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LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA A

CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO DO POSTO DE


ABASTECIMENTO E VENDA DE COMBUSTÍVEIS E
LUBRIFICANTES NO BAIRRO DA COSTA DO SOL

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO

DRAFT

VOLUME 1

Maputo, Novembro de 2018


FICHA TÉCNICA

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO PARA O


PROJECTO DE CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO DO POSTO DE ABASTECIMENTO E VENDA DE
COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES NO BAIRRO DA COSTA DO SOL
CIDADE DO MAPUTO

Elaborado por:

Elaborado para:

ENGEN PETROLEUM MOÇAMBIQUE

Equipa Técnica:
Herberto Nhampanze – Gestor do projecto e Especialista em AIA
Yolanda Simango – Socioeconomista
Naíca Costa – Especialista em SIG
Sandra Fernandes – Especialista em Participação Pública

Novembro de 2018
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

RESUMO NÃO TÉCNICO

1. Introdução
A ENGEN PETROLEUM MOÇAMBIQUE, adiante designado por ENGEN, pretende construir um Posto
de Abastecimento e venda de Combustíveis e lubrificantes no Bairro da Costa do Sol, na Cidade do
Maputo. O projecto surge no âmbito da crescente demanda por hidrocarbonetos e seus derivados no
país em geral e na Cidade do Maputo em particular. A exploração deste Posto de Abastecimento de
Combustíveis será, deste modo, uma forma de tornar mais eficaz a operação da empresa, dando
melhor resposta à referida demanda, reduzindo as distâncias que o consumidor tem de percorrer
para adquirir combustíveis e, será igualmente uma fonte de receitas para o estado Moçambicano.
Na sequência da submissão da documentação de Instrução do Processo à Direcção Nacional do
Ambiente (DINAB), a actividade foi classificada como de “Categoria B”.
Os Termos de Referência (TdR) preparados para o Estudo Ambiental Simplificado, e submetidos à
Direcção Nacional do Ambiente (DINAB) em cumprimento do estipulado no artigo 12 do Regulamento
sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto nº54/2015 de 31 de Dezembro) para
projectos de Categoria B, foram aprovados a 25 de Outubro de 2018.

2. Âmbito do EIA
O Relatório do Estudo Ambiental Simplificado (REAS) apresenta um resumo do processo de AIA,
descreve o quadro legislativo e fornece uma descrição do projecto e das condições biofísicas e
socioeconómicas da área de estudo. Com base nesta informação são avaliados os impactos das
actividades do projecto proposto no meio ambiente biofísico e socioeconómico. No fim do relatório
são incluídas recomendações na forma dum Plano de Gestão Ambiental (PGA) sobre como os
impactos negativos poderão ser mitigados e os efeitos positivos potenciados. O relatório será usado
pelo MITADER como parte da informação requerida para a tomada de decisão quanto ao
prosseguimento do projecto.

3. Quadro Legal e Regulador


O quadro regulador moçambicano contém requisitos e normas definidos para a implementação e
gestão ambiental e social de projectos. As funções de protecção ambiental são desempenhadas por
diferentes autoridades, tanto a nível nacional como regional. O Projecto deverá estar em
conformidade com os seguintes instrumentos:
• Leis, normas, regulamentos e padrões moçambicanos aplicáveis.
• Convenções ou tratados internacionais dos quais Moçambique é signatário. Estes incluem
vários tratados internacionais, convenções e protocolos relativos a questões como a
biodiversidade e alterações climáticas.

No Capítulo 2 do REAS está apresentada a descrição completa da legislação relevante para o


projecto, assim como as instituições chave e seus principais papéis e responsabilidades em relação
à protecção ambiental e ao sector em Moçambique.

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4. Descrição Sumária do Projecto
Pretende-se construir o Posto de Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol, Av.
General Cândido Mondlane, Parcela 660, Talhão 55 A, na Cidade do Maputo. A figura abaixo mostra
a área do projecto.

O espaço não possui nenhuma infraestrutura erguida e o acesso ao local é feito pela Av. General
Cândido Mondlane.

O lote de terreno encontra-se localizado no Bairro da Costa do Sol, Distrito Municipal KaMavota
parcela número 660, talhão 55A, cujo DUAT está registado em nome de Manuel França Macurra. O
Sr. Manuel França Macurra estabeleceu uma parceria com a Engen Petroleum Moçambique ao abrigo
do qual o Sr. Macurra vincula a Engen a responsabilidade de edificar um Posto de Abastecimento de
Combustíveis e respectivos estabelecimentos de conveniência.

O projecto envolve a construção de um Posto de Venda e Abastecimento de Combustíveis e


lubrificantes que inclui uma loja de conveniência, canopy e arranjos exteriores. Edifício principal com
loja de conveniência, área de abastecimento com canopy, pátios cobrindo uma área total de
265.17m2. O edifício será construído com construção convencional constituído por sapatas, pilares
e vigas em betão, alvenaria e cobertura metálica.

O projecto está desenhando para a construção de 4 Bombas de Abastecimento, sendo que na


primeira fase serão construídas 2 bombas, e a 3ª Bomba será construída futuramente. Cada bomba
será constituída por 4 mangueiras, sendo duas para o abastecimento de diesel e duas para o
abastecimento de gasolina.

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Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Serão construídos 4 tanques para o armazenamento de combustíveis neste Posto de Abastecimento,


cada um com capacidade de armazenar 23 litros de combustíveis, sendo 2 tanques para o
armazenamento de gasolina e os outros 2 para o armazenamento de diesel.

O Posto de Abastecimento terá um sistema de abastecimento de água convencional com toma da


rede pública e seu armazenamento em tanques para posterior bombagem para pontos de toma de
água (torneiras, sanitas, lavatórios, etc). Serão instalados 2 tanques para o armazenamento de água
compacidade de armazenar 5 mil litros de água, sendo um tanque aéreo e outro térreo.

O fornecimento de energia será a partir da rede pública e será montado um Posto de Transformação
(PT) individual que servirá de alimentador para o Quadro Geral de Distribuição que irá por sua vez
alimentar de forma independente e proporcional os quadros parciais do conjunto todo (loja, cozinha,
canopy e zona exterior) e em seguida alimentar diferentes pontos de consumo.
Mão-de-obra moçambicana com nível de escolaridade exigível para prestar os serviços que o posto
e os negócios adjacentes requerem qualitativamente.

5. Alternativas
Alternativas de implementação da actividade
A alternativa à implementação da actividade é a “alternativa zero”, que implicaria a não
implementação do projecto. A implementação do projecto é justificada, principalmente, pela entrada
no mercado moçambicano de mais um Posto de Abastecimento de Combustíveis, alargando o leque
de Postos de Abastecimentos de Combustíveis e assim a concorrência, de que poderão resultar
benefícios para a economia nacional e para os consumidores.
Alternativas de localização
O projecto proposto localiza-se numa área habitacional mas que existem algumas actividades
industriais e o facto de este não estar fora de planos de ordenamento existentes, não implicar
reassentamento e também pelo facto do proponente possuir o DUAT, não vemos necessidade de
alteração do local de implementação da actividade.

6. Descrição da Situação Ambiental de Referência


- Ambiente Biofísico

• Precipitação, Temperatura e Evaporação

A área de estudo (Maputo) apresenta um clima subtropical/semi-húmido e um regime climático com


duas estações, a seca (de Maio a Setembro) e a húmida (de Outubro a Abril). Tem estações
visivelmente mais quentes e mais frescas. Os meses mais quentes são Dezembro e Fevereiro,
enquanto os meses mais frescos são de Junho a Agosto. A temperatura média anual é de 22.9º C. A
cidade fica numa região de chuvas de verão, com uma média de 761 mm de precipitação por ano. A
maioria da precipitação anual ocorre entre Dezembro e Março. A humidade relativa é de
aproximadamente 70-85%. Com excepção de Janeiro e Fevereiro, a evaporação potencial é superior
à precipitação.

• Topografia

A área de estudo situa-se na planície costeira de Moçambique, cuja altitude aumenta de forma suave
da costa para o interior, e possui uma altitude que se situa entre 0 a 5 metros.

iv
• Geologia e Geomorfologia

Em termos de unidades geomorfológicas, a localização estudada integra os vastos depósitos


sedimentares quaternários que dominam a maior parta da região sul de Moçambique e se
sobrepõem à Bacia Sedimentar Moçambicana que resultou da dispersão Gondwana.

Ao longo da costa sul de Moçambique, a geologia regional inclui uma série de sedimentos não
marinhos, marinhos de pouca profundidade e estuarinos. Formações de dunas ligeiramente elevadas
revelando uma origem relativamente recente ocorrem no interior.

De um ponto de vista geológico, a região do Maputo pode ser dividida em duas áreas: as planícies
costeiras com solos húmidos (caracterizados por dunas móveis e solos de aluvião) e, uma zona alta,
no interior, com dunas fixas e mais antigas.

• Solos

Na área do projecto os solos eram predominantemente sedimentos marinhos e estuarinos (zonas


baixas pantanosas) com depósitos de aluvião associados com a proximidade do local aos principais
sistemas fluviais. Contudo para acomodar utilizações diferentes, actualmente, a superfície do solo
no local da área do projecto compõe-se de materiais de aterro (solos siltosos e arenosos), utilizados
para modular a morfologia do terreno. Na área específica de estudo ocorrem dois tipos de solos,
nomeadamente arenosos hidromorficos e arenosos alaranjados de fase dunar.

- Ambiente Socieconómico

• Enquadramento Geral e Administrativo

O projecto de construção e operação do posto de abastecimento de combustíveis da Engen será


implantado no bairro Costa do Sol, Distrito Municipal KaMavota, Cidade de Maputo.

O Distrito Municipal KaMavota, situado a Noroeste na Cidade de Maputo, é limitado a norte pelo
Distrito de Marracuene, a sul pelo Distrito Municipal KaMaxakeni, a Este pela Baía de Maputo e Oeste
pelo Aeroporto Internacional de Maputo e Distrito Municipal KaMubukwana e a Sudoeste com o
Distrito Municipal KaMaxakeni.

Com uma extensão de 108.37 km2, o Distrito subdivide-se em 11 bairros municipais nomeadamente
Albazine, Costa do Sol, Ferroviário, FPLM, Hulene A, Hulene B, Laulane, Mahotas, Mavalane A,
Mavalane B e 3 de Fevereiro.

Enquanto a governação a nível do Distrito Municipal é feita pelo Vereador Municipal nomeado pelo
Presidente do Conselho Municipal, a estrutura de governação a nível do bairro é encabeçada pelo
Secretário do Bairro apoiado pelos Chefes dos quarteirões e Chefes de 10 casas. Estes são
igualmente nomeados pelo Presidente do Conselho Municipal, sob proposta do vereador da
respectiva unidade territorial, por um mandato de 5 anos.

• Perfil Demográfico

Segundo os dados preliminares do IV RGPH realizado em 2017, o DM KaMavota conta com um total
de 331 958 habitantes (30% da população da Cidade de Maputo), um aumento de 38 688 habitantes

v
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

quando comparado com o Censo Populacional de 2007. Desse total 31 406 habitantes pertencem
ao bairro Costa do Sol.
Tabela 1. Dados demográficos da Área de Influencia do Projecto

Localidade Censo Censo Superfície (km2) Densidade Populacional


2007 2017
Cidade de Maputo 1 094 628 1 101 170 346,77 3 175,5 hab/km2
Distrito Municipal 293 270 331 958 108, 37 3 063,2 hab/km2
KaMavota
Bairro Costa do Sol 16840 31 406 34,3 1 036,5 hab/km2
Fontes: IV RGPH 2017 – Dados Preliminares da Secretaria do Bairro Costa do Sol

A população do DM KaMavota é originalmente de etnia Varhonga e Machanganas, tendo surgido


posteriormente, devido a imigração de população de diferentes regiões do país para os bairros deste
distrito, várias outras etnias.

No que se refere a religião, segundo as autoridades locais, grande parte da população de KaMavota
assim como do bairro Costa do Sol professa a religião evangélica e a católica, podendo também se
verificar agregados que professam a religião zione e islâmica.

Migração
Não foi possível obter dados referentes ao padrão de migração a nível do bairro e distrito da área de
influência projecto mas, segundo as autoridades locais, o bairro Costa do Sol, devido a sua
localização estratégica (junto a costa), tem atraído cada vez mais imigrantes, não só nacionais
provenientes de diferentes pontos da província de Maputo e do país, como também estrangeiros, o
que pode ser confirmado com o crescimento populacional registado entre 2007 e 2017 (mais de
90%).

• Habitação, Infraestruturas Sociais e de Serviço

HABITAÇÃO

Segundo INE (2010) a maioria das habitações na cidade de Maputo são casas formais (casas
convencionais, básicas, flat/apartamento), sendo o principal tipo de habitação verificada as casas
básicas1 construídas com material durável (paredes de blocos de cimento e tecto de chapas de zinco
ou laje de betão).

Seguindo a tendência da Cidade, o DM KaMavota e o Bairro Costa do Sol são maioritariamente


constituídos por habitações do tipo formal básica, com paredes de blocos de cimento e tecto de

1 Casa básica é uma casa habitacional que só tem quarto (s), mas não tem facilidades básicas (casa de banho e/ou cozinha)
no seu interior, sendo construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/laje de
betão). Inclui-se nesta categoria o conjunto de quartos geminados (casa comboio) que utiliza os mesmos serviços.
vi
zinco, havendo no entanto a nível do Bairro, cada vez mais apartamentos e habitações convencionais
em construção.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO

De acordo com as autoridades locais, tanto a nível do DM KaMavota como do bairro Costa do Sol, a
maioria das habitações possui água canalizada dentro das suas habitações, fornecida pelo Fundo de
Investimento e Património de Abastecimento de Água - FIPAG, existindo entretanto furos de
fornecedores privados e alguns poços que satisfazem uma minoria da população.

No que diz respeito ao saneamento, o sistema usado tanto a nível do Distrito Municipal como do
bairro, é o de fossas sépticas sendo que nas áreas contíguas, usa-se um sistema misto de fossas
sépticas e latrinas melhoradas.

A gestão de resíduos sólidos é feita através de serviços de salubridade municipal e algumas


associações que prestam apoio na recolha de lixo em alguns bairros. Estes são posteriormente
depositados em contentores e recolhidos para os aterros aonde são tratados.

