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lateral, que se desenvolve entre a estaca e o solo, e parte pela


FUNDAÇÕES PROFUNDAS resistência de ponta.
As estacas podem ser classificadas, em primeira instância, pelo
modo como transferem a carga ao solo:
estacas de ponta: são aquelas em que a parcela de atrito lateral é
desprezível e a carga aplicada pela estrutura é quase integralmente
suportada pela ponta;
estacas de atrito: são aquelas em que a resistência de ponta é
1. Introdução desprezível, sendo a carga aplicada suportada quase que
integralmente pelo atrito lateral;
Quando o solo superficial for de baixa capacidade de suporte pode estacas de ação mista: as parcelas de ponta e de atrito lateral
não ser econômico e/ou seguro projetar fundaçães rasas. Neste caso contribuem com magnitudes igualmente consideráveis para
surge, como alternativa imediata, o emprego de fundações absorver as cargas da superestrutura;
profundas - estacas e tubulões, sendo conveniente lembrar que a
estacas flutuantes: são estacas de atrito implantadas em solos de
solução em radier pode ser descartada, por razões de economia. A
baixa capacidade de suporte;
utilização de fundações profundas não está necessariamente
associada à obrigatoriedade de encontrar-se um estrato profundo de estacas de tração: são aquelas sujeitas, ao longo de sua vida útil, a
elevada resistência ao cisalhamento. ação de cargas de arrancamento. Em geral, trabalham apenas com a
parcela de atrito lateral; podem ter a base alargada, ocasião em que
A decisão de escolha entre estacas e tubulões está subordinada a
a resistência à tração cresce consideravelmente;
uma série de fatores de ordem técnica e econômica que incluem os
prazos dos cronogramas, as disponibilidades de equipamentos e de estacas de flexão: são estacas submetidas a cargas horizontais; em
mão-de-obra, a presença e altura do nível d'água no perfil e, casos extremos podem ter uma parte de seu comprimento não
essencialmente, as grandezas das cargas e as resistências ao enterrada.
cisalhamento dos solos presentes. Quando a carga do pilar é baixa, uma estaca isolada pode ser
Neste texto serão abordados os aspectos geotécnicos do suficiente para suportá-la com segurança; em outras ocasiões,
dimensionamento e a implantação desses tipos de fundações. quando as cargas são elevadas, ou o solo é de baixa capacidade de
suporte, poderá ser necessário utilizar um grupo de estacas para
2. Fundações em estacas promover a transferência dos esforços aplicados pela
superestrutura. Neste caso as estacas são cravadas próximas umas
As estacas são elementos esbeltos (L >> d) encarregados de das outras e solidarizadas no topo por um elemento de transição,
transmitir as cargas da superestrutura para as camadas resistentes situado entre a fundação e a superestrutura, denominado bloco de
profundas do perfil. Parte dessa carga é transmitida pelo atrito coroamento.
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Em seguida são estudados os vários tipos de estacas mais utilizadas durante a cravação, e a impregnação. Neste processo, submete-se a
no Brasil, realçando o processo de implantação, a aplicabilidade, as estaca a elevadas pressões e temperaturas de tal forma que os poros
vantagens e desvantagens de cada tipo ou classe. da madeira fiquem preenchidos com compostos químicos. Os
compostos mais utilizados são sais tóxicos de zinco, cobre,
2.1. Tipos de Estacas Quanto ao Material Utilizado e Forma de
mercúrio.
Implantação
Segundo alguns autores, essas estacas, quando não submersas e
2.1.1. Estacas de madeira
implantadas fora do ambiente marinho, podem durar cerca de 5
As estacas de madeira foram as primeiras a serem utilizadas; seu anos, em média, se não for feito nenhum tratamento; caso se faça, a
uso remonta ao período Neolítico. Neste período, as palafitas durabilidade pode atingir 40 anos ou mais.
constituíam um tipo freqüente de agrupamento de moradias -
Como já se disse, a madeira tem alta resistência aos esforços que
verdadeiras cidades - implantadas sobre tablados apoiados em
surgem durante as operações de manuseio, mas nem sempre resiste
estacas de madeira.
queles que aparecem durante a cravação. Quando a estaca atravessa
As palafitas eram construídas em zonas alagadiças - lagos, margens solos de alta resistência há sempre o risco de esmagamento da sua
de rios e oceanos - e possuíam acessos comuns que, se destruídos, ponta e cabeça; por isso é recomendado adotar- se um
constituíam defesa contra o ataque de inimigos ou de animais. encamisamento nas extremidades: uma ponteira perdida e um
As madeiras antigamente utilizadas no Brasil eram a aroeira, a capacete, ambos metálicos.
maçaranduba, a peroba rosa, a braúna, etc. Hoje, devido à carência A energia de cravação deve ser controlada para evitar o
de madeira de lei e, conseqüentemente, ao seu elevado custo, esmagamento da estaca; sendo W o peso do martelo, esta energia,
utiliza-se , com freqüencia, o eucalipto. Ec = Wm . h, deve ser aproximadamente 1,5 tf . m., onde h
Embora ofereça a vantagen de possuir uma elevada resistência às representa a altura de queda do martelo.
operações de manuseio, transporte e içamento, a estaca de madeira A faixa de comprimento usual dessas estacas situa-se entre 4 e 14
tem sua utilização recomendada para obras provisórias ou quando metros. A carga de trabalho, sob o ponto de vista estrutural, é:
se assegura que irão trabalhar permanentemente submersas, ao
longo de toda a sua vida útil. Pe = m Amédia ;

O apodrecimento da madeira é mais acentuado na região de sendo m  400 kN/m2


transição que fica submersa ou úmida nos períodos chuvosos e seca A área média é tomada na parte central (L/2), tendo em vista que
nos períodos de estiagem. Esta região está sujeita ao ataque de em geral elas são tronco-cônicas. A Tabela 1 fornece alguns
fungos. Quando utilizada em obras marinhas, a ação de valores da carga nominal.
microorganismos é muito intensa e em poucos anos ou, em certos
Refere-se que alguns autores recomendam que não se adote uma
casos, alguns meses, a estaca apodrece. Nem mesmo os tratamentos
carga de trabalho superior a 30 tf por estaca.
preventivos resolvem eficientemente o problema.
Tabela 1 - Valores de carga nominal para estacas de madeira.
Os tratamentos utilizados são basicamente a pintura, que pode ser
removida parcialmente durante o transporte e, principalmente, Diâmetro (cm) Pe (kN)
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20 120 Os tipos de estacas pré-moldadas são as de concreto armado e
protendido. A Figura 1 mostra detalhes de armaduras destas
25 190 estacas.
30 280 Quando as estacas atravessam solos de elevada resistência à
35 380 cravação, pode ser de interesse utilizar-se uma ponteira metálica ou
efetuar-se a cravação utilizando água sob pressão. A água pode ser
40 500
injetada por um orifício, projetado para este fim, colocado ou no
centro da estaca ou nas suas laterais. A ação desagregadora da água
2.1.2. Estacas de concreto provoca uma substancial redução na resistência à cravação.
As estacas de concreto podem ser classificadas em dois grandes
grupos de acordo com o processo executivo do fuste da estaca: pré-
moldadas e moldadas "in loco".
As primeiras são executadas no canteiro de obras, onde se tem
condições de total controle de todos os aspectos (materiais,
concretagem, cura, etc.), depois são transportadas ao local de
implantação e cravadas com o auxílio de bate-estacas; as últimas
são executadas no local de implantação em furo pré excavado. L
2.1.2.1. Estacas pré-moldadas de concreto
As estacas pré-moldadas de concreto são utilizadas com muita
freqüencia em obras de pequeno e médio portes e em condiçes
onde re requeira um concreto de melhor qualidade, em lugares Figura 1 – Estacas pré-moldadas em concreto armado
onde as estacas serão submetidas a cargas laterais, em muros de A NB-51 recomenda que as estacas pré-moldadas sejam
cais onde a estaca tem uma função estrutural, etc. Como concretadas em formas verticais ou horizontais ou por processo de
inconveniente imediato há a armadura, sempre necessária para centrifugação, e que a cura permita obter um produto final com
suportar, principalmente, os esforços de manuseio e cravação. A resistência compatível com os esforços provenientes das operações
Figura 1 representa uma estaca pré-moldada em concreto armado. de manuseio, transporte, cravação e utilização.
As seções mais usadas são: quadrada, hexagonal, octogonal As resistências à compressão admissíveis, médias usuais,
circular cilíndrica ou cônica. Para pequenos comprimentos, para o concreto armado, vibrado, centrifugado e protendido são,
utilizam-se as seções quadradas; para grandes comprimentos, as respectivamente: 60, 80 e 80 kgf/cm2
demais. Quando for necessário o emprego de grandes diâmetros é
Apenas como ordem de grandeza, fornece-se a Tabela 2,
preferível utilizarem-se tubos de concreto pré-moldados ocos que
onde são apresentadas as cargas nominais para os três tipos de
sofrem preenchimento após cravação; deste modo obtêm-se
estacas anteriormente referidos em função da área transversal.
elementos mais leves para serem manuseados.
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Tabela 2. Carga nominal "versus" área transversal. tixotrópica. Só se admite a perfuração não sustentada em
terrenos coesivos situados acima do NA, seja este natural
Dimensões Pretendido Vibrado Centrifugado
ou rebaixado;
(cm) (kN) (kN) (kN)
ii. quando o furo não tem sustentação, ou a tem e é do tipo
 15 x 15 150 -
perdido, e está isento de água, o concreto é simplesmente
 20 x 20 200 -
lançado do topo da perfuração;
 25 x 25 500 -
iii. na hipótese do furo ter sustentação dos tipos perdido ou
 30 x 30 700 -
recuperável e estiver cheio de água, utiliza-se a
 20 25 - 20
concretagem submersa com o emprego de tremonha;
 25 40 - 30
emprega-se o mesmo processo se a escavação for suportada
 30 55 -- 40
por lama;
 40 100 - 75 iv. no caso de perfuração suportada por revestimento
 50 155 - 120 recuperável, isenta de água, procede-se das seguintes
 60 225 - 170 formas:
O grande incoveniente apresentado pelas estacas pré- concretagem por etapa, lançando e compactando sucessivamente
moldadas de concreto, além da necessidade de armadura, é a pequenas quantidades de concreto à medida que se retira o tubo de
dificuldade de prefixar o comprimento, tornando indispensável o revestimento. Emprega-se um concreto com baixo fator água-
corte ou a emenda da estaca. Esta última operação de elevado custo cimento (0,40 a 0,45); o tubo é inteiramente preenchido com
demanda considerável tempo. concreto de consistência plástica e é, em seguida, retirado de uma
2.1.2.2. Estacas moldadas "in loco" só vez com auxílio de equipamento adequado.
As estacas moldadas "in loco" foram concebidas para superar os A norma recomenda prudência e precauções especiais quando a
incovenientes apresentados pelas estacas pré-moldadas que exigem estaca, moldada no local, sem revestimento, ou com tubo de
armaduras para manuseio e cravação, bem como prefixação de revestimento recuperado, atravessar solos saturados e moles
comprimento para minimizar as operaçães de corte e emenda. (dosagem e plasticidade do concreto, armadura especial etc.).
A idéia inicial era escavar um poço de pequeno diâmetro e enchê-lo Os principais tipos de estacas moldadas "in loco" são:
de concreto; os processos foram, aos poucos, sofisticando-se e A.Estacas Broca
surgiu inclusive o alargamento da base. Eles são, em geral,
patenteados, sendo inúmeros os processos existentes no mercado; A estaca broca ou simplesmente broca constitui o mais rudimentar
apresentam-se, neste texto, apenas os mais utilizados no Brasil. tipo de estaca moldada no local. Não existe sustentação das paredes
do furo, razão pela qual o seu uso restringe-se a terrenos coesivos
A NBR 6122, com referência à concretagem das estacas moldadas situados acima do NA.
no local, especifica que:
A perfuração é feita com um trado e pode atingir cerca de 8 metros.
i. as perfurações podem ter ou não paredes sustentadas por
O diâmetro mínimo é da ordem de 20 cm. Uma vez atingida a cota
revestimento, recuperável ou perdido, e por lama
de apoio da estaca, lança-se o concreto sem armadura até cerca de
5
50 cm da cota de arrastamento da estaca. Coloca-se, a partir daí, B. Estacas Strauss
uma armadura de solidarização com o bloco ou com a viga
A estaca Strauss situa-se no grupo das estacas moldadas "in loco"
baldrame, constituída de 3 ou 4 ferros de 0 de 1/8", com
escavadas e com revestimento lateral metálico recuperado. A
comprimento de 1,0 m.
seqüência construtiva pode ser vista na Figura 3.
A Figura 2 mostra o esquema de execução deste tipo de estaca.

