Você está na página 1de 35

LICENCIATURA ENGENHARIA CIVIL

Identificação de Perigos,

Avaliação e Controlo dos

Riscos (IPACR)
Elementos em Alvenaria de Tijolo

Turma 2DB - Grupo 8 Docente/Orientador

Ana Beatriz Teixeira 1180001 Jaime Gabriel Silva (JGS)

Pedro Ramos Marrelli 1171897 Unidade Curricular

Stefani Endrigo Russell 1171686 Qualidade, Ambiente e Segurança

14 de dezembro de 2018
ÍNDICE

CAPÍTULO 1

1.1 Objetivos Gerais e Específicos......................................................................4

1.2 Âmbito............................................................................................................4

1.3 Documentação de Referência.......................................................................4

1.4 Definição e abreviatura..................................................................................5

CAPÍTULO 2

2.1 Tijolo Cerâmico...............................................................................................7

2.2 Elementos de Alvenaria..................................................................................9

2.3 Panos de Alvenaria.........................................................................................9

2.3.1.Materiais Utilizados...........................................................................10

2.3.2 Equipamentos...................................................................................10

2.3.3 Argamassa.......................................................................................10

2.4 Paredes Simples............................................................................................11

2.4.1 Paredes simples de Tijolo Cerâmico................................................13

2.4.2 Etapas de Execução.........................................................................14

2.5 Paredes Duplas..............................................................................................17

2.5.1 Paredes Duplas de Tijolo Cerâmico..................................................17

2.5.2 Etapas de Execução.........................................................................18

2
CAPITULO 3

3.1 Descrição - Fluxograma...............................................................................21

3.2 Documentos Associados.............................................................................23

3.3 Introdução ao IPCAR...................................................................................23

3.4 Detalhamento do IPACR para Paredes Simples e Duplas..........................24

3.5 Registro de IPACR ......................................................................................25

3.5.1 Paredes Simples............................................................................25

3.5.2 Paredes Duplas..............................................................................27

CAPITULO 4

4.1 Conclusão....................................................................................................33

4.2 Bibliografia...................................................................................................34

3
CAPÍTULO 01

1.1 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

O presente trabalho enquadra-se na unidade curricular Qualidade Segurança e


Ambiente, e tem por objetivo geral a Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo dos
Riscos (IPACR) em elementos de alvenaria de tijolos, de forma a determinar os que
comprometem a Segurança e Saúde dos trabalhadores, ou doutras partes interessadas, são
consideráveis não aceitáveis, e definir formas de proceder ao seu controle, registro,
divulgação, atualização e arquivo.

1.2 ÂMBITO
Aplica-se a todos os setores, instalações e equipamentos considerando todas as
atividades desenvolvidas pela Organização, incluindo as de rotina e ocasionais, sejam
desenvolvidas por colaboradores permanentes ou temporários, prestadores de serviços,
fornecedores ou visitantes.

1.3 DOCUMENTAÇÃO DE REFERÊNCIA


 NP 4397:2008
 Decreto-lei nº273/2003, de 29 de outubro
 Lei nº 102/2009, de 10 de setembro
 Lei nº 3/2014, de 28 de janeiro
 Decreto-Lei nº88/2015, de 28 de maio
 Material utilizado em sala de aula

4
1.4 DEFINIÇÕES E ABREVIATURAS

Risco: É frequentemente expresso como a combinação das consequências de um dado


evento e a respetiva probabilidade de ocorrência. Em SST, o risco é expresso como a
combinação da probabilidade e da gravidade da ocorrência de um determinado
acontecimento perigoso.

Avaliação de Riscos: Processo global de estimativa da grandeza do Risco e da decisão


sobre a sua aceitabilidade. É um processo de comparação dos resultados da análise do
Risco com os critérios do Risco para determinar se o Risco e/ou a respetiva magnitude é
aceitável ou tolerável.

Filtros de aceitabilidade: Critérios adotados pela Organização que determina a


classificação dos Riscos em Aceitáveis ou Não Aceitáveis, que influenciam o nível de
prioridade da gestão dos riscos não aceitáveis.

Gravidade: Parâmetro de medida da magnitude da consequência do dano, considerando


a sua abrangência espacial (dimensão do dano) e a reversibilidade (capacidade de
resposta), atendendo às medidas de proteção existentes.

Identificação de Perigos: Processo de reconhecer a existência de perigos e de definir as


suas características.

Parte Interessada: Qualquer indivíduo ou grupo potencialmente afetado pelo


desempenho, na perspetiva da Segurança e Saúde no Trabalho da Organização.

Perigo: Fonte ou situação com um potencial para o dano em termos de lesões ou


ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, para o património, para o
ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destes.

Probabilidade: Parâmetros de avaliação que reflete a maior ou menor probabilidade de


ocorrência futura de um acontecimento indesejado, com a concretização dos danos
previstos, atendendo às medidas de prevenção existentes. É a medida da possibilidade de
5
ocorrência expressa por um número entre 0 e 1, onde 0 representa a impossibilidade e 1
representa a certeza absoluta.

Risco aceitável: Risco que foi reduzido a um nível que possa se aceito pela organização.
Tomando em atenção as suas obrigações legais e a sua Política de SST.

SGSST: Sistema de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho.

PSS: Plano de Segurança e Saúde

6
CAPÍTULO 2

2.1 TIJOLO CERÂMICO

O tijolo cerâmico começou a ser comercializado para a construção civil a partir da


Revolução Industrial, a qual permitiu a fabricação deste elemento em grande escala.
Anteriormente o fabrico dos tijolos era mais artesanal, o que levava a que estes tivessem
características que divergiam bastante de uns para os outros. A fabricação em massa, com
a maquinaria adequada, possibilitou que as características fossem mais constantes dando
uma maior garantia de qualidade ao comprador. O seu fabrico levou ainda à grande
vantagem do aligeiramento dos tijolos numa forma padronizada, como a dos tijolos furados
por exemplo. Isto foi uma enorme vantagem para os fabricantes deste tipo de elemento, que
permitia assim um maior aligeiramento das construções e uma menor necessidade de
reforço estrutural devido a estes mesmos componentes.