ENERGIA

No que se refere a energia, o bairro Costa do sol está ligado a rede nacional de energia eléctrica
sendo que a maioria das habitações beneficiam da energia da EDM. Para a confecção de alimentos,
a fonte de energia mais utilizada são o carvão e o gás, podendo também se verificar o uso da energia
eléctrica da rede EDM.

EDUCAÇÃO E SAÚDE

O DM KaMavota conta com uma rede escolar constituída por um total de 54 escolas das quais 34
públicas e 20 particulares, sendo a maioria do ensino primário (Tabela 2). Do total de escolas
existentes, 5 pertencem ao Bairro Costa do Sol, sendo estas do ensino primário completo.

No que se refere a saúde, KaMavota possui uma rede sanitária constituída 6 unidades sanitárias,
nomeadamente, 1 Hospital Geral, 3 Postos de Saúde, 3 Centros de Saúde existindo ainda algumas
unidades sanitárias privadas. Dos 3 Postos de saúde existentes, apenas um está localizado no Bairro
Costa do Sol.

ACESSOS E TRANSPORTE

KaMavota possui uma vasta rede viária, constituída por estradas principais, secundárias e terciárias
de terra batida que permitem o movimento das comunidades para dentro e fora do distrito. A nível
da área de implantação do projecto, as vias a destacar são parte da estrada Marginal, Circular de
Maputo, e a Av. General Cândido Mondlane, que possibilitam a circulação de pessoas, mercadorias,
bens e serviços.

Para além da rede viária, o Distrito é ainda atravessado por uma linha férrea, o “Corredor do Limpopo”
que serve de corredor para o escoamento de mercadorias e passageiros.

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Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

No que se refere a transporte, o Distrito conta com o transporte rodoviário e ferroviário. O transporte
de passageiros e cargas ao nível do bairro Costa do Sol é garantido pelos Transportes Públicos de
Maputo – TPM e transporte semi-colectivos de passageiros que percorrem as principais vias que
atravessam o bairro obedecendo a rotas de circulação pré-definidas: Baixa e Praça dos Combatentes.

• Actividades Económicas e de Subsistência

As principais actividades económicas na área de influência do projecto estão baseadas no sector


primário, com maior incidência para o comércio informal e a pesca. Outras actividades incluem a
agricultura do sector familiar e a pecuária.

Comércio
O comércio assume principalmente características informais, não existindo a nível do bairro Costa do
Sol um mercado formal. As trocas comerciais são principalmente realizadas em pequenos mercados
informais distribuídos pelas ruas do bairro e bancas montadas em frente das residências dos
agregados familiares, sendo principalmente comercializados produtos agrícolas e de primeira
necessidade obtidos nos principais mercados grossistas da cidade. É ainda possível observar ao
longo da avenida Marginal, junto a praia Costa do Sol, inúmeros quiosques e barracas de venda de
alimentos e bebidas para os turistas que se fazem a praia.

Pesca
A pesca é outra actividade que envolve grande parte da população residente no bairro Costa do Sol.
Esta é principalmente artesanal, desenvolvida ao longo da praia e no centro de pesca pescadores,
tendo como finalidade consumo familiar e venda nos mercados e serviços hoteleiros existentes ao
nível do bairro. A principal espécie capturada e comercializada é a magumba (Hilsa kelee) podendo
também ser capturadas outras espécies de peixe e camarão.

Agricultura
Embora o Distrito Municipal KaMavota, possua forte tradição agrícola com terras propícias para esta
actividade, a actividade agrícola no bairro Costa do Sol não é praticada em grande escala, existindo
apenas o registo de uma associação de agricultores que praticam a agricultura na cintura verde da
Cidade de Maputo e agregados que possuem hortas nos quintais das suas residências. São
principalmente produzidas hortícolas como alface, couve, tomate, cebola e outros produtos frescos,
que para além do consumo familiar abastecem alguns mercados da cidade de Maputo.

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7. Identificação e classificação dos impactos
Fase de
Impacto Significância
Ocorrência:
IMP 1. Poluição dos solos por resíduos Construção
Baixa
e Operação
IMP 2. Alterações na qualidade da água devido às actividades do projecto Construção
Baixa
e Operação

Construção
IMP 3. Alterações na qualidade da água devido à infiltração de contaminantes Baixa
e Operação
IMP 4. Poluição por resíduos não perigosos Construção
Moderada
e Operação
IMP 5. Poluição resultante da gestão inadequada de resíduos perigosos Construção
Baixa e Operação

IMP 6 - Criação de Postos de Trabalho Temporários e Permanentes Construção


Moderada e Operação

IMP 7 - Promoção da economia formal a nível local Construção


Baixa e Operação

IMP 8. Optimização e Valorização do solo urbano/Alteração da Paisagem Construção


Baixa e Operação

IMP 9. Criação de Expectativas quanto a disponibilidade de postos de trabalho Construção


Moderada e Operação

IMP 10. Perda de posto de trabalho apos a conclusão das obras de construção Moderada Construção
IMP 11. Aumento de tráfego e interferência com o trânsito normal da estrada Construção
Moderada
e Operação
IMP 12. Possibilidade de acidentes e atropelamento devido ao aumento do Construção
Moderada
tráfego, viaturas e máquinas pesadas para acesso ao local do projecto e Operação
IMP 13. Perturbação da população devido ao aumento dos níveis de ruído, Construção
Moderada
vibração e poluição do ar por emissões de gases e Operação
IMP 14. Risco de acidentes e incidentes nas obras de engenharia civil Moderada Construção
IMP 15. Possibilidade de ocorrência de acidentes, doenças e fatalidades Construção
Moderada
ocupacionais e Operação
IMP 16. Possibilidade de ocorrência de incêndio e explosão
Moderada Operação

8. Plano de Gestão Ambiental


O PGA, contém provisões e indicações para a implementação das medidas de mitigação necessárias
para evitar ou minimizar os impactos ambientais negativos e optimizar os impactos ambientais
positivos, identificados no presente relatório, sendo um documento a ser cumprido por todos os
empreiteiros, subempreiteiros e pelo Proponente de forma a garantir um compromisso com a
protecção ambiental em todas as fases do projecto. O PGA indica planos adicionais necessários que
devem estar em funcionamento antes do começo das actividades, tais como Plano de Resposta a
Emergências. Estes planos são da responsabilidade do proponente e seus empreiteiros, em
cumprimento da legislação relevante.
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Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

9. Conclusões e Recomendações
a. Não existem questões fatais associadas ao projecto.
b. A maioria dos impactos negativos far-se á sentir a nível local, e alguns a nível regional;
c. A implementação das medidas de mitigação recomendadas é considerada adequada para
garantir a protecção ambiental e a segurança das comunidades.
d. O proponente deverá garantir que as actividades, que dispensam o uso de mão-de-obra
qualificada, sejam atribuídas às comunidades locais, directamente afectadas pelo projecto,
e que o processo de recrutamento seja feito em estreita colaboração com as lideranças
locais.
e. De modo a não exacerbar falsas expectativas, as oportunidades de emprego devem ser
explicadas de uma maneira clara e realista.

x
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 15

1.1 CONTEXTO E ANTECEDENTES ................................................................................................................ 15


1.2 OBJECTIVOS DO ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO ......................................................................................... 15
1.3 IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE ......................................................................................................... 15
1.4 IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPA RESPONSÁVEL PELO EAS .......................................................................... 16

2. CONTEXTO LEGAL ...................................................................................................................................... 18

2.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 18


2.2 RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS ............................................................................................................. 18

2.3 LEGISLAÇÃO NACIONAL ................................................................................................................................. 21

3. DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE ...................................................................................................................... 25

3.1 LOCALIZAÇÃO........................................................................................................................................... 25

3.2 SITUAÇÃO DE USO E POSSE DE TERRA .................................................................................................. 26


3.3 JUSTIFICATIVA PARA A ACTIVIDADE ........................................................................................................ 26
3.4 DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE ................................................................................................................... 26
3.5 RESÍDUOS ............................................................................................................................................... 28
3.6 VALOR DE INVESTIMENTO ...................................................................................................................... 28
3.7 INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SAÚDE E SEGURANÇA ................................................................... 28

4. ALTERNATIVAS ........................................................................................................................................... 30

5. SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA........................................................................................................................ 31

5.1 IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA ............................................................................ 31

5.2 METODOLOGIA PARA O ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA ............................................................................. 32

5.3 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DO AMBIENTE FÍSICO ........................................................................... 32

5.4 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DO AMBIENTE BIOLÓGICO ..................................................................... 39

5.5 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DO AMBIENTE SOCIOECONOMICO .......................................................... 39

6. IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS E DEFINIÇÃO DE MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ................ 44

6.1 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS ..................................................................................................... 44

6.2 FORMULAÇÃO DE MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ........................................................................................................ 45

6.3 IMPACTOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO NO AMBIENTE BIOFÍSICO ........................................................................... 45

6.4 IMPACTOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO NO AMBIENTE SOCIOECONOMICO ................................................................. 50

6.5 IMPACTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL........................................................................................... 55

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................................................................................... 58

8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................ 59

xi
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Instituições e respectivas Responsabilidades e Funções ..................................................................... 18
Tabela 2. Características das unidades geológicas da área de estudo ............................................................... 36
Tabela 3. Dados demográficos da Área de Influencia do Projecto ....................................................................... 40
Tabela 4. Número de Instituições de Ensino na Área de Influencia do Projecto ................................................. 41
Tabela 5. Critérios de classificação dos potenciais impactos ambientais do projecto ....................................... 44

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Localização geográfica do projecto ......................................................................................................... 25
Figura 2. Área de Influência Directa do projecto .................................................................................................... 31
Figura 3. Valores médios mensais de precipitação, evaporação e de temperatura............................................ 33
Figura 4. Rosa-do-Vento para Maputo (2007-2011) ............................................................................................. 34
Figura 5. Altimetria da Área do Projecto ................................................................................................................. 35
Figura 6. Geologia da Área do projecto................................................................................................................... 36
Figura 7. Mapa de Solos da Área do projecto ........................................................................................................ 37
Figura 8. Mapa de hidrologia na área do projecto ................................................................................................. 38

LISTA DE ANEXOS
Anexo 1 – Carta de Categorização
Anexo 2 – Carta de aprovação dos Termos de Referência
Anexo 3 – Certificado de Registo no MITADER
Anexo 4 – Planta das instalações
Anexo 5 - Política de Saúde e Segurança Ocupacional da ENGEN
Anexo 6 – Política Ambiental da ENGEN

xii
LISTA DE ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS
AIA Avaliação de Impacto Ambiental
AID Área de Influência Directa
AII Área de Influência Indirecta
ANE Administração Nacional de Estradas
ARA Administração Regional de Águas
DM Distrito Municipal
DPTADER Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
DUAT Direito de Uso e Aproveitamento da Terra
EDM Eletricidade de Moçambique
EPC Ensino Primário Completo
ESG Ensino Secundário Geral
ETP Ensino Técnico-Profissional
EAS Estudo Ambiental Simplificado
ha Hectare
HIV Vírus de Imunodeficiência Humana
INE Instituto Nacional de Estatística
ITS Infecções Transmitidas Sexualmente
kg Quilogramas
MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
MSDS Fichas de Segurança de Materiais
OMS Organização Mundial da Saúde
ONG Organização Não Governamental
PGA Plano de Gestão Ambiental
RGPH Recenseamento Geral da População e Habitação
SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
SSA Saúde e Segurança Ocupacional
SST Sólidos Suspensos Totais
TdR Termos de Referência
TPM Transportes Públicos de Moçambique

xiii
1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO E ANTECEDENTES


A ENGEN PETROLEUM MOÇAMBIQUE, adiante designado por ENGEN, pretende construir um Posto
de Abastecimento e venda de Combustíveis e lubrificantes no Bairro da Costa do Sol, na Cidade
do Maputo. O projecto surge no âmbito da crescente demanda por hidrocarbonetos e seus
derivados no país em geral e na Cidade do Maputo em particular. A exploração deste Posto de
Abastecimento de Combustíveis será, deste modo, uma forma de tornar mais eficaz a operação
da empresa, dando melhor resposta à referida demanda, reduzindo as distâncias que o
consumidor tem de percorrer para adquirir combustíveis e, será igualmente uma fonte de receitas
para o estado Moçambicano.
Na sequência da submissão da documentação de Instrução do Processo à Direcção Nacional do
Ambiente (DINAB), a actividade foi classificada como de “Categoria B” (Anexo 1).
Os Termos de Referência (TdR) preparados para o Estudo Ambiental Simplificado, e submetidos à
DPTADER de Maputo em cumprimento do estipulado no artigo 12 do Regulamento sobre o
Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto nº54/2015 de 31 de Dezembro) para
projectos de Categoria B, foram aprovados a 25 de Outubro de 2018 (carta de aprovação no Anexo
2). Os mesmos norteiam o presente documento, que constitui o Estudo Ambiental Simplificado
(EAS).

1.2 OBJECTIVOS DO ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO


O objectivo geral do EAS é o de analisar técnica e cientificamente as consequências da
implantação do Projecto proposto e assegurar que este tenha o menor impacto possível no meio
ambiente, tanto na fase de construção bem como na fase de operação.
Os objectivos específicos do EAS são os seguintes:

1. Enquadrar a actividade proposta em termos legais, no plano de ordenamento do território


existente para a área de inserção e de influência do projecto e na situação de referência tanto
ambiental como social desta mesma área;

2. Identificar e avaliar os potenciais impactos ambientais (biofísicos, socioeconómicos e


relativos à saúde e segurança ocupacional), negativos e positivos, derivados das fases de
construção e operação;

3. Para cada impacto, identificar medidas que possam permitir a mitigação dos impactos
negativos e incremento dos impactos positivos nas fases de instalação e operação; e

4. Formular um Plano de Gestão Ambiental (PGA) que atribui responsabilidades


relativamente à implementação das medidas de mitigação assim como para monitorar a devida
implementação das mesmas. O PGA irá ainda estabelecer indicadores de monitoria relativos ao
cumprimento das medidas de gestão ambiental definidas.