Figura 2 - Estaca broca 1 Figura 3 – Seqüência construtiva de uma estaca Strauss


Nesta, como em todas as estacas moldadas no local, o concreto é de O furo é inicialmente aberto com um peso de aproximadamente
baixa qualidade, seja devido à absorção da água de amassamento 300 kg que cai em queda livre sobre o solo. Este peso é içado
pelo solo, seja devido à absorção da água livre do solo pelo mecanicamente por meio de cabos de aço, que deslizam sobre uma
concreto, à segregação dos materiais constituintes do concreto etc. roldana existente no topo do bate-estacas; a altura de queda do
Nas brocas, a tensão de compressão admissível do concreto é pilão é controlada pelo operador que trabalha junto ao sarilho,
tomada como 20 kgf/cm2. permitindo movimentos de liberação ou de recolhimento do cabo
de aço, conforme o pilão esteja caindo ou sendo içado, pela ordem.
Assim a carga da estaca, sob o ponto de vista estrutural, é:
Em seguida coloca-se o tubo de revestimento e prossegue-se com a
Pe = 20 Atrans (kgf) escavação, utilizando a sonda Strauss. Lança-se água no furo e os
A carga de trabalho sob o ponto de vista geotécnico é de difícil movimentos de percussão da sonda desagregam o solo que se torna
avaliação; é comum adotar-se, para diâmetros na faixa de 20 ou 30 na verdade, uma lama. A sonda possui um dispositivo em forma de
cm, uma carga de 1 a 2 tf/ml de estaca broca. válvula, que permite a entrada da lama ou do solo desagregado no
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seu interior e se fecha quando é içado, e uma janela lateral para rigoroso do volume de concreto lançado de cada vez; sendo alto,
limpeza. pode ocorrer que o concreto não seja apiloado de forma adequada
resultando, pois, uma superfície lateral bastante lisa; sendo
O processo de escavação continua até que se atinja a cota de apoio
pequeno, pode ocorrer um fluxo de solo para o interior da estaca.
da estaca; sendo necessário, lança-se mais água ao furo. Alcançada
a cota de apoio, o furo é limpo e inicia-se a concretagem. O Este tipo de estaca não tem sido recomendado para trabalhos
concreto é apiloado à medida que o tubo de revestimento vai sendo abaixo do NA, exatamente para evitar estes tipos de problemas que
retirado. A parte superior da estaca é armada com três ou quatro aparecem na execução e, também, devido falta absoluta de controle
ferros de diâmetro de 3/8", em geral. da qualidade do concreto.
As estacas Strauss são disponíveis nos seguintes diâmetros C. Estaca Franki
nominais:
A Figura 4 mostra a seqüência construtiva das estacas Franki.
Tabela 3. Características das estacas Strauss. O tubo de revestimento é colocado no local de da estaca e
 (cm) Pe (kN) e (cm) d (cm) L (m) preenchido com um tampão de concreto seco de cerca de 1,0 m de
25 20 75 20 20 altura. Este tampão é apiloado com um peso, função do diâmetro da
32 30 95 20 20 estaca (NBR 6122).
38 40 115 25 20 A escavação prossegue até que se atinja a cota do alargamento da
45 60 135 30 20 base. Durante a cravação, o tampão vai aos poucos sendo expulso
55 80 165 35 20 para fora do tubo; e, sendo necessário, lança-se mais concreto seco.
70 120 210 45 20
Nesta tabela: édiâmetro da estaca; Pe a carga nominal da
estaca, sob o ponto de vista estrutural; e o espaçamento entre Tabela 4 - Características do pilão
estacas; d a distância mínima à divisa; e L é o comprimento  (cm) Pe (kN) e (cm)
(teórico) da estaca.
30 10 18
Por causa do apiloamento do concreto, o diâmetro da estaca pronta 35 15 22
é superior àquele dado pela tabela anterior, o que nas condiçõs 40 20 25
normais constitui uma vantagem adicional em termos de 45 25 28
capacidade de carga. A tensão de compressão admissível do 50 28 31
concreto é admitida aproximadamente como 400 kN/m2. 60 30 38
Há que se tomar cuidado adicional ao executar-se este tipo de
estacas quando o solo atravessado for de consistência mole. Na
operação de concretagem pode haver o estrangulamento ou mesmo
o seccionamento do fuste se o tubo de revestimento foi içado
rapidamente. Um problema análogo aparece se não houver controle
7
Tabela 5. Características gerais de estacas Franki
 (cm) Pe (kN) e (cm) d (cm) L (m)
35 55 110 70 - 75 --
40 75 120 70 - 75 --
52 130 150 80 - 85 --
60 170 170 80 - 85 --
As preocupações que devem ser tomadas são as mesmas já
enunciadas para as estacas Strauss. O sistema Franki permite que se
corrija qualquer defeito de execução, expulsando-se através de
apiloamento todo o trabalho feito em qualquer etapa.
A execução das estacas Franki causa grandes vibrações devido à
alta energia utilizada na cravação, o que pode ser uma
desvantagem, principalmente quando existem construções sensíveis
`Figura 4 – Seqüência construtiva de uma estaca Franki nas vizinhanças.

A formação do alargamento da base, ou cebolão, é executada Como foi visto, este sistema pode ser enquadrado na categoria
fixando-se o tubo de revestimento à torre e apiloando-se o concreto daqueles que possuem revestimento lateral cravado e recuperado.
para expulsá-lo. No entanto, ele apresenta outras variantes, quais sejam:

