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NOVEMBRO 2010
FLEX
EDIÇÃO ESPECIAL
POWERTRAIN
ÍNDICE
40 MATÉRIA DE CAPA|POWERTRAIN
COMBUSTÃO
REAGE AO
CHOQUE DOS
ELÉTRICOS
Elétricos e híbridos agitam o mercado
e pedem subsídios, enquanto o
motor a combustão contra-ataca
com novas tecnologias e eficiência.
Como fica o Brasil nesse duelo?
Confira as novidades,
especialmente
no campo da
eletrificação.
A MOÇA DA CAPA –
A modelo
Laiz Anzanelo,
21 anos, estudante
de administração,
LUIS PRADO
trabalhou no estande
da Toyota durante o
Salão do Automóvel
de São Paulo e ficou
impressionada
com os carros
conceitos e híbridos.
Ela quer comprar
um Freelander, de
preferência flex. Fez
a estreia como capa de
revista em Automotive Business. MOTOR SIGMA, feito
em alumínio
4
BUSINESS
66 FLEX
LIMIAR DE NOVOS DESAFIOS
O que virá após o fim do tanquinho?
70 MOTOR DIESEL
EURO 5 SACODE
O MERCADO
Desafios para
powertrain e diesel
DIVULGAÇÃO - FPT
LUIS PRADO
28 ENTREVISTA 78 LUBRIFICANTES
RICARDO ABREU, MAHLE TECNOLOGIA GANHA ESPAÇO
Respostas ao duelo das tecnologias Maior valor agregado aos produtos
ÍNDICE
87 SUPRIMENTOS
MARATONA PARA ALINHAR CADEIA
89 Motores, eletrônica, componentes
92 Blocos de motor
96 Injeção
N
99 Filtros LIS
SO
-A
100 Turbos ÃO
AÇ
102 Baterias VU
LG
DI
104 Arrefecimento
107 TRANSMISSÕES
AUTOMÁTICAS E HÍBRIDAS
Soluções para
tráfego urbano
110 EIXOS
INVESTIMENTOS NA RETOMADA
DIVULGAÇÃO - BOSCH
R
RITO
ME
AR VIN
ÃO-
AÇ
ULG
DIV
8 ALTA RODA
MOTORES EM
EVOLUÇÃO
A coluna do
Fernando Calmon
DIVULGAÇÃO - TUPY
LUIS PRADO
6
BUSINESS
REVISTA
EDITORIAL
LUIS PRADO
www.automotivebusiness.com.br
A
revista Automotive Business completa um ano de existência com mais
Redação uma edição temática sobre o mercado de motores e transmissões, com
Giovanna Riato, Jairo Morelli, Pedro Kutney
o E.TorQ na capa. O ensaio fotográfico de Luis Prado ajuda também a
Colaboradores
Alexandre Akashi, Ariverson Feltrin, explicar conceitos como downsizing: colocamos em um dos pratos da balança
Fernando Calmon, Marcelo de Paula, Ricardo o FPT EVO e, no outro, dois bicilíndricos da mesma marca, que podem chegar
Conte, Sonia Moraes, Thiago Vinholes e
Wagner Gonzalez a 105 cv, com turbo e MultiAir. Estão em destaque, ainda, o Sigma, de alumínio,
Design e diagramação produzido pela Ford em Taubaté, SP, para exportação, e o MWM Maxx Force,
Ricardo Alves de Souza pronto para Euro 5.
A outra parte do trabalho ficou por conta de jornalistas especializados que
Estúdio Luis Prado
Tel. 11 5092-4686 desvendaram a trajetória do powertrain para ganhar eficiência e responder aos
www.luisprado.com.br crescentes apertos das legislações lá fora e aqui no Brasil.
A edição abre foco na matriz energética veicular, que mereceu análise
Lais Anzanelo (Totem Modelos)
Cassiano Assman (cabelo e maquiagem) cuidadosa de Pedro Kutney, no mercado de motores Otto e Diesel, com Jairo
Lá de Minas (balança na página 80) Morelli, Sonia Moraes e Ariverson Feltrin, e nos componentes do powertrain. Os
Publicidade obstáculo que faltam para chegar a Euro 5 são avaliados
Paula B. Prado
paulabraga@automotivebusiness.com.br mais uma vez.
Tel. 11 5095-8880 Wagner Gonzalez explica como acontece o
desenvolvimento de motores para competição. A
CRM e database
Josiane Lira preparação trocou ouvido por célula tronco e as
josianelira@automotivebusiness.com.br limas por algoritmos, conta o jornalista em artigo
Comercial bem humorado. O jornalista Fernando Calmon
Carina Costa analisa a terceira geração do flex, que dá adeus ao
carinacosta@automotivebusiness.com.br
Monalisa Naves tanquinho, e os passos seguintes para injeção
monalisanaves@automotivebusiness.com.br direta e turboalimentação.
Comunicação e eventos A próxima edição avaliará os cenários para
Carolina Piovacari
carolinapiovacari@automotivebusiness.com.br a indústria automobilística em 2011, ouvindo
Media Center e WebTV personalidades experientes na interpretação
Paulo Roberto Júnior dos sinais associados a estatísticas, tecnologias,
paulojunior@automotivebusiness.com.br
políticas setoriais, desafios da infraestrutura
Thais Celestino
thaiscelestino@automotivebusiness.com.br e investimentos. A publicação tratará também
das próximas gerações de veículos comerciais e
Novembro de 2010 industriais, de picapes a caminhões, ônibus, máquinas
Distribuição de construção e agrícolas.
ACF Acácias, São Paulo
Até lá.
Editada por Automotive Business,
empresa associada à All Right Serviços de
Comunicação e Marketing Ltda.
Av. Iraí, 393, conjs. 52 e 53, Moema,
04082-001, São Paulo, SP,
tel. 11 5095-8888.
redacao@automotivebusiness.com.br
publicidade@automotivebusiness.com.br
ALTA RODA FERNANDO CALMON
MOTORES EM
EVOLUÇÃO
NOVAS TECNOLOGIAS
FERNANDO CALMON é
PROMETEM FÔLEGO
LUIS PRADO
jornalista especializado na
indústria automobilística
fernando@calmon.jor.br À COMBUSTÃO INTERNA
P
repare-se para mudan- GNV e diesel estarão tão de- dia do Velho Continente. da fábrica de Betim (MG).
ças profundas nos pró- senvolvidos e mais limpos Hoje, no entanto, está à Essa versão do 500 pos-
ximos anos em termos que continuarão competi- venda um automóvel con- sui um botão no painel
de conjunto motor-câmbio tivos no mínimo até 2030. vencional a gasolina ho- para a posição ECO a fim
(powertrain) de seu auto- A diminuição de consu- mologado para apenas 92 de cortar o torque em um
móvel. Quem pensa que mo de combustível, úni- g/km. É o recém-lançado terço, útil a um usuário que
depois de mais de 120 anos ca forma de controlar as Fiat 500, de dois cilindros dirige de forma tranquila,
o motor a combustão inter- emissões de gás carbônico em linha, turbocomprimido com menor nível de ruído
na (MCI) já deu o que tinha (CO2) suspeito de colaborar e gerenciamento eletrônico no habitáculo e potencial
que dar, certamente está para as mudanças climáti- das válvulas de admissão de diminuir o consumo
enganado. É inegável existir cas, continua como objetivo (MultiAir), desenvolvido pela de gasolina. Também está
espaço (pequeno) para os primordial. Já se sabe que a FPT, braço de powertrain equipado de série com
veículos elétricos a bateria era de km/h vai mudar para da marca italiana. A tendên- sistema liga-desliga o mo-
nos próximos 10 anos, mas a de km/litro, ou seja, po- cia de diminuir o número tor, aos poucos avançan-
em curto e médio prazos os tência e velocidade subme- de cilindros é irreversível em do nos modelos europeus
MCI a gasolina, etanol/flex, tidas ao menor consumo ou carros pequenos. Todos os em busca de economia
maior autonomia possíveis. grandes fabricantes traba- e silêncio nas cidades.
Mesmo na Europa, onde lham em novos motores de O MultiAir deve estar
Leia a coluna Alta Roda esse movimento é muito três cilindros. A Fiat preferiu ainda em 2010 no Punto
também no portal forte, existe quem afirme o menor atrito e dimensões brasileiro, com o motor im-
Automotive Business que carros elétricos são reduzidas do dois-cilindros, portado de 1,4 litro turbo
tão “verdes” como a forma entre outras vantagens. de 163 cv, que vai estrear
PATROCINADORES: de obter a energia. Não há Em avaliação na Itália, im- também a grife Abarth, si-
emissões gasosas locais, pressionou o desempenho nônimo de esportividade.
de fato, mas para gerar do motor de apenas 900 Aquela tecnologia de acio-
eletricidade na maior parte cm³/85 cv e torque vigoroso namento eletro-hidráulico
do mundo há que liberar de 14,8 kgf.m (equivalente das válvulas proporciona
CO2 para a atmosfera em a de um motor de 1,5 litro) um grande salto de eficiên-
usinas térmicas. Poucos a 1.900 rpm. É necessário cia (maior taxa de compres-
países contam com hidro- entender o menor conforto são efetiva) dos motores
eletricidade ou geração acústico em qualquer pro- flex, em especial ao utilizar
atômica suficientes. Feitas pulsor com menos de quatro etanol. A FPT trabalha nes-
as contas, um carro elétrico cilindros. O típico motorista se sentido, inclusive por
de porte médio-compacto europeu aceita. No Brasil há facilitar bastante a partida
“emite” indiretamente mais que se avaliar, pois o motor em dias frios. Por enquan-
de 80 g/km de CO2 na mé- (sem turbo) está nos planos to, a Fiat nada confirma.
8
BUSINESS
MERCADO
BIKES ELÉTRICAS
DIVULGAÇÃO - KASINSKI
SIM, MAS
NACIONAIS
O governador Sérgio Cabral foi
prestigiar o anúncio da pri-
meira fábrica de bicicletas e motos
ceiros locais. Resposta do executi-
vo: é intenção, no futuro, substituir
as peças asiáticas. A empresa esta-
professores e agentes de saúde e
sugerir que sejam utilizados pelos
Correios. Em sete modelos, com
elétricas do País que a Kasinski, do ria consultando a Bosch sobre essa autonomia de até quarenta quilô-
grupo chinês Zongshen, vai instalar possibilidade. metros, as bicicletas custarão a par-
em Sapucaia, interior do Estado do Atraída por incentivos estaduais tir de R$ 1,7 mil. Dos três scooters,
Rio de Janeiro. Mas pareceu surpre- a Zongshen investirá R$ 20 milhões um é produzido em Manaus e tem
so ao descobrir que os componen- numa primeira fase para produzir 10 preço de R$ 5.290. Rosa Junior diz
tes seriam importados e alfinetou mil unidades por mês. Cabral afir- que mantém entendimentos com a
o presidente da empresa, Claudio mou que o governo pretende finan- Light para estudar a instalação de
Rosa Junior: é preciso buscar par- ciar veículos elétricos para policiais, eletropostos.
12
BUSINESS
MERCADO
DIVULGAÇÃO - FORD
O presidente da Ford Mercosul,
CARRO Marcos de Oliveira, apresentou o
Fusion híbrido ao presidente Lula
SUSTENTÁVEL
DIVULGAÇÃO - FORD
NO GOVERNO
O presidente Luiz Inácio Lula da Sil-
va entrou para lista dos primeiros
chefes de estado a ter um veículo sus-
tentável na frota de veículos oficiais. Du-
rante o Salão do Automóvel ele recebeu
do presidente da Ford Mercosul, Marcos
de Oliveira, em comodato, um Fusion
Híbrido. Trata-se do primeiro full hybrid a
ser comercializado no País, com um mo-
tor a gasolina, do ciclo Atkinson, e dois
elétricos. Na próxima geração o projeto
ganhará a possibilidade de abastecimen-
to na rede elétrica, o que não acontece
atualmente. A atual versão ainda não
possibilita o abastecimento com álcool.
cânicas e eletrônicas para máquinas agrícolas como pulverizadores, colheitadeiras e tratores de rodas. A estratégia
da engenharia de aplicações é oferecer o trem de força completo, com motor, transmissão e eixos. “Procuramos
atuar como sistemista para o fabricante de equipamentos”, afirma Heber Jordão, diretor comercial.
14
BUSINESS
MERCADO
16
BUSINESS
MERCADO
FORD ENTRA NA
ETIQUETAGEM
VEICULAR
O SELO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO
O
INMETRO PODE SER UNIFICADO COM A
NOTA VERDE, DO IBAMA
18
BUSINESS
MERCADO
DIVULGAÇÃO - FPT
MULTIAIR NA EQUAÇÃO DA PARTIDA A FRIO
TECNOLOGIA DA FPT TRAZ ECONOMIA E REDUZ EMISSÕES
S e o gerenciamento do ar é o
melhor caminho para o funcio-
namento perfeito do motor Otto,
o bicilíndrico turbo alcança níveis de
emissão de CO2 similares aos dos
motores a diesel. Na versão bifuel
to das válvulas para controle dinâmico
e direto do ar admitido pelo motor. Há
também controle indireto da combus-
a FPT – Powertrain Technologies alimentada por GNV as emissões de tão, cilindro a cilindro e ciclo a ciclo.
ganha a dianteira com o MultiAir, CO2 poderão ser inferiores a 80 g/ Aplicável a todos os motores a gasoli-
tecnologia lançada no Salão de km em algumas aplicações. na ou flex, está em desenvolvimentos
Genebra em 2009. A estreia do A tecnologia MultiAir, que me- também para propulsores a diesel. A
sistema aconteceu em setembro no lhora a partida a frio, pode elevar produção de motores com a tecnolo-
Alfa Romeo MiTo e, combinada com a potência em 10%, o torque em gia começou em maio, na planta de
o dry dual clutch (a dupla embrea- baixas rotações em 15%, o consu- Termoli, na Itália.
gem a seco, outra novidade recente) mo de combustível e as emissões Nos motores a gasolina ou flex o
eleva às alturas o prazer de dirigir de CO2 em até 10%, nos motores controle da potência é feito através
com alto desempenho. Automotive aspirados ou turbos. Em downsizing da dosagem da quantidade de ar
Business foi comprovar nas pistas combinado com turbo a queda no aspirado pelo motor e o sistema
de Balocco, próximo a Turim, na consumo pode atingir 25% sobre de injeção garante a quantidade de
Itália, a convite do fabricante. motores convencionais aspirados de combustível adequada para aquela
Depois dessa primeira aplicação igual desempenho. Segundo ainda quantidade de ar. Nos motores a
mundial nos motores Fire 1.4L 16V a FPT, ocorre uma queda de 40% diesel o controle da potência é feito
naturalmente aspirados e turbo- nos hidrocarbonetos e monóxido de pela dosagem da quantidade de
comprimidos, outra surpresa foi a carbono emitidos e de até 60% nos combustível com o sistema de sobre-
apresentação no 0.9L bicilíndrico, óxidos de nitrogênio. alimentação, garantindo um volume
em que o projeto do cabeçote foi “O MultiAir representa para os moto- de ar adequado ao do combustível
otimizado para a integração com o res a gasolina uma revolução compa- injetado. Nos motores a gasolina
atuador MultiAir. Já estão programa- rável ao sistema eletrônico common ou flex convencionais a massa de ar
das versões a gasolina, naturalmente rail de dosagem de combustível para o admitido nos cilindros é administra-
aspiradas e turbocomprimidas (que diesel”, garante João Irineu Medeiros, da principalmente pela abertura da
entregam até 105 cv) além de uma diretor de engenharia da FPT. válvula tipo borboleta do acelerador
versão gasolina-GNV. Um dos segredos da tecnologia é o e também pela abertura total e cons-
Resultado um downsizing radical, sistema eletroidráulico de acionamen- tante das válvulas de admissão.