1.3 IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE


A ENGEN é um grupo do sector energético baseado em África, focado na refinação e marketing de
petróleo e derivados e na provisão de serviços a retalho, através de uma extensa rede de estações
15
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

de serviço, com 1.700 estações de serviço espalhadas por toda a África Austral. A ENGEN opera
em 20 países Africanos, incluindo Moçambique e a África do Sul, e exporta produtos para mais de
30 países, principalmente em África e nas Ilhas do Oceano Índico. A ENGEN é propriedade de dois
accionistas, sendo 80% da Petronas (empresa nacional de petróleos da Malásia) e 20% do Grupo
Pembani (antigo Worldwide African Investiments Holdings), uma empresa Sul-africana.
Em Moçambique o grupo é representado pela Engen Petroleum Mozambique, Lda que para além
de possuir terminais de combustíveis em Maputo e na Beira, possui um grande número de Postos
de Abastecimento espalhados pelo país inteiro, sendo que o maior número dos Postos de
Abastecimentos da ENGEN estão sob o regime de franchising.

O contacto do proponente do presente projecto é o seguinte:

ENGEN PETROLEUM MOÇAMBIQUE LIMITADA


Av. 25 de Setembro no 1230, Prédio 33 Andares, Porta 307/310
Att: Teodomiro Sarmento
Director Geral,
Telefone: +258 21325201/13|Cel: +258 823039230 I Fax: +258 21325198|
Maputo - Moçambique

1.4 IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPA RESPONSÁVEL PELO EAS


A Impacto Lda, foi designada como Consultor para a Avaliação de Impacto Ambiental do presente
Projecto. A Impacto está registada no MITADER como consultora ambiental (ver Anexo 3), tendo o
certificado da última renovação o número 42/2014.

No presente estudo a Impacto utilizou a seguinte equipa:


• Herberto Nhampanze – Team Leader e Ecologia Terrestre;
• Yolanda Simango – Socioeconomia;
• Naíca Costa – Especialista de Sistemas de Informação Geográfica (SIG);
• Sandra Fernandes – Especialista em Participação Pública

A Team Leader/Ecologia foi responsável pelas seguintes actividades:


• Planificação, logística e coordenação
• Elaboração da situação de referência do ambiente biológico
• Elaboração da situação de referência relativa aos solos, geologia, e topografia
• Identificação e avaliação dos impactos potenciais no ambiente biológico, saúde e
segurança, e gestão de resíduos e definição de medidas de mitigação
• Compilação do Relatório do EAS e o Plano de Gestão Ambiental (PGA)
• Preparação do Resumo Não Técnico para efeitos de Consulta Pública
• Apresentação do EAS em reunião pública
• Controlo de qualidade de todos os documentos a submeter
A especialista em Socioeconomia foi responsável pelas seguintes actividades:
• Elaboração da situação de referência do ambiente socioeconómico e cultural
• Identificação e avaliação dos impactos potenciais no ambiente socioeconómico e cultural
e definição de medidas de mitigação

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• Contributo na compilação do Relatório do EAS, e do PGA.
O Especialista de SIG foi responsável pelas seguintes actividades:
• Elaboração da Situação de Referência da componente de Clima
• Contributo na compilação do Relatório do EAS e do PGA.
• Preparação do material cartográfico necessário para inclusão no relatório do EAS;
A Especialista em Participação Pública foi responsável pelas seguintes actividades:
• Planificação, logística e organização do processo de participação pública
• Facilitação da reunião de Consulta Pública
• Elaboração do relatório de consulta pública

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Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

2. CONTEXTO LEGAL

2.1 INTRODUÇÃO
O quadro regulatório moçambicano contém requisitos e normas definidos para a implementação
e gestão ambiental e social de projectos de desenvolvimento. As funções de protecção ambiental
são desempenhadas por diferentes autoridades, tanto a nível nacional como regional. O Projecto
deverá estar em conformidade com os seguintes instrumentos:
• Leis, normas, regulamentos e padrões moçambicanos aplicáveis.
• Convenções ou tratados internacionais dos quais Moçambique é signatário. Estes incluem
vários tratados internacionais, convenções e protocolos relativos a questões como a
biodiversidade e alterações climáticas.

2.2 RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS

Tabela 2. Instituições e respectivas Responsabilidades e Funções

Instituição Funções e Responsabilidades

Ministério da Terra, • Planeamento e ordenamento territorial para o desenvolvimento


Ambiente e sustentável do país;
• Formulação de propostas de políticas e estratégias de desenvolvimento
Desenvolvimento
integrado da terra, ambiente, áreas de conservação, florestas, fauna bravia
Rural (MITADER) e desenvolvimento rural;
• Administração e gestão da terra;
• Administração, gestão e uso sustentável das florestas e fauna bravia;
• Administração e gestão da rede nacional de áreas de conservação;
• Planeamento, promoção e coordenação do desenvolvimento rural
integrado e sustentável;
• Promoção do desenvolvimento de conhecimentos do domínio da terra, do
ambiente, florestas, fauna bravia e desenvolvimento rural;
• Garantia, manutenção e desenvolvimento de cooperação na área da terra,
do ambiente, florestas, fauna bravia e desenvolvimento rural;
• Definição e implementação de estratégias de educação, consciencialização
e divulgação;
• Coordenação intersectorial e uso sustentável dos recursos disponíveis em
prol do desenvolvimento sustentável.

Dentro do MITADER, a DINAB é a Direcção Nacional do Ambiente, sendo


responsável, entre outros, por propor políticas, legislação e normas para o uso
correcto das componentes ambientais e de controlo da qualidade do ambiente;

• Elaborar, promover e implementar políticas, estratégias, directivas,


programas e planos para o desenvolvimento sustentável e preservação do
ambiente;
• Assegurar a integração dos aspectos ambientais nas políticas, estratégias,
programas e planos sectoriais;

18
Instituição Funções e Responsabilidades

• Prestar assistência técnica a todos níveis de governação em matéria de


ambiente;
• Promover a gestão ambiental, integrada e sustentável das áreas marinhas
e costeiras, rurais e urbanas;
• Estabelecer normas, directrizes e procedimentos para a elaboração dos
planos de gestão ambiental de projectos de desenvolvimento
socioeconómico;
• Promover a elaboração e implementação de planos e programas de gestão
de espaços verdes, resíduos e efluentes líquidos;
• Promover acções de conservação ambiental, visando em particular, a
biodiversidade, gestão sustentável das áreas sensíveis ou protegidas e a
reabilitação de áreas degradadas;
• Conceber e implementar projectos de redução da degradação de solos para
controlo às queimadas, às mudanças climáticas, recuperação das áreas
contaminadas, ecossistemas sensíveis, gestão de terras húmidas e
educação ambiental;
• Implementar acordos bilaterais e multilaterais ambientais sobre
biodiversidade e ecossistemas incluindo espécies ameaçadas ou em perigo
de extinção, clima, gestão sustentável da terra e economia verde e azul mar
e controlo de produtos químicos perigosos;
• Desenvolver, executar e coordenar programas e acções de educação
ambiental orientadas para a promoção de género e participação das
comunidades, do sector privado e da sociedade civil;
• Promover e realizar acções de capacitação e informação sobre temáticas
de ambiente e desenvolvimento sustentável;
• Colaborar com os sectores da educação na integração dos aspectos
ambientais nos curricula escolar do ensino a todos os níveis;
• Desenvolver sistemas de gestão de informação ambiental; e,
• Realizar outras actividades que lhe sejam superiormente determinadas nos
termos do presente Estatuto e demais legislação aplicável.

Ministério dos São atribuições deste ministério, as seguintes:


Recursos Minerais e
Energia (MIREME) • Elaboração de propostas e execução de políticas do sector dos Recursos
Minerais e Energia;
• Inventariação e gestão dos recursos minerais e energéticos do País;
• Promoção de um quadro legal e institucional adequado ao
desenvolvimento do sector;
• Promoção e divulgação das potencialidades do sector dos Recursos
Minerais e Energia;
• Promoção do desenvolvimento tecnológico com vista ao aproveitamento
sustentável de recursos minerais e energéticos a nível nacional;
• Promoção da participação do sector privado no desenvolvimento e
aproveitamento do potencial dos recursos minerais e energéticos e
respectivas infraestruturas;
• Promoção e controlo da actividade de prospecção e pesquisa geológica e
aproveitamento racional e sustentável dos recursos minerais;

19
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Instituição Funções e Responsabilidades

• Inspecção e fiscalização das actividades do sector e o controlo da


implementação das normas de segurança técnica, higiene e de protecção
do meio ambiente;
• Promoção e controlo da actividade de produção de petróleo e do
desenvolvimento de infraestruturas de transporte e logística;
• Promoção do desenvolvimento de infraestruturas de fornecimento de
energia eléctrica;
• Promoção do aumento de acesso à energia nas suas diversas formas, com
vista a estimular o crescimento e desenvolvimento económico e social do
País;
• Garantia de segurança de abastecimento e distribuição de produtos
petrolíferos a nível nacional, com particular destaque para a expansão da
rede de distribuição às zonas rurais;
• Promoção da diversificação da matriz energética e uso eficiente de energia
com vista à segurança e estabilidade energética; e,
• Promoção do uso seguro e pacífico de energia atómica.

Cabe ao Ministério dos Recursos Minerais e Energia, através da Direcção


Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis, garantir o desenvolvimento
sustentável, equilibrado e seguro de infraestruturas de armazenagem,
distribuição, fornecimento e comercialização de gás natural e produtos
petrolíferos.

A Direcção Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis tem as seguintes


funções:

• Elaborar e propor a política de produção, transporte, armazenagem,


distribuição, comercialização e utilização de derivados de petróleo no país
e acompanhar a sua execução;
• Promover a expansão das infraestruturas de armazenagem, distribuição,
fornecimento e comercialização de combustíveis, em particular para as
zonas rurais;
• Elaborar e manter actualizada a informação estatística sobre a produção,
consumo, stocks e reservas estratégicas de combustíveis;
• Aprovar projectos de desenvolvimento e aproveitamento da rede de
fornecimento de combustíveis elaborados por outros organismos;
• Licenciar à instalação de sistemas de armazenagem, refinação e
transformação de projectos de petróleo bruto e seus derivados e
distribuição dos produtos derivados do petróleo;
• Licenciar instalações de produção, armazenagem, transporte, distribuição
e comercialização de derivados de petróleo e terminais portuários para a
sua recepção e manter o respectivo cadastro;
• Elaborar normas de segurança técnica e de defesa do ambiente no âmbito
da sua competência;
• Elaborar os programas e planos anuais de abastecimento de combustíveis
e acompanhar a sua execução; e,
• Controlar a qualidade dos produtos derivados do petróleo importados ou
produzidos e comercializados no país

20
Instituição Funções e Responsabilidades

2.3 LEGISLAÇÃO NACIONAL


A construção e operação do Posto de Abastecimento de Combustíveis é sustentada pela seguinte
legislação nacional no domínio ambiental:

• Lei-quadro do Ambiente Moçambique (Lei 20/97 de 1 de Outubro)


A Lei do Ambiente (Lei nº20/97) tem como objectivo a definição de bases legais para o uso e
gestão correcta do meio ambiente de modo a garantir o desenvolvimento sustentável do País. É
aplicada a todas as actividades, tanto públicas como privadas, que possam de forma directa ou
indirecta afectar o meio ambiente (físico, biótico, socioeconómico e macro-ecossistémico). A Lei
do Ambiente dispõe sobre a poluição do ambiente no seu Artigo 9, a proibição da produção,
depósito no solo e subsolo, lançamento para a água ou para a atmosfera, de qualquer
substância tóxica e poluidora. Mais ainda, no seu Artigo 10 a lei refere-se à necessidade de
estabelecimento de padrões legais de emissão e meio ambiente, que são parcialmente definidos
no Decreto nº18/2004.

O Artigo 15 refere que qualquer actividade que, pela sua natureza, localização ou dimensão, seja
passível de provocar danos ao meio ambiente deve obter uma licença ambiental que é emitida
após a realização de uma Avaliação de Impacto Ambiental – o presente projecto.

• Decreto nº 54/2015, de 31 de Dezembro: Regulamenta o Processo de “Avaliação do


Impacto Ambiental” (AIA)
Este decreto estabelece as regras para o licenciamento ambiental. O Artigo 7 define a
documentação a ser submetida a Autoridade de Avaliação Ambiental para dar início ao Processo
de AIA.. O Artigo 12 estabelece que antes da elaboração do EAS, o proponente deve submeter os
respectivos TdR a Autoridade de Avaliação Ambiental para apreciação e define os elementos que
deverão estar contidos nos TdR. O Artigo 19 define os prazos para a submissão dos relatórios e
comunicação das decisões. O anexo III deste decreto apresenta a lista de actividades de
Categoria B, requerendo deste modo a realização de um Estudo Ambiental Simplificado.

• Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial nº 129/2006)


Esta Directiva fornece um conjunto de orientações e parâmetros para a realização do Estudo de
Impacto Ambiental (EIA), tendo como principal objectivo a normalização dos procedimentos a
adoptar e dotar de directrizes aos vários intervenientes para a realização do EIA.

• Directiva Geral para o Processo de Participação Pública (Diploma Ministerial nº


130/2006 de 19 de Julho)
Esta Directiva tem como objectivo a harmonização dos procedimentos para o processo de
participação pública, e dotar os vários intervenientes de linhas mestras que deverão orientar este
processo de grande importância na avaliação de impacto ambiental, constituindo um elo de

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Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

comunicação entre os órgãos governamentais e os diversos sectores da sociedade civil,


comunidades locais e associações de defesa do ambiente.
Em termos da legislação sectorial, aplicam-se as seguintes leis e decretos:

• Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissões de Efluentes


(Decreto nº 18/2004, de 2 de Junho)
Este regulamento visa assegurar o controlo e a fiscalização da qualidade do ambiente, o controlo
e manutenção dos níveis admissíveis de concentração de poluentes nos componentes
ambientais, sendo aplicável a todas actividades públicas ou privadas que directa ou
indirectamente possam influir no ambiente.
O Artigo 7 estabelece parâmetros para a manutenção da qualidade do ar de modo que não
provoque impactos significativos para a saúde pública. O Artigo 9, estabelece os valores limites
de emissão para fontes móveis, incluindo veículos pesados e ligeiros, referidos no seu Anexo II.
O Artigo 19 que proíbe o depósito no solo de substâncias nocivas (fora dos limites estabelecidos),
que possam levar a degradação deste bem como o exercício de actividades que possam
contribuir/resultar para a degradação dos solos.
O Artigo 20 refere que os níveis de ruídos admissíveis para a salvaguarda da saúde e sossego
público serão estabelecidos tendo em conta a fonte emissora do ruído, o Ministério para
Coordenação da Acção Ambiental estabelecerá por diploma ministerial, os padrões de emissão de
ruído.

