1) Foucault argumenta que ainda estamos sujeitos à repressão sexual herdada da era vitoriana, onde a sexualidade foi reduzida à reprodução e o prazer foi proibido.
2) Apesar das concessões à sexualidade ilegítima em prostíbulos, fora desses locais o sexo era interditado, inexistente e silenciado.
3) A libertação da repressão sexual requer rupturas drásticas como transgredir leis, cessar interdições e desvelar discursos, uma vez que a repressão se sustenta no poder.
Descrição original:
Sobre a repressão sexual na era vitoriana segundo a "História da Sexualidade: a vontade de saber" I de Michel Foucault.
1) Foucault argumenta que ainda estamos sujeitos à repressão sexual herdada da era vitoriana, onde a sexualidade foi reduzida à reprodução e o prazer foi proibido.
2) Apesar das concessões à sexualidade ilegítima em prostíbulos, fora desses locais o sexo era interditado, inexistente e silenciado.
3) A libertação da repressão sexual requer rupturas drásticas como transgredir leis, cessar interdições e desvelar discursos, uma vez que a repressão se sustenta no poder.
1) Foucault argumenta que ainda estamos sujeitos à repressão sexual herdada da era vitoriana, onde a sexualidade foi reduzida à reprodução e o prazer foi proibido.
2) Apesar das concessões à sexualidade ilegítima em prostíbulos, fora desses locais o sexo era interditado, inexistente e silenciado.
3) A libertação da repressão sexual requer rupturas drásticas como transgredir leis, cessar interdições e desvelar discursos, uma vez que a repressão se sustenta no poder.
Epistemologia III Prof.: José Maria Arruda Aluno: Sandro Mira Toledo
A repressão sexual segundo Foucault
Nós, segundo Michel Foucault, ainda nos sujeitamos às amarras do
puritanismo herdado do regime vitoriano. A nossa sexualidade está encarcerada e confiscada como uma herança da família conjugal burguesa vitoriana. As relações sexuais foram reduzidas a uma monótona função reprodutiva. O moralismo pudico do século XIX ainda impera em nossas vidas, ditando normas e calando a sexualidade. O sexo foi enclausurado no quarto dos pais e restringido a um propósito utilitarista de procriação. Fora disso, o nosso corpo foi obrigado a se esconder e as nossas palavras a serem polidas ou até mesmo silenciadas. “O que não é regulado para a geração ou por ela transfigurado não possui eira, nem beira, nem lei. Nem verbo também” (FOUCAULT, 1984, p. 10). Tudo aquilo que fugisse das regras de reprodução não seria mais digno de ser feito e de ser dito. A nossa sexualidade foi reprimida pelos valores burgueses. O prazer carnal foi interditado. Nós fomos condenados ao desaparecimento. A nossa existência foi negada. No entanto, a moral hipócrita burguesa fez suas concessões às sexualidades ilegítimas. Tais práticas foram marginalizadas pelas sociedades e encarceradas, mediante a lógica do lucro, em lugares determinados, como prostíbulos e casas de saúde. Apenas nesses locais, o sexo selvagem ainda poderia ter alguma voz, ainda que codificada e por um alto preço. “Fora desses lugares, o puritanismo moderno teria imposto seu tríplice decreto de interdição, inexistência e mutismo” (FOUCAULT, 1984, p. 10). Foucault ressalta que as investidas pela libertação da crescente repressão sexual dos últimos séculos foram muito parcas. Um exemplo foi encabeçado por Freud, porém sem grandes êxitos, pois sua psicanálise não obteve mais do que um “murmúrio lucrativo em cima de um leito” (FOUCAULT, 1984, p. 11). E, segundo o filósofo francês, o resultado não poderia ser muito distinto, tendo em vista que a repressão é, desde a época clássica, um elo fundamental entre poder, conhecimento e sexualidade. Desse modo, a libertação da repressão sexual pressupõe rupturas mais drásticas. É necessário transgredir as leis, cessar as interdições e desvelar o discurso. É imprescindível recuperar o prazer e confrontar os mecanismos de poder. O discurso acerca da repressão sexual ainda se sustenta devido à coincidência entre a sua estirpe e o surgimento do capitalismo. A repressão sexual instituiu-se como um elo fundamental do desenvolvimento da ordem burguesa. Tal rigorosa repressão deve-se à incompatibilidade entre o sexo e a força de trabalho, já que os prazeres sexuais entorpecem a produtividade. Na era da hipócrita burguesia negocista, cujo discurso transformou a verdade e o futuro do sexo, irrompeu-se uma relação repressiva entre o poder e o sexo como em nenhum outro momento da história. A sexualidade foi interditada e trancafiada numa função meramente reprodutiva. Os diversos discursos e práticas sexuais foram condenados a uma condição de culpa e vergonha. Qualquer oposição às regras da nova ordem é rotulada como subversiva e devidamente punida.
Bibliografia
FOUCAULT, M. A história da sexualidade: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Ed.