Este tipo de tijolo é o componente que, hoje em dia, se utiliza com maior frequência na
construção de edifícios em Portugal. Isto porque é um componente bastante leve e
economicamente viável dado que a sua fabricação é ágil e os materiais são de fácil
obtenção. É também um material já com alguma tradição no país, o que leva a existência de
muita especialização nesta área, o que dá algumas garantias em termos de qualidade final
do produto. A construção de panos de parede, tanto interiores como exteriores, é na maioria
das vezes realizada com este tipo de material, para além de ser fácil de manusear, permite
a construção de panos de parede bastante delgados. Em casos de maior exigência utilizam-
se outros tipos de tijolos ou blocos. Isto também acontece quando a arquitetura assim o
exige. Em panos de alvenaria que tenham isolamento exterior como proteção e acabamento
é normalmente suficiente a utilização de tijolo cerâmico. Tem-se assim a vantagem de
garantir os requisitos com uma solução economicamente mais viável. Anteriormente os
tijolos cerâmicos eram produzidos através de argila amassada com palha, a qual conferia
uma consistência superior ao tijolo.

Hoje em dia ainda se utiliza a argila para produzir tijolos cerâmicos, mas com cuidados
acrescidos, dado que a argila, por ser um produto natural, possui características que variam
7
ao longo do tempo. Por esta razão são utilizados dois tipos de argilas distintas, as quais
garantem um melhor e mais equilibrado comportamento dos tijolos cerâmicos a produzir.
Uma das argilas é mais plástica, ou gorda, enquanto a outra é mais magra, ou seja, menos
plástica. Após a preparação da pasta para garantir as condições homogéneas, é feita uma
laminagem e amassadura para que esta possa assim garantir as condições desejadas de
humidade e plasticidade. Em seguida é feita a conformação dos tijolos, ou seja, a pasta já
criada passa em moldes que lhe dão a forma final de tijolo cerâmico. Obviamente que
diferentes tipos de tijolo cerâmico necessitam de moldes distintos, mas todos eles
necessitam da conformação para tomarem a sua forma. Finalmente o tijolo passa por uma
fase de secagem, a qual é feita em câmaras próprias, com o cuidado de a temperatura não
sofrer oscilações demasiado bruscas para evitar que surjam fissuras. O tijolo é então cozido
entre os 800ºC e os 1000ºC durante cerca de 24 horas. Depois o tijolo é embalado e
colocado em paletes para ser em seguida vendido.

Os tijolos cerâmicos podem ter diversas formas e funções. Os mais utilizados são os
tijolos furados, devendo-se isto ao facto de este ter pouco peso e ter muitos espaços de ar,
o que é bom para o comportamento térmico e acústico. São utilizados para construção de
panos de alvenaria interior ou exterior sem qualquer função estrutural e para revestimento
de elementos estruturais. São também utilizados para a construção de dutos, platibandas e
muros.

Fig.1 – Tijolo Furado

Existem ainda tijolos maciços, os quais não têm espaços com ar para aligeiramento.
Este tipo de tijolo é muito utilizado em revestimentos de paredes exteriores ou em
construções de muros exteriores e platibandas. Estes tijolos podem ainda ter alguma função
estrutural, sendo que na zona dos pilares devem ser combinados com outro tipo de tijolos
8
ou blocos. Com o tijolo maciço normal é ainda possível construir chaminés, mas não lareiras.
Para a construção de lareiras utiliza-se um tipo de tijolo maciço especial designado por tijolo
refratário, o qual é um tijolo cerâmico maciço com características de resistência ao calor
muito especiais. É por esta razão que o tijolo refratário é utilizado para a construção de
lareiras.

O tijolo perfurado é um tipo de tijolo que deriva do tijolo maciço, mas que não é maciço.
No fundo este tipo de tijolo garante o aspeto e funcionalidade do tijolo maciço mas com
algum aligeiramento. Trata-se de tijolos perfurados. A sua aplicação é idêntica aos tijolos
maciços normais. Este tipo de tijolo pode ser utilizado como armado em caso de ser
especificado em projeto.

Para maiores exigências em termos de comportamento térmico existem os tijolos


cerâmicos térmicos. Este tipo de tijolo é caracterizado pelo seu grande número de alvéolos
de perfuração vertical, sendo estes os responsáveis pelo bom comportamento térmico do
mesmo. Existem ainda os blocos cerâmicos próprios para paredes de alvenaria armadas.
Possuem alvéolos pelos quais a armadura pode passar conferindo ao elemento uma rigidez
e resistência mais elevadas. Em Portugal este tipo de tijolo é utilizado em moradias e, mesmo
assim, não de um modo muito frequente. Para edifícios maiores são mais frequentes os
tijolos furados.

2.2 ELEMENTOS DE ALVENARIA

2.2.1 Panos De Alvenaria

A maioria dos panos de alvenaria realizados são relativos a paredes em edifícios, tanto
interiores como exteriores, dada a grande importância de garantia que os espaços estão
bem selados sem que se aumente o peso dos edifícios significativamente. Os tipos de panos
estudados neste trabalho são paredes simples e as paredes duplas. Estudam-se ainda a
alvenaria aplicada em cada uma das paredes.

Para se explicar o modo de execução dos panos de alvenaria já referidos é necessário


que se abordem os pontos singulares que fazem parte do processo e ainda todas as
contingências em causa. O objetivo desta abordagem é o de tornar visível o detalhe
necessário nas Ficha de Controlo e Conformidade para que o controlo de qualidade seja o

9
adequado e desta forma, resultar em uma melhor perspectiva de segurança. Pode garantir-
se que os erros serão em muito menor número do que seriam sem a adequada discriminação
de cada uma das etapas da execução dos panos de alvenaria.

