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de Coimbra
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outros olhares
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legendas
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transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
117.3.1.JPG Sérgio Currais, Portugal | Pessoas de Nova Iorque 1 | Nova Iorque (Estados Unidos da América), 2017 (1)*
117.3.2.JPG Sérgio Currais, Portugal | Pessoas de Nova Iorque 2 | Nova Iorque (Estados Unidos da América), 2017 (2)*
tema 1 pessoas
142.3.3.JPG Kessis Soares de Sena, Brasil | Patrocínio | São Paulo (Brasil), 2018 (3)*
142.3.1.jpg Kessis Soares de Sena, Brasil | Retrato da presente juventude do Brasil | São Paulo (Brasil), 2018 (4)*
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171.4.2.JPG Yulia Bezuglova, Rússia | The craftsman | Moscovo (Rússia), 2017 (9)*
80.2.3.jpg Danny Alveal Aravena, México | Haitian Migrant Worker cutting cane | La Altagracia (República Dominicana) (10)*
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37.2.1.jpg Ahmed Abdulamir, Iraque | Crianças Marsh | Nasiriyah (Iraque), 2017 (13)*
37.2.3.jpg Ahmed Abdulamir, Iraque | Meu sofrimento | Os pântanos de Nasiriyah (Iraque), 2017 (14)*
37.2.5.jpg Ahmed Abdulamir, Iraque | Meu irmão | Os pântanos de Nasiriyah (Iraque), 2017 (15)*
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124.4.4.jpg Luís Lobo Henriques, Portugal | Menina da tribo Karen #4 | Chiang Mai (Tailândia), 2017 (16)*
4.4.5.jpg Luís Lobo Henriques, Portugal | Menina da tribo Karen #5 | Chiang Mai (Tailândia), 2017 (17)*
4.4.1.jpg Luís Lobo Henriques, Portugal | Menina da tribo Karen #1 | Chiang Mai (Tailândia), 2017 (18)*
4.4.2.jpg Luís Lobo Henriques, Portugal | Menina da tribo Karen #2 | Chiang Mai (Tailândia), 2017 (19)*
tema 1 pessoas
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220.4.4.jpg Susmita Bhattacharya, Índia | Source of water | Orissa (Índia), 2017 (20)*
220.4.1.jpg Susmita Bhattacharya, Índia | Miles to go | Orissa (Índia), 2017 (21)*
220.4.3.jpg Susmita Bhattacharya, Índia | My food | Orissa (Índia), 2017 (22)*
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195.4.1.jpg Suraranjan Nandi, Índia | Drinking lady | Koraput (Índia), 2014 (23)*
195.4.4.jpg Suraranjan Nandi, Índia | Tribal lady | Odisha (Índia), 2014 (24)*
tema 1 pessoas
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210.4.6.jpg Sanghamitra Sarkar, Índia | The Dhruba tribe | Orissa (Índia), 2017 (25)*
210.4.5.jpg Sanghamitra Sarkar, Índia | The Paniya tribe | Orissa (Índia), 2018 (26)*
210.4.1.jpg Sanghamitra Sarkar, Índia | The Bonda tribe | Orissa (Índia), 2017 (27)*
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131.4.5.jpg Antonio Aragón Renuncio, Espanha | Somba. La Última Tribu 05 | Montanhas de Atakora (Togo - África Ocidental), 2012 (28)*
187.4.3.jpg António Costa Pinto, Portugal | Meninos da “Temba” | Tete (Moçambique), 2015 (29)*
tema 1 pessoas
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131.4.4.jpg Antonio Aragón Renuncio, Espanha | Somba. La Última Tribu 04 | Montanhas de Atakora (Togo, África Occidental), 2012 (30)*
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244.4.6.jpg De Bruyne, Bélgica | Wild Boar Piercings | Wamena Region, Baliem Valley (Indonésia), 2016 (31)*
232.4.6.jpg Amitava Chandra, Índia | 6. The naga-warriors | Índia (Índia), 2014 (32)*
tema 1 pessoas
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244.4.5.jpg De Bruyne, Bélgica | Melanesians | Wamena Region, Baliem Valley (Indonésia), 2016 (33)*
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48.2.6.jpg Guilherme Limas, Portugal | Cultura do Arroz | Bali - Ubbud (Indonésia), 2016 (34)*
48.2.1.jpg Guilherme Limas, Portugal | Cultura do Arroz | Bali - Ubbud (Indonésia), 2016 (35)*
48.2.5.jpg Guilherme Limas, Portugal | Cultura do Arroz | Bali - Ubbud (Indonésia), 2016 (36)*
tema 1 pessoas
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61.2.1.JPG Bao Son Nguyen, Vietname | Cock fighting | Ninh Phuoc, Phan Rang, Ninh Thuan (Vietname), 2015 (37)*
72.2.5.jpg Amin Dehghan, Irão | Grand mother | Irão (Irão), 2016 (38)*
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70.4.3.jpg Santanu Dey, Índia | The nostalgia on the verge of extinction | Kolkata (Índia), 2018 (39)*
70.4.5.jpg Santanu Dey, Índia | The nostalgia on the verge of extinction | Kolkata (Índia), 2018 (40)*
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144.4.1.jpg Filiberto Capote Martín, Espanha | Infancia | Luang Prabrang (Laos), 2009 (42)*
144.4.5.jpg Filiberto Capote Martín, Espanha | Infancia | Luang Prabrang (Laos), 2007 (43)*
