador, 1978.
18
Figura 3 – Solar do Unhão, Salvador, Bahia, obtido em <
http://www.gil.adm.br/guiadeturismo/trabalhos/arquiteturacivil.htm> No dia 15/06/2008
19