Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sinais de Deus
Tradução de
Mário Correia
2
Nota do Autor:
Uso, ao longo de toda a obra, o pronome masculino Ele para me referir a Deus.
Poderá, no entanto, escolher para si o que melhor se adequar à maneira como O
entende.
3
Para Leonora Hornblow, Joann Davis e Scott Carney
4
Índice
Nota prévia 08
Introdução 09
I PARTE
Escutar a voz
2. Blanche e os anjos 14
4. Aumentar o volume 25
7. Começar 41
II PARTE
5
15. Confirmar o que ouvimos 100
III PARTE
IV PARTE
V PARTE
6
VI PARTE
Recursos
Bibliografia 212
Agradecimentos 215
7
Nota prévia
8
Introdução
9
verdadeira espiritualidade. Embora a religião instituída tenha sem qualquer discussão
o seu lugar, noto entre os meus clientes uma ânsia de reclamar o poder pessoal e
afastar os intermediários que se têm erguido entre nós e Deus como guardas da nossa
espiritualidade. O meu lema é: «Deixem o poder passar dos poucos para os muitos.»
A chave para ter acesso directo a Deus é aperfeiçoar as nossas capacidades de
comunicação. Se rezar é falar com Ele, a nova linguagem é a maneira que Deus tem
de nos responder.
A nova linguagem não é de modo algum tudo o que ensino no meu programa-
individualizado-de-crescimento-pessoal em Sedona. Concentro-me em ajudar as
pessoas a desembaraçarem-se da estática das emoções negativas e infâncias difíceis
que nos impede de ouvir a voz de Deus. Espero pegar-lhe na mão e guiá-lo através
do processo de limpeza que uso no meu trabalho através dos exercícios, histórias e
instruções práticas que lhe ofereço nestas páginas. Esta limpeza ajuda-nos a melhorar
a nossa recepção da nova linguagem, libertando-nos do passado e centrando-nos no
presente com uma consciência acrescida.
Enquanto luta por libertar das limitações que impôs a si mesmo e abraçar
aquilo que Deus tinha em mente para a sua vida, tenha presente que Ele está sempre
à sua volta com sinais de encorajamento quando se perde no seu caminho, O que
para mim é mais tranquilizador é o facto de não haver calendários nem relógios para
chegar à iluminação. A lâmpada acende-se quando estamos prontos para ver aquilo
que Deus está a tentar mostrar-nos e para ouvir a Sua voz falar-nos na nova
linguagem.
10
(…) que faz prodígios e maravilhas no Céu e na Terra (...)
Daniel 6:27
“aqui estou eu e os meus filhos que o Senhor me deu para servirem de sinal e
de portento (...)»
Isaías 8:18
11
I PARTE
Escutar a Voz
12
CAPÍTULO 1
O que sente?
— Ambas as escolas são excelentes — respondeu ele —, mas acho que devias
dormir sobre o assunto.
David agitava-se na cama. As coisas não lhe corriam muito bem no trabalho,
e com uma reunião com um cliente importante no dia seguinte, estava a ter
dificuldade em adormecer. A olhar para o tecto às quatro da madrugada, sentiu um
súbito e compulsivo desejo de ligar o rádio. Obedecendo ao impulso, premiu o botão
e ouviu a voz de Mar!ey repetir na canção: «Vai correr tudo bem, vai correr tudo
bem.” Acalmado pelo ritmo, conseguiu finalmente adormecer.
13
Michael conseguiu ver o cartaz um pouco apartado da estrada, e que dizia: “Os
Milagres Acontecem. Não Desespere.”
Desde Moisés e da sarça-ardente que Deus usa uma linguagem de sinais para
entrar em contacto connosco. Na história que a Bíblia nos conta em Êxodo, Moisés
apascentava o seu rebanho no deserto quando chegou ao monte Horeb. Ora, em
minha opinião, Moisés devia ser um fulano muito esperto, porque quando Deus lhe
mostrou um arbusto a arder no meio do deserto, percebeu logo — soube que Deus
estava a falar-lhe e queria que o ajudasse a libertar os Israelitas.
-se uma hierarquia, com sacerdotes, rabis, videntes e outros que agiam como
intermediários entre Deus e os homens. Os que controlavam o poder e outros
autoproclamados intermediários gostavam muito claramente de dizer ao resto das
pessoas o que pensar e o que fazer. Foi criada uma quantidade enorme de regras e
dogmas feitos pelo homem, e em menos de um fósforo as pessoas estavam de joelhos
a rezar as orações «certas» à hora “certa» — como se Deus fosse um obsessivo-
compulsivo agarrado a um horário rígido. O Deus que fizera o homem à Sua divina
imagem deve ter rido a bom rir ao ver o homem refazê-lo a Ele segundo moldes
14
humanos. Terá Deus deixado de falar porque o homem não estava a ouvir? É difícil
saber, mas parece ter havido uma supressão da linguagem. A Igreja e o Estado foram
praticamente uma e a mesma coisa durante milhares de anos, e as pessoas, temendo
pela própria vida, limitavam-se a papaguear a posição do governo ou instituição
religiosa que estivesse de momento no poder.
Qualquer pessoa que tenha visto o grande filme de Charlie Chaplin Tempos
Modernos sabe exactamente do que é que estou a falar. Um homem na linha de
montagem torna-se escravo do relógio.
15
por uma ânsia profunda e insatisfeita, a consciência de que o poder deve passar dos
poucos para os muitos tem vindo a crescer. Muitos de nós queremos mais controlo
sobre o nosso destino espiritual, sem que isso signifique que não gostemos de
participar na espiritualidade e no culto da comunidade. A um nível muito intuitivo,
queremos ter a nossa conversa privada com Deus, uma ligação mais directa, como
Moisés tinha. Acicatados por Freud e por Jung, que aprofundaram o nosso
autoconhecimento, descobrimos que se conseguirmos dominar o ego, podemos
tornar-nos o melhor de nós mesmos, o nosso eu espiritual, e entrar num diálogo
constante com um Deus maravilhoso que lá está para nos ajudar e guiar.
Com a Sua incrível noção do tempo, Deus sabe que a mudança está a ocorrer
e tem consciência da janela de oportunidade que se abriu com o novo milénio.
Sempre disposto a acolher-nos de volta, tem toda uma panóplia de técnicas que usa
para chamar a nossa atenção. Usa as chamadas coincidências e sincronicidades —
interacções não planeadas entre duas ou mais pessoas — e as Suas mensagens
chegam até nós em momentos importantes através de livros e cartazes, de poemas ou
da rádio. Deus encontra-nos onde quer que estejamos e é definitivamente
multimédia. Alguns poderão dizer que isto não passa de loucura, o produto da minha
desvairada imaginação, que estou a tomar os meus desejos por realidades. Mas eu
digo-lhe que ignorar o que estou a dizer é perder uma extraordinária ligação com
Deus que pode trazer-lhe orientação, força e paz de espírito.
Dor e sofrimento
Os seres humanos são as almas que optaram por vir à Terra para aprender e
crescer adoptando um corpo físico. A Terra é uma escola com exigências muito
estritas para as almas que fazem a viagem. Em primeiro lugar, cada alma tem um
plano de aprendizagem, e a dor e o sofrimento são os professores. Ninguém neste
mundo escapa ao desgosto. A dor parece ser a marca de contraste da condição
humana. Mas se pararmos para pensar um pouco, pode ser na realidade uma bênção
16
disfarçada. A dor testa as nossas aptidões. Por vezes, aproxima-se sem ser vista e
ataca-nos quando menos esperamos. Seremos modelos de optimismo como Michael
J. Fox, que intitulou a sua autobiografia a respeito de viver com a doença de
Parkinson Um Homem de Sorte? Ou vamos permitir que a adversidade nos esmague?
Podemos escolher.
Energia divina
17
podem transportar uma carga positiva ou negativa. Essa carga influencia tanto o
campo de Forças que nos rodeia como o universo em geral.
Einstein disse que vivemos num universo de energia, e é claro que vivemos.
Agora, para que tudo fique bem esclarecido, tenho uma confissão a fazer.
Nem sempre conheci esta linguagem nem como usá-la para ouvir Deus — para ir
aonde Ele me conduzia, fazer o que Ele me dizia ser certo. Levei muito tempo a
18
chegar até aqui. E ainda cometo muitos erros. Era o filho pródigo e andava perdido.
Tive de aprender muito. Um homem sábio disse certa vez que ensinamos aquilo que
precisamos de aprender. Comecemos, pois, pela minha história, a história de como
consegui limpar o espírito e finalmente ouvir Deus na língua que hoje falo.
19
CAPÍTULO 2
Blanche e os anjos
Viver em Elyton Village era duro para mim, um rapazinho sensível que uma
palavra mais dura ou uma brincadeira mais rude fazia chorar. A selva de cimento e
asfalto, cheia de Famílias que tentavam enfrentar a vida do pós Depressão, assustava-
me. Tendo nascido com uma deformação nos pés. não era do tipo atlético, pelo que o
centro social que tanto atraía os meus irmãos e irmãs, interessados nas actividades
desportivas, não tinha qualquer encanto para mim. Preferia ficar em casa, sobretudo
quando Blanche lá estava a lavar, a passar a ferro e a pôr a sua alma a nu.
— Estou muito agradecida à tua mamã por este emprego, menino — disse-me
um dia, com um sorriso que exprimia quanto apreciava a oportunidade de ir a nossa
casa passar algum tempo comigo.— És um belo homenzinho.
20
— Mr. Albert — chamava, ao parar diante da porta. Tendo-a visto chegar, já
eu ia a correr para recebê-la, pronto para o nosso ritual do costume. Para começar,
Blanche passava a ferro e cantava espirituais, enquanto eu lia os meus livros. Então,
depois de eu ter arrumado a roupa engomada, abraçando cada peça aquecida pelo
ferro como se fosse uma parte dela, ficava na esperança de um pouco de conversa
antes da despedida. Plantava os cotovelos na ponta da tábua de engomar e contava-
lhe o que ia acontecendo na minha vida — as mais das vezes problemas que
advinham do facto de me sentir só.
Anos mais tarde, depois de eu me ter debatido com uma noção do certo e do
errado toldada pelo alcoolismo, ouvia a voz de Blanche e agarrava-me à pequena
jangada de palavras que me chegavam nos muitos sermões dela.
— Não há neste mundo nada que Deus não consiga resolver. Mas Ele está
sempre muito ocupado. Mesmo muito ocupado. Por isso tem anjos que andam de um
lado para o outro e falam dentro da nossa cabeça. São eles que resolvem os
problemas, Mr. Albert. Resolvem os problemas.
Blanche morreu nos anos 70. Na altura, eu vivia na Califórnia e não pude ir a
casa para assistir ao funeral. Tinha feito várias escolhas erradas na minha vida e
metido por maus caminhos. Mas as palavras dela continuavam a ecoar-me na cabeça.
21
CAPÍTULO 3
Apesar de temporariamente cego pela luz que entrava a rodos pelas amplas
janelas de sacada, não pude deixar de notar que a loura deslavada que estava à minha
frente era uma mulher exótica, de grossos lábios cor de rubi. Usava um roupão de
quarto gritantemente vermelho e uma quantidade enorme de jóias de ouro. Enfiou-
me um copo de martini na mão.
Nunca, até àquele momento, os meus lábios tinham tocado álcool. Cresci
como cristão baptista no Sul profundo, nos anos 40 e 50, fazendo uma vida de recato
e estudo da Bíblia. Saí de lá aos vinte e um anos, cheio de santimónia e seriedade.
Depois de a minha amada Blanche se ter reformado, voltara-me para um novo amigo
chamado Jesus. Renunciara ao álcool em nome d’Ele. Tinha jurado nunca tocar numa
bebida, e cumprira a minha palavra.
E agora ali estava eu, a lamber as últimas gotas do fruto proibido e a pedir
mais. Durante os vinte anos seguintes, nunca mais parei. Mas sempre que estendia a
22
mão para a garrafa, ouvia uma voz ecoar-me na cabeça: «Devias ter vergonha. Nunca
hás-de chegar a coisa nenhuma. Quando é que vais ganhar juízo e voar a direito?»
Era a voz da minha mãe. Divorciara-se do meu pai quando eu tinha nove
anos. Embora goste de pensar que o fez porque ele tratava mal os filhos, suspeito que
teve as suas próprias razões para pôr fim ao casamento. A vida em nossa casa era
dura, com pouco dinheiro e muitas bocas para alimentar. A Mãe trabalhava todos os
dias como secretária e a vida tornara-a azeda, com muito pouca emoção para me
dispensar a mim e aos meus irmãos e irmãs. Não me lembro de a ter ouvido uma
única vez dizer que nos amava, ou que estava orgulhosa de qualquer coisa que
tivéssemos feito. Desde quando consigo recordar, cada um de nós era uma ilha,
isolada e faminta de um pouco de encorajamento.
Eu procurava refúgio nos finais felizes das sessões duplas dos cinemas e
voava mais alto do que um papagaio a ouvir música tocada na igreja ou na rádio. O
coro de um gospel-padrão, tipo Nearer My God to Thee, entusiasmava-me do mesmo
modo que um êxito popular como Earth Angel. Também a arte me animava. Quando
a nossa classe na escola primária visitava o museu, pouco me faltava para ir enfiar o
nariz nos grandes e vistosos quadros em exibição.
Olhando para trás, julgo que a minha sensibilidade estava a levar-me para
uma vida de fuga ao real que estava a ganhar forma no meu espírito e na qual eu
jogava jogos de faz-de-conta, Quando era criança, por exemplo, comecei a atribuir
designações de género às cores e aos números, decidindo que o vermelho era
masculino e o amarelo feminino, enquanto o quatro e o cinco eram rapazes e o três
rapariga. Acreditei no Pai Natal muito mais tempo do que os outros miúdos e tinha a
esperança de que um anjo-da-guarda me salvaria dos horrores da vida real. Horrores
que incluíam o comportamento do meu pai, a pobreza da minha família e,
especialmente, os meus pés deformados.
23
Trabalhei em publicidade, vendi casas e pronto-a-vestir para senhoras. Em
1979, não tinha um cêntimo, estava desempregado, vivia num minúsculo
apartamento em Long Beach, Califórnia, e conduzia um monte de sucata a cair aos
pedaços. No sossego do meu espírito, voltava por vezes aos dias idílicos que passava
na igreja a decorar as Escrituras. Um versículo ecoava-me com Frequência na
cabeça. «Que te pede o Senhor, senão que pratiques a justiça, que ames a
misericórdia e que andes solícito com o serviço do teu Deus?»
«Quem era Deus, ao fim e ao cabo?», perguntava a mim mesmo. Mal sabia,
na altura, que só quando batesse no fundo e estivesse pronto para confrontar o meu
alcoolismo, alguns meses mais tarde, começaria a ouvir essa voz.
24
CAPÍTULO 4
Aumentar o volume
25
vezes com Deus. Rezar era isso mesmo. Mas nunca fizera uma pausa, por um
segundo sequer, para Lhe dar oportunidade de responder.
Então, um dia, com toda a certeza, voltei a ouvir a voz na minha cabeça, e a
mensagem era clara e forte:
«O inimigo é o ego.»
26
6. Mentia mesmo quando a verdade seria suficiente.
Ali estavam eles. Os meus sete pecados mortais. Quando olhei para a lista,
precisei de um minuto para recuperar a respiração. Quem era aquele sujeito
horroroso, podre até ao âmago, com muito pouco que o redimisse? Quem era aquele
homem que causava tanta estática que nem sequer era capaz de ouvir o seu próprio
pensamento?
Olhando para trás, tive de admitir que, apesar de todo o meu treino religioso
convencional, nunca me sentira verdadeiramente ligado a Deus. Bem pelo contrário.
Sentia-me muitas vezes sozinho e com medo, no tempo em que era um rapazinho. Se
quiser ser honesto para comigo mesmo, terei de admitir que o medo era a principal
emoção que me impelia. Muito como o boneco de Edgar Bergen, Charlie McCarthy,
fazia o que o meu ego me levava a fazer movido por uma qualquer ideia errónea de
que isso me proporcionaria paz e controlo. Na ausência de verdadeira espiritualidade,
o meu ego apoderara-se de mim, ajudando a criar uma vida de ilusão e mentira tecida
à volta de vícios, O verdadeiro eu, o filho de Deus, fora empurrado para o fundo da
cena.
27
Tudo isto constituía para mim um interessante paradoxo. Um ego saudável é
importante não só para sobreviver, mas também para progredir no mundo, mas pode
sabotar. Compreendia que tinha de refrear o meu ego, mas como? E então percebi;
como dois garotos que participam amarrados pelos tornozelos numa corrida, eu e o
meu ego tínhamos de colaborar, de trabalhar juntos para encontrar um equilíbrio.
«Desde o mais profundo clamei a ti, Senhor. Senhor, ouve a minha voz;
estejam os teus ouvidos atentos à voz da minha súplica.» Gritaria e escutaria. E o que
ouvisse havia de guiar-me.
28
CAPÍTULO 5
O perdão é o caminho
para a liberdade
Foi o caso de Emmet Fox um espiritualista e metafísico popular nos anos 30,
autor de dez livros que venderam mais de dez milhões de exemplares. Fox tinha
muitas coisas iluminantes a dizer, mas uma ideia em particular fez soar em mim uma
corda sensível. Como Fox dizia: «Recusar perdoar-se a si mesmo é orgulho
espiritual. “E por esse pecado caiu o anjo.”»
29
inimigos. Fox via estas ligações como grilhetas que nos prendem àqueles que
odiamos. Enquanto não perdoarmos e os libertarmos a eles e a nós próprios, outras
pessoas com as mesmas características odiosas continuarão a entrar na nossa vida até
que enfrentemos as lições que precisamos de aprender. O caminho para a liberdade é
perdoar aos outros e a nós mesmos.
O pai-nosso
Amen.
30
Tendo trazido à superfície os pontos negativos de Albert, resolvi tentar amar-
me e abraçar o meu ego em vez de rotulá-lo de mau e tentar destruí-lo. Fi-lo numa
carta de perdão que dirigi a mim mesmo. Dizia o seguinte:
Caro Albert
Nasceste no seio de uma família sem recursos e eu fiz-te acreditar que tinhas
sido trocado à nascença, como o príncipe e o pobre. «Não precisas de dar-te com os
Gaulden», murmurava-te. Tornei-te supersensível a cada palavra e a cada olhar de
todos os que te conheciam. «Deves dividir e conquistar amigos», dizia-te eu. Daí o
teu comportamento passivo-agressivo, que fazia as pessoas ficarem furiosas contigo.
Com o que nunca contei foi que um dia ficasses suficientemente calado para
ouvir Deus quando Ele falou contigo.
31
Peço-te que me perdoes e gostaria que nós os dois formássemos uma aliança;
Como almas gémeas, abracemos os princípios que precisamos de abraçar para
sermos preciosos filhos de Deus.
Amo-te e honro-te,
O teu ego-eu
O meu grande desafio seguinte era pedir perdão à pessoa que via como tendo
sido a minha verdadeira inimiga: a minha mãe. Escrevi-lhe esta carta, em 1980:
Querida Mãe
Bem sabe que desde muito novo me tenho debatido com os meus sentimentos
a seu respeito. Achava que era dura e sempre quis que me amasse, e penso que nunca
me amou. Durante toda a minha infância, sempre quis, mais do que qualquer outra
coisa, que se alegrasse pelo que eu era e pelo que conseguia. Nunca senti que isso
acontecesse, até que a minha percepção de todas essas coisas mudou.