144.4.3.jpg Filiberto Capote Martín, Espanha | Infancia | Yangon (Myanmar), 2009 (44)*
tema 1 pessoas
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93.2.4.jpg Murtadha Ridha Jasim, Iraque | I am a shepherd | Kut - Wasit (Iraque), 2015 (45)*
93.2.1.jpg Murtadha Ridha Jasim, Iraque | Little shepherd | Kut - Wasit (Iraque), 2015 (46)*
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53.2.6.jpg Hamid Jamshidian, Irão | Man photographer | Iran (Irão), 2018 (47)*
54.2.1.jpg Alfonso García Marcos, Espanha | Vendiendo el Alma | Elias Piña (República Dominicana), 2017 (48)*
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193.4.2.jpg Eugene, Rússia | One day in the life of Pavel Ivanovich | Lake Onega (Rússia), 2010 (51)*
134.4.6.jpg Ricardo Ramos, Portugal | A Cuidadora | Tazém, Trás os Montes (Portugal), 2017 (52)*
182.4.4.jpg Julia Rafaela da Silva Oliveira, Brasil | S/título | Recife (Brasil), 2018 (53)*
tema 1 pessoas
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116.4.3.jpg Mohammad Rakibul Hasan, Bangladesh | I am Rohingya | Balukhali Rohingya Refugee Camp (Bangladesh), 2017 (54)*
116.4.5.jpg Mohammad Rakibul Hasan, Bangladesh | I am Rohingya | Thangkhali (Bangladesh), 2017 (55)*
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27.2.3.jpg Natalya Vinogradova, Rússia | Karelian girl | Republic of Karelia (Rússia), 2017 (56)*
18.2.6.jpg Javad Rezaei, Irão | Farmer and his product | Khorasan Razavi Province (Irão), 2017 (57)*
106.1.3.jpg Welman Manest, Indonésia | I choose to Cried on my Uncle Grave | Janji Matogu Grave/Porsea (Indonésia), 2015 (58)*
tema 1 pessoas
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61.2.3.jpg Bao Son Nguyen, Vietname | Northeast monsoon | Son Hai, Phan Rang (Vietname), 2011 (59)*
238.1.6.jpg David Rengel, Espanha | Tears in the Forest | Cambodia (Camboja), 2014 (60)*
238.1.4.jpg David Rengel, Espanha | Tears in the Forest | Cambodia (Camboja), 2014 (61)*
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194.1.1.JPG Seyed Madyar Shojaeifar, Irão | Dust | Ahvaz (Irão), 2015 (62)*
194.1.5.JPG Seyed Madyar Shojaeifar, Irão | Dust | Ahvaz (Irão), 2015 (63)*
tema 1 pessoas
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233.4.6.jpg Javier Pedro Fernández Ferreras, Espanha | Vertedero-6 | Camboja (Camboja), 2014 (64)*
233.4.1.jpg Javier Pedro Fernández Ferreras, Espanha | Vertedero-1 | Camboja (Camboja), 2014 (65)*
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
Chegado a esta fase da minha vida é já muito difícil de organização taxonómica, procurei agrupá-los por
ver alguma coisa que não pelo filtro da Geografia, do tipos de passageiros: estantes, migrantes, turistas e
onde das coisas e das pessoas, que com as coorde- deslocados, sem terra, sem pão, sem, sem, sem nada.
nadas definem os lugares. Mas hoje, quis a sorte, ou São cenas da “marcha da Humanidade” que prossegue
seja, a mão do meu querido amigo Rui Jacinto, que não inexorável, desenhando mais e mais labirintos, jogos
ficasse com os lugares, nem com as paisagens, nem para cegos. Detenho-me na profunda melancolia ins-
norte nem sul, nem este ou oeste, mas com os rostos: crita nos olhares a que eu me fixo, melancolia da vida
uma coleção de rostos que pelo que ficou dito, são ne- que não chegou, que não veio mesmo. Vejo-os todos
cessariamente rostos de geografias. Desde logo, numa enquanto crianças, que nunca deixaram de ser, ino-
primeira viagem a galgar páginas, a galgar imagens, centes: sobretudo as crianças, Senhor!!! Não houve,
encontro duas geografias muito evidentes: uma geo- talvez não pudesse mesmo haver lugar a uma poética
grafia do sofrimento e uma geografia da melancolia. da esperança, tão vivas eram as feridas, as más me-
mórias, tão grandes que nem o pitoresco conseguiu
Rostos que são os mapas das geografias do poder, os lugar. Ficou-nos assim o grito suspenso destes rostos
mapas que os impérios desenham e depois dominam, que nos interpelam.
exploram, à escala natural, à escala um para um: um
ser humano, um ser explorado, um ser descontado, Sinto-me numa vertigem, procuro uma âncora, no
um espaço vazio, pronto para novo ciclo. Rostos espaço e no tempo, seguro-me na tábua cronológica,
que traduzem as ações de abuso. São fotografias já que as geografias são insuficientes, vou procurar
implacáveis, na denúncia, mas também na exaltação os lugares no tempo, decifrar as memórias apagadas
da desgraça, da iniquidade, do fim sem retorno, sem nestes rostos que para já estão imobilizados no tempo
paraísos ocultos, sem terras prometidas. das imagens e descubro que são rostos que nos pu-
xam para um tempo sem tempo, para um buraco, o
Na sua crueza, no seu isolamento, estes rostos são buraco que ameaça a Humanidade.
