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MAYANTE – 09-11-59
Salve Deus!
Naquela tarde, mais do que nunca, um misto de
sonho e de realidade, uma coisa esquisita, parecia
comprimir-se na minha cabeça.
Saí caminhando, fui até o meu tronco no pique
da serra. Visitei todos do pequeno grupo.
Comecei a pensar que aquela coisa estranha
fosse um aviso, uma mensagem, que alguém do além
me tivesse avisando.
Sim, realmente era uma mensagem. Mais do que
uma mensagem, recebi MAYANTE, o rico mantra de
abertura, que tanto se afirmou em todo o meu ser,
fazendo-me encontrar comigo mesma, harmonizando
o meu SOL INTERIOR.
Porém, não ficou somente nesta tarde. Dali parti e fui decidir, com amor, a
minha vida, no quadro sentimental emocional. A partir dali, fui, fisicamente,
seguindo o meu destino e fui, decidida, na continuação do meu sacerdócio e de
minha missão.
Era 9 de novembro de 1959.
III IV
Salve tu, senhora alteza, E quando por lá
chegar,
Penhor da esperança! No Quartel Universal,
Tu vens do Cristo, Tu, festivamente ,
nos receberás,
E o Cristo emanas, Flutuante e singular!
Quem aos teus pés jurar Firme a proteção
que tu vais nos dar
Jamais arrepender-se-á! Na força da tua
espada que traz,
Usá-la-ei para o
bem, sem vacilar,
Cuidarei do alvo
lírio, sem manchas!
Tu és, mãe querida,
a bandeira universal!
I II
Senhor Deus, quero louvar-Te! Sou um pobre
presunçoso.
Novamente, quero afirmar-Te! Não compreendo
Tuas leis, sou preguiçoso
O que Tu és, e o que Te vai... Comodamente, a
fazer-Te preces.
É tão grande Tua nobreza, Pensei servir-Te
sem danos
Que sinto minha alma presa. E ser poeta... De
que valeu,
Vem, meu bom Deus, vem me soltar. Se tudo que
olhamos
Não vens? Bem sei. Perdoa-me! tem um dedo Teu!...
III IV
És Divinal Poeta, Senhor Deus! Tu és luz, força e
luar...
És artista divinal, Foste Tu que destes voz
ao vento,
Desta aquarela que nos destes. Que em doce prece
retira
Inteligência suprema Da Terra todo
tormento,
Que remove toda nossa ciência. É muito belo o Teu
ornamento.
V VI
Iluminaste, com bela luz, o firmamento, Nos devemos amar muito,
pois cobristes
As estações do tempo... De azul o mar de
ondas douradas...
E nos deslumbra o que fazes. E nesta habitação
tudo é tão perfeito,
Só Tu, meu Deus, tens a prima Podendo ser, então,
De controlá-las com rigor, Tu bens sabes! Verdadeiro parque
de oração.
VII VIII
E, no entanto, só há clamores e incompreensão E Tu? Aqui,
novamente, nos aquece,
Dos insaciáveis habitantes seus... Do nosso mal tudo
esquece,
Tens filhos, Ó! bom Deus, Nos vibra amor,
Que parecem achar pouco Com Teu Sol, com
Teu calor...
Toda essa riqueza colosso Tu, só Tu, bem
podes fazer,
Que Tu, perfeição, Como fizeste, este
planeta de amor.
Para a nossa redenção nos destes. Querias nos ver
felizes
Tudo pronto, nada esquecestes, E nos ver pagar
velhos débitos com pudor.
Sempre nos levas e nos trazes... Débitos esses que o
nosso
É o pecado que nos faz voltar. Livre arbítrio
conscientemente provocou...
IX X
Daquela alma nobre que Tu, ao nos esculpir,entregastes, Que egoísta,
pensava eu,
Em grande parte vem, de queda em queda, Que pobre poeta
pensava
Não mais respeitam a Tua dor. Que apenas a prece
bastava...
Por ser a voz de um Pai Amantíssimo, Recitava belas
preces,
Muitos de Ti perderam o temor. Sem a mínima
perturbação
Em parte não Te conhecem, Que importa a mim
Os que conhecem, são preguiçosos, como eu, Se falta ao meu
irmão
Que, pobre poeta, pensava A prece do poeta, o
Teu nome
Apenas a prece bastava E a compreensão?
Para o sustento do meu pão... Que perecessem
todos?