A NB-51 esclarece que uma estaca só será considerada com base i. Franki mista: o fuste é pré-fixado e ancorado à base
alargada se os últimos 150 litros de concreto desta base forem alargada, executada pelo processo convencional; o espaço
introduzidos com uma energia mínima de 2,5 MN.m para estacas anelar existente entre o fuste e o solo é depois preenchido
de diâmetro inferior a 45 cm e 5,0 MN.m para diâmetros maiores com argamassa de cimento ou betume. São recomendadas
do que 45 cm. No caso de volume diferente, deve compatibilizar-se para obras onde a cabeça da estaca deve ficar acima do
a energia. nível do solo (obras portuárias e pontes) ou em situações de
águas agressivas (fuste pintado ou executado com cimentos
A armadura da estaca (composta de 6 ou 8 ferros de  de 1/2" metalúrgicos). Neste processo tem-se um controle do
estribados com armadura helicoidal) é ancorada no cebolão. concreto do fuste.
A concretagem do fuste é feita com o apiloamento do concreto
simultaneamente com a retirada do tubo de revestimento. A estaca ii. Franki com perfuração prévia: o fuste é escavado como no
pronta apresenta uma base alargada (cebolão), um diâmetro sistema Strauss. Atingindo-se a cota apropriada, faz-se o
nominal inferior ao diâmetro real da estaca e a superfície lateral alargamento da base e a concretagem pelo processo
rugosa. A Tabela 5 fornece alguns dados das estacas Franki. convencional.
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iii. Franki tubada: é a variante em que o tubo de revestimento é locais próximos a construçes antigas, sensíveis a virbaçes e ao
perdido. A resistência estrutural da estaca aumenta deslocamento do solo.
consideravelmente, pois considera-se a estaca como um A NB-51 recomenda o ensamisamento com concreto ou pintura das
pilar cintado. estacas de aço sempre que elas forem implantadas em aterros ou
Este tipo de estaca, com as suas variantes, pode ser utilizada em quando parte do fuste ficar desenterrada; esta preocupação destina-
qualquer condição (são necessários cuidados especiais em solos se a evitar a corroso.
moles), mas, devido à elevada carga nominal, deve ser empregado Elas possuem elevada resistência ao manuseio e cravação e
para obras de médio e grande portes. apresentam grande facilidade de corte e de emenda, que pode ser
D. Outros Tipos executada por meio de solda ou de parafuso. Estas estacas podem,
também, ser empregadas como elementos de suporte em
Existe uma série de tipos diferenten de estacas moldadas "in loco"; escavações, pois são resistentes a cargas laterais.
além dos descritos, poderiam ser citados: Simples, Duplex, Vibro,
West, Raymond etc. A Tabela 6 fornece carcaterísticas gerais das estacas metálicas.
2.1.2.3. Estacas metálicas Tabela 6 – Características gerais das estacas metálicas
As estacas metálicas são constituídas de perfis laminados ou Tipo de S (cm2) h (cm) b (cm) Peso Pe (kN)
soldados e trilhos, simples ou múltiplos. No Brasil, utilizam-se com perfil (kN/m)
mais freqüência os perfis H, II soldados, trilhos simples ou TR – 45 56,9 142,9 130,2 446,5 50
soldados em estrela. Os perfis mais utilizados são I de 10 ou 12".
Também são utilizados estacas tubulares ocas compostas de tubos TR – 50 64,2 152,4 136,5 503,5 60
de chapa dobrada com seções circulares, quadradas ou TR – 57 72,5 168,3 137,7 569,0 70
retangulares.
I – 10 75,9 254,0 129,0 593,3 70
A tensão admissível de compressão para o aço é admitida no
intervalo de 800 a 1.000 kgf/cm2. Apesar das seções transversais I – 12 100,4 305,0 142,0 818,5 90
serem reduzidas, estas estacas possuem cargas nominais elevadas e
enquadram-se na classe das pré-moldadas. 3. CAPACIDADE DE CARGA DE ESTACAS
A energia de cravação pode ser elevada, o que permite o uso destas
3.1. Consideraçes Gerais
estacas em perfis geotécnicos onde existam camadas resistentes
situadas acima da cota de apoio. Requer-se, na cravaçã, nega nula. A capacidade de carga de estaca isolada é o valor nominal de carga
O atrito lateral entre o solo e o aço é bastante reduzido, e por isso a que, se aplicada à estaca, causa a ruptura ou o escoamento do solo
resistência de ponta é quase sempre a parte mais significativa. e/ou recalques excessivos para os fins a que se destina a obra. Esse
mesmo conceito aplica-se a grupos de estacas.
Os perfis I, H e os trilhos, denominados perfis abertos, deslocam
pouco o solo durante a cravação e por isso so empregados em As teorias de capacidade de carga devem envolver todos esses
aspectos, ou seja, definição da carga de ruptura para estacas
9
i
isoladas e em grupos e a determinação dos recalques em ambas as
situaçes. Antes de iniciar os estudos de capacidade de carga é de Qi  P   j pL j
j 1
interesse discutir o comportamento das estacas e o modo como elas
recebem e transferem as cargas para os solos. Sendo Qi a carga aplicada ao elemento i; p a carga aplicada à
estaca; j a resistência específica de atrito lateral; p o perímetro da
Uma estaca isolada, Figura 5, quando carregada, mobiliza reações
estaca e Lj o comprimento de cada segmento.
do solo de duas espécies: de atrito ou de adesão ao longo de todo o
comprimento cravado; e, de ponta, esta similar à de uma placa A deformação elástica da estaca será o somatório das compressões
apoiada a certa profundidade. dos vários segmentos.
n
Qi Li
e  
A estaca, como peça estrutural, i 1 A E
apresenta uma deformação
Além disto, a estaca, quando implantada sobre estratos
elástica análoga à de um pilar
compressíveis, apresenta o recalque p referente à compresso das
carregado axialmente. Neste,
camadas de apoio.
como a carga pode ser assumida
constante ao longo de todo o Um outro aspecto a considerar é a forma de implantação das
comprimento (desconsidenrando- estacas no solo. Há, basicamente, duas formas: cravação e
se o peso próprio), a deformação escavação.
resulta ser: Na cravação, o solo ao redor da estaca tem o seu índice de vazios
PL reduzido e o diagrama de tensões horizontais caminha para o valor
e  extremo de empuxo passivo. Nos solos arenosos a redução dos
AE
vazios provoca um aumento da compacidade e do ângulo de atrito
Na expressão acima e é a entre solo e estaca. Nos solos argilosos, há um acréscimo das
deformação elástica; P a carga tensões neutras que, ao se dissiparem, podem causar o fenômeno
axial aplicada; L o comprimento; conhecido como atrito negativo. Nas argilas duras e areias muito
Figura 5 – Transferência de A a área transversal e E o módulo compactas ocorre, durante a cravação de grupos de estacas, o
carga em estaca isolada de elasticidade do material levantamento das estacas já cravadas. Na escavação, as tensões
constituinte do pilar. horizontais situam-se mais para o lado ativo.
Como a resistência lateral em areias é diretamente proporcional às
tensões horizontais que atuam no fuste, as estacas cravadas
Nas estacas, a carga é parcialmente transferida so solo pelo atrito
apresentam componente atritiva superior à de estacas escavadas.
ou adesão lateral; portanto, a carga aplicada à estaca decresce com
Em argilas a resistência lateral cresce com a coesão.
a profundidade. Dividindo-se a estaca em n segmentos, devido ao
atrito lateral, um elemento i estará sujeito a uma carga:
10
DE BEER (1972) cita que a cravação pode levar a resistência
lateral a valores de até três vezes maiores do que os observados em
estacas escavadas em areias e argilas, respectivamente.
A Figura 6 (REESE 1972) mostra as curvas Cargas x Recalque
para duas provas de carga.
Como se pode notar na Figura 6, a capacidade de carga da estaca 2
é aproximadamente cinco vezes maior que a da estaca 1; além
disto, os recalques necessários para a mobilização total das
capacidades de carga são também bastante diferentes.
Vê-se, também, na Figura 6, que a parcela de atrito lateral das duas
estacas é praticamente a mesma e que um recalque insignificante já
é capaz de mobilizar toda esta parcela. A resistência de ponta da
estaca alargada, como esperado, é bem maior e a sua mobilização
total requer recalques também maiores.
Na prova de carga 1, a estaca é cilíndrica, tem um comprimento de
8 m, aproximadamente, e um diâmetro de 75 cm. A estaca da prova
de carga 2 tem a mesma geometria, porém possui uma base
alargada, com diâmetro de 225 cm.
No processo de transferência de carga (Figura 7), observa-se que a
resistência de ponta exige recalques maiores para ser mobilizada
que a de atrito lateral. Esta Figura mostra uma evolução das
parcelas de Rp e Rl ao longo do comprimento da estaca, para
valores crescentes da carga normal aplicada.
Figura 6 – Curvas carga x recalque (Reese, 1972)
Uma prova de carga sobre uma estaca isolada, Figura 8, conduz a
uma curva Carga x Recalque onde podem ser identificados os
seguintes trechos (VARGAS, 1977).
11

Figura 8 – Prova de Carga sobre estaca isolada (Vargas, 1977)


A carga de ruptura Pr é dada pela soma das parcelas de Resistência
de ponta, Rp, e atrito ou adesão lateral, Rl, e é expressa por:
Figura 7 – Evolução de Rp e Rl em função Pr = Rp + Rl , ou mais genericamente como:
L
i. Trecho I: elástico-linear: região de quase linearidade entre
carga e recalque; Pr  R p    z pdz
0

ii. Trecho II: visco-elástico: regio de deformação visco- onde Rp é a resistência de ponta; z a resistência específica de atrito
elástica, onde os recalques so função da velocidade de lateral na cota z, e p o perímetro da estaca.
carregamento e onde aparecem os fenômenos de relaxação;
A relação =Rl/Rp é denominada de coeficiente de transferência de
iii. Trecho III: ruptura para níveis de tenso constante; as carga e explicita que a resistência de atrito lateral é uma fração da
deformaçes crescem, aí se define a capacidade de carga da resistência de ponta. Segundo este autor, existe uma tendência em
estaca Pr. adotar-se uma faixa de variação para que, em areias, varia de 0,1
a 0,3.
12
3.2. Capacidade de Carga de Estaca Isoladas iv. carga de ruptura é expressa por:
A NB-51 comenta que a carga admissível de estacas isoladas pode Pr  Al f s  Ap q p
ser calculada por:
onde: Al é a área lateral do fuste da estaca; fs a resistência
i. Fórmulas teóricas: Determina-se a capacidade de carga específica de atrito lateral; Ap a área transversal da ponta da estaca;
com base em teorias difundidas na literatura e reduz-se este e qp a resistência específica de ponta.
valor através de um coeficiente de segurança variável
segundo a teoria empregada;

ii. Provas de Carga: O ensaio de Prova de Carga é realizado


segundo as recomendações da NBR 484/96 - Prova de
Carga sobre Estacas;

iii. Correlações: Nesta categoria incluem-se as várias fórmulas


às quais aplicam-se os coeficientes de segurança
recomendados pela prática e as correlações diversas,
devidamente justificadas.
3.2.3. Determinação da capacidade de carga através de
fórmulas teóricas
O modelo mecânico representativo de uma estaca isolada
axialmente carregada conduz às seguintes considerações:
i. a carga Pr, aplicada no topo, empurra a estaca para baixo,
propiciando movimentos relativos entre ela e o solo,
(Figura 9); a este movimento opõe-se o atrito e a adesão
Figura 9 – Interação estaca-solo de fundação
existente entre os dois materiais;
Os termos fs e qp são determinados experimentalmente ou através
ii. deslocamentos superiores aos necessários para a de correlações que se baseiam nas carcaterísticas geotécnicas dos
mobilização da força de atrito despertam a resitência de solos envolvidos. Para determinar qp poderiam ser utilizadas as
ponta, cujo comportamento se mostra similar ao de uma teorias desenvolvidas para sapatas, selecionando fatores de
placa carregada localizada a grande profundidade; capacidade de carga para levar em conta a profundidade.

iii. quando ocorre o atrito negativo as forças atritivas têm A resistência específica de atrito lateral, expressa em termos
sentido descendente e somam-se a carga aplicada; médios, oferece dificuldades maiores em sua determinação
analítica em vista da necessidade de computar o coeficiente de
13
empuxo. Para estacas cravadas este coeficiente está numa faixa A resistência lateral Rl é obtida multiplicando-se a tenso horizontal
entre o repouso e o passivo; em estacas escavadas, entre o repouso que atua ao longo do fuste pelo coeficiente de atrito entre o solo e
e o ativo. estaca. A resistência lateral específica por unidade de área é:
3.2.3.1. Determinação da capacidade de carga em estacas f s   h tg  ; sendo  o ângulo de atrito entre solo e estaca.
isoladas em solos granulares
A tensão horizontal situa-se entre os extremos:
A – Método Convencional
1  sen 1  sen
As idéias clássicas de capacidade de carga de estacas em solos  z e  z
1  sen 1  sen
granulares, aquelas que podem ser denominadas métodos
convencionais, datam de meados do século passado. Em termos médios, tem-se:
Desconsiderem os fenômenos de expansão e compactação dos
 L 1  sen  L 1  sen
solos e o modelo esquemático poderá ser visualmente na Figura 10. h 
2 1  sen 2 1  sen
Ou seja, a tensão horizontal média situa-se entre os estados ativo e
passivo.
A resistência específica de atrito lateral é o produto de tensão
horizontal, h, que atua no fuste, pela tangente do ângulo de atrito
solo-estaca. A resistência lateral total é este valor multiplicado pela
área lateral da estaca, ou seja:
O limite inferior correspondente mais ao caso de estacas escavadas
e o limite superior ao de estacas cravadas.
 L 1  sen  L 1  sen
tg h  tg
2 1  sen 2 1  sen
A resistência de ponta é obtida considerando-se o equilíbrio de
tensões dos elementos A e B, conforme esquematizado na Figura 10:
 h 1  sen  1  sen
Em A,  : e, em B: h  ; desta forma:
 p 1  sen L 1  sen

