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Etnoictiolog

de pescadores artesan
da comunidade Suruc
(reserva extrativi
Tapajós-Arapiu
gia
nais Etnoictiologia
de pescadores artesanais da
cuácomunidade Surucuá (reserva
istaextrativista Tapajós-Arapiuns)
uns)
J O S E L E T R I N D A D E D A S I LVA
Universidade Federal do Oeste do Pará

TONY M AR COS PORTO BRAGA


Universidade Federal do Oeste do Pará
Silva, J. T. da | Braga, T. M. P.

ETNOICTIOLOGIA DE PESCADORES ARTESANAIS DA CO-


MUNIDADE SURUCUÁ (RESERVA EXTRATIVISTA TAPAJÓS-
-ARAPIUNS)
Resumo
Este estudo teve por objetivo descrever o conhecimento local dos
pescadores artesanais da comunidade de Surucuá (Reserva Extra-
tivista Tapajós-Arapiuns) sobre aspectos das interações tróficas
entre os peixes, o uso de hábitats voltados para alimentação ou
reprodução e suas relações com atividade pesqueira. Os resulta-
dos foram condizentes com a literatura científica e revelaram um
saber detalhado sobre as estratégias de sobrevivência das prin-
cipais espécies no ambiente, permitindo aperfeiçoar a captura
dos peixes. Por fim, destaca-se um melhor aproveitamento destes
conhecimentos que podem ser utilizados como ferramentas par-
ticipativas de pesquisa e na elaboração de regras de gestão dos
recursos pesqueiros nesta área.
Palavras-Chave: Áreas protegidas, conhecimento ecológico local,
recursos pesqueiros.

ETHNOICTIOLOGY OF ARTISANAL FISHERMEN FROM THE


COMMUNITY OF SURUCUÁ (TAPAJÓS-ARAPIUNS EXTRAC-
TIVE RESERVE)
Abstract
This study aimed to describe the local knowledge of artisanal fi-
shermen from the community of Surucuá (Tapajós-Arapiuns Ex-
tractive Reserve) on aspects of the trophic interactions between
fish, the use of habitats aimed at feeding or reproduction and
their relationship with fishing activity. The results were consis-
tent with scientific literature and revealed a detailed knowledge
of the survival strategies of the main species in the environment,
enabling the improvement of fish capture. Finnaly, we highlight a
better use of these knowledge which can be used as participative
research tools and in the elaboration of rules for managing fishe-
ries resources in this area.
Keywords: Protected areas, local ecological knowledge, fishing
resources.

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Etnoictiologia de pescadores artesanais da comunidade Surucuá (Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns)

ETNOICTIOLOGIA DE PESCADORES ARTESANALES DE LA


COMUNIDAD DE SURUCUÁ (RESERVA EXTRACTIVA TAPA-
JÓS-ARAPIUNS)
Resumen
Este estudio tuvo por objetivo describir el conocimiento local de
los pescadores artesanales de la comunidad de Surucuá (Reserva
Extractiva Tapajós-Arapiuns) sobre aspectos de las interacciones
tróficas entre los peces, el uso de hábitats volcados para la alimen-
tación y reproducción y sus relaciones con la actividad pesquera.
Los resultados coinciden con la literatura científica y revelan un
saber detallado sobre las estrategias de sobrevivencia de las princi-
pales especies en el ambiente, permitiendo perfeccionar la captura
de los peces. Por fin, se destaca un mejor aprovechamiento de
estos conocimientos que pueden ser utilizados como herramien-
tas participativas de investigación y en la elaboración de reglas de
gestión de los recursos pesqueros en esta área.
Palabras clave: Áreas protegidas, conocimiento ecológico local,
recursos pesqueros.

Josele Trindade da Silva1


josele.trinhup@gmail.com

Tony Marcos Porto Braga2


tony.braga@gmail.com

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Silva, J. T. da | Braga, T. M. P.