20
BUSINESS
MERCADO
DIVULGAÇÃO - MAN
ROBERTO CORTES, presidente da MAN LA, Armando Ulbricht, presidente da Maxion, Paulo Alleo, diretor de engenharia
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22
BUSINESS
MERCADO
MECAPLAST APOSTA EM
COMPONENTES DE MOTOR
EMPRESA DE PLÁSTICO QUER DOBRAR RECEITA NO BRASIL, PARA € 30 MILHÕES
24
BUSINESS
5HDORFDomRGHIiEULFDV
SDUDHPSUHVDVPDLVFRPSHWLWLYDV
2SHUDo}HVLQGXVWULDLVSRGHPVHUPXLWRPDLVH¿FLHQWHVHFRPSHWLWLYDV
FRPDUHDORFDomRGHOLQKDVGHSURGXomRHDWpGHIiEULFDVFRPSOHWDV
3DUDWRPDUHVVDVLQLFLDWLYDVGHULYDGDVGDJOREDOL]DomRGDPDQXIDWXUDH
FRPSHWLUHPTXDOTXHUDPELHQWHGHQHJyFLRVFRQVXOWHR(FKRHV*URXS
1HWZRUN&RPSDUWLOKHH[SHULrQFLDVTXHVHHVWHQGHPjQDFLRQDOL]DomR
GDSURGXomRGHFRPSRQHQWHVDPSOLDomRGHFDSDFLGDGHLPSRUWDomR
GH PDTXLQiULR XVDGR GLUHFLRQDPHQWR GH LQYHVWLPHQWRV UHODo}HV
LQVWLWXFLRQDLVHWHFQRORJLDVGHSURGXomR2(FKRHV*URXSSRVVXLHTXLSH
GHSUR¿VVLRQDLVHVSHFLDOL]DGRVFRPSURPHWLGRVFRPUHGXomRGHFXVWRV
HUHVXOWDGRVKiPDLVGHDQRVQR%UDVLO(VWDGRV8QLGRVH(XURÈVLD
,03/$17$d2(02'(51,=$d2'(,1'Ò675,$6
Consultoria e soluções Estratégias corporativas
Investimentos industriais Comércio exterior e estrutura tributária
Transferência internacional de fábricas Relações governamentais
Financiamento BNDES Transferência de tecnologia
Nacionalização da produção Pacote one-stop-shop
&RQVXOWRULDH,QYHVWLPHQWRV,QGXVWULDLV
ZZZHFKRHVJURXSQHWZRUNFRP
7HO
HFKRHV#HFKRHVWHFKFRP
MERCADO
26
BUSINESS
Se sua linha de montagem
não para, escolha uma
empresa que acompanha
o seu ritmo.
RESPOSTAS AO DUELO
DAS TECNOLOGIAS DE
POWERTRAIN FOTOS: LUIS PRADO
A
Mahle descobriu que uma das melhores formas de
fidelizar os profissionais que trabalham no seu Tech
Center, em Jundiaí, SP, no km 49,7 da Rodovia Anhan-
guera, é proporcionar um ambiente efervescente de ideias e
tecnologias de vanguarda para motores. A resposta a esta
tentativa de driblar a crescente escassez nacional de cérebros
bem preparados e concorrentes ávidos por engenheiros tem
dado certo. O centro de tecnologia, encravado em área am-
biental privilegiada e com arquitetura invejável, é uma ilha de
eficiência. O comandante dessa operação, o vice-presidente
global de pesquisa e desenvolvimento de componentes e sis-
temas de motores da Mahle, Ricardo Simões Abreu, reconhe-
ce que houve dias difíceis após a crise originada pelo tsunami
financeiro de 2008, mas os principais clientes, com operações
planetárias, voltam a subir a rampa. No reduto avançado, em
que desenvolvimento tecnológico é cachaça de 237 profissio-
nais de alto nível acostumados a liderar a maratona que re-
molda a indústria do powertrain, concedeu entrevista de mais
de quatro horas a Automotive Business. Ele revelou capítulos
empolgantes que conduzem a uma eficiência radical do motor
a combustão e à eletrificação, com mudanças profundas na
maneira de projetar, fabricar e utilizar o automóvel. Ocupado
em tarefas simples como repotenciar um motor ou complexas
como adivinhar o futuro, Abreu busca equilíbrar na agenda as
exigências do mercado local e as demandas da matriz, na Ale-
manha, agora empenhada em buscar sinergias com a Behr,
depois de adquirir parte de suas ações e constituir a Mahle
Behr Industry. Um dos desafios da nova empreitada é elevar
às alturas a precisão no gerenciamento térmico de motores
convencionais, sistemas híbridos e a célula de combustível,
que amadurecem em diferentes velocidades ao redor do
RICARDO SIMÕES DE ABREU é mundo. Em equivalente seara, a organização global define
vice-presidente global de pesquisa e estratégias de redução de emissões e downsizing, o que cria
desenvolvimento na área de sistemas e
componentes para motores no Grupo Mahle
demandas mecânicas e térmicas extremas. Nessa situação,
o gerenciamento inteligente de sistemas ganha importância
vital para conquistar novas economias e performance.
28
BUSINESS
AUTOMOTIVE BUSINESS – Qual é tido. Teríamos um motor criado para RICARDO ABREU – Isso é verdade
o prazo para desenvolver um motor aproveitar as virtudes do etanol que no caso dos automóveis, especial-
novo, a partir do zero? eventualmente seria abastecido com mente com esportivos ou modelos
RICARDO SIMÕES DE ABREU – gasolina. premium. Para veículos como os da
Depois de seis meses dedicados a Ferrari ou BMW o motor é a alma do
conceitos, são necessários outros de- Qual a vantagem? negócio, com a receita do projeto e
zoito para levar os primeiros motores RICARDO ABREU – Pensando no calibração guardada a sete chaves.
ao banco de provas e passar pelas combustível, o etanol é ambientalmen- No caso de comerciais leves, como
pistas de testes. Só então chegamos te mais adequado. No ciclo completo, picapes, há motores terceirizados.
aos protótipos, que passarão por evo- da cultura da cana ao escapamento, A injeção pode ser commodity, mas
lução e serão integrados aos veículos. o balanço do CO2 é vantajoso para não a calibração, incluindo soluções
Outros dois anos podem ser exigidos o álcool sobre a gasolina, embora as como o start stop.
para começar a produção efetiva. To- emissões de escape sejam equivalen-
dos esses prazos podem ser ajustados tes, com diferenças no conteúdo. O que mais sobra para o engenhei-
em função dos recursos disponíveis ro local?
e do nível de engenharia simultânea Os fabricantes de veículos não abrem RICARDO ABREU – A engenharia
aplicado. Em geral, há pressa. Nada mão de fazer os seus motores. local trabalha bem no flex e tornou
é mais efetivo e traz mais vantagem nosso propulsor aspirado de um li-
competitiva do que abreviar o tempo tro campeão mundial em potência,
de chegar ao mercado. Nesse senti- usado como pau para toda obra, na
do, colocamos um grande foco na cidade ou na estrada. A adequação
fase de desenvolvimento para evitar ao mercado brasileiro é tarefa local do
retrocessos. ponto de vista de testes de combus-
tíveis, diferentes solos e climas. Não
Qual foi o último motor totalmente faz sentido encomendar certos de-
novo criado no Brasil? senvolvimentos e testes de campo na
RICARDO ABREU – Não me lembro Alemanha ou na Rússia. Já imaginou
de uma iniciativa do gênero por aqui. avaliar um treminhão lá, replicando as
Um motor realmente novo exige uma condições de uso exigidas no Brasil,
montanha de dinheiro, só compensa- com poeira, canaviais e tudo mais?
da com escala de produção assegu-
rada por exportações ou avanço do O Brasil pode exportar projetos de
mercado interno a patamares acima engenharia de powertrain?
de quatro ou cinco milhões de unida- RICARDO ABREU – Fiquei mais
des por ano. otimista depois dos Estados Unidos
comprarem a ideia do etanol e conse-
Nossa engenharia de powertrain guirem produzi-lo a custos competiti-
limita-se a dar um jeito em projetos NADA É MAIS vos. Até agora o rabo tentava abanar o
vo
importados? cachorro. Agora, com os americanos
cach
RICARDO ABREU – Tem acontecido
EFETIVO E TRAZ disseminando a tecnologia do álcool
disse
isso, com uma participação crescente abrem-se enormes possibilidades de
abrem
dos engenheiros locais. O flex trouxe
MAIS VANTAGEM exportarmos carros flex sem termos
expor
boas oportunidades de avanço e de- COMPETITIVA DO de ve
vender junto plantações de cana e
safios, mas nenhum motor novo. pro
processos de usinas.
QUE ABREVIAR O
O flex é um motor a gasolina adap- Os americanos ficam com o E85?
tado para funcionar também com TEMPO DE CHEGAR RICARDO ABREU – Faz sentido para
álcool? eles, que dependem de 15% de gaso-
RICARDO ABREU – Isso mesmo, AO MERCADO lina no tanque para facilitar a partida
mas hoje o contrário faria mais sen- quando o tempo esfria. Esse papel
ENTREVISTA | RICARDO SIMÕES DE ABREU
30
BUSINESS
Como evoluirá a eletrificação no Ao mesmo tempo vão prosseguir in-
mundo? SERIA ALTAMENTE tensamente o downsizing, a injeção
RICARDO ABREU – Há apostas di- direta e a turboalimentação.
ferentes para chegar ao elétrico puro, SAUDÁVEL
diversos tipos de híbridos e células de Como será o caminho de Euro 3 pa-
combustível. As últimas devem demo- E FATOR DE ra Euro 5 no Brasil?
rar um pouco mais, embora existam RICARDO ABREU – Acontecerá um
programas avançados e comercial- SEGURANÇA PARA predomínio da tecnologia SCR, de
mente viáveis em alguma escala. Elé- redução catalítica, em detrimento da
tricos puros seriam uma solução ideal A COMUNIDADE EGR, de recirculação dos gases de
para a área urbana, embora híbridos escape. Há questões importantes a
de uso intermitente, como em trans- PROMOVER UMA serem equacionadas no programa,
porte de passageiros, que permitam como a distribuição da ureia neces-
recuperar energia cinética podem ser
RENOVAÇÃO sária à filtragem do enxofre contido
interessantes. As receitas para o hí- no diesel. Até a fase Euro 3 os mo-
brido, mais adequados para o trans-
DA FROTA DE tores engoliam praticamente todo
porte em estradas, variam bastante, CAMINHÕES E tipo de combustível. Com Euro 5 os
da arquitetura em série do Chevrolet componentes se tornam altamen-
Volt, com tração elétrica, ao full hybrid ÔNIBUS. te sensíveis a um diesel com muito
adotada pela Ford no Fusion, com um enxofre. Hoje existe diesel S1800 no
motor a combustão do ciclo Atkin- mercado, com 1.800 partes de enxo-
son, um elétrico para tração e outro fre por milhão. A SCR exige S10 e já
para carregar a bateria. se sabe que em 2012, ano de estreia
cia e Tecnologia, poderia gerenciar da nova tecnologia, haverá distribui-
Qual será a velocidade nessas tec- a tarefa. Regras claras e um progra- ção apenas de S50.
nologias? ma igualmente transparente dariam
RICARDO ABREU – Há apostas credibilidade à iniciativa e trariam O problema ficará nas mãos do fa-
arrojadas e muito dinheiro de gover- confiança para investimentos. É pre- bricante de motores?
nos e fabricantes aplicados tanto em ciso lembrar que faltam ingredientes RICARDO ABREU – Sim, porque
pesquisa e desenvolvimento quando básicos aqui como semicondutores, devem dar garantia e os motores es-
em subsídio na comercialização dos componentes eletroeletrônicos e do tarão vulneráveis em alguma medida.
carros. Nos Estados Unidos existe powertrain, baterias. A infraestrutura Ficará também com a comunidade,
um bônus fiscal de US$ 7.500 para de distribuição de energia é outro que pode continuar respirando ar po-
estimular a demanda de elétricos e ponto crítico, seja para troca da ba- luído. Se caminhões e ônibus com
híbridos. Ainda assim, o Volt custa- teria ou recarga rápida, e depende powertrain Euro 5 não operarem cor-
rá US$ 33.500 e o Leaf US$ 25.280, de ação do governo de longo prazo. retamente vão engrossar a enorme
depois do benefício. Depois dos im- Eletropostos e avenidas elétricas são parcela da frota insegura e poluente
postos os preços fogem totalmente projetos de fôlego. que frequenta nossas ruas e estradas
da realidade brasileira. de forma inaceitável. É preciso fazer
E quanto aos motores a combustão? algo também para evitar que os veí-
O Brasil deve promover essas tec- RICARDO ABREU -- Há tendências culos carregados de alta tecnologia
nologias? nítidas de médio prazo. As tecnolo- nas fábricas, contra emissões, se tor-
RICARDO ABREU – O governo deve gias Otto e Diesel convergem e deve- nem inócuos em poucos meses, por
direcionar as atividades para o domí- mos chegar a uma taxa de compres- falta de manutenção e controle. Ao
nio da eletrificação, mobilizando a são intermediária, de 15 ou 16 para mesmo tempo, seria altamente sau-
indústria de veículos e componentes, um, com melhor controle da mistura dável e um fator de segurança para a
universidade, instituições de pesqui- e injeções parciais para otimizar a comunidade promover uma renova-
sa e empresas de geração e distri- combustão. Chegaremos à configu- ção da frota de caminhões e ônibus.
buição de energia. Uma secretaria ração Otto Diesel, menos dependente Vamos esperar que isso não precise
especial, junto ao Ministério da Ciên- das características dos combustíveis. de um milagre para acontecer.