Figura 10 – Modelo para cálculo de capacidade (1  sen ) 2 (1  sen ) 2


qp   L e; R p   L Ap
de carga de estacas (1  sen ) 2 (1  sen ) 2
e, ainda sob forma conservadora:
14
 L (1  sen ) (1  sen ) 2
Pr  tg Al   L Ap
2 (1  sen ) (1  sen ) 2
B. Método de Berezantzev
O método de Berezantev expressa a capacidade de carga de estacas
isoladas, como:
Pr  A p . q p  A l . f s

i) Resistência específica de ponta


Tem-se:
q p   D A k    LBk

Os fatores Ak e Bk, apresentados na Figura 11, em função do


ângulo de atrito interno do solo, baseiam-se em um modelo de
ruptura que supõe a existência de cunhas plastificadas, tal como os
modelos de fundações rasas, abaixo da cota de apoio da estaca.
O coeficiente  é um fator de redução das tensões verticais para
levar em conta o arqueamento do solo que surge devido ao
movimento relativo de prismas de solo situados sobre a região Figura 11 - Fatores Ak e Bk
plastificada e a porção remanescente do solo de embutimento. Os
valores de , dados em função de e da relação L/D, constam da Quando a relação L/D for aproximadamente 30 ou mais, a parcela
Tabela 7. envolvendo D torna-se extremamente pequena e pode ser ignorada.
Então:
Tabela 7. Coeficientes 
q p    L Bk
º (ângulo de atrito interno do solo)
L/D 26º 30º 34º 37º 40º 43º ii) Resistência específica de atrito lateral
5 0,75 0,77 0,81 0,83 0,85 0,88 f s    v K tg
10 0,62 0,67 0,73 0,76 0,79 0,82
15 0,55 0,61 0,68 0,73 0.77 0,80 Nesta expressão K é o coeficiente de empuxo (valores fornecidos
20 0,49 0,57 0,65 0,71 0,75 0,79 por Broms) e  é o ângulo de atrito entre o solo e estaca (valores
25 0,44 0,53 0,63 0,70 0,74 0,78 estabelecidos por Potyondy). A Figura 12 mostra a variação de fs
com a profundidade.
15
Material Superfície de Areia seca Areia saturada
acabamento
Aço Áspera lisa 0,76 0,54 0,80 0,64
Madeira paralela às 0,76 0,85
fibras 0,88 0,89
normal às
fibras
Concreto Lisa 0,76 0,80
Irregular 0,80 0,88
áspera 0,98 0,90

A expressão que fornece a carga de ruptura torna-se:


Pr  ( D Ak    LBk ) Ap  (   v K tg ) Al
Figura 12 – Variação de fs com a profundidade Os valores de tensão horizontal ao longo do fuste são tomados
como os médios de cada camada.
A Tabela 8 apresenta os valores de K recomendados por Broms e a C. Método de Meyerhof
Tabela 9, os valores de d de Potyondy. A carga de ruptura de uma estaca em solo granular homogêneo é
Tabela 8. Valores de K (Broms) calculada através da seguinte expressão:
Tipos de Estaca Areias Fofas Areias Compactas Pr q p A p  f s Al
Estacas cravadas i. Resistência de ponta
 aço (I ou H) 0,5 1,0
 concreto 1,0 2,0 A resistência de ponta cresce até uma profundidade crítica. Figura
 madeira 1,5 4,0 13, além da qual permanece constante, e:
Estacas escavadas q p   v  q  q l
 broca ou Strauss 0,5 1,0
Onde ql é o valor limite da resistência de ponta; Nq é um fator de
capacidade de carga, função de Db/B e , Figura 14; Db é a
profundidade de embutimento dentro da camada resistente.

Tabela 9. Valores de  (Potyondy)


16

ql qp

Dc/B
Db/B

Figura 13 – Variação de qp com a profundidade


A profundidade crítica pode ser obtida do gráfico da Figura 14 em
função do ângulo de atrito interno. Segundo Meyerhof, abaixo
desta profundidade não mais se aplicam as teorias convencionais de
capacidade de carga.
A Figura 15, relacionando ql com dados experimentais obtidos do
cone estático de penetração, sugere uma relação ql e  da seguinte Figura 14 – Fator de capacidade de carga e razões de
forma: profundidade crítica par aestacas cravadas
ql  0,5 N q tg (kgf/cm2)
17

Figura 16 – Relação entre a máxima resistência de estacas e a


profundidade do extrato de areia abaixo da camada de solo
pouco resistente
Os valores de qp pode ser também definido em termos da
resistência de ponta do cone estático de penetração, qc, ou SPT,
Figura 15 – Resistência de ponta máxima par estacas cravadas como:
em areia
q c Db
Quando o perfil é estratificado e compõe-se de duas camadas, com qp   ql
a inferior de maior capacidade de suporte, a resistência de ponta 10 B
acima da prtofundidade crítica, esta admitida igual a 10 . B, é: 0,4 N Db
qp   4N
ql  q0 10 B
q p  qc  Db  q l
10 B
Meyerhof sugere um valor limite superior de 3N para siltes no
ou, de forma conservadora: plásticos e que se adote um valor médio de SPT (N) numa faixa de
B abaixo da ponta da estaca e 4B acima, quando o solo apresentar
q l Db
qp   ql certa heterogeneidade. O valor de N a utilizar deve ser corrigido
10 B segundo as sugestes de TERZAGHI e PECK (1967), do que resulta
o valor N'.
Os parâmetros envolvidos nesta expressão são mostrados na Figura
16.
18
As Figuras 17 e 18 mostram uma correlação entre qp e N e a __
N
variação de qp quando a ponta da estaca, vazando uma camada fl  (tsf ) para estacas cravadas
resistente, apóia-se em camada de menor capacidade de suporte, 50
neste caso: __
N
ql  q0 fl  (tsf ) para estacas cravadas
qp  H  ql 100
10 B

Figura 18 – Variação de qp

A Figura 19 mostra uma relação entre fs e N.


Figura 17 – Relação empírica entre a resistência de ponta de
estacas e o SPT em areia
ii. Resistência lateral
A resistência de atrito lateral é dada por:
f s  K  v tg   f l
sendo v a tensão efetiva média ao longo do fuste da estaca.
O valor limite de fs pode ser tomado como:
19
 (1  sen )e 2 tg 
N c  1,3 cot g   1
1  sen sen( 2   ) 
Nc
Nq  1
cot g
O fator 1,3, que aparece na expressão de Nc, refere-se ao fato de
que a estaca considerada é circular.
3.2.3.2. Estaca em argilas
As estacas, quando implantadas em argila saturada, provocam um
acréscimo de presso neutra que se dissipa ao longo do tempo.
Assim, pode haver dois tipos de análise: uma a curto prazo, onde a
resistência do solo seria a parcela de coeso, e outra a longo prazo,
quando a argila apresenta também uma resistência de atrito.
A. Método de Tomlinson
i. Resistência de ponta
Figura 19 – Relação empírica entre o atrito lateral máximo e o A resistência de ponta seria obtida a partir da expressão geral de
SPT em areia Terzaghi:
VARGAS (1977), abordando a teoria de capacidade de carga em qp  c. Nc  q
estacas, cita que as correlações propostas por Meyerhof, e isto vale
de um modo geral, apresentam uma variabilidade probabilística Para grandes profundidades, como observou Skemptom (1951), o
muito grande e que devem ser utilizadas apenas nas regiões onde a valor de Nc tende a 9. A parcela q corrrespondente à tenso efetiva
experiência local tenha atestado o seu bom desempenho. ao nível da ponta da estaca.
Com relação às expressões teóricas, este autor lembra que a ii. Resistência lateral
resistência de ponta poderia ser calculada como:
A resistência lateral específica é dada por:
Onde B representa o diâmetro da estaca. O valor de N é muito
fs   cu
pequeno e pode ser desprezado.
A expressão anterior reduz-se a: Onde , obtido na Figura 20, denominado fator de adesão, é
expressão como a relação entre a adesão solo-estaca e a coesão do
qp  c Nc  q . Nq solo: e cu é a resistência não drenada da argila ( = 0).
20
f s  c'  K s v tg  cu

Os fatores c' e 0' expressam a resistência efetiva do solo. Como c' é


em geral muito pequeno se comparado aos outros termos, tem-se:
f s   v e,   K s tg '
No caso de argila de consistência média normalmente adensada,
adota-se:
k s  K 0  1  sen
A Figura 21 mostra uma correlação entre  e D.
Para argilas rijas, pré-adensadas:
k s  1,5 K 0 para estacas cravadas
k s  0,75 K 0 para estacas escavadas
Figura 20 – Valores de 
A curto prazo:
f s   cu

A carga de trabalho é dada como:


Pr  q p . A p  f s . A l

B. Método de Meyerhof
i. Resistência de ponta
A parcela de ponta é expressa como:
q p  c N c   v N q  ql

O valor limite para a resistência de ponta é normalmente tomado


como 9c.
ii. Ressitência de atrito lateral
A resistência específica a longo prazo será:
21
A NB-20 é a norma brasileira que estabelece o procedimento para a
execução de provas de carga em estacas verticais carregadas
axialmente.
A norma recomenda que as estacas pré-moldadas sejam ensaiadas
24 horas depois da cravação se o solo de embutimento for arenoso,
e 5 dias se for argiloso. As estacas moldadas no local requerem um
tempo de cura do concreto e só podem ser ensaiadas 15 dias após a
moldagem, a menos que se utilize concreto especial.
A forma de montagem do ensaio, similar ao executado em placa,
pode ser vista na Figura 22. A reação, frequentemente estabelecida
por estacas de tração ou caixão de reação, deve permitir a aplicação
de uma carga superior à prevista como carga de ruptura da estaca.
Os recalques devem ser lidos por dois extensômetros, com
sensibilidade de 0,01 mm, colocados em posições diametralmente
opostas. Para que não haja perturbações nas leituras, as hastes de
suporte destes extensômetros devem ser fixas em pontos situados
fora da zona de interferência do ensaio, normalmente a uma
distância d  5 , e nunca inferior a 1,5 m.
As cargas são aplicadas em estágios de no máximo 20 % da carga
provável de ruptura, e em cada um deles, os recalques so lidos nos
tempos 1, 2, 4, 8, 15, 30 minutos, 1, 2 ... horas. Só se permite a
aplicação de um novo estágio de carregamento quando as leituras
de recalques se estabilizarem ou satisfazerem à seguinte condição:
 n   n 1  0,05( n   0 )

Na expressão acima l0 é a leitura inicial de referência, ln é a


enésima leitura e (ln - ln-1) refere-se à diferença entre duas leituras
Figura 21 – Relação entre  e D consecutivas.
Caso a reação não seja suficiente para levar à ruptura, o ùltimo
estágio de carregamento deverá ser mantido durante 24 horas.