• Decreto nº 83/2014 de 31 de Dezembro (Aprova o Regulamento sobre a Gestão de


Resíduos)
Este regulamento tem como objectivo o estabelecimento de regras em relação a produção e ao
lançamento para a água ou atmosfera de qualquer substancia poluidora, depósito no solo e
subsolo, prática de actividades poluidoras, tendo como finalidade a prevenção e minimização de
impactos negativos na saúde e meio ambiente.
O regulamento aplica-se a todos envolvidos, singulares ou privados, públicos ou privados
envolvidos na gestão de resíduos, e o Artigo 7 define que todas entidades que desenvolvam
actividades relacionadas com a gestão de resíduos deverão elaborar um plano de gestão destes
antes do início das actividades, válido por um período de cinco anos, desde a data da sua
aprovação.
O regulamento classifica os resíduos em perigosos e não perigosos, e atribui ao MITADER a
competência de gestão de resíduos perigosos por meio de licenciamento dos estabelecimentos
que se dedicam a gestão de resíduos perigosos e tóxicos.

• Regulamento Relativo às Inspecções Ambientais (Decreto 11/2006 de 15 de Julho)


Este regulamento tem como objectivo regular a actividade de supervisão, controlo e fiscalização
do cumprimento das normas de protecção ambiental a nível nacional.

• Lei de Águas (Lei nº 16/91 de 3 de Agosto)


A gestão dos recursos hídricos em Moçambique é definida pela Lei das Águas. Esta lei tem como
principio que os recursos hídricos pertencem ao domínio público, princípio do utilizador pagador e

22
poluidor pagador, regime de concessão e licença para uso de água, a gestão dos recursos hídricos
de acordo com as bacias hidrográficas, e salvaguarda o equilíbrio do meio ambiente.
Estabelece nomeadamente:
-a proibição de acúmulo de resíduos sólidos, desperdícios ou quaisquer substancias que
contaminem ou ponham em perigo a contaminação de águas (Artigo 53);
-regulamentação dos padrões de qualidade de efluentes, dos corpos hídricos receptores e
métodos de tratamento (Artigo 54);
-que em caso de poluição ou degradação, o poluidor é obrigado independentemente da sanção
aplicável, reconstituir a sua custa a situação que existiria se não tivesse ocorrido o evento que
obriga a reparação (Artigo 55);
Esta Lei também proíbe a contaminação directa ou indirecta das águas.

• Diploma Ministerial nº 180/2004 de 15 de Setembro, Regulamento sobre a Qualidade


da água para o Consumo Humano
O Artigo 7 apresenta os parâmetros de qualidade aplicáveis obrigatoriamente à água destinada
ao consumo humano. Os parâmetros são estabelecidos no Anexo I do Regulamento.

• Lei de Terras (Lei 19/97 de 1 de Outubro)


Esta Lei estabelece os termos em que se opera a constituição, exercício, modificação, transmissão
e extinção do direito de uso e aproveitamento da terra.

• Decreto nº 66/98, de 15 de Julho – Regulamento da Lei de Terras


Este Regulamento, define as normas e práticas para a atribuição de terras a pessoas singulares
e comunidades locais, sem contrariar, contudo, a Constituição da República, ou a pessoas
singulares nacionais que estejam a utilizar a terra há pelo menos dez anos.
O Artigo 6, refere que para implantação de infra-estruturas públicas (estradas secundárias e
terciárias, auto-estradas, linhas férreas, instalações militares, aeroportos, aeródromos, barragens,
instalações e condutores aéreos, superficiais, subterrâneos, submarinos de electricidade,
telecomunicações, petróleo, gás incluído para água e sua faixa confinante de 50 metros) implica
a criação automática de zonas de protecção parcial que as acompanham.
No Artigo 9, é abordado o direito de uso e aproveitamento da terra, dentre as quais a aquisição do
direito de uso e aproveitamento da terra por ocupação pelas comunidades locais exceptua-se em
casos em que a ocupação recaia sobre áreas reservadas legalmente para qualquer fim ou seja
exercida nas zonas de protecção parcial.

• Lei do Trabalho
A Lei 23/2007, de 1 de Agosto define princípios gerais e estabelece o regime jurídico aplicável às
relações individuais e colectivas de trabalho e discute os direitos e deveres dos trabalhadores,
assim como questões de higiene, saúde e segurança no trabalho. O Artigo 218 realça os
regulamentos de Higiene e Segurança, e a necessidade de estabelecimento de códigos de boa
conduta relativos ao mesmo tema; e o Artigo 219 aborda a obrigação de assistência médica no
local de trabalho para os trabalhadores.

• Regulamento de Licenciamento da Actividade Industrial (Decreto 22/2014, de 16 de


Maio)
23
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Fixa as condições e procedimentos para o licenciamento e exercício de actividades industriais,


sem descurar a salvaguarda da protecção de pessoas, bens e do meio ambiente. Este
Regulamento aplica-se aos Estabelecimentos Industriais que se proponham realizar as
actividades constantes da Classificação de Actividades Económicas, em vigor, previstas no seu
Anexo II. Estabelece as condições de localização do empreendimento, normas de fabrico, higiene,
salubridade, segurança e protecção ambiental e cadastro industrial.

• Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (Decreto 56/2010, de 22 de


Novembro)
Estabelece os requerimentos do EIA para operações petrolíferas e procedimentos para prevenção,
controlo, mitigação e reabilitação a serem seguidos. Isto é conseguido através de EIAs, Estudos
de Impacto Ambiental Simplificados e/ou adopção das boas práticas de gestão ambiental para a
classificação de novas actividades do projecto. Aspectos importantes da legislação incluem como
obrigações os seguintes aspectos: (1) a licença é válida por 5 anos e deve ser renovada (Artigo
21), (2) o proponente deve submeter relatórios de monitoria dos parâmetros ambientais conforme
aprovados no PGA pelo MICOA (actual MITADER) e INP (Artigo 27) e (3) qualquer expansão ou
alteração o projecto não antecipada no EIA deve ser comunicada ao MITADER por escrito (Artigo
30).

• Regulamento de Licenciamento de Instalações e Actividades Petrolíferas (Diploma


Ministerial 272/2009, de 30 de Dezembro)
De acordo com este regulamento, a construção, operação, alteração e desactivação das
instalações petrolíferas assim como a construção e operação de instalações de armazenamento
e transporte como parte das operações petrolíferas são sujeitas a licenciamento com o objectivo
de proteger o ambiente e a saúde dos trabalhadores e outras partes potencialmente afectadas
pela operação (Artigo 4). Qualquer novo requerimento de construção o INP deve ser notificado de
modo a alterar, renovar ou cancelar a condição de licenciamento existente (Artigo 15). A licença é
válida por 2 anos.

• Regulamento das Actividades de produção, importação, recepção, armazenamento,


manuseamento, distribuição, comercialização, transporte, exportação e reexportação de
produtos petrolíferos (Decreto n° 45/2012, de 28 de Dezembro)
O regime a que ficam sujeitas as actividades de produção, importação, recepção, armazenamento,
manuseamento, distribuição, comercialização, transporte, exportação e reexportação de produtos
petrolíferos, revogando os Decretos n.º 9/2009, de 1 de Abril, e n.º 63/2006, de 26 de Dezembro.
Este decreto dá especial relevância a tipos de licenças e requisitos para o respectivo licenciamento
(Artigo 4 e seguintes); registos e vistorias obrigatórias (Artigo 14 e seguintes); taxas e respectiva
tipologia (Artigo 20 e seguintes); obrigatoriedade de autorização prévia para qualquer transação
visando instalações e equipamentos petrolíferos (Artigo 28 e seguintes); princípios gerais de
aprovisionamento (Artigo 34 e seguintes); princípios gerais e formalismo que orientam os
processos de importações (Artigo 36 e seguintes); regras de segurança do estabelecimento e do
fornecimento (Artigo 71 e seguintes); e, controlo das características dos produtos petrolíferos
(Artigos 83 e 84).

24
3. DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE

Nesta secção apresenta-se uma descrição geral do projecto, nomeadamente no que diz respeito
a:

• Localização;
• Situação de posse de terra;
• Justificativa para o projecto;
• Descrição da Actividade
• Consumo de água e energia;
• Mão-de-obra;

3.1 LOCALIZAÇÃO
Pretende-se situar o Posto de Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol, Av.
General Cândido Mondlane, Parcela 660, Talhão 55 A, na Cidade do Maputo. A figura abaixo
mostra a área do projecto.

Figura 1. Localização geográfica do projecto

O espaço não possui nenhuma infraestrutura erguida e o acesso ao local é feito pela Av. General
Cândido Mondlane.

25
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Paralelamente a estrada, percorre no sentido Oeste – Este uma vala de drenagem de águas
Pluviais e que passa em frente da área do projecto.

3.2 SITUAÇÃO DE USO E POSSE DE TERRA


O lote de terreno encontra-se localizado no Bairro da Costa do Sol, Distrito Municipal KaMavota
parcela número 660, talhão 55A, cujo DUAT está registado em nome de Manuel França Macurra.
O Sr. Manuel França Macurra estabeleceu uma parceria com a Engen Petroleum Moçambique ao
abrigo do qual o Sr. Macurra vincula a Engen a responsabilidade de edificar um Posto de
Abastecimento de Combustíveis e respectivos estabelecimentos de conveniência.

3.3 JUSTIFICATIVA PARA A ACTIVIDADE


O projecto surge no âmbito da crescente demanda por hidrocarbonetos e seus derivados no país
em geral e na Cidade do Maputo em particular. A exploração deste Posto de Abastecimento de
Combustíveis será, deste modo, uma forma de tornar mais eficaz a operação da empresa, dando
melhor resposta à referida demanda, reduzindo as distâncias que o consumidor tem de percorrer
para adquirir combustíveis e, será igualmente uma fonte de receitas para o estado Moçambicano.

3.4 DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE


O projecto envolve a construção de um Posto de Venda e Abastecimento de Combustíveis e
lubrificantes que inclui uma loja de conveniência, canopy e arranjos exteriores. Edifício principal
com loja de conveniência, área de abastecimento com canopy, pátios cobrindo uma área total de
265.17m2. O edifício será construído com construção convencional constituído por sapatas,
pilares e vigas em betão, alvenaria e cobertura metálica.

O projecto está desenhando para a construção de 4 Unidades de Abastecimento, sendo que na


primeira fase serão construídas 3 Unidades de Abastecimento, e a 4ª Unidade de Abastecimento
será construída futuramente. Cada Unidade de Abastecimento será constituída por 4 mangueiras,
sendo duas para o abastecimento de diesel e duas para o abastecimento de gasolina.

Serão construídos 4 tanques para o armazenamento de combustíveis neste Posto de


Abastecimento, cada um com capacidade de armazenar 23 litros de combustíveis, sendo 2
tanques para o armazenamento de gasolina e os outros 2 para o armazenamento de diesel.

O Posto de Abastecimento terá um sistema de abastecimento de água convencional com toma da


rede pública e seu armazenamento em tanques para posterior bombagem para pontos de toma
de água (torneiras, sanitas, lavatórios, etc). Serão instalados 2 tanques para o armazenamento de
água compacidade de armazenar 5 mil litros de água, sendo um tanque aéreo e outro térreo.

O fornecimento de energia será a partir da rede pública e será montado um Posto de


Transformação (PT) individual que servirá de alimentador para o Quadro Geral de Distribuição que
irá por sua vez alimentar de forma independente e proporcional os quadros parciais do conjunto
todo (loja, cozinha, canopy e zona exterior) e em seguida alimentar diferentes pontos de consumo.
Mão-de-obra moçambicana com nível de escolaridade exigível para prestar os serviços que o posto
e os negócios adjacentes requerem qualitativamente.

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3.4.1 PRINCIPAIS COMPONENTES DO PROJECTO

- Unidades de Abastecimento de combustíveis – são componentes do posto de abastecimento que


inclui uma ou mais mangueiras de enchimento, um ou mais medidores volumétricos, um ou mais
totalizadores de preço, totalizadores de volume vendido, bem como indicadores de preço unitário,
podendo integrar ou não um ou mais sistemas de bombagem de combustível através do qual o
combustível é fornecido aos reservatórios ou recipientes de combustível dos clientes.

Para o Posto de Abastecimento de Combustíveis do Bairro da Costa do Sol, serão construída 4


Unidades de Abastecimento. Estas unidades estarão localizadas no centro da área do projecto, ee
as distâncias entre as Unidades de Abastecimento e o edifício habitado mais próximo está acima
dos 3 metros que é o mínimo definido pelo Decreto 176/2014. Por outro lado, esta localização
permitirá igualmente que a distância entre a Unidade de Abastecimento mais próxima e a Creche
Florzinha, que é o edifício público mais próximo da área do projecto, seja de 11.568 metros, acima
dos 10 metros definidos pelo Decreto 176/2014.

- Tanques de armazenamento de combustíveis – são componentes do posto de abastecimento


destinados ao armazenamento de combustíveis. Serão construídos 4 Tanques de Armazenamento
de Combustíveis subterrâneos no limite Oeste da área do projecto. Esta localização permitirá que
as distâncias em relação a fundações dos edifícios habitados seja superior a 2 metros.

- Separador de óleo - são usados para receber efluentes e águas contaminadas com óleos e graxas
de áreas de manutenção, lavagem de veículos e máquinas além de oficinas mecânicas. Os
separadores água – óleo empregam métodos físicos e químicos como filtração, coagulação,
floculação e flotação e trabalham por densidade, usando a tendência do óleo flutuar na água. A
figura abaixo apresenta um exemplo de separador de água e óleos.

Figura 2. Esquema de um separador de água e óleos

O Separador de água e óleos serão construídos no Limite Oeste da ‘área do projecto.

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Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

3.5 RESÍDUOS

O Projecto será fonte de produção de uma variedade de resíduos, desde resíduos domésticos
orgânicos a resíduos perigosos, como por exemplo:
• Entulho
• Betão e cimento
• Tubagem de PVC
• Embalagens
• Madeira
• Cabos e acessórios eléctricos
• Hidrocarbonetos derramados (combustíveis, lubrificantes ou fluidos hidráulicos)
• Peças usadas de maquinaria (filtros de óleo, equipamento revestido em óleo)
• Resíduos alimentares
• Águas residuais

A ENGEN possui procedimentos de gestão de resíduos sólidos que serão adoptados no presente
projecto.