MATRIZ ENERGÉTICA
FOCO NA CANA E
ELETRIFICAÇÃO TÍMIDA
O PLANO NACIONAL DE ENERGIA REVELA QUE
A AGROENERGIA AUMENTARÁ A PARTICIPAÇÃO
NO CONSUMO ATÉ 2030. OS SISTEMAS FLEX
CONTINUARÃO EM ALTA, ENQUANTO A
ELETRIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS AVANÇARÁ
DE FORMA ACANHADA NO BRASIL
PEDRO KUTNEY
Q
ual energia moverá os veículos no Brasil nos próximos anos? As
fontes serão praticamente as mesmas de hoje. Motores a com-
bustão e combustíveis líquidos continuarão a dominar a cena em
quase 90% da frota circulante nas próximas duas décadas. O
que muda é o grau de participação de cada elemento da
matriz energética veicular brasileira.
Haverá um avanço persistente dos biocombustíveis
dos atuais 19% para 24% em 2030. Ainda assim, longe de
acabar com o reinado dos derivados de petróleo, que mesmo
caindo dos atuais 78% do consumo dos transportes para 65%
dentro de 20 anos, seguirão como os combustíveis mais usados
no País, sendo 41% de diesel e 24% de gasolina, contra 19% de
etanol e 5% de biodiesel. O pouco que sobra dessa mistura fica para o
gás natural veicular, o GNV (4%), e outras fontes (7%), onde se inclui um pouco de
eletricidade – “só para inglês ver”, já que a tecnologia não está madura o suficien-
LUIS PRADO
32
BUSINESS
DIVULGAÇÃO - UNICA
USINA DE ETANOL:
agroindustria favorece energia
sustentável e competitiva
ocupar um nicho, onde os mais ricos para combater as emissões de CO2”. Empresa de Pesquisa Energética do
poderão demonstrar seu apreço pelo Nessa afirmação ele considera que du- MME, destaca que o País se sobressai
meio ambiente”, ironiza o consultor. rante o crescimento a cana-de-açúcar no cenário mundial não só pela quan-
O também engenheiro José Edison absorve da atmosfera o dióxido de car- tidade de energia disponível, mas pela
Parro concorda: “A frota brasileira não bono em volume equivalente ao emiti- grande renovabilidade de sua matriz.
vai para a eletricidade porque não pre- do depois no escapamento dos carros, Enquanto os derivados de petróleo
cisa. É o único país do mundo com após a combustão. não-renováveis representam 95% do
matriz energética veicular alternativa consumo da frota mundial, no Brasil
disponível, com tecnologia dominada PRIVILÉGIO E RISCO esse índice é de 78%, o mais baixo do
e sem necessidade de subsídios”, diz o Com muita agroenergia no campo e mundo. E a tendência é de participa-
presidente da Associação Brasileira de milhões de barris de petróleo debaixo ção cada vez maior dos biocombus-
Engenharia Automotiva (AEA). do pré-sal para queimar por muitas tíveis. “Estimamos que em 10 anos
Francisco Nigro, professor da Poli, décadas à frente, o Brasil se encontra 77% da frota brasileira será flex (bi-
na Universidade de São Paulo, enfatiza: em posição privilegiada e virou a mais combustível álcool-gasolina). Como o
“o motor flex utilizado com etanol re- nova potência energética do mundo. álcool é competitivo e 70% dos con-
presenta a melhor solução do planeta Maurício Tolmasquim, presidente da sumidores preferem abastecer com
0% 0%
2005 2030 BRASIL PAÍSES OUTROS
2005 2030 DESENVOLVIDOS PAÍSES
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, MME Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, MME Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, MME
MATRIZ ENERGÉTICA
34
BUSINESS
MATRIZ ENERGÉTICA
de Açúcar, a Unica. “Mas não acredito veis fósseis. “Dizem que vamos precisar POTENCIAL
no sucesso do carro elétrico puro por de sete hidrelétricas iguais a Belo Monte Mesmo sem eletrificação da frota,
aqui, aquele recarregado na tomada, só para atender ao crescimento do País existe no Brasil elevado potencial de
porque além dos problemas tecnoló- nos próximos anos, isso sem conside- evolução da eficiência das fontes já
gicos e de preço, não temos energia rar nenhuma eletrificação relevante da existentes. Exemplo disso é o maior
suficiente para eles”, argumenta. frota. Com veículos elétricos vamos pre- dos diferenciais energéticos brasileiros,
Na visão de Jank, os elétricos podem cisar de mais ainda e aí sim corremos o sistema flex fuel, que desde 2003 se
até agravar, em vez de eliminar, o pro- risco de sujar a matriz, pois será neces- tornou presente em mais de 10 mi-
blema de emissões, pois apenas trans- sário ativar termoelétricas para suprir a lhões de veículos já vendidos no País
ferem de local a queima de combustí- demanda por eletricidade.” e hoje está em 85% dos carros novos
emplacados. “Até agora só fizemos
adaptações em motores, um meio ter-
PRODUÇÃO, CONSUMO E EXPORTAÇÃO DE ETANOL mo em que não se opera com eficiên-
cia máxima nem com gasolina e nem
(em bilhões de litros) com etanol. Agora é necessário desen-
2010 2020 2030
0 volver o motor flex genuíno, para au-
Produção Fermentado de Cana 24 46,5 55
mentar economia e baixar emissões”,
avalia Luso Ventura.
Produção Celulósico 0,13 4,5 7
Com ou sem motores eficientes,
Produção Total 24,13 51 62 o fato é que a maior fonte energéti-
Consumo Doméstico 17,4 32,4 52,5 ca veicular alternativa do mundo está
Exportações 6,7 18,6 9,6 nas plantações de cana-de-açúcar do
Brasil, de onde vem o etanol consu-
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, MME
mido pelos carros no País desde 1975
MATRIZ ENERGÉTICA DOS TRANSPORTES NO BRASIL e com ampla distribuição. O combus-
tível é mais limpo, apresenta queima
2005 2030
mais completa, o que reduz em 60%
% %
3%
7 4% 7 as emissões de CO2 em comparação
5% DIESEL com a gasolina, no ciclo energético
GASOLINA completo. Além disso, são imensas as
13% possibilidades de expansão da produ-
41% ETANOL
51% 19% ção de álcool, mesmo sem aumento
BIODIESEL significativo da área plantada – hoje
26%
% GÁS NATURAL de 8 milhões de hectares, o equivalen-
24
OUTROS te a apenas 2% do total agriculturável
do país, com perspectiva de chegar a
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, MME
14 milhões de hectares até 2030.
EVOLUÇÃO DA MATRIZ ENERGÉTICA VEICULAR NO BRASIL Já houve expressivo crescimento
na produtividade das plantações de
1973 2009 cana e usinas: em 1970 eram extra-
Eletricidade 0,3%
Gás Natural 3% Eletricidade 0,2% ídos 3 mil litros de álcool por hecta-
Bioenergia 0,8% %
Gás Natural 0 re colhido, hoje já são 7,5 mil litros
Bioenergia 18,8% para a mesma colheita e a projeção
é de 12 mil a 14 mil litros no futuro
próximo. Isso porque se calcula que
apenas um terço do potencial ener-
Derivados Derivados gético da cana é aproveitado. Outros
de Petróleo de Petróleo
dois terços estão na palha deixada no
98,9% 78% campo e no bagaço, em parte quei-
mado nas termoelétricas de algumas
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, MME
36
BUSINESS
O BRASIL TEM milhões de litros/ano cada uma. Hoje
as cerca de 300 usinas existentes pro-
duzem 27 bilhões de litros de álcool,
SITUAÇÃO PECULIAR, mas esse volume precisará dobrar nos
próximos 10 anos para dar conta do
COM FOCO NO consumo interno e exportações.
“O mercado internacional de álcool
ETANOL, E DEVE combustível ainda não aconteceu, mas
vai acontecer”, lembra Jank, que prevê
CONTINUAR ASSIM. a queda de barreiras comerciais im-
postas ao etanol brasileiro nos Estados
ELÉTRICOS E HÍBRIDOS Unidos e Europa. Ele destaca que o go-
verno da Califórnia já declarou o álcool
TÊM POUCO ESPAÇO de cana mais ecológico que o de milho
para mistura obrigatória à gasolina no
LUIS PRADO
30%
ATRÁS DA DEMANDA
Isso tudo, no entanto, são perspectivas 20% 18,8%
que ainda vão precisar de investimento 6,6%
10% % % 2,7%
para acontecer – alguns empreendi- 3,2 1,9 0,2%
mentos já foram iniciados –, mas trata- 0%
BRASIL PAÍSES OUTROS PAÍSES
-se de uma reserva técnica de peso a DESENVOLVIDOS
ser considerada, que pode elevar ainda
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, MME
MATRIZ ENERGÉTICA
R
estrito a veículos comerciais e que prevê a liberação total, que pode- o diesel necessário, após investimen-
vetado por lei aos carros de pas- rá seguir para votação na Câmara dos tos de US$ 7,2 bilhões nas refinarias
seio leves desde 1976, o diesel Deputados no ano que vem. para destilar o S10, com apenas 10
é o combustível veicular mais usado No passado, com a crise do petró- partes de enxofre por milhão (ppm),
no país hoje – representa 50% do con- leo, a restrição do diesel para carros que será obrigatório a partir de 2013.
sumo total, devido à sua participação pequenos foi considerada necessária Essa, portanto, será outra questão
quase que monopolista no transporte para subsidiar os preços do combus- resolvida para liberar a utilização de
de cargas. E tende a ganhar relevân- tível e impedir a transmissão de au- diesel, pois o teor de enxofre reduzi-
cia ainda maior na matriz nacional. mentos para bens de toda espécie, do era a condição que faltava para a
Existe a possibilidade de liberação do uma vez que o modal de transporte utilização de sistemas catalíticos que
uso em automóveis, porque todos os rodoviário é todo movido a diesel e tornam os motores diesel menos po-
argumentos contrários estão sendo responsável pela movimentação de luentes do que similares a gasolina.
eliminados, ao mesmo tempo em 70% das cargas no Brasil. Outro pro- Mesmo com a liberação, parece pe-
que os modernos motores eletrônicos blema é que não se produzia o sufi- queno o risco de aumento excessivo
a diesel são mais econômicos e, por- ciente, pois as refinarias de petróleo da frota a diesel no país, pois são car-
tanto, emitem menos CO2. O gasto brasileiras foram construídas sob mo- ros mais caros do que os a gasolina.
de um carro a gasolina é 36% maior delo que privilegiava o refino de gaso- Por sua maior economia e robustez,
do que um a diesel, o movido a álcool lina, o que obrigava a importação de deverão atrair a atenção de consu-
consome 58% mais e com GNV, 37%. vastas quantidades de diesel, pagan- midores que fazem uso severo do
“A questão técnica para o maior do mais caro. veículo, como taxistas. “Tecnologia e
uso de diesel está resolvida, só resta o Ambos os problemas hoje não exis- preço devem guiar o mercado, não
problema político”, diz Edison Parro, tem mais. O país já é autosuficiente a intervenção indevida do governo”,
da AEA. Para isso, tramita no Senado em petróleo e até 2013, segundo a defende Luso Ventura, da SAE Brasil.
em caráter terminativo projeto de lei Petrobras, poderá produzir aqui todo (Pedro Kutney)
EVOLUÇÃO DA DEMANDA
DE DIESEL NO PAÍS
FORD ECOSPORT: (milhões de toneladas)
motor diesel só
para exportação 80,1
56,8
DIVULGAÇÃO - FORD
41,8
38
BUSINESS
BIOENERGIZAÇÃO
AVANÇARÁ NO PAÍS
EM 2011 O
DIVULGAÇÃO - PETROBRAS
BIODIESEL ENTRARÁ
NO TANQUE
DOS VEÍCULOS
COMERCIAIS
E
xistem grandes possibilidades gasolina e etanol, nesta ordem.
de maior bioenergização do Outra possibilidade emergente nes- PESADOS NA
diesel usado no Brasil – como se segmento vem dos canaviais, com
já acontece com a gasolina vendida o diesel de cana, obtido por método PROPORÇÃO DE 5%
no País, que tem quase um quarto de de fermentação. O combustível já es-
álcool anidro em sua composição. O tá em testes no Brasil e as apostas são NO ABASTECIMENTO
primeiro passo para isso já foi dado, altas. “Se cumprir tudo que promete é
com a obrigação da mistura de bio- fantástico do ponto de vista ambien- DE DIESEL,
diesel de origem vegetal ou de gordu- tal, pois reduzirá muito a emissão de
ra animal ao combustível mineral, em material particulado”, diz Luso Ven- AJUDANDO A
proporção crescente que começou tura, da SAE Brasil. “A desvantagem
em 2% e chega a 5% já a partir de é que o poder calorífico é um pouco
COMBATER EMISSÕES
2011 – dois anos antes do previsto. menor, por isso os fabricantes só que-
A produção do biocombustível saltou rem usar no máximo 20% de mistu-
de 732 mil litros em 2005 para 1,6 ra no diesel mineral, para evitar fazer tica veicular brasileira: mesmo com
bilhão em 2009 e deve chegar a 2,4 adaptações nos motores.” poucas mudanças de hardware (os
bilhões este ano. Além disso, refina- Assim a agroenergia vai movendo veículos), muda muito o software (os
rias estão incorporando óleos vegetais de maneira peculiar a matriz energé- combustíveis). (Pedro Kutney)
e animais ao refino do diesel, em pro-
cesso que produz o H-Bio.