3.2.4. Determinação da carga de trabalho de estacas através de


provas de carga.
22
C a rg a (k N )

c a r r e g a m e n to

Recalque (mm)
d e s c a r r e g a m e n to

Figura 23 - Resultado típico de uma prova de carga

O relatório, produto do ensaio prova de carga, deverá conter:


situacão de estaca no terreno;
dados de cravação;
dados físicos da implantação da estaca;
dia e hora do início e fim do ensaio;
ocorrências durante o ensaio.
A carga de trabalho será definida como:
Figura 22 – Prova de carga em estacas
Pr
P ; e FS  2 ou
FS
A descarga deverá ser feita em pelo menos quatro estadios.
P 15mm
A Figura 23 mostra o resultado típico de uma prova de carga. P ; e FS  1,5
FS
23
Se a estaca apresentar um comprimento superior a 15 m e se
deduzir a deformação elástica do fuste, a carga de trabalho será
aquela que provocar um recalque de 10 mm, reduzida por um fator
de segurança.
3.2.5. Determinação da carga de trabalho de estacas através de
correlações diversas
Nesta classe so abordadas as determinações de carga de trabalho de
estacas isoladas através de:
i - dados do cone estático;
ii - dados do SPT;
iii - fórmulas dinâmicas.
3.2.5.1. Determinação da carga de trabalho de estacas isoladas
a partir de dados de penetração do cone estático
O cone estático de penetração, na sua forma mais simples, é um
aparelho formado por uma ponta cônica de 10 cm2 de área na seção
transversal, que pode ser acionada por uma haste e uma camisa
externa deslizante cujo diâmetro externo coincide com o da base do
cone, Figura 24.
Figura 24 – Cone estático de penetração
As medidas de resistência de ponta e de atrito lateral so obtidas, em
geral, de 20 em 20 cm. Força-se o conjunto, ponta e camisa
deslizante, a penetrar no solo a uma velocidade constante e anota- Os dados de resistência "versus" profundidade são apresentados em
se a resistência oferecida a este movimento. Desta forma mede-se a gráficos semelhantes àquele da Figura 25.
resistência total à cravação. A seguir, crava-se estaticamente
apenas a base, anotando-se a resistência à penetração da ponta. A De forma conservadora, têm sido tomados os daods do cone, tanto
resistência de atrito lateral será a diferença entre a resistência total a resistência específica de ponta como a de atrito lateral, para
e a da ponta. dimensionar a carga de ruptura de estacas, entendendo-se que se
trata de um modelo reduzido. Em areiais, haverá uma compactação
mais acentuada do solo em torno da estaca e estas resistências
específicas devem ser algo maiores.
Tem-se:
Pr  q c A p  f s A l
24
MEYERHOF (1956), abordando a utilização dos dados do cone n

estático para dimensionar a carga de ruptura de estacas, sugere: Pr  R p  R l  A p q p   (p f s  i )


i 1

qp  qc , e, f s  0,01 q c Na falta de dados do cone estático, poder-se-ia estabelecer uma


correlação na forma:
Resistência
q 'p (cone)  K . N (kN/cm2)

Em areias, para profundidades pequenas, qp menor do que qp, mas


a grandes profundidades estes valores praticamente coincidem.
Portanto, de forma conservadora, pode-se admitir:
q 'p  q p

A resistência específica de atrito lateral pode ser tomada como uma


parcela de resistência específica de ponta:
fs  . q p
resistência do cone
onde o fator , dependente do tipo de solo, é dado em percentagem.
resistência do tubo
Assim, a carga de ruptura pode ser expressa por:
Pr  q p . A p  f s . A l
Prof.

Pr  K N A p   K N A l

Para adequar os valores da expressão anterior aos obtidos pelas


provas de carga, reduzem-se os termos da direita da igualdade
Figura 25 – Resistência versus profundidade para o cone estático pelos fatores Fl e F2 que são coeficientes de correção dos dados do
cone para que se apliquem a estacas. Assim:
K N KN
3.2.5.2. Determinação da carga de trabalho de estacas isoladas Pr  Ap  A
a partir de dados do ensaio de penetração dinâmica F1 F2
(SPT)
Os fatores F1 e F2 sãoo tabelados em função do tipo da estaca
Além das correlações apresentadas por MEYERHOF (1976) poder- quanto ao processo executivo.
se-ia citar o processo de Velloso e Aoki (1975). Segundo os
autores, a carga de trabalho tem a formulação:
25
A Tabela 9 fornece os valores de K e  em função dos tipos de Tabela 10 - Valores de F1 e F2
solos, e a Tabela 10 apresenta os valores de F1 e F2 em função dos
tipos de estacas. Tipo da estaca F1 F2

Para estacas Franki, sugere-se tomar a área da base como: Franki e Franki tubada 2,50 5,0
2/3 Aço 1,75 3,5
 3V 
Ap     ; onde V é o volume do cebolão.
 4  Concreto pré-moldada 1,75 3,5
Escavada 3,00 6,0

Tabela 9. Valores de K e segundo Velloso e Aoki (1975)


3.2.5.3. Determinação da carga de trabalho de estacas isoladas
Tipo de Solo K (kN/m2)  (%)
a partir de fórmulas dinâmicas.
Areia 1000 1,4 As fórmulas dinâmicas têm sido largamente adotadas na
Areia siltosa 800 2,0 determinação da carga de ruptura de estacas. O fundamento
utilizado apoia-se na evidência de que o esforço necessário para
Areia silto-arenosa 700 2,4
cravar a estaca depende da resistência do solo à cravação. Todas
Areia argilosa 600 3,0 estas fórmulas baseiam-se na hipótese de que a capacidade de carga
estática da estaca é igual à sua resistência à cravação.
Areia argilo-siltosa 500 2,8
A maioria destas fórmulas alicerça-se na teoria dos choques e na
Silte 400 3,0
hipótese de conservação de energia no processo de cravação.
Silte arenoso 550 2,2 Outras supõem que a parcela de energia dissipada possa ser
Silte areno-argiloso 450 2,8 medida.

Silte argiloso 230 3,4 Como exemplo destas expressões, mostra-se, a seguir, a fórmula de
Brix que se embasa nas seguintes hipóteses simplificadoras:
Silte argilo-arenoso 250 3,0
após o choque, o martelo separa-se da estaca no fornecendo
Argila 200 6,0 contribuição adicional além da energia transferida pelo golpe;
Argila arenosa 350 2,4 despreza-se o comportamento elástico que o martelo e a estaca
Argila areno-siltosa 300 2,8 possam apresentar
Com base nestas hipóteses, e ainda considerando a constância da
Argila siltosa 220 4,0
energia no processo de cravação, tem-se:
Argila silto-arenosa 330 3,0
- o trabalho resistente (T):
26
TRs E como há conservação de energia no processo, tem-se:
- a energia fornecida no processo (E) será: Q v2
Rs
1 2 Q v2 g 2

E mv E 2
2 g 2 Q 1 P 
Rs  2 gh  ; ou
onde: g 2 PQ 
Q = peso da estaca; P 2Q h R
R ; e P
v = velocidade de cravação da estaca após o choque; ( P  Q) 2 s FS
s = nega (mm/golpe). onde, nesta expressão, FS = 5,0
Segundo a teoria dos choques, a velocidade de cravação da estaca Uma série de fórmulas similares a esta foram propostas ao
será: longo dos tempos. Como ilustração, tem-se a recomendação do
Q P Engineering News:
v1  2 gh
m1v1  m2 v 2 g g i. Fórmula Geral:
v 
m1  m2 Q P
 Ph
g g R ; e FS  6,0
S C
sendo: C = 2,5 para martelos de queda livre;
v1 = velocidade de cravação da estaca antes do choque; C = 0,25 para martelos a vapor.
v2 = velocidade de queda do martelo na eminênciado choque; ii. Fórmulas de Hiley
m1 = massa da estaca; A fórmula de Hiley apresenta-se na forma:
m2 = massa do martelo;
Ph P 2 Q
R ; e FS  2,0
P= peso do martelo; s  0,5(C1  C 2  C 3 ) P  Q
h= altura de queda do martelo;
onde:
g= aceleração da gravidade.
 - coeficiente do golpe (em geral tomado como 0,75
A velocidade de cravação da estaca imediatamente antes do choque para martelo em queda livre e 1,0 para martelo a diesel e a
é nula, e portanto: vapor);
Q
v 2 gh
PQ
27
s - nega (mm/golpe), valor médio para os últimos 5 golpes do
1. Define-se r1
martelo-gravidade e dos últimos 20 golpes dos martelos a diesel e a

h
2. Traça-se r0 // r1
vapor; 3. Distância horizontal entre
r1 e r0 é 1/2(C1+C2 +C3)
r1
Cl - perda devido à elasticidade da cabeça daestaca, em mm;
C2 - perda devido à elasticidade de estaca, em mm; h3

C3 - perda devido à compressibilidade temporária do solo, em mm. h2


Os valores de (C1 + C2 + C3) podem ser obtidos no canteiro r0
durante a cravação da primeira estaca, definindo-se a nega para h1
diversas alturas de queda do martelo, Figura 26.
iii. Holandesa
Ph P
R
s PQ
FS = 10, para martelo de gravidade; e 6, para martelo a vapor.
WHITAKER (1976) sugere que:
se utilizem as fórmulas dinâmicas apenas em solos arenosos e nega (golpe/mm)
pedregulhosos; s1 s2 s3

não há nenhum mérito em utilizar fórmulas mais complexas; elas Figura 26 – Nega "versus" altura de queda do martelo
são todas de um modo geral imprecisas;
seria de todo recomendável proceder-se a uma prova de carga para
definir os coeficientes de segurança (em geral elevados), que
dependem da consistência e compacidade dos solos, do tipo e
geometria das estacas, dos equipamentos de cravação utilizados e
do operador. 3.2.6. Estacas moldadas "in loco"

Com relação aos coeficientes de segurança, observações de As estacas escavadas são analisadas, quanto à capacidade de carga,
provas de carga têm revelado que a carga de ruptura dada por estas com as mesmas equações apresentadas. A diferença básica reside
fórmulas situa-se de 0,5 a 2,0 vezes o valor encontrado pelas na seleção de valores de (fator de adesão de argilas) ou de K
provas de carga. Assim, o fator de segurança real pode ser um valor (coeficiente de empuxo).
pequeno, bem como pode ser relativamente elevado. Para , sugere-se que seu valor não exceda 0,45, a menos que
resultados de ensaios de prova de carga o forneçam maior.
28
O valor de K não deve ultrapassar o de K0; quando da abertura do estacas em solos expansivos e em fundações de torres de
furo haverá uma tendência de alívio das tensões horizontais, mas transmissão.
acredita-se que o fato do concreto apresentar massa específica Para estacas cônicas em areia, encontraram-se, em testes de tração,
maior que o solo implica no aparecimento de esforços que tendem valores de K 1,75 e valores menores para outros tipos; para estacas
a estabelecer o estado de tensão em torno de K0. escavadas de concreto, em solos coesivos, encontraram-se valores
Devido à rugosidade da superfície da estaca, o valor do ângulo de de K variando de 0,3 a 0,6, com a maioria em torno de 0,45; e para
atrito solo-estaca aproximar-se-á sensivelmente de 0. Para efeitos solos granulares, em poucas estacas, K de 0,8 a 1,0.
práticos toma-se = 0. A no ser em estacas implantadas em argilas moles, onde a
MEYERHOF (1976) sugere: resistência à tração se aproxima da resistência à compressão, a
- para estacas escavadas em argila capacidade de carga das estacas à tração deverá ser determinada
por meio de testes de tração.
fs = h . tg 
3.2.7. Atrito negativo
- para estacas escavadas em areia
Quando as estacas atravessam camadas compressíveis, pode
ocorrer o adensamento do solo de embutimento. Neste caso, os
N movimentos relativos entre solo e estaca desenvolvem-se de tal
fs  (tsf ) ; f s  1.05 N (kPa) forma que os esforços atritivos têm sentido descendente, e, como
100
têm sentido oposto aos que normalmente aparecem na
3.2.5. Estacas de tração determinação da carga de ruptura das estacas, recebem a
As estacas de tração são usadas em: designação de atrito negativo.
O atrito negativo provoca um acréscimo de carga axial atuante
v. edifícios, para suportar cargas verticais ascendentes,
sobre a estaca e, por conseguinte, recalques adicionais. Em
resultantes da presso hidrostática, cargas de vento, etc.;
condições normais, o bloco de coroamento apóia-se diretamente
vi. fundações em solos expansivos; sobre o solo e sobre a cabeça das estacas; com o adensamento das
camadas subjacentes ele ficará apoiado apenas sobre as estacas e,
vii. fundações de torres de transmissão etc. portanto, sob efeito do peso próprio, podero surgir tensões de
tração no seu corpo.
A carga de ruptura da estaca à tração será (BOWLES, 1977):
O esquema da Figura 27 auxilia a compreeensão do fenômeno
Prt  Plt  R p  Peso da estaca "atrito negativo".
A resistência lateral é calculada de forma análoga àquela vista
anteriormente, e as dificuldades residem na determinação de  e K.
A resistência de ponta só deve ser considerada para as estacas
que possuem base alargada. É prática comum alargar a base das
29
positivo, pois a estaca apresenta movimento descendente em
relação ao solo.
De uma forma geral, a relação entre PC/AP é muito pequena e é um
critério conservador admitir que o atrito negativo desenvolve-se ao
longo de AC.
Vários autores têm proposto expresses para a determinação do
atrito negativo; aqui sero apresentadas apenas as seguintes
expresses:
i. KÉZDI (1975)
___
fn  p cu  AC
onde fn é o atrito negativo; p é perímetro da estaca; e cu é a coesão
não drenada.
p – recalque da ponta ii.. ZEEVAERT (1972)
a – recalque de adensamento WK
l