representantes de geografias deslocadas, são ima-
gens descoordenadas, sem azimute. Olhando estas
imagens verificamos que na sua maioria parecem O atlas escolar
deslocadas das geografias originais, pertencem a
viajantes errantes, surpreendidos numa estação da Lembro-me do Atlas Escolar Português do Professor
sua deambulação. Por isso, num primeiro impulso João Soares, uma versão portuguesa, excelente, de
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tema 1 pessoas
um Atlas do Instituto Agostini de Novara. Quantas que comanda o trovão e protege os navegantes e os
viagens maravilhosas me proporcionou esse Atlas. No comerciantes, a Yu Shi, o mestre das chuvas que nos
final tinha uma rica ilustração fotográfica e a série que dá a água e nos defende das secas, a Indra o Rei dos
mais me animava era a dedicada às raças humanas: Deuses, o rei da luz e do trovão, da chuva e dos rios:
rostos de gentes dos cinco continentes. Mestres do Tempo e do Clima, que são também os
Mestres do Futuro que agora nos atormenta.
Nós, crianças, viajávamos no Mundo através daqueles
rostos amigos, dos nossos irmãos europeus, dos As mudanças climáticas e as alterações dos elemen-
nossos irmãos africanos, asiáticos, oceânicos, das tos comandam as novas marchas da Humanidade e
fadas da Nova Zelândia e da Austrália, aos exóticos aumentam as angústias, ansiedades e desesperos.
papuásios/novaguineenses. Aos queridos chineses de E tudo já começou, tanto que foi ao encontro destes
olhos em bico, que nos ofereciam/vendiam gravatas fotógrafos, passou por estes rostos.
na Baixa de Lisboa – “já tinha passado o tempo do
“perigo amarelo”, juntavam-se os índios que nos arre- As virgens voltam a ensaiar bailados para aplacar as
piavam nos ecrãs dos cinemas, onde os heróis eram fúrias dos deuses e dos demónios.
os vaqueiros e pistoleiros brancos, por vezes com as
fardas das tropas da União e, aí, já metia cornetas
e clarins. Índios que ali nas belas páginas daquele Em cada rosto igualdade
adorado Atlas também se tornavam figuras familiares,
com seus adornos, colares e coifas de penas de aves De facto, a grande utopia de Zeca Afonso torna-se
exóticas. E as viagens tornavam-se mais locais, com os enorme necessidade face a estes rostos que nos con-
rostos a afeiçoarem-se às aldeias e às cidades. templam a lembrar a tábua cronológica e o Atlas da
Humanidade. Temos que fincar bem os pés no futuro
para ver que a nova Amaurota poderá mesmo ser a
Das utopias e das distopias Grândola que, como sinal, até encerra nos seus limites
geográficos uma Aldeia do Futuro.
Rezem irmãos, ao Senhor dos Aflitos, à Senhora das
Candeias à Virgen de Guadalupe, ao grande Haddad, Terra da Fraternidade
senhor do tempo, das trovoadas e das chuvas, a Baal Em cada rosto igualdade
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134.3.6.jpg José Figueira, Portugal | Cais do Ginjal | Cais do Ginjal, Almada (Portugal), 2018 (66)*
134.3.4.jpg José Figueira, Portugal | Para mais tarde recordar | Cais do Ginjal, Almada (Portugal), 2018 (67)*
tema 2 lugares
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170.1.2.jpg Sofia Mendonça, Portugal | O Barco e o Pescador | Cacilhas (Portugal), 2017 (68)*
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170.1.3.jpg Sofia Mendonça, Portugal | Ginjal a preto e branco | Ginjal-Almada (Portugal), 2017 (69)*
164.1.4.jpg Pedro Tavares, Portugal | Esqueleto da Carrasqueira (4) | Carrasqueira, Comporta (Portugal), 2017 (70)*
164.1.2.jpg Pedro Tavares, Portugal | Esqueleto da Carrasqueira (2) | Carrasqueira, Comporta (Portugal), 2017 (71)*
tema 2 lugares
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164.1.1.jpg Pedro Tavares, Portugal | Esqueleto da Carrasqueira (1) | Carrasqueira, Comporta (Portugal), 2017 (72)*
164.1.5.jpg Pedro Tavares, Portugal | Esqueleto da Carrasqueira (5) | Carrasqueira, Comporta (Portugal), 2017 (73)*
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42101.2.2.JPG Fernando Manuel Cerqueira Barros, Portugal | Veiga de Aceredo | Albufeira do Alto Lindoso, Aceredo, Galiza (Espanha), 2017 (74)*
101.2.3.JPG Fernando Manuel Cerqueira Barros, Portugal | Casa | Albufeira do Alto Lindoso, Aceredo, Galiza (Espanha), 2017 (75)*
81.2.5.jpg Maria Amanda Martinez Elvir, Brasil | S/título | Chapada Diamantina (Brasil), 2017 (76)*
79.2.1.jpg Simonova, França | Time’s flow | Doubs (França), 2016 (77)*
tema 2 lugares
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101.2.5.JPG Fernando Manuel Cerqueira Barros, Portugal | Resistência | Albufeira do Alto Lindoso, Aceredo, Galiza (Espanha), 2017 (78)*
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175.1.5.jpg Andrea Hilgert, Brasil | Vida na margem | Tramandaí, Rio Grande do Sul (Brasil), 2018 (79)*
50.2.4.jpeg Marco António Areias Alves, Portugal | Comunidade | Santarém (Portugal), 2018 (80)*
tema 2 lugares
45
244.1.2.JPG Luis Márquez Nogales, Espanha | Marismas del Guadalquivir 2 | Sevilha (Espanha), 2018 (81)*