Assim como o álcool na gasolina,
PRODUÇÃO E CONSUMO PRODUÇÃO DE BIODIESEL
biodiesel e H-Bio ajudam a cortar o
DE BIODIESEL E H-BIO POR MATÉRIA-PRIMA
teor de enxofre no combustível, o
que reduz a emissão de poluentes e (em milhões de litros) (em mil toneladas)
permite a utilização de catalisadores
mais eficientes. O expediente tam- 16.645 2010 2020 2030
bém diminui a dependência do petró- Soja 1.8488 2.641 3.394
leo, reduzindo a participação do diesel Dendê 137 1.062 5.695
mineral na matriz energética veicular 9.133 Mamona 87 229 451
para 41% até 2030, ao mesmo tempo Girassol 22 54 104
que se eleva a fatia do biodiesel para 4.599 TOTAL 2.095 3.987 9.644
5%, segundo estimativas da EPE. Ain-
da assim o diesel continuará sendo a
fonte energética mais usada no setor
de transportes nacional, seguido pela 2010 2020 2030
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, MME Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, MME
MATÉRIA DE CAPA | POWERTRAIN
COMBUSTÃO RESISTE AO
CHOQUE ELÉTRICO
O POWERTRAIN ELÉTRICO E HÍBRIDO AGITA O MERCADO
INTERNACIONAL E PEDE SUBSÍDIOS, ENQUANTO O MOTOR A
COMBUSTÃO CONTRA-ATACA COM NOVAS TECNOLOGIAS
E
PAULO RICARDO BRAGA mbora carros elétricos e híbridos tenham se tornado tema preferido nos salões
internacionais e na mídia, associados a tecnologias amigáveis ao meio am-
biente, o centro de gravidade da indústria de motores pende para os artefatos
de combustão interna, de reinado centenário e responsáveis pela produção em
massa e resultados efetivos. Assim será pela próxima década, pelo menos, como
profetizam futurólogos.
E o Brasil, como fica nesse ambiente turbulento? Aqui há mais barulho
sobre a eletrificação do que efeito prático, apesar de muitas notícias in-
dicarem o contrário. Uma das explicações talvez esteja na sentença do
professor Francisco Nigro, da Escola Politécnica da USP: “A combinação
do motor flex com etanol representa a melhor solução para o planeta no
momento”.
Não é difícil entender. A cultura da cana-de-açúcar é generosa em
produtividade, em algumas regiões do planeta, representa uma fonte re-
novável e absorve da atmosfera volume de CO2 equivalente ao eliminado
após a queima do etanol no
LUIS PRADO
motor. A compensação
seria mais efetiva se
a produção do eta-
nol fosse ‘limpa’,
sem recorrer a má-
quinas movidas por
derivados de petróleo
e consumo de outras energias.
Nigro alerta para a necessidade de se
adotar uma contabilidade energética abrangente na
comparação de diferentes fontes: “É importante levar
em conta não apenas o impacto local do consumo, mas
também o custo econômico e ambiental para geração
dessa energia”. É o caso da eletricidade, que depende de
hidrelétricas com extensos reservatórios, de usinas nucleares
ou da queima de produtos como carvão, bagaço de cana ou
resíduos de celulose. O diretor do Tech Center da Mahle Metal
Leve no Brasil, Ricardo Simões de Abreu, faz coro: o que vale
FUSION HÍBRIDO:
agora no Brasil
40
BUSINESS
é a medida das emissões well to whe- O FLEX FAZ MAIS SENTIDO
DO
el, do poço às rodas.
O professor da Poli afirma que o
flex faz mais sentido que as demais
QUE AS DEMAIS ALTERNATIVAS
NATIVA
V S
alternativas quanto ao retorno pelo
investimento. Ele esclarece, no en-
QUANTO AO RETORNO PELO
PEL
LUIS PRADO
tanto, que as possibilidades de aper-
feiçoamento dos motores fazem INVESTIMENTO
sentido da perspectiva da sociedade, FRANCISCO NIGRO, professor
ofessor da
d
mas não do usuário médio, que tem Escola Politécnica
a da USP
motivação econômica. Das alter-
nativas ligadas à eletrificação, a de
veículos híbridos em 2020 aparece- res de ferro acrescentaram boas alter-
ria como a mais promissora e seria nativas à linha de veículos da Fiat, que
compatível com os biocombustíveis. pode ganhar ainda tecnologias como
Ele esclarece, ainda, que os híbri- o MultiAir no futuro próximo, em re-
dos tornam-se mais indicados para gime de importação. Ou o pequeno
uso em ciclo urbano, com paradas e bicilíndrico lançado recentemente na motores com bloco de ferro, conheci-
retomadas frequentes que dão opor- Europa, já com MultiAir e turbo para da como Fox. Moderna, de baixa ca-
tunidade à recuperação de energia. oferecer até 105 cavalos – um notável pacidade cúbica, complementará ou
No caso de veículos comerciais, ca- sucesso na aplicação de tecnologias substituirá de vez o atual Zetec Rocam
minhões de entrega e ônibus seriam de downsizing. 1.0. A essa altura o Zetec Rocam 1.6
os principais candidatos a se bene- A Ford também estaria bem cotada cederia espaço ao Sigma nas aplica-
ficiar da tecnologia. Nesse campo a para ganhar troféu pela consolidação ções locais.
Honda pode sair à frente no Brasil, da família Sigma, voltada para expor- A Volkswagen produz em São Car-
onde estuda a produção do New tação. A versão 1.6 equipa o Focus e los, no interior paulista, o histórico AP
Fit híbrido utilizando como motor a o New Fiesta que chegam à praça tra- 1.8, junto com o PQ24 de 1000 cc e o
combustão um modelo flex. zidos da Argentina e do México, res- EA111 1.6L, todos em ferro. Mas já se
pectivamente. O propulsor de nova sabe que a empresa trabalha no proje-
NA FILA geração, assentado sobre conceitos to do EA211, possivelmente de alumí-
O típico motor brasileiro é a com- desenvolvidos pela marca no Exterior, nio, e aposta em volumes que podem
bustão, de mil centímetros cúbicos é de alumínio – coisa rara por aqui, li- chegar a 250 mil unidades por ano na
e flex. Elétricos e híbridos não fazem mitada à Honda e PSA, além da Ford, versão 1.4L turbo. Como o produto
parte do portfólio. Os projetos locais, no caso da produção local. será relativamente sofisticado, deve ser
como regra, são antigos e passaram Nos próximos dois anos a Ford deve destinado em parte à exportação.
por frequentes aperfeiçoamentos lançar no País uma nova família de Falta compreender um pouco me-
para ganhar eficiência – mas nada lhor a estratégia da GM para a uni-
comparável aos propulsores tur-
bo ou com injeção direta que
chegam em carros importados
de alta performance ou são trazi-
dos do Exterior em baixo volume,
como o TJet da FPT – Powertrain
Technologies.
A FPT – Powertrain Technologies
poderia ser eleita a empresa de mo-
tores do ano por aqui, em função do
lançamento dos motores E.torQ pro-
ECOBOOST: aposta
duzidos em Campo Largo, no Paraná. da Ford em eficiência
Eficientes e modernos, os propulso- e economia
MATÉRIA DE CAPA | POWERTRAIN
dade de Joinville, em Santa Catarina. A Ford aposta no conceito Ecoboost e teligência local para criar arquiteturas
Ao que tudo indica, a planta fará a Volkswagen no TFSI para construir eletroeletrônicas, embora falte domí-
mais do mesmo que já produz em propulsores menores, com injeção nio no gerenciamento do sofisticado
São José dos Campos, concentran- direta e turboalimentação. O downsi- powertrain elétrico. Quanto a com-
do o foco em motores de baixa ci- zing, tendência que se estende à maio- ponentes, a farta disponibilidade na
lindrada para atender o projeto Onix. ria das marcas, chega com novos ma- Ásia, a preços atrativos. é atenuante.
No cenário internacional inúmeros teriais, redução de peso e atrito. Para muitos especialistas, o Brasil
projetos evidenciam forte reação do deveria se concentrar no aperfeiçoa-
motor a combustão, com o empre- LIMITAÇÕES mento do motor flex e no aprimora-
go de altas doses de eletrônica para A indústria brasileira terá fortes li- mento dos processos para obtenção
chegar a níveis elevados de eficiência mitações para desenvolver carros do etanol. Eles entendem que quan-
e rígido controle de emissões com elétricos e a infraestrutura de abaste- do for necessário fabricar carros elé-
downsizing, injeção direta e turboa- cimento. Faltam ao País pelo menos tricos a indústria local, internacional,
limentação, sistemas de ignição por dois elementos básicos a esses pro- estaria pronta a importar soluções,
compressão de carga homogênea gramas: componentes eletrônicos e evitando os atuais caminhos incertos
(HCCI), a tecnologia MultiAir, da FPT. baterias de alta performance. Há in- da pesquisa e desenvolvimento.
42
BUSINESS
cos, mas para ela é hora dos híbri-
dos. O Fusion Híbrido, bem recebido
nos Estados Unidos, chega também
ao Brasil para comercialização em
pequena escala. O presidente Lula
FIAT MIO: projeto
considera aplicação
recebeu o primeiro exemplar durante
de um motor elétrico. o Salão do Automóvel, para incor-
poração à frota oficial em regime de
comodato. O Fusion híbrido utiliza
João Fernando Gomes de Olivei- forças contrárias agindo em prol da transmissão CVT e sistema de po-
ra, presidente do IPT – Instituto de eletrificação e na defesa do flex as- wertrain full split, com motor a com-
Pesquisas Tecnológicas não pensa sociado ao etanol. O lobby dos elé- bustão do ciclo Atkinson, que repre-
assim. Para ele, o Brasil não pode es- tricos quase convenceu o presidente senta uma alternativa ao Otto, e dois
perar para dominar tecnologias que Luiz Inácio Lula da Silva a assinar motores elétricos – um para tração e
conduzirão à eletrificação de veícu- decreto de incentivo à produção lo- outro para carga das baterias.
los, embora o motor de combustão cal, mas houve um prudente recuo A Mercedes-Benz trouxe o primeiro
interna ainda tenha longa vida no se- para melhor análise do assunto. Ain- híbrido ao Brasil. O luxuoso sedan
tor automotivo. da que decisões apareçam no final S400 pode ser encomendado por R$
Durante workshop promovido pela deste governo, ações efetivas ficarão 450 mil e faz até 34,5 km com um
Ford em São Paulo para analisar a para o próximo. litro de gasolina. O carro combina
eletrificação veicular, o engenheiro um V6 3.0 de 299 cv com injeção
admitiu que as baterias constituem ESCOLHA direta e um motor elétrico de 60 cv.
uma das principais restrições ao carro Elétricos ou híbridos? Há diferentes Só com a força do motor elétrico, o
puramente elétrico, já que são caras estratégias das marcas globais nessa S400 híbrido percorre 32,2 km usan-
e ainda oferecem densidade energé- escolha. A Renault prefere falar em elé- do baterias de lítio a uma velocidade
tica limitada. Oliveira aposta que o tricos e aposta na criação de infraestru- máxima de 109km/h. Com o motor a
powertrain híbrido, combinando de tura de eletropostos, em parceria com combustão atinge 250 km/h e faz 0 a
várias formas os motores elétricos e a Better Place. As baterias poderão ser 100 km/h em 7,2 segundos.
a combustão para promover a tração, substituídas ou, alternativamente, car- O motor elétrico auxilia o trabalho
avançará antes dos puramente elétri- regadas durante 40 minutos em toma- do V6, principalmente em trechos
cos, que dependem essencialmente das trifásicas, tempo suficiente para as urbanos, evitando que o motor a ga-
da infraestrutura de eletropostos para compras no supermercado. solina seja exigido nas situações de
recarga e maior autonomia. A Ford também investe nos elétri- tráfego intenso.
Reginaldo Arcuri, presidente da
ABDI – Agência Brasileira de Desen-
volvimento Industrial, revelou que
o governo analisa as propostas TOYOTA: plug-in exibido
no Salão do Automóvel
de trabalho encomendado à con-
sultoria CSM Worldwide na área de
competitividade. O levantamento, já
apresentado na Anfavea e no Sindi-
peças, registra condições que preci-
sam ser alinhadas para o País avançar
como um player global e dominar as
tecnologias eletroeletrônicas e de po-
wertrain necessárias à eletrificação. As
duas entidades também promovem
estudos e farão contrapropostas.