2.2.2 Materiais Utilizados

Utensílios Tradicionais

 Colher e pincel de pedreiro;

 Balde e talocha;

 Bitola: régua de madeira para transportar medidas para as miras;

 Miras: elementos ligados por cordel, servindo de guia para aplicação das fiadas de tijolos
(aprumo e horizontalidade);

 Nível: utilizado para comprovar a horizontalidade;

 Prumo de pião e fio-de-prumo - servem para comprovar a verticalidade;

 Alisador de juntas - elemento metálico com a forma da junta que se pretende executar.

Equipamentos

• Métodos manuais de corte de alvenaria;

• Máquinas de corte de alvenaria com Discos;

• Máquina de bancada para o corte tijolos; tijoleiras, entre outros;

• Máquina para abertura de roços.

2.2.3 ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO

Função:

 União dos vários tijolos que constituem a parede;

 Distribuição uniforme das cargas verticais;

 Selagem das juntas;


10
 Capacidade para absorver as deformações;

 Resistência a esforços laterais.

A EN 998-2 estabelece as classes de resistência à compressão das argamassas, mas


não aponta, para a generalidade das características, os valores de aceitação, devendo estes
ser declarados pela entidade produtora da argamassa pré-doseada, seguindo os ensaios e
especificações adequados. Quanto a sua constituição, deve seguir os seguintes elementos:

Composição: água, areia, cimento e/ou outros ligantes (como a cal), adições e adjuvantes.

Fabrico: Mistura realizada numa betoneira de eixo inclinável até obter massa homogénea.

Ordem de introdução corrente: Areias, ligantes e adições, água e adjuvantes.

2.3 PAREDES SIMPLES

As paredes simples de alvenaria são maioritariamente utilizadas como paredes


divisórias na construção de edifícios em Portugal. Nestes casos, a função primordial dos
panos de alvenaria é a de garantirem a separação e definição dos espaços interiores, bem
como isolamento acústico entre as divisões. Obviamente que estas podem ser levadas a
cabo com a função de paredes exteriores tendo obviamente que ser acompanhadas de
materiais de isolamento apropriados para garantir que o comportamento do pano de parede
seja adequado às exigências previamente definidas. As paredes simples não servem apenas
como divisória numa mesma fração autónoma. Podem também ser realizadas com o intuito
de constituírem o elemento de separação entre frações autónomas.

As paredes simples são de facto bastante correntes, o que leva a que a mão de obra
seja bastante especializada comparativamente à utilizada para tipos de panos distintos.
Obviamente que nem sempre se verifica a especialização elevada, uma vez que muitos dos
empreiteiros não têm equipas com a experiência devida e, tentam ainda, realizar as tarefas
o mais rapidamente possível. Esta é a principal razão pela qual o controlo de qualidade e
segurança deve ser executado com o maior rigor possível, sendo fundamental que o
processo esteja bem explicito para os elementos da equipa de fiscalização que realizarão
esse mesmo controlo de qualidade. Como paredes exteriores, as paredes simples têm as
seguintes exigências:

11
 Impermeabilidade à água da chuva (menos corrente);

 Estanquidade ao ar exterior;

 Permeabilidade ao vapor de água;

 Possuir uma resistência mecânica tal que garanta que a alvenaria não fissura com
eventuais cargas provocadas por deslocamentos, ou cargas altas no caso de ser uma
parede estrutural;

 Isolamento acústico adequado;

 Isolamento térmico adequado;

 Divisão e proteção do espaço interior;

 Segurança ao fogo;

 Aligeirar estrutura por serem elementos bastante leves comparados com paredes de
betão armado, por exemplo;

 Aspeto estético, tendo ou não revestimento colocado posteriormente, como é o caso de


blocos e tijolos que necessitam de reboco ou outros tipo de revestimento. Devem no
entanto, ter um alinhamento correto para garantir que o reboco tem a espessura certa
sem ter que fazer correções demasiado grandes a esse mesmo alinhamento
(horizontalidade e verticalidade);

 Facilidade de manutenção;

 Durabilidade.

Estes requisitos devem estar bem definidos e claros para os intervenientes na especificação
e execução dos panos de alvenaria. Só desta forma é possível que a qualidade seja
garantida. E isto é dito pelo facto de a equipa de controlo de qualidade necessitar de controlar
a execução para que o pano fique consoante o projeto.

Um dos cuidados que devem ser tidos na construção destes panos de parede é o de
iniciar realização destes nos pisos o mais acima possível para evitar que existam
assentamentos da estrutura que possam pôr em causa a integridade das alvenarias dos
pisos inferiores. Recomenda-se por isso que se execute numa primeira fase a estrutura e,
só então, se executem as alvenarias, começando dos pisos superiores para os inferiores.

12
Como alternativa, no caso de o prazo ser curto, podem executar-se os panos de paredes em
pisos não consecutivos, como por exemplo, no caso de um edifício de 7 pisos, começar pelo
2º piso, indo depois para o 4º piso e depois para o 6º piso e só depois se realizarem o 1º, o
3º, o 5º e o 7º respetivamente. Esta ordem deverá ser pensada consoante o tempo disponível
para realização da tarefa em causa.

No caso da construção dos panos de parede ser feita à medida que os pisos são
executados, pode fazer a parede em causa deixando a última fiada por realizar. No entanto
isto acaba por complicar um pouco o processo e atrasá-lo uma vez que os trabalhadores
têm necessariamente que alterar constantemente de pano de parede, ou seja, voltar mais
tarde à parede em causa apenas por uma fiada.

As paredes simples podem ser de diversos tipos. As exigências feitas a estes tipos de
paredes podem ser dos mais diversos tipos. Podem ser de diversos materiais e até armadas.
Nas paredes simples armadas o tipo de material influencia o tipo de armadura permitida.
Estes tipos de paredes simples são apresentados em subcapítulos separados. Nesta análise
é também apresentada a cronologia de procedimentos.