XI XII
Para mim nada havia, senão Ó! Deus meu!
Uma maneira elegante Amantíssimo Pai!
Em uma conversação, O que eu fiz?
De acusar a queda ou a derrota, Eu aqui julguei,
Daquele meu pobre irmão Como se eu fosse
juiz...
XIII XIV
Deste-me, por clemência, O artigo implacável,
bem sei:
Esta existência, Na reação de causa
e efeito.
E eu quase a perdi. Se bati, apanhei.
Ainda temo, mesmo confiando firmemente em Teu amor. É justo. Errei.
Temo... Não fui trabalhador. Se desonrei,
Agora, que compreendo Tua Lei, É justo eu ser
repudiado.
Sinto-me imerso pelo que perdi. Se roubei, em breve
serei roubado.
Sinto a dor... Alivia-me, porém, Os nossos erros,
Senhor,
O que rege em Tua lei. Por Ti são
justamente cobrados...
XV XVI
Como pode ser tão perfeito Preferistes nos ver
amando,
Este universo feito, Unidos, como
irmãos,
Que Tua clemência ornamentou Nesta moradia bela,
Para nossa salvação, Sem nos fazer faltar
o pão.
Enfeitando este mundão Esta natureza
sublime
Para servir de maneira É um Evangelho
aberto,
Com a nossa compreensão... Que a inteligência
do homem,
E Tu, com boas maneiras, Com seus cálculos e
saber,
Não nos destes escravidão. Terminam, e eu sei
porquê!
XVII XVIII
Quando o alto quer saber Então, o poeta
renasceu
Olha, e vê o firmamento No Ser Supremo. Vê
descortina,
Se perturbar em um momento Porque só Tu, com o
teu controle,
Novas idéias lhe vêm manifestar. Podes fazer uma
bela
Começa o homem, então, a meditar Aurora raiar...
Com os elementos, começa a estudar. Deus, ó, bom Deus!
Depara com a verdade. Afinal, Quero viver debaixo
dos olhos Teus...
Tudo o que temos, Unir-me-ei, para
sempre
Vem do Teu original. Cumprindo as Tuas
Leis.
I II
III
Meu Deus! Como mudamos de roupagem... Sempre estou a prever futuros,
Sempre leio em linhas reais.
Já fui alteza e fui escrava indiana. O passado... Tenho tanta facilidade! Ao
descortinar-me a vida,
Porém, nunca deixei de ser Por que, então, não posso ver Em
vez, vedam-me os olhos, sorrindo,
A minha alma cigana O meu futuro na realidade?
Para não me amargurar, eu sei!...
IV V
VI
Por que o meu carma, cheio de dor? É uma dádiva de Deus
Depois, juram com fidelidade
Se o meu futuro pudesse ver!... O que os ciganos sempre vêem,
Nunca os limites exceder.
Lembro-me, então, meus irmãos E são levados às alturas É
melhor receber uma alcunha
Quantas coisas eu tenho a esconder... Para a magia aprender.
Que os outros enlouquecer...
VII VIII
Muitas ciganas limitam-se Sei apenas que
nos meus caminhos
A pequenos carmas mudar. Tem vales e
espinhorões,
Quem sabe, vendo o meu, Tem muitas
portas estreitas,
O poderia modificar? E, nas sombras,
às vezes, punhos!...
(Pelo espírito do GENERAL)
O SERTANEJO – MAIO-1960
I II
III
Lá se vai o sertanejo Carrega consigo o brasão
Deu a semente sadia
Montado em seu alazão Que Deus lhe entregou
Para que vá semear...
Com seu linguajar brejeiro, Toda a beleza formada
Deu o cavalo e o boi,
Ostentando em seu rincão. Daquele perfeito sertão.
Um lindo céu a brilhar!
É um verdadeiro rei!
Sertanejo protegido!
IV V
VI
O sol, o astro mais querido Trovas e versos a cantar
Não te lembras, em só dia,
Deus mandou te iluminar. Oh, sertanejo perverso
Que a paz, a riqueza,
À noite, descortinas as estrelas... Esquecestes do Criador?
A paisagem da natureza,
Surge, ao longe, a lua cheia, Não tens versos em louvor
São de Deus soberania?
Para o teu rancho pratear.. A quem, para ti, tudo formou?
Se és poeta brejeiro,
E tu, que nada receias,
Com tua viola, então,
Pega a viola e anseias...