Mãe, por favor perdoe-me por ficar furioso consigo por não aparecer quando
eu estava a soletrar «pato», ou a ler um poema num concurso, ou entrava numa peça
ou aparecia no Quadro de Honra Nacional. Alguém me Fez notar que era uma mãe
sozinha a trabalhar cinco dias e meio por semana para alimentar seis filhos. Fazia o
que tinha de fazer. E eu via-a como uma mártir quando devia tê-la visto como uma
mãe extremosa.
Agora sei que a circunstância que Deus criou para mim foi a minha
oportunidade de ser bem sucedido com a Sua constante orientação. Mas deixei-os, a
Deus e a si, na minha esteira.
32
Peço-lhe que me perdoe o mal que lhe fiz. A minha reparação será tratar a
minha vida como se pertencesse a Deus, e não a mim. Quando vir uma oportunidade
de fazer bem a alguém, fá-lo-ei. Em seu nome.
Tenho uma fotografia sua em cima da minha secretária. Quando olho para ela,
murmuro: «Amo-a, Mãe.»
Albert
Depois de escrever à minha mãe, Fiz uma lista de todas as outras pessoas a
quem tinha ofendido. A lista incluía amigos, membros da família, gente com quem
tive negócios e conhecidos. Alguns tinham morrido e outros não sabia como
contactá-los. Mas escrevi a todos os que pude.
33
CAPÍTULO 6
da minha mãe
3. Abusava 3. Inspirava-me
emocionalmente de mim
irresponsável
6. Preguiçoso 6. Fundou a
34
7. Narcisista
8. Mentiroso
9. Batoteiro
aos filhos
os outros
de abusos
35
2. Financeiramente 2. Alta energia
irresponsável
5. Batoteiro
E da minha mãe:
os outros
4. Demasiado analítica
O meu pai vinha de uma família irlandesa pobre da Carolina do Norte. Como
gerações de homens que o tinham precedido na linha familiar, bebia demasiado e
gastava mais do que tinha. As suas extravagâncias eram lendárias. Apesar de a minha
mãe ter dificuldade em vestir e alimentar os filhos, o meu pai chegava a casa com
brinquedos caros para a minha irmã Mary e para o meu irmão Bill — esquecendo-me
por completo a mim e ao meu irmão Hank — ou, muitas vezes um vestido ou brincos
de ouro para a mãe.
36
Todos os defeitos dele me contagiaram. Bebia. Tinha-me casado e divorciado
sem saber muito bem porquê. Muitas vezes comprava prendas caras ou ia de férias
para lugares exóticos em vez de pagar a prestação da casa.
Como o meu pai, era um mentiroso. Lembro-me de, quando tinha sete ou oito
anos, ter rabiscado o livro da minha irmã mais velha, O meu pai fez-nos alinhar, a
mim e aos meus irmãos, para sermos interrogados, e eu menti descaradamente
quando ele me perguntou quem tinha escrito no livro. Uma vez que nenhum de nós
confessava, castigou-nos a todos. Quando se preparava para me dar umas correadas,
murmurou-me ao ouvido: «Sei que não foste tu, de modo que vou bater com pouca
força.»
Foi ele que me ensinou o meu lema: «Ri, e o mundo ri contigo; chora, e
choras sozinho.» Mesmo nos piores dias, era capaz de encontrar qualquer coisa para
festejar — se estava para aí virado. Se não estava, um Sol brilhante e um céu azul
podiam tornar-se negros quando o seu lado escuro vinha ao de cima. Batia nos filhos
e na mulher.
Eu não o via desde 1965. Por volta da altura em que estava a tentar defini-lo
para poder libertar-me, os meus irmãos disseram-me que não estava bem. Cegara e
sofria de uma deficiência cardíaca congestiva. Precisei de alguma coragem, mas
escrevi-lhe. Na minha carta, dizia-lhe que tinha saudades dele e que estava triste por
o desprezo e o silêncio me terem impedido de conhecê-lo melhor.
37
Telefonou-me uma semana mais tarde, para me dizer que me amava. Disse
que se sentia feliz por eu ter feito qualquer coisa na vida. «Estou muito contente por
não seres um desportista como eu e os teus irmãos. Quando nasceste com os pés
tortos, uma parte de mim alegrou-se ao pensar que talvez viesses a ser professor ou
escritor — que afectasses verdadeiramente a vida das pessoas. Os desportos entretêm
por uma noite; um livro pode tocar o mundo durante anos e anos.
Uma vez que o meu pai já saíra de casa quando eu tinha nove anos, eram as
facetas negativas da minha mãe que se me tornavam mais patentes. Queixava-se de
tudo e de nada e era capaz de julgar e criticar uma pessoa até nos cansarmos de ouvi-
la. O meu quarto nunca estava suficientemente arrumado; eu nunca lavava a loiça
como devia ser ou partia demasiados pratos enquanto os secava. A minha mãe nunca
me felicitava pelas boas notas nem pelas distinções que eu conseguia. Achava que
era desnecessário elogiar essas coisas. Eu e os meus irmãos costumávamos dizer, na
brincadeira, que tínhamos de encher a nossa mãe de café forte, senão ficava
resmungona todo o dia. Como conseguia o café alterar a atitude dela? Não fazia a
38
mínima ideia, mas o certo era que ficava toda alegre e bem disposta depois de um par
de chávenas.
A incapacidade da minha mãe de nos abraçar e dar carinhos foi uma coisa que
me espantou, até que me apercebi de que eu próprio mantinha a maior parte das
pessoas à distância. A despeito de um intenso trabalho interior, a intimidade continua
a não ser fácil para mim. Disfarço-o com um exterior amistoso e afável, mas é tão
pouca a minha confiança nos relacionamentos que começo a planear-lhes o fim ainda
antes de terem verdadeira mente começado.
Aprendi com a minha mãe a fazer-me amigo do miúdo mais popular da turma
e ser aceite por interposta pessoa. Desde o jardim-de-infância até ao liceu, sempre
soube insinuar-me nas boas graças dos professores. Era tão carente que tinha de ser o
número um para quem quer que fosse o meu mentor nesse período. A universidade
foi um duro despertar, porque deixei de conseguir encantar ou bajular os meus
professores. Era classificado de acordo com o que fazia. Por isso deixei a
universidade antes de acabar o curso.
- Albert, sabias que a minha mãe morreu quando eu tinha seis anos?
Explicou-me então que o pai a deixara ao cuidado dos irmãos e irmãs mais
velhos, pois tinha de trabalhar todos os dias como mecânico. A medida que me
contava a sua infância, tornou-se-me evidente que fizera o melhor que pudera como
mãe, quando nunca tivera verdadeiramente uma.
Nesse dia ficámos no restaurante mais tempo do que era habitual, porque
ambos sabíamos que precisávamos de conhecer-nos melhor um ao outro. Rimos até
às lágrimas, e trocámos histórias a respeito da nossa mania de julgar e criticar, e
acabámos por ver que éramos espelhos um do outro.
39
Quando acabámos, eu disse-lhe:
Deus, como pai e mãe, começou a sarar o que antigamente me dividia dentro
de mim mesmo. À medida que praticava ouvir o que Ele tinha para me dizer e ia
aonde Ele me conduzia, sentia a minha vida tornar-se cada vez melhor.
40
CAPÍTULO 7
Começar
Uma técnica simples que usei foi escrever todas as noites esta pergunta num
pedaço de papel e adormecer com ele debaixo da almofada. Por vezes, recebia em
sonhos mensagens que resolviam uma parte do quebra-cabeças. Com o tempo,
cheguei à seguinte lista:
41
Depois de ter trabalhado durante algum tempo com os meus sonhos, comecei
a ver os sinais de direcção que Deus me enviava e a agir de acordo com eles. Antes
de deixar de beber, estivera num grupo local de oradores motivacionais com um
homem que passara a assistir às mesmas reuniões de reabilitação diárias a que eu ia.
Um dia, esse homem perguntou-me se eu seria capaz de aplicar alguns dos princípios
da sobriedade e falar a um grupo de vendedores durante a convenção anual da
empresa que chefiava. Soube visceralmente que aquela era mais umas das
oportunidades que Deus me oferecia, e aceitei a proposta. O tema era «Mudar para
Tornar a Vida Melhor».
— Mudar uma coisa significaria que tudo o mais deixaria de ser como foi —
disse eu. — Sou muito mais feliz hoje do que era há um ano, ou até do que alguma
vez me lembro de ter sido. Libertei-me de viver uma vida de ambição cega. Tento
viver com honestidade e propósito, ao contrário da procura do êxito a qualquer preço
que em tempos me encurralou num beco sem saída. Hoje, quando vos encontro na
rua, não escondo a cara. Quando recebo uma carta de um banco ou de um advogado,
abro-a como abriria a carta de um amigo. Se compro alguma coisa, pago-a a tempo.
O motor que me impele é diferente do que antes me impelia.
42
— Como é que faz? — perguntou-me.
A minha vida conheceu outra grande mudança em 1981, quando uma mulher
de meia-idade me pediu que a aconselhasse. Ouvira-me falar em encontros de
reabilitação e disse-me que eu tinha qualquer coisa que ela queria.
Decidi dar um salto no escuro e trabalhar com ela. Começou por falar comigo
uma vez por semana, e pouco depois as duas filhas juntaram-se ao grupo. Seguiram-
se as amigas. De boca em boca, o meu trabalho de terapeuta estava a arrancar. Tinha
obtido credenciais através de uma associação de terapias alternativas, e a minha base
de clientes aumentou à medida que as pessoas falavam a outras do resultado do nosso
trabalho.
Por volta do meu segundo ano de abstinência, quando estava ainda a viver na
Califórnia, uma série de acontecimentos como que desencadeou uma reacção em
cadeia na minha vida. Uma das minhas novas clientes tinha uma irmã que era
produtora e apresentadora de um programa matinal em Seattle. A produtora pediu-me
que viajasse até lá para fazer uma peça sobre aconselhamento para aperfeiçoamento
pessoal. O dono de uma livraria de Phoenix, que estava em Seattle de visita, viu-me
no programa e convidou-me para fazer uma Workshop no Arizona. Numa viagem de
um dia a Sedona, uma pequena comunidade cerca de 160 quilómetros a norte de
Phoenix, um dia antes de regressar à Califórnia, tive uma sensação mística. Sentia-
me impelido a mudar-me para lá. Quando voltei a Long Beach, vi um grande pedaço
43
de papel preso à minha porta. Examinando-o melhor, descobri que era uma ordem de
despejo. Tinha-me esquecido de renovar o arrendamento dentro do prazo prescrito.
Vi nisto um sinal de que Deus me queria em Sedona.
A minha vida, que fora um caos durante tanto tempo, entrou rapidamente nos
eixos. Em 1986, nasceu o Sedona lntensive, com um psicólogo licenciado,
massagistas terapêuticos, quiropráticos, um técnico de respiração transformacional e
outros especialistas, além de mim. Graças a palpites e a roteiros intuitivos
encontrados ao longo do caminho, o objectivo da minha vida começava a revelar-se.
Deus estava a pegar num homem cheio de falhas e a deixá-lo partilhar com outros a
sua viagem de cura.
O que para mim fez «clique», no livro de Coelho, foram as palavras do rei
que diz a Santiago que «há no mundo uma linguagem que todos compreendem, mas
que esqueceram; uma linguagem sem palavras (...) e sobre presságios». Mais adiante,
o jovem pastor afirma andar à procura dessa linguagem universal.
44
as intuições e os sinais tinham sido os meus guias. Muito claramente, faziam parte de
uma linguagem divina que o tempo e as diversões me tinham feito esquecer
«Quando desejas verdadeiramente uma coisa, é porque esse desejo teve a sua
origem na alma do universo», escreve Coelho. «É a tua missão na Terra.»
Soubera esta verdade e sentira-a. Sob muitos aspectos, a minha vida fora
paralela à do pastor. Tinha percorrido o mundo atrás da minha lenda pessoa! e tivera
muitos presságios. Tinham sido sinais de Deus a levar-me até onde estava. Havia
uma corrente, um fluxo, e eu estava a ser arrastado por ela. Deus murmurava-me ao
ouvido, e eu estava a aprender a ouvir a Sua língua materna. Chamei-lhe a nova
linguagem, apesar de ser primordial, tão antiga como o tempo e a humanidade. E
comecei a ressuscitá-la para os outros.
45
II PARTE
46
CAPÍTULO 8
Actos da natureza
Nos tempos bíblicos, Deus falava muitas vezes através de actos da natureza.
Um arco-íris foi o sinal da Aliança, ou promessa, de Deus a Noé. Uma sarça-ardente
foi a manifestação visível do próprio Deus a Moisés. E uma rajada de vento serviu no
Génesis de sinal da força criativa. Quando o sofredor Job pediu a Deus que lhe
47
explicasse a razão de todas as suas provações, Deus respondeu-lhe «do seio da
tempestade», que era, nos tempos antigos, um sinal frequente de teofanias, ou
aparições divinas. Deus continua hoje a falar-nos através de ocorrências naturais de
todos os tipos. A chuva, as trovoadas, as nuvens, o fogo e os arco-íris, todos eles
podem ser portadores de mensagens divinas.
Exemplo: Certa vez, saí de uma exposição de arte juntamente com o artista
representado e ambos vimos um arco-íris por cima da galeria. Sem hesitar, o artista
disse:
E vendeu.
Avisos
Exemplo: O meu amigo Will era suposto seguir no avião que partia às seis
horas do aeroporto de Dallas-Fort Worth. Sentiu um fortíssimo impulso de só ir no
avião das sete e meia, e alterou os seus planos em consequência, apesar de correr o
risco de perder uma reunião. O avião das seis esmagou-se no solo logo após a
descolagem.
Exemplo: Mary estava a tentar fazer reservas num hotel para visitar Perugia,
em Itália, em Setembro de 1997. De cada vez que tentava ligar para a agência de
48
viagens, o telefone ficava mudo. Ao cabo de um par de dias sem conseguir
estabelecer contacto, Mary teve uma forte sensação de que não devia fazer a viagem.
Poderia ver a Basílica de São Francisco de Assis na Primavera seguinte. No dia em
que devia ter chegado, houve um sismo que provocou sérios estragos na basílica e no
convento.
Clique
Um clique é um som que representa duas peças que devem estar juntas ou
presas uma à outra, como o fechar de um cinto de segurança, ou uma chave a rodar
na fechadura. Quando duas pessoas têm muito em comum, diz-se que fazem clique.
É como se a divina Providência juntasse as pessoas com um objectivo e elas
encontrassem um uníssono magnético.
Coincidências
Quando os acontecimentos parecem ter uma ligação sem que haja um plano
ou desígnio aparentes, falamos de coincidência. É uma das manifestações de Deus a
operar em planos invisíveis mais facilmente reconhecíveis. Cada indivíduo é um
campo de forças energético e as mensagens de altura-de-encontrar são enviadas
através das linhas de rede do nosso sistema nervoso.
49
Conhecimento Interior
Quando não temos quaisquer factos que nos apoiem mas alguma coisa cá
dentro nos diz que aquilo que sabemos é verdade, estamos a confiar no nosso
conhecimento interior. Embora deva sempre usar o frio raciocínio para evitar fazer
escolhas infelizes, deve também ser sempre fiel a si mesmo e ao seu conhecimento
interior.
Exemplo: Quando eu era garoto, toda a gente dizia a Miss Towies que era
uma tolice defender o meu colega de turma Bill, mas ela manteve-se firme. Sabia que
Bill era bom rapaz e que se podia fazer qualquer coisa dele.
— Isso é lixo das rulotes. Olhe para aquelas tatuagens — dizia um dos
professores.
Entre uma coisa e outra, Miss Towies continuou a ensinar Bill; castigava-o
quando era preciso e elogiava-o generosamente quando ele merecia. Dez anos mais
tarde, Bill graduou-se em primeiro lugar na sua classe de Princeton e fez qualquer
coisa da sua vida, tudo por que uma professora tinha acreditado nele.
Deus-por-interposta-pessoa
50
Devaneio
Efeito de eco
Exemplo: Uma cliente minha chamada Sasha não conseguia decidir-se entre
uma oferta de emprego em Dallas e outra em São Francisco. Todas as manhãs, nas
suas orações e meditações, pedia ajuda para escolher a melhor de duas opções
igualmente atraentes. No dia em que tinha de decidir, pegou numa revista que
publicava um artigo a respeito da vida em São Francisco. Pouco depois, ao passar
diante de uma loja, viu na montra uma televisão ligada que transmitia um jogo de
basebol em que participavam os San Francisco Giants. Interessante, pensou, e, ao
ligar o rádio, ouviu Tony Bennett a cantar «I Left My Heart in San Francisco”. Sasha
deu ouvidos aos ecos que estava a receber e aceitou o emprego em São Francisco.
Epifania
51
Exemplo: Warren escreveu-me a dizer que tinha problemas tão graves no
negócio que resolvera deixar a família e as dificuldades financeiras para trás das
costas. Enquanto fazia as malas para se ir embora, estava a ver uma mulher na
televisão. «Pode não acreditar em si, mas Deus acredita», disse ela. Impressionado
por estas palavras de encorajamento Warren telefonou ao pastor da sua igreja a pedir
ajuda. Ficou com a família e pouco depois os negócios deram uma volta para melhor.
Intuição
Murmúrios de anjos
52
voltou para trás e, quando chegou a casa, descobriu que a mulher estava doente e
precisava de ser levada para o hospital.
Palpite
Exemplo: Ethel teve o palpite de que o seu vizinho Hans se preparava para
vender os dois hectares de terreno que separavam as casas de ambos. Fez-lhe sinal do
seu pátio e perguntou-lhe se queria vender.
Premonição
Prenúncio
53
Exemplo: Muriel, uma cliente de há muitos anos que vive em Chicago, estava
convencida de ter visto a irmã, Margaret, três vezes no mesmo dia. Pouco tempo
depois, Margaret, que morava que Des Moines, fez uma visita inesperada à irmã,
levando-lhe notícias que iriam afectar o seu futuro financeiro.
Presságio
Exemplo: Ken andava a pensar montar o seu próprio negócio, mas o receio
impedia-o de avançar. No entanto, sempre que se punha a ponderar os prós e os
contras de uma tal aventura, uma ave azul ia pousar num ramo do velho carvalho que
havia no quintal, Ken não deu importância ao aparecimento das aves, considerando-o
simples coincidência sem qualquer significado, até ao dia em que estava sentado no
escritório do seu advogado a discutir o assunto. Nesse instante, ouviu um som
estranho na janela — era uma ave azul. Ken foi em frente, criou a sua própria
empresa e teve muito êxito.
Prodígios
54
Exemplo: Estava tenso por pensar que os planos que tinha feito para a reunião
do Sedona Intensive eram impossíveis. Como poderia eu conseguir que 200
graduados do programa voltassem a Sedona no mesmo dia para um encontro? Não
havia hipótese, pensei. Então, a minha atenção foi atraída pelo cenário da região de
Red Rock: esporões rochosos vermelho-ferrugem e escarpadas montanhas velhas de
milhares de anos. Ri-me. «Eu não posso fazer nada”, pensei, «mas Deus pode. Acho
que hei-de aprender a deixá-Lo agir.» A reunião aconteceu e foi um êxito enorme.
Reacção visceral
Mais tarde, soube que uma mulher tinha sido violada num dos elevadores. A
sua reacção visceral tinha-a possivelmente salvo de um ataque.
55
Sensação
Exemplo. O meu cliente Stephen estava tão irritado com o irmão que só lhe
apetecia pegar no telefone e descompô-lo. Mas decidiu descansar um pouco na rede
estendida entre duas árvores no quintal das traseiras antes de fazer o telefonema.
Naquela zona difusa entre a vigília e o sono, Stephen teve pensamentos muito fortes
que começaram a afastá-lo da confrontação. Teve uma imagem mental de como o
irmão estava a passar por tempos difíceis com os problemas do filho na escola e a
perda de clientes devido à crise económica. Quando se levantou da rede, a bocejar,
pareceu-lhe ouvir estas palavras dentro da cabeça: «Ama o Bill, não lhe ralhes.»