O incentivo ao carro elétrico está
em gestação nos ministérios, com
MATÉRIA DE CAPA | POWERTRAIN
DIVULGAÇÃO - CPFL
F
oram poucas as iniciativas efe- isso. Cada City montado pela Valmet foi Um motorista escolhido pelos Cor-
tivas para desenvolvimento de cotado a US$ 45 mil e ao preço FOB reios passou por treinamentos para
veículos elétricos no País. A Fiat, foram acrescidos os impostos de praxe dirigir o veículo elétrico e será o úni-
junto com a Itaipu Binacional, cons- para importação e licenciamento, mais co condutor durante o período de
truiu 50 Palio Weekend com powertrain que dobrando o custo final. Sem incen- comodato. O carregamento, em to-
elétrico oferecido em escala limitada tivo do governo, ao contrário do que mada comum, ocorrerá duas vezes
na Suíça. O veículo demonstrou bons acontece em outras partes do mundo, ao dia. “Estamos abrindo portas para
resultados em concessionárias de carros elétricos vão chegar ao Brasil a a utilização maciça desses veículos”,
energia mas evidenciou também que preços estratosféricos. explica Paulo Cezar Coelho Tavares,
é preciso pensar em projetos originais, Em parceria com a Edra a CPFL vice-presidente de Gestão de Energia
adequados para receber componentes Energia desenvolve o elétrico Aris com da CPFL, explicando que o custo por
não convencionais. O programa foi baterias de lítio, que podem ser carre- quilômetro rodado é de R$ 0,04 e fica
praticamente interrompido em 2010, gadas em cinco horas e permitem al- 25% abaixo do proporcionado por um
mas pode ganhar fôlego se vingar a cançar até 80 km/h. A autonomia é de veículo a gasolina.
construção de uma fábrica local de ba- 90 a 120 quilômetros. A capacidade de Depois de apresentar o protótipo
terias salinas. carga é de 350 quilos. O Correio assi- do primeiro posto de recarga, a CPFL
A CPFL Energia adquiriu três veícu- nou contrato de comodato para utilizar Energia pretende instalar uma unida-
los elétricos City da Think, empresa o Aris, que será testado na entrega de de em shopping center de Campinas,
com sede em Oslo, Noruega, exibidos Sedex por seis meses, percorrendo dia- com autoatendimento e pagamento
durante o Michelin Challenge Biben- riamente 70 quilômetros pelas ruas do por meio de cartões. O usuário pode-
dum este ano no Rio de Janeiro. A bairro Taquaral, um dos mais populo- rá acessar a internet via celular para
empresa pretende avançar na eletrifi- sos de Campinas, para entregar duzen- controlar a carga do veículo, enquan-
cação de veículos, mas paga caro por tos documentos. to faz compras.
44
BUSINESS
JAZZ HÍBRIDO, plataforma
para Fit híbrido-flex no Brasil
FIT HÍBRIDO?
A Honda pode surpreender: avalia
a fabricação do New Fit híbrido no
Brasil. O engenheiro Alfredo Gue-
des disse a jornalistas que a marca
não encara esse tipo de tecnologia
como um nicho de mercado. A
fabricante já conversou com o go-
verno sobre incentivos e tem um
argumento interessante: o motor a
combustão será flex.
A
Mitsubishi testa em São Paulo Business e surpreendeu positivamen- possível escolher entre três formas di-
a segunda geração do i-MiEV, te. O motor elétrico de 47 kW (64 cv e ferentes de condução, mais econômi-
cuja plataforma atenderá a 18,4 kg.m) leva o carro a até 130 km/h cas ou com maior performance: Drive,
construção do Peugeot Ion e do Citroën (velocidade limitada eletronicamen- Economy e Brake (com máxima rege-
Czero. O diretor de engenharia e plane- te), alimentado por uma bateria de 16 neração de energia).
jamento da empresa no Brasil, Reinaldo kWh. A recarga pode ser feita em casa A Mitsubishi trabalha para reduzir
Muratori, admite que o carro poderá ser em tomada de 110 V (14 horas) ou 220 custos e aperfeiçoar a bateria de íon-
importado se houver sucesso na redu- V (7 horas). Um dispositivo de carga rá- -lítio, sem efeito memória e fabricada
ção de custos. No Japão o carro tem pida trifásico (200 V, 50 kW) repõe 80% para durar dez anos, em parceria com
preço US$ 31 mil, já com um subsídio da carga em 30 minutos. A Mitsubishi a GS Yuasa na empresa Lithium Ener-
de US$ 14.300 do governo. avalia, ainda, carregadores capazes de gy Japan. A bateria é composta por 88
A montagem local do elétrico da Mit- abreviar a tarefa a 5 minutos, com 60% células de íon-lítio conectadas em série
subishi, que ainda mostrava direção do a 70% da carga. e pesa 220 kg. Cada célula tem 3,75 V
lado direito no Salão do Automóvel de Com 3,40 m de comprimento (30 e 50 Ah.
São Paulo, não pode ser descartada, cm menos que o Uno), o i-MiEV aco- O motor elétrico é alimentado por
embora seja iniciativa de médio prazo moda bem quatro pessoas com até corrente alternada, a 330 V, fornecida
e dependa do amadurecimento de pro- 1,90 m de altura. A autonomia depen- por um dispositivo conhecido por in-
gramas coordenados pelo governo. de bastante da forma de dirigir e che- versor, ligado à bateria. Há também
O i-MiEV foi avaliado por Automotive ga a até 160 km, em circuito misto. É uma bateria auxiliar de 12 V.
O i-MiEV pesa 200 kg a mais do que
o similar com motor a combustão de
600 cc. Como as baterias estão ao ní-
vel do assoalho do carro, o centro de
gravidade fica 7 cm mais baixo, melho-
rando bastante a estabilidade. O veícu-
lo oferece ar condicionado, freios ABS,
rádio, navegador, airbags, direção com
assistência elétrica e vidros acionados
eletricamente. O ambiente interno é
agradável e silencioso -- só se ouve o
barulho da bomba elétrica que gera o
vácuo para o sistema de freios e alguns
ruídos no painel de plástico.
No Salão do Automóvel de São Pau-
lo a Mitsubishi apresentou o conceito
híbrido plug-in PX-MiEV, com dois mo-
tores elétricos síncronos de imã perma-
nente, um dedicado ao eixo dianteiro e
outro ao eixo traseiro. O motor a com-
bustão 1.6L a gasolina suplementa a
potência do eixo dianteiro e alimenta
um gerador que recarrega a bateria.
REINALDO MURATORI e o
i-MiEV que pode ser brasileiro
46
BUSINESS
MATÉRIA DE CAPA | POWERTRAIN
A
o lado do Nissan Leaf e do Che-
vrolet Volt mais duas dezenas
de carros elétricos estão na fila
para chegar ao mercado norte-ameri-
cano em três anos, com a ajuda bilio- VOLT: híbrido em série a
nária dos incentivos fiscais prometidos US$ 33,5 mil nos EUA
pelo governo. Os fabricantes lutam
para ganhar a dianteira nessa corrida
tecnológica e investem pesado para US$ 7,5 mil. Já a Ford acredita que o A EPA, Environmental Protection
dominar tecnologias eletroeletrônicas futuro próximo trará oportunidade para Agency dos Estados Unidos, atribuiu
e a produção de baterias eficientes. motores a gasolina mais eficientes, ao Nissan Leaf um consumo equiva-
Há expectativa da comercialização como seu Ecoboost, mas trata de ga- lente de 42 km/l e autonomia de 117,4
de um milhão de carros híbridos ou nhar espaço com híbridos, que deve- km, abaixo dos 161 km anunciados
puramente elétricos no mercado ame- rão ganhar uma versão plug-in. pelo fabricante.
ricano nos próximos cinco anos. Mas A Ford espera que, em 2020, 1% a Na classificação da EPA, o Volt faz
existem esforços importantes também 2% das suas vendas sejam de carros 39,5 km/l apenas com bateria, 15,7
em outras partes do mundo. Um dos puramente elétricos e 10% a 15% de km/l com gasolina e, na média 25,5
entusiastas pela eletrificação é Carlos híbridos com baterias recarregáveis. A km/l. A autonomia é de 56,3 km com
Ghosn, que comanda a aliança Renault Honda promete um elétrico em 2012. eletricidade e, no total, de 610 km.
Nissan. Para ele, em 2020 nada menos A Toyota cria uma versão elétrica do
que 10% dos veículos novos serão elé- utilitário esportivo RAV4 com a Tesla
tricos. Para muitos, é um exagero. Motors e um elétrico subcompacto a
A Nissan quer vender 200 mil exem- partir do IQ. A Ford terá uma versão
plares do elétrico Leaf nos Estados elétrica do Focus e de uma van.
Unidos até o final de 2013, uma meta
que muitos colocam em dú-
vida apesar do in-
centivo fiscal de
48
BUSINESS
NISSAN LEAF: elétrico puro a
US$ 25.280 nos EUA
MOTOR OTTO | MERCADO
POPULARES
MAIS
POTENTES
COM A PRODUÇÃO DE QUASE
1,7 MILHÃO DE UNIDADES
PROJETADAS PARA ESTE
ANO, MOTORES 1.4 E 1.6 IRÃO
SUPERAR OS 1.0 PELA PRIMEIRA VEZ
NA HISTÓRIA. E, É BOM SABER, A
TENDÊNCIA VEIO PRA FICAR
JAIRO MORELLI
LUIS PRADO
A
indústria de motores automotivos vive fase interessante no
mercado nacional, com o surgimento de novas fábricas, in-
vestimentos constantes e números crescentes de produção
e exportação. Projeções do Sindipeças – Sindicato Nacional da Indústria de
Componentes para Veículos Automotores dão conta de que a produção deverá
somar 4 milhões de unidades este ano, volume que, se confirma do, será 20%
superior ao do ano anterior (3,3 milhões de unidades). “Deste total, 88% serão
leves e 12% diesel”, prevê Julian Semple, diretor da Carcon Automotive.
A explicação do crescimento, para o coordenador geral de forecast do Sin-
dipeças, Igor Morais, está nas altas estimadas para o mercado interno (que
deverá registrar aumento de 13,1%, com 3,6 milhões de veículos fabricados) e
para países da América Latina, com destaque para Argentina e México.
“Do avanço previsto cerca de 60% (420 mil unidades) serão provenientes das
exportações. As novas linhas Sigma da Ford, em Taubaté, SP, assim como a EtorQ
da FPT, no Paraná, também ajudarão a puxar esses números para cima”, afirma
Morais. Com investimento de R$ 600 milhões, a unidade do interior paulista teve
a capacidade produtiva aumentada para 500 mil motores/ano e a planta parana-
ense, que recebeu R$ 250 milhões, deverá atingir 400 mil unidades até 2012,
com expectativa de mandar 40% deste volume para o exterior.
DIVULGAÇÃO - FORD
FORD levou autoridades ao
lançamento do Sigma
Além do reaquecimento das expor- caindo de 79% para 75% de share. xíveis, com 460 mil unidades fabrica-
tações, o mercado nacional em 2010 A perda, segundo Morais, se deve ao das (contra 330 mil no ano passado)
também passa por mudanças no mix aumento de produção dos motores e aumento de share de 1,5 ponto
de produção por cilindrada. Do total a gasolina para exportação, que de- porcentual para 11,5%. Na divisão
fabricado este ano, os motores 1.4 l verá pular de 364 mil unidades em entre as quatro grandes, segundo
(incluindo 1.2 e 1.3) e 1.6 l (soman- 2009 para 517 mil no fechamento números da Carcon, a liderança em
do 1.5) foram os que apresentaram o deste ano, com elevação da partici- 2010 continuará nas mãos da VW,
maior volume de crescimento: 28% pação em dois pontos porcentuais com 950 mil unidades fabricadas,
(680 mil unidades) e 33% (1 milhão para 13%. seguida de perto pela Fiat, com 850
de motores), respectivamente. O bom desempenho dos motores mil, GM, com 700 mil motores, e
“Os números demonstram que o diesel complementa a perda dos fle- Ford, com 410 mil. Para 2011, a ex-
consumidor de modelos populares pectativa é de que a produção total
está migrando para veículos de maior cresça entre 4% e 5%.
cilindrada e, consequentemente,
mais equipados. Com as promoções REDUZIR PESO
agressivas praticadas atualmente, Se por um lado os números da in-
os preços não são tão diferentes e o dústria são cada vez mais promisso-
crédito, diluído em prazos cada vez res, por outro, as inovações tecnoló-
maiores, permite o pagamento de gicas previstas para nossos motores
parcelas levemente superiores”, ex- no curto prazo deverão ficar restritas
plica. Com essa transformação, os a pequenas alterações para atender
propulsores que ficam entre 1.2 l e a fase 6 do Conama, que entra em
1.6 l deverão somar 1,68 milhão de vigor em 2013 para diesel leve e em
unidades, 15,8% a mais do que os 2014 para veículos Otto. Na verda-
modelos 1.0, que totalizarão 1,45 mi- de, lembra o gerente de powertrain
lhão e alta moderada de apenas 7% da Mahle, Marcos Clemente, a gran-
na comparação com o ano anterior de maioria dos motores nacionais já
(1,35 milhão). atende os níveis de emissões estabe-
Já os propulsores flexíveis, que lecidos pela norma e, portanto,
JULIAN SEMPLE: produção de
deverão totalizar 3 milhões de unida- apenas pequenos ajustes deverão
LUIS PRADO
Automotive
MOTOR OTTO | MERCADO
BUSINESS
des. Estrutura para isso a fabricante A coreana Hyundai é outra que pla-
japonesa tem, porém, dificilmente a neja nova fábrica no Brasil. A unida-
iniciativa acontecerá. de, em fase de terraplanagem, será
Por conta das facilidades propor- levantada em Piracicaba, SP, com
cionadas localmente pelo álcool, os investimentos de R$ 600 milhões
motores flexíveis serão os nossos para a produção de um inédito hatch
DIVULGAÇÃO - VW
propulsores do futuro. Algo perigo- compacto equipado com motores
HENRY JOSEPH: esforços na VW
so, para Morais, do Sindipeças. “É estão voltados para a inovação flex 1.0 e 1.6, previstos para 2012.
preciso que o País continue inves- O volume de produção, ao redor de
tindo em novas soluções e não fique 100 mil unidades/ano, justifica a
para trás tecnologicamente. Precisa- nacionalização dos propulsores.
mos de sistemas que permitam bons Na Kia há expectativa para a che-
volumes também de exportação. O mil unidades/ano. gada dos propulsores flexíveis co-
álcool é uma excelente opção, mas Para os próximos anos, a chega- reanos que serão lançados no País
apenas para a nossa realidade. Se o da de novos players asiáticos deverá gradativamente até o final de 2011:
Brasil parar no tempo é possível que mudar ainda mais o cenário. A Chery o 1.6 16V, estreará no Soul com tec-
a gente não veja por aqui as próxi- do Brasil, depois da boa aceitação no nologia Bosch e depois virão versões
mas plataformas de veículos”, alerta. mercado nacional, já confirmou que 1.0 e 2.0. A empresa não fala em fá-
aplicará US$ 400 milhões na monta- brica local para veículos e motores.