INTRODUÇÃO Segundo Seixas & Berkes (2003) o


conhecimento tradicional dos pes-
O conhecimento tradicional se refere
cadores pode complementar o saber
a um conhecimento singular e local
científico e diminuir as atuais defici-
que existe dentro das condições espe-
ências no entendimento da relação
cificas de mulheres e homens de uma
entre as atividades humanas e o uso
área geográfica particular e que se de-
dos ambientes aquáticos, dos quais
senvolveu ao redor dela. Estes sistemas
servem como cenário que envolve os
de conhecimentos são acumulativos e
saberes da pesca, os quais são essen-
representam gerações de experiências,
ciais e inerentes ao desenvolvimento
observação cuidadosa e experimenta-
do ritual das pescarias (Moraes &
ção constante (Grenier 1999; Diegues
Reis 2009:1).
& Arruda 2001). Esse conhecimen-
to tem sido estudado com diversas Nas últimas décadas, o surgimento
abordagens, geralmente mostrando a de trabalhos que demonstram a inte-
maneira como os povos locais criam gração da pesquisa acadêmica com o
seus próprios sistemas de classificação conhecimento tradicional tem se tor-
dos recursos naturais, como usam e se nado mais evidente e considerados
apropriam destes recursos através de para o manejo e estratégias de con-
técnicas próprias de manejo, seja por servação em várias regiões do mundo
meio de seus conhecimentos, percep- (Gelcich et al. 2008; Pieve et al. 2009;
ções ou até mesmo de crenças (Johan- Ramirez et al. 2012; Braga & Rebelo
nes 1989; Berlin 1992; Marques 1995; 2014; 2015).
Mourão & Nordi 2003). Alguns trabalhos abordando as etno-
Nesta temática, diversos trabalhos ciências na Amazônia já foram reali-
já demonstraram que os pescadores zados (Batista & Lima 2010; Braga &
apresentam um conjunto de conhe- Rebelo 2014, 2015). No entanto, para
cimentos empíricos relacionados ao a região do baixo rio Tapajós este tipo
comportamento alimentar e repro- de trabalho ainda é inexistente, existin-
dutivo, nomenclatura popular (etno- do apenas trabalhos descritivos sobre
taxonomia) de peixes e a ecologia da os ambientes de pesca, ictiofauna local
fauna aquática, gerando informações e a atividade pesqueira (Hallwass 2015;
que podem auxiliar no manejo, na Silva & Braga 2016). Nesse sentido, o
conservação e na utilização sustentá- objetivo da pesquisa foi descrever o
vel dos recursos pesqueiros (Marques conhecimento local que os pescadores
1991; Warner 1997; Costa-Neto & artesanais da comunidade de Surucuá
Marques 2000a; Silvano 2001; Begossi (Resex Tapajós-Arapiuns) possuem so-
et al. 2006; Barros & Ribeiro 2005; Ka- bre aspectos da ecologia, do compor-
likoski et al. 2006; Clauzet 2009; Lopes tamento reprodutivo dos peixes e suas
et al. 2010; Brito 2012; Hallwass 2015; relações com a atividade pesqueira e
Silva & Braga 2016; Braga & Rebelo descrever os sistemas de classificação
2014, 2015). das etnoespécies empregados na área.

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Etnoictiologia de pescadores artesanais da comunidade Surucuá (Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns)

MATERIAL E MÉTODOS das 02º 53 ’08.7’’/ W 55º 10’ 58.1’’),


distante em linha reta de aproximada-
Área de Estudo mente 69,7km da sede do município de
A comunidade de Surucuá se encontra Santarém (Figura 1). Esta comunidade
na margem esquerda do Rio Tapajós possui 98 famílias e 408 moradores se-
dentro da Reserva Extrativista TAPA- gundo o agente comunitário de Saúde
JÓS-ARAPIUNS, possui as coordena- local.

Figura 1. Mapa da localização da comunidade de Surucuá. Fonte: Silva & Braga, 2016.

COLETA DE DADOS tionário do tipo semiestruturado, por


apresentar possibilidades e abertura
Em agosto de 2014, este estudo rece-
para que, em sua aplicação, possa ce-
beu autorização Nº 45663-1 do Siste-
der espaço para novos questionamen-
ma de Autorização e Informação em
tos se o pesquisador sentir tal neces-
Biodiversidade - SISBIO através do
Instituto Chico Mendes de Conserva- sidade (Neto 2002). Elas seguiram um
ção da Biodiversidade – ICMBio, para roteiro padrão, no intuito de assegurar
realização da pesquisa na comunidade o máximo de informações a respeito
de Surucuá. O projeto foi submetido de conhecimentos sobre os ambientes,
ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sobre o comportamento dos peixes e
através da plataforma Brasil, do Mi- o cotidiano dos pescadores da comu-
nistério da Saúde e em abril de 2014 nidade.
recebeu parecer favorável e licença Em um primeiro instante foi feito con-
612.831. tato com o presidente da comunidade,
A principal técnica para coleta de da- sendo este representante dos morado-
dos utilizada na pesquisa foi a entrevis- res local com intuito de criar estratégias
ta. Para isso fez-se o uso de um ques- que facilitassem o acesso e o diálogo