3.6 VALOR DE INVESTIMENTO


O projecto acima mencionado tem como valor de investimento 70.000.000,00Mt (Setenta
milhões de meticais)

3.7 INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SAÚDE E SEGURANÇA

A ENGEN possui uma Política de Saúde, Segurança, Ambiente e Qualidade, expressa no


compromisso da direcção geral da empresa para este fim, que se aplica a todos os trabalhadores
da ENGEN e empresas contratadas.

A política tem por objectivo prevenir e eliminar riscos de incidentes, assumindo os seguintes
compromissos:

• Proteger, promover e manter a saúde e segurança de todos os intervenientes em todas as


áreas operacionais;
• Dar passos proactivos para proteger o meio ambiente;
• Satisfazer conscientemente as exigências dos clientes e assegurar que os clientes e
trabalhadores estejam satisfeitos com os produtos e serviços da ENGEN;
• Cumprir com todas as leis aplicáveis e onde as leis não existam, aplicar padrões adequados;
• Garantir a melhoria contínua do desempenho na gestão da Saúde, Segurança, Ambiente e
Qualidade, definindo e revendo planos e objectivos claros, bem como metas mensuráveis;
• Providenciar recursos necessários; implementar os valores da ENGEN, e onde for aplicável,
engajar os intervenientes-chave sobre matérias relevantes;
• Garantir a existência de planos de contingência para gerir emergências; e,
• Assumir responsabilidade individual e pessoal na aderência aos procedimentos e práticas
de trabalho seguro.

28
Para a implementação das obrigações e responsabilidades a nível de gestão ambiental, a ENGEN
desenvolveu os seguintes instrumentos que fazem parte o seu sistema integrado interno de
gestão ambiental, saúde e segurança:

• Procedimentos Internos que contém códigos de conduta social, comercial e de ajuda


corporativa que estabelecem orientações tendo em vista a ética ambiental e o desempenho
social e económico da empresa;
• Guias de boas práticas incorporadas nos Procedimentos Internos da empresa para uma
eficiente gestão ambiental, da saúde e segurança ocupacional;
• Programa integrado de gestão ambiental, saúde e segurança ocupacional que engloba um
plano de treino e formação;
• Plano de Emergência e Segurança que engloba as componentes de formação e treino em
emergências, prevenção e combate a incêndios e primeiros Socorros;
• Plano de Circulação Rodoviária que estipula rotas de circulação e estacionamento no recinto
do Posto de Abastecimento de Combustíveis; e,
• Plano de Manutenção de Equipamentos Fixos que abarca a inspecção e manutenção de
equipamentos do Posto de Abastecimento de Combustíveis, de controlo de incêndios, de
emergência, eléctricos, bombas, etc.

29
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

4. ALTERNATIVAS

Alternativas de implementação da actividade


A alternativa à implementação da actividade é a “alternativa zero”, que implicaria a não
implementação do projecto. A implementação do projecto é justificada, principalmente, pela
entrada no mercado moçambicano de mais um Posto de Abastecimento de Combustíveis,
alargando o leque de Postos de Abastecimentos de Combustíveis e assim a concorrência, de que
poderão resultar benefícios para a economia nacional e para os consumidores.
Alternativas de localização
O projecto proposto localiza-se numa área habitacional mas que existem algumas actividades
industriais e o facto de este não estar fora de planos de ordenamento existentes, não implicar
reassentamento e também pelo facto do proponente possuir o DUAT, não vemos necessidade de
alteração do local de implementação da actividade.

30
5. SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

5.1 IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA

A Área de Influência Directa é aquela onde se fazem sentir os impactos directos no meio ambiente
natural e socioeconómico – ex.º ruído das obras, poluição, vibração, odores, conflitos sociais,
acidentes de trabalho, etc. Tendo isso em conta, a AID para o presente projecto inclui, um raio de
25m ao redor do Posto da Abastecimento de Combustíveis.

Figura 3. Área de Influência Directa do projecto

A Área de Influência Indirecta (AII) do projecto é uma área mais abrangente, até onde se podem
fazer sentir os efeitos do projecto proposto, de forma indirecta. Assim, a AII engloba, a vizinhança
imediata das instalações, no Distrito Municipal Kapfumo. Uma área de abrangência maior, pode
ser considerada tendo em conta a contribuição do projecto para a economia nacional, mas não
sendo possível estabelecer com rigor os seus limites geográficos.

31
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

5.2 METODOLOGIA PARA O ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA


O estudo da situação de referência compreendeu estudos de gabinete e trabalho de campo, como
abaixo descrito:

Estudos de Gabinete: recolha e análise de documentos, relatórios e dados existentes relevantes


para a descrição da situação de referência. Foram consultadas referências documentais, incluindo
a caracterização do projecto fornecida pelo Proponente, a planta e planos do projecto, imagens
do Google Earth, e relatórios e outros documentos existentes, sobre o tipo de actividade e a área
geográfica do projecto (ver Capítulo de referências bibliográficas);

Trabalho de campo: o consultor visitou a AID, para obter um melhor conhecimento do meio de
inserção da actividade em termos biofísicos e socioeconómicos.

• Na componente biológica foi efectuado um reconhecimento de terreno para complementar


a informação do estudo de gabinete.
• Na componente socioeconómica foi efectuada uma visita de campo de 3 dias para verificar
in loco as condições socioeconómicas e recolher dados primários. O trabalho incluiu visitas
às comunidades circundantes e às autoridades distritais e locais.
• Na componente de hidrologia, o trabalho de campo consistiu em visitas à AID, fontes de
água e ponto de descarga no rio, previsto pelo projecto.
• Para o plano de compensação, foram efectuados durante 3 dias, censo e inventário de
bens aos afectados pela implantação da conduta de águas residuais.

5.3 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DO AMBIENTE FÍSICO

5.3.1 CLIMA

Precipitação, Temperatura e Evaporação

A área de estudo (Maputo) apresenta um clima subtropical/semi-húmido e um regime climático


com duas estações, a seca (de Maio a Setembro) e a húmida (de Outubro a Abril). Tem estações
visivelmente mais quentes e mais frescas. Os meses mais quentes são Dezembro e Fevereiro,
enquanto os meses mais frescos são de Junho a Agosto. A temperatura média anual é de 22.9º
C. A cidade fica numa região de chuvas de verão, com uma média de 761 mm de precipitação por
ano. A maioria da precipitação anual ocorre entre Dezembro e Março (Figura 3). A humidade
relativa é de aproximadamente 70-85%. Com excepção de Janeiro e Fevereiro, a evaporação
potencial é superior à precipitação.

As condições médias para Maputo, por exemplo temperaturas e precipitação mínimas e máximas,
são apresentadas na Figura 3. A média das temperaturas máximas diárias varia de 31 °C em
Fevereiro a 24 °C em Julho, com variações na mínima de 22 °C em Janeiro a 13 °C em Julho.

32
Nota: Rainfall – precipitação; Max Temp – temperatura máxima; Min Temp – temperatura mínima; Potential Evaporation –
Evaporação Potencial; Mean monthly – média mensal; Temperature – Temperatura.

Figura 4. Valores médios mensais de precipitação, evaporação e de temperatura.

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia num período de 30 anos (1966-1997) indicam os


seguintes valores extremos:

• Valor máximo da temperatura média mensal: 30.9 °C (Janeiro 1969).

• Valor mínimo da temperatura média mensal: 13.3 °C (Julho 1980).

• Temperatura máxima absoluta: 44.1 °C (Janeiro 1980).

• Temperatura mínima absoluta: 8.6 °C (Junho 1984).

Vento

A rosa-dos-ventos que se mostra na Figura 5 foi gerada pela utilização de dados meteorológicos
registados hora a hora obtidos na estação meteorológica do aeroporto do Maputo, para o período
de tempo de Janeiro de 2007 a Dezembro de 2011. Como referido, a estação meteorológica está
a cerca de 4.5 km a nordeste do local do projecto.

A rosa-dos-ventos representa esquematicamente as direcções a partir das quais os ventos


sopraram durante um determinado período. As cores utilizadas na rosa-dos-ventos infra, reflectem
as diferentes categorias das velocidades do vento. Os círculos pontilhados fornecem informação
relativa às categorias da frequência da ocorrência da velocidade e da direcção do vento. A
frequência com que a calmia ocorreu, ou seja, períodos durante os quais a velocidade do vento
foi inferior a 0.5 m/s também estão indicadas.

Como se pode verificar, a direcção de vento predominante é de sul-sudoeste, com


aproximadamente 16% da ocorrência. A segunda direcção predominante de vento é de leste.

33
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

A distribuição da frequência do vento foi também criada e indicada na Figura 4. Os ventos na


região foram maioritariamente classificados como leves a moderados (2.1 – 5.7 m/s), o que
ocorreu cerca de 54.7% do tempo. Ventos frescos (5.7 – 8.8 m/s) foram menos frequentes, cerca
de 19.7% do tempo. Ventos fortes com velocidade superior a 8.8 m/s foram invulgares; a
ocorrência foi de cerca de 1.1%.

NORTH

20%
16%
12%
8%
4%
WEST EAST

WIND SPEED
(m/s)

>= 11.1
8.8 - 11.1
5.7 - 8.8
SOUTH
3.6 - 5.7
2.1 - 3.6
0.5 - 2.1
Calms: 13.36%

Nota: Wind speed – velocidade do vento; Calms – calmias, ; North – Norte; East – Este; South – Sul, West – Oeste.

Figura 5. Rosa-do-Vento para Maputo (2007-2011)

Eventos Extremos

Ciclones tropicais intensos produzem ventos destrutivos, vagas tempestuosas costeiras, chuvas
torrenciais e inundações severas, normalmente resultando em sérios danos nas propriedades e
perdas de vidas humanas. O Sudoeste do Oceano Índico é uma área de génese de tempestades
tropicais que ocasionalmente se desenvolvem para ciclones tropicais.

34
5.3.2 TOPOGRAFIA, SOLOS E GEOLOGIA

5.3.2.1 Topografia

A área de estudo situa-se na planície costeira de Moçambique, cuja altitude aumenta de forma
suave da costa para o interior, e possui uma altitude que se situa entre 0 a 5 metros.

Figura 6. Altimetria da Área do Projecto

5.3.2.2 Geologia e Geomorfologia

Em termos de unidades geomorfológicas, a localização estudada integra os vastos depósitos


sedimentares quaternários que dominam a maior parta da região sul de Moçambique e se
sobrepõem à Bacia Sedimentar Moçambicana que resultou da dispersão Gondwana.

Ao longo da costa sul de Moçambique, a geologia regional inclui uma série de sedimentos não
marinhos, marinhos de pouca profundidade e estuarinos. Formações de dunas ligeiramente
elevadas revelando uma origem relativamente recente ocorrem no interior.

De um ponto de vista geológico, a região do Maputo pode ser dividida em duas áreas: as planícies
costeiras com solos húmidos (caracterizados por dunas móveis e solos de aluvião) e, uma zona
alta, no interior, com dunas fixas e mais antigas.

35
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Figura 7. Geologia da Área do projecto

Tabela 3. Características das unidades geológicas da área de estudo

Símbolo Geologia Éon Era Período Tipo de Rocha


Qa Aluvião, areia, silte, Farenozoico Cenozoico Quaternário Sedimentária
cascalho
Qd Areia de duna costeira e Farenozoico Cenozoico Quaternário Sedimentária
areia de praia

5.3.2.3 Solos

Na área do Maputo, podem encontrar-se os seguintes tipos de solo principais:


• Solos arenosos de diversos tipos e colorações.
• Solos argilosos de aluvião.
• Solos de sedimentos marinhos e estuarinos.

Na área do projecto os solos eram predominantemente sedimentos marinhos e estuarinos (zonas


baixas pantanosas) com depósitos de aluvião associados com a proximidade do local aos
principais sistemas fluviais. Contudo para acomodar utilizações diferentes, actualmente, a
superfície do solo no local da área do projecto compõe-se de materiais de aterro (solos siltosos e

36
arenosos), utilizados para modular a morfologia do terreno. Na área específica de estudo ocorrem
dois tipos de solos, nomeadamente arenosos hidromorficos e arenosos alaranjados de fase dunar.

Figura 8. Mapa de Solos da Área do projecto

A área do projecto caracteriza-se por apresentar solos de sedimentos marinhos estuarinos.


Actualmente o estado natural da cobertura dos solos do local foi, significativamente alterado pela
actividade humana, pois a área foi aterrada para efeitos de construção.

5.3.3 HIDROLOGIA E GEOHIDROLOGIA

5.3.3.1 Recursos Hídricos Superficiais

Não existe nenhum rio nas proximidades do projecto. A área um pouco distante do projecto é por
característica uma área de acumulação de água, que constitui parte da planície costeira de
Maputo, e tem comunicação com o mar através dum braço de maré, onde se situa a Ponte da
Costa do Sol.

A área do projecto acumula água vindo de duas frentes. A área a montante, acumula água devido
à drenagem natural (superficial e subterrânea) das zonas mais altas. A área, a jusante da área do
projecto é caracterizada por pântanos de mangais modificados e degradados pela acção humana,
que acumulam água das marés vivas.
37
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Figura 9. Mapa de hidrologia na área do projecto

O mangal e as zonas de inundação de marés da Costa do Sol comunicam através de canais para
um riacho – o Quenhenguanine – que desagua junto ao Restaurante da Costa do Sol. Este riacho
e os canais adjacentes escoam águas de escorrência provenientes da região interior de
Maputo que drenam através da Barreira das Mahotas. As águas atravessam planícies de
inundação e baixas pantanosas como a Baixa de Matibanine que se localiza na região de
estudo. Esta comunidade está profundamente perturbada e aterros extensos podem ser
vistos no lado interior. O elevado grau de salinidade induz que as árvores junto aos canais
interiores (quase todas da espécie Avicennia marina) sejam de estrutura anã.

38
5.4 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DO AMBIENTE BIOLÓGICO

5.4.1 FLORA, HABITATS E FAUNA TERRESTRE

A área de influência do projecto está já bastante modificada pela acção humana. Da costa para o
interior, ocorre alguma vegetação de mangal que apresenta-se sob stress devido a influência
humana.

