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Esta desaceleração me parece outro sinal de que a economia mundial (ou pelo menos as
economias capitalistas avançadas) se deparam com uma depressão. Também demonstra
que o capitalismo mundial não é capaz de um crescimento dinâmico (veja meu texto
Crise ou colapso, no original, ¿Crisis o colapso?).
O crescimento real do PIB pode ser considerado resultado de dois fatores: o crescimento
do emprego. O primeiro mostra a mudança no novo valor agregado pelo trabalhador
empregado regular, e o segundo mostra o número de empregados adicionais – ou seja,
aqueles que são contratados para eventualmente cobrir os empregados regulares. O
ponto de vista neoclássico majoritário é que estes componentes são independentes um
dos outros e são exógenos à economia. Os avanços tecnológicos e o crescimento da
população seriam variáveis independentes aos processos do modo de produção
capitalista.
Isso leva a uma crise de rentabilidade que pode ser resolvida somente mediante uma
crise e a desvalorização do capital existente empregado, com a finalidade de reiniciar o
processo de acumulação e de crescimento de novo.
A economia neoclássica gosta de usar uma forma mais sofisticada para medir a
produtividade, chamada produtividade total dos fatores. Mede-se, assim, não somente a
produtividade da mão de obra empregada, mas também a produtividade conquistada
pelas inovações. Na realidade, é somente um valor resultante da diferença entre o
crescimento do PIB real e dos insumos da produtividade da mão de obra e do “capital”.
Portanto, na realidade, é um quadro bastante falso. Mas usando a produtividade total
dos fatores para aquilo que diz medir, o grupo estima que o índice tenha caído para algo
menor do que zero na economia mundial em 2013, o que indica “estancamento na
alocação eficiente e na utilização ótima dos recursos”.
(*) Michael Roberts é um reconhecido economista marxista britânico que trabalhou por
30 anos na City londinense como analista econômico e publica no blog “The Next
Recession”.