Serendipismo
56
Exemplo: O meu cliente Vance viajava muito pela Ásia Oriental, não só por
prazer mas também em busca de tesouros para o seu negócio de importação-
exportação. Não tinha qualquer método na sua busca, preferindo passear ao acaso por
pequenas ruas secundárias. Jura que encontra as melhores peças acidentalmente.
Sinais
57
Sincronicidade
Exemplo: Esta história foi-me contada por dois velhos amigos meus. Duas
amigas, Kate e Samantha, dão de caras uma com a outra em plena Via Veneto, em
Roma, onde estavam ambas de férias. Decidem continuar o passeio juntas e pouco
depois descobrem inesperadamente um orfanato próximo da Cidade do Vaticano. De
regresso aos Estados Unidos, as duas amigas mantêm-se em contacto com as crianças
do orfanato e com as pessoas que cuidam delas. Cinco anos mais tarde, Kate e
Samantha contribuem para um fundo destinado a ajudar mães solteiras italianas a
estudar, arranjar emprego e criarem os filhos em vez de os entregarem para adopção.
Soar a verdade
Exemplo: Quando Marcus ouviu a sua amiga Maria falar dos benefícios de
passar um fim-de-semana de cura nos Berkshire, soube que a dor dela tinha passado.
O que Maria dizia soava a verdade.
Sonhos
58
Um sonho é uma série de pensamentos, imagens ou emoções que ocorre
durante o sono — uma criação visionária da imaginação. Deus fala-nos com
frequência nos nossos sonhos. Como forma de premonição, um sonho pode prever o
futuro ou proporcionar-nos uma caixa de ressonância pictorial de problemas que
vamos encontrar em breve.
Telepatia
— Dexter, não posso crer que compraste lixívia. Mal saíste, lembrei-me de
que me tinha esquecido de a pôr na lista. Deves ter PES.
59
Visão
Uma visão é uma experiência mística de ver como que através dos olhos de
um ser sobrenatural. A visão propriamente dita é regra geral uma aparição miraculosa
que transmite uma revelação.
60
CAPÍTULO 9
Temos de saber quando Deus aparece. Mas que forma assumirá a Sua ajuda?
Um barco? Um helicóptero? Consideremos alguns sítios onde podemos ver a nova
linguagem a funcionar.
Jornais e revistas
61
vista. Há pessoas que lêem com muito cuidado todas as secções, e aparentemente
encontram aquilo de que necessitam. Mas quer leiamos depressa ou devagar um
jornal ou uma revista, as instruções de Deus estão espalhadas por todas as páginas.
Como é que sei que aquelas mensagens são para mim? E como é que sei se as
sugestões resultam, se forem para mim? O processo começa com aquilo que me atrai
a atenção. Tem a ver com desenvolver um sentimento de saber, que evolui à custa de
um processo de tentativa e erro. Demora tempo a cultivar os julgamentos de Deus,
mas quanto mais escuto e aprendo a distinguir, mais os meus instintos se revelam
correctos. E acredito que a verdade tem uma vibração especial que qualquer de nós
pode aprender a sentir. A verdade, no nosso mundo ultra-racional, tornou-se uma
mera acumulação de factos e informação. Somos inundados por notícias vinte e
quatro horas por dia. Mas no fim, o que é que sabemos? Deus é capaz de cortar a
direito através desse monte de informação com uma simples e profunda
demonstração de sabedoria. Quanto mais colaboramos com Ele, melhor aprendemos
a funcionar em equipa. É mais ou menos como os jogadores de pares, no ténis, que
sabem instintivamente onde é que o outro vai colocar-se. A minha capacidade de
receber mensagens correctas que me ajudam em todas as áreas da vida tem
62
melhorado com a prática. E, no mínimo, ganho uma sensação de paz e de calma
porque acredito que Deus está sempre presente e que a vida é sagrada.
Um dia, estava a ver o filme The Matrix, que parecia ser uma fita cheia de
truques de alta tecnologia a respeito de um programa de computador que
enlouquecera. Com certeza não havia ali mensagens para mim. No entanto, a
personagem principal estava envolvida numa missão que consistia em descobrir o
verdadeiro objectivo da sua vida, e dei por mim a deixar-me envolver nesta demanda,
até porque acabava de falar com um amigo a respeito do objectivo da minha vida.
Através da exibição do filme, senti que Deus me pedia que visse se estava a cumprir
o objectivo para o qual Ele me tinha criado. Haveria mais alguma coisa que eu
pudesse fazer? Senti que Deus estava claramente a conversar comigo, e queria com
muita força manter-me sintonizado com as Suas orientações.
Numa outra ocasião, estava a rir com Niles e Frasier Crane da série de
televisão Frasier, quando uma das peripécias do enredo me prendeu a atenção. O Dr.
Frasier Craner pensava que estava a cantar meia dúzia de compassos de uma ópera
para um amigo, ao telefone, quando na realidade tinha sido enganado e estava a
cantar ao vivo no seu próprio programa de rádio. Quando Frasier se queixa da
armadilha, os amigos dizem-lhe que leve aquilo para a brincadeira. Como a
personagem de Frasier, eu estava a levar-me a mim mesmo demasiado a sério, e
aquela mensagem foi muito eloquente para mim. Com o riso, senti como se me
tivessem tirado um peso dos ombros.
63
Anúncios
Rádio
Escrever
Quando comecei a escutar e a estar atento à nova linguagem, descobri que era
útil manter uma espécie de diário. Pode fazer o mesmo. Talvez escreva nele todas as
noites, ou todas as manhãs, ou ao longo do dia. Para ajudar a mostrar-lhe como e
onde vai ouvir Deus através das pessoas, vou abrir-lhe o meu diário.
64
27 de Julho de 2001
7.00 — Parti cheio de pressa para Bell Rock, para o meu passeio matinal,
quando vi um letreiro que dizia: SILÊNCIO, POR FAVOR. GRUPO DE
MEDITAÇÃO MAIS ADIANTE. Vi nisto uma exortação a sentar-me e meditar, e
assim fiz.
15.00 — Por nenhuma razão especial, pus-me a conversar com uma amiga a
respeito de mitologia e de Joseph Campbell, e ela disse-me que tinha visto num
catálogo qualquer coisa sobre o livro dele ser reeditado. Fiz uma pausa para ouvir as
notícias e o rádio estava sintonizado para a PBS. Bill Moyers falava com Joseph
Campbell a propósito de The Power of Myth. Bingo! Há dias que eu andava à
procura de um tema para uma próxima conferência. Sentei-me e escrevi um texto
sobre a linguagem como mito.
65
Sagan tinha-me dito que precisava de alguém que lhe tomasse conta do filho durante
o mês de Agosto. Conversaram as duas e Sagan contratou-a.
28 de Julho de 2001
7.30 — Acordei, fui ver o e-mail e tinha uma mensagem: «Tem peso a mais?»
Saí para ir tomar o pequeno-almoço e o gerente do restaurante perguntou-me o nome
das termas para onde vou todos os anos.
— Esteve lá recentemente?
9.00 — Tentei escrever, mas dei por mim a olhar para uma página em branco.
Passados vinte minutos, fui para o jardim estender-me à sombra das árvores e
meditar. Numa questão de minutos, tive uma ideia para usar a Internet para pesquisar
o meu tema, Os mesmos três livros estavam listados na bibliografia de todos os três
sites. Olhei para o lado esquerdo, onde tinha aqueles três livros em cima da
secretária. Fechei os olhos por uns segundos. Depois abri cada um dos livros em
determinadas páginas. As páginas que abri em cada livro relacionavam-se
66
directamente com o que eu estava a escrever. Durante as três horas seguintes,
trabalhei sem interrupções.
16.00 Fui ver a minha caixa de correio privada e tinha duas cartas. Uma era
uma proposta de uma empresa de cartões de crédito e a outra uma nota de um cliente
com um cheque de dois mil dólares. Dizia que me devia aquele dinheiro há mais de
dez anos pelo trabalho que eu fizera quando ele precisava de ajuda mas não podia
pagar.
19.00 — Decidi abrir uma lata de sopa e deitar-me cedo. Liguei a televisão e
apanhei o início do clássico do cinema Do Céu Caiu uma Estrela.
A história de Arthur
Arthur estivera doente durante vários meses. No primeiro dia em que pôde ir
a casa, encontrou um amigo chamado Fred que não via há anos. No decorrer da
conversa, Fred sugeriu a Arthur que frequentasse um curso de compra e venda de
propriedades. E se Arthur quisesse trabalhar para ele, Fred pagava-lhe o curso e
obtinha-lhe a necessária licença. Arthur aceitou a proposta porque, antes de encontrar
Fred naquele dia, o cartão-de-visita do amigo tinha caído de dentro de um livro que
estava a ler.
67
No dia em que recebeu a sua licença de mediador, um amigo passou por casa
de Arthur e pediu-lhe que fosse dar uma vista de olhos a uma propriedade que ficava
a cerca de cento e sessenta quilómetros da cidade e que ia entrar no mercado. Apesar
de parecer que a propriedade ficava demasiado longe para que pudesse mostrá-la a
quaisquer eventuais interessados, Arthur decidiu ir vê-la. No instante em que parou o
carro, a dona da propriedade, uma mulher chamada Elise Brown, perguntou-lhe se
era mediador. Sim, desde há três horas, respondeu ele.
— Essa casa era uma escola particular dos jesuítas que frequentei quando era
rapariga. Costumava dizer às minhas amigas que adoraria lá viver se alguma vez
fosse posta à venda.
68
— Da Geórgia — respondeu Arthur.
Bem cedo no dia seguinte, foram os três ver a propriedade, que os Clayton
compraram imediatamente.
5. O facto de Sasha Clayton ter conhecido a casa quando era uma escola —
coincidência
Como exercício para ajudá-lo a saber quando Deus está a falar consigo, faça o
seu próprio diário da nova linguagem durante alguns dias. Então, sublinhe as várias
maneiras como Deus está a ajudá-lo a tomar decisões, seja mais cauteloso e escute
quando outras pessoas estiverem a falar consigo.
69
CAPÍTULO 10
A linguagem da coincidência
«Numa ou noutra ocasião, já nos aconteceu a todos. O tal número que está
constantemente a aparecer aonde quer que vamos. Quartos de hotel, terminais em
aeroportos, moradas — é impossível ignorar a sua insistente presença. Ou estamos
no nosso carro, a cantarolar distraidamente uma canção. Ligamos o rádio. Um súbito
arrepio desce-nos pela espinha. A mesma canção brota agora das colunas», escreve
Peter A. Jordan no seu livro The Mistery of Chance. E então pergunta:
«Coincidência? Ou não?»
70
As coincidências, segundo Jung, concordam com a noção de que vivemos
num mundo unido e interdependente e cujos acontecimentos emanam de uma única
fonte.
Uma pessoa não pode passar a vida à espera de que as coincidências lhe
digam o que fazer, mas quando elas acontecem são inegáveis recados de Deus.
71
Sublinham, põem em itálico, destacam mensagens fortes que de outro modo
poderíamos ignorar. As coincidências são acontecimentos que nos tiram deste mundo
vulgar e onde nada se passa em que vivemos e muitas vezes nos atiram para onde
tudo acontece.
Claro que, para que assim seja, temos de estar atentos e saber dar valor à
coincidência. E nem todos o fazem. Conheço pessoas que são inundadas de
coincidências mas que preferem não as ver ou nada fazer em relação a elas, Aqueles
de nós que vivem com os olhos bem abertos têm mais probabilidades de escutar o
que estas mensagens nos dizem.
Quando eu vivia em Mobile, em 1970, sabia que o meu tempo para ali estar
era limitado, mas não sabia para onde ir a seguir. Foi então que vi, vários dias
seguidos, um carro que tinha no vidro um autocolante que dizia: «Califórnia ou
morte».
Talvez pense que é coisa de bêbedos, andar sempre de um lado para o outro,
mas eu acredito que Deus entra em contacto connosco, mesmo quando nós não
queremos que o faça. Acredito que aquele autocolante e aquela canção foram
maneiras de me dizer que fosse para o Oeste, porque a Califórnia foi o lugar onde
aprendi muito a respeito de mim mesmo e onde comecei a afastar-me dos meus maus
hábitos.
72
Histórias de Clientes
Acredito que Deus usa coincidências para nos orientar no nosso caminho.
Muitos exemplos de clientes meus confirmam isto mesmo.
Michelle veio para o Sedona Intensive para libertar-se do medo de ter outro
filho. Tivera gémeos, e uma das crianças morrera durante o parto. Resolvidos os
medos de Michelle, ela e o marido, Stephen, decidiram ter outro filho. À medida que
a data se aproximava, começaram a pensar no nome a dar à criança. Certa noite,
quando estava a ver na PBS A Rainha Isabel de Espanha, Stephen perguntou à
mulher:
Nesse preciso instante, Michelle abria uma caixa que tinha a palavra Isabella»
escrita na tampa. Hoje, Michelle e Stephen têm uma bonita e saudável filha chamada
Isabella.
73
E agora uma coincidência que levou uma das minhas clientes ao casamento.
Tinha combinado um almoço com Joanna em Dallas, quando estive na cidade para
ver alguns clientes. Joanna, que enviuvara havia pouco mais de um ano, esteve a
falar comigo antes de irmos almoçar. Quando nos dirigíamos ao carro dela,
perguntou-me:
— Talvez os deuses estejam a conspirar. Uma vez que estou sozinho, porque
não almoçamos os três juntos, se não se importarem? — propôs o senhor.
Deixei-os cerca das duas, porque tinha um outro compromisso. Quando voltei
a Dallas, foram os dois consultar-me, porque se tinham apaixonado à primeira vista e
iam casar dentro de semanas.
74
natureza tantas vezes dramática das coincidências não só nos prende a atenção como
também destaca a possibilidade de a vida ter um significado mais profundo. A minha
abordagem tem sido postular significados possíveis para as coincidências com que se
deparam os meus associados e em seguida verificar se as circunstâncias presentes ou
os desenvolvimentos futuros confirmam a interpretação. Com o tempo, isto permite
validar ou refutar empiricamente a existência de um significado».
O que julgo que Mr. Bell está a dizer é que não se deve atribuir a mesma
gravidade a todas as coincidências. Por vezes, um livro pode cair da prateleira, e nós
devemos muito simplesmente voltar a pô-lo no seu lugar. Alguém pode estar a
marcar o seu número no mesmo instante em que tenta ligar para essa pessoa, mas
pode acontecer que nada de especial resulte dessa conversa. Eu diria que há mais
coincidências fascinantes do que tremendas. Uma vez por outra, todos conheceremos
essas ocorrências inexplicáveis e carregadas de consequências para nós, O facto de
nem todos os acontecimentos da nossa vida serem de molde a transformá-la não
significa que devamos ignorar qualquer deles por medo de deixar passar os que são.
Está a perguntar a si mesmo quando é que vai aparecer uma coincidência que
lhe resolva um mistério ou o leve a uma oportunidade de emprego ou talvez a
encontrar uma alma gémea? Mantenha os olhos bem abertos e os ouvidos atentos,
porque a próxima coincidência significativa pode ser o sinal de que Deus está a
chamá-lo para uma oportunidade de ouro, Acredite na coincidência, mas conserve
uma perspectiva saudável.
75
CAPÍTULO 11
A linguagem da sincronicidade
Vaneta e Kelly
76
Vaneta não conseguia desembaraçar-se daquele desejo de ir a Singapura.
Embora pouco soubesse a respeito do povo e da cultura do país, sempre que via
fotografias dos seus jardins botânicos ou do Raffles Hotel, dava-lhe uma vontade
enorme de fazer as malas e apanhar o primeiro avião para o Oriente. Um dia, o chefe
chamou-a ao seu gabinete em Atlanta e disse-lhe que o director do departamento
internacional queria que ela chefiasse um grupo cuja missão seria apresentar em
Singapura as mais recentes tecnologias da empresa. Quando ouviu isto, Vaneta
deixou-se cair numa cadeira.
— Claro que quero. Só fiquei espantada por eles quererem que eu vá.
Dias depois, de malas feitas e já no aeroporto, Vaneta soube que o seu voo
fora cancelado e que lhe tinham marcado a viagem para um pouco mais tarde, com
escala na África do Sul. Transferida para a classe Business Elite, sentar-se-ia ao lado
de um passageiro chamado Kelly. Kelly estava a ser considerado para o cargo de
director-geral de uma grande empresa de seguros de saúde sedeada em Atlanta, mas
decidira ir trabalhar com as crianças e adultos que morriam de sida na África do Sul.
Está talvez a pensar que isto parece uma cena tirada de um filme em que o
rapaz conhece a rapariga, os dois apaixonam-se à primeira vista e vivem felizes para
sempre. O cenário do costume, certo? Nada poderia estar mais longe da verdade.
Kelly achou o perfume de Vaneta ofensivo, e ela achou o aspecto dele mais adequado
à terceira classe. Vaneta e Kelly eram definitivamente opostos que não se atraíam.
Ele voltou-se para a janela e dormiu durante todo o voo.
Dois anos mais tarde, Kelly continuava na África do Sul a trabalhar na área
das doenças sexualmente transmissíveis. Foi então que Vaneta chegou à Cidade do
Cabo para uma conferência sobre comunicações. Encontraram-se os dois no átrio do
hotel. Desta vez, não houve conflitos por causa de fragrâncias ou maneiras de vestir
porque o tempo mudara-os a ambos. Jantaram juntos e conversaram até à meia-noite
a respeito da desilusão que Singapura fora para ela.
77
— Talvez tenha ido a Singapura para me encontrar no avião — respondeu
Kelly.
— Imenso.
Anne e William
78
Os futuros pais de Anne estavam de viagem para ir assistir a um funeral
quando a mãe, grávida de seis meses, entrou em trabalho de parto. Devido a um
engano no berçário do hospital, a recém-nascida Anne e o também recém-nascido
William foram trocados. O erro foi rapidamente descoberto e desfeito e, depois de
alguns dias passados na enfermaria da maternidade, Anne seguiu para Indiana com os
pais. Quanto a William, os pais levaram-no para casa, numa povoação próxima. As
duas crianças cresceram a centenas de quilómetros de distância e não voltaram a ver-
se — até que a sorte voltou a juntá-las já adultas.
Anne casou com um cirurgião chamado Harold, que trabalhava num pequeno
hospital. Também William casou. Ele e a mulher estavam de visita à cidade onde
Anne vivia quando um carro atropelou o filho de ambos, Adam, de seis anos,
causando-lhe um traumatismo craniano. Adam foi levado de urgência para o hospital,
onde o marido de Anne realizou uma complicada cirurgia que lhe salvou a vida.
Enquanto conversavam na cafetaria depois da operação, Anne e William descobriram
a ligação que existia entre os dois.
E a minha dizia que podia ter criado uma menina ruiva chamada Anne se o
hospital não tivesse descoberto o engano — respondeu William.
Neste caso, Deus falou por acções, não por palavras, Só graças à insondável
natureza da sincronicidade foi possível que William e a sua família encontrassem o
marido de Anne, que acabava de especializar-se numa técnica revolucionária
perfeitamente adequada ao caso de Adam.
79
Confirma todos os dias os seus poderes mágicos através de sincronicidades
extraordinárias.
Roseanne e Rick
80
William pelo marido de Anne, Harold, e Roseanne e Rick descobriram a sua ligação
através de números.
1. Esperar o inesperado.
4. Andar sem rumo pelo mundo e estar disposto a escutar o que a vida nos
oferecer.
