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br / JUNHO 2015

edição 11

O ensino de
Ciências no Pioneiro:
um trabalho desafiador e instigante
EXPEDIENTE
editorial

Pioneiro em Revista é uma publicação da Fundação


Instituto Educacional Dona Michie Akama

Número 11 - Junho de 2015


Av. Dr. Altino Arantes, 1.098 – São Paulo – SP – CEP 04042-004
Tel. (11) 5070-3033

Fundação Instituto Educacional Dona Michie Akama

Diretora honorária: Elza Babá Akama


Conselho Curador: “Faz parte da competência docente a capacidade
Presidente: Paulo Guilherme Amaral Toledo de não só fazer bem aquilo que se faz, mas fazer
Vice-presidente: Armando Toshiharu Tachibana o bem com aquilo que se faz. [...] Fazer o bem
Secretário: Edson Akama significa elevar a vida coletiva, impedir a deser-
tificação do futuro, não acatar a esterilização dos
Conselheiros sonhos, isto é, fazer com que a vida possa ir ao
Ademar Koga, Akira Obara, Alexandre Fukumaru, André Jun Yassuda, máximo das suas possibilidades.”
Armando Toshiharu Tachibana, Aurélio Nomura, Carlos Jogi Imaeda,
Carlos Masayuki Harima, Carlos Nobuyuki Uratani, Ciro Saito, Daniela Começo meu editorial com a reflexão de Mário Sérgio
Nakagawa Fukushima, Edson Akama, Edson dos Santos Moraes, Cortella, grande filósofo e escritor contemporâneo,
Edson Riyoichi Otiai, Eduardo Akama, Elza Babá Akama, Enio Ozaki, mestre e doutor em Educação. Nela ele espelha nos-
Fernando Nobuo Shiguemichi, Fernando Pinto Guedes, George sa filosofia de fazer bem o que nos propomos: educar
Takeda, Joana Taeko Dozono Asanuma, José Francisco Amaral Toledo, para o futuro, considerando o momento presente e
Katuoki Ishizuka, Lauro Tomio Hirata, Marina Mikie Nagata Kurosaki, lembrando que o passado é o alicerce de toda a obra.
Massayoshi Kaminura, Minoru Toyoshima, Naoe Yoshimoto, Nelson
Eiji Takeda, Nelson M. Segoshi, Newton Kayano, Oduvaldo Kazuo Apresentamos nesta edição algumas iniciativas
Adatihara, Paulo Guilherme Amaral Toledo, Paulo Sussumu Hatada, que comprovam esses ideais, como nossa forma de
Raul Eid Nakano, Regina Maria Danieletto, Roberto Sadao Yoshihiro, ensinar as ciências, tornando a disciplina envol-
Rosélys Koga, Seizi Oga, Silvio Arai, Siozo Kanamaru, Tatsuo Hirai, vente e instigante. E também projetos como o de
Tadashi Yano, Tetsuo Nakagawa, Tomoca Yamana, Ulisses Takashi voluntariado e a gincana do Ensino Médio, ações
Tsutsumi, Vera Lucia de Felice e Yoshio Kiyono. que envolveram os alunos em atividades práticas
e desafiadoras, incentivando a participação social
Diretoria Executiva (conselheiros) e o trabalho coletivo.

