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PROJETO DE PESQUISA

FERNANDA AZEVEDO CHERINI

COOPERAÇÃO E ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL PARA PAZ E ESTABILIDADE


NO NORDESTE ASIÁTICO

2018
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ABSTRACT

O Nordeste Asiático tem tido grande dificuldade em avançar cooperação política


internacional entre os países da região. Um dos maiores problemas que autores
encontram quanto a esse assunto é a falta de um paradigma analítico que possa ser
aplicado para compreender a região. Outro problema é que foco é dado
principalmente para cooperação econômica ao invés de cooperação política. A
pesquisa proposta investigará como medidas para promover cooperação internacional
entre China, Coréia do Sul, e Japão podem ser efetivas e refletir apropriadamente a
perspectiva da região. Um modelo teórico que pode ser aplicado ao estudo das
relações internacionais da região será formulado, e um modelo prático com
recomendações políticas para cooperação no Nordeste Asiático será elaborado. Para
formular um paradigma teórico, os padrões de comportamento dos países do
Nordeste Asiático serão observados, e o histórico das organizações internacionais na
região será examinado. Desenvolver um paradigma que possa ajudar a entender as
dinâmicas da região é um passo necessário para promover discussões sobre melhorar
as relações do Nordeste Asiático.

Palavras-chave: Nordeste Asiático, cooperação internacional, cooperação política,


paradigma
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………...... 4

2 OBJETIVOS ……………………………………………………………………….….… 4

3 JUSTIFICATIVA ………………………………………………………………...……..... 5

4 METODOLOGIA ………………………………………………………………….……... 6

5 PLANO DE PESQUISA ………………………………………………………………… 7

REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO

O Nordeste Asiático tem tido grande dificuldade quanto a avanços de


cooperação política internacional entre os países da região, especialmente por meio
de organizações internacionais. Há vários pontos de tensão que dificultam as
discussões diplomática, as quais têm sido bastante irregulares, e vários acadêmicos
mostram preocupação quanto a possibilidade de um conflito emergir (CHRISTENSEN,
1999, p. 49). Vários autores têm buscado meios de aumentar a cooperação na região,
mas o tópico é bastante desafiador. Um dos maiores problemas encontrados é a falta
de um paradigma analítico que possa ser aplicado para compreender a região. A
maioria das sugestões sobre cooperação na região são fortemente influenciadas pela
perspectiva Ocidental e frequentemente falham em refletir a realidade do Nordeste
Asiático. Assim, há uma necessidade de formular paradigmas e políticas que são
baseadas numa análise cuidadosa das circumstâncias e perspectiva da região.

Outra questão quanto a cooperação internacional na região é que foco é dado


principalmente para cooperação econômica ao invés de política. Esse problema de
não priorizar cooperação política se dá pelo fato de que, no caso do Nordeste Asiático,
crescimento em cooperação econômica não parece ajudar a melhorar a cooperação
política. Essa questão tem sido chamada de “paradoxo Asiático”, devido ao
crescimento de cooperação econômica enquanto as relações diplomáticas parecem
piorar (PARK, 2012). Portanto, é necessário discutir cooperaçao internacional
especificamente em termos de cooperação diplomática, para que as tensões entre os
países da região possam ser reduzidas.

Atualmente, o Nordeste Asiático é uma das regiões mais significantes, assim,


esforços para garantir estabilidade na região são fundamentais. Este estudo analisará
o comportamento e perspectiva dos estados do Nordeste Asiático, a história da região,
as origens de tensão, bem como a história de cooperação e organização política no
Nordeste Asiático. Após esta análise, tanto um paradigma teórico quanto um modelo
prático para cooperação prosperar na região serão desenvolvidos a fim de promover
ordem e segurança regional.

2 OBJETIVOS
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A pesquisa proposta investigará como as tentativas de promover cooperação


international entre China, Coréia do Sul, e Japão podem ser efetivas e refletir
devidamente a perspectiva da região. Com base na investigação realizada e
informação coletada, um modelo teórico que possa ser aplicado para estudar as
relações internacionais da região será elaborado. A pesquisa também irá propor um
modelo prático com políticas recomendadas para um projeto de cooperação (e
organização) internacional no Nordeste Asiático.

O estudo será dividido em quatro objetivos específicos. Estes são: a) entender


o comportamento e o ponto de vista dos países do Nordeste Asiático e o que molda
suas perspectivas; b) identificar as origens de conflitos e de tensão na região e como
afetam o presente, especialmente em relação a como criam obstáculos para
cooperação; c) analizar onde e como organizações internacionais prévias e atuais
falharam ou obtiveram sucesso na região; d) encontrar o cenário no qual cooperação
internacional pode ser efetivamente alcançada no Nordeste Asiático, como qual seria
o nível de formalidade, campo de atuação, entre outros aspectos.

A partir de uma análise direta dos atores da região e de sua história, a pesquisa
almejará refletir adequadamente a realidade do Nordeste Asiático, ao invés de se
basear em ideias Ocidentais. O estudo também focará no aspecto político, analisando
o assunto de uma maneira igualmente teórica e prática, sem favorecer um sobre o
outro.