193.4.1.jpg Eugene, Rússia | One day in the life of Pavel Ivanovich | Lake Onega (Rússia), 2010 (82)*
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
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248.4.3.jpg Maria Bernadete Ribeiro da Costa, Brasil | O cotidiano da população ribeirinha | Amazônia (Brasil), 2017 (83)*
248.4.6.jpg Maria Bernadete Ribeiro da Costa, Brasil | O cotidiano da população ribeirinha | Amazônia (Brasil), 2017 (84)*
tema 2 lugares
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92.2.4.jpg Tran Van Tuy, Vietname | Harvesting food | Binh Thuan (Vietname), 2014 (87)*
36.2.3.jpg Nimai Chandra Ghosh, Índia | Floriculture | West Bengal (Índia), 2015 (88)*
tema 2 lugares
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49.2.1.jpg Aleix Franco, Espanha | GreenField | Batad (Filipinas), 2018 (89)*
36.2.2.jpg Nimai Chandra Ghosh, Índia | Drying Paddy | West Bengal (Índia), 2015 (90)*
103.1.6.JPG Majid Shahbodaghi, Irão | Light rain | Qazvin (Irão), 2017 (91)*
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103.3.6.jpg Nuno França Machado, Portugal | Olhos de Amor | Ilha de São Miguel (Portugal), 2018 (92)*
103.3.2.jpg Nuno França Machado, Portugal | A porta para o Amor | Ilha de São Miguel (Portugal), 2018 (93)*
tema 2 lugares
51
122.2.5.jpg Gerson Turelly, Brasil | Agro | Campinas do Sul (Brasil), 2017 (94)*
122.2.4.jpg Gerson Turelly, Brasil | Galpão | Campinas do Sul (Brasil), 2017 (95)*
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71.1.1.jpg Leandro Moraes Barbosa Lima, Brasil | Floresta de Pedra | Paraúna - Goiás (Brasil), 2018 (96)*
71.1.2.jpg Leandro Moraes Barbosa Lima, Brasil | Pedra Cálice | Paraúna - Goiás (Brasil), 2018 (97)*
235.1.2.jpg José Manuel C. Baptista, Portugal | Oliveira Milenar 2 | Alvaiázere (Portugal), 2018 (98)*
tema 2 lugares
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235.1.1.jpg José Manuel C. Baptista, Portugal | Oliveira Milenar 1 | Alvaiázere (Portugal), 2018 (99)*
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224.1.4.jpg Tiago Valido, Portugal | Tesouros da Turquia #4 | Cappadocia (Turquia), 2016 (100)*
tema 2 lugares
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95.1.1.jpg Ana Santos, Portugal | Final de tarde em Castelo Bom | Castelo Bom (Portugal), 2016 (101)*
132.1.6.jpg Maria Isabel Dias Nobre, Portugal | Casas do Piódão | Piódão, Arganil (Portugal), 2107 (102)*
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79.3.4.jpg Abdelhadi Akarandou, Marrocos | Traditional handicraft | Dakhla (Marrocos), 2018 (103)*
45.1.5.JPG Adeeb Alsayed, Síria | The City and The castle | Aleppo (Síria), 2018 (104)*
45.1.1.JPG Adeeb Alsayed, Síria | Castle of Aleppo | Aleppo (Síria), 2017 (105)*
tema 2 lugares
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45.1.6.JPG Adeeb Alsayed, Síria | The Golden Scene | Aleppo (Síria), 2017 (106)*
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
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212.4.2.jpg Afshin Azarian, Irão | The Female Lion | Chaharmahal Va Bakhtiari Province (Irão), 2017 (107)*
212.4.5.jpg Afshin Azarian, Irão | Baking bread | Chaharmahal Va Bakhtiari Province (Irão), 2017 (108)*
tema 2 lugares
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72.2.1.jpg Amin Dehghan, Irão | Shortage of places | Irão (Irão), 2016 (109)*
212.4.6.jpg Afshin Azarian, Irão | Cold weather, warm family | Chaharmahal Va Bakhtiari Province (Irão), 2017 (110)*
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
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124.2.1.jpg Avin Abbasi, Irão | Manijalan | Iran Kudistan Bane Manijalan (Irão), 2018 (111)*
15.2.6.jpg Maryam Alemomen Dehkordi, Irão | Rural home | Khonsar (Irão), 2017 (112)*
tema 2 lugares
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156.4.3.JPG Manuel Alberto Azevedo Gomes Novo, Portugal | Comércio de Rua | Ksar de Ait Ben Haddou, Ouarzazate (Marrocos), 2017 (113)*
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
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182.1.1.jpg Mohammad Shafai, Irão | Dream desert | Isfahan (Irão), 2017 (116)*
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
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170.1.6.jpg Sofia Mendonça, Portugal | Escadaria para a liberdade | Trafaria (Portugal), 2017 (117)*
170.1.1.jpg Sofia Mendonça, Portugal | No País das Maravilhas | Ginjal, Almada (Portugal), 2017 (118)*
tema 2 lugares
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56.2.2.jpg Celia Cisneros Burbano, Espanha | Vano2 | Ainsa, Huesca (Espanha), 2016 (119)*
114.3.1.jpg Andréa Bernardes e Silva, Brasil | Entropia - 1 | Arredores do Porto de Santos, estado de São Paulo (Brasil), 2017 (120)*
56.2.1.jpg Celia Cisneros Burbano, Espanha | Vano1 | Monsanto (Portugal), 2017 (121)*