Agradeça, faça versos
X XI
XII
Já quase a perder as forças, Fiquei ali, em um canto,
Tirou do bolso uma fruta,
Uma jangada parou. Vendo o pescador a pescar. E
ficou a contemplar.
E, jogando sua tarrafa, Já cansado, com seus peixes,
Depois, uma boa idéia lhe veio:
O pescador me apanhou. O pescador quis sonhar.
Da semente semear.
XIII XIV
XV
Aproveitando-se de mim O pescador já em terra,
Crescerá com ela um dia,
Para a semente guardar, Começou a recitar:
E o tronco será você!
Logo chegasse em terra Folhinha, esta semente
Colherei de você belos frutos
Eu lhe iria adubar... É você que vai cultivar...
Quando, por fim, renascer!
XVI XVII
XVIII
Finalmente, acordei, Outros troncos como eu, existem
Não, não queres saber!
Sentindo-me ainda a pesar Foi o que acabamos de ver
Comodamente esqueces,
A semente, a terra, o pescador Que depois de um outono triste
E só de paixão são os versos
E as águas verdes do mar... Reflorescem e irão viver...
Que saem do seu coração.
XIX XX
XXI
Como és endurecido!... Ah, preferes a tua ilusão!
Que de egoísmo e trevas
Não vês a evolução? Sertanejo, em teu rincão
São feitos teus corações!...
Com esta oportunidade, Eu vejo a civilização
Não desejas a verdade? Tão igual aos teus irmãos...
(Pelo espírito do GENERAL)
Salve Deus!
Despertei, e,
ao abrir os olhos,
achei-me sentada
sobre a relva, à
sombra da
frondosa árvore
onde,
evidentemente,
havia adormecido.
Comecei a
me lembrar que o
sol ainda brilhava
ao poente quando
me destinara a sair do corpo, ou melhor, quando uma força enorme me arrancava
do corpo, do meu corpo.
Sem tempo para analisar muito, vi duas lindas moças que chegaram e, sem
falar, tinham escrito nas roupas “Marta” e “Efigênia”. E, da maneira como eu ia
harmonizando-me, ia também, dando conta de onde estava.
Estava em outra dimensão, que não a minha. A iluminação era tão diferente,
e um pouco triste.
Pensei: Viver aqui seria realmente a morte!
- Neiva, - ouvi alguém dizer - a atmosfera material está roubando-te a paz. O
sol diminui a duração da vida, desde o nascimento até se pôr. O tempo é chamado
presente, passado e futuro. O que agora é presente, amanhã será passado; e o
que agora é futuro, amanhã será presente. Acaba o futuro do corpo que, aqui, não
pertence à categoria do presente, passado e futuro, e, sim, pertence à Eternidade.
Por conseguinte, não deves preocupar-te em como alcançar a plataforma da
Eternidade. Deves utilizar a consciência desenvolvida do ser humano, nas
proporções animais: comer, dormir, enfim, dando razão as coisas da Terra, que
normalizam o centro nervoso. O homem vive e se alimenta das coisas que Deus
criou.
E, respondendo a uma pergunta que pairava no meu pensamento, disse:
- O sexo é uma decorrência da criação da natureza dos homens.
- Graças a Deus, estou em outro mundo, e ouço tudo isso, pensei.
- Sim, sem os falsos preconceitos - rematou a voz.
Nisso, apareceram alguns casais em diversas sintonias. Lindos, lindos! É
difícil dizer as coisas que faziam. De repente, um clássico, conhecido, encheu de
alegria toda aquela paisagem.
Alguns dançavam, outros corriam para ser alcançados por seus namorados.
Deduzi: As almas gêmeas de André Luiz! Salve Deus! - pensava, já sem as
explicações daquela voz.
Contudo, não conseguia sair dali, remoendo, em minha cabeça: a minha
categoria é ainda do passado, presente e futuro... Enquanto estes, a sua categoria
é a Eternidade. Será um sonho tudo o que vejo? Será apenas um sonho?
- Não é sonho! - disse-me novamente a voz - Este é o mundo dos NAIADES!
Aqui sentimos o aroma da Terra.
Nisso uma jovem que estava dançando, caiu como que desmaiada.
- Meu Deus! – exclamei - Desmaiou...
- São vibrações da Terra! Esta moça tem sua alma gêmea segura em outra
dimensão, onde ainda há reparações. Temos sete dimensões até chegar ao Canal
Vermelho, que é o primeiro degrau celestial.