fs – resistência específica de atrito


fn 
WK d
 v dz
1 0

Fan - resistência de atrito negativo 3 2


Figura 27 – Atrito negativo onde W -é o perímetro efetivo ( 2  ro ), ro é o raio efetivo (1,05
d/2) e ???? a- área efetiva de contribuição ( (12 ro)2 ).
tg
Na Figura 27, em a tem-se uma situação em que ocorre o K
fenômeno, ou seja, uma estaca que atravessa solos compressíveis. N
Em b apresenta-se a evolução dos recalques da estaca ao longo de
 - ângulo de atrito solo-estaca;
seu comprimento, devido aos esforçãos de atrito negativo. A partir
da superfície, os recalques decrescem com a profundidade até 1  sen 2
N 
atingir um ponto P, denominado ponto neutro, onde estes recalques 1  sen 2
so nulos. Abaixo de P, desenvolve-se atrito positivo. Em c,
esquematiza-se a força de atriuto que se desenvolve na estaca; ao v - tensão efetiva vertical.
longo do segmento AP o movimento da estaca em relação ao solo é 3.2.8. Grupo de estacas
ascendente, portanto o atrito é descendente e, logo, o atrito é
30
Na maioria das obras, exceto nas de pequeno porte, as estacas areias, o efeito é inverso, e para os espaçamentos rotineiros a
trabalham em grupos. Neste caso, sempre aparecem efeitos de eficiência é sempre maior do que 100%
superposiçao dos bulbos de tensão das estacas isoladas, com De uma forma conservadora, pode-se utilizar em areias uma
reflexo nas suas resistências de ponta e de atrito lateral. Para eficiência de 100% e, em argilas, determiná-la pela expressão
reduzir este efeito empregam-se espaçamentos maiores entre as anterior.
estacas. O espaçamento mínimo ocorre entre nós é cerca de 2,5 
para estacas cravadas e 3  para estacas escavadas, sendo  o
diâmetro da estaca ou o comprimento da sua diagonal se sua forma
for quadrada ou outra qualquer.
A adoção de grandes espaçamentos, se por um lado favorece a
eficiência do grupo, por outro conduz a blocos de maiores
dimensões, mais caros e pesados.
Por eficiência do grupo entende-se a relação entre a carga de
ruptura do grupo e o somatório das cargas de ruptura das estacas
isoladas que compõem o grupo, ou seja:
Prg
E n
.100%
P
i 1
r

Em argilas a eficiência do grupo pode ser medida pela expressão de


Converse-Labarre: Figura 28 – Eficiência de grupos de estacas

(n  1) m  (m  1) n Assim, a forma de determinação da carga de ruptura do grupo de


E  1
90 m n estacas pode ser a mesma das estacas isoladas, bastando calcular a
sua eficiência. Uma outra forma alternativa é considerar o bloco
onde: m=número de linhas de estacas; n=número de estacas numa como se fosse uma estaca de grande diâmetro (igual ao diâmetro do
linha; =arctg s/d, em graus; d=diâmetro das estacas; bloco) e proceder à determinação da carga de ruptura por um dos
s=espaçamento entre as estacas (de centro a centro); E=eficiência procõessos já abordados.
(%).
3.2.9. Recalque de estaca
A Figura 28 (VARGAS, 1977) mostra a eficiência de grupos de
estacas quando implantadas em argila mole e em areia fofa. Como O recalque da ponta de estacas pode ser computado admitindo que
pode ser observado, a eficiência em argilas é sempre menor do que a ponta comporta-se como uma placa rígida apooiada a grande
100% a não ser que se utilizem blocos de grandes dimensões. Em profundidade.
31
Quando a ponta se apóia em solo argiloso saturado, calcula- se o A definição do número de estacas (n) a utilizar em cada bloco será
recalque de acordo com a teoria do adensamento de Terzaghi. dada por:
Estando a ponta colocada sobre o solo arenoso, o recalque poderá 1,10 P
ser calculado a partir da teoria da elasticidade n
P
A maneira mais adequada de determinação dos recalques de estacas
onde P é a carga transmitida pelo pilar e P a carga de trabalho de
isoladas ainda é a prova de carga, embora tenha havido um
uma estaca. O valor n corresponde ao número mínimo de estacas
substancial esforção no sentido de se definirem, analiticamente, os
por bloco, e sugere-se que este valor, sempre que possível, situe-se
recalques a partir de dados geotécnicos.
no intervalo.
Com relação ao recalque de grupos de estacas, vale a pena
3 n 6
mencionar a sugesto de MEYERHOF (1976):
Segundo CASTRO (1977), o ideal seria perseguir uma relação l/d
2p B
 I onde: da ordem de 25 ou menor, o que levaria a uma definição de escolha
N do diâmetro das estacas em função do comprimento cravado.
- recalque da ponta de um grupo de estacas, em polegadas; O espaçamento mínimo entre stacas, dependente da eficiência do
B - largura do grupo de estacas, em pés; grupo, é estabelecido como 2,5 d, para estacas cravadas, e 3 d, para
estacas escoradas. A distância mínima do centro da estaca à lateral
p - tensão aplicada pelo grupo, ou seja, a carga aplicada dividida do bloco deve situar-se em torno de d/2 + 15 cm.
pela área do grupo considerado como um todo, em tonelada por pé
quadrado; Quando há pilar no alinhamento do passeio público, permite- se um
avanção de 1 m. Em pilares de divisa, a excentricidade é definida
I - fator de influência do grupo, função do embutimento efetivo D'; pelo espaçamento mínimo requerido para implantação da estaca,
D' Figura 29.
I 1  0,5
8B
D' - embutimento efetivo igual a 0,67D para estacas de atrito e D
para estacas de ponta;sendo D o embutimento real;
N - resistência média à penetração obtida nas sondagens à
percussão.
pB
 I (fórmula dimensional)
2 qc
3.2.10. Projeto de estaqueamento
32

Figura 29 – Pilar de divisa


Quando a viga alavanca tem sua extremidade aposta sob um pilar Figura 30 – Soluções típicas
central, pode-se considerar um alívio de carga de valor equivalente
O desvio de inclinação máximo permitido sem necõessidade de
a 0,5. (R - P).
medidas corretivas ou de verificação à estabilidade é de 1:100,
Nas situações de grande proximidade de pilares, pode-se agrupá- segundo a NB-51.
los sobre blocos comuns, no se esquecendo de fazer coincidir os
A norma permite uma excentricidade de 10 % do diâmetro em
centros de gravidade das cargas e do bloco.
estacas isoladas, no travadas, em duas direções aproximadamente
Quando surgem quebras ou danos irreparáveis na cravação, com ortogonais. No se dispensa, na análise da flambagem, dependendo
perda da estaca, modificam-se as posições das estacas a serem das condições de engastamento da estaca. Em estacas isoladas,
cravadas ; de tal forma que o centro de gravidade do bloco continue travadas, devem ser dimensionadas as vigas de travamento para
na mesma posição. A Figura 30 sugere algumas soluções para tais excentricidades superiores acima especificadas e a flambagem deve
casos. ser analisada apenas para o pilar.
As estacas alinhadas podem ter dois tipos de excentricidade. A
primeira, na direção do plano das estacas. Esta, se se verificar,
acarretará uma redução ou majoração da carga da estaca. A NB-51
admite uma majoração de apenas 15% do valor da carga de projeto.
33
Qualquer valor adicional deve ser corrigido. O segundo tipo de Neste processo, válido para até três inclinações, admite-se
excentricidade ocorre no plano perpendicular ao plano das estacas. que:
Para este caso, a NB-51 faz a mesma recomendação proposta para
estacas isoladas no travadas. viii. as estacas só suportam cargas axiais;

Quando as estacas esto desalinhadas, permite-se apenas que a mais ix. as estacas são agrupadas de acordo com suas inclinaçãoes;
solicitada suporte uma carga real 15% superior à carga de projeto.
x. as estacas em cada grupo so submetidas à mesma carga
Durante a cravação das estacas, principalmente em solos
axial.
resistentes, pode surgir um fenômeno denominado "levantamento".
Neste fenômeno as estacas já cravadas, devido ao deslocamento
lateral do solo e à vibração que ocorre na cravação de estacas
vizinhas, so forçadas em movimento ascensional. Uma forma de
reduzir o levantamento é espaçar mais as estacas no bloco ou,
ainda, estabelecer uma sequência de cravação que poderá ser do
centro para as extremidades, ou de uma extremidade a outra.
Se o fenômeno de levantamento é observado em estacas pré-
moldadas de concreto, de madeira ou de ação, a estaca será
simplesmente recravada. Se a estaca for moldada no local, armada
e com revestimento lateral recuperado, deve-se observar, na sua
execução, que, num raio de 6d, medido do eixo da estaca, todas as
demais tenham sido concretizadas há pelo menos 24 horas.
No se aceita a estaca moldada no local, no armada, caso se observe
o seu levantamento ou o do solo circundante; neste caso pode haver
a ruptura de peça estrutural. Figura 31 – Processo gráfico de Culmann
Quando o bloco estiver submetido a esforçãos horizontais, pode ser Para a resolução deste problema, desenham-se escalas, as
dde interesse a cravação de estacas inclinadas para absorvê-los. estacas e locam-se os seus eixos axiais. Em seguida, plota-se a
As inclinações usuais situam-se na faixa de 1H:12V a SH:12V. Até resultante R das cargas externas; a linha da base desta força corta o
a relação 3H:12V, as estacas so cravadas com equipamentos eixo axial das estacas verticais no ponto a. Define-se o ponto b de
convencionais; acima destes valores é necõessário que se cruzamento das retas bases dos eixos axiais dos grupos 2 e 3. Liga-
empreguem equipamentos especiais. se a e b. Decompoe-se a resultante R nas direções vertical e a-b. O
grupo 1, vertical, está sujeito à carga V (componente vertical de R)
A definição das inclinações das estacas pode ser, por exemplo, e os grupos 2 e 3, à B (componente de R segundo a direção a-b).
através dos seguintes procõessos: Decompõe-se B segundo as direções 2 e 3.
i. Processo gráfico de Culmann (Figura 31) ii. Procõesso analítico
34
Se o número de inclinações for superior a três, utiliza-se o Vi
R
procõesso analítico seguinte, ver Figura 32. cos  i
sendo i a inclinação de cada grupo de estaca com a vertical.
ex
V Define-se o somatório de todas as cargas horizontais.
H H
k
H   Ri sen i
R3 V1

j 1
R2 V2

onde: k = Número de grupos de estacas inclinadas;