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junto ao grupo de pescadores. A partir Access. As informações obtidas tam-


desse momento fez-se uso do método bém foram trabalhadas através de uma
denominado por “Snowball” (Bailey abordagem emicista/eticista, através
1982) que consiste em entrevistar os da cognição comparada proposta por
comunitários que possuíssem contato Marques (1991), em que os conheci-
direto com a atividade pesqueira e ao mentos tradicionais foram compara-
final de cada entrevista era solicitado dos com trechos da literatura científica
ao informante que indicasse um ou corrente, referentes ao bloco de infor-
mais pescadores que tivessem a pesca mação citada (Costa-Neto & Marques
como uma das principais atividades. As 2000b).
entrevistas foram realizadas periodica-
Os dados foram organizados em ca-
mente, ou seja, durante as variações sa-
tegorias descritivas (média, desvio pa-
zonais (vazante, seca, enchente e cheia)
drão, frequência de ocorrência, tabelas
do rio Tapajós nesta região. As pró-
e gráficos) ordenando-os e classifican-
prias citações dos pescadores também
foram usadas durante as entrevistas do-os para torná-los de fácil enten-
acerca do comportamento de peixes da dimento e a interpretação envolveu
região para auxiliar o entendimento na a atribuição de significado à análise,
obtenção de informações (Barboza & compreendendo os padrões encontra-
Pezzuti 2011). dos e procurando relacioná-los entre
as dimensões descritivas (González et
Para complementar a coleta de dados al. 2006). A classificação científica dos
se fez uso de técnicas de observação peixes foi feita com auxílio de publica-
direta (Brito 2012) e para isso foi usa- ções especializadas em peixes da região
do diário de campo, em que foram
que trazem chaves de identificação
anotadas informações resultantes de
(Ferreira et al. 1998; Santos et al. 2006;
excussões realizadas e também das
Queiroz et al. 2013) e o auxílio de pro-
conversas informais (Viertler 2002).
fissionais em identificações de peixes
Para localização dos ambientes onde
do Instituto de Ciências e Tecnologia
os recursos são explorados foi usada a
das Águas da Universidade Federal do
técnica da realização de travessias pela
Oeste do Pará.
área de estudo, como descrito em Bra-
ga & Rebêlo (2015), na qual um mora-
dor local foi utilizado como guia, com
RESULTADOS E DISCUSSÕES
intuito de facilitar o acesso e obter uma
melhor descrição.
Caracterização dos entrevistados e
suas atividades de subsistência
ARMAZENAMENTO, PROCESSA-
No período de Setembro de 2014 a
MENTO E ANÁLISES DOS DADOS
julho de 2015, foram realizadas 34
As informações coletadas foram frag- entrevistas com 14 pescadores da co-
mentadas e digitalizadas em um ban- munidade estudada, sendo estes os
co de dados relacionais na plataforma indicados por seus pares por serem

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Etnoictiologia de pescadores artesanais da comunidade Surucuá (Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns)