A música parou e todos foram em socorro da mulher. Pela primeira vez vi fios
dourados seguindo naquele horizonte. E agora?
A voz continuou:
- O felizardo, do outro lado se libertou.
- E para onde irá?
- Para outra dimensão, dando sempre continuidade à sua evolução.
- Que coincidência! - pensei.
- Não, Neiva, a vida não pára. Aqui o mundo vive a sua própria evolução.
Volte para o teu corpo, que já tem muito tempo que saístes.
Voltei. Já estava escuro. Algumas pessoas me perguntaram se eu estava
bem.
E essas viagens se amiudaram...
Salve Deus! Com carinho, a mãe em Cristo,
Salve Deus!
Até aquele momento eu era alguém de difícil entendimento para com os outros
e para comigo mesma. Talvez, pela dor provocada pelo drástico desenlace na
minha vida, meus tumultos não cessavam nunca. Sempre me sentia como um rio
que transborda do seu leito e vai extravasando, empurrando a margem,
derrubando as paisagens, profetizando desavenças, dúvidas e afirmando, também,
o Espírito da Verdade, porém, muito derrubando por terra, levando à dor pela visão
transtornada. Tudo que estava escrito, tudo que saia de mim, tinha esse tumulto
errado.
A minha insegurança ou falta de amor me fazia perigosa, indesejada, pelas
constantes revelações trágicas que faziam sofrer a mim e aos outros. Essa tristeza
revelava melancolia e essa coisa esquisita que se vinha comprimindo dentro de
minha mente atormentada, dizia, também, que já era tempo de mudar o caminho.
Resolvi, então, partir para o meu objetivo, sentir, realmente o canto que do céu
me chegava aos ouvidos. Obedeci meu pai Simiromba, rumei aos montes do
Tibete, onde ouvi o primeiro canto universal do velho incansável Humarran, mestre
querido, que no seu aposento em Lhassa, me deu o que eu jamais pensei em
receber: me ensinou a viagem para estar com ele, me ensinou o sentido comum
da vida fora da matéria. Em suma, tirou a seqüela que me fazia amaldiçoar a vida
obscura e dolorosa.
Era primeiro de janeiro de 1961!
PRECE DA CORRENTE BRANCA ORIENTAL DO UNIVERSO – 21-03-
61
JESUS!
TU QUE BAIXASTES NA TERRA, COMO BOM ENSINADOR DOS TEUS
IRMÃOS,
ENSINASTE-NOS O MAIS PURO E VERDADEIRO CAMINHO,
AQUECENDO-NOS DAS CHAMAS DO TEU IMENSO AMOR!...
COLOCASTES EM CADA CORAÇÃO UMA CANDEIA VIVA
EM QUE RESPLANDECEM AS TRÊS PALAVRAS
DO TEU DIVINO ENSINAMENTO: FÉ, HUMILDADE E CARIDADE!
DERRAMASTES O TEU BENDITO SANGUE PELO NOSSO AMOR;
ADMITISTES EM TEU CORPO AS CINCO CHAGAS TÃO DOLOROSAS;
BEBESTES, SEM NENHUMA RECUSA,
A TAÇA DE FEL TRAZIDA PELO PRÓPRIO PUNHO DE TEUS LEGÍTIMOS
IRMÃOS!...
CRUCIFICADO, SOBRE A TUA CRUZ DESPRENDESTE-TE DO CORPO E,
CORAJOSAMENTE,
DEIXASTES AQUELE MORRO DO CALVÁRIO, SUBISTES AOS CÉUS E
FOSTES TER COM DEUS!...
EXPLÍCITO DEIXASTES, JESUS DE AMOR, QUE O SOFRIMENTO E A
DOR
SÃO A PURIFICAÇÃO DOS NOSSOS ESPÍRITOS PARA A RENOVAÇÃO
DOS QUE AQUI PASSAM,
SABENDO ATRAVESSAR OS VALES DA INCOMPREENSÃO...
JESUS, SÃO ..... HORAS DA NOITE!... VENHO, HUMILDEMENTE,
PEDIR-TE A PERMISSÃO PARA MELHOR ME CONDUZIR NO TEU
EXÉRCITO ORIENTAL.
ESTA ESPADA DE LUZ ENCORAJA-ME; ESTE DEFUMADOR
EMBRIAGA-ME,
CONDUZINDO MEU ESPÍRITO À MESA REDONDA DA CORRENTE
BRANCA DO ORIENTE MAIOR!
