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Flávio Tartuce
Direito Civil
Aula 12
ROTEIRO DE AULA
• Sem culpa do devedor: resolução sem perdas e danos (CC, arts. 2531 e 2562).
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CC, art. 253: “Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o
débito quanto à outra”.
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CC, art. 256: “Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação”.
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✓ Se a escolha não é do credor: o valor da última mais perdas e danos.
✓ Se a escolha é do credor: qualquer das prestações mais perdas e danos.
VI – Observações:
Em comum: nos dois casos há necessidade de uma escolha, que será feita pelo devedor - ☺.
I – As obrigações solidárias são relevantes quando há mais de um credor e/ou mais de um devedor (obrigações
compostas subjetivas).
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CC, art. 254: “Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a
escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso
determinar”.
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CC, art. 255: “Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o
credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor,
ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da
indenização por perdas e danos”.
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II – CC, art. 2645: há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor (solidariedade ativa) ou
mais de um devedor (solidariedade passiva) cada um com direito ou obrigado pela dívida toda.
III – CC, art. 2656: solidariedade não se presume, decorre da lei (solidariedade legal) ou da vontade das partes
(solidariedade convencional).
IV – Vejamos:
• Legal – exemplos: locatários (Lei n. 8.245/91, art. 2º) e comodatários (CC, art. 5859).
• Convencional – exemplo: fiador em relação ao devedor principal.
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CC, art. 264: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor,
cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda”.
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CC, art. 265: “A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes”.
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CC, art. 942: “Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano
causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932”.
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Lei n. 8.245/91, art. 2º: “Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são solidários se o
contrário não se estipulou”.
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CC, art. 585: “Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente
responsáveis para com o comodante”.
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Observação n. 2: o fiador, em regra, não é devedor solidário, mas subsidiário. Muito cuidado com isso para as provas.
Ver os dispositivos abaixo:
• CC, art. 82710: o fiador tem o benefício de ordem ou de excussão: primeiro deve ser demandando o devedor
principal. Fiador é devedor subsidiário.
• CC, art. 82811: o fiador pode renunciar ao benefício de ordem ou assumir a condição de solidário, por força do
contrato (solidariedade convencional).
➢ 1ª regra: Na solidariedade ativa, cada um dos credores poderá exigir a prestação por inteiro. Enquanto alguns dos
credores não demandarem o devedor comum a qualquer um dos credores poderá o devedor pagar (CC, art. 268).
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CC, art. 827: “O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam
primeiro executados os bens do devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor,
sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito”.
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CC, art. 828: “Não aproveita este benefício ao fiador:
I - se ele o renunciou expressamente;
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
III - se o devedor for insolvente, ou falido”.
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Observação n. 4:
• Antes da demanda, o devedor pode pagar para quem quiser e como quiser.
• Na solidariedade ativa existem duas relações:
➢ 2ª regra: O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago (CC, art.
269).
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➢ 3ª regra: Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros cada um destes tem direito de exigir e receber a
quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível (CC, art. 270).
➢ 4ª regra: Convertendo-se a prestação em perdas e danos subsiste, para todos os efeitos a solidariedade (CC, art.
271).
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➢ 5ª regra: Explica a Relação interna (entre credores) (CC, art. 272). O credor que tiver remetido (perdoado) a dívida
ou recebido o pagamento responderá aos outros pelas partes que lhes caibam.
➢ 6ª regra: A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis contra os outros
(CC, art. 273).
Observação n. 5: exceções pessoais são defesas existentes somente contra determinadas pessoas. Exemplos: alegação
de incapacidade ou de vícios do consentimento.
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➢ 7ª regra: O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais. O julgamento favorável
aproveita-lhes, sem prejuízo da exceção pessoal que o devedor tenha em relação a qualquer um deles (CC, art. 274,
alterado pelo Novo CPC).
4.3. Regras quanto à solidariedade passiva (CC, arts. 275 a 285) (devedores)
➢ 1ª regra: O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida
comum. Se o pagamento tiver sido parcial todos os demais devores continuam obrigados solidariamente pelo resto
da dívida. Não implica em renúncia à solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos
devedores (CC, art. 275).
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Enunciado n. 348 – IV Jornada de Direito Civil: “O pagamento parcial não implica, por si só, renúncia à solidariedade, a
qual deve derivar dos termos expressos da quitação ou, inequivocamente, das circunstâncias do recebimento da
prestação pelo credor”.
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➢ 2ª regra: Renúncia à solidariedade (exoneração da solidariedade): permanece a solidariedade dos demais (CC, art.
282):.
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Observação n. 7: não confundir a renúncia à solidariedade com a remissão (perdão). Nesta, o beneficiado fica
totalmente liberado (CC, art. 388 e Enunciado n. 350 – IV Jornada de Direito Civil):
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Enunciado n. 349 – IV Jornada de Direito Civil: “Com a renúncia à solidariedade quanto a apenas um dos devedores
solidários, o credor só poderá cobrar do beneficiado a sua quota na dívida, permanecendo a solidariedade quanto aos
demais devedores, abatida do débito a parte correspondente aos beneficiados pela renúncia”.
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Ver da redação do art. 388 do Código Civil: “A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte
a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode
cobrar o débito sem dedução da parte remitida”.
Enunciado 350 da IV Jornada de Direito Civil: “A renúncia à solidariedade diferencia-se da remissão, em que o
devedor fica inteiramente liberado do vínculo obrigacional, inclusive no que tange ao rateio da quota do eventual
codevedor insolvente, nos termos do art. 284”.
➢ 3ª regra: Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros cada um destes será obrigado a pagar a quota
que corresponder ao seu quinhão hereditário (até os limites da herança). Duas exceções constam do art. 279 do
Código Civil, que traz essa regra:
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➢ 4ª regra: O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida aproveitam aos outros
devedores até a quantia paga ou perdoada (CC, art. 277).
➢ 5ª regra: Impossibilitando-se a prestação, por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo
de pagar o equivalente à prestação., mas pelas perdas e danos só responde o culpado (CC, art. 279).
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➢ 6ª regra: O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns (exemplos:
pagamento e prescrição). Não poderá, entretanto, opor as exceções pessoais de outros devedores (CC, art. 281).
➢ 7ª regra: Oo devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito de exigir dos demais as suas quotas, havendo
presunção relativa de divisão igualitária (CC, art. 283) (relação interna). Porém, se a dívida solidária interessar
exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda a dívida para com aquele que pagar (CC, art. 285).
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5. Estudo das obrigações divisíveis e indivisíveis (CC, arts. 257 a 263)
Estas obrigações somente interessam se houver mais de um credor e/ou mais de um devedor (obrigações compostas
subjetivas: ponto em comum com as obrigações solidárias).
II – CC, art. 257: “concursu partes fiunt”: presunção relativa de divisão da obrigação, de forma igual e distinta, de acordo
com o número de credores ou devedores.
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CONTINUA NA PRÓXIMA AULA O ESTUDO DAS OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS....
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