81
CAPÍTULO 12
e dos prodígios
Jane tinha decidido mudar-se da sua pequena casa de praia na Florida para
Los Angeles. Ao examinar a casa para possível venda, o inspector municipal
descobriu sérios danos causados por térmitas.
— Eu sabia que ia ter de pagar as obras — disse Jane —, mas fiquei aliviada.
Era a maneira de Deus me dizer: «Esta casa está condenada. É tempo de mudar.»
000
82
— Senti que o meu pai estava a incitar-me a ir — diria Gail mais tarde. Foi, e
considerou a experiência a melhor coisa que jamais fizera em toda a sua vida
Antes de morrer vitimado pela sida, o filho de Bob e de Glória disse aos pais
que estaria sempre com eles. No quarto onde ele morreu havia amuletos índios e
talismãs com muitas penas. Dias depois da morte do filho, Bob e Gloria começaram
a encontrar penas no passeio, em casa, em lugares distantes para onde viajavam, e até
quando falavam no grupo de apoio a que pertenciam.
— Bem, gente, o meu filho está aqui — dizia Bob, enquanto uma pena
tombava lentamente no chão à frente dele.
São sinais? São prodígios? Absolutamente. Acredito que cada uma destas
histórias é um exemplo de Deus a revelar-se às pessoas vulgares que têm problemas
que precisam de resolver ou anseiam simplesmente por um pouco de conforto, Os
dois primeiros incidentes são sinais, o terceiro é um prodígio de Deus a falar
connosco.
Porque foi que Jane e Gail não se limitaram a pedir a outra pessoa uma
opinião a respeito dos seus problemas? A resposta é simples. Podiam tê-lo feito.. mas
nenhuma delas se sentiu inclinada a fazê-lo. Jane pensou que talvez os amigos não
quisessem que se fosse embora e aduzissem argumentos a favor de ficar. Gail sabia
que se perguntasse ao marido, ele lhe diria que era perfeita tal como estava e não
precisava de participar num retiro espiritual. Os sinais que Jane e Gail receberam
vieram da mais pura das fontes: Deus.
83
Rita e o Dr. Garcia
Vários anos mais tarde, Rita consultou o seu ginecologista para fazer um teste
de gravidez, mas o resultado foi negativo. O médico estava convencido de que ela
tinha um tumor. Passados meses, Rita foi hospitalizada para se fazer a remoção
cirúrgica do tumor. O médico encarregado da operação descobriu que ela estava de
facto grávida de uma criança perfeitamente saudável, e fez o parto.
Depois da cesariana, Rita olhou para o médico que a assistira e viu o nome
Jesus Garcia escrito no bolso da bata branca.
É o mesmo Juan Garcia que fez o liceu e o curso de Medicina com uma bolsa
da Morris Foundation? — perguntou.
84
de castas quando se trata de saber quem pode ouvir Deus. Torna-se-nos acessível
sempre que decidimos que preferimos a palavra d’Ele à nossa ou à de alguém tão
falível como nós.
Uma das maneiras mais directas de ter um possível êxito em receber um sinal
ou um prodígio é a oração. Sente-se e guarde silêncio. Faça um pedido simples a
Deus e aguarde a resposta. Se não receber imediatamente um sinal, insista. Da
próxima vez que o telefone tocar, pode ser a sua resposta. Da próxima vez que
encontrar um desconhecido ou desconhecida, ele ou ela podem ser um sinal de
confirmação que lhe é dirigido a si. E quando vislumbrar um dos deslumbrantes
prodígios de Deus, compreenda o seu significado.
85
CAPÍTULO 13
A linguagem de
Deus-por-interposta-pessoa
Devo ir ou ficar?
86
se situava o centro, cavava-se uma funda ravina. Ali sentada, viu uma mulher prestes
a cair na ravina. Levantou-se de um salto e puxou-a para terreno seguro.
— Graças a Deus, estava mesmo onde era suposto estar — disse a mulher,
visivelmente abalada.
O emprego de sonho
— Corre o risco.
87
coisa complicada — Roger era casado e tinha dois filhos, e a mulher esperava um
novo bebé. Sempre que falava com o pastor da igreja a respeito das suas aspirações
pessoais, era-lhe lembrado que tinha uma família para sustentar.
— Faça aquilo de que gosta, e o dinheiro vem por acréscimo — disse Eddie.
88
Roger é hoje sócio de Eddie na Renaissance Interiors.
Conheço o Pete há muito tempo. Acreditei nele quando me disse que nunca
mais voltaria a ter uma relação séria. Pete, que se divorciara da primeira mulher ao
fim de trinta anos de casamento, comprara um barco, começara a jogar golfe e aos
domingos dormia até tão tarde quanto queria. Parecia estar a gostar da vida de
solteiro. Um dia, uns amigos de fora que estavam de visita — Bill, Barbara e Betty
— convidaram-no para jogar golfe. Entre tacadas, as duas mulheres conversavam
sem parar a respeito do noivado de Betty.
— Telefona-lhe. Mora aqui perto. Julgo que estão bem um para o outro.
89
labrador, mordia animadamente uma revista. Bolivia tirou a Spiritual Winds da boca
de Benz, sentou-se no chão e pôs-se a lê-a. Na segunda página, um anúncio dizia:
ESCRITORES FREELANCE, PRECISA-SE. Há dois anos que escreve para lá.
— Mary Lee, já vivi em San Diego e posso dizer-te que o tempo não é
sempre perfeito e que as pessoas que lá vivem são iguais às daqui. Terão essas tuas
cócegas nos pés qualquer coisa a ver com o facto de fazeres quarenta para o mês que
vem?
— Talvez.
— Bem, querida, uma coisa posso eu dizer-te. Se não gostas de Dallas não
vais gostar de San Diego.
90
CAPÍTULO 14
Deus promete e Deus revela, tudo na linguagem dos sonhos. Isto era verdade
no Antigo Testamento e foi verdade em todo o mundo antigo. «Em Israel, no
judaísmo e no mundo grego e no Próximo Oriente em geral, os sonhos eram
frequentemente vistos como veículos de revelação divina, sobretudo os de sacerdotes
e de reis», nota o Oxford Companion to the Bible. Eliú, na história de Job, confirma
que os sonhos transmitem mensagens de Deus, ainda que os homens as não
compreendam:
Disputas contra ele porque não respondeu a todas as tuas palavras? Deus fala
uma vez, e não repete segunda vez a mesma coisa. Em sonhos, em visão nocturna,
quando o sono cai sobre os homens e estão a dormir no seu leito, então abre os
ouvidos dos homens e admoestando-os lhes adverte o que devem fazer, para apartar o
91
homem daquilo que faz e para o livrar da soberba, salvando a sua alma da corrupção
e a sua vida de cair sob a espada.
Hoje, porém, o mundo volta-se novamente para a nova linguagem, que define
os sonhos como fazendo parte da língua materna de Deus, o modo não verbal que
sempre usou para nos falar. Por vezes as Suas orientações chegam-nos através de
sonhos que são premonições — ajudam-nos a conhecer o Futuro e a prepararmo-nos
para ele. Por vezes, os nossos sonhos são epifânicos — e revelam as respostas a
problemas importantes. Outras vezes ainda, os nossos sonhos são presságios que nos
alertam para um problema futuro. E, em certos casos, ouvimos murmúrios de anjos
nos nossos sonhos. Seguem-se vários exemplos de cada um destes tipos de sonhos.
Exemplo: Jane sonhou que estava a entrar num grande estádio. Muitos dos
seus colegas de trabalho caminhavam à frente dela, apesar do facto de todos os que
se encontravam no interior estarem com convulsões e a vomitar.
— Eu não queria ir — disse Jane.— Sabia que havia ali qualquer coisa de
errado. Por isso, tapei a cabeça e fugi.
Semanas mais tarde, houve uma fusão inesperada e muitos dos trabalhadores
da empresa perderam o emprego. Baseada no seu sonho, Jane sabia que estaria a
salvo e encontrou rapidamente um novo trabalho,
Exemplo: Mary Lou sonhou que estava com medo de entrar na maternidade
do hospital porque a enfermeira de serviço lhe disse que nenhuma das crianças
92
conseguia andar. Mary Lou estava grávida do seu terceiro filho. Quando contou este
sonho à irmã, disse-lhe:
Quando Quentin nasceu, tinha um defeito nos pés. Graças ao seu sonho, Mary
Lou estava mais bem preparada para lidar com a deficiência do filho.
Exemplo: Benson sonhou que estava tão escuro lá fora que não conseguia
descobrir o caminho. Passou pela montra iluminada de uma loja e viu o seu próprio
reflexo. Por cima dele havia uma grande e brilhante estrela que parecia pousar-lhe na
cabeça como uma coroa.
— Não sei o que se está a passar na minha vida, mas tenho o pressentimento
de que vai acontecer qualquer coisa boa.
Dois meses mais tarde, Benson conseguiu o papel principal numa peça e
ganhou um prémio.
Exemplo: Durante um período difícil da minha vida, sonhei que estava num
comboio a viajar pelo que me pareceu ser a Inglaterra ou a Escócia. No sonho,
perguntava repetidamente a mim mesmo: «Aonde é que vou? Quando é que saio do
comboio?» Um homem que passeava de um lado para o outro pelo meio da
carruagem disse-me: «Fique no comboio.» Eu andava a considerar a possibilidade de
mudar-me de Sedona para Nova Iorque. O sonho indicou-me que devia continuar em
Sedona.
Exemplo: Baxter teve um sonho no qual se viu a si mesmo num grande jantar
de Acção de Graças de uma família. Toda a gente ria e conversava. Baxter viu três
crianças andrajosas a espreitar pela janela com olhares esfomeados. Levantou-se da
mesa com um prato de comida. Abriu a janela e deu a comida às crianças. «Há mais
seis em casa, senhor», disse a menina. Baxter acordou: ficou tão impressionado pelo
93
sonho que resolveu criar uma obra de caridade para dar de comer aos necessitados da
sua cidade.
Exemplo: Nora sonhou que tinha visto a falecida mãe, Lila, a falar a respeito
dela com um grupo de senhoras. «A Nora nunca teve tempo para mim. A minha filha
é muito egoísta.» Nora acordou e registou o sonho. Convencida de que precisava de
trabalhar com pessoas da terceira idade, telefonou para o serviço de voluntariado do
hospital e inscreveu-se.
Exemplo: Mort sonhou que estava a abrir furos em busca de água num terreno
que acabava de comprar, mas sem qualquer resultado. Começou então a cavar perto
de um bando de aves empoleiradas nos ramos de um pequeno grupo de árvores. Mort
tomou as aves do sonho como um presságio.
Exemplo. Mildred sonhou que estava a conduzir o seu velho Ford sob uma
forte chuvada. A luz da pressão do óleo do painel de instrumentos começou a piscar e
o motor a deitar fumo. O carro empanou numa estrada solitária. Quando acordou,
Mildred viu o sonho como um presságio e resolveu fazer um check-up. Foi ao
médico e descobriu que era hipertensa.
— Há muito tempo que não era examinada. Foi uma sorte ter ido consultar o
Dr. Ford.
94
Murmúrios de anjos em sonhos
95
Está talvez a perguntar a si mesmo como lidar com símbolos se não sabe o
que significam. É bem possível que o faraó tenha feito a mesma pergunta antes de
chamar José para este lhe explicar por que razão as vacas magras do seu sonho
estavam a comer as gordas. Nos tempos antigos, quando a civilização era uma coisa
recente e a humanidade estava ainda a procurar o seu equilíbrio místico, intuitivos
como José mostraram que tesouro um sonho pode ser. O jeito de José para a nova
linguagem não só salvou o reino como lhe conseguiu um lugar brilhante na história
do Antigo Testamento.
96
por decidir que mensagem estamos a receber. Para que o poder possa passar dos
poucos para os muitos, é preciso que assumamos o controlo do conteúdo divino da
nossa vida onírica. Não abdiquemos do nosso poder. Se o fizermos, corremos o risco
de perder a oportunidade de restabelecer a nossa tantas vezes enfraquecida relação
com o Criador. A minha convicção é que a profunda calma do sono permite aos anjos
de Deus reparar as linhas telepáticas através das quais ele envia as Suas divinas
mensagens. Talvez um dia os cientistas consigam provar que o sono é uma actividade
espiritual durante a qual somos divinamente afinados.
As técnicas que nos permitem recordar os nossos sonhos podem ser muito
valiosas. Gosto de algumas das sugestões publicadas pelo Lucidity Institute, de Palo
Alto, Califórnia, que estuda os sonhos e as vantagens de recordá-los. Isto é o que o
instituto o aconselha a fazer antes de adormecer.
97
que está a pôr no papel. Deixe correr. Trate os seus sonhos se fossem uma língua que
estivesse a aprender a falar. Familiarize-se com o Glossário da Nova Linguagem
(Capítulo 8) e esteja atento aos métodos de Deus que encontrar nos seus sonhos.
Quando qualquer coisa lhe soar a verdade, sublinhe-a, O seu conhecimento interior
está a ser estimulado.
Devaneios
98
Os devaneios podem igualmente manifestar as nossas esperanças mais
profundas. Uma vez que, por definição, o devaneio é uma criação visionária da
imaginação permite-nos libertarmo-nos dos constrangimentos da realidade — vermo-
nos a nós mesmos em situações com as quais até então só tínhamos sonhado. Por
exemplo, qual de nós nunca teve um devaneio a respeito de ganhar a lotaria, ou viver
numa casa de sonho, ou apaixonar-se? Ao criarmos, nos nossos devaneios, cenários
em que estes desejos se manifestam, talvez consigamos descobrir uma maneira de
torná-los realidade. Por exemplo, Elaine, uma graduada do Sedona Intensive,
sonhava acordada a respeito de deixar o emprego e regressar à universidade para ser
arquitecta. Duas semanas mais tarde, respondeu a um anúncio em que um arquitecto
pedia uma assistente. Duas semanas mais tarde, o patrão ofereceu-se para lhe pagar
um curso nocturno e tornar-se arquitecta.
«Vieste para poderes aprender a respeito dos teus sonhos», diz a cigana ao
jovem pastor da história. «E os sonhos são a linguagem de Deus. Quando ele fala na
nossa língua, consigo interpretar o que está a dizer. Mas se fala na linguagem da
alma, só tu o podes compreender. »
99
CAPÍTULO 15
Como, então, saber que mensagens nos são destinadas? Aqueles que não têm
experiência de saber o que ouvem quando escutam e o que vêem quando olham têm
de rodear-se de todas as cautelas. Escute com uma dose de salutar cepticismo para
distinguir entre as mensagens de Deus e a psicoverborreia. Analise cada situação e
então interrogue-se. Pergunte: «A premissa é válida?». «Tenho uma clara sensação de
sim ou não quando me interrogo sobre esta pessoa, ou coisa, ou ideia?»
100
5. Mantenha os pés na Terra. Para o ajudar a consegui-lo, faça um esforço
consciente para limitar o comportamento compulsivo. Isto impedi-lo-á de tornar-se
um carneiro que segue o rebanho quando este salta borda fora.
Quero deixar bem claro, agora e sempre, que o importante é aquilo em que
acredita, guiado por sólidos princípios morais. Se todas as suas escolhas concordam
com as ideias de outras pessoas, óptimo. Se não, não se deixe levar ou coagir a
aceitar ou abraçar qualquer coisa que sinta não estar bem para si. Mantenha-se firme.
O que é bom para mim pode não ser bom para si. Não quero convencê-lo de
coisa nenhuma, O meu objectivo e a minha missão é deixar que o poder passe dos
poucos para os muitos. Quero que as pessoas recuperem o poder que lhes pertence.
Tenho uma enorme fé nas pessoas — por vezes mais do que elas próprias têm em si
mesmas. Com tempo para aprender com os erros e para ouvir aquilo que o seu
conhecimento interior lhe diz, passará a escolher melhor e a saber quando ouvir e
quando ignorar pessoas e respectivas ideias. Saiba aquilo que sabe ser verdade para
si através da experiência.
101
As três bandeiras vermelhas
Aqui fica um exemplo: hoje peguei na edição dominical de The New York
Times Magazine e li dois artigos. Na primeira peça, a jornalista Diane McWhorter
escrevia a respeito do recente julgamento, em Birmingham, de um ex-membro do Ku
Klux Klan considerado culpado da morte de quatro meninas negras na explosão de
uma bomba na igreja baptista da l6th Street, em 1963. Elyton Village, onde cresci,
ficava apenas a dez quarteirões da igreja. A história tocou-me fundo. Senti que Deus
estava a recordar-me que, apesar de eu tentar ser absolutamente cego à cor da pele,
há ainda muitas pessoas que fazem discriminação com base na raça, no credo ou na
cor. «Pratica a tolerância e prega a unidade», era o que Deus estava a dizer-me.
102
Interroguei-me para ver o que achava. Decidi que quer Edward seja ou não
genuíno, acredito que a vida é eterna e que cada um de nós pode desenvolver o seu
potencial para comunicar.
1. Interrogou-se a si próprio?
Não esqueça, homem prevenido vale por dois: abra o espírito àquilo que
ouve, mas exerça prudência e discernimento. Dê tanta atenção às suas reacções
viscerais como dá ao que o seu cérebro lhe diz. Embora Deus esteja sempre presente,
há no nosso mundo muita desinformação que pode deitar imediatamente para o lixo.
103
CAPÍTULO 16
Deus tem um plano para cada um de nós - incluindo-o a si. Peço-lhe que
sonde mais fundo o objectivo da sua vida. As seguintes perguntas são uma tentativa
de ajudá-lo a ver o que está no seu espírito e no seu Coração.
Se está satisfeito com a sua vida, que mais pode fazer? Existe uma fórmula
secreta para chegar à felicidade?
104
como tu o plano que Deus tem para ti.» Não sei se na altura acreditei em Mrs
Cooper, mas agora acredito. Poucos de nós acabamos por ser presidentes dos Estados
Unidos ou estrelas do rock. Nem sequer sei se muitos de nós estaríamos à altura do
desafio, ou até se quereríamos estar. A alma única que você é — com todo o seu
potencial de realização — é a dádiva de Deus para si. Tornar-se aquilo que Ele o
criou para ser — o que quer ou quem quer que isso seja
Quero que escreva num papel o que deseja exactamente fazer na vida. Pode
ser idoso, ou de meia-idade, ou jovem. Nunca é demasiado tarde nem demasiado
cedo para pedir a Deus aquilo que o nosso coração deseja. Quero que guarde esse
papel debaixo da almofada e durma sobre a pergunta até receber uma resposta. Deus
responder-lhe-á. Ele é o seu Criador, mas também o seu treinador e encorajador.
Quando comecei a deixar a bebida, dormi com o que tinha escrito debaixo da
almofada durante mais de um ano. O meu papel dizia o seguinte: «Quero servir.
Deus, dá-me a sabedoria e a graça de conduzir seguindo. Torna-me capaz de
aprender com aqueles que me procuram em busca de orientação, como eu sou levado
pela abertura deles a descobrir o caminho que lhes traçaste.»
O resultado foi que Deus fez arrancar a minha vida como conselheiro
espiritual daqueles que precisaram da minha ajuda. Eu não sabia exactamente o que
queria fazer, mas Deus sabia. E porque eu o desejava, o Seu plano foi-me revelado
através de outros.
O que o impede?
105
Como foi que ultrapassei os meus medos e, mais importante ainda, como
poderá ultrapassar os seus? Talvez lhe pareça estranho, mas vai precisar de uma
caixa. Pode ser uma caixa de sapatos, ou uma caixa de chapéus — qualquer
recipiente de cartão com não mais de vinte e cinco a trinta centímetros de
comprimento. Corte na tampa uma fenda com quinze centímetros de comprimento,
por onde possa introduzir pequenos pedaços de papel. Forre a caixa e a tampa com
papel de embrulho e marque-a com as palavras «Caixa de Deus».