Presidente: Katuoki Ishizuka E é com emoção que homenageamos duas pessoas


Vice-presidente: Lauro Tomio Hirata marcantes para nossa escola. Uma é a professora
Secretário: Carlos Nobuyuki Uratani Vera Lucia de Felice, uma das responsáveis pela
Financeiro: Fernando Nobuo Shiguemichi concretização do sonho da nossa instituidora e
Vice-financeiro: Edson dos Santos Moraes indiscutivelmente uma pessoa fundamental na
Cultural: Rosélys Koga construção do Centro Educacional Pioneiro. Por
Patrimônio: Roberto Sadao Yoshihiro isso foi merecidamente agraciada com a Medalha
Social: Tatsuo Hirai de Mérito Michie Akama. Como membro do Con-
selho Curador da Fundação, estará conosco nesta
Centro Educacional Pioneiro jornada, fazendo o BEM, sempre!
Direção geral: Irma Akamine Hiray
Coordenação pedagógica: Débora Martins Machado, Também reconhecemos o trabalho de nosso sau-
Cátia Cristina Gaspar Hashimoto e Álvaro Vieira Neto doso Antonio Akama, filho e parceiro incondicio-
Gerência administrativa: Lauro Issao Yamauchi nal da Dona Michie, cuja dedicação à instituição
Jornalista responsável: Mônica Aparecida de Souza (Mtb 27.674/SP) sobrepõe qualquer ato que se queira mencionar.
Revisão: Maria Virgínia Ferreira Casado Como homenagem, o nobre espaço de nossas reu-
Projeto Gráfico: Twinz niões recebeu o seu nome, relembrando-nos de
Diagramação e Arte: Ronaldo Monfredo sua figura sábia e sempre presente.
Impressão: Impressa Artes Gráficas
Convido todos a mergulhar nestas leituras!

Irma Akamine Hiray – Diretora geral


Educação Infantil

Curiosidade: a busca
por conhecer o mundo
A
primeira ação de quem tem O que vivem as crianças com suas mães e Afinal, que criança queremos?
curiosidade é a busca por famílias não requer conhecimento acadê-
conhecer o mundo. A crian- mico-teórico. É inato. Tudo acontece e cada Precisamos lembrar que nós (adultos)
ça, ainda muito pequena, já uma intervém como acredita ser o melhor. temos, por conta de nossas experiências,
apresenta curiosidade em conhecer a uma “postura adultocêntrica” e esque-
vida fora da barriga da mãe: primeiro Na escola, essa curiosidade que colabo- cemos que as crianças ainda estão em
chora, suga, chora quando tem fome, ra para os conhecimentos prévios das formação; assim, o que nos parece fácil,
percebe que tem mãozinha, pezinho, crianças é cuidada por nós para mantê-la para eles pode ser muito difícil: subir e
começa a sorrir, ergue o pescoço, vira... viva no fazer pedagógico. A descoberta descer do escorregador, comer rápido
Quer conhecer o mundo além do berço, do mundo faz parte do aprendizado e porque a hora do lanche está acabando,
andar, falar. Assim vai e a busca por a criança, que busca conhecer sempre lembrar-se dos pertences que estão na
conhecer o mundo parece não terminar mais, adentra o espaço escolar com expe- mochila, saber as letras do alfabeto, fa-
nunca. Ainda bem! riências significativas que são tratadas e zer a lição de casa sozinhos...
transformadas em conteúdos pelos edu-
Se um grupo de mães inicia uma con- cadores que as acompanham. Justamente por não estarem prontas, nos-
versa sobre as peripécias de seus filhos, so principal desafio como educadores é pro-
é possível perceber que cada uma quer Para dar tratamento aos conhecimentos porcionar uma educação prazerosa a esses
contar a sua experiência e que cada que as crianças apresentam e alinhá-los curiosos que buscam conhecer o mundo.
criança seguiu um caminho diferente à proposta pedagógica da escola, os edu-
para conhecer o desconhecido, para cadores estão sempre estudando, pesqui- Débora Martins
buscar as novidades por meio da in- sando, refletindo e planejando boas situa- Coordenadora da Educação Infantil
quietude da curiosidade. ções de aprendizagem para a sala de aula. e do 1° ano do Ensino Fundamental

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Homenagem

Uma admirável educadora

A
história de vida da professo-
ra Vera Lucia de Felice está
tão ligada à da nossa escola
que, às vezes, até se confun-
dem. Por 44 anos essa notável educa-
dora se dedicou a acolher com cuidado,
carinho e atenção os nossos alunos e
trabalhou em prol da concretização
dos sonhos e ideais traçados pela nossa
instituidora, dona Michie Akama.

Em reconhecimento aos importantes


serviços prestados à instituição, ela foi
agraciada com a Medalha de Mérito Mi-
chie Akama. A solenidade de entrega
foi no dia 28 de março, seguida de um
almoço festivo e de confraternização.