2.3.1 Paredes Simples de Tijolo Cerâmico Furado

Este estilo de parede é o mais utilizado para paredes divisórias. A sua realização como
pano exterior é menos comum em Portugal em detrimento das paredes duplas. No entanto,
este tipo de utilização não é de todo descabido. O sistema capoto garante boa proteção ao
pano de alvenaria e acima de tudo garante um bom comportamento térmico da parede no
seu conjunto. A cronologia de procedimentos para a realização de panos de parede de tijolo
ou bloco é a seguinte:

Condições Prévias:

 Superfície nivelada;

 Superfície limpa e seca;

 Molhagem dos tijolos/blocos;

 Verificação dos alinhamentos dos elementos estruturais e correção das Anomalias da


Estrutura;

13
 Chapisco do betão da estrutura (3 dias antes) ou picagem deste;

 Determinação das cotas das aberturas em tosco;

 Marcação nos prumos das cotas das aberturas em toscos;

 Marcação nos prumos das cotas das fiadas de alvenaria.

ETAPAS DE EXECUÇÃO DE PAREDES SIMPLES

1. MARCAÇÃO E 1ª FIADA;

2. MARCAÇÃO EM ALTURA E NIVELAMENTO;

3. ELEVAÇÃO DA PAREDE;

4. FECHO SUPERIOR DA PAREDE.

Técnicas de Execução:

1ª FIADA

 Marcação com “bate-linhas” no pavimento conforme projeto de execução;

 Aplicação de uma camada de argamassa e da 1ª fiada, implantando as secções


angulosas e de extremidade (incluindo aberturas);

 Completar alinhamentos retos;

 Verificação de ortogonalidade com esquadro.

Aspectos Gerais:

 Molhagem prévia de tijolos a assentar (evita absorção de água de amassadura), utilizar


pincel de pedreiro sobre face e topo em contacto com a argamassa.

 Marcação das fiadas de tijolos a realizar em “fasquias”;

 Verificação da verticalidade com fio-de-prumo

14
RESTANTES FIADAS:

 Marcação das fiadas de tijolos a realizar em “fasquias”;

 Espalhamento de leito de argamassa com largura do pano na zona de assentamento


do(s) tijolo(s);

 Colocação do primeiro e último tijolos da fiada;

 Apoiando nas fasquias, é esticado um fio que guia a aplicação de argamassa e


realização da respectiva fiada (horizontalidade e aprumo);

ELEVAÇÃO EM ALTURA:

Repetição sucessiva do processo atendendo aos seguintes aspectos:

 Molhagem da superfície de tijolo da camada inferior com pincel de pedreiro;

 Aplicação de leito de argamassa sobre superfície humedecida da fiada inferior


(espessura entre 8 a 15 mm);

 Assentamento sobre leito de argamassa da fiada inferior (junta horizontal)

“chapando” e distribuindo com colher argamassa no topo (junta vertical);

 Assentamento de tijolo sobre leito de argamassa, carregando, esfregando e percutindo


(maço ou cabo da colher), de modo a garantir o posicionamento desejado;

 Raspagem e reaproveitamento da argamassa em excesso que possa

 refluir pelas juntas (reaproveitamento de argamassa para operações de assentamento


seguintes);

Aspectos Gerais:

15
 Assentamento dos tijolos da fiada, deixando entre eles um espaço de largura igual à da
junta vertical;

 Se o alinhamento, nivelamento e verticalidade não se verificarem, podem fazer-se


pequenas correções percutindo o tijolo com a colher de pedreiro;

 As juntas verticais devem evoluir desencontradas;

FECHO SUPERIOR DA PAREDE:

As estruturas de betão armado têm deformações:

 Elásticas (instantâneas) devido a peso próprio e cargas suportadas

 Diferidas no tempo devido ao efeito de fluência

É válido ressaltar que os pórticos podem provocar compressão das alvenarias e provocar
fissurações.

Alguns autores recomendam:

 Execução de alvenarias dos piso superiores para os inferiores;

 Não colocar a última fiada dos vários pisos, fechando-a antes da aplicação do
revestimento.

 Fecho com um material compressível, para que se consiga dessolidarizar a ligação


alvenaria – betão armado.

 14 dias após a execução da última fiada

APÓS LEVANTAMENTO:

É necessário proceder às seguintes verificações:

 Alinhamento das fiadas

 Verticalidade

 Planeza e ortogonalidade;

16
 Alinhamento da parede com as paredes confinantes do mesmo piso e com a estrutura;

 Alinhamento com as paredes de outros pisos (em particular, com as fachadas);

 Aspecto geral das juntas (dimensão das juntas com tolerância de 3 mm);

 confirmação das características necessárias à aplicação do revestimento previsto.

PAREDES DUPLAS

As paredes duplas de alvenaria são maioritariamente utilizadas como paredes


exteriores, podendo ainda ter como função a divisão de habitações distintas. As funções
principais e os requisitos destas paredes são os mesmos já referidos nas paredes simples.
No entanto é importante referir que a proteção contra as ações e elementos exteriores, bem
como o isolamento térmico e acústico são as principais funções deste tipo de pano de
parede.

As paredes duplas são de facto bastante correntes, tal como as paredes simples, o que,
como já foi referido, tem a vantagem de a mão de obra ser mais especializada que a grande
maioria das tarefas na construção. Normalmente a sua construção é feita em tijolo cerâmico
em ambos os panos, podendo no entanto haver a combinação de dois materiais diferentes,
ou seja, um material num pano e outro noutro pano.

Também se impõem neste tipo de parede as exigências construtivas relativas aos pisos
em que são realizadas as paredes em primeiro lugar para não permitir que existam
assentamentos que levam a problemas com algum dos panos existentes.

As paredes duplas podem ser constituídas por diferentes materiais. Estes materiais têm
influência na forma de execução dos panos. No caso da utilização de blocos de pedra, o
modo de execução é distinto dos restantes. Por esta razão a análise é separada em duas
partes.

Paredes Duplas de Tijolo Cerâmico Furado

17
Como paredes exteriores em edifícios correntes estas são as mais utilizadas. Os
componentes mais empregues nestas paredes são os tijolos cerâmicos, não só pela sua
facilidade de execução mas também devido ao seu custo e à sua leveza.