3 JUSTIFICATIVA

O Nordeste Asiático – China, Coréia do Sul, e Japão – é atualmente uma das


regiões mais importantes do mundo, representando 27 por cento da população
mundial e 23 por cento da economia global (BANCO MUNDIAL, 2016). Contudo,
também é considerada um dos locais mais prováveis de promover instabilidade e
conflito internacional, devido ao alto nível de tensão que existe entre os países da
região. Mudanças na balança de poder e disputas territoriais são bastante comuns no
Nordeste Asiático, dificultando a promoção de cooperação e diálogo entre os três
países.
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A questão sobre cooperação no Nordeste Asiático tem chamado a atenção de


vários acadêmicos devido a importância econômica e social da região. Tentativas de
melhorar essas tensões foram feitas, porém, pode-se argumentar que há sinais das
tensões terem piorado (YEO, 2017, p. 69). A fim de garantir estabilidade e segurança
regional, é essencial avançar as discussões sobre cooperação internacional no
Nordeste Asiático.

Grade parte dos estudos prévios na área utilizam paradigmas que refletem a
perspectiva Ocidental, mas que não são apropriados para refletir a realidade de outras
regiões. Desenvolver um paradigma teórico que possa ajudar a entender as dinâmicas
do Nordeste Asiático é um passo necessário para promover as discussões sobre
cooperação política. Ademais, o modelo de pesquisa desenvolvido para compreender
uma região em específico pode ser importante para o estudo de outras regiões
também, como a América Latina ou o Oriente Médio.

4 METODOLOGIA

Para elaborar um paradigma teórico, é necessário observar padrões no


comportamento da unidade de análise. Nesta pesquisa, a unidade de análise será os
três países do Nordeste Asiático (China, Coréia do Sul, e Japão). Para garantir um
entendimento mais completo da região, o estudo também analisará os indivíduos ou
grupos que podem representar a perspectiva desses países, como políticos e
diplomatas, acadêmicos, e a opinião pública da sociedade civil. Para redigir as
recomendações de políticas, organizações internacionais estabelecidas na região
constituirão outra unidade a ser analisada. Sua história, incluindo os sucessos e falhas,
será examinada para identificar um modelo que possa ser efetivo.

A pesquisa se baseará em fontes primárias e secundárias para coletar


informação das diferentes unidades. Algumas das principais fontes primárias serão
entrevistas de políticos e diplomatas, pesquisas de opinião pública, análise de
discursos de políticos e diplomatas, e a ata constituinte de organizações internacionais.
Quanto às fontes secundárias, a revisão de literatura como pesquisas, relatórios, e
outros materiais produzidos por acadêmicos ou diplomatas especialistas nos acordos
internacionais da região fará parte da pesquisa. Importância será dada principalmente
para acadêmicos de dentro da região que possam refletir melhor as perspectivas
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existentes no Nordeste Asiático. A informação coletada será interpretada e as


conclusões tiradas serão avaliadas cuidadosamente para atingir os objetivos descritos
anteriormente.

5 PLANO DE PESQUISA
A pesquisa será dividida em quatro fases: 1) fase investigativa; 2) fase
conceptual; 3) fase analítica; e 4) fase de elaboração. O plano foi organizado de
acordo com a duração da bolsa considerando a saída em Abril de 2019. No entanto,
se a partida para o Japão ocorrer em outro mês, ajustes serão feitos ao plano.

A fase investigativa consiste em coletar as informações base para a pesquisa.


Durante o primeiro trimestre (Abril a Junho de 2019), uma análise do comportamento
e perspectiva de cada país – China, Coréia do Sul, e Japão – será feita. No Segundo
trimestre (Julho a Setembro de 2019), pesquisarei as origens passadas e presentes
de tensão e conflito na região, este período também poderá incluir pesquisa do
primeiro ou terceiro trismestre, visto que os outros dois tópicos poderão ser mais
extensos. No terceiro trimestre (Outubro a Dezembro de 2019), a história de
cooperação política internacional na região será estudada.

A fase conceptual usará a informação coletada para alcançar os objetivos


principais da pesquisa. No quarto trimestre (Janeiro a Março de 2020), o paradigma
teórico para cooperação internacional será formulado. No quinto trimestre (Abril a
Junho de 2020), as políticas específicas para cooperação e organização internacional
na região serão elaboradas.

Na fase analítica, durante o sexto trimestre (Julho a Setembro de 2020), o


paradigma e modelo formulados serão criticamente avaliados e desafiados. O
paradigma e as políticas serão então ajustados para resolver quaisquer problemas
encontrados.

Finalmente, a fase de elaboração conectará as ideias e informações no


primeiro esboço da pesquisa no sétimo trimestre (Outubro a Dezembro de 2020). A
fim de assegurar uma alta qualidade na pesquisa, tempo para editar e polir o
manuscrito, e também para resolver os últimos problemas será reservado no oitavo
trimestre (Janeiro a Março de 2021).
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REFERÊNCIAS

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