Sempre muito dedicada, Vera come-


çou sua carreira como professora e
depois foi assumido postos de direção
e coordenação, colaborando para posi-
cionar o Pioneiro como uma escola de
referência no ensino paulistano.

Em seu discurso, fez questão de agra-


decer a colaboração das amigas queri-
das que a acompanharam desde o início
dessa jornada e revelou sua satisfação
e orgulho em ver os frutos de seu traba-
lho sendo multiplicados nos exemplos
das gerações de alunos bem-sucedidos
que, ano a ano, a escola forma.

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Fundamental I

O domínio da leitura
L
er é uma vivência que abre in- cial. Elas têm como objetivo, dentre os ciada ao uso de conhecimentos prévios,
finitas possibilidades em nos- muitos que envolvem essa prática, apre- para que eles possam desenvolver a
sas vidas. Por isso o domínio sentar diferentes gêneros narrativos a capacidade de fazer inferências e levan-
da leitura é um dos grandes fim de que os alunos conheçam (e reco- tamento de hipóteses a respeito da his-
objetivos a serem alcançados na escola. nheçam) as variadas formas usadas por tória para, depois, comparar suas dedu-
cada autor na construção de seu texto. ções com o que de fato aconteceu. Nesse
Lemos para buscar informações, estu- trabalho são utilizados recursos para
dar, confirmar ou refutar algo, seguir É importante ressaltar que o trabalho ensinar as crianças a apreciar, analisar,
instruções, alargar horizontes, conhe- com essas leituras é completamente refletir, discutir, tomar posição, extra-
cer vários pensamentos sobre um mes- diferente daquele desenvolvido com o polar e exteriorizar pensamentos.
mo assunto, aumentar o vocabulário, livro didático ou com os textos extras,
escrever melhor, formar uma opinião, pois os objetivos são outros. Não há, por A escola é um dos ambientes propícios
ampliar a visão de mundo, participar exemplo, uma atividade de compreen- para estimular o gosto pela leitura. O
ativamente da vida social...Enfim, são são que apresente uma lista de pergun- outro é, sem dúvida, o ambiente fami-
muitas as intenções com a leitura, mas tas ou uma atividade avaliativa para liar. São muitas as possiblidades para
é importante que todas sejam realiza- que o aluno prove que leu a história. seduzir as crianças e trazê-las para o
das com competência e, na maioria das mundo da leitura!
vezes, com prazer. A preocupação, quando se trata da lei-
tura de literaturas, é a de fazer um tra- Cátia Cristina Gaspar Hashimoto
O processo de leitura não é natural. É balho de compreensão da leitura asso- Coordenadora do Ensino Fundamental I
uma operação complexa, que exige um
esforço mental e físico, por isso muitas
crianças preferem desistir a enfrentar
a dificuldade. Diante disso temos, como Estimulando nas crianças o gosto pela leitura
parte do projeto e do processo, um cui-
 Deixe livros e revistas em locais visíveis e de fácil acesso.
dado especial.
 Associe a leitura a momentos de prazer.
 Sirva de modelo.
Assim, na leitura que as professoras fa-
 Leia para as crianças (mesmo para aquelas que já sabem ler).
zem a seus alunos, elas se colocam como
 Mostre interesse pelo que a criança está lendo.
modelo mais experiente, fornecendo es-
 Divida a leitura entre os membros da família: cada um lê uma
tratégias e demonstrando o comporta-
página para todos.
mento leitor que, com o passar do tempo,
 Leve as crianças para bibliotecas e livrarias.
naturalmente fará parte da atitude deles.
 Discuta com elas os assuntos tratados em um livro ou em um
artigo de jornal.
Nossas escolhas pelos livros literários
 Observe o interesse das crianças para indicar leituras.
que são trabalhados em cada ano tam-
 Aguce a curiosidade com algum passeio cultural.
bém são regidas por uma atenção espe-