considerados os mais experientes e es- po. Esse comportamento é similar ao


pecialistas em pesca. O grupo de entre- que foi observado em Surucuá.
vistados foi composto de 13 homens e Souza (2004) ao estudar o conheci-
1 mulher, os quais possuíam em média mento caiçara de pescadores artesanais
44,85 (± 11,26) anos de idade e inicia- e esportivos no Vale do Ribeira no sul
ram seus trabalhos na pesca com uma do Estado de São Paulo descreve que o
idade média de 11,28 (± 2,99) anos e extrativismo naquela região é voltado
desenvolvem a atividade de pesca há para a coleta de crustáceos e moluscos
pelo menos 32,57 (±11,89) anos. em estuários, mar e restingas, devido as
Os pescadores e suas famílias divi- características litorâneas, mas que em
dem seu tempo entre a atividade de terra realizam a lavoura e onde há uma
pesca com outras atividades, como a grande variedade de árvores, arbustos,
agricultura, turismo, a caça, criação flores, cipós e frutas, são usados para
de animais de pequeno porte, elabo- fabricar instrumentos de pesca e ar-
ração de artesanatos, produção de tesanatos tanto para o uso doméstico
hortaliças e o extrativismo vegetal. quanto comercial. Em Surucuá não é
Entre tantas atividades a agricultura diferente, pois as atividades extrativis-
é tida como uma das principais, sen- tas também dependem do ambiente,
do desenvolvida de forma intensa e época do ano e do conhecimento que
contínua, tendo como principal pro- os pescadores possuem dos recursos
duto cultivado a mandioca (Manihot naturais locais.
esculenta), a qual é usada na fabricação Adams et al. (2005) em estudo com
da farinha, produto de grande po- ribeirinhos de Aracampina e São Be-
tencial econômico, sendo comercia- nedito, ambas localizadas na Ilha do
lizado dentro e fora da comunidade. Ituqui, Santarém-PA, descrevem que a
Mas é principalmente por fazer par- alimentação destas comunidades é ca-
te das refeições destas famílias que racterizada basicamente pelo binômio
este produto ganha destaque social peixe e mandioca (principais fontes
e econômico. Em Surucuá, a farinha proteica e calórica, respectivamente) e
faz parte da alimentação, sendo esta Surucuá não foge à regra deste binô-
indispensável em qualquer refeição, mio uma vez que possui no peixe e na
principalmente quando tem peixe, farinha sua principal fonte de alimenta-
pois como muitos dizem, “se não ti- ção. Para Murrieta (2001), o papel da
ver farinha, não tem graça e não dá mandioca e derivados, especificamente
pra encher a barriga”. Brandão & a farinha na dieta dos habitantes da ilha
Silva (2008) realizaram um estudo do Ituqui (Baixo Amazonas), vai além
com pescadores artesanais da Flores- do que o “alimento de emergência”
ta Nacional do Amapá e verificaram ou a “fonte segura de calorias”, é um
que estes dividiam seu tempo com gosto adquirido, e que está conectado
outras atividades, sendo a produção intimamente às rotinas da vida cotidia-
da farinha de mandioca aquela em na, às regularidades dos ciclos sociais e
que dedicavam a maior parte do tem- ecológicos, e a dando certo sentido ao

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lugar. Neste caso, podemos considerar que deve ser preservado, revelando a
que a farinha de mandioca na vida dos existência de um complexo de conhe-
moradores da comunidade de Surucuá, cimentos adquiridos pela tradição her-
agrega não só uma importância alimen- dada dos mais velhos e que possibilita
tar, mas um valor cultural que define o a manutenção e o uso sustentado dos
modo de vida dessas populações estrei- ecossistemas naturais.
tamente associada com a natureza.

CONHECIMENTO ECOLÓGICO LO-


CAL (CEL) VOLTADO PARA ATIVI-
DADE DE PESCA
Quando os questionamos sobre a ob-
tenção dos ensinamentos para exer-
cer a atividade pesqueira, a presença
masculina, principalmente a paterna,
destacou-se em relação às demais, sen- Figura 2. Responsáveis pelo ensinamento
da pesca.
do 57% do total (Figura 2) demons-
trando que a pesca nesta região é uma Em trabalho realizado por Silva &
atividade praticada principalmente por Braga (2016), na mesma comunidade,
homens. Situação semelhante já foi ob- os autores descrevem a opinião dos
servada em outros locais, como no mu- pescadores de que tanto em relação
nicípio de Barcelos-AM no rio Negro e à quantidade quanto ao tamanho do
em Manacapuru-AM no rio Solimões, pescado, houve uma diminuição e que
onde a pesca foi identificada como a o principal fator para essas mudanças
principal atividade masculina (Silva & seria o aumento do número de pesca-
Begossi 2004; Braga et al. 2007). No dores na região. Outro ponto que nos
entanto, apesar de ser uma atividade chamou a atenção é a de que os entre-
mais praticada pelo sexo masculino, vistados percebem essas mudanças e
dentre os indicados como os experien- elas são mais bem descritas pelos pes-
tes na pesca em Surucuá, uma mulher cadores que possuíam, no mínimo, 20
foi citada como tendo bastante expe- anos de experiência na pesca. Um deles
riência, principalmente por ser uma chegou a relatar que “peixes grandes
das pessoas que mora a mais tempo que se pegava antes, hoje não tem mais
na comunidade e seu aprendizado deu- e que agora estão menores”.
-se com sua mãe que também pescava. Peixes como o tambaqui (Colossoma ma-
Diegues e Arruda (2001) comentam cropomum), na visão dos entrevistados,
sobre essa transmissão de conheci- não havia em quantidades elevadas,
mento e do aumento considerável de mas sua captura era mais frequente, as-
sua importância, atribuindo-lhe a partir sim como o tamanho dos peixes captu-
de suas práticas, não só um valor eco- rados eram bem maiores e nos últimos
lógico, mas também um valor cultural anos ele praticamente desapareceu da