Se passou vinte anos como contabilista mas o seu sonho era criar cavalos no
Texas, persiga-o com método e organização. Pode ser que precise de aprender os
cordelinhos com um rancheiro, mas poderá fazer seja o que for desde que seja aquilo
que Deus quer que faça.
A sua necessidade de mais instrução pode demorar uns poucos dias, não
quatro anos de licenciatura. Há seminários que ocupam um fim-de-semana, ou uma
semana, e que o ensinam a melhorar a sua vida pessoal e profissional. Por exemplo,
aqui em Sedona, um psicoterapeuta especializado em finanças conduz seminários
sobre como criar uma base económica mais agradável, aumentando a sua auto-
estima. Muitos especialistas propõem sessões de trabalho de dois dias, em que
106
ensinam a tornar mais eficaz o relacionamento com a família e com os colegas de
trabalho. E o aspecto mais fascinante destas sessões é que muitos dos instrutores
colocam Deus no centro do processo.
«Oh o homem devia alcançar mais do que aquilo a que pode deitar a mão, ou
então para que serve o Céu?» Estas encorajadoras palavras de Robert Browning
acodem-me ao espírito quando considero esta questão. Romper através das paredes
que nos limitam em muitas áreas de acção é possível, mas não queira fixar a si
mesmo objectivos inatingíveis que podem deixá-lo frustrado. Digo por vezes que
gostaria de ser avançado dos Dallas Cowboys, mas tenho sessenta e quatro anos e o
treinador corria comigo à gargalhada. Uma boa amiga minha gostaria de dançar com
o American Ballet Theatre. Com quarenta e sete anos, o corpo já não lhe permitirá
esse prazer. O que quero dizer é que há coisas que estão fora do nosso alcance. A
idade é apenas um factor. Mas se quer fazer qualquer coisa que seja criativa ou que
sirva os outros, então não há limites.
107
lá chegar. Tem um passaporte válido e um visto, e tomou todas as vacinas, mas vai
esperar em casa até que lhe confirmem o lugar.
Sair daquilo que pode parecer um beco sem saída exige que saiba que
sacrifícios pode ter de fazer. Voltar à escola depois de ter tido um emprego bem pago
na publicidade exigirá um novo orçamento e desistir de uma grande quantidade de
extras. Pode ter de habituar-se a comida de refeitório depois de ter tomado gosto
pelos bons restaurantes: O seu guarda-roupa pode ter de durar até que consiga a tal
licenciatura, e as férias podem passar a consistir de piqueniques no parque local em
108
vez das praias de Maui. Fazer aquilo que sempre quis fazer por falta de fé e de meios
vale bem os sacrifícios que lhe vão ser exigidos. É possível que esteja à beira de
descobrir que as melhores coisas da vida são de borla.
Aprender a falar a nova linguagem não tem a ver com ficar à espera de uma
chamada, tem a ver com receber sugestões diárias que tornam a nossa vida melhor.
Alguém me disse certa vez que muitos de nós conseguem escalar montanhas,
atravessar torrentes, abrir caminho através de uma avalancha de dívidas, recuperar de
uma doença crítica e ultrapassar uma quantidade de situações impossíveis. Mas se
alguém nos lança um olhar mau, se atravessa à nossa frente no trânsito ou mina a
nossa autoconfiança com uma palavra impensada, vamo-nos abaixo. Faz sentido
esperar de Deus dicas para evitar disparates de todos os géneros. A nova linguagem
tem a ver com desenvolver uma consciência mais profundo de todas as coisas.
109
Existe uma fórmula secreta
Cada um chega ao seu próprio despertar a seu próprio tempo. Aprendi isto há
anos, quando estava numa reunião de reabilitação alcoólica com vários outros recém-
chegados. O orador era um tenente da Marinha que, achava eu, encarava o
alcoolismo com demasiada leviandade. Ria enquanto falava — era capaz de
encontrar humor em tudo. Sendo do género mais sério, pensei que o tenente estava a
ser pateta. «Este homem parece não perceber quanto esta doença é terrível», disse
para mim mesmo.
Se quer saber onde mora a felicidade, reconheça que é dentro de si. Se quer
saber como nadar nas suas águas curadoras, remova o negativo da sua vida. Da
110
próxima vez que se sentir frustrado ao procurar uma mensagem em todos os lugares
que lhe sugeri, veja o humor que há em tudo e dê uma boa gargalhada.
111
CAPÍTULO 17
“Vai acabar tudo bem. Tem fé. Segue em frente.” Este encorajamento levou-
me a enviar os curricula vitae que tinha em cima da secretária.
112
é «uma petição reverente feita a Deus». O médico Larry Dossey, ex-director de
serviços do Humana Medical City Dallas, escreve no seu livro Healing Words: The
Power of Prayer and The Practice of Medicine que «as duas formas mais comuns de
oração são a petição, em que o orante pede qualquer coisa para si mesmo, e a
intercessão, em que pede qualquer coisa para terceiros». Dossey distingue ainda «as
orações de confissão que envolvem arrependimento pelo mal feito e o pedido de
perdão; de lamentação, em que o orante clama a sua dor e pede vindicação; de
adoração, em que honra e venera; de invocação, em que pede a presença do Todo-
Poderoso, e de graças, em que agradece».
Se é um pouco como eu, saber que há mais do que uma maneira de rezar há-
de parecer-lhe uma coisa boa. As orações decoradas dão-me por vezes uma sensação
mais de obrigação do que de sinceridade. Os meus melhores momentos com Deus
são quando rezo na linguagem mais directa que conheço. Além disso, quando me
abeiro de Deus com a inocência de uma criança, a minha disponibilidade para ouvir é
maior.
Para lá das definições de oração que vêm nos dicionários, ou até das de Larry
Dossey ou de Ann e Barry Ulanov, acabei por aceitar uma outra muito mais
abrangente. Convido-o a considerar que pensar e rezar são uma e a mesma coisa —
impulsos de energia que formam linhas de força através das quais as nossas intenções
são transportadas até Deus e ao universo. Manter o silêncio durante a meditação pode
aquietar-me a mente e estabelecer uma hora para rezar pode reforçar o meu hábito de
tentar falar com Deus de uma maneira deliberada, mas, na sua acepção mais lata,
rezar não tem princípio nem fim. Sempre que estou a pensar, estou também a rezar.
113
Na medida em que transmitem as minhas emoções, desejos e intenções, os
meus pensamentos são orações.
Comparei a oração a energia a correr por linhas de força, acredito que cada
um de nós existe numa espécie de campo de forças eléctrico criado pelos nossos
pensamentos. Se os nossos pensamentos emanam de egos inchados, narcisismo,
impulsos e emoções negativos, geramos estática e interferência que pode bloquear a
recepção da voz de Deus. Para manter em boas condições as linhas de comunicação
telepática com Deus, precisamos de ter pensamentos positivos e construtivos. No
capítulo 6, falámos de eliminar a estática que se acumulou durante a nossa infância.
À medida que avançamos, a oração pode ser a melhor maneira de nos mantermos
alinhados com quem realmente somos e com aquilo que Deus nos criou para fazer.
Segue-se uma lista dos diversos tipos de oração, para o ajudar a começar:
114
1. Há orações de petição: pedimos qualquer coisa para nós mesmos. Jolene
rezava por um emprego que lhe permitisse alimentar os filhos e a si mesma. Havia
quem considerasse as suas orações egoístas, mas ela sabia que devia pedir à
verdadeira fonte de todas as coisas: Deus.
115
O diálogo é muitas vezes silencioso e decorre dentro da minha cabeça.
Noutras ocasiões, falo em voz alta. Não importa. Deus consegue ouvir-me tão bem
no ribombar do silêncio como quando me pronuncio em alta voz no meio de um
grupo. Do que me libertei foi da necessidade de impressioná-lo com técnicas de
invocação. Concordo com o homem que disse que a mais poderosa oração jamais
dita foi «Deus. ajuda-me!»
É o impulso da oração e o seu contínuo nas nossas vidas quotidianas que nos
purga do egoísmo e da indisponibilidade para ouvir quando Deus nos fala. Continue
a cuidar de si com orações enquanto procura a orientação de Deus na sua vida.
116
CAPÍTULO 18
Quando a minha mãe, com oitenta anos, jazia às portas da morte na unidade
de cuidados intensivos do Saint Vincent’s Hospital, sentei-me ao lado dela, peguei-
lhe na mão, beijei-lhe a face e acariciei-lhe os cabelos brancos de neve. Apesar de ela
ter tido uma trombose e não conseguir falar, falei-lhe eu dos inúmeros incidentes
cheios de humor que tinham pontuado os nossos anos juntos e até cantei algumas das
suas canções preferidas. Nos meus momentos privados, pedi a Deus, com grande
fervor, que lhe poupasse a vida, que nos deixasse partilhar mais algum tempo. Mas às
três da madrugada de um sábado de Março, senti que o espírito dela abandonava o
corpo.
É da natureza humana rezar para que alguém vença uma doença ou sobreviva
a um acidente. Todos nós queremos ouvir essas palavras mágicas, «está tudo bem»
117
ou «vai viver». Quem quer enfrentar os piores cenários que a vida tem para oferecer?
Quem quer deixar tudo nas mãos de Deus se é possível alterar o resultado com uma
avalancha de orações? Gary tinha apenas dezoito anos. Uma vida inteira à sua frente.
Ser indiferente ao desfecho do acidente de Gary — quer ele vivesse ou morresse —
era impensável e contra natura para a família e amigos. Quando a minha mãe morreu,
a morte dela foi mais fácil de aceitar porque já tinha oitenta anos. Mas mesmo assim
rezei para que vivesse.
Religiosidade
Ao discutir a oração no seu livro Healing Words, Larry Dossey diz que certas
pessoas «vivem com um sentido profundamente interiorizado do sagrado a que se
poderia chamar religiosidade, a sensação de estar simplesmente sintonizado ou
alinhado com algo mais elevado». Religiosidade é «aceitar sem ser passivo, estar
grato sem desistir. É estar mais disposto a vive no mistério, a tolerar a ambiguidade e
o desconhecido. Honra a justeza de tudo o que acontece, inclusive o cancro». Acha
Dossey que muitos de nós tentamos «dizer a Deus o que fazer» nas nossas preces de
intercessão, como nas ocasiões em que Lhe pedimos que deixe Gary viver, ou que
conceda à minha mãe um pouco mais de tempo.
118
governa a sua própria vida. Governar é escolher, O livre arbítrio tem como corolário
a obrigação da responsabilidade pessoal. Haverá inegavelmente alturas em que
seremos chamados a exercer o direito à vontade para resolver uma emergência ou
uma crise. Podemos pedir a Deus que nos oriente nessas situações, mas a
responsabilidade de escolher entre agir e não agir é nossa e só nossa.
119
Por exemplo, Ângela era uma menina de três anos que desapareceu sem
deixar rasto do seu quintal em Miami. Apesar de os pais terem tentado tudo —
incluindo a oração — para encontrar a filha, a criança não foi descoberta ao cabo de
três anos de buscas. Apesar de todos terem rezado pelo seu regresso são e salva, estas
orações não foram atendidas. Como lidou a mãe de Ângela com tamanho desgosto?
Iniciou um programa destinado a consciencializar ainda mais as mães das minorias e
as pessoas encarregadas de cuidar de crianças da importância de saber a todo o
momento onde elas estão, e criou uma linha de emergência para ajudar a procurar
crianças desaparecidas. É possível que, graças ao desaparecimento de Ângela,
tenham sido salvas as vidas de milhares de outras crianças.
120
Ser capaz de viver a vida nas condições que a vida impõe pode ajudar-nos a
encontrar nos registos mais profundos da nossa alma aceitação face aos
acontecimentos mais terríveis da nossa existência. Tentar perceber porque foi que
uma coisa aconteceu ou rezar a Deus para que nos dê aquilo que queremos pode
bloquear o plano infinito do Criador. Por muito duro que seja, há grandes vantagens
em deixar que as coisas sejam reveladas. Já discutimos a impotência no capítulo 3 e
o ego confrontado no capítulo 4. Se nos confiamos verdadeiramente à vontade de
Deus, temos de aceitar o que Ele nos dá e o que Ele nos tira quando não temos
controlo sobre a situação. Acredito firmemente que Ele nunca nos impõe mais do que
aquilo que conseguimos aguentar.
Nem todas as orações de petição têm a ver com questões de vida ou de morte.
Por vezes, as pessoas rezam a pedir coisas tão simples como uma nova casa, ou
segurança no emprego. Agnes pedia que o irmão, Jack, não fosse despedido em
consequência do «emagrecimento» da empresa onde trabalhava. As suas orações não
inverteram a maré a favor de Jack, que foi despedido sem indemnização. E ele,
vergou a espinha e armou-se em vítima? Culpou Deus pelas orações goradas de
Agnes? A resposta a ambas as perguntas é não. Arregaçou as mangas e criou a sua
própria empresa. Aconteceu isto há sete anos. Hoje, é um homem rico que faz aquilo
de que gosta. Agnes rezou a pedir uma coisa específica para o irmão, mas Deus tinha
em mente algo diferente.
121
Se confiar as suas preocupações a Deus e rezar para que Ele lhe oriente os
passos, acredito que a sua vida correrá exactamente como Deus a planeou. Procure o
desfecho sem convidar Deus a participar no processo, e talvez lamente o dia em que
quis fazer o papel d’Ele.
Actualmente, começo e acabo todas as minhas orações com «seja feita a Tua
vontade, não a minha». E, aconteça o que acontecer, sei que pedi que fosse feita a
vontade de Deus em todos os meus assuntos, faça eu o que fizer ou tome as decisões
que tomar.
Vamos rever como podemos tirar o maior partido possível das nossas orações
de petição em tempo de doença ou de morte.
1. Quando a tragédia nos atinge, pedir ajuda a Deus para suportar o fardo da
dor ou da perda.
4. Pedir a Deus que faça o que é melhor e não o que nós ou os outros
desejamos, sempre que possível.
122
III PARTE
1. Técnicas e exercícios
2. Conselhos e exercícios
2. Conselhos e exercícios
1. Tornar-se autêntico
3. Curar o eu defendido
123
Quinto estádio: praticar o perdão
124
CAPÍTULO 19
Primeira fase
A maior parte das pessoas precisa de aprender técnicas para aquietar a mente.
Em vez de forçar-se a meditar sem qualquer preparação, sugiro que se sente
tranquilamente no escuro uns poucos minutos todos os dias durante uma semana,
para acalmar. Sente-se direito numa cadeira, com os pés apoiados no chão. Se
preferir, aumente o efeito usando uma venda para tapar a luz. Outra maneira de criar
uma atmosfera pré-meditativa é ouvir música suave.
A primeira vez que tentar aquietar a mente, é possível que se sinta agitado e
que o seu espírito se ponha a divagar. Não se pressione. Não há calendário para o
êxito. Certas pessoas demoram mais tempo do que outras a relaxar. A mente está
habituada a agitação e distracções; o budismo zen refere-se a este tipo de actividade
mental frenética como mente de macaco.
Há duas abordagens que sugiro aos principiantes que estão a tentar aquietar a
mente. Pode imaginar uma luz branca ou, se preferir, ver uma vela branca a arder. Se
125
optar pela imaginação, visione uma luz branca. Pode ser a chama de uma vela ou
uma luz informe e sem cor. Se queimar uma vela, fixe os olhos na chama até sentir as
pálpebras começarem a fechar-se. Este exercício ajuda-o a aquietar a mente e a focar-
se numa coisa. Impede que pensamentos aleatórios lhe invadam o espírito e o façam
divagar.
Se possível, faça este exercício à mesma hora todos os dias. Quantas mais
vezes se sentar em silêncio no escuro, mais depressa a sua mente parará de tagarelar
e permitirá que o processo funcione.
Ao princípio, se quiser, não faça mais nada senão ficar sentado a ouvir música
e a ver a vela arder. Saberá quando passar à segunda fase da aprendizagem da
meditação.
Aqui fica uma revisão dos principais pontos da primeira fase da preparação
para a meditação.
126
3. Sente-se direito numa cadeira com os pés apoiados no chão.
5. Imagine uma luz branca ou olhe fixamente para a chama de uma vela.
Segunda fase
Numa sala obscurecida, sente-se direito numa cadeira, com os pés apoiados
no chão. Feche os olhos. Sente-se o mais direito possível.
127
Fazer exercícios respiratórios será um passo de gigante no caminho da
meditação. Persistência e rotina conduzirão a um maior êxito à medida que continuar
a aprender. Pratique à mesma hora todos os dias, e não se esqueça de manter um
diário.
Aqui fica uma revisão dos principais pontos da segunda fase da preparação
para a meditação.
4. Descalce os sapatos.
128
Meditação
Vou revelar-lhe a minha meditação curta preferida, mas poderá usar a que
melhor se adeqúe à sua tradição espiritual. Pode ser um simples «Deus, ouve a minha
prece». Em seguida, poderá recitar um poema de que goste muito, ou uma passagem
que o tenha inspirado. Recorde que o objectivo do exercício é ajudá-lo a aquietar a
mente, contemplar uma única ideia, e eventualmente ouvir Deus quando Ele lhe falar.
O exercício pode durar não mais de três minutos.
129
Continue sentado de olhos fechados quando decidir terminar a meditação. Se
estiver a usar uma fita gravada, fique sentado até a meditação chegar ao fim.
Mantenha a mente limpa.
Segue-se uma meditação que escrevi e que tenho vindo a usar no Sedona
Intensive desde há muitos anos. Se gostar, grave-a e utilize-a. Continue a fazer a sua
respiração abdominal.
Os teus dedos dos pés estão relaxados e curados. Os teus tornozelos estão
relaxados e curados. Sentes-te tão relaxado e tão curado. Os teus joelhos estão
relaxados e curados. As tuas coxas estão relaxadas e curadas. As tuas nádegas estão
130
relaxadas e curadas. Da cintura para baixo, sentes-te tão relaxado e tão curado.
Desligado. Está neste momento.
A tua garganta está relaxada e curada. A tua boca está relaxada e curada.
Uma poderosa luz branca entra pelo alto da tua cabeça, inundando a
cavidade do teu rosto, descendo-te pelo peito até à cintura, até às ancas. Descendo
pelas pernas, a luz branca jorra do dedo do teu pé direito e um poderoso cordão de
luz brilhante começa a envolver todo o teu corpo.
De fora para dentro, de dentro para fora, o teu corpo está tão relaxado, tão
curado, e nada pode fazer-te mal. Estás dentro de um poderoso casulo de protecção.
Relaxa.
Desliga de tudo e de toda a gente. Subindo e flutuando cada vez mais alto no
universo de Deus, livre e seguro e curado.
131
Em breve escolherás uma nuvem e afundar-te-ás nela, como se estivesses
sentado numa cadeira ou num sofá. Ah... tão macio e relaxado. Relata. Continua a
respirar.
Desliga.
Conta silenciosamente um, dois, três. Abre os olhos. Bem desperto. Volta
para junto de nós.
132
Não se levante imediatamente após a meditação. Esteve num estado alterado.
Permita que o seu corpo e a sua mente regressem lentamente à consciência desperta.
Permaneça sentado durante mais cinco minutos.
Quando era criança, rezava: «Agora que me deito para dormir, peço a Deus
para a minha alma guardar. E se morrer antes de acordar, peço a Deus para a minha
alma levar. Deus abençoe a Mamã e o Papá e os manos e manas e todas as pessoas do
mundo que têm fome. Boa noite, Deus. Albert.»
Seja qual for a oração que rezemos sem egoísmo e com sinceridade, acredito
que Deus a ouve. Como se diz no Antigo Testamento: «O homem vê o que está
patente, mas o Senhor olha para o coração.»