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
66119.4.1.jpg Antonio Farto Casado, Espanha | Mercados, Reflejos de Sociedades 11 | Madrid (Espanha), 2017 (122)*
119.4.2.jpg Antonio Farto Casado, Espanha | Mercados, Reflejos de Sociedades 12 | Madrid (Espanha), 2017 (123)*
119.4.4.jpg Antonio Farto Casado, Espanha | Mercados, Reflejos de Sociedades 14 | Madrid (Espanha), 2017 (124)*
119.4.6.jpg Antonio Farto Casado, Espanha | Mercados, Reflejos de Sociedades 16 | Madrid (Espanha), 2017 (125)*
tema 2 lugares
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104.3.1.jpg Walter Mateus Craveiro, Brasil | Av. São João | São Paulo (Brasil), 2016 (126)*
91.3.4.jpg Fardin Oyan, Bangladesh | Fish market | South Asia (Bangladesh), 2017 (127)*
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
“Este é o meu lugar” – quando fazemos essa afirma- sença do Outro, se não houver alguma relação com
ção, parece que nos apropriamos de um espaço e fa- a alteridade. Assim, o aconchego do lugar também
zemos dele nossa casa. Há uma palavra em português lembra hospitalidade, e hospitalidade lembra Outros
que sintetiza bem esse sentimento, e que a geógrafa que participam de nossas trajetórias e ritmos de vida,
brasileira Lívia de Oliveira recorda muito bem: “acon- tornando-os mais solidários e acolhedores. Afinal, não
chego”: o lugar é “experienciado como aconchego que se define lugar apenas pela fixação e pelo repouso.
levamos dentro de nós”. (Oliveira, 2012, p. 15) Outro geógrafo muito conhecido neste debate, Yu Fu-
Tuan, chegou a distinguir o lugar como “pausa”, frente
Sentimo-nos aconchegados quando estamos no nosso ao espaço como movimento. Alguns o criticaram
lugar. Mas é bom pensarmos sobre de que tipo de por uma visão conservadora ao enfatizar esse lugar
aconchego e de “nosso” estamos falando. Pois acon- seguro e relativamente fechado. Na verdade, diriam
chego não pode ser apenas um quarto fechado onde, outros (talvez Doreen Massey como a mais citada),
sozinhos, repousamos com satisfação. Até porque todos os nossos espaços, seja na leitura como lugar,
nem todos podem (ou precisam) ter um quarto, um como território e/ou como região, são moldados
espaço individual e nem todos repousam – ou querem fundamentalmente por dinâmicas, fluxos, movimento.
repousar – sozinhos. E também porque, hoje, mesmo Não poderíamos mais pensar num lugar apenas como
este lugar-peça de casa, mínimo, que podemos consi- um espaço fechado e, por isso, “seguro”. Segurança
derar um de nossos lugares mais elementares, pode também se garante com abertura, visibilidade e mo-
ser aberto, vulnerável e passível de ser acessado e vimento. Pesquisas já demonstraram, por exemplo,
sofrer interferência pela presença, ainda que virtual. o efeito de ruas mais movimentadas, com maior
de outros. Basta um aparelho de celular. Ligamos a câ- frequência de pedestres, e o quanto uma melhoria na
mera e podemos ter alguém, de certa forma, “dentro” iluminação (mais até, muitas vezes, do que a dispen-
de nossa casa. Como afirma Edward Relph, um dos diosa instalação de câmeras) pode representar em
geógrafos já clássicos no debate sobre o lugar, “minha termos de maior segurança.
experiência de lugar é ao mesmo tempo intensamente
local e sem limites por meio das tecnologias moder- Tal como ocorre com as horas de sono na tranquili-
nas”. (Relph, 2012, p. 31) dade do nosso lar, o repouso é apenas uma parcela
– importante, mas ainda assim temporária – nos
Indo mais além, podemos defender o argumento de múltiplos ritmos de nossa vida. Não é demais lembrar
que não há efetivamente lugar se não existir a pre- a realidade aparentemente banal de que todos, hu-
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tema 2 lugares
manos e não-humanos, matéria e ideia, tudo é dotado de apartação, fato comum nos condomínios fechados
concomitantemente de estabilidade (sempre relativa) que tanto marcam as cidades latino-americanas.
e movimento – ou de “fixos e fluxos”, na simples e
arguta terminologia de Milton Santos. Mais do que dizer o que é o lugar que habitamos tal-
vez fosse importante nos perguntarmos que tipo de
Assim, se lugar é aconchego não é apenas porque ali lugar gostaríamos – ou mesmo deveríamos – habitar.
paramos e descansamos, recuperando nossas ener- Frente a tantos movimentos que reforçam a direção
gias. É aconchego porque ali encontramos os Outros, rumo a lugares fechados, quase impermeáveis,
Outros que nos afetam, que recebem afeto, que par- defensivos, em busca de uma alegada segurança,
tilham, que, nas nossas diferenças, nos reconhecem precisamos com urgência promover lugares de aber-
e nos respeitam e, assim, permitem que, através do tura ao diálogo, ao encontro e ao aprendizado com o
diálogo, nos estimulemos a pensar e agir (também) Outro, única possibilidade de construir uma sociedade
de modo diferente. Lugar, nesse sentido, deve ser melhor, ao mesmo tempo solidária e transformadora.