Ó, DEUS, DE INFINITA BONDADE, COMO É BELO SENTIR-ME JUNTO A
TI!
E, EM DOCE PRECE, DIZER-TE: SENHOR, PROTEJA-ME, POR
PIEDADE!
ENTRELACE-ME, SENHOR, CADA VEZ MAIS, COM ESTA BENDITA
LINHA ORIENTAL!
COMPADECE-TE DESTES IRMÃOZINHOS QUE AINDA NÃO TE
CONHECEM...
DÊ-ME, SENHOR, A PAZ!
QUE AMANHÃ, AO LEVANTAR-ME, POSSA ME SENTIR
VERDADEIRAMENTE PROTEGIDO:
O MEU CORPO, A MINHA BOCA, OS MEUS OUVIDOS, OS MEUS
OLHOS...
QUE TUDO, ENFIM, SEJA EMANADO PELO TEU AMOR,
PARA QUE EU POSSA VENCER NA LUTA PELO MEU PÃO DE CADA
DIA,
SENTINDO QUE A PAZ DO SENHOR, POR TODA A PARTE, ME GUIA!
SALVE DEUS!
(Pelo Espírito do General – UESB)
I II
III
Ó, meu Deus!
Ante a Luz da Tua divina sabedoria, o que é santo desaparece dos meus
olhos!
À noite, as cadeias do erro e da ilusão cairão no oceano da Mente Superior.
Eleva-me a Ti e, em meus abismos, afundarão todos os meus pensamentos
inferiores.
De Tua sabedoria será sempre a minha Luz, e sem fim será minha gratidão...
Possa, ó, Jesus, a Luz do Teu Amor iluminar-me sempre,
Possa o fulgor do Teu Espírito em mim acender a Luz da sabedoria da Mente
Superior!
Ó, Sagrado Templo do Silêncio, que emana teus sublimes clarões servidores
que atuam no fogo e na água!...
I II
III
Outono! Onde tu, desta vez, Em um sanatório triste De tanto meditar,
um dia
Amigo, fostes me encontrar... Onde vivo a meditar Tive este
sonho afinal...
Mais arrasada que outrora, Vendo as leis da evolução Dos
meus sonhos, este o mais vivo.
Não me leves para o mar!... Fui, então, me conformar! Foi
mesmo um sonho real!
IV V
VI
Sonhei que era uma folha, Vendo que as minhas irmãs Rogava a
Deus todos os dias
De uma árvore frondosa e bela. Ficavam ali sobre o chão, Que me
desse outra sorte.
A árvore balançava as folhas, Preferi outro destino, Findar
no chã não queria...
E eu presa estava a ela. Pedi outra evolução. Desejava
outro tributo, outra morte!
VII VIII
IX
Veio, então, o triste outono, Não pensei na pobre árvore, O vento
levou-me às alturas,
Meu pobre dia chegou! Em nada que era meu... Depois
fui descendo para o mar...
O vento, como um tirano, Feliz, sem nada saber, Começou,
então, meu tormento.
Da árvore me carregou. Saí dali, dando adeus!... Passava
os dias a chorar.
X
Agora, sentia saudades
Do tronco e de minhas irmãs.
Então, chorava desesperada,
No mar, sem consolação!...
DÚVIDA – 23-05-65
I II
III IV
Vá, tédio!...
Meu Deus, como nos embrutece o corpo da matéria e como somos felizes e
compreensivos, mesmo nas poucas horas em que conseguimos nos libertar “dele”.
A mediunidade nos sacrifica, porque a nossa condição humana terrena vive
sempre acrisolada ao passado no corpo, nos exigindo suas funções normais, ao
passo que, fora dele, sentimos uma sensação tão maravilhosa de libertação que
chegamos mesmo a nos envaidecer. É preciso termos muita cautela, caso
contrário, é perigoso o complexo de superioridade, e por mais que tenhamos
humildade, vemos sempre os nossos irmãos como meras crianças. Por exemplo:
Parece que já tenho uns 80 anos de experiência, pelos conhecimentos adquiridos
com meus transportes em minhas madrugadas.