133
Pontos-chave da meditação
4. Inicie a prática da meditação durante três minutos, até que meditar se torne
para si fácil e natural. Passe gradualmente de três para dez minutos.
Quando conseguir relaxar e meditar imune a distracções, talvez opte por fazê-
lo com amigos ou familiares. Ao princípio, porém, é preferível meditar sozinho.
Os Dalton são uma família de sete, com filhos dos cinco aos dezassete anos,
O pai e a mãe decidiram iniciar as discussões familiares permanecendo sentados em
silêncio durante cinco minutos. Pouco depois, um dos filhos, aluno do segundo ano
do terceiro ciclo, sugeriu que tocassem música. Em seguida, acrescentaram ao
esquema uma sessão de meditação guiada. Passados dois anos, os Dalton têm menos
134
confusão e discussões nas reuniões de família, porque começam por eliminar a
estática.
135
CAPÍTULO 20
Deflacionar o ego
— Ninguém acreditaria que uma coisa tão feia como eu seja capaz de pintar
belas aguarelas.
Serão Ben e o jovem Sam vítimas do síndrome de Jeckyl e Hyde? Como pode
Olívia ser tão talentosa e tão doente ao mesmo tempo?
Ben, Olivia e Sam são meus clientes. Quando começámos a trabalhar juntos,
todos estavam sob o domínio hipnótico dessa parte deles que não tem consciência,
nega Deus e causa perturbações patológicas na vida de pessoas, em tudo o resto
completamente normais. Todos manifestavam características de controlo e
manipulação pelo ego. Apraz-me muito dizer que Ben, Olivia e Sam melhoraram a
136
partir do momento em que compreenderam que os seus egos podiam, como um
diabrete, arranjar problemas e até arruinar-lhes a vida.
O que é o ego?
O ego não é uma entidade demoníaca que tenha de ser destruída ou evitada
mas um aspecto valioso de nós mesmos que precisa de ser reeducado. Sem
consciência e sem limitações, o ego é a parte de nós que medeia entre o mundo e os
nossos apetites humanos naturais por alimento, amor, auto-estima, satisfação sexual,
estimulação intelectual e companhia. Os problemas surgem porque o ego, ainda que
com uma missão meritória, não tem a noção das proporções. Revela tendência para
dizer coisas do género: «Queres um biscoito? Que tal uma caixa inteira? Porquê ficar
por um copo de vinho quando podes beber todo o que conseguires engolir?» Sem o
travão da nossa natureza superior, falta ao ego a força espiritual e moral para
acrescentar equilíbrio e proporção à nossa vida, Só por isso, o ego não se
reconhecerá como parte de um todo mais vasto, que exige justiça, partilha, equilíbrio,
harmonia e comunidade.
A ideia de que o ego é a nossa parte sinistra tem sido realçada por muitas
religiões, que fazem da auto-aniquilação o objectivo do crescimento e do
desabrochar espiritual. A auto-aniquilação pode resultar para aqueles que pretendem
viver as suas vidas isolados das realidades quotidianas, nos recônditos de ashrams ou
mosteiros, mas para o resto de nós, nada poderia ser menos prático. Estamos a tentar
viver no mundo material sem deixarmos de ser entidades espirituais.
Como consegui-lo?
137
responsabilizado pelas suas acções, o seu ego manteve-se escondido. Apesar de ter
estado na origem de tudo o que você fez, nunca foi responsabilizado porque, para
toda a gente menos para si, é silencioso e invisível.
Comece por fechar os olhos. Imagine-se a abrir os braços como faria para
receber um amigo. Agora abrace o seu ego, o diabrete que anda a causar tantos
problemas na sua vida. Pode ver o seu ego como todos os seus defeitos e apetites
descontrolados juntos na mesma embalagem. Depois do abraço, afaste-se um pouco e
convide-o a sentar-se. Fale com ele, como se fosse uma pessoa real. Diga-lhe que não
está a querer eximir-se de culpas pelas suas dificuldades e que precisa que ele analise
consigo as suas falhas de carácter.
Você: «Estamos metidos numa bela alhada, tu e eu. O que é que se passa?»
Ego: «Não me deram o que eu queria. Queria fazer o que queria quando
queria. Sem controlos. Sem limites. Encorajo-te a comer e a beber e a comprar o que
queres, ir aonde queres e não teres de pagar nada. Até te ensinei como tratar os outros
de modo que eles saibam quem é que manda. Qual é o problema? »
138
Ego: «Não estavas feliz com aquilo que tinhas, pois não?
Ego: Tenho medo de que só pronunciar o nome d’Ele baste para me matar. »
139
dentro de um casulo antes de tornar-se borboleta. Quando confronta o seu ego, pode
ter uma vida mais feliz e mais livre.
140
expressar-se porque havia um homem adulto disposto a ouvi-lo e a dar-lhe sugestões
sobre como ver-se a si mesmo digno de ser amado.
Agora que está a conversar com o seu ego, a chegar a uma parte de si que
andava há muito afastada ou escondida, quais são as qualidades negativas de que vai
falar? Lembre-se, o processo de confrontar o seu ego exige uma franqueza brutal.
Convido-o a compilar uma lista de queixas da vasta gama de compulsões e
dependências que arrolo a seguir. Porque quero que tenha uma imagem equilibrada
de si mesmo, faça também uma lista das qualidades positivas, usando os exemplos.
Qualidades negativas
141
Crítico Perfeccionista Rancoroso
Qualidades positivas
Quando acabar de fazer o seu auto-retrato ser vindo-se destas listas, deixe-se
ficar sentado em silêncio durante alguns minutos. A seguir, imagine todos os seus
defeitos a serem largados como balões cor-de-rosa. Com os olhos da imaginação,
142
veja as qualidades positivas como trevos-de-quatro-folhas num relvado e apanhe-os
um a um. Repita o exercício uma vez por semana e, com o tempo, verificará os
resultados positivos desta visualização. Esta técnica é uma forma subtil de auto-
hipnose ou auto-sugestão.
Você: «Sou demasiado severo para os outros. O que é que se passa comigo?»
Você: «Que posso fazer para desembaraçar-me deste defeito? Está a dar
comigo em doido.»
Amigo: «Faz o que eu faço. Escreve um diário. Despeja tudo isso no papel e
tira-o da cabeça. Fala com o teu ego... que é o culpado. Argumenta com ele. Trata-o
como um amigo com quem tivesses tido uma zanga. Tal como estamos os dois a ter
esta conversa, diz ao teu ego que estás a fazer o melhor que podes com o que te resta,
que queres viver e deixar viver, que queres aceitar que tanto tu como os outros fazem
aquilo que podem. E conta ao teu ego uma ou duas piadas. Todos nós precisamos de
aprender a rir de nós mesmos.»
143
Quando falar com amigos a respeito do seu ego e das suas insuficiências,
refira-se ao ego como sendo um amigo muito chegado sem o qual a sua vida não
estaria completa. Dois peregrinos — você e o seu ego — que devem seguir de mãos
dadas o trilho marcado por Deus.
Mantenha um diário
Enquanto você e o seu ego estiverem a ouvir o que Deus lhes diz, estarão a
viver sob um selo de cooperação. Mas, e depois? Como é que lida com a vida depois
de ter feito as pazes com o seu ego? Como é que se certifica de que não volta a
resvalar para um pensamento egocêntrico?
16 de Abril de 1993
Não fiz a minha meditação, esta manhã, e paguei por isso com um dia muito
desequilibrado. Ninguém parecia disposto a dar-me aquilo que eu achava que
merecia — ou talvez a velha atitude do «coitadinho de mim» tenha voltado a
aparecer. Vou pedir a Deus que me ajude a conseguir um melhor discernimento.
4 de Julho de 1993
Tenho de lembrar-me de que não posso fazer num dia o trabalho de uma
semana. Ficar no escritório até às dez da noite é loucura. Amanhã, vou rever a minha
carga de trabalho com o meu supervisor.
144
23 de Novembro de 1993
Vou a casa para o Dia de Acção de Graças, o que significa estar com a minha
irmã, que passa o tempo a espicaçar-me por ainda ser solteiro. É capaz de tentar
dizer-me que o meu problema de peso é a razão por que ainda não casei. Para poder
manter a calma, vou falar com ela antes de a família se reunir e dizer-lhe o que penso
das suas críticas. É possível que continue a fazer comentários desagradáveis, mas ao
menos ter-lhe-ei dito a minha verdade. Meditei, escrevi o meu diário e deitei-me a
horas decentes.
Livros
Outro dos meus favoritos é o livro de M. Scott Peck, People of the Lie, que
propõe sugestões sobre como lidar com a mentira, a manipulação, o narcisismo e a
transferência de defeitos dos pais para os filhos.
Oração
145
Deus, concede-me serenidade para aceitar as coisas
que não posso modificar, coragem para mudar as que posso, e
sabedoria para reconhecer a diferença.
«Amigo, como estás? Precisas de resolver qualquer questão que tenha ficado
em suspenso?»
Diga-lhe quanto precisa da cooperação dele não só para viver aquele dia mas
também para ser feliz. Têm de viver a vida juntos.
Siga as directrizes que lhe dei, A coisa mais importante a recordar, como o
índio hopi sugere, é que «morremos todas as noites e renascemos todas as manhãs».
146
CAPÍTULO 21
NÃO IMPORTA quem sejamos ou o que tenhamos feito da nossa vida. Quase
todas as nossas características, boas ou más, têm a ver com a família no meio da qual
crescemos. Na essência, tornamo-nos o que experimentamos através dos anciãos da
nossa tribo.
Agora que integrámos o nosso ego, precisamos de lançar uma vista de olhos à
cultura da nossa família. Há uma premissa, com frequência referida nos círculos da
psicologia, segundo a qual se quisermos saber o que está certo ou errado com
alguém, a solução é conseguir ser convidado para um jantar de família. Tanto as boas
como as más características acabarão por cair como maçãs da proverbial árvore
genealógica. Uma vez que saibamos o que está na árvore podemos alterar o que
cultivamos e os frutos que apanhamos.
147
importante examinar estes atributos do comportamento familiar para ficarmos a saber
quem você é — um adulto equilibrado ou uma alma danificada. Ao passar em revista
as principais culturas familiares listadas abaixo, vá tomando notas. Por exemplo
quando ler a respeito da cultura do segredo familiar, escreva sobre os seus próprios
segredos de família. Se uma tia solteira se suicidou depois de um aborto, não relegue
o caso para o armário dos esqueletos. Fale a respeito do assunto com outros membros
da família e descubra que emoções estiveram em jogo — a família sentiu-se culpada
ou envergonhada? E porquê? No trabalho com os meus clientes, cheguei à conclusão
de que aqueles que escrevem a respeito de tudo sem censura se tornam mais livres,
mais depressa.
148
incapaz de dar valor ao marido ou de estabelecer com ele uma forte relação de
confiança. Adams considera a sedução psicológica, encoberta, da filha pelo pai como
a causa original da incapacidade dela de amar o marido. Escreve Adams: «Muitas
vezes, aconselho estas filhas a divorciarem-se dos pais, não dos maridos.»
Era o preferido de um dos seus pais, ou o favorito era um dos seus irmãos ou
irmãs? Apanhe essa emoção antes que ela lhe roube mais alegria.
À primeira vista, o narcisismo parece ser um defeito de carácter que tem a ver
com a necessidade de ser o centro das atenções, mas mais exactamente descreve
alguém que vive num mundo cuidadosamente construído que é um substituto da
pessoa que precisa de ser examinada e curada. Por exemplo, um pai narcisista pode
encorajar os filhos a parecerem bem por fora sem no entanto fomentar boas
características interiores. M. Scott Peck acredita que os narcisistas são pessoas
constitucionalmente incapazes de serem honestas consigo mesmas ou com quem
quer que seja. Não conseguem aceitar qualquer tipo de culpa e estão constantemente
à procura de um bode-expiatório. Os narcisistas estão absorvidos em si mesmos e
detestam-se a si mesmos. Identifica-se com esta característica? Algum dos seus pais
era narcisista? Esclareça consigo mesmo o que este traço de carácter o fez sentir.
Uma criança rejeitada não foi abraçada com suficiente amor e ternura. A
rejeição afecta o futuro da criança mais do que qualquer outra coisa, porque a deixa a
sentir-se imerecedora de afecto e de êxito. A primeira vítima parece ser a capacidade
de ser bem sucedido num relacionamento ou numa carreira, embora a rejeição possa
também penetrar até ao cerne da autovalia do indivíduo, com resultados
devastadores. Os pais e outros adultos que vivem num mundo materialista tendem a
rejeitar as crianças com base em critérios de inteligência, popularidade, aspecto e
competências sociais, ou falta delas. Se acaso se sentiu rejeitado quando criança,
149
enfrente esses sentimentos. Pode sempre conversar a respeito deles com um amigo de
confiança, um conselheiro ou um sacerdote.
A história de Barry
Barry cresceu no seio de uma família em que todos falavam ao mesmo tempo.
A solução dos pais de Barry era dar aos filhos tudo o que o dinheiro podia
comprar — mas não disciplina, afecto e tempo para comunicar. Barry não sabia
muito bem se vivia na Grand Central Station ou em casa — havia sempre tanto
barulho que nem sequer conseguia ouvir-se pensar. A única coisa que sabia sem
margem para dúvidas era que cada um dos membros da sua ruidosa família estava a
ir para o seu lado.
Um dia, Barry, com dezassete anos, teve uma ideia brilhante. Se ninguém
conseguia ouvir ninguém por que estavam todos demasiado ocupados a falar, ia
escrever uma carta a cada membro da família. Aqui fica um exemplo do que
escreveu:
150
Querido Pai
Eu sei que o seu trabalho é difícil e que está cansado quando chega a casa.
Andamos sempre todos muito ocupados e não temos tempo para ninguém, mas
estamos a tornar tudo pior não comunicando uns com os outros. Eu estou a tentar
acabar o liceu com notas que me permitam ser admitido numa boa universidade com
uma bolsa de estudos. Penso que sou suficientemente inteligente, mas aquilo de que
preciso é de um pai com quem possa falar a respeito do que está a acontecer comigo.
Gostaria de ajuda em questões como a que universidade concorrer, que curso
escolher, como lidar com raparigas, quando abrir a minha própria conta num banco e
um monte de outras coisas que sabe melhor do que eu. Além disso, tenho sempre esta
sensação de que o Pai e a Mãe não querem saber dos filhos. Não há regras, não temos
horas para chegar a casa e parece que esperam que os professores, os catequistas e o
pastor sejam a nossa consciência.
Beijos,
Barry
Não aconteceu da noite para o dia, mas Barry conseguiu as suas reuniões e os
membros da família começaram a aprender a ouvirem-se uns aos outros. A Família
de Barry não só aprendeu a partilhar os seus sentimentos, como os pais
reexaminaram o que tinham de mudar para se tornarem melhores pais.
151
5. Se havia manipulação na sua família...
152
Culturas familiares positivas
As crianças a quem são ensinadas regras e uma disciplina razoável têm mais
probabilidades de tornar-se adultos bem adaptados social e emocionalmente.
Ser educado sem limitações cria o caos na vida da criança. Os pais ausentes
geram riscos muito maiores de consumo de álcool e de droga entre as crianças. Uma
actividade parental dedicada e activa não significa o recurso à violência física e sim o
uso de regras sensatas. A sua família tinha regras a respeitar e objectivos que devia
tentar atingir? Como reagia à disciplina?
O facto de os pais fazerem parte da vida da criança fá-la sentir que eles se
interessam. Sempre que o horário de trabalho de um dos pais o impeça de envolver-
se nas actividades que são importantes para a criança, deve-se explicar a esta última a
razão por que o pai não está presente e, quando possível, um outro adulto deverá
substituí-lo. No seu livro Man Enough: Fathers, Sons and the Search for
153
Masculinity, o Dr. Frank S. Pittman aborda a importância da participação do pai na
vida do filho especialmente quando o rapaz chega à puberdade e à adolescência. Ê
um livro que pode ajudar o leitor a repensar o que masculinidade significa para ele.
Os seus pais envolviam-se activamente na sua vida? Sentia que eles faziam tudo o
que podiam para apoiá-lo a si e às suas actividades?
Quando a criança cresce a sentir que não há segredos de família para lhe
minar o sentimento de confiança é mais capaz de enfrentar o mundo com abertura e
integridade. O esclarecimento absoluto de todas as questões assegura águas mais
calmas e um carácter mais forte à medida que a criança amadurece. A franqueza era
154
um problema na sua família? Confiava nos seus pais? E você, era digno de
confiança?
1. Você
2. Mãe
3. Pai
4. irmãos
5. Avós
Agora, vem a parte mais difícil, Aceita a responsabilidade de ter feito mal a
alguém da sua família? O mal pode ser mental, emocional ou financeiro. Difamação
(boatos), desonestidade numa relação (casos extraconjugais ou infidelidade a um
amante) ou sermos menos amoráveis por palavras ou por acções para com os nossos
pais, irmãos, cônjuges ou filhos. Este exercício revela muito a respeito dos seus
mecanismos emocionais e psicológicos.
1. A minha irmã era a preferida do meu pai por isso eu estava sempre a tentar
deitá-la abaixo.
2. O meu pai obrigava-me a comer coisas de que eu não gostava, por isso
canalizei a raiva que esta imposição me causava para o meu relacionamento com o
meu irmão mais novo.
155
3. A minha mãe tinha segredos, por isso aprendi a esconder a verdade
completa ao meu marido.
4. Ninguém na minha família ouvia o que os outros diziam, por isso eu, a
minha mulher e os meus filhos falamos todos ao mesmo tempo.
5. Fui uma criança negligenciada, por isso tenho dificuldade em fazer amigos
por medo de que eles me deixem.
6. A minha filha tem, como eu, tendência para tergiversar em todas as áreas
da vida, por isso dou por mim a ser indevidamente severo.
Gostaria de dar a última palavra neste capítulo a Caroline Myss, cujo livro
Why People Don’t Heal and How They Can aborda a linguagem da «feridologia»,
uma palavra que inventou para descrever as pessoas cuja vida inteira está amarrada
ao que lhes aconteceu na infância. Myss conta a história de uma mulher que fala
interminavelmente a respeito de ter sido vítima de incesto sempre que alguém lhe faz
uma simples pergunta. Quando o terapeuta que estava a trabalhar com ela lhe
perguntou há quanto tempo tinha aquilo acontecido, ela respondeu: «Trinta anos.
Lembro-me como se fosse ontem.» Myss afirma que quando não saramos o passado,
nunca conseguimos viver no presente.
Não esqueça, se passar a vida inteira a lamber as suas feridas, isso é fazer de
vítima. Tem de esforçar-se ao máximo por tornar a sua vida o melhor possível,
aceitar as coisas que não pode modificar e seguir em frente. A vida não deve ser um
desenterrar perpétuo de esqueletos do passado e sim uma expressão da alegria de
existir.
156
CAPITULO 22
A história de Jarrod
157
adorava, e vivia numa bela mansão junto ao mar. Fazia uma vida à Riley? Sim. Era
feliz? Absolutamente não.
— Sempre quis viver nas colinas da Virgínia, não junto à praia na Florida.
Quero criar cavalos e ter uma pousada. A cirurgia não é a minha paixão. Talvez
gostasse de ensinar numa pequena escola particular local. São estas as coisas que
sempre quis toda a minha vida.
Jarrod não estava só a não viver a sua paixão, estava a viver a ideia que o pai
tinha do que a vida dele devia ser. Demorou três anos, mas Jarrod mudou-se para a
Virgínia depois de o pai ter morrido inesperadamente. Mas porque haveria de ter de
esperar três anos para poder fazer e ser o que queria?