Existem algumas abordagens distintas à construção dos panos de alvenaria duplos,


podendo os panos ser executados separadamente ou simultaneamente. No caso de serem
construídos separadamente, pode realizar-se em primeiro lugar o pano interior e em seguida
o exterior, ou vice-versa. No entanto, neste trabalho de tese a abordagem é feita tendo em
consideração que o levantamento de ambos os panos é feito simultaneamente. Isto facilita
a colocação do isolamento e, mais importante ainda, a realização da estrutura de
travamento, caso exista, bem como das padieiras.

A cronologia de procedimentos de paredes duplas de tijolo ou bloco é apresentada para


que se possa ter uma noção das diferenças destas com os restantes tipos de panos de
alvenaria. No entanto apenas se apresentam as condições de execução uma vez que as
condições prévias e posteriores são iguais às anteriormente apresentadas.

Funções:

 Parede executada com dois panos, geralmente utilizada nas paredes exteriores;

 Respeitar exigências funcionais de conforto higrotérmico e acústico.

Disposições Construtivas:

 Espessura caixa-de-ar (min. 3 cm, em geral 4 a 5 cm);

 Caixa-de-ar ventilada através de duas séries de orifícios no pano exterior (base e topo);

 Caleira - base da caixa-de-ar conformada para a recolha e o encaminhamento das águas


infiltradas para os orifícios de drenagem (base);

 Travamento de panos interior e exterior entre si com grampos não corrosivos, em


quincôncio (no máximo 90 cm hor. e 50 cm vert.);

 Conjunto de orifícios no pano exterior que assegurem as condições de secagem da


caixa-de-ar através da circulação de ar por efeitos de convecção;

18
 Preconizar aberturas cuja área seja não inferior a 10 cm2 por metro linear em cada um
dos níveis considerados (base e zona superior);

 Escolha da localização do pano de alvenaria mais espesso, no caso de dois panos com
diferentes espessuras;

TÉCNICA DE EXECUÇÃO:

1. Marcação dos dois panos e assentamento da primeira fiada;

2. Execução de caleira em argamassa afagada, geralmente em quarto de círculo, revestida


com produto betuminoso aplicado por pintura;

3. Assentamento de tubos para drenagem das águas que possam passar através do pano
exterior ou resultantes de condensações internas, nas zonas mais baixas das caleiras
(saliência superior a 15mm)

4. Assentamento da primeira fiada do pano exterior (colocando elementos de ventilação da


caixa de ar), deixando inseridos os tubos de drenagem, geralmente em PVC, (espaçados de
2 m) tapados para evitar entupimento durante a elevação do pano.

5. Após assentamento das duas primeiras fiadas, da caleira e tubos de drenagem, protege-
se a caleira com uma régua, rolo de papel, serapilheira ou outro material deformável que
evitará que a argamassa de assentamento se deposite na caleira.

6. Execução do pano exterior em altura (apoio mínimo de 2/3 da sua base - correção de
pontes térmicas) e reboco afagado sobre o mesmo.

7. Execução de pano interior, intervalando com espaços não preenchidos na 2ª fiada. A


ordem de execução dos panos interior e exterior depende da posição e tipologia de
isolamento térmico (caixa de ar, interior ou exterior). O avanço de cada um dos panos
depende também da eventual necessidade de ligação de panos exterior e interior, com
material não corrosivo, espaçados de 1 m na horizontal e de 60 cm na vertical, para garantir
estabilidade do conjunto.

19
8. Depois dos dois panos executados, retira-se a proteção da caleira (rolos de papel ou
serapilheira), as tampas dos tubos de drenagem, e limpa-se completamente a caixa-de-ar.

8. Por último, assentam-se os tijolos nos espaços deixados na 2ª fiada do pano interior
aquando da sua execução.

9. Corte dos tubos de drenagem após a aplicação dos revestimentos da parede exterior
(comprimento acertado por corte de modo a ficar 1 a 2 cm saliente em relação à superfície
acabada).

20
CAPÍTULO 03

3.1 DESCRIÇÃO E FLUXOGRAMA


A metodologia associada ao processo de Identificação de Perigos, Avaliação e
Controlo dos Riscos é descrita no Fluxograma, onde são identificadas as responsabilidades,
ou documentos e os impressos associados.

FLUXOGRAMA - IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, AVALIAÇÃO E


CONTROLO DOS RISCOS

Fluxo Responsável Critérios de Execução Doc(s)

Necessidade de Representante da A necessidade de IMP 11


Identificar Perigos administração, diretores, identificação/atualização de perigos
responsáveis de setores e pode resultar das seguintes situações:
comissão de higiene e Alterações ao nível das atividades,
segurança e Colaboradores. processos ou produtos da organização;
Alterações nos requisitos legais
aplicáveis e/ou noutros requisitos que a
organização subscreva; Alterações na
metodologia aqui descrita; Após
auditorias internas, onde sejam
detetadas situações de perigo não
identificadas; Revisão do SGSST pela
direção. Registo de preocupações de
qualquer colaborador, relativas a
situações perigosas.
Designar Representante de setor da Comunicação escrita com identificação IMP11
responsáveis pela administração, diretores e dos responsáveis com conhecimento
aplicação da responsáveis do setor. para a GSSST
metodologia

21
Identificar Perigos Responsáveis do setor e Preenchimento do IMP S 04 de acordo IMP S
colaboradores designados. com as diretrizes do anexo A. 04
Acompanhar a Responsável higiene e Verificação do processo de IMP S
identificação de segurança. identificação de perigos, garantindo o 04
perigos suporte técnico necessário e
assegurando a sua adequação face à
natureza do setor.
Avaliação dos Responsáveis de setor, A avaliação é realizada de acordo com IMPS 04
riscos responsável higiene e as diretrizes do anexo A. O risco é
segurança e GSSST. calculado em função da gravidade, da
probabilidade e da exposição
associada, tendo em conta
nomeadamente, as práticas existentes
e a sua adequação, os relatórios de
auditorias anteriores e histórico de
acidentes.
Elaborar proposta Responsáveis de setor, Os riscos são classificados como IMP02
de medidas de responsável higiene e aceitáveis ou não aceitáveis. Para os
controlo segurança e GSSST. não aceitáveis, são definidos níveis de
prioridade para a sua gestão.