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Evento

Criatividade e interação
marcam o Scratch Day

O
Scratch Day reuniu pesso- o evento proporcionou uma manhã mar- Já a “Programadores mirins” – oficinas
as em diversas cidades ao cada por atividades de muita criativida- que aconteciam de meia em meia hora –
redor do mundo para com- de e interação. foi voltada para crianças de 4 a 7 anos,
partilhar conhecimentos so- que participaram junto com os pais e
bre o Scratch, uma linguagem de pro- A programação contou com uma sociali- acompanhantes. O foco foi a divulgação
gramação educacional, desenvolvida zação de projetos e atividades desenvol- da programação Scratch Jr.
pelo MIT (Instituto de Tecnologia de vidos desde 2014 por alunos das turmas
Massachusetts) com o intuito de ensi- de 4º, 5º e 6º anos (realizada no refeitó- Realizada em dois horários, a oficina
nar programação para crianças, pos- rio) e também oficinas. “Criando jogos no Scratch 2.0” foi orga-
sibilitando a criação de animações, nizada para alunos e demais interessa-
simulações, jogos, histórias animadas A oficina “Aprenda a Programar em dos em programar utilizando a webcam
e muito mais. 15 minutos” foi oferecida para todos como recurso de interação.
os interessados em aprender a pro-
O Pioneiro participou da iniciativa, que gramar no Scratch, transmitindo Assim, com a união de alunos, profes-
aconteceu no dia 9 de maio, um sába- os conceitos básicos da linguagem. sores e famílias, o evento proporcionou
do para lá de especial na escola. Com a Foram diversas sessões ao longo da uma manhã marcada por atividades de
união de alunos, professores e famílias, manhã. muita criatividade e interação.

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CAPA

O ensino de Ciências no Pione


um trabalho desafiador e i

O
nosso mote aqui na escola é xas) e estão sujeitas a erros e acertos, das podem auxiliar em alguns contex-
convidar o estudante para como é a dinâmica real da Ciência, o tos, desde que o aluno participe ativa-
aulas desafiadoras, fazen- que estimula a criatividade. mente. Esse tipo de atividade tem que
do do ensino de Ciências no ser desafiadora, e para isso é preciso
Pioneiro algo motivador e interessan- O exercício científico da comprovação orientar o olhar e organizar o estudo.
te. Além disso, as aulas e atividades ou refutação de hipóteses construídas Senão seria como visitar um vasto jar-
são planejadas e desenvolvidas para a partir de problematizações propostas dim florido, repleto de cores e odores, e
adequar as competências, habilida- durante as aulas leva à formulação de solicitar ao aluno que ele olhe apenas
des e operações em cada um dos anos, questões novas e contribui para a for- para uma determinada flor.
por segmento, de forma a garantir um mação do senso crítico. Somadas a essa
grau crescente de complexidade da ferramenta, outras atividades práticas A vivência de experimentos e práticas
Educação Infantil ao Ensino Médio. (tais como saídas de Estudo do Meio, com uma frequência maior dará opor-
observações nas áreas verdes da esco- tunidade para que o estudante seja
A experimentação é a base das Ciên- la, visitas a museus e instituições de instigado e questionado, motivando-o
cias da Natureza e, quando renovada pesquisa e o uso de jogos criados pe- a buscar respostas e elaborar novos
e ressignificada para atender às novas los próprios alunos) podem tornar-se questionamentos com naturalidade e
demandas da aprendizagem, torna-se instrumentos instigantes de ensino, constância crescentes.
uma ferramenta metodológica extre- que captam o interesse dos alunos e os
mamente produtiva e enriquecedora. tornam protagonistas de sua própria Pode-se considerar o livro didático como
Abordagens experimentais podem ser aprendizagem. uma fonte de possibilidades para os tra-
aplicadas à solução de problemas (uma balhos na área, mas também (e princi-
das atividades cognitivas mais comple- As atividades de laboratório roteiriza- palmente) a apresentação e execução

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Receita de uma aula desafiadora
 Orientar a produção de roteiros dinâmicos e questionadores
 Buscar experimentos de temas de aulas atualizados.
 Desenvolver gradativamente as etapas da
metodologia científica. (Questão-problema,
hipótese, planejamento, execução, coleta de
dados, resultados, discussão e conclusão)
 Elaborar um relatório nos moldes acadêmicos.
(a partir do Ensino Fundamental II)
 Aumentar a frequência das aulas práticas e do
trabalho em equipes e reduzir demonstrações.
 Envolver e explorar o trabalho dos laboratoristas.

neiro:
instigante
de novas e criativas atividades comple-
mentares enfatizando e aprofundando
os conceitos químicos, físicos e biológi-
cos, tendo como pano de fundo o espaço
do laboratório.

