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Dissertação de Mestrado
Juiz de Fora
2010
Juiz de Fora
2018
Vitor de Paula Valle Campos
Juiz de Fora
2018
Ficha catalográfica elaborada através do programa de geração
automática da Biblioteca Universitária da UFJF,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
BANCA EXAMINADORA:
Aos amigos e colegas que fiz na UFJF, ajudando, ensinando e motivando nos
momentos difı́ceis e sempre presentes para uma boa conversa nas raras folgas.
À minha famı́lia, aos meus pais e irmãos e à minha noiva, pela paciência e parceria
ao longo dos anos.
AL I, 40
AL I, 57
RESUMO
ABSTRACT
This work presents the use of FDR in a coaxial cable, simulating open faults, such
as short circuit and open circuit.
1 Introdução 14
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2 Reflectometria 16
2.1 Reflectometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3 Implementação 19
4 Testes e Resultados 28
4.2 2o Caso: 20 Ω . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.3 3o Caso: 40 Ω . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.4 4o Caso: 50 Ω . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.5 5o Caso: 60 Ω . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5 Conclusão 42
5.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Referências 44
1 INTRODUÇÃO
Falhas em redes cabeadas, como a rede elétrica, são inevitáveis. O aumento do consumo
energético, sobrecargas, envelhecimento, falta de manutenção, condições severas de
ambiente e áreas densamente povoadas tornam cada vez mais importante a localização
rápida e confiável de defeitos em cabos. O trabalho é complexo, pois a combinação
de causas, tipos de cabo, estruturas de rede, nı́veis de tensão e condições ambientais
resultam em uma grande quantidade de defeitos possı́veis. Além disso, toda falha gera,
em maior ou menor nı́vel, significativo desgaste financeiro e até emocional quando, por
exemplo, moradores ficam sem energia, máquinas paradas, ruas precisam ser escavadas,
engarrafamentos se formam ou trabalhadores de construção ficam ociosos.
1.1 MOTIVAÇÃO
1.2 OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo implementar, com o auxı́lio do software LabView,
15
2 REFLECTOMETRIA
Neste capı́tulo será feita uma apresentação teórica sobre o método chamado de Reflectometria,
mais especificamente a Reflectometria no Domı́nio da Frequência.
2.1 REFLECTOMETRIA
Sinalref letido ZL − Z0
Γ= = , (2.1)
Sinalincidente Z0 + ZL
Em geral, utiliza-se o tempo ou o atraso de fase entre o sinal e a reflexão para o cálculo
da distância da falha, e a magnitude do coeficiente de reflexão para saber o tipo de
variação de impedância, ou seja, se o ZL é menor ou maior que o Z0 .
Descontinuidades onde o Γ seja maior que 20% são relativamente fáceis de se identificar,
do contrário a dificuldade aumenta consideravelmente, pois o pico da reflexão pode ser
menor que o próprio erro de medição (PAULTER, 1998).
17
Existem várias subcategorias de FDR. Como exemplo podem ser citadas a FMCW, a
PD-FDR e a SWR.
A PD-FDR também mede a diferença de fase entre as ondas, fazendo uso de mixers, que
multiplicam os sinais, resultando em somas ou diferenças de suas frequências. Quando
as frequências são iguais, a diferença está na frequência zero (DC). A FFT da onda é
usada para a determinação do comprimento. (FURSE et al., 2006).
A SWR mede a magnitude da onda estacionária produzida pela superposição das ondas
incidente e refletida. A soma destes sinais gera uma série de picos e vales, causados
pelas interferências construtivas e destrutivas, respectivamente.
3 IMPLEMENTAÇÃO
onde A é a amplitude do sinal observado s(t). Reescrevendo (3.1) como uma soma
de exponenciais complexas
e rearranjando os termos
A = B 1 + Γe−(α+jβ)x .
(3.4)
O sistema pode ser aproximado ao caso de uma linha de transmissão sem perdas (R =
G = 0 ), onde a atenuação α do sinal refletido pode ser desconsiderada e a constante
√
de fase é β = ω LC, onde L e C são a indutância e a capacitância por unidade de
comprimento da linha de transmissão, respectivamente. Assim, para falhas francas em
linhas de transmissão sem falhas, a precisão do método SWR é suficientemente boa e
a detecção de nulos pode ser usada para localização do problema de descontinuidade
(FURSE et al., 2006). Neste caso, a Equação (3.4) pode ser escrita como
20
√
−jω LC2D
A = B 1 + Γe , (3.5)
A = B 1 + Γe−jω2D/v .