também “lugar” porque nele se pratica – ou constante- O conservadorismo que se alastra pelo mundo vem
mente se ensaia – a democracia. acompanhado sempre desses movimentos reclusivos,
introspectivos, de retraimento, de um voltar-se para
Lugar não é somente um espaço que delimitamos em si mesmo e para dentro, como se lá fora estivesse
função de ações, imaginários e desejos que conside- sempre um perigo a ser evitado e não um desafio a
ramos mais propriamente nossos. Até porque aquilo ser conhecido e mutuamente transformado.
que hoje consideramos “nosso” um dia foi (ou ainda é)
também de outros, e nem sabemos mais distinguir o Precisamos reconhecer o paradoxo de que o fora
que nos é efetivamente próprio e o que adquirimos, hoje não está apenas no exterior, ele está também
num amálgama a partir das múltiplas relações que dentro de nós. Nosso lugar, por mais bem delimitado
nos fazem seres sociais, sociáveis, humanos. Huma- e resguardado que pareça, é um espaço também
nos que, contraditória ou ambivalentemente, também interceptável por outros, muitos outros, do poder que
são dotados da capacidade (e do desejo, tantas vezes) do alto nos monitora aos internautas que, mesmo
de condenar, de segregar, de construir barreiras, de sem permissão, armazenam nossa vida digital e, além
impedir a recepção e/ou o diálogo. de nos vigiar, também têm o poder de impor ideias. O
lugar adquire uma outra conotação, ao mesmo tempo
Assim, mesmo sob a tremenda velocidade deste mais vulnerável e mais aberto à construção de cone-
capitalismo global, há, obviamente, lugares de maior xões transformadoras com o mundo.
repouso e de maior movimento, assim como há luga-
res de identificação e de aversão – ou topofílicos e to- Em resumo, precisamos reconhecer as formas com
pofóbicos, nos termos de Yu Fu-Tuan. Nosso cotidiano, que hoje se vinculam o lugar como fixação e o lugar
imerso nesses lugares de vida, semeiam ora hospitali- como movimento, pois eles nunca são excludentes,
dade, receptividade, ora xenofobia, repulsa ao Outro, a começar pelo fato simples, cotidiano, de que nossa
e nesse ir-e-vir parece mover-se o próprio mundo. vida é uma composição, compulsória, de repouso
Enquanto uns “se lugarizam” no aconchego de seus in- e mobilidade. Trata-se apenas de uma questão de
tramuros, outros podem ver aí um signo de evitação, reconhecer suas distintas intensidades: uns são mais
69
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
nômades, outros mais sedentários; uns são mais fixos Sentir-se “inteiro” no espaço que habitamos e onde
ou móveis por opção, outros por obrigação. Como circulamos significa, hoje, mais do que nunca, não
afirmava Doreen Massey, o mais importante é perce- apenas a proteção e a fixação de um “ambiente segu-
ber quem tem o poder de desencadear o movimento, ro”, mas também o aconchego de um lugar múltiplo
quem comanda a extremidade propulsora e quem que, no jogo entre abertura e fechamento, concede a
está muito mais, passivamente, na extremidade re- seus habitantes a autonomia para retrair-se ou expan-
ceptora. Conscientes, entretanto, de que para mudar dir-se de acordo com o momento, a necessidade e/ou
o mundo e minimizar essa enorme desigualdade é o desejo em busca de uma vida melhor. Não se trata,
necessário desconcentrar o poder dos que defendem portanto, de reconhecer – ou mesmo de defender
seus lugares “invioláveis” ao preço de uma mobilidade – um lugar comandado pelo repouso e a fixação, ou
planetária sob seu controle – e que controla o des- pelas conexões e a mobilidade, pois é imprescindível o
locamento dos “de baixo” – e ampliar a capacidade respeito à multiplicidade de ritmos através dos quais
dos “de baixo” de construírem lugares onde se sintam se constrói e se transforma, permanentemente, a
efetivamente presentes, “inteiros”. espaço-temporalidade dos homens.
* Geógrafo, Professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil.