Avaliação dos Comissão de higiene e Os riscos não aceitáveis, são objeto de IMPS 04
riscos segurança. propostas de medidas com vista à sua IMP11
eliminação ou minimização. Estas
propostas são inscritas no programa de
gestão SST. Para os riscos aceitáveis,
são mantidos os controlos existentes.

Aprovar Programa Representante da gestão. Análise de identificação de perigos e IMP02


avaliação de riscos. Face á natureza IMPS 04
das atividades, se esta não evidenciar IMP14
uma identificação efetiva dos riscos
existentes, o processo é revisto.
Validação das medidas propostas, se
estas não forem consideradas
adequadas o processo é revisto.
Emitir/distribuir GSST Os registos (IMP S 04) são emitidos e IMPS 04
distribuídos aos diretores/ responsáveis
de áreas e representante da
administração.
Divulgar Responsáveis do setor, Os resultados são divulgados aos IMPS 04
formação e GSSST. colaboradores das áreas a que se IMP02
referem, sensibilizando-se para os
perigos e riscos identificados, e para as
medidas de prevenção e/ou proteção
necessárias.
Rever/atualizar Representante da gestão, Revisão/atualização dos registos,
IPPAR diretores, responsáveis de sempre que necessário, garantindo
setor e GSSST. uma periodicidade mínima de um ano,
para que o resultado deste processo

22
seja considerado como entrada para a
revisão do sistema pela gestão.
Arquivo GSSST. Arquiva original do registo de
identificação de perigos e avaliação e
controlo de riscos de acordo com o
procedimento de gestão e controlo de
registos - PSS/GS/08.

3.2 DOCUMENTO ASSOCIADOS

 Pro/GS/08 – Gestão e controlo de registos

 IMP S 04 – Registo de Identificação de Perigos de Avaliação e Controlo de


Riscos.

 IMP11 – Comunicação interna.


 IMP 02 – Programa de gestão de segurança e saúde do trabalho.
 IMP 14 – Protocolo de distribuição de documentos.

3.3 INTRODUÇÃO A IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, AVALIAÇÃO E


CONTROLO DE RISCOS
Hoje em dia a vertente humana assume um papel preponderante na atividade laboral,
seja ela qual for. Outrora este era um papel insignificante, dando-se maior relevância à
produtividade deixando as condições de trabalho para último plano. Continua a ser a
produtividade uma das principais preocupações das organizações, no entanto, após se
verificar que a produtividade também é afetada pela adequação do trabalho e sua
envolvente ao Homem, começou a adotar-se outra visão em relação às condições de
trabalho a que os trabalhadores estão sujeitos.
Assim, surgiram a Segurança e a Higiene no Trabalho com a finalidade de garantir
condições de trabalho para proporcionar um nível de segurança e saúde dos colaboradores
de uma empresa e também a adequação do trabalho ao trabalhador.
Independentemente da categoria e da dimensão das empresas, o fator-chave em um
local de trabalho saudável é a Prevenção. Uma das formas de prevenir os acidentes de
trabalho é através da realização de avaliações de riscos periódicas, tendo como primeira
etapa a Identificação dos Perigos, visando a implementação de medidas que eliminem ou

23
corrijam os riscos a que os trabalhadores estão expostos no seu trabalho. A Avaliação de
Riscos é um processo dinâmico que permite às organizações ponham em prática uma
política pró-ativa de segurança e gestão dos riscos no local de trabalho.
 O modelo IMP S 04 - Registo de Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo dos
Riscos é uma matriz constituída por vários campos, cujo preenchimento obedece às
orientações que se apresentam de seguida.

3.4 DETALHAMENTO DO IPACR PARA PAREDES SIMPLES E DUPLAS

Diretrizes para Identificação de Perigos e Avaliação e Controlo dos


Riscos

O Modelo. IMP S 04 - Registo de Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo dos Riscos


é uma matriz constituída por vários campos, cujo preenchimento obedece às orientações
que se apresentam de seguida.
No cabeçalho do impresso identifica-se o setor da organização, a função que se está a
analisar e todos os colaboradores que (nesse setor e nessa função) estão expostos aos
riscos. No caso de funções que laborem em vários setores, colocar o vocabulário «Vários»
no campo do setor.
Setor - Localização da atividade em análise, utilizando a nomenclatura da Organização.

IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS

Etapa na qual se identificam os perigos associados aos setores funcionais e às


atividades, que possam constituir fontes de danos para a Segurança e Saúde dos
colaboradores de organização ou de terceiros.
COLUNA 1

Atividade

Atividade, processo ou tarefa, desempenhada pela função que está a ser analisada.

1. Recepção de materiais: Processo que envolve a chegada dos materiais de construção


e alvenaria no estaleiro durante a fase de obra. O transporte é feito através de camiões,
mas pode variar de acordo com a Entidade Executante. O material é comumente
24
armazenado sobre paletes, que fornecem um suporte para a retirada de cargas do
veículo.

2. Movimentação de cargas para a obra: Etapa de retirada do material de construção


dos veículos de carga. Este processo envolve a o uso de equipamentos especiais como
Gruas, que podem ser acopladas aos veículos de carga ou Fixadas ao solo. É necessário
uma qualificação profissional para a sua operação com o auxílio de fiscais de obra e
segurança. A movimentação de cargas deve seguir o Plano de Sinalização e Circulação
do Estaleiro como previsto no Decreto-Lei nº 273/2003.

3. Fabrico de argamassa: Processo descrito no Capitulo 02, pag.

4. Marcação e execução da primeira fiada: Processo descrito no Capitulo 02, pag.

5. Levantamento da parede de 0.5m até 1,30m: Processo descrito no Capitulo 02, pag.

6. Levantamento da parede 1,30m até o fecho superior e fecho superior: Processo


descrito no Capitulo 02, pag.