Próximo da área de implementação do projecto ocorre o mangal da Costa do Sol. Este mangal está
sujeito a um regime de inundação semi – diurno e é representado pela espécie Avicenia marina,
que é a espécie mais abundante, e a espécie Rhizophora mucronata. De referir que este mangal
foi altamente perturbado pela acção humana, com um padrão de composição monoespecifico
(Avicennia marina, com excepção de exemplares dispersos de Rhizophora mucronata junto aos
canais) e as árvores remanescentes apresentam um porte anão, que traduz elevados níveis de
salinidade. O esforço de depuração de sais desenvolvido pelas árvores ocupa a maior parte da
energia das árvores que, assim, acabam não crescendo. As inundações que poderiam proceder a
uma lavagem de sais nos solos ocorrem apenas nas marés vivas das marés cheias, altura em que
a água transborda dos canais e se espalha pelo pântano.

A espécie observada que possui estatuto especial de conservação é a Avicennia marina que, como
referido anteriormente apresenta-se sob stress devido a influência humana.

A fauna é típica de áreas muito perturbadas pela acção humana e consiste em grande parte
por animais de pequeno porte como ratos, coelhos, anfíbios, répteis e invertebrados.

5.5 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DO AMBIENTE SOCIOECONOMICO


A caracterização socioeconómica da situação existente foi efectuada considerando duas escalas
de análise, uma escala mais local, que diz respeito a área de intervenção directa do projecto e o
bairro envolvente, neste caso o bairro Costa do Sol, que é onde se farão sentir os impactos directos
do projecto no que se refere a perturbação devido ao ruído das obras, acidentes de trabalho,
incêndio, só para citar alguns exemplos, e uma escala mais alargada considerada para efeitos de
enquadramento, a qual corresponde o espaço até aonde potencialmente se farão sentir os efeitos
do projecto proposto, o Distrito Municipal KaMavota, Cidade de Maputo.

5.5.1 ENQUADRAMENTO GERAL E ADMINISTRATIVO

O projecto de construção e operação do posto de abastecimento de combustíveis da Engen será


implantado no bairro Costa do Sol, Distrito Municipal KaMavota, Cidade de Maputo, conforme
ilustra a Figura 1.

O Distrito Municipal KaMavota, situado a Noroeste na Cidade de Maputo, é limitado a norte pelo
Distrito de Marracuene, a sul pelo Distrito Municipal KaMaxakeni, a Este pela Baía de Maputo e
Oeste pelo Aeroporto Internacional de Maputo e Distrito Municipal KaMubukwana e a Sudoeste
com o Distrito Municipal KaMaxakeni.

Com uma extensão de 108.37 km2, o Distrito subdivide-se em 11 bairros municipais


nomeadamente Albazine, Costa do Sol, Ferroviário, FPLM, Hulene A, Hulene B, Laulane, Mahotas,
Mavalane A, Mavalane B e 3 de Fevereiro.
39
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Enquanto a governação a nível do Distrito Municipal é feita pelo Vereador Municipal nomeado pelo
Presidente do Conselho Municipal, a estrutura de governação a nível do bairro é encabeçada pelo
Secretário do Bairro apoiado pelos Chefes dos quarteirões e Chefes de 10 casas. Estes são
igualmente nomeados pelo Presidente do Conselho Municipal, sob proposta do vereador da
respectiva unidade territorial, por um mandato de 5 anos.

5.5.2 PERFIL DEMOGRÁFICO

Segundo os dados preliminares do IV RGPH realizado em 2017, o DM KaMavota conta com um


total de 331 958 habitantes (30% da população da Cidade de Maputo), um aumento de 38 688
habitantes quando comparado com o Censo Populacional de 2007. Desse total 31 406 habitantes
pertencem ao bairro Costa do Sol.
Tabela 4. Dados demográficos da Área de Influencia do Projecto

Localidade Censo Censo Superfície (km2) Densidade Populacional


2007 2017
Cidade de Maputo 1 094 628 1 101 170 346,77 3 175,5 hab/km2
Distrito Municipal 293 270 331 958 108, 37 3 063,2 hab/km2
KaMavota
Bairro Costa do Sol 16840 31 406 34,3 1 036,5 hab/km2
Fontes: IV RGPH 2017 – Dados Preliminares da Secretaria do Bairro Costa do Sol

A população do DM KaMavota é originalmente de etnia Varhonga e Machanganas, tendo surgido


posteriormente, devido a imigração de população de diferentes regiões do país para os bairros
deste distrito, várias outras etnias.

No que se refere a religião, segundo as autoridades locais, grande parte da população de


KaMavota assim como do bairro Costa do Sol professa a religião evangélica e a católica, podendo
também se verificar agregados que professam a religião zione e islâmica.

Migração
Não foi possível obter dados referentes ao padrão de migração a nível do bairro e distrito da área
de influência projecto mas, segundo as autoridades locais, o bairro Costa do Sol, devido a sua
localização estratégica (junto a costa), tem atraído cada vez mais imigrantes, não só nacionais
provenientes de diferentes pontos da província de Maputo e do país, como também estrangeiros,
o que pode ser confirmado com o crescimento populacional registado entre 2007 e 2017 (mais
de 90%).

5.5.3 HABITAÇÃO, INFRA-ESTRUTURAS SOCIAIS E DE SERVIÇO

HABITAÇÃO

Segundo INE (2010) a maioria das habitações na cidade de Maputo são casas formais (casas
convencionais, básicas, flat/apartamento), sendo o principal tipo de habitação verificada as casas

40
básicas2 construídas com material durável (paredes de blocos de cimento e tecto de chapas de
zinco ou laje de betão).

Seguindo a tendência da Cidade, o DM KaMavota e o Bairro Costa do Sol são maioritariamente


constituídos por habitações do tipo formal básica, com paredes de blocos de cimento e tecto de
zinco, havendo no entanto a nível do Bairro, cada vez mais apartamentos e habitações
convencionais em construção.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO

De acordo com as autoridades locais, tanto a nível do DM KaMavota como do bairro Costa do Sol,
a maioria das habitações possui água canalizada dentro das suas habitações, fornecida pelo
Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água - FIPAG, existindo entretanto furos
de fornecedores privados e alguns poços que satisfazem uma minoria da população.

No que diz respeito ao saneamento, o sistema usado tanto a nível do Distrito Municipal como do
bairro, é o de fossas sépticas sendo que nas áreas contíguas, usa-se um sistema misto de fossas
sépticas e latrinas melhoradas.

A gestão de resíduos sólidos é feita através de serviços de salubridade municipal e algumas


associações que prestam apoio na recolha de lixo em alguns bairros. Estes são posteriormente
depositados em contentores e recolhidos para os aterros aonde são tratados.

ENERGIA

No que se refere a energia, o bairro Costa do sol está ligado a rede nacional de energia eléctrica
sendo que a maioria das habitações beneficiam da energia da EDM. Para a confecção de
alimentos, a fonte de energia mais utilizada são o carvão e o gás, podendo também se verificar o
uso da energia eléctrica da rede EDM.

EDUCAÇÃO E SAÚDE

O DM KaMavota conta com uma rede escolar constituída por um total de 54 escolas das quais 34
públicas e 20 particulares, sendo a maioria do ensino primário (Tabela 2). Do total de escolas
existentes, 5 pertencem ao Bairro Costa do Sol, sendo estas do ensino primário completo.

Tabela 5. Número de Instituições de Ensino na Área de Influencia do Projecto

2 Casa básica é uma casa habitacional que só tem quarto (s), mas não tem facilidades básicas (casa de banho e/ou
cozinha) no seu interior, sendo construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite,
telha/laje de betão). Inclui-se nesta categoria o conjunto de quartos geminados (casa comboio) que utiliza os mesmos
serviços.
41
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Nível de Ensino
Localização
EPC ESG ETP
DM KaMavota 37 15 2
Costa do Sol 5 0 0
Fonte: Administração do Distrito Municipal KaMavota

No que se refere a saúde, KaMavota possui uma rede sanitária constituída 6 unidades sanitárias,
nomeadamente, 1 Hospital Geral, 3 Postos de Saúde, 3 Centros de Saúde existindo ainda algumas
unidades sanitárias privadas. Dos 3 Postos de saúde existentes, apenas um está localizado no
Bairro Costa do Sol.

ACESSOS E TRANSPORTE

KaMavota possui uma vasta rede viária, constituída por estradas principais, secundárias e
terciárias de terra batida que permitem o movimento das comunidades para dentro e fora do
distrito. A nível da área de implantação do projecto, as vias a destacar são parte da estrada
Marginal, Circular de Maputo, e a Av. General Cândido Mondlane, que possibilitam a circulação de
pessoas, mercadorias, bens e serviços.

Para além da rede viária, o Distrito é ainda atravessado por uma linha férrea, o “Corredor do
Limpopo” que serve de corredor para o escoamento de mercadorias e passageiros.

No que se refere a transporte, o Distrito conta com o transporte rodoviário e ferroviário. O


transporte de passageiros e cargas ao nível do bairro Costa do Sol é garantido pelos Transportes
Públicos de Maputo – TPM e transporte semi-colectivos de passageiros que percorrem as
principais vias que atravessam o bairro obedecendo a rotas de circulação pré-definidas: Baixa e
Praça dos Combatentes.

42
5.5.4 ACTIVIDADES ECONÓMICAS E DE SUBSISTÊNCIA

As principais actividades económicas na área de influência do projecto estão baseadas no sector


primário, com maior incidência para o comércio informal e a pesca. Outras actividades incluem a
agricultura do sector familiar e a pecuária.

Comércio
O comércio assume principalmente características informais, não existindo a nível do bairro Costa
do Sol um mercado formal. As trocas comerciais são principalmente realizadas em pequenos
mercados informais distribuídos pelas ruas do bairro e bancas montadas em frente das
residências dos agregados familiares, sendo principalmente comercializados produtos agrícolas e
de primeira necessidade obtidos nos principais mercados grossistas da cidade. É ainda possível
observar ao longo da avenida Marginal, junto a praia Costa do Sol, inúmeros quiosques e barracas
de venda de alimentos e bebidas para os turistas que se fazem a praia.

Pesca
A pesca é outra actividade que envolve grande parte da população residente no bairro Costa do
Sol. Esta é principalmente artesanal, desenvolvida ao longo da praia e no centro de pesca
pescadores, tendo como finalidade consumo familiar e venda nos mercados e serviços hoteleiros
existentes ao nível do bairro. A principal espécie capturada e comercializada é a magumba (Hilsa
kelee) podendo também ser capturadas outras espécies de peixe e camarão.

Agricultura
Embora o Distrito Municipal KaMavota, possua forte tradição agrícola com terras propícias para
esta actividade, a actividade agrícola no bairro Costa do Sol não é praticada em grande escala,
existindo apenas o registo de uma associação de agricultores que praticam a agricultura na cintura
verde da Cidade de Maputo e agregados que possuem hortas nos quintais das suas residências.
São principalmente produzidas hortícolas como alface, couve, tomate, cebola e outros produtos
frescos, que para além do consumo familiar abastecem alguns mercados da cidade de Maputo.

5.5.5 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Os principais usos de terra verificados na área de influência do projecto compreendem áreas


residenciais e de actividades económicas, podendo também se verificar áreas de mangais próximo
a estrada marginal.

O projecto será implantado numa área sem nenhum uso do solo, entretanto a área circundante é
constituída por residências, algumas infra-estruturas de serviço (creche) e empresas.

5.5.6 PATRIMÓNIO HISTÓRICO E CULTURAL

Não foram identificados locais de importância histórico-cultural na área do projecto, assim como
nas imediações desta, que possam interferir com o projecto.

43
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

6. IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS E DEFINIÇÃO DE


MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

6.1 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS


A categorias de classificação a considerar, para cada um dos critérios acima, estão apresentadas
a seguir, na Tabela 5.
Tabela 6. Critérios de classificação dos potenciais impactos ambientais do projecto

CRITÉRIO DESCRIÇÃO
Estatuto Natureza do impacto
Positivo Mudança ambiental benéfica
Negativo Mudança ambiental adversa
Probabilidade Grau de possibilidade de ocorrência do impacto
Pouco Provável A possibilidade de ocorrência é baixa
Provável Existe uma possibilidade distinta de ocorrência do impacto
Altamente
Quando existe uma possibilidade muito alta de ocorrência do impacto
Provável
Quando há certeza que o impacto irá ocorrer, independentemente das medidas
Definitiva
preventivas adoptadas
Extensão A área afectada pelo impacto
Local Apenas nas áreas definidas para a implementação do projecto
Sub-regional Na Cidade de Maputo
Regional Na região Sul do país
Nacional Em Moçambique
Internacional Moçambique e país(es) vizinho(s)
Duração Período durante o qual se espera a ocorrência dos impactos
De curto prazo Entre zero (0) a cinco (5) anos
De médio prazo Entre cinco (5) a quinze (15) anos
De longo prazo Todo o tempo de vida útil do projecto
O impacto prolonga-se mesmo após o término da actividade, independentemente da
Permanente
implementação ou não de medidas de mitigação
Intensidade do impacto no local, tendo em conta o efeito sobre os processos ambientais
Intensidade
e sociais
Baixa O funcionamento dos processos naturais, culturais ou sociais não é afectado
O funcionamento dos processos naturais, culturais ou sociais é moderadamente
Moderada
afectado
Alta O funcionamento dos processos naturais, culturais ou sociais é gravemente afectado
O nível de importância do impacto – resulta da síntese dos aspectos anteriores
Significância
(probabilidade, extensão, duração e intensidade)
Impacto que são ligeiros ou transitórios, muitas vezes indistinguíveis do nível natural de
Não significante
mudança ambiental e social
Baixa Não exige mais investigação, mitigação ou gestão
Moderada Exige mitigação e gestão para redução de impactos (se negativo)
Só pode ser mitigado ou gerido com medidas de mitigação excepcionais, devendo
Alta
influenciar uma decisão sobre o projecto

44
No presente caso, define-se impacto como sendo qualquer alteração a um recurso ou receptor,
causada por actividades do projecto, bem como quaisquer actividades de apoio associadas.
Dados de base providenciam informação crucial para o processo de avaliação e caracterização de
como o projecto poderá afectar o ambiente biofísico e socioeconómico. A avaliação de impactos é
feita através de um processo interativo, tomando em consideração quatro elementos-chave:

• Predição da Intensidade dos impactos, que reflete as consequências da actividade no


ambiente natural e social.
• Avaliação da importância (ou significância) dos impactos, tomando em conta a sensibilidade
dos recursos ambientais e dos receptores humanos.
• Desenvolvimento de medidas de mitigação para evitar, reduzir ou gerir os impactos.
• Avaliação dos impactos residuais (caso existam) significantes após a aplicação de medidas
de mitigação.