R1 V3

x 1H : 12V _ i  5H:12V
H

Admite-se, por razões de economia, que cada estaca vertical possa


suportar 0,5 tf de esforção horizontal.
1
As estacas pré-moldadas de concreto são dimensionadas para
1 2 3 4 5
suportarem os esforços de cravação e manuseio. Esta última classe
de esforços exige uma predeterminação dos pontos de
Figura 32 – Processo analítico levantamento, que devem ser claramente assinalados na estaca.
As hipóteses deste método so as mesmas do processo gráfico Nas duas extremidades da estaca deve haver um reforço de
de Culmann. armadura transversal para levar em conta as tenses elevadas que
aparecem nestes pontos durante a cravação. Pela mesma razo deve
Decompoe-se R segundo as direções V e H. Ignoram-se as forças haver uma folga, entre a cabeça da estaca e a parte superior das
horizontais H. barras longitudinais, de 3 a 5 cm de espessura (NB-51).
Calculam-se as cargas verticais que atuam em cada estaca, de Para facilitar a fiscalização, a NB-51 exige que se proceda a uma
acordo com a seguinte expressão: prova de carga para cada 500 estacas nas obras consideradas
V V e xi normais e, no mínimo, uma prova para cada 200, ou fração, para as
Vi   xi
n  x i2 ditas obras especiais.

onde: exi - excentricidade na direção x; 4. TUBULÕES


n- número de estacas;
4.1. Considerações Gerais
xi - distância de cada estaca ao centro degravidade do bloco.
Tubulões são elementos robustos de fundação, encarregados
Cada estaca inclinada suporta uma carga axial Ri, cuja de transmitir as cargas da superestrutura às camadas resistentes
componente vertical vale Vi:
35
profundas. São compostos de três partes: cabeça, base a fuste
(Figura 33).

Figura 34 – Detalhe da armadura da cabeça de um tubulão


A carga aplicada é majorada de 40%; a resistência característica é
reduzida por dois coeficientes; 0,85 para levar em conta a aço
prolongada das cargas aplicadas (tendo em vista que fck é definida
para carregamento rápido) e 1,5 que é um fator de redução desta
resistência característica.
A base é, em geral, escavada manualmente. No será armada se as
tenses de tração forem
menores do que as admnissíveis; para isto a inclinação da base
deve obedecer à seguinte relação:
Figura 33 – Tubulão com base alargada tg h
 1
Comumente, a cabeça é executada em concreto armado e  t
pode ser vista com detalhes na Figura 34. O fuste será em concreto
armado, quando o tubulão for submetido à flexão-compressão e de onde:  h = taxa de trabalho do solo à profunidade H;
concreto ciclópico quando for submetido apenas à compressão. O
 t = tensão de tração do concreto ciclópico.
diâmetro do fuste de concreto ciclópico será:
A base é geralmente circular e sua área será:
4 (1,4 p )
f  ;e
0,85  ( fck 1,5) P 4P
Ab  ; e, então:  
h  h
f  60 cm, para permitir a livre movimentação dos poceiros e a
inspeção de técnicos qualificados. Pode, também, ser uma falsa elipse (Figura 35), principalmente em
tubulões de divisa:
36
P sem revestimento lateral;
Ab  ; e, então: A   r 2  2 r m
h com revestimento lateral de madeira;
Por razões econômicas sugere-se que o valor de m situe-se no com revestimneto lateral de aço.
seguyinte intervalo r  m  2r. ii. A ar comprimido
1.1.1. Tubulões a céu aberto
4.2.10.1. Sem revestimneto lateral
Desde que as paredes se mostrem estáveis, a escavação pode ser
procõessada sem revestimento lateral. Para isto, o solo necessita ser
argiloso.
r O ponto limitante será o NA; pode-se ir um pouco além deste, caso
o solo tenha baixa permeabilidade, sendo a água bombeada para
fora da escavação.
Na escavação do fuste podem ser empregados processos manuais
ou mecânicos e o alargamento da base processa-se manualmente
(Figura 36).
m

Figura 35 – Tubulão com base em falsa elipse

4.2. Tipos de Tubulões


Os tubulões so executados em concreto ciclópico ou armado e
quanto ao procõesso de implantação podem ser escavados manual
ou mecanicamente, usando, por vezes, lamas bentoníticas, água ou
ar comprimido para sustentação das paredes (NB-51).
Quanto à forma de execução podem ser agrupados em:
i. a céu aberto
37

Figura 37 - Tubulão a céu aberto com revestimento lateral de


madeira

4.2.10.3. Com revestimento metálico, tipo "Gow" Figura 38)

Figura 36 – Tubulão a céu aberto


4.2.10.2. Com revestimento lateral de madeira, tipo "Chicago"
(Figura 37)
A seqüência de operação obedece à ordem que se segue:
i. escavam-se aproximadamente dois metros sem auxílio do
revestimento;

ii. coloca-se, ento, o primeiro módulo do revestimento (anéis


constituídos de pranchas verticais de madeira fixas por
cintos metálicos) até que se atinja o limite superior do
alargamento;
Figura 38 – Tubulão a céu aberto com revestimento metálico
iii. a escavação do alargamento é feita com revestimento
escorado;
A execução obedece à sequencia:
iv. a concretagem processa-se com a retirada do revestimento crava-se o primeiro anel metálico na posição correta, escavando-se
que é quase sempre reaproveitado. o solo por dentro do tubo;
38
a escavação prossegue até o topo do alargamento, cravando-se iv. alcançada a cota do alargamento, a base é aberta com o
novos cilindros com diâmetros menores, respeitando-se 0/min = 80 fuste escorad
cm;
A NB-51 observa que devem ser obedecidos, rigorosamente, os
a escavação da base é feita com revestimento escorado tempos de compressão e descompressão prescritos pela legislação,
4.2.11. Tubulão a ar comprimido e que trabalhar sob pressões superiores a 15 N/cm2 só será
permitido caso se obedeça aos seguintes requisitos:
Quando for necessário apoiar o tubulão em cotas inferiores à do
NA e fazer alargamento da base, lança-se mão do recurso do ar i. permanência de equipe médica à disposição;
comprimido.
ii. câmara de recompresso equipada disponível na obra;
4.2.11.1. Tubulão pneumático (Figura 39)
iii. compressores e reservatórios de ar comprimido de reserva;

iv. renovação do ar garantida, tal que forneça condições


satisfatórias para o trabalho humano.
4.2.11.2. Tubulão benoto
O fuste é escavado mecanicamente por um processo análogo ao das
estacas Franki. O alargamento da base é manual com auxílio de ar
comprimido. O diâmetro varia de 70 cm a 150 cm. Caso o tubo de
ar comprimido seja perdido, o fuste será calculado como pilar
cintado, Figura 40.

Figura 39 – Tubulão pneumático


A execução obedece às seguintes etapas:
i. executam-se anéis de concreto armado de comprimento
adequado, definido pelo projeto com diâmetro de 80 cm,
que so posicionados no local da fundação;

ii. a escavação é manual por dentro do anel do revestimento;

iii. após a cravação de um anel, um novo módulo é fundido e,


vencido o tempo de cura, recomeça-se a escavação;
39
Onde o valor de K deve estar situado na faixa do coeficiente de
empuxo no repouso e ativo, e o valor de  tende ao do ângulo de
atrito do solo.
Em solos argilosos, esta resistência é dada por:
f s   cu

sendo  o fator de adesão e cu a resistência não drenada da argila (


= 0).
A resistência de ponta é expressa através dos seguintes
processos:
viii. Fórmula de Terzaghi

 r  1,3 c N c  0,3  N   b  q N q
Figura 40 – Tubulão benoto
ix. Fórmula de Skempton
4.3. Capacidade de Carga de Tubules
Para tubulão cuja base esteja apoiada em solo argiloso (S = c) pode
A capacidade de carga de um tubulão pode ser definida de forma adotar-se a expressão de Skempton:
análoga à de estacas escavadas e compõe-se de duas parcelas: as
resistências de ponta e as de atrito ou adesão lateral. Segundo a  r  c Nc  q
NB-51, há três formas de definição de capacidade de carga:
Em geral, como o tubulão apóia-se em camadas profundas, o valor
v. fórmulas teóricas; de Nc é 9.

vi. prova de carga; Nas expressões anteriores, Nc, N e Nq são os fatores de capacidade
de carga; b é o diâmetro da base do tubulão; c é a coesão do solo;
vii. correlações.  o peso específico e q a tensão efetiva na cota da base do
tubulão.
1.1.1. Método teórico
4.3.12. Prova de carga
A resistência lateral específica de tubules em solos arenosos pode
ser definida como: O esquema do ensaio de prova de carga é o mesmo utilizado para
estacas, tal como prescreve a NB-20.
f s  K v tg
A NB-51 simplesmente estabelece que o tubulão ensaiado deve ser,
preferencialmente, um daqueles utilizados na obra e que o valor de
FS seja, no mínimo, igual a 2.
40
4.3.13. Correlações negativo, se existir;  a é a taxa de trabalho do solo, definida como
Da mesma forma que em sapatas, a resistência de ponta pode ser arelação entre a capacidade de carga do tubulão e do fator de
definida como: segurança (em geral admitido de 2 a 3).
  20 N SPT  q (kPa) O fuste é em geral circular, mas pode ter forma qualquer. Sendo
circular, o seu diâmetro pode ser obtido pela expressão:
TOMLINSON (1976) cita que em muitas ocasiões deve-se
4 (1,4 P)
desprezar o atrito ou adesão (freqüentemente são considerados f 
apenas para suportar o peso próprio do elemento de fundação). f
 (0,85 ck )
Como exemplos dessas situações, têm-se: 1,5
x. i. tubules curtos, onde Df O/, sendo Df a profundidade Os coeficientes de redução de fck são definidos pela NBR 6118. A
relativa ao embutimento do fuste; altura da base é definida como:
b   f
xi. ii. terreno do embutimento susceptível de sofrer hbase  tg   20 cm
carreamento, como em pilares de ponte; 2
Pilares próximos ao alinhamento da calçada, quando apoiados
xii. iii. existência de espação circundante entre tubulão e
sobre tubulões, terão de obedecer às mesmas recomendações feitas
escavção preenchido com material mal compavctado;
para sapatas. Não há restrição quanto ao avanço do alargamento da
xiii. iv. idem, se o material for argila mole, ou se deixar este base no terreno público.
espação sem preenchimewnto. Pilares próximos á divisa terão base em falsa elipse e, como o
centro de gravidade do tubulão não coincide com o do pilar, o
Para tubulões apoiados em argila, recomenda-se que a tensão tubulão estará sujeito a um momento fletor, sendo necessário
de trabalho seja inferior à sua pressão de pré-adensamento. utilizar uma viga alavanca (Figura 41).
Em areias, sugere-se que  a  (2 a 3) o , onde  a é a taxa de
trabalho para o mesmo tubulão, supondo-o apoiado à superfície.
4.4. Projeto de Fundações por Tubulões
Para o caso de pilares centrais, as bases serão circulares com
diâmetros definidos pela seguinte expressão:
4P
b 
 a
Onde P é a carga aplicada ao tubulão, resultante da combinação da
carga vertical da superestrutura do peso próprio e do atrito
41
Se o valor de r admite for excessivo, a excentricidade também o
será, incorrendo em valores elevados de R e da área. Se o valor de
r for muito pequeno, m será muito grande e resultará em uma base
inconveniente. É preciso então chegar a um valor médio,
compatível.
O pilar central sofrerá um alívio de carga similar ao caso das
sapatas.
RP
P 
2