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Etnoictiologia de pescadores artesanais da comunidade Surucuá (Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns)

região em estudo, como relata outro de que ainda são presentes na região,
pescador: “o tambaqui já não era mui- porém, a cada ano tornam-se escas-
to, agora que não tem mais nada mes- sos e difíceis de serem capturados. Os
mo”. Outro peixe que é lembrado pelos pescadores ainda afirmaram que es-
pescadores por ter tido uma redução pécies de bagres (Pimelodidae), como
na quantidade foi o pirarucu (Arapaima dourada (Brachyplatystoma rousseauxii)
gigas), pois, segundo os pescadores, esta e filhote (Brachyplatystoma filamentosum)
espécie era frequente em alguns lagos vêm diminuindo ao longo do tempo,
da comunidade e atualmente é muito tanto na quantidade quanto no tama-
difícil encontrá-lo. Segundo um dos nho, mas que ainda são frequentes na
pescadores, existe próximo da comu- região, principalmente “quando o rio tá
nidade um Lago denominado de Sarí, enchendo”, revelando que a presença
onde ainda é possível encontrá-lo, mas destes bagres migradores para esta re-
que devido a distância e a existência de gião está relacionada com o período de
aningais (Araceae) sua captura é extre- enchente (Barthem & Goulding 1997,
mamente difícil. O aningal é um tipo 2007; Alonso 2002) do rio Tapajós,
especial de mata ciliar, composta por oportunidade em que os pescadores
plantas densas conhecidas por aningas identificam cardumes passando com
que podem atingir mais de 2m e são mais frequência pelo canal principal do
consideradas área de preservação am- rio.
biental permanente (Costa et al. 2012). Hallwass (2015) em trabalho realizado
Frequentar lugares como estes pode com comunidades de áreas protegidas
ser perigoso e na opinião dos pesca- do baixo Tapajós (Floresta Nacional
dores “é muito raro algum pescador do Tapajós, Resex Tapajós-Arapiuns
se arriscar”. Para alguns pescadores, e APA Alter-do-chão) descreve que
os aningais acabam tornando-se um os pescadores da região em estudo
fator de restrição à pesca, deixando o possuem grande experiência de pesca
ambiente de difícil navegabilidade e e descrevem de forma positiva a di-
provocando até receio de frequentá- minuição dos estoques pesqueiros em
-lo por conta de tabus locais (como a toda região.
presença de seres místicos) o que acaba Sobre a opinião da redução dos esto-
causando certo “medo”, disse um dos ques pesqueiros por nossos entrevista-
pescadores, o que pode contribuir de dos, como do tambaqui e do pirarucu,
forma indireta na proteção de espécies outros trabalhos feitos com acompa-
ameaçadas (Pezzuti 2004). nhamento de desembarque na região
Vale ressaltar que o tambaqui e o pira- amazônica mostram claros indícios
rucu foram os únicos peixes que não da sobrepesca dessas espécies em vá-
foram capturados durante a realização rios pontos da Amazônia (Smith 1985;
deste trabalho através do acompanha- Mérona & Bittencourt 1988; Furtado
mento das pescarias com alguns pes- 1990; Ruffino 1996; Barthem & Goul-
cadores, mas que em conversas infor- ding, 1997; Batista 1998; Ruffino &
mais foram bem lembradas e citadas Isaac 1999; Costa et al. 2001; Isaac et

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Silva, J. T. da | Braga, T. M. P.