70
tema 2 lugares
outros olhares
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
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15.4.2.jpg Uliana Kharinova, Rússia | Lena | Russkoe Village (Rússia), 2015 (128)*
15.4.3.jpg Uliana Kharinova, Rússia | Inspired by Rembrandt | Russkoe Village (Rússia), 2015 (129)*
15.4.1.jpg Uliana Kharinova, Rússia | Dandelion | Russkoe Village (Rússia), 2015 (130)*
tema 3 outros olhares
75
130.2.1.jpg António Jorge Feio Bacelar Vilar, Portugal | Frutos do trabalho | Estarreja, Aveiro (Portugal), 2017 (131)*
130.2.6.jpg António Jorge Feio Bacelar Vilar, Portugal | Bincadeiras depois da escola | Murtosa, Aveiro (Portugal), 2016 (132)*
130.2.4.jpg António Jorge Feio Bacelar Vilar, Portugal | Reunião de família | Murtosa, Aveiro (Portugal), 2018 (133)*
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
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29.4.1.jpg Amir lavon, Israel | Long way home | Israel (Israel), 2018 (134)*
29.4.2.jpg Amir lavon, Israel | Color matters | Israel (Israel), 2018 (135)*
35.4.3.jpg Maraíza Machadi, Uruguai | Sonhos de criança | Bahia (Brasil), 2018 (136)*
tema 3 outros olhares
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29.4.4.jpg Amir lavon, Israel | Hands of rights | Israel (Israel), 2018 (137)*
35.4.5.jpg Maraíza Machadi, Uruguai | Sonhos de criança | Bahia (Brasil), 2015 (138)*
35.4.4.jpg Maraíza Machadi, Uruguai | Sonhos de criança | Bahia (Brasil), 2015 (139)*
transversalidades 2018 fotografia sem fronteiras
78111.4.2.jpg Esperanza Labrador Rodríguez, Espanha | Las manos de Josefa | Asturias (Espanha), 2018 (140)*
111.4.6.jpg Esperanza Labrador Rodríguez, Espanha | Manuela | Asturias (Espanha), 2016 (141)*
129.4.5.jpg Meryem Belhaji, Argélia | Be kind to yourself | Blida (Argélia), 2018 (142)*
129.4.6.jpg Meryem Belhaji, Argélia | Be kind to yourself | Blida (Argélia), 2018 (143)*
tema 3 outros olhares
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148.4.3.jpg Sandro Rogério Charlois Porto, Portugal | Detalhes da Fé 3 | Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores (Portugal), 2018 (144)*
148.4.5.jpg Sandro Rogério Charlois Porto, Portugal | Detalhes da Fé 5 | Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores (Portugal), 2018 (145)*
148.4.1.jpg Sandro Rogério Charlois Porto, Portugal | Detalhes da Fé 1 | Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores (Portugal), 2018 (146)*
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Gualter Naves, Brasil | Futebol na Favela 04 | Favela Aglomerado da Serra, Belo Horizonte, Minas Gerais (Brasil), 2014 (149)*
72.4.4.jpg Gualter Naves, Brasil | Futebol na Favela 05 | Favela Aglomerado da Serra, Belo Horizonte, Minas Gerais (Brasil), 2014 (150)*
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128.3.4.jpg Arseniy, Rússia | Inside | Viborg (Rússia), 2017 (151)*
40.2.1.JPG António Manuel Gomes Roque, Portugal | Ferrolho | Carpinteiro, Guarda (Portugal), 2018 (152)*
159.1.2.jpeg Rania, Tunísia | Accient | Mahdia (Tunísia), 2018 (153)*
tema 3 outros olhares
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58.4.4.jpg Antonio Pérez, Espanha | 004 Doble mirada sobre la resistencia | Asentamiento chabolistas de inmigrantes en Lepe, Huelva (Espanha), 2017 (155)*
33.2.6.jpg Melika Mohammadi, Irão | Boy and small house | Makhunik village in Doreh Rural District, South Khorasan Province (Irão), 2018 (156)*
tema 3 outros olhares
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33.2.4.jpg Melika Mohammadi, Irão | The oldest woman in the village | Makhunik village in Doreh Rural District, South Khorasan Province (Irão), 2018 (157)*
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legendas
74 84 98, 99
O rio Lima/Límia estrutura um fértil vale ao longo As correntezas do rio e o caminho do lar. Um pouco por todo o país, oliveiras de troncos car-
de mais de uma centena de quilómetros, desde a comidos pelo tempo embelezam há centenas de
85
sua nascente, no Monte Talariño (Galiza), até à sua anos o património natural.
Foz, em Vianna da Foz do Lima, actual Viana do Farmers Farming the Farm during Monsoons...near Muitas delas também são vítimas da desertificação
Castelo (Portugal). by village, 56km away from Pune City, India. do interior. São votadas ao abandono, sofrem com
As suas veigas permitiram um povoamento denso os incêndios, atos de vandalismo ou negligência.
86
e numeroso, dando vida a centenas de pequenos Estas árvores apresentam um valor patrimonial
núcleos populacionais. A view captured during the walkway towards un- elevado, são memórias vivas, tendo algumas delas
Com a subida das águas do Lima, após a constru- known village. ligações diretas com a história e cultura da região.
ção da Barragem do Alto Lindoso, essas águas que 87 Há pois que preservar estas “castelos” que para
deram vida a estas veigas, foram as mesmas que além de valorizar a paisagem são um elemento di-
Farmers are using machine tools to harvest rice to
ditaram a sua morte, em aldeias como a Várzea, o ferenciador e identitário de um povo.
reduce labor.
Bao, Buscalque, ou Aceredo.
100
88
75 A intromissão humana - a povoação.
Village women are involved in floriculture for their
Casas na Aldeia de Aceredo (Galiza), ressurgindo
livelihood, it is also part of agriculture, specially 101
das águas do Lima, mais de 25 anos após o desa-
women are involved in this job, they have their Antes de retomar caminho em direção à próxima
parecimento da aldeia.
own field for this floriculture and they maintain aldeia histórica pausas para espreitar um outro lu-
76 their family livelihood. gar e deambular por entre ruas de calçada e uma
Sem legenda. 89 ou outra casa de pedra tão bem conservada.
ditions and spend much of their lives in the kitchen 119 Não é possível ignorar as suas mãos calejadas do
and home. The kitchen is used for both cooking, Vano con mosquitera en muro de piedras en rui- trabalho árduo da terra, as suas rugas profundas
bread making and bathing due to its warm tem- nas. ou seus corpos esgotados.
perature. A large tub is used for bathing. Large ket- É meu dever dignificar este povo, que me acolhe
tles are always kept by the fire for washing. Wood 120 como a um membro da família.
is mainly burned as a source of fuel and is brought Cerca viva.