INVESTIMENTOS gem da fábrica de Jacareí, SP, para A japonesa Toyota, que monta no
Os investimentos em motores por aqui montagem inicial de 50 mil veículos/ País motores a partir de componen-
deverão totalizar, até 2012, cerca de R$ ano e até 150 mil unidades/ano em tes importados em CKD, dá sinais de
2 bilhões, com os R$ 350 milhões que, segunda etapa. Luis Curi, presidente, interesse em nacionalização, como
finalmente, serão aplicados pela GM na disse que a partir de 2011 os veículos fez a Honda, para atender a deman-
construção da fábrica de Joinville, SC da marca trazidos ao País podem ter da da planta que será construída em
(onde serão fabricadas 120 mil unida- motores flex chineses, desenvolvidos Sorocaba, SP. A fábrica deverá ficar
des por ano para atender os pequenos com o suporte de fornecedor brasi- pronta em 2012, com aporte de R$
modelos do projeto Ônix, que sairão leiro – que poderão ser nacionaliza- 1 bilhão para a montagem de 70 mil
de Gravataí, RS, na mesma ocasião), dos quando o volume de montagem automóveis por ano na fase inicial. A
e parte do R$ 1,4 bilhão que a PSA in- local justificar. “Serão os primeiros empresa pretende ampliar gradati-
vestirá na ampliação da capacidade de motores bicombustível produzidos vamente a capacidade instalada até
sua planta em Porto Real, RJ, para 280 na China”, ressaltou Curi. 400 mil unidades/ano.
Automotive
MOTOR OTTO | FPT
E.TORQ 1.8:
novidade importante
para a Fiat
ATRÁS DA LIDERANÇA
NA AMÉRICA DO SUL
O E.TORQ AVANÇA ENQUANTO A EMPRESA
PENSA DO BICILÍNDRICO DE ALTA EFICIÊNCIA
B
raço de motores e transmissões da Fiat, aberta ao mundo para vendas a
todas as marcas, a FPT – Powertrain Technologies agiu rápido e atrope-
lou a GM na aquisição da antiga fábrica de motores da Tritec, em Campo
Largo, no Paraná. Com investimento de R$ 250 milhões revisou máquinas,
processos e instalações para produção dos eficientes E.torQ de 1.6 l e 1.8 l
(especula-se sobre um 2.0), ambos flexíveis e de 16V, que receberam altera-
ções no virabrequim, bielas e pistões para chegar à configuração atual.
54
BUSINESS
Exteriores:
PEÇAS PLÁSTICAS
Concepção
Desenvolvimento
Fabricação
Motor: Interiores:
Coletores de Admissão
Conjuntos de Filtros de Ar
Tampas de Cabeçote
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MOTOR OTTO | FPT
Os propulsores já equipam cinco F1A, F1C, NEF 4, NEF 6, Cursor 9 e MG (2) e Campo Largo (um). Não há
modelos 2011 da linha Fiat (Punto, Cursor 13), a programação da FPT previsão de contratações.
Doblò, Palio, Idea e Linea) e devem é embarcar 300 mil unidades entre João Irineu Medeiros, diretor de
ser gradativamente incorporados a motores e transmissões, volume in- engenharia, considera que a FPT
outros veículos da marca. A projeção finitamente superior às 10 mil unida- está bem estruturada para os próxi-
de produção anual para a unidade des exportadas nos dias de hoje. mos anos e enfatiza não terá serão
paranaense é de 330 mil unidades, Com a nova unidade do Paraná, a necessárias modificações impor-
com elevação para 400 mil motores/ projeção da FPT para 2010 é mon- tantes nos propulsores da marca
ano em 2012. Números que deverão tar 780 mil motores Otto (750 mil para atender a fase 6 do Proconve.
ser amparados pela chegada do Bra- do ano passado) e 50 mil unidades “Os veículos com nossos motores já
vo (que substitui o Stilo com o motor diesel (30 mil em 2009), volume que atendem a nova fase. Faremos ape-
1.6 l) e também pelas projeções oti- ainda não garante a liderança, nas nas alguns ajustes de calibração no
mistas para as exportações que, até mãos da Volkswagen. Somadas as sistema de injeção a partir do início
2014, deverão corresponder por 40% transmissões, o número sobe para do próximo ano”, afirma. Em resu-
da produção. 1,7 milhão uniades. mo, pouca coisa deverá mudar.
Até lá, somando a fabricação das Para 2011 são programados 910 A maior evolução aguardada por
plantas mineiras de Betim (motores mil motores (850 mil Otto e 60 mil aqui é o surpreendente motor bici-
Otto Fire EVO 1.0, 1.2 e 1.4, Fire diesel). Hoje 3.700 funcionários atu- líndrico de 875 cc, que acaba de ser
Economy 1.0l, Fire 1.4l, Tetrafuel 1.4l am nas linhas de Córdoba (motores lançado no Cinquecento, na Europa,
e caixas de câmbio C510 e C513) e 1.9l 16v e algumas caixas de câm- e foi testado em outubro por Automo-
Sete Lagoas (motores Diesel S8000, bio), Betim (3 turnos) Sete Lagoas, tive Business nas pistas de Balocco,
próximo a Turim. Com a tecnologia
Multiair e submetido às tecnologias
de downsizing, o artefato promete re-
duzir emissões em 30%. Com turbo,
FPT CAMPO LARGO: fábrica foi
modernizada para produzir E.torQ
o motorzinho fala alto: chega a 105
cavalos. Ainda é cedo para aplica-
ção no Brasil, mas as equipes locais
de engenharia da FPT já trabalham
no desenvolvimento local de uma ver-
são flex que seria campeã mundial na
redução de emissões.
A configuração do bicilíndrico da
FPT leva a boas possibilidades de con-
figuração em um sistema híbrido, que
poderia ser montado transversalmen-
te, colocando lado a lado o powertrain
elétrico e o motor de combustão inter-
na, que poderia ser flex. (JM)
56
BUSINESS
MOTOR OTTO | FORD
A
fábrica da Ford em Tau- a vários modelos disponíveis
baté, SP, passou por pro- no mercado internacional, a
funda reestruturação no ano tecnologia é o que há de mais
passado para iniciar a produção dos moderno nas famílias de mo-
primeiros motores Sigma 1.6 16V tores Otto da Ford, incorporando
em versões flex e a gasolina. O sistemas caros para o padrão bra-
DIVULGAÇÃO - FORD
58
BUSINESS
MOTOR OTTO | GM
A
pós período longo de indeci- atender a evolução do projeto Ônix, çados de tecnologia automotiva e
sões, a General Motors final- cujo veículos começarão a sair de sustentabilidade. A produção de
mente iniciou, em agosto, as Gravataí, RS, em 2012. motores e componentes em Santa
obras de terraplanagem para cons- A fábrica gaúcha, que hoje produz Catarina vai alavancar nosso cres-
truir a fábrica de motores em Join- 230 mil veículos por ano, receberá cimento na região, que ganhou
ville, SC. A unidade, que receberá R$ cerca de R$ 2 bilhões para chegar importância na estrutura da corpo-
350 milhões e deverá ficar pronta em ao patamar de 380 mil unidades por ração com a criação da GM Améri-
2012, será responsável, em primeiro ano, já com os dois primeiros mode- ca do Sul”, disse presidente para a
momento, pela produção de 120 mil los do projeto – o aumento na capa- região, Jaime Ardila.
motores e 200 mil cabeçotes de alu- cidade corresponde a 65%. A nova unidade ocupará uma área
mínio por ano. Esses números não “A fábrica em Joinville será uma total de 500 mil metros quadrados e
são oficiais, mas correspondem ao das mais modernas da GM no mun- a fábrica e suas dependências auxi-
reforço que a empresa precisa para do, incorporando processos avan- liares totalizarão uma área de 73 mil
metros quadrados. Em linha com a
política mundial de preservação ao
DIVULGAÇÃO - GM
60
BUSINESS
A Melling do Brasil acumula mais de meio século de
liderança em componentes para motores. Fundada
em 1957 para produzir os carburadores Solex no
país, foi o primeiro fabricante nacional do produto
e liderou o mercado de toda a América do Sul.
DIVULGAÇÃO - HONDA
HONDA: aposta nas qualidades
do alumínio para o motor
APOSTA NO ALUMÍNIO
E COMPACTOS
FABRICANTE NACIONALIZOU PRODUÇÃO DOS
MOTORES E TEM RESERVA DE CAPACIDADE
A
Honda não confirma, mas é mínio – antes realizados no Japão. sil não será diferente”, aposta.
possível que esteja se prepa- “Com as modificações consegui- Em linha com as necessidades glo-
rando para produzir o compac- mos um índice de nacionalização em bais por carros energeticamente mais
to NSC (New Small Car) na fábrica de torno de 80%”, explica o engenheiro eficientes, a Honda acena com a pos-
Sumaré, no interior de São Paulo. O do departamento de relações institu- sibilidade de, em poucos anos, trazer
modelo, sem nome definido por aqui, cionais, Alfredo Guedes, que projeta para o Brasil o que seria a sua primeira
foi apresentado em versão conceitual um aumento no conteúdo local com solução híbrida para o mercado nacio-
no início do ano, durante o Salão de a nacionalização dos pistões de alu- nal. “Acabamos de lançar o Jazz (o Fit
Nova Delhi, na Índia, e deverá com- mínio e outros componentes. deles) híbrido no Japão e, em seguida,
partilhar plataforma e boa parte dos “Estamos desenvolvendo fornece- na Europa. O modelo poderia ser fa-
sistemas com os irmãos Fit e City, por dores locais, mas ainda não decidi- cilmente produzido na fábrica de Su-
conta de custos de produção. mos avançar. A iniciativa está alinha- maré, tendo em vista que o powertrain
Os motores deverão ser o 1.4 16V da à estratégia de aumento contínuo não é tão diferente assim”, diz Guedes.
i-VETC e uma nova opção 1.0 flex, da participação do alumínio nos O carro, com um motor elétrico e ou-
que permitiria brigar com modelos componentes dos motores, bandeira tro a combustão, foi exibido no Salão
de entrada em nosso mercado. O que a Honda levanta desde a década do Automóvel de São Paulo.
novo veículo seria a resposta da uni- de 1990”, afirma Guedes. Nos Esta- A Honda produz motores flexíveis
dade brasileira para a ociosidade de dos Unidos a empresa já superou a de 1.4 l, 1.5 l e 1.8 l em três turnos, de
mais de 40%, equivalente a 85 mil GM na utilização do metal. segunda a sexta-feira. Para este ano, a
unidades, na unidade que pode fabri- O engenheiro explica que o alumínio, expectativa é manter o ritmo do ano
car até 220 mil motores/ano desde além de reduzir peso e dissipar melhor passado e fechar com 137 mil propul-
julho de 2008, após a aplicação de o calor, permite um maior controle nos sores, 90% para o mercado interno e
R$ 130 milhões na nacionalização processos de fundição, sem contar as 10% divididos entre Argentina, México
dos processos de fundição e usina- facilidades de reciclagem. “Acredito que (o maior volume), Chile, Venezuela,
gem dos blocos e cabeçotes de alu- esta é uma tendência mundial e no Bra- Peru e Colômbia. (Jairo Morelli)
62
BUSINESS
MOTOR OTTO | PSA
CRESCIMENTO COM
NOVAS TECNOLOGIAS
FRANCESA INVESTE NA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO E
TEM NOVIDADES PARA SEUS PROPULSORES
O
s investimentos da PSA Peu- sobre outras inovações. Novos moto- do”, afirma. Ele esclarece, ainda, que
geot Citroën na ampliação res da marca serão flex, como os atu- tecnologias recentes possibilitam
da capacidade produtiva de ais, e devem trazer boa parte dos com- redução de mais de 600 gramas do
motores em solo brasileiro não param ponentes em alumínio. Hoje apenas o conjunto biela e pistão para as novas
de acontecer. Em 2009 foram aplica- motor 1.4 l (além do 2.0 l no exterior) é gerações de motores.
dos R$ 91 milhões em uma nova uni- produzido em alumínio no Brasil. Lá fora tecnologias mais modernas
dade de usinagem em Porto Real, RJ, O executivo explica que a empre- fazem parte dos produtos da empre-
com capacidade para 100 mil blocos e sa desenvolve um importante traba- sa e parte delas já poderá ser vista
80 mil cabeçotes. Este ano mais recur- lho para na evolução dos propulso- ainda este ano com a chegada do
sos são destinados para elevar a pro- res. “No que diz respeito às perdas 3008. “Já produzimos centenas de
dução dos motores flexíveis 1.4 l e 1.6 l mecânicas, nosso trabalho consiste milhares de motores de injeção dire-
(além do 1.6 l a gasolina para exporta- especialmente na diminuição das ta a gasolina (tecnologia do tipo TSI
ção) de 220 mil para 280 mil unidades superfícies de atrito, com redução e Ecoboost) e de motores a gasolina
por ano, até 2012. no diâmetro das hastes das válvulas, de admissão variável contínua (do
Apesar de não revelar o montante diâmetro e largura dos mancais de gênero Multiair) por ano. Os motores
investido, a PSA informa que o aporte virabrequins. Quanto às massas, fo- foram desenvolvidos em cooperação
faz parte do R$ 1,4 bilhão que plane- mos a primeira montadora a produzir com a BMW e chegarão ao Brasil,
ja aplicar no Brasil até final de 2012. no Brasil um cárter cilindro de alumí- antes do final do ano, no Peugeot
Stephane Laurent, responsável pelo nio, que proporciona uma redução 3008 e, depois, em veículos que se-
projeto de motores da PSA, para suprir do peso de cerca de 20 kg em rela- rão lançados nos próximos meses”,
a demanda e recentes lançamentos ção ao equivalente em ferro fundi- conclui Laurent. (JM)
como a picape Peugeot Hoggar e o
Citroën Aircross, a unidade de Porto
Real trabalha em três turnos desde PSA: novas tecnologias para os
fevereiro para montar 200 mil pro- motores da Peugeot e Citroën
pulsores este ano, volume 30% supe-
rior ao registrado em 2009, quando
produziu 152 mil motores, 28% para
suprir a demanda da fábrica argentina.