al. 2004; Freitas et al. 2007). Os resul- frequente na região. Em conversas in-
tados aqui obtidos demonstram que formais, um dos pescadores comenta
estudos etnoecológicos podem con- que “o boto preto é mais comum por
tribuir na verificação de mudanças, essas bandas”; “o rosa tem, mas acho
principalmente ambientais em longo que do preto tem mais”, diz outro pes-
prazo e que dificilmente são registradas cador. Os botos são observados no rio
cientificamente, além de poder pro- principalmente em épocas de cheias
porcionar indícios para novas hipóte- quando a atividade de pesca está sendo
ses de pesquisas ecológicas (Hunting- realizada em pontos estratégicos do rio
ton 2000; Silvano & Valbo-Jorgensen Tapajós, como no canal principal, onde
2008). a pesca é direcionada para a captura de
peixes lisos (Hypophythalmus marginatus,
No que diz respeito às espécies não-
Pimelodina flavipinis e B. rousseauxii) que
-alvo das pescarias, as arraias (Rajifor-
também fazem parte da dieta destes ce-
mes) são citadas como as mais captura-
táceos, que se encontram no topo da
das acidentalmente. Para Brito (2012)
cadeia alimentar e estão entre os maio-
é muito comum durante a execução
res predadores dos sistemas aquáticos
da atividade de pesca haver interações
da bacia Amazônica (Braga & Rebêlo
operacionais e capturas acidentais de
2014).
espécies que não são o alvo das pes-
carias, sendo estas relacionadas ao Nesta época a pesca nos lagos não é
contato direto dessas espécies com os realizada devido a escassez de peixes
apetrechos de pesca. Outros trabalhos nestes ambientes. Assim, podemos ve-
(Oliveira et al. 1995; Zappes et al. 2010; rificar que o conhecimento sobre o há-
Rosas et al. 2012; Silva et al. 2014) bitat de determinados peixes, possibili-
descrevem interações de botos com a ta a compreensão de comportamentos
atividade pesqueira, seja elas tanto do alimentares e de interações tróficas
ponto de vista positivo como negativo. complexas destes com outros organis-
Em Surucuá, os botos (Sotalia fluviatilis mos (Mourão & Nordi 2003).
e Inia geoffrensis), são animais que tam- Na comunidade de Surucuá, os pes-
bém interagem com a atividade de pes- cadores mais experientes (< 20 anos
ca, porém os pescadores atribuíram o de pesca) demonstraram possuir um
fator negativo, pois estes destroem as extenso conhecimento sobre o com-
malhadeiras durante as pescarias (Sil- portamento de algumas espécies de
va & Braga 2016). Estes cetáceos são peixes, tanto de rio quanto de lagos, re-
vistos durante o ano todo em ambien- lacionando-os com a variação sazonal
tes de pesca localizados no rio. O boto do rio Tapajós. Estes comportamentos
preto ou tucuxi (S. fluviatilis) é a espécie são referentes a alimentação, hábitat e
citada pelos entrevistados como a mais proteção da prole (Tabela 1).

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Etnoictiologia de pescadores artesanais da comunidade Surucuá (Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns)

Conhecimento empírico (Emicista) Conhecimento científico (Eticista)