5. ESCOLHA DO TIPO DE FUNDACÃO


Figura 41 – Viga alavanca para tubulões
5.1. Considerações Gerais
O processo de dimensionamento de tubulões é similar ao de
sapatas, sendo que agora deve ser admitido um valor de r de tal A escolha do tipo de fundação é definida em função do terreno em
forma que a base apresente uma geometria adequada, em geral esta causa, das solicitações aplicadas, da disponibilidade de mão-de-
condição é satisfeita se r  m  2r. obra e equipamentos e da tradição local. Muitas vezes, a análise
pura e simples de tais condicionantes já é o suficiente para se
A excentricidade é definida como: descartarem algumas das hipóteses aventadas.
b
er f 5.2. Dados Necõessários
2
Os dados necõessários á escolha das fundações podem ser
Como roteiro de cálculo, recomenda-se: agrupadas em:
xiv. admite-se r; 5.2.14. Sondagens
O tipo de sondagem mais utilizado em fundações de edifícios é a
Pl
xv. calcula-se "e" , e em seguida, R  percussão, normalizada pelo NBR 6484/86, da ABNT.
le
O amostrador empregado é o tipo Terzaghi-Peck cujos diâmetros
R interno e externo são respectivamente 3/8" e 2".
xvi. Calcula-se A 
a As amostras coletadas são do tipo deformada e destinam-se a uma
análise visual e táctil do solo e à realização de ensaios de
xvii. calcula-se "m" a partir da expressão A  r 2  2rm caracterização, além de possibilitarem a definição das espessuras
das camadas.
42
O ensaio de penetração (SPT) que se executa a cada metro, iii. compresso triaxial, que fornece:
conjuntamente com a amostragem (número de golpes para
penetração dos últimos 30 cm do amostrador- padrão, quando se s  c  tg - a envoltória da resistência; sendo onde E e- são
aplica uma energia também padronizada, produzida por um peso de parâmetros elásticos
65 kgf, que cai em queda livre de uma altura de 75 cm), mede a
iv. adensamento, onde são determinados Pa = pressão de
resistência das camadas de solo atravessadas (compacidade e/ou
preadensamento; Cc = índice de compresso; Cv =
consistncia) e permite quantificar, através de correlações, a carga
coeficiente de adensamento.
de trabalho da fundação.
A sondagem à percussão permite, também, definir a posição do As sondagens rotativas são comumente empregadas para
NA, parâmetro de substancial importância para os trabalhos de obras de grande porte, ou implicando situações não usuais, ou o
fundação. solo mostrar-se com elevada resistência, impenetrável à percussão.
Os ensaios de caracterização, normalmente executados em 5.2.14.1. Ensaios de campo
laboratório, sobre as amostras coletadas neste tipo de sondagem, Dentre os vários, citam-se:
são de granulometria e de consitência. Estes ensaios permitem
classificar os solos e estabelecer uma expectativa de i. ensaio de cone de penetração estática: que fornece as
comportamento mecânico e hidráulico. resistências de ponta e de atrito lateral.
A NBR 6122/96 estabelece o número de furos a ser executados e a No Brasil, o ensaio do cone é ainda pouco divulgado e para que
profundidade a ser atingida. A Norma não faz nenhuma referência sejam utilizados os seus resultados é comum trabalhar-se com
ao posicionamento dos furos em planta. correlações estabelecidas entre a resistência específica de ponta e
Em obras de vulto, ou em situações especiais, pode ser de interesse os daodos do SPT, na forma:
a condução de um programa de prospecção mais detalhado que rp  100 K N (kPa)
envolva:
A Tabela 11 cita valores de K (Costa Nunes e Veloso).
i. a abertura de poços com a retirada de blocos indeformados
que permitam a talhagem de corpor de porva para a Tabela 11. Valores de K para vários solos.
execução de ensaios especiaias; Tipo de solo K (kPa)
Argilas, siltes argilosos e argilas siltosas 20,0

ii. a realização de sondagens especiais, onde sejam utilizados Argilas arenosas e siltes arenosos 35,0
amostradores de parede fina, tipo Shelby, com diâmetros Siltes arenosos 55,0
superiores a 4".
Areias argilosas 60,0
Sobre estas amostras indeformadas so executados os seguintes
Areias 100,0
ensaios:
43
v. Vane teste A carga nos pilares, nesta fase de estudos perliminares, pode
ser definida, adotando-se as seguintes categorias:
O Vane ou ensaio de palheta é utilizado para medir, em solos
moles, e coeso no drenada cu. - pilares leves 7 . n(tf) - área de influência de 2 x 3 m2;

vi. Prova de carga - pilares médios 15 . n(tf) - área de influência de 3 x 4 m2;


- pilares pesados 25 . n(tf) - área de influência de 4 x 5 m2.
As provas de carga, executadas nos vários tipos de fundações,
constituem uma forma realística de definir não só a capacidade de Nesta relação, n é o número de pavimentos.
suporte dos solos como os seus recalques. As referências são as Em residências, adota-se uma carga linear, uniformemente
mesmas da ABNT: NBR 6122 e NB-27. distribuída de 1 a 3 tf/ml.
vii. Pressiômetro Além disto, é de interesse ter-se em mãos uma planta
planialtimétrica da construção, para que seja possível fixar um
O ensaio pressiométrico permite determinar: único RN para toda a obra. É recomendável apoiar as fundações
E e - parâmetros elásticos; nas mesmas cotas.
K0 - coeficiente de empuxo no repouso. Interessa conhecer o tipo de obra com uma clara definição das
classes de acabamento utilizado, de sua susceptibilidade a
viii. Perda de água sob presso recalques totais e diferenciais, da sua vida útil etc.
O ensaio de perda de água sob pressão proporciona uma maneira O projeto arquitetônico possibilita estabelecer uma sequencia de
mais adequada de definir o coeficiente de permeabilidade dos operações que incluem as escavações, os escoramentos etc., e
solos. mesmo a ordem de execução das fundações.
5.2.15. Dados referentes à obra 5.2.16. Dados gerais sobre obras vizinhas
Os dados da obra necessários para a definição do tipo de fundação É interessante proceder a um levantamento dos tipos de fundações
são os constantes dos projetos arquitetônicos e estrutural. ao longo do tempo.
As cargas atuantes nas fundações são as definidas pelas normas da Um outro aspecto a considerar é a existência de obras subterrâneas
ABNT, incluindo-se o peso próprio da estrutura. A importância do (canalizações de água, esgoto e telefone) atravessando a área em
conhecimento do projeto estrutural decorre da necessidade de se questão.
definirem os pontos onde ocorre maior concentração de cargas.
5.3. Escolha do Tipo de Fundação
Em uma fase de anteprojeto, pode ser tomado o peso da estrutura
1.1.1. Fundações em sapatas
como:
Estas fundações, como já foi definido em capítulos anteriores,
- 1,2 tf/m2/andar, para edifícios esbeltos;
devem apoiar-se em cotas mais rasas possíveis. A definição da taxa
- 1,4 tf/m2/andar, para edifícios de concreto armado. de trabalho deve obedecer a:
44
i. em argilas - fórmulas teóricas com dados obtidos dos Tabela 12. Escolha do tipo de estaca
ensaios anteriormente citados.
ESTACA PILARES (tf)
ii. em areia - dados de SPT. Strauss 50 - 300
Sempre que houver viabilidade técnico-econômica deve-se Pré-moldadas 50 - 300
proceder à realização de ensaio de prova de carga sobre placa. Franki 150 - 1.000
Apenas como uma referência aproximada, sugere-se o uso das
tabelas dos códigos de fundação (ABNT NBR 6122). Nas estacas pré-moldadas a cota de apoio pode ser definida para:
5.4. Fundações em estacas SPT - 80 a 90
Seleciona-se a solução dentre aquelas disponíveis no mercado. Deve-se evitar apoiar as estacas em camadas pouco resistentes
(SPT  5).
A definição da carga de trabalho pode ser preliminarmente
estipulada pelas relações (CASTRO, 1977): Os solos com SPT em torno de 15 a 20 apresentam dificuldades
consideráveis à cravação de estacas pré-moldadas.
iii. l/d entre 25 e 30;
5.4.17. Fundacões em tubules
iv. resistência de ponta rp = 4 N; Estas, respeitando as recomendações apresentadas em capítulos
anteriores, poderiam ser escolhidas com base na Tabela 13.
v. resistência de atrito fs = N/50;
Tipo de tubulão Taxa de trabalho Carga (tf)
vi. FS mínimo igual a 3. do solo (tf)
Para que a resistência de ponta da estaca seja totalmente A céu aberto 3,0 a 4,0 100 a 1300
mobilizada deve-se apoiar a estaca em profundidade superior à Pneumático 4,0 a 8,0 300 - 2000
crítica, dada por:
102 tg 
hc  d
4 6. BIBLIOGRAFIA
Na expressão acima d representao diâmetro d aestaca ou tubulão.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - NB-51 -
Após a escolha, e optando-se por fundações em estacas, os estudos "Projeto e execução de fundações", Rio de Janeiro, 1978.
deverão ser conduzidos com base nas recomendações apresentadas
nos capítulos anteriores. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - NB - 12 -
"Programação de sondagens de dimples reconhecimento
A seleção do tipo das estacas em função das cargas dos pilares dossolos para fundações de edifícios", Rio de Janeiro, 1978.
(apenas como ordem de grandeza) pode obedecer ao que se
recomenda na Tabela 12.
45
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