7. Verificação de alinhamento e verticalidade: É responsável pela certificação da


qualidade da alvenaria quanto ao seu nível de alinhamento e uniformidade, garantindo
os devidos ângulos e nivelamento. Utiliza-se equipamentos especiais para esta fase de
execução.

8. Limpeza: Após a execução da parede, a limpeza é realizada retirando o excesso de


argamassa das juntas e dos tijolos. Após esta etapa, varre-se o chão com os devidos
equipamentos apropriados, retirando o excesso de material residual do processo de
construção da parede. É válido ressaltar a necessidade de EPI, como máscara e luvas
devido ao teor químico da argamassa. Os resíduos da obra devem ser depositados em
locais específicos que garantam uma maior higiene e segurança da obra e também evitar
futuros problemas ambientais.

COLUNA 2

Perigo

Fonte ou situação com potencial para produzir danos, em termos de lesões ou danos
para saúde ou património, associada com a atividade.
25
1. Recepção de materiais: Está na má utilização dos equipamentos ou veículos para
movimentação de cargas. Por exemplo, se os paletes não estiverem bem presos, a
carga pode cair sob o funcionário ou ele pode prender o dedo quando for prender a
corrente que envolve os paletes.
2. Movimentação de cargas para a obra:
3. Marcação de paredes:
4. Fabrico de argamassas
5. Primeiras fiadas até 0,5m
6. Execução das paredes em tijolo 0,5m a 1,30m
7. Execução das paredes em tijolo 1,30m em diante:
8. Verificação de alinhamento e verticalidade: para a verificação, utilizamos escada ou
andaime.
9. Limpeza: Ao realizar essa atividade, temos a existência de pó.

Nota: Na identificação de Perigos não esquecer os Perigos resultantes das interferências


entre as atividades e os Perigos que possam existir nos acessos aos locais e/ou postos
de trabalho.

COLUNA 3

Funcionamento

Normal, Arranque ou Paragem (as limpezas, verificações e outras operações de


manutenção ou ajuste são consideras funcionamento normal).
 1. Recepção de materiais: N
 2. Movimentação de cargas para a obra: N
 3. Marcação de paredes: P
 4. Fabrico de argamassas: N
 5. Primeiras fiadas até 0,5m: A
 6. Execução das paredes em tijolo 0,5m a 1,30m: N
 7. Execução das paredes em tijolo 1,30m em diante: N
 8. Verificação de alinhamento e verticalidade: P
 9. Limpeza: N

26
COLUNA 4
Risco
Identificação do tipo e/ou natureza do risco (um perigo pode originar vários riscos).
 1. Recepção de materiais: Queda de materiais
 2. Movimentação de cargas para a obra: Queda dos paletes ou materiais
 3. Marcação de paredes: Contato com o pó de fio
 4. Fabrico de argamassas: Inalação do pó do cimento e contato direto com a pasta
de cimento.
 5. Primeiras fiadas até 0,5m: Contato direto com a argamassa, queda de tijolos e corte
dos tijolos
 6. Execução das paredes em tijolo 0,5m a 1,30m: Contato direto com a argamassa,
queda de tijolos e corte dos tijolos.
 7. Execução das paredes em tijolo 1,30m em diante: Queda de escada ou andaime,
contato direto com a argamassa, queda de tijolos e corte dos tijolos
 8. Verificação de alinhamento e verticalidade: Queda de escada ou andaime
 9. Limpeza: Existência de pó.

COLUNA 5
Consequências
Descrição dos efeitos esperados mais prováveis associados à concretização do
acontecimento perigoso.
 1. Recepção de materiais: Lesões corporais severas
 2. Movimentação de cargas para a obra: Lesões corporais severas
 3. Marcação de paredes: Lesões nas vias respiratórias
 4. Fabrico de argamassas: Lesões nas fias respiratórias e irritação
 5. Primeiras fiadas até 0,5m: Irritação, lesão corporal ligeira, laceração dos
membros superiores e lesões musculares
 6. Execução das paredes em tijolo 0,5m a 1,30m: Irritação, lesão corporal ligeira,
lesão dos membros superiores
 7. Execução das paredes em tijolo 1,30m em diante: Lesões corporais graves,
irritação, lesão dos membros superiores
 8. Verificação de alinhamento e verticalidade: Lesões ligeiras ou severas
 7. Limpeza: Alergias, lesões nas vias respiratórias e lesões oculares.
27
COLUNA 6
Prática Existente
Descrição das práticas de segurança existentes, relativamente a cada risco
identificado, incluindo a identificação da documentação associada que possa constituir
informação útil para a sua avaliação.

Avaliação de Risco
COLUNA 7
Avaliação da Significância
Etapa na qual se determina a dimensão dos Riscos associados (cada perigo pode originar
mais do que um risco) a cada Perigo identificado.
A dimensão do Risco é obtida com base da gravidade da sua concretização, da
probabilidade da sua ocorrência, Exposição e aplicação de Critérios Empresariais. Na
avaliação são considerados nomeadamente, as práticas existentes e a sua adequação, os
relatórios de auditorias anteriores e o histórico de acidentes.

Filtro de significância
Os Riscos são classificados como significativos, ou muito significativos, tendo em
consideração os seguintes pontos:

Gravidade
A Gravidade estima as maiores ou menores consequências humanas e materiais
resultantes da ocorrência do acidente.

28
Probabilidade

A Probabilidade estima a maior ou menor possibilidade de que o acidente ocorra.