“... no Lago Grande tem muito peixe, mas tem


Os tucunarés e os acarás são representantes da
mais tucunaré e acará; eles não são peixes de rio
família Cichlidae, considerados sedentários e ter-
e preferem lugares mais calmos pra fazer seus
ritorialistas (Vazzoler 1996; Santos et al. 2006;
ninhos e proteger suas crias. E ai de quem chegar
Queiroz 2013).
perto!”.
Os maparás (Hypophytalmus sp.) formam gran-
des cardumes e costumam ficar em áreas mais
“... o mapará costuma fazer cardume e ele fica
abertas dos rios e na coluna d’água (pelágicos)
mais no canal do rio; lá pra fora”.
para filtrar fito e zooplâncton (Ferreira et al.1998;
Santos et al. 2006).
“... na enchente muito fica escasso de peixe ai pra
As várzeas e igapós têm papel importante na vida
banda do lago... O peixe menor aproveita pra se
dos peixes, pois são fontes de alimento e de abri-
esconder do maior... E vão para outros lugares se
go (Claro-Jr. et al. 2004).
alimentá e crescer”.
“... as pescadas ficam tanto no rio quanto nos la- As pescadas (Plagioscion squamossissimus) são
gos, mas gostam de ficar mais em canais de rios, peixes sedentários que costumam ficar em poços
por que lá fica os poços”. profundos de canais de rios (Santos et al. 2006).
“... na enchente quase não tem peixe no lago. No Muitos ambientes de água doce se interconectam
rio ainda dá pra pegar alguma coisa, mas não tem principalmente nos períodos de águas altas fazen-
muita variedade de peixe como no lago. No rio do com que os peixes estejam constantemente su-
vai começar a dar mapará, fura-calça, filhote e jeitos a uma grande heterogeneidade espaço-tem-
dourada”. poral na oferta do alimento (Corrêa et al. 2009).
“os botos nessa época de cheia só escolhe mais
os peixes lisos (mapará, fura-calça, dourada e Os botos são vistos com frequência atacando
filhote) na malhadeira; ainda mais porque eles cardumes de peixes migradores nos canais do rio
tão gordinhos... Acho que a carne deles é mais (Oliveira et al. 1995; Barthem; Goulding 1997).
gostosa do que a dos outros (pescada e sarda)”.
Os perciformes possuem hábitos sedentários, vi-
vendo em lagos e nas zonas marginais dos rios;
“tucunaré é peixe mais de lago” não realizam migrações e reproduzem em am-
bientes lênticos (Queiroz 2013; Santos et al. 2006;
Ferreira et al. 1998)
“Os acarás gostam do lago”; “Não são muito de Vive normalmente em lagos e zonas marginais de
rio”. rios (Santos et al. 2006).
Vivem em zonas abertas de rios e boca de lagos
“As sardas dá mais lá fora no rio”.
(Santos et al. 2006).
Os maparás são adaptados à vida pelágica e
“O mapará vive em bando no rio”. formam grandes cardumes (Queiroz et al. 2013;
Ferreira et al. 1998).
“A dourada a gente costuma pegar de espinhel Habita principalmente o canal dos rios (Santos et
mais lá no rio, no canal principal”. al. 2006).
Vivem próximo ao fundo e sedentários, com pre-
“Tem pescada no lago e no rio, mas a gente pega ferência por lagos e poços profundos de canais de
mais pro meio do rio”. rios de grande porte. (Queiroz et al. 2013; Ferreira
et al. 1998).

Tabela 1. Cognição comparada referente a etologia e hábitat de peixes.

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Silva, J. T. da | Braga, T. M. P.

A maioria dos pescadores entrevista- pesca identificados foram: Canta galo,


dos (86%) afirma que ano de 2014 o Inajatuba, Baliza Azul, Baliza Verme-
período de seca na região não aconte- lha e Tamanduá. Nos locais onde estão
ceu como esperavam. O motivo é que as Balizas Azul e Vermelha (boias de
a água havia “baixado pouco” e já espe- sinalização colocadas pela Marinha),
ravam a subida das águas novamente, os pescadores informam que além de
tornando este um ano atípico em com- alertar as embarcações que transitam
paração com anos anteriores. Essa per- no rio dos perigos por conta das pe-
cepção nas mudanças hidrológicas do dras que ali se encontram, estas estão
rio Tapajós e que ocorrem anualmente localizadas no “canal do rio”, onde
é mais bem descrita por aqueles que grande parte de cardumes de peixes
moram a mais tempo na comunidade. costumam passar “pra reproduzir ou
Ainda relataram que este fenômeno pra se alimentar”.
de anos atípicos nas descidas e subi- Sobre os locais onde a pescaria “ren-
das das aguas são fatores que podem de mais”, os pescadores entrevistados
afetar o resultado das pescarias, como apontaram tanto ambientes de rio
foi relatado: “Tem ano que tá bom de como de lago como sendo bastante
peixe, mas tem ano que tá muito fra- piscosos e forneceram informações
co; depende da subida da água”, “tem consistentes sobre o hábitat das es-
mais comida pra eles”, disse pescador pécies as mais capturadas (Tabela 1).
em conversa informal. Para Mérona Camargo & Petrere Jr. (2004) também
(1995:167) é essa variabilidade de subi- afirmam que o pescador conhece bem
da e descida das águas que controla as o potencial de exploração de cada pon-
flutuações na abundância das popula- to, que são reconhecidos pelos pes-
ções de peixes que constitui a preocu- cadores como locais de passagem do
pação central da gestão das pescarias. peixe para se alimentar, desovar ou
A percepção da influência sazonal nos abrigar-se. Begossi (2004) comenta que
deslocamentos realizados pelos peixes os pescadores não costumam capturar
contribui para análises de mudanças na suas presas ao acaso, mas em épocas e
composição da abundância do pesca- pontos estratégicos, pois estes não são
do em determinado ambiente (Silvano distribuídos uniformemente no am-
& Begossi 2002; Barboza & Pezzuti biente, seja no rio ou no mar.
2011). Observamos na comunidade uma pre-
Em relação aos ambientes de pesca ferência maior pelos peixes de escama
existentes nas proximidades da comu- do que pelos peixes de couro (lisos),
nidade, Silva & Braga (2016) identifi- pois os moradores consideram os
caram para a atividade de pesca dos peixes-lisos como sendo “peixes rei-
moradores os seguintes locais: Lago mosos”, ou seja, podem “fazer mal,
Samaumeira, Lago Mureru, Lago Iga- principalmente para quem tá com al-
pó de Fora, Lago Caratinga, Lago da gum problema de saúde, como pessoa
Velha, Lago Papucú, Lago Grande e o operada, mulher prenha, menstruada
Lago Sarí. No rio Tapajós, os locais de e amamentando”, como informou

