Responsável pelo setor do Ministério Público do Estadual (MP-AM) que fiscaliza o
acesso da população à saúde pública, a promotora de Justiça Silvana Nobre afirmou que a terceirização dos serviços da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) não se traduz em qualidade e que o Estado perdeu o controle sob o seu dever de fiscalizar. Esse é um dos principais problemas apontados por ela, na área de Saúde, que precisam ser enfrentados pelo governo.
“A questão da terceirização está totalmente desregrada. Hoje a terceirização
se dá, não mais de forma complementar, que é o que a Constituição diz, que ela seria uma substituição do trabalho prestado diretamente ao Estado em momentos excepcionais. A fiscalização tem que ser contínua e presente para controlar o serviço que o Estado detém por meio de terceiros. O que temos na saúde hoje é uma multiplicação de empresas que viram num vácuo da omissão do Estado um negócio. E para eles é normal ser um negócio, eles não são servidores públicos. Para o Estado é que não é normal. A lógica da terceirização é o lucro”, analisou Silvana.
Consulta ao portal da Transparência do Estado do Amazonas mostra que dez
cooperativas de médicos e enfermeiros foram contratadas por R$ 228,3 milhões de janeiro a agosto deste ano. Deste total, já foram pagos R$ 197,4 milhões. Os contratos de maior valor foram celebrados entre a Susam e o Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas (ICEA). Totalizam R$ 34,5 milhões, dos quais já foram pagos pelo serviço de cirurgiões gerais R$ 28,7 milhões. Fonte: https://www.acritica.com/channels/cotidiano/news/promotora-critica-terceirizacao-de-servicos-da-susam-e-diz-que-estado-perdeu-o- controle