Acumulação de Repetitividade

A Acumulação/Repetitividade estima a maior ou menor Exposição ao Perigo. Os Riscos são


classificados quanto ao seu Nível de Significância (NS), em Não significativos, Significativos
e Muito significativos.
A classificação tem em conta o valor do resultado obtido: NS = G X P X A/R

29
Níveis de Significância
Devem ser considerados como Muito significativos (MS) todos os riscos que apresentem
nível de gravidade superior a 3 ou nível de probabilidade igual a 5

Devem ser considerados como Muito significativos (MS) todos os riscos que apresentem
nível de gravidade superior a 3 ou nível de probabilidade igual a 5

Filtro de aceitabilidade

Nesta etapa são aplicados dois filtros de decisão que permitem determinar a aceitabilidade
de casa Risco de acordo com os critérios empresariais:
 Cumprimento os Requisitos Legais (RL);

 Partes Interessadas (PI).

Critérios Empresariais
Cumprimento Legal (RL)
O Risco é considerado não aceitável se decorrer de um incumprimento legal:

30
Só o valor 1 – Cumprimento da totalidade dos requisitos é aceitável.

Partes Interessadas (PI)


O Risco é considerado não aceitável, se existirem registos de preocupação de
partes interessadas relativos a situações perigosas e que podem afectar a imagem da
organização.
(S) – Existem registos de preocupações de partes interessadas, que são considerados
pertinentes e que devem ser observados na análise dos riscos;

(N) – Não existem registos de preocupações de partes interessadas.

COLUNA 8
Classificação do Risco
Em função do valor determinado para cada Risco e da aplicação dos filtros de
aceitabilidade, através da matriz da Tabela 6, o Risco é classificado como Aceitável ou
Não Aceitável e é definido o respetivo nível de prioridade para a definição de medidas
para o seu controlo.

Os riscos considerados Aceitáveis devem ser assinalados com um (X), os Não Aceitáveis
devem ser assinalados com (I), ou (II), na coluna 9.

COLUNA 9
31
Controlo Do Risco
Sempre que a avaliação do Risco determina um Risco Não Aceitável são propostas
medidas para ações de controlo do Risco com vista à sua eliminação e/ou minimização e
controlo.
O controlo de Risco é definido em função do nível de prioridade, sendo a prioridade
I a que requer ação imediata (ou com maior brevidade possível), sendo a sua resolução
prioritária relativamente á prioridade II. A prioridade III não requer qualquer medida, sendo
mantidos os controlos existentes. Todas as medidas de controlo devem ser assinaladas
na coluna 9, devendo ser inscritas (e desenvolvidas) no Programa de Gestão da SST –
IMP 02.

32
CAPÍTULO 04

4.1 CONCLUSÃO
O trabalho desenvolvido centrou-se na elaboração de uma metodologia
prática de Avaliação de riscos que fosse aplicável a obras de construção de
alvenarias de Tijolos cerâmicos furados em paredes simples e duplas.
Procurou-se abordar modelos de segurança e avaliação de riscos,
aplicáveis na gestão de riscos das organizações e verificar a sua aplicabilidade
nas atividades analisadas. Tratou-se de um estudo longitudinal, iniciado pelo
acompanhamento de uma obra, na pesquisa bibliográfica e finalmente na análise
de algumas metodologias de gestão e avaliação de riscos.

Foi possível concluir que as alvenarias são um componente de grande


importância na construção. Verificou-se ainda que o fraco controlo da execução
de panos de alvenaria afeta a segurança do projeto e da execução, o que não é
de todo bom para os respetivos empreendimentos. Os sistemas de IPACR
apresentados revelam-se uma mais valia após a análise dos riscos e da
segurança da obra. As atividades tem os seus pontos fortes e fracos e geram
diferentes riscos ao trabalhador, reforçando assim a necessidade e a importância
de um coordenador de segurança em obra e da estrutura de organização entre
todos os trabalhadores da obra.

33
4.2 BIBLIOGRAFIA
 Pro/GS/08 – Gestão e controlo de registos

 IMP S 04 – Registo de Identificação de Perigos de Avaliação e


Controlo de Riscos.

 IMP11 – Comunicação interna.


 IMP 02 – Programa de gestão de segurança e saúde do trabalho.
 IMP 14 – Protocolo de distribuição de documentos.
 NP 4397:2008
 Decreto-lei nº273/2003, de 29 de outubro
 Lei nº 102/2009, de 10 de setembro
 Lei nº 3/2014, de 28 de janeiro
 Decreto-Lei nº88/2015, de 28 de maio
 Material utilizado em sala de aula
 Pinto, Â. Metodologia da Fiscalização de Obras – Planos de Controlo
de Conformidade de Chaminés, Dissertação de Mestrado, FEUP, 2011
 Claro, C. Metodologia da Fiscalização de Obras – Planos de Controlo
de Conformidade de Estruturas Metálicas, Dissertação de Mestrado,
FEUP, 2009
 Peixoto, M. Metodologia da Fiscalização de Obras – Planos de Controlo
de Conformidade de Fachadas, Dissertação de Mestrado, FEUP, 2008
Oliveira, N. Metodologia da Fiscalização de Obras – Planos de Controlo
de Conformidade em
 Instalação de Pré-Esforço de Torres de Aerogeradores, Dissertação de
Mestrado, FEUP, 2010
 Alves, X. Metodologia da Fiscalização de Obras – Planos de Controlo
de Conformidade em Instalações Hidráulicas de Edifícios, Dissertação
de Mestrado, FEUP, 2010
 Cardoso, T. Metodologia da Fiscalização de Obras – Planos de
Controlo de Conformidade de Instalações de Redes de Gás,
Dissertação de Mestrado, FEUP, 2011
 Freitas, R. Metodologia dos Processos de Fiscalização – Redes
Públicas Hidráulicas, Dissertação de Mestrado, FEUP, 2009
34
 Rodrigues, J. Metodologia da Fiscalização de Obras – Revestimento
Exterior, Dissertação de Mestrado, FEUP, 2010
 Dantas, D. Metodologia dos Processos de Fiscalização –
Revestimentos Cerâmicos, Dissertação de Mestrado, FEUP, 2009
 http://www.civil.ist.utl.pt/~joaof/tc-
cor/18%20Execucao_%20paredes%20alvenaria%20tijolo%20e%20bloc
os%20-%20COR. Pdf

35

Você também pode gostar