Ensinar é uma dinâmica que não se


dá apenas pela aula teórico-exposi-
tiva e por meio da aula prática, mas
também por meio do processo avalia-
tivo e de seus instrumentos. A avalia-
ção não é um fim, mas uma etapa do
processo de aprendizagem, por isso é
importante estabelecer objetivos cla-
ros a serem atingidos, seja por meio
de prova ou trabalho (individual ou
em grupo). O aluno deve compreen-
der a sua avaliação para se apropriar
de erros e superá-los.

Marcia Sacay
Coordenadora de Ciências Naturais

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CAPA

Projeto: Plantas, um outro olhar

O
estudo da biologia dos vege-
tais está presente da Educa-
ção Infantil ao Ensino Médio.
Trata-se de um assunto de re-
levância para a formação do estudante
e é imprescindível uma abordagem in-
terativa entre plantas, sociedade e arte.
Com a finalidade de ampliar essa visão
e integrar algumas turmas, desenvolve-
mos o projeto “Plantas, um outro olhar”.

Foram três experiências distintas na


escola. Em uma delas, as turmas de 7°
ano conversaram com os alunos da Edu-
cação Infantil II sobre as plantas carní-
voras. Em outra, alunos do 3° ano do do
Ensino Médio apresentaram curiosida-
des sobre plantas para alunos do 3° ano
do Ensino Fundamental. Finalmente
alunos de 7° ano e do 3° ano do Ensino
Médio participaram de oficinas de ike-
bana, sob a orientação da professora Zu-
leika Kawauchi Kao e sua filha Mary.

Este trabalho foi levado adiante em uma


ação desenvolvida na praça que leva o
nome da nossa fundadora, D. Michie
Akama, onde os alunos da Educação In-
fantil II encantaram o público que pas-
sava por lá apresentando o que apren-
deram sobre as plantas carnívoras e os
alunos das oficinas de ikebana supre-
enderam os pedestres ao presenteá-los
com os belos arranjos florais que produ-
ziram. A atividade serviu também para
comemorar um ano desde a revitaliza-
ção paisagística do logradouro.

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Ensino Fundamental II

Adolescência: Uma fase


de mudanças e adaptações

A vida escolar do aluno é marca-


da por mudanças constantes
a cada ano, mas alguns mo-
mentos são mais marcantes. Um deles é
a transição que ocorre durante o Ensino
A segunda grande mudança que requer
muito cuidado no processo de adapta-
ção recai sobre o corpo docente. Nessa
etapa os professores polivalentes ce-
dem espaço para os especialistas.
mento, e o jovem permanece quase sem-
pre instável, com as mudanças no próprio
corpo e na forma de pensar e agir.

Trabalhar os efeitos gerados por esse


Fundamental, quando o jovem ingressa turbilhão de mudanças não é uma tarefa
no 6° ano. Começa aí um período de adap- Assim, a cada cinquenta minutos um fácil para a escola e tampouco para a fa-
tações que seguirá até o 9° ano, quando “novo” professor surge e uma “nova” mília. Imagine então o quão difícil é para
finalmente chega ao Ensino Médio. disciplina começa. Esse contato com o próprio adolescente.
vários professores faz com que o aluno
A primeira grande adaptação está rela- se torne mais independente, pois deixa O que nos tranquiliza é que temos uma
cionada à grade curricular, mais comple- de receber orientações de uma única equipe pedagógica qualificada e prepara-
ta e complexa que no segmento anterior. pessoa. Mas também pode gerar certas da para apoiá-los nessa importantíssima
Nesse aspecto, os componentes curricu- dificuldades, claramente percebidas nos fase da vida. Paciência e compreensão
lares são trabalhados de maneira mais primeiros meses das aulas do 6º ano. são fundamentais. Afinal, todos nós tam-
aprofundada e, com isso, surge a neces- bém passamos por isso.
sidade de pesquisas complementares e de Passado esse processo de adaptação com
estudos de forma mais regular. Cumpre o segmento, vem uma nova e mais longa Álvaro Vieira Neto
aqui ressaltar que nessa fase os alunos fase, trazida pela puberdade. Agora é o Coordenador do Ensino Fundamental II e Médio
demonstraram maturidade suficiente lado emocional que domina o comporta-
para o desenvolvimento do trabalho.