(3.6)
Pode ser visto que a amplitude A é uma função da frequência ω, quando esta varia
num intervalo (ω1 a ω2 ). Uma simulação da Equação (3.6) foi realizada para ilustrar
o comportamento da amplitude A do sinal observado em relação a ω, considerando
curto-circuitos a distâncias de 200 metros e 300 metros da origem. Na simulação,
considerou-se uma velocidade de 72% da velocidade da luz, uma faixa de frequências
entre 10 kHz e 1 MHz, com passo também de 10 kHz. A Figura 1 mostra os resultados,
onde é possı́vel verificar que as diferenças de frequência entre os vales são inversamente
proporcionais às distâncias das falhas.
Uma outra situação foi simulada considerando o caso de circuito aberto, também a 200
metros e a 300 metros e pode ser vista na Figura 2. Pode-se notar que para falhas
21
de baixa impedância, a curva é crescente na sua parte inicial, enquanto que para altas
impedâncias, a curva decresce. Portanto, é possı́vel identificar o tipo de falha e sua
localização pode ser estimada usando a técnica de detecção de nulos.
• Década de Resistências4 .
1
Agilent 33210A.
2
Tektronix TDS 2024B.
3
DELL Latitude 14.
4
Meastech RBOX-408.
22
Conforme visto nas Figuras 1 e 2, para casos sem perdas, as curvas são bem
comportadas, simétricas, com seus pontos máximos e mı́nimos variando apenas de
acordo com as caracterı́sticas do sinal, mas mantendo estáveis os seus parâmetros,
como a amplitude.
Informações como a velocidade, a distância da falha etc, podem ser encontradas utilizando
parâmetros como os pontos de vale e pico e a diferença entre as amplitudes. Entretanto,
um método foi proposto de maneira a usar toda a curva.
f = Acos(ωt)e−τ t (3.7)
O processo realiza uma varredura em frequência, conforme citado no item (3.1), gerando
cinco parâmetros, A, ω, φ, τ e a velocidade em relação à velocidade da luz.
24
Percebe-se que a curva modelada não é exatamente igual à coletada, mas se comporta
de maneira semelhante.
Os valores encontrados para o parâmetro A podem ser usados diretamente para se ter
uma noção do que está acontecendo no ponto de possı́vel descontinuidade, neste caso
o final do cabo. Valores negativos, por exemplo, mostram os casos onde ZL < Z0 , i.e.,
quando ZL é menor do que a impedância caracterı́stica, neste caso de 50 Ω. O módulo
de A pode dar um indı́cio da intensidade da falha, pois quanto maior este valor, mais
distante ZL está de Z0 .
V = D.2.f, (3.8)
Uma representação do sistema de medição pode ser visto na Figura 6. Foi injetado um
sinal de tensão de 10 V (20 Vpp ), sendo de 50 Ω a resistência interna do osciloscópio,
Rcabo a resistência do cabo e ZL as impedâncias casadas ao final dos 300 metros para
simular descontinuidades. O ponto chamado de Scope representa o local onde é feita a
medição.
ZL + Rcabo
B= 21,0450 (3.9)
50 + (ZL + Rcabo )
27
66,3244B − 343,5470
ZL = , (3.10)
21,0450 − B
Por fim, foi calculado o desvio padrão dos parâmetros do fitting, conforme pode ser
visto abaixo, para o caso de curto-circuito.
Desvio padrão
A ω φ τ V
0.0295 0.0000 0.0035 0.0000 3.0079e-04
Como pode ser notado, os desvios são muito pequenos, o que mostra que, para este
caso, o fitting conseguiu parametrizar bem a curva.
28
4 TESTES E RESULTADOS
Usando o setup descrito na Sessão (3.2), foram realizadas coletas para várias situações
diferentes de descontinuidade. A varredura em frequência foi sempre até 1 MHz com
passo de 10 kHz, com 20 medidas para cada caso. Utilizando a década, o final do cabo
(300 metros) foi terminado com resistências de 10 Ω, 20 Ω, 30 Ω, 40 Ω, 50 Ω, 60 Ω, 70
Ω, 80 Ω, 90 Ω, 100 Ω, 150 Ω, 200 Ω, 250 Ω, 300 Ω e 500 Ω, além de circuito aberto
e, juntando a malha metálica com o condutor de cobre, o caso de curto-circuito já
mostrado na sessão anterior.
Como o cabo utilizado tem em seu datasheet a informação de que sua impedância
caracterı́stica é de 50 Ω, serão detalhados aqui os casos de 20 Ω, 40 Ω, 50 Ω, 60 Ω,
e 300 Ω, além das falhas francas, i.e., circuito aberto e curto-circuito. As tabelas das
outras coletas podem ser vistas no Apêndice A.
29
Rapidamente nota-se que o fitting não ficou perfeitamente sobreposto à curva coletada,
mas acompanhou seu comportamento. Os parâmetros obtidos pelo método, neste caso,
estão na Tabela 2.