6.2 FORMULAÇÃO DE MEDIDAS DE MITIGAÇÃO


O EAS define medidas de mitigação para os impactos ambientais e sociais identificados, sendo
estas tecnicamente aceitáveis, praticáveis e custo-eficazes. Os objectivos são evitar danos
desnecessários ao ambiente; salvaguardar recursos valiosos ou limitados; proteger o Homem e o
seu ambiente social.
As medidas de mitigação são definidas para evitar, minimizar, reabilitar, restaurar ou
contrabalançar quaisquer impactos negativos identificados, de acordo com a hierarquia de
mitigação. Para impactos positivos, tais como benefícios ambientais e sociais, são formuladas
medidas para incrementar os seus efeitos.

6.3 IMPACTOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO NO AMBIENTE BIOFÍSICO

IMPACTOS NEGATIVOS

IMP 1. Poluição dos solos por resíduos

O uso de mão-de-obra intensiva e de maquinaria (veículos, máquinas pesadas, equipamentos) na


construção e operação do projecto, irá resultar na produção de resíduos diversos e potencial
ocorrência de derrames que poderão contaminar os solos e as águas (superficiais ou
subterrâneas). Este impacto pode resultar das seguintes fontes:
• Resíduos sólidos diversos
• Derrames durante o transporte e o armazenamento dos produtos químicos;
• Derrames durante a manutenção/reparação de viaturas e maquinaria;
• Deposição imprópria dos filtros de óleo, tambores e outros materiais de manutenção de
veículos e maquinaria.

45
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Provável
Extensão: Local
Duração: De curto prazo
Intensidade: Baixa
Significância: Baixa
Ocorrência: Fase de Construção e Operação

Medidas de mitigação:
• Deverá ser criado um programa de educação e sensibilização de forma a instruir todos os
trabalhadores a efectuar uma deposição adequada dos resíduos domésticos e sensibilizar
quanto à necessidade da preservação do meio ambiente e do seu papel como agentes
activos na mudança de mentalidades;
• O Plano de Gestão de resíduos deverá ser implementado e a sua implementação
fiscalizada,
• O empreiteiro deve estabelecer um sistema de gestão de águas contaminadas e uma
declaração de métodos mencionando as acções que serão executadas para prevenir a
poluição e descrevendo qual o método de deposição da água contaminada. O empreiteiro
deve notificar o responsável ambiental logo imediatamente após a ocorrência dum
incidente.
• Recolher todo o entulho e outros resíduos da construção;
• Colocar contentores nas proximidades dos edifícios e fiscalizar a sua utilização;
• Respeitar o princípio dos três R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar);
• Recolher e limpar regularmente os locais de depósito de resíduos (para que não haja
acumulação de resíduos);
• Identificar zonas devidamente preparadas para o armazenamento e manuseamento de
resíduos perigosos (pavimentar com betão, garantir uma inclinação em direcção a uma
caixa de retenção ou fossa e proteger adequadamente da acção das águas pluviais);
• Manutenção regular do equipamento e maquinaria;
• Garantir que os resíduos perigosos são transportados para um aterro licenciado para tal;
• Garantir que o transporte de resíduos é efectuado por empresas licenciadas

IMP 2. Alterações na qualidade da água devido às actividades do projecto

Os impactos na qualidade da água resultam de alterações diversas que podem advir de diferentes
fontes, como o Armazenamento ou transporte combustível e óleo, incluindo o uso de viaturas

A preparação do local implicará a utilização de combustível e óleos e a necessidade de os


armazenar no local. O uso de máquinas e equipamentos no local tem o potencial de introduzir
contaminantes no ambiente que poderão infiltrar-se nos cursos de água. A falha em gerir estes
potenciais poluentes poderá resultar em impactos negativos sobre a qualidade da água.

46
Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Provável
Extensão: Local
Duração: De curto prazo
Intensidade: Moderada
Significância: Baixa
Ocorrência: Fase de Construção e Operação

Medidas de Mitigação
• O Plano de Gestão de resíduos deverá ser escrupulosamente implementado,
• O empreiteiro deve estabelecer um sistema de gestão de águas contaminadas e elaboar uma
declaração de métodos mencionando as acções que serão executadas para prevenir a poluição
e o método de deposição da água contaminada. O empreiteiro deve notificar o responsável
ambiental logo imediatamente após a ocorrência dum incidente.
• Recolher e limpar regularmente os locais de depósito de resíduos (para que não haja
acumulação de resíduos);
• Identificar zonas devidamente preparadas para o armazenamento e manuseamento de resíduos
perigosos (pavimentar com betão, ter uma inclinação para uma caixa de retenção ou fossa e
estar protegida das águas pluviais);
• Manutenção regular de equipamento e maquinaria;
• As substâncias perigosas devem ser armazenadas numa superfície impermeável, numa
instalação segura, selada e de acesso restrito
• Materiais capazes de conter e limpar derrames de combustível ou de óleo (kits de derrame)
devem estar disponíveis nessas áreas.
• Os derrames devem ser limpos imediatamente e os solos contaminados eliminados de acordo
com a legislação, numa instalação licenciada de eliminação de resíduos perigosos;
• Fichas de Dados de Material de Segurança (MSDS) para todas as substâncias perigosas devem
estar disponíveis na fábrica. Procedimentos detalhados nas MSDS devem ser seguidos no caso
de alguma emergência

IMP 3. Alterações na qualidade da água devido à infiltração de contaminantes

O projecto implicará a utilização de combustível e óleos e a necessidade de os armazenar no local.


O uso de máquinas e equipamentos no local tem o potencial de introduzir poluentes no ambiente
que poderão infiltrar-se nos cursos de água. A falha em gerir estes potenciais poluentes poderá
resultar em impactos negativos sobre a qualidade da água.

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Provável
Extensão: Local
Duração: De curto prazo
Intensidade: Moderada
Significância: Baixa
Ocorrência: Fase de Construção e Operação

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Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Medidas de mitigação

• Deverão ser tomadas todas as precauções para evitar que os líquidos derramados fluam
para o interior de construções, através de inclinação dos pavimentos, da elevação do
limiar das entradas ou outros meios igualmente efectivos;
• O posto de abastecimento, incluirão um sistema de tratamento de águas residuais
contaminadas com combustíveis líquidos, constituído por separador por gravidade ou
outro dispositivo, em conformidade com uma norma técnica aplicável;
• Nas zonas onde exista a possibilidade de derrames, nomeadamente nas áreas de
abastecimento, os pavimentos serão impermeáveis, e o pavimento inclinado de modo que
os derrames não escorram para a estrada, cursos de água ou sistemas de drenagem de
águas pluviais sem primeiro passar por um sistema de tratamento de águas residuais
incluindo as águas provenientes das estações de lavagem de viaturas caso sejam estas
partes integrantes dos postos de abastecimento.
• Garantir que as fossas sépticas sejam alvo de manutenção regular;
• As substâncias perigosas devem ser armazenadas numa superfície impermeável, numa
instalação segura, selada e de acesso restrito
• Materiais de contenção e limpeza para derrames de combustível ou de óleo (kits de
derrame) devem estar disponíveis nessas áreas.
• Os derrames devem ser limpos imediatamente e os solos contaminados eliminados de
acordo com a legislação, numa instalação licenciada de eliminação de resíduos perigosos;

IMP 4. Poluição por resíduos não perigosos

Durante o processo de construção e operação, vários resíduos serão gerados. Estes incluem betão
e cimento, entulhos, tubagem de PVC, embalagens, acessórios e chapas metálicas, madeiras e
cabos e acessórios eléctricos, provenientes principalmente da fase da construção do Posto de
Abastecimento de Combustíveis e Loja de Conveniência e resíduos sólidos como garrafas
quebradas, latas e tampas metálicas amassadas, plástico e papelão provenientes da embalagem,
vidros provenientes do processo de produção e embalagem da cerveja, além de diversos resíduos
domésticos.

Uma deficiente gestão dos resíduos produzidos pode criar condições propícias à proliferação de
animais sinantrópicos3. Estes encontram alimento nos resíduos domésticos e abrigo em locais
pouco arrumados e limpos como por exemplo os armazéns. Estas espécies podem interferir coim
o bem-estar dos agregados familiares circunvizinhos da área de implantação do projecto.

3 Animais sinantrópicos são aqueles que ao longo do tempo se adaptaram a viver junto ao homem, mas não em
harmonia com este. A maioria destes animais alimenta-se do lixo produzido pelo homem, podendo transmitir doenças.
Os exemplos incluem os ratos, baratas, formigas, pulgas, mosquitos, corvos, pombos, moscas, etc.

48
Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Alta
Extensão: Local
Duração: Permanente
Intensidade: Moderada
Significância: Moderada
Ocorrência: Fase de Construção e Operação

Medidas de mitigação

• Os resíduos para os quais a hierarquia de gestão não puder ser implementada deverão
tratados e/ou eliminados da forma ambientalmente mais adequada.
• Caso sejam descobertos resíduos de origem desconhecida, estes deverão ser tratados
como perigosos (como uma abordagem cautelosa) até que seja efectuada uma
investigação que permita a correcta caracterização e manuseamento dos materiais e a
identificação de uma via de gestão adequada
• Deverá ser implementado um sistema de rastreamento de resíduos, com manifesto, que
acompanhe cada carregamento de resíduos transferidos das instalações.
• Recolher e limpar regularmente os locais de depósito de resíduos (para que não haja
acumulação de resíduos);
• Manutenção regular de equipamento e maquinaria;
• Garantir que o transporte de resíduos é efectuado por empresas licenciadas
• Qualquer lixo resultante de actividades dos trabalhadores deve ser imediatamente
recolhido.
• Os resíduos deverão ser colocados em contentores e as áreas temporárias de
armazenamento deverão ser contidas para prevenir o acesso por pessoas ou animais.
• Os resíduos devem ser eliminados de forma segura, adequada e responsável, conforme
as melhores práticas, legislação Moçambicana e requisitos do Proponente.

IMP 5. Poluição resultante da gestão inadequada de resíduos perigosos

O projecto irá gerar, ao longo do seu ciclo de vida, resíduos sólidos perigosos como por exemplo
restos de combustível, filtro de óleos, materiais contaminados com óleos, absorventes
contaminados com combustível, etc.
Todos os resíduos gerados deverão ser classificados de acordo com o Regulamento sobre a
Gestão de Resíduos Perigosos.

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Probabilidade
Extensão: Local
Duração: Permanente
Intensidade: Moderada
Significância: Baixa
Ocorrência: Fase de Construção e Operação

49
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Medidas de mitigação

• Devem ser sempre usadas Fichas de Dados de Segurança (MSDS) para todos os materiais
e produtos usados, para proporcionar uma avaliação dos riscos possíveis, bem como a
melhor abordagem em termos de métodos de manuseamento e eliminação.
• As especificações para o armazenamento e manuseamento de todos os resíduos e
substâncias perigosas devem ser cumpridas.
• Todos os materiais perigosos devem ser manuseados de uma forma segura e responsável.
• Identificar zonas devidamente preparadas para o armazenamento e manuseamento de
resíduos perigosos (pavimentar com betão, com inclinação para uma caixa de retenção ou
fossa e estar protegida das águas pluviais);
• Todos os derrames de combustíveis, óleos ou de outras substâncias perigosas devem ser
imediatamente limpos e devem ser tomadas medidas para remediar os efeitos do
derrame.
• Todos os instrumentos, materiais e especialistas necessários para lidar com derrames de
óleos, combustíveis, lubrificantes e outros materiais perigosos devem estar prontamente
disponíveis.
• Implementação do Plano de Gestão de Resíduos

6.4 IMPACTOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO NO AMBIENTE SOCIOECONOMICO

IMPACTOS POSITIVOS

IMP 6. Criação de Postos de Trabalho Temporários e Permanentes

Tanto na fase de construção como na fase operacional do projecto prevê-se a contratação de mão-
de-obra especializada, havendo no entanto trabalhos que poderão ser executados por mão-de-
obra não qualificada. A criação de emprego implicará uma melhoria das condições de vida da
população residente uma vez que vai resultar no aumento da renda familiar e melhoria na
qualidade de vida dos beneficiados.

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Positivo
Probabilidade: Provável
Extensão: Local
Duração: Médio a Longo prazo
Intensidade: Moderada
Significância: Moderada
Ocorrência: Fase de Construção e Operação

50
Medidas de Potencialização
• Devem ser estabelecidos formalmente requisitos de contratação claros a serem cumpridos
pela empresa contratante;
• Para cada função, deve ser divulgado o número de postos de trabalho disponíveis, as
qualificações necessárias e o período aplicável;
• Deve-se providenciar formação de pessoas locais para a execução de tarefas
semiespecializadas, de modo a reduzir a contratação de trabalhadores de fora para efectuar
este tipo de trabalho.
• Garantir e promover a igualdade de oportunidades e não discriminação (raça, sexo,
orientação sexual, religião, orientação politica, etc.)
• Garantir o cumprimento da lei do trabalho
• Promover e implementar condições seguras de trabalho

IMP 7. Promoção da economia formal a nível local

A implantação do posto de combustíveis ira contribuir para o crescimento da economia local


através do pagamento de impostos e licenciamentos. Acrescenta-se a isso um estímulo a
economia local resultante da criação de postos de trabalho e compra de bens e serviços
adquiridos de empresas locais.

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Positivo
Probabilidade: Provável
Extensão: Local
Duração: Médio a Longo prazo
Intensidade: Baixa
Significância: Baixa
Ocorrência: Fase de Construção e Operação

Medidas de Potencialização
• Sempre que possível o proponente deve garantir que sejam contratados fornecedores de
bens e serviços estabelecidos a nível local e/ou (sub)regional
• Promover o recrutamento de mão-de-obra a nível local

IMP 8. Optimização e Valorização do solo urbano/Alteração da Paisagem

A implantação do projecto implicará uma modificação no uso do solo e consequente alteração das
características visuais da área.

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Positivo
Probabilidade: Definitiva
Extensão: Local
Duração: Permanente
Intensidade: Moderada
Significância: Baixa
Ocorrência: Fase de Operação
51
Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Medidas de Potencialização
Não existem medidas de potencialização para o presente impacto

IMPACTOS NEGATIVOS

IMP 9. Criação de Expectativas quanto a disponibilidade de postos de trabalho

Com a implantação do projecto é natural que se crie, no seio dos residentes do Bairro Costa do
Sol, expectativas em relação as oportunidades de emprego disponíveis.