158
3. A minha professora disse-me que eu devia ensinar, como ela.
5. O meu pastor disse-me que devia casar com alguém que pertencesse à
minha religião.
6. O meu pai não me deixou ter lições de dança; dizia que isso era para
maricas.
7. Os meus pais mandavam-me para o mesmo campo de férias para onde eles
costumavam ir.
8. A minha mãe dizia que eu devia usar certas roupas porque eram as
melhores para mim.
Se estes exemplos o fizeram compreender que aqueles que nos são mais
queridos são também os maiores obstáculos à nossa auto-realização, não desespere.
Nunca é demasiado tarde para corrigir um erro. Por exemplo, se a sua mãe o
convenceu a aceitar um emprego que não lhe agrada, pense em mudar. A mudança
não tem forçosamente de ser abrupta ou dramática. Pode ir devagar se quiser. Volte à
escola. Recicle-se. Ou arranque sozinho. Tem uma ideia formidável para um
negócio? Torne-se empresário. Faça o que fizer, não culpe a sua mãe pela escolha
que fez. Assuma a responsabilidade de modificar aquilo que pode.
Volte àquele ponto da sua vida onde virou à esquerda quando teria preferido
virar à direita. Foi quando não seguiu o curso de que verdadeiramente gostava?
Casou-se antes de ter tempo de realizar o seu sonho de ser ………. preencha você o
159
espaço em branco. Nunca é demasiado tarde para nos tornarmos quem ou aquilo que
íamos ser quando crescêssemos. Só exige sacrifício e risco.
160
Para chegar ao cerne daquilo que somos, temos de nos afastar do torvelinho
da loucura dos media e da cultura pop. Se quer de verdade ser feliz, impõe-se limpar
a casa e deitar fora o que não presta. Costumo pedir aos meus clientes que me digam
numa só frase aquilo que desejam. Aqui ficam algumas respostas:
6. Quero viver sem me preocupar com roupas nem com carros caros.
Muitas pessoas me dizem que pensavam que um carro novo, ou uma casa
nova, roupas caras ou umas férias exóticas as satisfariam. Poucas semanas depois de
terem todas essas coisas, voltam a sentir-se vazias. A auto-satisfação passa-se cá
dentro. Pode gozar a vida, mas a paz que procura está no seu mundo interior —
raramente fora de si mesmo.
161
e do que fazemos depende de quem tem mais força ou grita mais alto ou invoca mais
culpa ou tenta falar em nome de Deus. Afaste-se de qualquer plataforma que
pretenda votar por si ou que pretenda interpretar aquilo que Deus quer que faça.
Essas escolhas são suas. Faça-as.
162
1. Estou disposto a sacrificar os luxos para poder viver a minha paixão em
vez de fazer um trabalho que não me dá prazer.
3. Estou disposto a fazer todos os anos uma avaliação daquilo que desejo para
a minha vida por oposição àquilo que estou a aceitar, e tomar as medidas necessárias
para fazer mudanças positivas.
4. Estou disposto a ver o que posso fazer pelos outros em vez de viver uma
vida egoísta.
6. Estou disposto a voltar todos os dias à minha vida e à minha vontade para
Deus.
Pode ter esta vida mais rica se viver de acordo com as suas próprias regras.
163
A história de Dorothy
Quando o último dos seus três filhos saiu de casa para ir para a universidade,
Dorothy acabava de completar quarenta e cinco anos. Os investimentos que fizera
tinham dado excelentes resultados, e ela decidiu que queria retomar, onde
interrompera, o seu sonho de dar a volta ao mundo. Havia, no entanto, um obstáculo
a vencer. Nicholas tinha uma empresa e não podia deixar tudo e acompanhá-la numas
férias de um ano. Que fazer? Desistir da viagem porque o marido não podia ir? Num
momento de calma, descobriu a solução.
— Vende-a.
— Vendo-a? E quem vai querer comprá-la? E se não nos derem aquilo que ela
vale?
Que importa? Temos dinheiro suficiente para uma vida inteira… nem que
cheguemos ambos aos cem. Vamos!
164
Construíram, pois, uma casa na Grécia, e passaram a viver lá seis meses do
ano, e os outros seis nos Estados Unidos. Nicholas montou uma empresa de
importação-exportação e Dorothy tornou-se guia de turismo e começou a viajar por
todo o mundo.
165
CAPÍTULO 23
Praticar o perdão
166
havia de me sentir? Sempre tive a sensação de que, se morresse, ninguém se
importaria.
167
Escrever cartas de raiva
Quero que, para purgar os seus sentimentos, escreva cartas de fúria e raiva às
pessoas que lhe fizeram mal. É vital despejar todos os ressentimentos que acumulou
contra essas pessoas. Mesmo que qualquer coisa tenha acontecido apenas ontem, use
este método. Não vai enviar as cartas, pelo que não há necessidade de autocensurar-
se; são apenas um exercício para libertar a raiva recalcada.
Apesar de terem passado vinte anos desde que saí da sua classe, continuo
enclausurado numa prisão de raiva reprimida, porque me acusou falsamente de ter
copiado. O que acha que o incidente fez à minha auto-estima? Como foi que afectou
a minha vida? Teria de conhecer a minha história e falar com o meu terapeuta para
ficar a saber o que tem sido a minha vida,
Odiei-a tanto que tive muitas vezes vontade de entrar na sua aula e bater-lhe.
Imagina como pode ser traumatizante para um rapaz de dezasseis anos a professora
envergonhá-lo diante de toda a turma? Eu não era culpado. A senhora disse que tinha
ar de culpado. Bem, Miss Sidelman, nasci com ar de culpado, mas não era, e não sou.
Pode ser que esta carta não a faça mudar um bocadinho que seja, mas
garanto-lhe que me sinto muito melhor depois de ter exprimido o que sentia a
respeito do que me fez.
Atentamente
Andy Sikes
168
Escrever cartas de perdão a terceiros
Fiz parte da sua turma de Matemática em 1967 e quis escrever-lhe para lhe
pedir que perdoe o meu comportamento. Apesar de gostar de pensar que era um
aluno perfeito, tenho, se quiser ser honesto comigo mesmo, de admitir que não era.
Miss Sidelman, se fiz qualquer coisa que tornasse mais difícil o seu papel de
professora, quero reparar o meu erro. Não posso alterar o que fiz, mas posso
humilhar-me e pedir-lhe perdão. Além disso, como uma oportunidade para merecer
esse perdão, inscrevi-me para trabalhar com um jovem no programa Big Brother.
Talvez a minha ajuda possa ser decisiva para um adolescente que está a enfrentar
algo semelhante àquilo por que eu próprio passei.
Atentamente
Andy Sikes
Depois de ter despejado a sua alma de antigos ressentimentos contra quem lhe
fez mal e de lhes ter escrito cartas de perdão, o passo seguinte é pedir perdão àqueles
a quem ofendeu.
169
Não devemos, numa primeira fase, enviar as cartas àqueles que vitimámos.
Elas são um exercício através do qual procuramos sarar relacionamentos deteriorados
que nos impedem de seguir em frente nas nossas vidas. Talvez mais tarde, quando o
efeito da carta tiver modificado o autor, ele consiga decidir-se a pedir perdão
pessoalmente, ou a enviar uma carta revista.
Segue-se uma carta de perdão escrita por um homem chamado Adam. A vida
de Adam meteu pelos mesmos caminhos ínvios que a do pai: é um alcoólico que já se
divorciou duas vezes. Esta carta a pedir perdão foi o bilhete emocional de Adam para
a liberdade espiritual:
Querido Pai
O grande truque de uma carta de perdão é que tenho de pedir o seu perdão em
vez de esperar que me peça o meu. Ao princípio, isto foi muito difícil, até que
comecei a perceber o que é o perdão: perdoar a parte de mim que o Pai é, que o Pai
representa.
170
Quando o Pai e a Mãe se divorciaram, por volta dos meus nove anos, pensei
que tinha feito qualquer coisa de mal. Quando o dinheiro se acabou e a Mãe teve de
arranjar dois empregos para nos dar de comer, pensei que a culpa era minha. Quando
soubemos que tinha perdido o seu emprego de há mais de vinte e cinco anos,
perguntei a mim mesmo o que poderia ter feito para o evitar. Porque havia eu de
assumir a responsabilidade por todas essas coisas quando obviamente a culpa não era
minha? Descobri, através de um inventário honesto, que sou egoísta e egocêntrico. O
facto de eu assumir a responsabilidade por todas aquelas coisas tinha muito a ver
com o facto de pensar que devia ter sido capaz de fazer com que tudo fosse melhor,
quando, na realidade, o caso era com Deus e não comigo.
Provavelmente, sabe que já fui duas vezes casado e que tenho uma filha de
um casamento e um filho do outro. Tinha jurado que nunca me divorciaria, e no
entanto fi-lo… duas vezes! Tal pai, tal filho?
Pai, provavelmente nunca o nomearei para Pai Modelo e tive muitos anos
para lamentar a sua ausência da minha vida, mas esta carta é a respeito de emendar o
meu comportamento. Nunca tentei saber como ia, nem nunca lhe mandei um cartão
no Dia do Pai, nem lhe telefonei no dia dos seus anos, nem tentei vê-lo no Natal ou
em qualquer outra festa. Nunca tentei pôr-me no seu lugar e não faço ideia de que
tipo de casamento o Pai e a Mãe tinham. Mas sei que estou a escolher fazer as pazes
e começar a ter uma relação consigo pedindo-lhe que me perdoe.
171
Se alguma vez disse ou fiz ou deixei de dizer ou fazer qualquer coisa que o
afastou do amor e da luz de Deus, peço-lhe que me perdoe. Pelo meu lado, vou pedir
a Deus que abençoe a sua vida e lhe dê tudo que o pediria para mim mesmo. A partir
deste dia até à minha morte hei-de amá-lo e apoiá-lo sempre e só lhe falarei com as
palavras de um filho que o ama. Vou encorajar os meus filhos a conhecerem-no. Eu e
o meu irmão Bill queremos convidá-lo para ir pescar connosco para o Minnesota,
este Verão. Sim, Pai, ainda nos lembramos de como as coisas eram antes de o Pai e a
Mãe se terem separado; nós os três a tentar apanhar uma perca de cinco quilos ou a
contar a maior mentira deste mundo a respeito da que conseguiu fugir.
Beijos
Adam
Laura escreveu-lhe uma carta de perdão. Não esqueça que, antes de escrever
essa carta, já tinha descarregado, com a ajuda dos nossos terapeutas, toda a raiva
acumulada que sentira contra ele.
172
Caro Jackson
Apesar de terem passado quinze anos desde que fomos raptados e assaltados,
o que nos aconteceu há tantos anos continuava a ser uma chaga dentro de mim. Num
retiro de cura que estou a fazer, tenho estado a enfrentar a vergonha escondida, e este
incidente precisava de ser desenterrado e sanado.
Vejo agora que fizeste o melhor que podias dadas as circunstâncias e a época.
Ficaste tão devastado e magoado como eu. Durante mais de quinze anos, lambi as
minhas feridas como se tu me tivesses castigado por ter sido violada. Sou a única
pessoa que pode magoar-me a mim mesma continuando a alimentar esta guerra
contra ti.
Hoje, vejo o que nos aconteceu de uma maneira diferente. De uma forma
estranha e inexplicável, sei que criámos os dois este fiasco e que só nós podemos
sará-lo. Atravessei o umbral da vontade para procurar perdão e parar de consentir que
a violação me mantivesse presa naquela selva, a sangrar, a morrer e amaldiçoar-te a ti
e àqueles adolescentes.
173
Por favor, perdoa-me por ter querido obrigar-te a ver-nos como pobres
vítimas indefesas. Acabei por perceber que passar as noites nos bares a beber não era
a coisa mais inteligente que podíamos ter feito. O que fizeste, está feito. Tivemos três
bons anos como amigos e amantes e vou deixar que essas recordações sejam as que
perdurem. Não estava em teu poder levantar a tampa da minha sepultura de dor e
curar-me. Só eu posso fazê-lo, e estou a fazê-lo.
Obrigada por teres entrado na minha vida e obrigado pela minha oportunidade
de olhar para dentro de mim, onde vivem Deus e o verdadeiro perdão.
Beijos
Laura
Praticar o perdão
Quando olhamos para o modo como Laura conseguiu resolver a dor que lhe
provocou o abandono e a negação de Jackson, reparamos que ela refere várias vezes
como ficou traumatizada pela violação e explica que não conseguia libertar-se do
doloroso sentimento de vergonha. A carta de perdão foi apenas um primeiro passo no
processo de limpeza do ressentimento que tinha em relação a Jackson por ele a ter
convencido a esconder que fora violada. Faltava uma peça no processo de perdão.
174
Quando o namorado a obrigou a calar-se, Laura armazenou os sentimentos e a
dor do que tinha acontecido, e, sem tratamento, estes sentimentos tóxicos
armazenados afectaram negativamente o relacionamento dela com o marido, os
filhos, os amigos e todas as pessoas com quem vivia no dia-a-dia. Quando conseguiu
resolver as emoções destrutivas, conseguiu também encontrar a paz e começar a
perdoar-se a si mesma e a Jackson.
- Tem alguma recordação de se ter zangado muito com um irmão ou uma irmã
quando era adolescente?
175
1. Use a respiração como uma forma de meditação. Controle a respiração.
Faça este exercício durante, pelo menos, vinte minutos, três vezes por semana
durante um mês.
5. Pratique ioga.
Um final feliz
176
sua propriedade de 500 hectares no deserto. Hoje, sabe que a cura acontece quando
aprendemos a perdoar e ser perdoados.
177
IV PARTE
178
CAPÍTULO 24
Você, o diapasão
Muitas das verdades da vida têm de ser aceites com base na fé. A natureza da
experiência humana é assim mesmo. Quando os autores da Declaração de
Independência escreveram «Temos estas verdades como evidentes em si mesmas»,
estavam a reconhecer que sabiam o que realmente importa na vida: a liberdade e a
procura da felicidade. A prova não dá substância à verdade. A verdade tem um valor
absoluto que não depende de padrões de verificação.
A natureza do pensamento
179
conduzir embriagado, a voz na minha cabeça que disse «acabou-se», era uma
impressão de pensamento vinda de Deus. Além das formas de pensamento divinas, as
nossas mentes humanas, claro, geram também pensamento. Emanando de cada um
de nós como vibrações de um diapasão, os pensamentos são impulsos de energia que
transmitem para o universo a nossa alegria e o nosso medo, os nossos julgamentos e
as nossas críticas, a nossa coragem e o nosso desânimo, a nossa fúria, as nossas
dúvidas, o nosso amor, as nossas crenças, a nossa condenação. Estes pensamentos
emocionais são forças poderosas capazes de modelar acontecimentos e desfechos tal
como uma voz muito aguda é capaz de partir um copo. São dinâmicos e influentes —
afectam o mundo inteiro. Embora o pensamento individual possa não ter um efeito
determinante, pode funcionar como um forte factor contributivo. Se temos
pensamentos destrutivos, podemos criar o caos. Se emitimos pensamentos positivos
de paz, também essa possibilidade se manifesta.
Faz sentido tentar aumentar a vibração positiva dos nossos pensamentos, mas
é mais fácil de dizer do que de fazer. Tendo seguido os mesmos hábitos mentais e a
mesma dieta mental durante uma vida inteira, muitos de nós estão predispostos para
um estilo de pensar que pode ser o resultado reflexo do ambiente em que cresceram.
180
Muitos de nós são pessimistas por educação; dados a pensamentos sombrios e
lúgubres. Outros são optimistas; esperam o melhor e procuram sempre o lado bom de
todas as coisas, encontrando instintivamente o positivo em qualquer situação e
lidando construtivamente com os problemas.
No seu livro The Power of Now, Eckhart Tolle sugere que a maior parte das
pessoas que experimentam este exercício fica surpreendida ao descobrir quanto do
seu «tempo-mente» se situa no futuro ou no passado. Tolle acredita que o «modo de
ligação temporal da nossa consciência está profundamente embebido na psique
humana» e que ocorrerá um período de grande transformação quando a consciência
de massas começar a centrar-se no aqui e agora. Sugere também que o sofrimento
mental e a ansiedade têm largamente a ver com viver no passado e no futuro. Exorta-
nos a quebrar «os padrões mentais que dominam a vida humana desde há milénios»,
esforçando-nos por manter as nossas mentes orientadas para o presente onde
devemos ter como objectivo ser construtivos.
181
Para a maior parte das pessoas, é uma tarefa muito difícil. Quase todos nós
fomos ensinados a ver o pensamento como actividade casual e não sujeita a controlo,
por oposição a uma actividade consciente. Excepto em meditação, poucos são os que
têm o hábito de observar propriamente em funcionamento ou permanecer no
momento presente. Além disso, permanecer no presente exige disciplina, como bem
sabe quem já o tentou. Aprende-se muito observando para onde vai a nossa mente
quando divaga e que mensagens transmite. Podemos até descobrir como somos
negativos e que os nossos pensamentos podem ser prejudiciais para nós próprios e
para os outros. Se assim for, é nosso dever assumir o compromisso de nada ver de
mau, nada ouvir de mau e nada dizer de mau, e, especialmente, nada pensar de mau.
Isto é imperativo, se quisermos ver melhoras.
182
Há muitas maneiras de procurar fontes de paz e de inspiração. Uma é através
da música, que pode ser calmante e cheia de alma. Ponha a tocar baixinho música
sinfónica enquanto está em casa a relaxar. No seu livro The Mozart Effect: Tapping
the Power of Music to Heal the Body, Strengthen the Mind and Unlock the Creative
Spirit, Don Campbell diz que «a música clássica desperta e estimula o cérebro, além
de melhorar a audição e estimular a imaginação e a visualização».
Outra fonte de paz pode ser uma mantra. Uma mantra é uma frase ou uma
expressão que, recitada durante tempo suficiente, traz esse pensamento para a
realidade consciente. Por exemplo, pode criar uma frase e recitá-la como fonte de
conforto: «Neste dia, procurarei o maior bem para mim mesmo e para os outros. Far-
se-á a vontade de Deus.»
É uma das minhas preferidas. Esta mantra recorda-me que Deus tem um
desígnio para a minha vida e a de toda a gente, e eu lembro a mim mesmo que não
devo atrapalhar Deus no seu trabalho e sim deixá-lo guiar-me até onde quer que eu
vá. Estas palavras recordam-me que devo estar grato, mostrar compaixão e viver na
verdade, na ordem e com uma noção de propósito na minha vida.
183
O meu amigo Alan contou-me que estava num jantar quando a conversa
derivou para o tema das condições desfavoráveis do mercado bolsista. Alguém
sugeriu que o país estava à beira de deslizar para uma depressão e que os jornais só
falavam de desastres e desgraças. Alan decidiu demarcar-se. Dirigiu-se ao grupo,
dizendo que enquanto tivesse saúde e o amor da família e dos amigos, nada
conseguiria afectá-lo negativamente. Pouco depois, todos os que o tinham ouvido
começaram a manifestar esperança e optimismo. Com uma voz, uma poderosa
afirmação positiva, o estado de espírito geral tinha mudado.
184
CAPÍTULO 25
QUANDO DEUS OLHA para o nosso mundo, pergunto a mim mesmo o que
vê. Verá a Sua criação com olhos felizes, ou um mundo a precisar de mudança? Verá
um mundo de justiça, de harmonia e de amor, ou um mundo onde não existe
compaixão?
Como construir esse mundo mais bondoso e amável? Como modificar o duro
paradigma da pobreza de modo a que cada um de nós se veja como o protector do
seu irmão? Tolstoi, o romancista russo do século XIX que escreveu Guerra e Paz,
observava: «Toda a gente pensa em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em
mudar-se a si mesmo.» Confrontados com os problemas da humanidade, achamos
mais fácil criticar o muito que está mal do que ser um modelo do que seria melhor.