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Notícias
Descobrindo o judô

Executivo emérito
incondicional

No dia 20 de maio, com o apoio do rício Caires Brito e Silvia Emi Yamazaki.
A dedicação de Michie Akama pela Consulado Geral do Japão em São Na ocasião o grupo acompanhou
sua causa educacional conquistou se- Paulo, o Pioneiro participou de um uma palestra do mestre Haruki Uemu-
guidores e continua inspirando o traba- evento que faz parte das comemora- ra, presidente da Koudoukan do Japão,
lho de muitos colaboradores da funda- ções dos 120 anos de amizade Brasil/ agraciado com o grau de 9º dan e a me-
ção que criou. E entre esses entusiastas, Japão, o qual foi organizado pela Con- dalha de ouro nos Jogos Olímpicos de
o seu filho talvez seja um dos exemplos federação Brasileira de Judô. Montreal (1976).
mais significativos. Participaram alunos de judô do sensei Os alunos também vivenciaram mo-
Roberto Forte Katchborian e seus auxi- vimentos simples do judô, como a queda
liares (sensei Diogo Colella e Marcelo Shi- e o rolamento, e praticaram a “pegada”
gueo Soga) e também alguns alunos das no adversário. Os mais experientes pu-
turmas de 9º ano (A e B), acompanhados deram aplicar golpes nos senseis japo-
dos professores de Educação Física Mau- neses. Foi um momento especial.

O desafio de matemática

O senhor Antonio Akama pode ser O concurso “Canguru sem Fron- tal até o Ensino Médio. O Pioneiro con-
descrito como um executivo emérito in- teiras” é um evento cultural-científico quistou 46 medalhas: 7 de ouro, 25 de
condicional, um homem de grande valor promovido em dezenas de países com o prata e 14 de bronze. Um feito digno de
que dedicou sua vida à instituição que objetivo de popularizar a Matemática, comemoração.
representa os sonhos de sua mãe. Aqui tornando-a atraente para os jovens. Não E, mais importante que o resultado
desempenhou várias funções, chegando se trata de uma competição, pois não atingido por cada participante, desta-
ao cargo presidente de honra da entidade. compara os participantes nem as esco- camos o fato de que todos encararam o
las, apenas pretende ser uma divertida desafio com determinação e vontade de
forma de resolver questões matemáticas. vencer pelos próprios méritos, o que tem
Na edição deste ano de 2015, o con- um valor inestimável. Assim os nossos
curso contou com 126.247 estudantes parabéns a todos os participantes e o
em todo o Brasil. Participaram alunos a nosso agradecimento ao apoio funda-
partir do 5° ano do Ensino Fundamen- mental dos professores!

Pelo que representa e por seu traba-


lho, a partir deste ano um espaço nobre
da escola, a sala de reuniões, recebe o seu
nome, como uma merecida homenagem.
A solenidade foi no dia 28 de março.
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Evento

Uma festa junina muito especial


O
nosso arraial é sempre uma
grande festa que une famí-
lias e amigos, diversão ga-
rantida para todos. Danças,
brincadeiras, sorteios... e muitas delí-
cias no espaço gastronômico.

Os visitantes se deliciaram com pratos


típicos da época. E como já é tradição,
os alunos do 9° ano e os do 3° ano do
Ensino Médio se empenharam nas
vendas das gostosuras. Na festa a inte-
gração da família é evidente, não só na
presença maciça dos pais, mas acima
de tudo na colaboração para a organi-
zação, como mostrou a campanha de
arrecadação de prendas, sucesso total!