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Provável
Extensão: Local
Duração: Curto Prazo
Intensidade: Baixa
Significância: Moderada
Ocorrência: Fase de Operação

Medidas Mitigadoras
• Divulgar, de forma pública e atempada, o número de vagas e funções disponíveis, os
critérios de elegibilidade, requisitos de contratação e períodos de trabalho previstos
• Sempre que possível priorizar a contratação de mão-de-obra local;
• O recrutamento de mão-de-obra local, qualificada ou não, deve ser feito com estreito
envolvimento das estruturas de governação locais;
• Devem ser estabelecidos e cumpridos princípios e procedimentos de contratação de pessoal
que assegurem igualdade de oportunidades aos candidatos elegíveis no processo de
candidatura.

IMP 10. Perda de posto de trabalho apos a conclusão das obras de construção

Após a finalização das obras de construção, os postos de trabalho temporários serão encerrados
e os trabalhadores assalariados serão dispensados

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Altamente Provável
Extensão: Local
Duração: Curto Prazo
Intensidade: Baixa
Significância: Moderada
Ocorrência: Fase de Construção

52
Medidas de Mitigação
• É importante que na fase de contratação da mão-de-obra local seja clarificada a natureza
temporária dos postos de trabalho, bem como a duração prevista para cada posto.
• Os trabalhadores contratados devem estar claros sobre as disposições legais que orientam
os seus contratos de trabalho, principalmente no que concerne ao término dos mesmos
• O proponente poderá criar programas e capacitação que permita que os trabalhadores a
serem dispensados tenham acesso a outras oportunidades de emprego finda a fase de
construção.

IMP 11. Aumento de tráfego e interferência com o trânsito normal da estrada

A construção do posto implicará uma maior movimentação de veículos que transportam materiais,
insumos e equipamentos e maquinas pesadas, implicando um aumento no tráfego na via que
atravessa e dá acesso a área de implantação do projecto. A fase de operação prevê igualmente
um aumento de trafego associado a circulação de camiões-tanque que farão o descarregamento
de combustíveis para os tanques de armazenamento, e a entrada e saída de veículos da pista em
função do acesso dos clientes ao posto. Este aumento de tráfego que se irá verificar tanto na fase
de construção como de operação poderá interferir com o trânsito normal dessa região, criando
congestionamento de trafego junto a avenida que atravessa a área do projecto.

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Altamente Provável
Extensão: Local
Duração: Permanente
Intensidade: Moderada
Significância: Moderada
Ocorrência: Fase de Construção e Operação

Medidas Mitigadoras
• O tráfego relacionado com o transporte de equipamentos mais pesados e grandes cargas,
portanto sujeito a marcha lenta, deve ser efectuado fora das horas de ponta
(preferencialmente ao inicio da manhã);
• A mobilização dos equipamentos pesados deve ser realizada com acompanhamento de uma
equipa de sinalização e de socorro para evitar transtornos no tráfego;
• A circulação de todos os veículos e máquinas deve ser restrita às rotas designadas, para não
causar uma concentração excessiva de tráfego ou conflitos com os outros utilizadores da via;
• O proponente deve garantir a implementação de boas práticas para a segurança na condução
as quais devem contemplar princípios de segurança para os condutores da
empresa/prestadores de serviço. A sua implementação deve ser precedida de formação do
pessoal envolvido nas actividades de transporte.

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Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

IMP 12. Possibilidade de acidentes e atropelamento devido ao aumento do tráfego, viaturas e


máquinas pesadas para acesso ao local do projecto

O projecto irá implicar um ligeiro aumento nos níveis de tráfego automóvel na área do projecto,
associados as actividades de construção e movimentação dos camiões-tanque que irão abastecer
os reservatórios do posto. Este aumento nos níveis de trafego poderá levar a ocorrência de
atropelamentos e acidentes envolvendo a população que faz uso diário desta via, o que obrigará
a um redobrar de esforços no sentido de disciplinar os utentes da estrada.
Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Provável
Extensão: Local
Duração: Longo Prazo
Intensidade: Moderada
Significância: Moderada
Ocorrência: Fase de Construção e Operação

Medidas Mitigadoras
• Os equipamentos pesados como tratores, pás mecânicas e camiões devem trafegar com
faróis ligados, com as extremidades sinalizadas e em baixa velocidade
• O proponente deverá estabelecer mecanismos internos de modo a definir velocidade
máxima de circulação de veículos de modo a evitar acidentes/incidentes.
• O proponente deve garantir a implementação de boas práticas para a segurança na
condução as quais devem contemplar princípios de segurança para os condutores da
empresa/prestadores de serviço. A sua implementação deve ser precedida de formação do
pessoal envolvido nas actividades de transporte.
• Instalar infraestruturas adequadas que permitam que os peões atravessem a estrada de
modo seguro.
• Colaborar com as autoridades relevantes para a implementação de campanhas de educação
rodoviária para as comunidades

IMP 13. Perturbação da população devido ao aumento dos níveis de ruído, vibração e poluição do
ar por emissões de gases

A implantação do Posto de Abastecimento de Combustíveis irá causar um acréscimo acentuado


de ruído, vibração e emissão de gases, poeiras e outras substâncias particuladas na área do
projecto e sua envolvente, susceptíveis de incomodar a população que se situa nas imediações
da área do projeto, em virtude da circulação de automóveis pesados, funcionamento de
maquinaria associada aos trabalhos de movimentação de terra e instalação de equipamentos e
outras actividades de construção. Durante o processo de operação, haverá igualmente produção
do ruido e emissão de odores, temporários, provenientes do processo de abastecimento dos
tanques de armazenamento combustíveis.

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Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Altamente Provável
Extensão: Local
Duração: Curto Prazo
Intensidade: Moderada
Significância: Moderada
Ocorrência: Fase de Construção e Operação

Medidas Mitigadoras
• Garantir que a comunidade e outras PI&As são informadas atempadamente dos horários das
obras de construção, e que estas tenham lugar no período diurno;
• Instalar silenciadores nos equipamentos susceptíveis de gerar maiores índices de ruído;
• Efectuar a manutenção regular da maquinaria, veículos e equipamentos, de forma a
minimizar a quantidade de gases de escape libertados;
• A redução de poeiras durante a construção poderá ser minimizada se o solo, na área de
intervenção, for sujeito a regas regulares de modo a promover a adesão de partículas;
• Onde as emissões de gases possam resultar em níveis de qualidade de ar acima dos
padrões de saúde, considerar a instalação de um sistema de controlo de emissões.

6.5 IMPACTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL

IMPACTOS NEGATIVOS

IMP 14. Risco de acidentes e incidentes nas obras de engenharia civil

A realização de obras de engenharia civil comporta uma série de riscos relacionados com as
actividades de construção, manuseio dos diferentes materiais, equipamentos e maquinaria. Estes
riscos estão presentes em todas as actividades de construção e desmantelamento estando
expostos aos mesmos, os trabalhadores das obras assim como quaisquer visitantes ao local. As
causas mais comuns de acidentes são as quedas de alturas, as quedas de objectos, os
esmagamentos, o aprisionamento por equipamento de arranque ou em movimento, as
electrocussões, os soterramentos, os choques de veículos e de objectos.

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Provável
Extensão: Local
Duração: Curto Prazo
Intensidade: Moderada
Significância: Moderada
Ocorrência: Fase de Construção

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Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

Medidas de Mitigação
• Implementar as normas de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) que inclua uma política
de SST, uma estrutura de organização para implementar essa politica, um programa de
implementação, um programa de monitoria e de feedback do êxito dessa
implementação, um plano de acção para melhoria contínua, um plano e programa de
formação e comunicação;
• Providenciar aos trabalhadores Equipamento de Protecção Pessoal (EPP) e assegurar o
seu uso;
• Garantir que os kits de Primeiros Socorros estejam devidamente identificados e sob
responsabilidade de um profissional qualificado para prestar os Primeiros Socorros,
devendo ser regularmente inspeccionados;
• Criar no local da obra condições para oferecer cuidados de Primeiros Socorros equipada
com kits de Primeiros Socorros e sob a responsabilidade de um profissional qualificado,
para o tratamento de pequenas lesões ou para a prestação de primeiros cuidados a
trabalhadores gravemente feridos ou doentes;
• Garantir condições para a remoção, para atendimento médico especializado em unidade
de saúde, de trabalhadores que sofreram um acidente ou doença súbita;
• Nomear e preparar um responsável para lidar com os casos de emergência no local da
obra; este responsável deve ser claramente identificado para os restantes trabalhadores;
• Fornecer a todos os visitantes EPP e informação sobre as regras a serem seguidas;

IMP 15. Possibilidade de ocorrência de acidentes, doenças e fatalidades ocupacionais

Durante o período de operação do posto de abastecimento de combustíveis, existe potencial para


ocorrência de impactos associados a saúde e segurança ocupacional, nomeadamente acidentes,
doenças e fatalidades ocupacionais. Estes impactos seriam resultantes de actividades rotineiras
do posto tais como descarga de combustíveis para os tanques de armazenamento, abastecimento
de viaturas, troca de óleos, verificação dos reservatórios dos carros entre outras.

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Provável
Extensão: Local
Duração: Curto Prazo
Intensidade: Moderada
Significância: Moderada
Ocorrência: Fase de Operação

Medidas de Mitigação
• Formação periódica de todos os trabalhadores
• Providenciar aos trabalhadores Equipamento de Protecção Pessoal (EPP) e assegurar o
seu uso;
• Inclusão de exercícios periódicos (p.e. combate a incêndios) nos procedimentos de
emergências;
• Assegurar que todos os visitantes recebam instruções sobre potenciais perigos e
medidas de precaução necessárias, bem como equipamentos de protecção necessária

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• Assegurra a existencia de equipamentos adequados ao pronto-socorro e treino do
pessoal para sua utilização
• Procedimentos internos relacionados com acidentes, incidentes e eergenmcas devem
estar escritos e afixados em locais de acesso aos trabalhadores.

IMP 16. Possibilidade de ocorrência de incêndio e explosão

A probabilidade de ocorrência de incêndios e explosões é maior em empreendimentos de


operação de combustíveis devido a natureza dos produtos manuseados, altamente inflamáveis,
sendo por isso necessário cuidados redobrados durante o descarregamento, reabastecimento e
actividades do dia-a-dia. Algumas actividades decorrentes do trabalho de soldadura, durante a
fase de construção, são também suscetíveis de causar incêndios. A preparação para combate a
incêndios torna-se portanto obrigatória de modo a garantir que este risco seja minimizado e, caso
ocorra, a resposta seja rápida de modo a evitar danos ou perdas de vida.

Classificação do Impacto:
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
Estatuto: Negativo
Probabilidade: Provável
Extensão: Local
Duração: Longo Prazo
Intensidade: Moderada
Significância: Moderada
Ocorrência: Fase de Operação

Medidas de Mitigação:
• Supervisionar as operações de rotina;
• Prover o posto de abastecimento e garagens de extintores portáteis de incêndio,
instalados, inspecionados e mantidos em conformidade com o regulamento sobre
Instalação, Escolha e Manutenção de Extintores Portáteis de Incêndios de Edifícios,
Instalações, Estabelecimentos ou Meios de Transporte, aprovado pelo Diploma Ministerial
no 95/92 de 1 de Junho, ou outra regulamentação aplicável;
• Formar os trabalhadores em matérias ligadas às operações de rotina e procedimentos de
emergência. Estes devem conhecer a localização dos equipamentos de protecção contra
incêndio, os meios/rotas de fuga, bem como de acesso para os bombeiros;
• Implementar sistemas seguros de controlo de todas as fontes de ignição das áreas de
armazenamento de combustíveis de modo a eliminar os riscos. As operações e actividades
de manutenção realizadas em áreas de risco só podem ser realizadas desde que as
acções para eliminar possíveis fontes de ignição sejam desenvolvidas.
• Sistemas de protecção contra transbordo de tanques de armazenamento, incluindo
instrumentos dispositivos, alarmes, válvulas e componentes que compõem o sistema de
encerramento, devem ser avaliados. Isto inclui as seguintes considerações:
o Manutenção e testes de equipamentos;

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Estudo Ambiental Simplificado para o Projecto de Construção e Operação do Posto de
Abastecimento de Combustíveis no Bairro da Costa do Sol

o Sistemas de gestão;
o Nível de redundância, diversidade, independência e separação;
o Cobertura de teste de prova / frequência, à prova de falhas; e
o Apreciação de causas comuns de falhas.

Durante toda a vida do tanque, a integridade de contenção primária deve ser mantida através de
um processo de inspecção, manutenção e reparação periódica. Os controlos de engenharia e
análise de contenção primária devem incluir, mas não se limitam ao seguinte:
• O desenvolvimento de um nível mínimo de especificação de desempenho de contenção.
• Meios adequados para avaliar o risco, dando prioridade ao programa de trabalho de
engenharia em resposta à nova especificação.
• Especificar formalmente as normas a serem alcançadas para que estas possam ser
exigidas em caso de falta de progresso com melhorias.
• Melhorar a gestão da água de combate a incêndios e a capacidade instalada para
transferir líquidos contaminados para um lugar onde estes não apresentem nenhum
risco ambiental em caso de perda de contenção secundária e incêndios.
• Proporcionar maior garantia de medidas de contenção terciária para evitar fuga de
líquidos a partir do local e ameaça de um acidente grave ao meio ambiente.

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

a. Não existem questões fatais associadas ao projecto


b. Com a implementação das medidas de gestão propostas, nenhum dos impactos possui
uma elevada significância
c. A implementação das medidas de mitigação recomendadas é considerada adequada para
garantir a protecção ambiental e a segurança das comunidades
d. O projecto resultará na criação de postos de trabalho nacionais constituindo um impacto
positivo
e. O proponente deverá garantir que as actividades, que dispensam o uso de mão-de-obra
qualificada, sejam atribuídas às comunidades locais, directamente afectadas pelo
projecto, e que o processo de recrutamento seja feito em estreita colaboração com as
lideranças locais.

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8. REFERÊNCIAS

• FAO, 2006. CLIMWAT 2.0 for CROPWAT. AGLW/ SDRN. Rome.


• GoM. Decreto 67/2010
• GoM. Decreto 8/2004)
• International Finance Corporation (IFC), (2007): Environmental, Health and Safety
Guidelines: General EHS Guidelines, 30 April 2007.
• World Bank, 1999. Pollution Prevention and Abatement Handbook 1998. Toward Cleaner
Production. The World Bank Group. Washington, D.C. 457pp.

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