Laurent antecipa que nos próximos
anos boas novidades serão aplicadas
nos propulsores da empresa. “Vamos
introduzir novas tecnologias, como a
distribuição variável contínua e bom-
DIVULGAÇÃO - PSA
NO PARANÁ
Apesar do pacote de novidades
para os próximos três anos, poucas
deverão ser as evoluções tecnológi-
cas aplicadas pela fabricante france-
sa nos propulsores nacionais. Con-
A FÁBRICA DE MOTORES NO COMPLEXO tente-se com pequenos ajustes para
atender a fase L6 do Proconve, que
AYRTON SENNA, EM SÃO JOSÉ DOS PINHAIS, entrará em vigor em 2013. E é só.
Além de assumidamente mais
TEM FÔLEGO PARA O AVANÇO DA MARCA atrasada do que os grandes fabrican-
tes (seu flex ainda é de 2ª geração),
A
fábrica de motores da Renault, lina, 1.2 l 16V a gasolina, 1.6 8V, flex e a Renault, pelos olhos de seu vice-
instalada no Complexo Ayrton a gasolina, e 1.6 16V flex. -presidente, também não enxerga
Senna, em São José dos Pi- 60% da produção será destinada com otimismo o efeito nas vendas
nhais, no Paraná, está longe de operar a modelos da marca destinados ao do downsizing. “O resultado é bom
na plena capacidade de 400 mil mo- mercado interno e o restante para em relação aos níveis de emissões,
tores/ano. Segundo o vice-presidente, países como Argentina (cerca de consumo e desempenho. Mas, o
Alain Tissier, a unidade trabalha em dois terços), Colômbia e México. O consumidor brasileiro não está pre-
apenas dois turnos e volume de mil executivo admite que a capacidade parado para comprar um automóvel
motores por dia, o que levará à soma ociosa é considerável: “É fruto de de baixa cilindrada pelo preço de um
de 300 mil unidades este ano, incluin- uma visão extremamente otimista na veículo acima de 2.0, por exemplo. É
do modelos 1.0 litro 16V, flex e a gaso- época em que montamos a fábrica, uma questão cultural”, afirma. (JM)
64
BUSINESS
MOTOR OTTO | VOLKSWAGEN
C
onstruída em 1996, a fábrica aumento da taxa de compressão, me- da não chegou a hora de outros mo-
de motores da Volkswagen lhor gerenciamento eletrônico, evolu- tores nacionais da empresa adotarem
em São Carlos, no interior ção da injeção e novo desenho do co- o metal. “O processo de fundição do
de São Paulo, atingiu em junho, a letor de admissão”, explica o gerente alumínio ainda é caro para a realidade
produção de 5 milhões de motores. do laboratório de testes de motores e brasileira. Mas podemos rever nossa
Quase metade deste volume foi re- emissões, Henry Joseph Júnior. posição se as tendências se modifica-
gistrado nos últimos quatro anos. A Bem difundida lá fora, mas ainda in- rem”, destaca o especialista.
unidade, que abastece as fábricas de viável para os motores nacionais, a tec- Desde o final do ano passado a fá-
veículos de São Bernardo do Cam- nologia de injeção direta, batizada TSI brica de São Carlos possui um protóti-
po, SP, Taubaté, SP, e São José dos pela Volks, ainda deve demorar para se po de motor que pode ser montado e
Pinhais, PR, além dos mercados ar- difundir entre os motores de baixa ci- desmontado para treinamento do pes-
gentino, espanhol e africano, produz lindrada. Apesar disso, uma versão de soal. “É experiência real de uma linha
42 motores de 1.0 l e 2.0 l. 1.2 l TSI, três cilindros, de 85 cv, seria de produção, que forma e aperfeiçoa
O destaque na manufatura são as uma das possíveis opções para rodar nossos colaboradores “, informa o ge-
44 estações automáticas e nove robôs. por aqui. Apesar do domínio da tecno- rente-geral da unidade, Marcos Ruza.
Considerada a terceira maior planta logia dos propulsores com estrutura de A boa experiência transformou-se em
de motores do Grupo Volkswagen, a alumínio (como os do Passat e do Ti- case de sucesso e pode ser replicada
unidade fica atrás apenas de Salzgitter guan, além dos modelos da Audi) ain- em outras unidades. (JM)
(VW), na Alemanha, e Györ (Audi), na
Hungria. Há 772 empregados e 363
prestadores de serviço.
Graças a investimento de R$ 200
FÁBRICA DE MOTORES em São
milhões aplicados nos últimos quatro Carlos, terceira maior da Volkswagen
anos (parte dos quais oriundos dos R$
6,2 bilhões destinados às operações no
País até 2014), a empresa ampliou a ca-
pacidade da fábrica de 1.800 para 3 mil
motores/dia. Com esse avanço, a expec-
tativa dos executivos da Volks é fechar
2010 com 854 mil motores produzidos,
volume 12,4 % superior ao consolidado
no ano passado (760 mil motores).
Além da busca por números cada
vez melhores de produção e vendas,
a preocupação com novas tecnolo-
gias para reduzir consumo, emissões e
DIVULGAÇÃO - VW
Automotive
MOTOR FLEX
NO LIMIAR DE
NOVOS DESAFIOS
LUIS PRADO
A FASE L6 DO
PROCONVE SERÁ
IMPORTANTE PARA
A RETIRADA DO
TANQUINHO, ABRINDO
A TERCEIRA GERAÇÃO
DOS MOTORES FLEX.
OS PASSOS SEGUINTES
ESTÃO MENOS CLAROS
FERNANDO CALMON
O
começo foi difícil, típico de
novas tecnologias. Houve
quem identificasse uma
simples jogada de marketing, mas
essa impressão durou pouco. Em 15
de março de 2003, a Volkswagen lan-
çou o primeiro automóvel brasileiro
com motor flexível em combustível.
66
BUSINESS
O Total Flex de 1.600 cm³, do Gol, O esforço maior ocorreu no Brasil de evoluir conforme se esperava. A
era capaz de utilizar etanol, gasolina porque em outros países os motores Volkswagen oferece o único mode-
ou qualquer proporção entre os dois. flex dispõem de pouco etanol para lo – Polo E-Flex, lançado há um ano
Em junho de 2003 a Chevrolet abastecer e a indústria no exterior se e meio – a dispensar partida a frio
apresentava à imprensa o Corsa 1,8 concentrou nas emissões com gaso- auxiliada por gasolina. Em todos os
l flex, insinuando que o Gol não es- lina. Ainda assim, ao gerenciar dois outros carros, seus e da concorrên-
tava à venda e se autoproclamava combustíveis no mesmo motor e en- cia, o jurássico tanquinho permane-
pioneira. Era só inveja e logo se viu frentando dificuldades diferentes (al- ce, graças aos clássicos argumentos
que a novidade ia mexer mesmo com deídos, por exemplo), chegou-se ao de custo maior ou necessidade de
os rumos do mercado. Em outubro avançado estágio atual de diagnose a evoluir. A GM diminui o volume do
em 2003 a VW lançou o Fox com o bordo (OBDBr-2). Uma batalha ven- reservatório ao conseguir partida do
primeiro motor flex de 1 litro, pois cida pela engenharia brasileira. motor, sem ajuda de gasolina, a tem-
essa motorização responde por mais A concentração de objetivos em peratura até 2 graus abaixo do limite
da metade das vendas internas. A emissões, em função da lei, tirou convencional. Porém, no geral, hou-
Fiat, então, se esforçou para ser, pelo algo do foco no desempenho em si ve acomodação e pouca visão co-
menos, a primeira com o flex dessa dos motores. Os ganhos em con- mercial. Por sua parte, produtores de
cilindrada entre modelos de entrada. sumo de combustível, potência e sistemas de injeção – Bosch, Delphi
Porém, no mesmo dia 15 de agosto torque foram discretos, com algu- e Magneti Marelli – seguiram estraté-
de 2005 em que a empresa reunia mas exceções. Marcas que ousaram gias mais e menos eficazes, além de
jornalistas para mostrar a novidade em termos de taxas de compressão, custos diferenciados.
no Uno e no Palio, a Volkswagen dis- como Chevrolet, Volkswagen e Ford, A Fiat guarda segredo sobre uma
tribuiu a informação: o Gol City 1.0 sobressaíram na segunda geração nova solução que considera ousa-
Total Flex já se encontrava disponível dos flex. Produtores japoneses e da e competitiva. Sinaliza apenas
nas concessionárias. franceses, recentes no País e sem ex- que desenvolve pré-aquecimento
Marketing à parte, o viés técnico periência prévia no uso de etanol, fi- combinado de ar e de combustível,
avançou nesses sete anos. Embora caram um pouco para trás. A Toyota, facilitando a partida nos dias frios.
se soubesse que a taxa de compres- por exemplo, recomenda abastecer Livra-se do tanquinho e drena me-
são deveria ser aumentada para me- com um tanque de gasolina, a cada nos potência elétrica da bateria. A
lhor desempenho e economia com 10.000 km, providência inócua pela fábrica também exibe outro trunfo:
etanol, até hoje alguns fabricantes experiência acumulada. o sistema MultiAir de gerenciamento
ainda mantêm a taxa inalterada por Um ponto, no entanto, deixou eletrônico das válvulas de admissão
razão de custos. No entanto, houve
várias conquistas. A capacidade de
processamento das centrais de ge- FPT MULTIAIR,
renciamento quadriplicou de 8 bits um trunfo da
para 32 bits. Aumentou a velocida- marca
de de identificação do combustível e
readaptação do motor após o abas-
tecimento. O controle de detonação
passou a ser digital. Gerenciamento
eletrônico da válvula termostática
surgiu nos motores Ford.
Um dos desafios foi atender as
etapas da legislação de emissões do
Proconve. Os flex tiveram que passar
da fase L4 (2005, 2006 e 2007) a L5,
DIVULGAÇÃO - FPT
MOTOR FLEX
elimina também perdas por bombe- cronograma do Conama – a partir ros argumentam que para alcançar
amento da borboleta de aceleração. de 1o de janeiro de 2014 para novos a quarta geração de motores flex há
O etanol, em particular, tem bastante modelos e 1º de janeiro de 2015, os desafios como formato da câmara de
a ganhar ao se adotar esse recurso. demais – estabelece os parâmetros. combustão e melhor aproveitamento
Na realidade, a partida sem gasoli- Entretanto, no segundo semestre de das enormes pressões de injeção.
na traz grandes vantagens em termos 2011 essa página do atraso come- E, finalmente, a adoção de turbo-
ambientais e de dirigibilidade na fase çará a ser virada, pois se prevê que compressores, com injeção indireta
fria, quando o motor está abaixo da outros carros receberão partida com ou indireta, levará à consagração
temperatura ideal. Obviamente será assistência elétrica e não apenas sé- dos flex. Em razão da tendência ao
muito melhor ao utilizar etanol. Con- ries especiais. downsizing observada no exterior, a
tudo, nas situações de temperaturas Os passos seguintes estão menos sobrealimentação será ampliada em
baixas, haverá também benefícios claros, após consultas a fabricantes motores de ciclo Otto, barateando os
quando a gasolina for o combustível de veículos e fornecedores. A inje- turbocompressores.
escolhido. ção direta de combustível trará um Nessa altura, poderia se optar por
Os fabricantes admitem que a fase grande salto técnico e, novamente, um motor flex à brasileira, de fato
L6 do Proconve será importante para ganhos proporcionalmente maiores mais voltado ao uso de etanol do que
a retirada do tanquinho, iniciando a para o etanol. No entanto, além da de gasolina, ao contrário do ocorrido
terceira geração dos motores flex. O barreira do preço, alguns engenhei- nas fases iniciais.
MITOS E BASTIDORES
Há uma tese de fácil defe- garagem, o motor des-
sa envolvendo os flex. Se conheceria a mudança e
no início da era do etanol não partiria em dias frios
no Brasil, ao se lançar o (um ou outro caso foi de-
Proálcool em 1975, já tectado e logo soluciona-
houvesse os recursos de do); ao misturar gasolina
eletrônica, talvez não exis- e etanol, os combustíveis
tissem motores apenas se separariam no tanque
DIVULGAÇÃO - NISSAN
68
BUSINESS
MOTOR DIESEL | EMISSÕES
EURO 5
SACODE
MUNDO DO
DIESEL
SONIA MORAES e
ARIVERSON FELTRIN
LUIS PRADO
MOTOR MWM
MaxxForce 4.8 Euro 5
70
BUSINESS
DIVULGAÇÃO - MWM
ENTENDA O QUE
MONTADORAS,
FABRICANTES
DE MOTORES E
DISTRIBUIDORAS DE
COMBUSTÍVEIS
ESTÃO FAZENDO
PARA SE AJUSTAR
À ETAPA MAIS
CONTROVERTIDA
E POLÊMICA DO LINHA DE MONTAGEM
de motores na MWM
PROGRAMA DE
CONTROLE DA
deveria valer desde janeiro de 2009, mentos da Petrobras totalizarão US$
POLUIÇÃO DO entrando direto na fase P7 (Euro 5) 7,2 bilhões até 2013”.
e antecipando para 2012 o que só Mesmo com a distribuição inicial so-
AR POR VEÍCULOS deveria ocorrer em 2016. Tal acor- mente do diesel S50, os motores para
do, porém, não garante a eficácia atender a nova legislação de emissões
AUTOMOTORES integral da redução de poluentes. Por estão sendo preparados para utilizar o
que? Porque o diesel contendo en- diesel S10. Entre as distribuidoras de
xofre na proporção de 10 partes por combustível, a Ipiranga informa, por
D
epois de muitas discussões milhão (10 ppm) só será distribuído meio de sua assessoria de imprensa,
e desentendimentos, o Brasil uniformemente em todo o Brasil a que investe na logística e modificação
passa a exercer controle mais partir de janeiro de 2013. de procedimentos internos para garan-
rigoroso sobre as emissões veicula- A Petrobras informa que em 2012 tir a comercialização do diesel S50 em
res com a entrada em vigor, a partir estará disponível em todo o País o 2012 e do S10 em 2013. “A empresa
de janeiro de 2012, da fase P7 do diesel S50. Apenas no ano seguinte acompanha as novas demandas, ins-
Programa de Controle da Poluição será distribuído nacionalmente o die- truindo os revendedores sobre as mu-
do Ar por Veículos Automotores (Pro- sel S10. danças decorrentes da venda dos no-
conve), equivalente à norma Euro 5, “A companhia vem se preparando vos produtos e adaptando a sua rede
aprovada pelo Conselho Nacional de há bastante tempo para produzir o para atender todos os clientes desde o
Meio Ambiente (Conama). diesel mais limpo”, diz Sérgio Fon- início da circulação dos veículos equi-
O acordo fechado entre Petrobras tes, gerente de negócios sênior da pados com os motores Euro 5”, assi-
e fabricantes de caminhões e moto- Petrobras, que complementa: “Para nala comunicado da companhia.
res com o Ministério do Meio Am- garantir a comercialização do diesel A Ipiranga avisa ainda que está
biente pulou a etapa P6 (Euro 4), que com baixo teor de enxofre, os investi- ajustando a rede de postos com a
MOTOR DIESEL | EMISSÕES
DIVULGAÇÃO - SCANIA
veículos com o motor Euro 5 e a
tecnologia escolhida pela empresa
é a SCR, indicada para caminhões
pesados e que precisa da solução de
ureia para filtrar os poluentes. “Esta
tecnologia suporta mais o elevado
índice de enxofre no diesel, ao con-
trário da Recirculação dos Gases de
Escape (EGR), muito sensível ao ní-
vel alto de enxofre”, afirma o diretor
da Scania.