As danças proporcionaram um show


de talentos à parte, mostrando muita
criatividade e animação dos alunos e
professores. Houve ainda um bazar de
artesanato com a produção do pessoal
do projeto PioArt (mamães, vovós, ti-
tias, amigos e os próprios alunos).

E a grande novidade deste ano foi a mo-


bilização de alunos na criação da “Barra-
ca Social Kipipoca”, que terá toda a sua
renda revertida para a entidade assis-
tencial Kibô-no-Iê. Um lindo exemplo de
solidariedade e de participação social.

Uma carinhosa confraternização! E já


estamos na contagem regressiva para
o ano que vem...

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Tecnologia educacional

Pioneiro Digital: espaço institucional


de disseminação de conhecimento

A
s instituições educacionais Tendência entre as grandes institui- recursos educacionais produzidos por
nacionais e internacionais ções de ensino de primeira linha, os nossos professores e alunos, um local
têm cada vez mais se preo- REA já são disponibilizados gratuita- privilegiado para valorizar a produção
cupado em preservar a sua mente por entidades norte-americanas da nossa comunidade escolar.
memória digital e prever espaços de como o Massachusets Institute of Te-
compartilhamento do conhecimento chnology (MIT) e as universidades de O Pioneiro Digital disponibiliza jogos, li-
produzido com a sociedade. Princeton, Stanford e Harvard. No Rei- vros digitais, apresentações, documentos,
no Unido podemos citar a Universida- planos de aula, vídeos, áudios, animações
A ideia de acesso e compartilhamento de de Nottingham e a Open University. e materiais de apoio à aprendizagem.
aberto para (e com) todos não é nova na Ainda na Europa temos a Paris Tech Tudo isso com uma licença aberta do
educação. Esse movimento que combi- e as universidades de Nantes, Lyon, Creative Commons, uma alternativa ao
na os hábitos de compartilhamento de Carlos III de Madri, Granada, Sala- “copyright” que garante o direito autoral
recursos, ferramentas e práticas edu- manca, Sevillae e Leuven. e algumas liberdades aos usuários finais,
cativas é chamado de Educação Aber- que são definidas pelo próprio autor.
ta, que é uma metodologia de educação O Brasil também participa ativamente
construída sob a premissa de que todos desse movimento com diversas univer- O nosso desafio é envolver toda a co-
devem ter a liberdade de usar, personali- sidades e instituições como a USP, a munidade escolar para colaborar não
zar, melhorar e redistribuir os Recursos UNICAMP, a FGV, a Unisul, a UFF, somente com o crescimento do reposi-
Educacionais Abertos (REA), contribuin- a UFBA, o Centro de Referência Paulo tório, mas também com o desenvolvi-
do para o acesso à educação e à cultura. Freire, a Educopedia e a Escola Digi- mento de uma cultura de colaboração e
tal, entre outras. a compreensão de que o conhecimento
Movimento cunhado pela Unesco em é um bem cultural da humanidade e
2002, os REA representam uma possi- O Centro Educacional Pioneiro tem deve ser compartilhado.
bilidade da democratização do acesso à como tradição a produção de materiais
educação. Por meio do uso da tecnolo- pelo seu corpo docente e acredita na de- Sejam todos bem-vindos para criar,
gia é possível disponibilizar conteúdos mocratização do acesso ao conhecimen- usar, remixar e compartilhar. Acesse:
educacionais na web para o seu uso to para todos. Dessa premissa nasceu www.pioneiro.com.br/pioneirodigital
didático, oferecendo também a possibi- a ideia do Pioneiro Digital, um reposi-
lidade de serem melhorados e redistri- tório institucional que visa garantir a Débora Sebriam - Tecnologia Educacional
buídos, para que sejam reutilizados em preservação de nossa memória digital Mestre em Engenharia de Mídias
diversos contextos educacionais. e ser um espaço para compartilhar os para a Educação