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Etnoictiologia de pescadores artesanais da comunidade Surucuá (Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns)

um morador. Na Amazônia existem e lagos sombreados e próximos da co-


trabalhos feitos com populações tra- munidade para realizar a captura dos
dicionais (ribeirinhas/indígenas) que crustáceos.
abordam a existência de restrição ali- Observamos que o consumo de que-
mentar durante doenças e períodos de lônios é comum na comunidade. No
liminaridade como: gravidez, lactação entanto, os moradores evitam falar da
e menstruação, onde certos alimentos captura destes animais e, dentre os en-
devem ser evitados por serem consi- trevistados, apenas dois comentaram
derados reimosos (Maués & Motta- a respeito e disseram que gostavam
-Maués 1977; Smith 1978; Murrieta muito da carne e dos ovos, mas que
2001; Pezzuti 2004; Carvalho-Jr. et al. por ser um animal “proibido” evita-
2015; Silva & Braga 2016). vam fazer certos comentários. Um dos
O camarão de água doce (Macrobra- entrevistados disse: “a gente só pega
chium amazonicum) (Palaemonidae) é para comer”. Trabalhos sobre etno-
uma espécie de crustáceo com ampla conhecimento, consumo, percepções,
ocorrência em lagos e rios da Ama- ecologia/biologia de quelônios em co-
zônia central (Chaves & Magalhães munidades ribeirinhas, descrevem que
1993) e é outro recurso disponível na há muito tempo estes animais aquáti-
comunidade de Surucuá. No entanto, cos vêm servindo o homem, principal-
é mais usado como isca nas pescarias mente como um importante recurso
ou na alimentação dos próprios mora- alimentar e que apesar da legislação ter
dores. Seu consumo também apresen- começado a protegê-los, estes animais
ta restrições alimentar, mas de forma sofrem constante pressão humana
menos intensa se for comparada com (subsistência ou modificações no seu
as arraias (Silva & Braga 2016). Os ambiente) (Smith 1979; Rebelo & Pe-
camarões são capturados através de zzuti 2000; Barboza 2012; Lima 2012;
uma técnica denominada ‘alaga canoa’. Barroso & Moura 2016). Atualmente
Nesta técnica, os pescadores usam pela visão de alguns moradores de Su-
palhas de palmeiras, como jauarizeiro rucuá, este cenário não mudou, sendo
(Astrocarym jauari) e açaizeiro (Euterpe necessário obter mais informações a
oleracea) e restos de comida (geralmente respeito da biologia e ecologia de que-
sobras de peixe como as carcaças) e a lônios na área estudada para aprofun-
canoa. Eles colocam as sobras de co- dar o conhecimento das espécies que
mida nas ‘frestas’ das canoas (distância ali se encontram para auxiliar futuros
entre uma tábua e outra) com as palhas planos de manejo nesta área.
criam uma armadilha para os crustáce-
os e estes são atraídos para dentro das
CONSIDERAÇÕES FINAIS
palhas de forma que estas estejam bem
trançadas e firmadas no fundo para A pesca é uma atividade humana, e por
dificultar sua saída. Uma vez estando isso os órgãos responsáveis e a socie-
pronta como armadilha, eles afundam dade de modo geral, precisam incluir
as canoas nas margens dos rios, furos os pescadores nas tomadas de decisões

Amazôn., Rev. Antropol. (Online) 9 (1): 238 - 257, 2017 251


Silva, J. T. da | Braga, T. M. P.

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Recebido em 10/06/2017
Aprovado em 02/08/2017

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