Mas pense nisso. Tratando-se do que podemos controlar, é muito mais fácil alterar o
nosso próprio comportamento. Cada um de nós é um ponto de partida de mudança.
A linguagem da mudança
185
3. Mudar de opinião é alterar uma decisão anteriormente tomada.
Será preciso dizer-lhe que nunca cheguei a confrontar Scott com a minha
agressão? Enquanto engolia a minha ira destrutiva, sabia que a vozinha na minha
cabeça era Deus a chamar-me e o panfleto era Deus a falar-me. Deus a lembrar-me
de que se mudasse de ideia, poderia mudar de tom. E então, mudando de opinião,
podia afectar o desfecho do caso sem agressão nem hostilidade.
O Deus que me fala não é irrazoável. Não me pede que limpe sozinho todos
os rios e ribeiros e instaure a paz na Terra para toda a humanidade. Só me pede o que
está ao meu alcance. Embora eu possa observar os problemas globais que afligem e
até paralisam o mundo, Deus sabe que sou apenas uma pessoa. Mas, como uma
pessoa, posso agir na minha vida e na minha esfera de influência e fazer uma grande
diferença. Deus lembra-me que não polua o meu próprio quintal nem crie mau
ambiente na minha comunidade ou entre aqueles com quem lido. Sei que quer que
não deixe sujo o lugar onde estive a acampar, e ouço-o claramente dizer-me: «Se
186
queres paz, faz a paz.» A paz na Terra começa pela maneira como trato os meus
amigos. Como posso eu esperar que haja paz no Médio Oriente se não fizer um
esforço para manter a paz com alguém que respeito e aprecio?
187
comportamento nestes pontos escuros da minha própria vida, posso passar a fazer
parte da solução em vez de fazer parte do problema.
Problema: aversão
Solução: cordialidade
Problema: condenação
Solução: empatia
Problema: culpar
Solução: louvar
Problema: desconsideração
Solução: consideração
188
Consideração é interesse sincero pelos outros.
Problema: desdém
Solução: dignificar
Problema: dogmatismo
Solução: benevolência
Benevolência é uma inclinação para não ser severo ou estrito, mas, pelo
contrário, misericordioso e generoso.
Problema: envergonhar
Solução: afirmar
Problema: fanatismo
Solução: tolerância
189
Tolerância é a capacidade ou a prática de reconhecer e respeitar as crenças ou
os costumes dos outros.
Problema: injustiça
Solução: justiça
Problema: intolerância
Solução: tolerância
Problema: ira
Solução: temperança
Problema: julgar
190
Problema: raiva
Solução: calma
Problema: tacanhez
Problema: vingança
Problema: violência
Solução: paz
Examine lenta e atentamente esta lista de atitudes. Quais se lhe aplicam? Por
um minuto que seja, consegue ver-se a mudar do problema para a solução, de uma
191
atitude negativa para uma atitude positiva? Faça seu objectivo eliminar as atitudes
negativas que o impedem de fazer parte de um mundo poderosamente positivo.
Aqui tem uma lista de sete simples passos para mudar que resultaram com os
meus clientes e comigo. A minha esperança é que resultem também consigo.
1. Reze a pedir a vontade de mudar. Peça a Deus que o ajude a mudar. Reze
pelos seus inimigos, locais e globais. Lembre-se de que o desfecho pertence a Deus.
2. Quando estiver a ter dificuldades, olhe bem para dentro de si e veja que
papel desempenhou na criação da situação. Sempre que possível, encontre-se cara a
cara para resolver a desavença com a pessoa com quem estiver em disputa.
3. Faça uma lista dos seus medos. Alguns são intuitivos, reacções viscerais
que nos avisam para estarmos vigilantes. Mas muitos medos, fobias e receios são
engendrados por histeria de massas e devem ser vistos como fantasmas de
insegurança, não como verdadeiras preocupações.
192
4. Faça uma lista dos seus preconceitos. Conheça melhor as causas das suas
parcialidades.
5. Aprenda mais a respeito das pessoas, lugares e coisas que são diferentes.
Veja como a ignorância distorce a razão.
193
No dia seguinte, Deus apontou o caminho a Mary. Quando foi buscar os
filhos à escola, viu-os na companhia de Allaya e dos dela. Sem hesitar, convidou-os
para irem a sua casa no sábado, fazer um piquenique. No piquenique, Allaya
retribuiu convidando-a para almoçar na semana seguinte.
Antes que as duas se encontrassem para almoçar, cada uma delas investigou a
religião e a cultura da outra recorrendo a livros, filmes e conversas com pessoas
versadas nessas questões. Mary Margaret ficou a saber muito sobre o que era ser
paquistanesa e muçulmana, e como devia ter sido duro mudar-se para a América,
sendo as condições mundiais aquilo que eram. Allaya leu a respeito dos
episcopalianos e da Nova Inglaterra e, falando com Margaret, soube das dificuldades
financeiras que ela tivera de enfrentar ao crescer numa zona rural do Kentucky.
Mary Margaret tinha começado por reagir por medo e ignorância. Estava
dominada pelo receio global que inspiravam as pessoas oriundas do Médio Oriente e
pela ignorância daquilo que julgava serem as crenças dos muçulmanos. Em poucos
minutos, num almoço com Allaya, os seus medos dissiparam-se e ficou a saber o que
era ser muçulmana. Ambas se riram do modo como o medo e a estupidez quase as
tinham privado de uma amizade.
Hoje, são amigas íntimas, e as duas famílias viajam muitas vezes juntas. Dois
dos seus filhos são colegas de quarto na universidade.
194
CAPÍTULO 26
Admito que sou um optimista, mas o potencial para um novo mundo cheio de
milagres é uma visão de que não abdico. Acreditando no ilimitado poder de Deus
para trabalhar dentro e através de cada um de nós, vejo um universo na crista da onda
da grandeza depois de séculos de adversidade. Prenhes da nova linguagem. somos
todos capazes de ajudar a nascer um mundo construído com base numa ética de
respeito e generosidade, de dignidade e justiça. A escolha é nossa.
195
Ver a nova linguagem como um poderoso catalisador de mudança espiritual
exige reconhecer o nosso papel na transição. Falámos da necessidade de escutar o
som da inspiração divina, de procurar a orientação de Deus e segui-la o melhor que
pudermos, e de ter pensamentos puros. São estes os passos simples que podem dar
início a uma longa e compensadora viagem.
No entanto, para que a alvorada da idade dos milagres aconteça, é preciso que
o Sol se ponha sobre um conjunto de padrões que até agora nos iludiram. A nossa
natureza humana tem de encontrar a elevação moral que permita aos eus espirituais
florescer. A ganância tem de dar lugar à generosidade de espírito, O descanso pelos
sofrimentos dos outros tem de ser substituído pela compaixão e pela compreensão.
Os muros que dividem culturas, nações, raças e classes sociais têm de cair —
como caiu o Muro de Berlim — deixando emergir uma consciência nova e
melhorada.
Os biliões gastos na defesa podem ser usados para alimentar os nossos irmãos
e irmãs que morrem de inanição. Os sem-abrigo podem tornar-se uma coisa do
passado. E os medos do mundo podem desaparecer.
196
reconhecimento de que somos divinos e fazemos parte de uma consciência —
falamos a mesma linguagem sem palavras, uma linguagem que brota do coração para
nos unir a todos. Nós, como Seus Filhos, devemos estar prontos para viver em paz e
harmonia. E devemos desejar que esta era de milagres desponte.
Temos estas verdades por evidentes em si mesmas, que todos os homens são
criados iguais, que são dotados pelo seu Criador de certos direitos inalienáveis, e que
entre esses direitos se contam a Vida, a Liberdade e a procura da Felicidade.
197
Onde há escuridão, luz;
198
CAPÍTULO 27
Há, pois, uma decisão a tomar. Chegou o momento de se tomar a sua própria
autoridade? Chegou a altura de ser responsável por si mesmo, e avançar sem
mediadores? E chegou a altura de procurar a orientação de Deus na sua vida — de
viver a sua vida com a esperança universal de que outros possam fazer o mesmo? Só
você pode decidir.
199
epifanias e outras maneiras telepáticas de comunicar o tenha ajudado. Acredito que
todos nós temos um acesso imediato a Deus através da nova linguagem, a Sua língua
materna. Acredito que você pode ouvir as mensagens e as instruções de Deus, se
souber escutar.
200
V PARTE
201
CAPÍTULO 28
Não, mas ajuda. Quase todos os adultos carregam consigo alguma bagagem
emocional. As nossas emoções mais não são do que energia que pode ser leve e
translúcida, como o amor e a alegria, ou pesada e densa, como o medo e a ira.
Limpar os ressentimentos passados e os padrões emocionais autodestrutivos remove
a energia pesada que pode estorvar a nossa capacidade de conversar em privado com
Deus. É mais ou menos como eliminar a estática num rádio. A nossa recepção das
mensagens intuicionais que chegam na nova linguagem diminui quando estamos
zangados, perturbados, preocupados ou deprimidos. Nessas alturas, os nossos
campos de energia são demasiado densos e não recebem tão bem os sinais de Deus.
Alguns dos meus clientes apanham-na logo. Para esses, é apenas uma questão
de dar nome a uma experiência que vêm a ter desde há muito. E os nomes são
importantes, como quase todos sabemos. Quando lemos um romance e descobrimos
simbolismos ou vamos ao cinema e assistimos a um prenúncio, compreendemos mais
facilmente o fenómeno porque o conceito foi identificado. É aquilo a que C. S. Lewis
chamava o poder da nomeação. O mesmo se aplica à linguagem corporal, à
programação neurolinguística e à nova linguagem. Durante muito tempo, penso eu,
muitas pessoas tiveram experiências com a língua materna de Deus, mas não sabiam
como chamar-lhe. Agora que lhe foi dado um nome, tornou-se mais fácil de
compreender.
Para aqueles que são mais lentos a ouvir e usar a nova linguagem, o meu
conselho é fazerem os exercícios que recomendo neste livro, porque com a prática da
202
oração, da meditação e a manutenção de um diário, acabarão por reconhecer e falar a
nova linguagem.
Não muito, se for empenhado. Alguns dos meus clientes dizem que a partir do
momento em que conhecem a mecânica da nova linguagem, lhe apanham
rapidamente o ritmo — regra geral no espaço de um mês. Começam a ver a
interligação que une acontecimentos, pessoas e sinais. Além disso, deixam de ignorar
orientações importantes, como anteriormente talvez tivessem feito.
203
Tem uma definição simples para a nova linguagem?
Como é isso?
204
construtivos nos nossos pensamentos e emoções e não deixar que os agravos e as
más intenções fiquem a pairar por cima de nós. Os pequenos impulsos energéticos
que irradiam dos nossos corações e das nossas mentes transportam cargas positivas
ou negativas. Essas cargas influenciam tanto o campo de força à nossa volta como o
universo em geral.
Sim. A vida é energia. Quando uma pessoa é atraída por outra, isso é a energia
a funcionar, criando uma atracção. Quando uma pessoa tem carisma, também isso é
energia. O riso é energia positiva a derramar-se pelo universo.
Tenho de fazer aqui uma pausa para explicar que a energia só é positiva se
emana do nosso eu mais elevado. A energia alimentada por um ego transviado pode
ser muito perigosa. Hitler, por exemplo, usou o seu enorme carisma com efeitos
catastróficos ao hipnotizar uma nação incapaz de discriminar.
É uma pergunta muito importante que tem uma resposta muito simples:
pedindo. Lembra-se daquela frase da Bíblia «Pedi e ser-vos-á dado»? Pois bem,
quando não tiver a certeza de estar com as pessoas certas ou a encaminhar-se na
direcção correcta, peça ajuda. Peça muitas vezes e de coração aberto. Ao longo de
cada dia, contacte com Deus e tome nota do que ouve, vê ou aprende. Sensibilize-se
para a nova linguagem.
205
Que quer isso dizer: sensibilizar-me?
206
destruída. Uma vez libertada do seu invólucro físico, a alma pode partir para o
mundo dos espíritos, isenta das regras e regulações de tempo e de espaço que regem
a vida na Terra. Mas o que veste a pobre alma? Para a ocasião, o corpo etéreo é a
indumentária correcta. O nosso corpo etéreo é uma cópia exacta do nosso corpo
físico. Quando uma pessoa na Terra diz que viu alguém que passou para o mundo dos
espíritos e que esse alguém parecia mais perfeito do que quando vivia, isso deve-se
ao facto de aparecer com o seu corpo etéreo. O corpo etéreo é mais luminescente e
vibra numa frequência de energia mais elevada do que o nosso corpo físico, que é
mais denso.
Acha que as pessoas no mundo dos espíritos estão de algum modo envolvidas
na nova linguagem?
E os anjos?
Acredito neles. Deus tem montes de ajudantes para fazer o Seu trabalho. Os
anjos são mensageiros da fonte.
207
Exactamente. Percebeu bem. A língua materna de Deus, a nova linguagem,
faz parte do fluxo divino de consciência. Os pensamentos da cabeça de Deus
rodeiam-nos por todos os lados. Nadamos neles. Sabendo disto, podemos ir com a
maré em vez de sermos arrastados por correntes contrárias.
208
VI PARTE
Recursos
209
seus próprios egos. Através do processo de limpeza — que inclui oração e meditação
— o cliente recupera o seu poder e torna-se responsável pelas suas acções.
Info@snaIntensive.com
210
Já experimentou
a nova linguagem?
stories@SedonaIntensive.com.
211
Bibliografia
Adams, Kenneth M.. Silently Seduced: When Parents Make Their Children Partners:
Understanding Covert Incest, Florida, Heath Comunications, Inc., 1991
Barks, Coleman e Michael Green, The Illuminated Prayer: The Five-Times Prayer of
Sufis, Nova Iorque, A Ballantine Wellspring Book, 2000.
Bradshaw, John, Family Secrets: What You Don’t Know Can Hurt You, Nova Iorque,
Bantam Books, 1995.
Campbell, Don, The Mozart Effect: Tappinq The Power of Music to Hel the Body,
Strengthen the Mind, and Unlock the Creative Spirit, Nova Iorque, Avon, 1997.
Campbell, Joseph e Bill Moyers, The Power of Myth, Betty Sue Flowers (ed.), Nova
Iorque, First Anchor Books, 1991.
Carroll, Lewis, Alice in Wonderland, Nova Iorque, The Platt & Munk Co., 1937.
Davis, Kenneth C., Don’t Know Much About the Bible: Everything You Need to
Know About God Never Learned, Nova Iorque, Avon Books, 1998.
Dossey, Larry, Recovering the Soul: A Scientific and Spiritual Approach, Nova
Iorque, Bantam Books, 1989.
Fox, Emmet, Power Through Constructive Thinking, Nova Iorque, Harper, 1940.
212
Fox, Emmet, The Sermon on the Mount: The Key to Success in Life, São Francisco,
Harper, 1989.
Goldsmith, Joel, The Thunder of Silence, Lorraine Sinkler (ed.), São Francisco,
Harper, 1993.
Greeson, Janet, It’s Not What You’re Eating, It’s What’s Eating You, Nova Iorque,
Pocket Books, 1993.
Guare, John, Six Degrees of Separation, Nova Iorque, Vintage Books, 1990.
Hopcke, Robert H., A Guided Tour of the Collected Works of C.G. Jung,, Boston e
Londres, Shambhala, 1999.
Hopcke, Robert H., The Are No Accidents: Synchronicity and lhe Stories of Our
Lives, Nova Iorque, Riverhead Books, 1997.
«How to Remember Your Dreams», Night Light, São José, Califórnia, Lucidity
Institute, 1989.
Jordan, Peter A., «The Mistery of Chance — Jung and Synchronicity», Strange
Magazine, Rockville, Md.: Strange Magazine web site, 1997.
Jung, Carl Gustav, O Homem e os Seus Símbolos, São Paulo, Nova Fronteira, 1996.
Jung, Carl Gustav, Synchronicity, Princeton, Nova Jérsia, Princeton Umversity Press,
1973.
Jung, Carl Gustav, The Undiscovered Self, Nova Iorque, Back Bay Books, Little
Brown and Gonipany, 1957.
Roestler, Arthur, The Roots of Coincidence, Nova Iorque, Vintage Books. 1973.
Main, Roderick (ed.), Jung on Sychronicity and the Paranormal, Princeton, Nova
Jérsia, Princeton Umversity Press, 1998.
213
Metzger Bruce e Michael D. Coogan (eds.), Oxford Companion to the Bible, Oxford,
Oxford University Press, 1993.
Myss, Caroline, Why People Don’t Heal and How They Can, Colorado, Sounds True,
1994.
Peck, M. Scott, People of the Lie: The Hope for Healing Human Evil, Nova Iorque,
Simon & Scliuster, 1983.
Peck, M. Scott, The Road Less Traveled: A New Psychologiy of Love, Traditional
Values and Spiritual Growth, Nova Iorque, Simon & Schus ter, 1985.
Pittman, Frank S., Man Enough: Fathers, Sons and the Search for Masculinity, Nova
Iorque, The Berkley Publishing Group, 1993.
Steiner, George, Language and Silence: Essays on Language, Literature and the
Inhuman, New Haven, Yale University Press, 1998.
Weaver, Warren, Lady Luck: The Theory of Probability, Nova Iorque, Dover, 1982.
214
Agradecimentos
Quero, em primeiro lugar, agradecer à minha mãe e ao meu pai, aos meus
irmãos e irmãs, Mary, Louise, Bill, Henry, Margie e Jennie, por me terem ensinado
lições que eu não queria aprender.
São devidos os mais altos elogios a Steve Kaufman, por ter mantido o meu
computador a trabalhar enquanto escrevia este livro, e a Steve Hansen, por ter
concebido o fascículo de apresentação.
Ficarei eternamente grato e David Arthur Bell, por ter lido o manuscrito e
pelas úteis sugestões que me fez, e à mulher, Gail, e filhos Ashley e Andrew, pelo seu
amor e apoio.
215
Os meus agradecimentos vão também para Joseph de Nucci, por ter
compreendido a mensagem de Sinais de Deus e deixar-me partilhá-la em Miraval,
Life in Balance Spa.
Estou grato a Gay F. Wray, que conheci através da linguagem e que tem sido
um amigo maravilhoso há mais de dezassete anos.
Quero agradecer às luzes espirituais que prepararam o caminho para este livro
— e nenhuma foi mais brilhante nem mais corajosa do que Shirley MacLaine. Quero
agradecer a Paulo Coelho, Larzy Dossey, Eckhart Tolle, James Redfield e muitos
outros por terem sido portadores do facho da verdade e nos terem oferecido pedras-
de-toque para o crescimento da alma.
Estou grato a Ken Davis pela sua generosa ajuda com as referências históricas
e bíblicas. Do que eu não me lembrava, lembrava-se ele.
Estou em dívida para com a directora da Atria Books, Judith Curr, pela sua
visão ao publicar este livro; para com Brenda Copeland, pela sua ajuda e rapidez de
resposta; para com a dedicada equipa de marketing: Seale Balienger. Shannon
216
McKenna e Cathy Gruhn, e sobretudo para com Tracy Behar, por ter tornado a
mensagem deste livro mais forte, mais clara e mais audível. Todos os escritores
deviam ter a sorte de trabalhar com um editor tão dotado como ele.
Estou grato a Rich, Jean, Sabena, Scot e Amy, Gabrielle, Marc e Jan, Keith e
Pamela, Mike, Lois e outros especialistas por ajudarem a tornar o Sedona Intensive o
que hoje é.
217