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Ensino Médio

Gincana: saindo da
rotina educacional

U
ma grande experiência
educacional para os alunos
do Ensino Médio surgiu a
partir da visita à exposi-
ção “Leonardo Da Vinci - A natureza
da invenção. O planejamento da ativi-
dade começou com a discussão sobre o
desafio que seria proposto aos alunos.
Antes da visita à exposição, dividimos sempre comemorando muito os acertos
Após a troca de ideias e reflexões, as cada turma em cinco grupos e pedimos das respostas. Mas não demorou muito
propostas foram ganhando forma. O que escolhessem dois inventos. Após a para que o 2º ano, também vibrando,
arremate final se deu na discussão visita destinamos algumas aulas para encostasse o placar. Mas no final o re-
de uma reunião pedagógica, na qual que eles pudessem fazer as pesqui- sultado ficou em 7 x 4 para o 3º ano.
decidimos realizar uma gincana. Ini- sas sobre as invenções eleitas e então
cialmente pensamos em elaborar as pedimos que cada grupo formulasse Além de propiciar um melhor aprovei-
questões para as duas turmas parti- duas perguntas sobre cada escolha. As tamento da visita à exposição, a ginca-
cipantes (2º e 3º anos), suscitadas pelo questões poderiam ser relacionadas na foi uma atividade produtiva e enri-
próprio espírito inventivo de Da Vinci. a qualquer disciplina e cada resposta quecedora, que mobilizou praticamente
Mas percebemos que seria ainda mais certa valeria um ponto. todos os alunos das duas turmas. Per-
produtivo se eles fossem responsáveis mitiu ainda uma reflexão sobre o signi-
pelas perguntas que eles mesmos res- A gincana teve a participação de profes- ficado de um trabalho criativo, unindo
ponderiam. sores das disciplinas de Artes, Física e arte, ciência e tecnologia.
História, que também tinham a respon-
O primeiro passo foi montar o crono- sabilidade de tirar as dúvidas e desem- Sem dúvida um exemplo de estímulo
grama e definir as regras para a gin- baraçar os impasses que porventura para o trabalho em equipe e a compe-
cana. Eu fiquei responsável pela orga- viessem a surgir durante a gincana. tição saudável.
nização e fiz um esboço das normas,
que foram discutidas com represen- A disputa teve lugar na sala de áu- Oscar Kudo
tantes das duas equipes. dio da escola. O 3º ano saiu na frente, Professor de Física

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voluntariado

Incentivo ao voluntariado
e ao trabalho social
S
er voluntário é doar seu tempo, luntariado. E em 2015 o nosso projeto Dias depois, cerca de 20 alunos do Ensino
trabalho e talento para uma já está a todo vapor! Médio e alguns professores e funcioná-
causa, sem pensar no benefício rios do Pioneiro visitaram a Kibô-no-Iê.
próprio e sim no bem social. É No início de maio recebemos a visita da Foi um dia incrível, nossos alunos e fun-
dedicar-se, sem remuneração, a be- Trupe dos Estardalhaços, que realizou cionários puderam conhecer a entidade
neficiar pessoas e ser solidário. É ser uma palestra sobre voluntariado para e trocar experiências com os residentes,
um agente de transformação, atuando alunos do Ensino Médio. É organizada conseguindo assim subsídios para pen-
junto à comunidade. por jovens que trabalham na divulgação sar em atividades que possam contribuir
de projetos sérios e possíveis, um grupo e beneficiar essas pessoas tão especiais.
Engajamento, participação e consci- de palhaços formado por quatro amigos:
ência de seu papel na sociedade são Raphael, Danilo, Hugo e Felipe. O primeiro passo foi dado com sucesso:
alguns requisitos fundamentais para os alunos já se mobilizam na captação
se tornar um bom voluntário. São con- Participou também do encontro nos- de recursos e montaram uma barraca
ceitos que devem ser incentivados des- sa ex-aluna, a jornalista Thaís Jorge, social na festa junina de 2015 em prol
de a infância e intensificados na ado- atual­
mente também Coordenadora de da entidade.
lescência. É por isso que promovemos Comunicação e de Captação de Recur-
na escola ações para estimular nossos sos na Kibô-no-Iê, entidade assistencial Marisa Costa e Silva e Silvia Tuma
jovens a seguir o belo caminho do vo- a pessoas com deficiência intelectual. Assistentes de Direção

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