Segundo Rezende, o diesel utiliza-
do hoje, de 1.800 ppm de enxofre,
MWM: linha de ROGÉRIO REZENDE: diretor de
montagem além de danificar o catalisador que assuntos institucionais da Scania LA
filtra os poluentes detona rapida-
mente o motor, causando prejuízo
para o consumidor e para a imagem
da empresa: “Um motor da Scania
instalação de novos tanques para ga- é feito para durar até 1,1 milhão de nologia a ser utilizada pela Volvo é a
rantir a oferta do diesel S50, além de quilômetros e não pode acabar com SCR, que necessita de solução de
se preparar para fornecer a solução apenas 150 mil quilômetros”. ureia”, destaca Parker.
de ureia, produto denominado Arla A Mercedes-Benz também utilizará a Mesmo com o avanço na legisla-
32 e obrigatório para veículos equi- tecnologia SCR nos motores. No Cen- ção de emissões a vigorar a partir de
pados com a tecnologia de Redução tro de Desenvolvimento Tecnológico janeiro de 2012, as montadoras não
Catalítica Seletiva (SCR). de São Bernardo do Campo, onde estão plenamente confiantes em re-
“Em comparação com o diesel uti- mantém banco de provas, a montado- lação ao uso do combustível limpo
lizado atualmente, o S50 reduz muito ra realizou testes de funcionalidade e por parte dos consumidores. Assim,
o índice de emissões de poluentes, de durabilidade de seus motores com testam os motores para funciona-
mas não garante a totalidade de diesel S50 e prepara a avaliação destes mento tanto com o diesel de baixo
100% como pede a norma P7 do Co- propulsores com o diesel S10, segun- como de elevado teor de enxofre
nama”, observa Rogério Rezende, di- do Gilberto Leal, gerente de desenvol- como forma de precaução diante de
retor de assuntos governamentais da vimento de motores. reclamações futuras.
Scania Latin America. “Por isso é que O diretor da Scania lembra que
a partir de 2013 começa o forneci- COMPRA ANTECIPADA pouco adianta ter motores que resis-
mento do d iesel S10 em substitui- A Volvo está com os tes- tam ao alto teor de enxofre até porque
ção ao S50”. tes adiantados nos isso não trará proteção ao meio am-
novos motores Euro biente. “Para assegurar que teremos
FPT: 40-Cursor 5. Alexandre Parker, de fato um ar mais limpo é preciso
13-003-03-E responsável pela que a inspeção veicular seja rígida.
área de assuntos ins- Isso não significa que caminhão velho
titucionais e gover- tem que sair da rua, mas sim o inse-
DIVULGAÇÃO - FPT
DIVULGAÇÃO - MERCEDES-BENZ
o meio ambiente já que a troca do ca- o consumo de combustível”, explica
minhão antigo não será feita facilmen- Domingos Carapinha, gerente de de-
te”. Segundo Rezende a substituição senvolvimento de motores. Além do
de um caminhão por um novo depen- motor Euro 5, a MWM International
de de crédito facilitado e redução de testa também o Euro 6 para atender o
impostos. “Não será a nova legislação mercado europeu, onde a legislação
que determinará a renovação da frota entra em vigor entre 2013 e 2014.
destes veículos no País”. A FPT -- Powertrain Tecnologies já
O diretor da Scania prevê que a finalizou os testes de calibração dos
mudança na legislação provoque protótipos dos novos motores Euro 5
uma antecipação de compra, numa e avalia os propulsores nos veículos
reação semelhante ao que aconte- para começar a produção no final de
ce quando ocorre o lançamento 2011. “Os testes serão feitos em to-
GILBERTO LEAL, gerente de motores
de um veículo novo. Por parte da na Mercedes-Benz dos os tipos de veículos, do Ducato
Scania uma grande demanda não ao Tractor”, diz João Irineu Medeiros,
será problema, segundo Rezende. diretor de engenharia de produto da
Por manter produção globalizada a FPT Mercosul.
empresa tem condições de atender o A Cummins está em fase final de
mercado brasileiro e a América La- para dar início à produção dos pro- desenvolvimento dos motores Euro 5
tina. “Apesar da norma Euro 4 que pulsores Euro 5 que irão atender a no Brasil e dará inicio à produção até
deveria valer desde janeiro de 2009 nova legislação de emissões. A MWM o final deste ano. “A ideia é ter por
no Brasil não ter vingado, a Scania International já está com os motores volta de mil unidades para demons-
manteve a produção do motor Euro básicos concluídos e faz os testes tração. A partir de 2012 a fábrica co-
4 para exportação. Ele nunca foi ven- de aplicação e desenvolvimento do meça a trabalhar com escala maior”,
dido no Brasil porque não havia o sistema de ar e de combustível em explica Luis Chain Faraj, gerente exe-
diesel adequado”, esclarece o diretor. veículos de diversos clientes. cutivo de marketing e engenharia da
Os fabricantes independentes de “Estamos avaliando componentes Cummins do Brasil.
motores fazem os últimos ajustes como coxins, suportes, mangueiras,
SCR OU EGR?
Para atender a norma Euro 5 as fa-
bricantes de motores têm a opção
ESTRATÉGIA PARA DISTRIBUIR DIESEL de utilizar duas tecnologias para o
Com a nova legislação em vigor a Petrobras vai mudar a logística de distri- sistema pós-tratamento: a SCR, que
buição de diesel no País e reduzir gradativamente a oferta do produto para depende de injeção de ureia para
somente dois tipos. A partir de 2013, o diesel S50 será substituído pelo diesel reduzir a emissão de poluentes, e a
S10 para atender a região metropolitana. Em 2014, o diesel com 1.800 ppm EGR, que promove a recirculação
de teor de enxofre deixará de ser vendido e ficará somente a distribuição do dos gases de escape
Diesel S500 para o interior. A MWM International terá disponí-
Para que a utilização do diesel S50 atinja os resultados esperados em vel os MaxxForce 3.2H, 7.2H e 13H.
relação à redução de emissões, algumas empresas já estão se preparan- A versão 3.2 H, de 4 válvulas por
do para distribuir o Arla 32 nos postos de todo o País. Além da Cummins cilindro e 160 cv, desenvolvida no
Filtration, está em lista entre os prováveis distribuidores a Tirreno Indústria Brasil para atender comerciais leves,
e Comércio de Produtos Químicos, a Yara Brasil Fertilizantes e a Peak Auto- pode ser aplicada também em cami-
motive. Este produto é necessário para os motores que utilizarão a tecnolo- nhões, miniônibus, vans e picapes.
gia SCR. Segundo Sérgio Fontes, gerente de negócios sênior da Petrobras, A produção terá início em mea-
hoje 70% da ureia consumida no Brasil é importada para a produção de dos de 2011. Além de comercializar
fertilizantes e não é indicada para aplicação em veículos por não atender no Brasil, a MWM International vai
padrões necessários de proteção ao meio ambiente. exportar o MaxxForce 3.2H para a
Turquia, num contrato fechado com
74
BUSINESS
“Mas a empresa está contatando os
DIVULGAÇÃO - MWM
DIVULGAÇÃO - VOLVO
DIVULGAÇÃO - CUMMINS
suas projeções. De 80
mil motores calculados
para 2010 o volume
subiu para 95 mil unida-
des. “O mercado de ca-
minhões deverá fechar
este ano com produção
de 190 mil unidades.
O volume só não será
maior porque as expor-
tações estão fracas”,
disse Faraj. A empresa
tem 37% no mercado
LUIS CHAIN FARAJ: gerente LINHA DE MONTAGEM de motores
executivo de engenharia da Cummins da Cummins em Guarulhos, SP de caminhões.
Com base nas con-
versas com seus clien-
tes, a percepção do ge-
rente da Cummins é que
negociar o repasse de uma parte para padrão de qualidade em mercados o mercado de caminhões continuará
fabricante do veículo”, diz o diretor de cada vez mais exigentes. comprador em 2011. Prova disso são
engenharia da FPT. os investimentos anunciados pelas em-
Elevar a produtividade é outro ob- AVANÇO NA PRODUÇÃO presas. “O aumento nas encomendas
jetivo comum entre as concorrentes Com o crescimento do mercado de não se deve a mudança na legislação,
na área de motores. “Ganhar efi- veículos comerciais a FPT projeta fa- mas à demanda forte”, acentua Faraj.
ciência, do projeto à montagem, é zer mais de 50 mil unidades este ano, A MWM International, que havia se
uma verdadeira obsessão na MWM”, depois de montar 30 mil em 2009. preparado para montar 122 mil mo-
garante Carapinha, enfatizando a Para 2011 a expectativa é montar 60 tores este ano, também revisou para
importância de encurtar os ciclos mil propulsores. cima suas estimativas e calcula que
de desenvolvimento e garantir alto Diante do cenário favorável, a Cum- chegará a 143 mil unidades, das quais
112 mil para o mercado brasileiro e
31 mil para exportação. Do total, 50
EURO 3 CONTINUARÁ EM LINHA mil unidades (35%) equipam picapes
e SUVs, 34,8 mil (24%) acionam ca-
Mesmo com a produção dos motores Euro 5, as fabricantes continuarão minhões, 16 mil (11%) são destinados
oferecendo os motores Euro 3 – a FPT para atender os clientes na América a ônibus, 27,2 mil (19%) movimen-
Latina, a MWM International para abastecer os mercados da Turquia e Índia tam tratores e 15 mil unidades (10%)
(o México receberá Euro 4). são para aplicações especiais.
A Cummins também continuará a fabricar as famílias Euro 3, mas em A empresa informa que os US$
volumes decrescentes. “O mercado externo está fraco. Vamos atender a 345 milhões de investimentos pro-
pequena demanda da Colômbia e da Venezuela, que ainda não têm uma gramados para os próximos cinco
política de emissão de poluentes”, explicou Faraj, gerente de marketing. anos serão aplicados em desenvolvi-
A Scania vai continuar a produzir os motores Euro 3 para atender paí- mento tecnológico, capacitação de
ses que ainda não têm legislação para o uso do diesel com baixo teor de profissionais, pesquisa e tecnologia
enxofre. A mesma estratégia será adotada pela Volvo. “Os motores Euro 3 para combustíveis alternativos, novos
deverão permanecer em produção por mais algum tempo para atender os equipamentos para linha de monta-
mercados que não demandam menores níveis de emissões, principalmente gem. O objetivo é aumentar em 50%
por não terem ainda o diesel S50, necessário para as tecnologias relaciona- a produção para acompanhar o ritmo
das ao Euro 5”, disse Parker. do mercado interno e atender novos
contratos no Brasil e exterior.
76
BUSINESS
BRASIL FAZ DIESEL DE CANA
TESTES MOSTRAM QUE O DIESEL DE CANA FUNCIONA E PODE
PROVOCAR UMA REVOLUÇÃO TÃO IMPORTANTE COMO A DO ETANOL
LUBRIFICANTES
78
BUSINESS
Brito, gerente de marketing de lubrifi- de emissões Euro 5, que entra em vigor
cantes da Cosan, afirma que, apesar em 2012, também exigirá adaptações:
DIVULGAÇÃO - SINDICOM
do preço mais alto, estes produtos são os caminhões receberão sistemas de
desenvolvidos para oferecer o menor p
pós-tratamento de gases e o lubrificante
custo por quilômetro rodado e surgem prec
precisará se adequar, e garantindo até
como “solução efetiva para motores mesm intervalos longos entre as trocas.
mesmo
sofisticados e de alta potência”.
DESA
DESAFIOS
MERCADO NACIONAL O SINDICOM O Bra
Brasil ainda tem uma barreira gran-
A Total Lubrificantes, detentora das de pa
para transpor no setor de lubrifican-
marcas Total e Esso, está focada no DETECTA UMA tes: a cultura dos consumidores. “O
segmento de alta gama e mostra inte- cliente fica distante, deixando a esco-
cl
resse crescente no mercado nacional. EXPANSÃO DOS lha do lubrificante com os frentistas e
“Nossa matriz, na França, já observou mecânicos. Não há muito cuidado”,
disposição de crescimento nos mer- LUBRIFICANTES explica Deborah, da Castrol.
cados emergentes e aposta no Brasil. Em pesquisas realizadas pela com-
Prova disso é que os investimentos em SEMI-SINTÉTICOS E, panhia o preço surge como fator de-
marketing na região dobraram entre terminante