134
by women and children from surrounding thickets.
121 An African boy from Ghana is a stranger studying
109 Puerta en una piedra. in an Israeli high school.
Sar Aqa Seyyed : is a village in , in the Central Dis-
122-125 135
trict of Kuhrang County, Chaharmahal and Bakh-
tiari Province, Iran. At the 2016 census, its popula- El mercado de Barceló se muestra en B/N, dejando Slava and Goni from Afula, one African and the
tion was 2,360, in 308 families la escena reflejada en color para destacar que los other from Russia, and despite their cultural di-
Sar Agha Seyyed architecture is unique. The build- mercados son un exponente de la sociedad donde versity, they know how to cooperate and become
ings have been built into the mountain and are in- se encuentran. leaders for the youth at risk.
terconnected. Courtyards and roofs both serve as
126 136
pedestrian areas similar to streets. Sar Agha Seyyed
does not allow any motor vehicles to enter, due Durante 4 anos andei pelas ruas das cidades Porto, O desejo de transformar o agora.
to its unique layout. It is the only city in Iran with em Portugal e de São Paulo, no Brasil, guiado pela
137
such a prohibition. However, the small streets and luz, fotografando como se os dois espaços, sepa-
rados pelo Oceano Atlântico, a 7.000 km de dis- The demonstration of the Ethiopian community
many stairs simply wouldn’t make it possible for
tância, fossem um único território urbano. Como due to discrimination and denial of cultural rights
vehicles to enter.
resultado surge uma nova cidade imaginária. in front of the municipality building.
110
127 138
At night, the homes are lit one by one and the
This is a local fish market in mymensingh city, Quando a alma cala e o corpo grita.
warmth of the fires provide the opportunity for the
families to sit closely, chat and eat together, rest Bangladesh. The population is growing too much
139
and have a fruitful day ahead. and quickly. Bangladesh is a country of 150millions
people. Mymensingh is one of the congested city É com o meu caminhar que conto a minha história.
111 of Bangladesh. 20years back the city have a little 140
Manjilan is a mountainous village in the west of amount of buildings . Now it is urbanizing rapidly.
Estas manos tienen 83 años, y han trabajado el
the city of Baneh. This village is hidden among the The country side are planned for making the city
campo desde que era una niña.
mountains. bigger. The picture of a local fish market can show
the crowd of the city. All kind of people of Bangla- 141
112 desh eat fish. Fish and rice is the national food of Manuela es incansable, desde las primeras horas
Mother and son are collecting autumn produce. Bangladesh. Bangladesh have many canals, rivers, hasta que se pone el sol, no deja ni un minuto de
pond. In this case, fish is handy in Bangladesh. trabajar.
113
No Ksar de Ait Ben Haddou ainda vivem alguns 128-130 142
habitantes que se dedicam essencialmente ao co- Lena - a student girl, who studies at the institute, Keep going. don’t stop.
mércio de artesanato. Este local, que é Património studies an agricultural enterprise, lives in a state
Mundial da UNESCO, serviu de cenário a filmes of deprivation. He is fond of collecting medicinal 143
bastante conhecidos. herbs and mixing them for tea. Whatever happens to you do not hesitate to your-
Lena is a very unordinary personality, not so long self and resist for yourself
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ago - she just shaved her head. Her hair grew a It happened to me a year I was very frustrated and
Aún se siente, en tierra firme, la ondulación del mar. little, and she looked like one of the plants she I was hoping someone would come asking me
collects. about my current. No one has decided to surren-
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der at the moment of stupid moments. But I think
Perto de Erfoud, junto a um enorme sistema de 131-133
the world does not deserve all this. And I decided
poços do deserto, uma família nómada vive do co- Através do meu trabalho fotográfico dou a conhe- to fight for myself.
mércio directo com os turistas. cer os agricultores da região de Aveiro, a Gente
Marinhoa. Fotografo dentro de suas casas ou den- 144-146
116
tro dos currais, sempre com luz natural, num regis- As Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres são
The magic of light in the desert hills displays a to mais íntimo do mundo rural. Tento retratar o seu as maiores festas religiosas dos Açores. Anualmen-
beautiful and colorful dream. modo de vida, dignificando uma gente que subsis- te, milhares de açorianos e seus descendentes, reú-
117 te diariamente em condições econômicas difíceis. nem-se em Ponta Delgada para venerar a imagem
Vivem dos recursos que a terra lhes dá, do que se- do Senhor Santo Cristo dos Milagres.
Numa prisão antiga, as escadas ao fundo, fazem o
meiam e plantam, e da criação de gado, que tra- Detalhes da Fé é um trabalho fotográfico que re-
sonho da liberdade.
tam com muito carinho. gista com grande emoção cada pormenor de fé
118 Não existem fins de semana nem dias de descanso, destes devotos, que veem no Senhor Santo Cristo
Ao fundo no Ginjal, uma quinta abandonada de trabalham do nascer ao pôr do sol, numa luta diá- do Milagres a esperança de dias melhores.
cores mágicas. ria pela subsistência.
94
legendas
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