30
Como os valores de A são positivos, sabe-se que ZL > Z0 , e como seu valor, em módulo,
é grande (em relação ao módulo de V injetado), pode-se concluir rapidamente que, na
realidade, ZL >>> Z0 . De fato, usando a Equação (3.10), encontramos, neste caso,
ZL = 1,4809E + 17.
Mais uma vez a velocidade destoou do datasheet, sendo encontrado um valor médio de
aproximadamente 72,8% da velocidade da luz.
31
Desvio padrão
A ω φ τ V
0.0191 0.0000 0.0026 0.0000 2.3393e-04
4.2 2o CASO: 20 Ω
Mais uma vez percebe-se rapidamente que se trata de um ZL < Z0 , pois a curva começa
crescente. O fitting acompanhou relativamente bem a curva experimental, o que indica
que a parametrização também será razoavelmente boa. Os parâmetros obtidos pelo
método, neste caso, estão na Tabela 3.
32
Desvio padrão
A ω φ τ V
0.0244 0.0000 0.0081 0.0000 8.1328e-04
4.3 3o CASO: 40 Ω
É possı́vel indicar que ZL ainda é menor que Z0 , pela curva crescente no inı́cio, mas
nota-se que sua amplitude é muito menor do que no caso anterior. A curva modelada
não se encaixou bem na curva experimental, apenas acompanhando o comportamento
desta. Os parâmetros obtidos pelo método, neste caso, estão na Tabela 4.
34
Desvio padrão
A ω φ τ V
0.3631 0.0001 4.8282 0.0002 0.7091
Como a falha é bem mais suave, todo o método fica mais sensı́vel a erros, valores dos
chutes iniciais dos parâmetros etc. É possı́vel notar isso claramente no desvio padrão,
que aumentou consideravelmente em todos os parâmetros.
4.4 4o CASO: 50 Ω
Desvio padrão
A ω φ τ V
1.0268 0.0130 4.7690 0.0104 12.4895
37
Como era de se esperar, o desvio padrão foi o maior em todos os parâmetros. Apesar
de os valores médios não estarem tão longe das outras situações analisadas, a dispersão
foi imensa, mostrando que o fitting não funciona bem para casos onde a falha é muito
pequena.
4.5 5o CASO: 60 Ω
Observando a curva experimental em azul, notamos que ela se inicia de forma decrescente,
ou seja, ZL > Z0 . A amplitude ainda é pequena, aproximadamente igual, em módulo,
ao caso de ZL = 40 Ω, o que seria esperado, pois estas são situações onde ZL =
Z0 ± 10 Ω. Os parâmetros obtidos pelo método, neste caso, estão na Tabela 6.
38
Os valores coletados para A mais uma vez confirmam a análise da curva. A velocidade
média encontrada foi de aproximadamente 73,4% e o cálculo de ZL encontrou 58,0550 Ω.
Desvio padrão
A ω φ τ V
0.0367 0.0000 0.0336 0.0000 0.0021
O desvio padrão foi parecido com a situação de 40 Ω, mas foi menor em todos os
parâmetros. Como, em geral, o fitting piora quanto mais próximo ZL está de Z0 , essa
39
Por fim, uma situação de falha que não é franca e também não está próxima de Z0 .
Nota-se que ZL é grande, pois a curva começa de maneira decrescente e sua amplitude é
relativamente grande. O fitting acompanhou razoavelmente bem, apesar das diferenças
nos picos e vales. Os parâmetros obtidos pelo método, neste caso, estão na Tabela 7.
40
Desvio padrão
A ω φ τ V
0.0257 0.0000 0.0051 0.0000 4.0274e-04
Como era de se esperar, o desvio padrão é muito pequeno para todos os parâmetros,
assim como foi em todos os casos, com exceção daqueles onde ZL é muito próximo de
Z0 , ou seja, quando a falha é muito suave.
42
5 CONCLUSÃO
5.1 CONCLUSÕES
Percebeu-se também que o fitting é muito sensı́vel aos chutes iniciais dos parâmetros,
além de ter havido algum efeito não considerado, notado pelo fato de o cálculo de ZL ,
dependente da resistência do cabo e do valor da maior amplitude coletada, em cada
caso, exibir um erro cada vez maior conforme aumentava a diferença entre Z0 e ZL . Um
dos possı́veis fatores provavelmente está relacionado ao primeiro valor de amplitude (e
o maior) ter sido coletado na frequência de 10 kHz, que pode ter um comportamento
um pouco diferente do 0 kHz.
REFERÊNCIAS
SHI, Q.; TROELTZSCH, U.; KANOUN, O. Detection and localization of cable faults
by time and frequency domain measurements. In: IEEE. Systems Signals and Devices
(SSD), 2010 7th International Multi-Conference on. 2010. p. 1–6.
TSAI, P. et al. Mixed-signal reflectometer for location of faults on aging wiring. IEEE
Sensors Journal, IEEE, v. 5, n. 6, p. 1479–1482, 2005.
45