Apesar dos conhecimentos que já disponho, não tenho e não me foi confiado
qualquer privilégio em relação às minhas “funções” de encarnada. Passo
normalmente por todas as regularidades da carne, creio até que ainda estou muito
longe deste aperfeiçoamento. A pedido de MÃE YARA, vou deixar escrito tudo que
se passa nos meus trabalhos “madrugueiros”, e como jurei a nosso Senhor Jesus
Cristo os meus olhos, direi tudo ao bem da verdade. Apesar de inúmeros
desdobramento, vou começar por este último.
Dia 20 de junho, o meu espírito estava conturbado por diversas coisas que
eu não estava sabendo assimilar. Já eram três horas da madrugada e eu não
conseguia liberta-me dos meus pensamentos, estava acrisolada pelas terríveis
forças negativas que eu mesma havia atraído. Já estava atrasada para assumir
meus compromissos na minha “deliciosa” CABALA onde me dedico ao bem dos
meus irmãos. Foi necessário utilizar os meus últimos recursos mediúnicos, e por
fim, libertei-me. Graças a Deus, porque fora do corpo, embriagava-me das coisas
que amo. Que delícia!!! Experimentava agora, depois de tanta perturbação, a feliz
libertação. Bem consciente, fui cada vez mais penetrando em tudo quanto não me
é permitido no corpo da carne, já estava para perder o senso da responsabilidade,
quando ouvi a voz severa de minha mentora que dizia:
- Minha filha, és senhora das tuas faculdades mediúnicas, porém, és escrava
da missão que assumistes perante Deus e os homens da Terra. Não te iluda com
esta libertação passageira, como, também, são passageiras estas tuas
perturbações. Vamos, disse: Irma já te espera.
Parti dali sem fazer qualquer objeção, apesar de ficar meio saudosa. É
verdade, IRMA a cigana, já estava à minha espera. Começamos o nosso RITUAL,
IRMA e GERMANO, o GÊNIO, como nós o chamávamos. Defumou a minha manta
e a atirou nos meus ombros, como de costume. Preparada, comecei nos PONTOS
CABALÍSTICOS COM AS ESTRELAS. Depois, FORÇA MAGNÉTICA, onde
distribuímos o ectoplasma... O GÊNIO vai ditando o nome dos irmãos necessitados
(nome e idade)... De tudo, o que eu mais gosto é do JOGO das estrelas com o
TOPÁZIO. Por ele vejo o desenrolar de carmas de criaturas tão amadas, e sobre o
reflexo que me ilumina este rico JOGO, muitas vezes, belas coisas consigo. É
deslumbrante, é maravilhoso bailar sobre o reflexo deste JOGO. Depois voltei ao
FOGO SAGRADO, e lá “arrematei” como sempre:
- Senhor! Neste instante, e por todos
instantes da minha vida, respeito e respeitarei
as Leis do meu Pai que está nos Céus. Tudo
me vem do Reino de Deus que está dentro de
mim, preciso e abaterei as trevas, nada resiste
ao poder dinâmico. Escuto a voz do silêncio e
nenhuma escuridão é demasiada para a luz do
Divino. Sou abençoada pelo Senhor que habita
em mim. Pelo pensamento, neste instante, vou
controlar minhas forças mentais e vitais.
Nenhum pensamento negativo poderá entrar
em minha mente. O Altíssimo tem seu Templo
em meu íntimo. Nada resiste ao poder dinâmico
do meu espírito! Tenho absoluta Fé de que
tenho o poder de fazer o que, em nome do meu
Senhor, eu quiser. O amor e a chama branca da
vida residem em mim. E, com a bendita estrela
de Davi, jamais me esquecerei do poderoso
poder sobre o Jeová Negro, que é este poder mediúnico que me incendeia nos
olhos, na boca, nos ouvidos, e enfim, no fundo da minha alma. Lavas benditas
desta fogueira Sagrada, queima as impurezas e abre os caminhos destes entes
amados que foram chamados pelo gênio, filho de Sabá. Prepara-os, compromete-
me na maneira do possível, na Corrente Mestra do Astral, para que ao voltarem
aos carreiros terrestres, levem individualmente seus equipamentos de vibração. E,
pela luz dos meus olhos eu os conduzirei e saberei encaminhá-los ao bem da
Justiça do meu Pai que está nos Céus. Agora e sempre, Lavas Benditas, emanem
o meu corpo para que eu possa sempre sem medo, dominar à noite do “Jeová
Negro”, com estas rédeas que me confiastes. E, na Alvorada do Divino, seja eu
iluminada, meus olhos, minha boca e toda a minha alma cigana.
Com Carinho, a Mãe em Cristo,