Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
O protão é uma partícula com carga elétrica positiva enquanto o eletrão é uma
partícula com carga elétrica negativa. O neutrão é eletricamente neutro.
Num átomo o número de protões é igual ao número de eletrões pelo que este é
eletricamente neutro.
Se um átomo perde eletrões, ele fica com mais protões do que eletrões, e portanto,
carregado positivamente.
Se um átomo recebe eletrões, ele fica com mais eletrões do que protões e, portanto,
carregado negativamente.
Concluímos portanto, que os corpos podem estar carregados positivamente (se têm falta
de eletrões), carregados negativamente (se têm eletrões em excesso) e ainda no estado
neutro.
Potencial elétrico de um corpo indica-nos o seu nível de eletrização ou seja se ele tem
excesso ou falta de eletrões.
Quando dois corpos possuem potenciais elétricos diferentes, diz-se que entre eles existe
uma diferença de potencial (d.d.p.).
A d.d.p. é uma grandeza elétrica que tem valor e pode ser medida. É também conhecida
por tensão elétrica. Representa-se pela letra U.
Submúltiplos do volt
microvolt (μV): 1μV = 0,000001V = 10-6 V
milivolt (mV): 1mV = 0,001V = 10-3 V
Múltiplos do volt
kilovolt (kV): 1kV = 1000V = 103 V
Mede-se a d.d.p. com um aparelho designado por voltímetro, caracterizado por ter um
“V” no mostrador, o qual deve ser ligado entre os pontos cuja d.d.p. se pretenda medir.
CORRENTE ELÉTRICA
A corrente elétrica poderá ser mais ou menos intensa, isto é, poderão passar mais ou
menos eletrões. Para isso define-se a grandeza intensidade da corrente elétrica.
𝑄
𝐼=𝑡
Onde:
I – Intensidade da corrente elétrica em Ampere (A);
Q – Quantidade de carga elétrica em Coulomb (C);
t - tempo em segundos (s)
Submúltiplos do Ampere
microampere (μA): 1μA = 0,000001A = 10-6 A
miliampere (mA): 1mA = 0,001A = 10-3 A
Múltiplos do Ampere
kiloampere (kA): 1kA = 1000A = 103 A
Exemplos:
1. Um fio é percorrido por uma intensidade de corrente de 2 mA. Após 5 minutos qual a
carga que passou através de uma secção transversal do condutor. Resp.: Q = 0,6 C
RESISTÊNCIA ELÉCTRICA
Resumindo:
A corrente elétrica não é algo que possamos ver, avalia-se a sua presença simplesmente
pelos seus efeitos. Quanto maior a intensidade da corrente elétrica mais intenso são os
seus efeitos.
A corrente elétrica produz os seguintes efeitos:
CIRCUITO ELÉTRICO
- Gerador;
- Condutores;
- Aparelho de comando e corte;
- Aparelhos de medida;
- Aparelhos de protecção;
- Aparelhos de regulação;
- Receptores
Gerador
Os geradores têm a função de criar e manter a d.d.p. no circuito eléctrico.
Os geradores têm dois terminais chamados pólos do gerador: o pólo positivo (+) e o
pólo negativo (-) respectivamente o de potencial mais elevado e o de menor potencial.
Condutores
Os condutores têm a função de estabelecer a interligação entre os vários elementos que
constituem o circuito elétrico, transportando a corrente elétrica.
Aparelhos de medida
A função dos aparelhos de medida num circuito eléctrico é de controlar o valor de uma
determinada grandeza eléctrica. Como exemplos temos o amperímetro e o voltímetro.
Aparelhos de protecção
Os aparelhos de protecção têm a função de desligar automaticamente um circuito
quando detectam um defeito.
Como exemplo temos o fusível que interrompe um circuito quando a intensidade de
corrente atinge valores perigosos para este.
Aparelhos de regulação
A função dos aparelhos de regulação num circuito eléctrico é de regular o valor de uma
determinada grandeza eléctrica. Como exemplo temos o reóstato que permite regular o
valor da intensidade de corrente no circuito.
Um circuito eléctrico designa-se por aberto quando não existe continuidade eléctrica
entre os dois pólos do gerador, portanto, não há passagem de corrente eléctrica.
LEI DE OHM
A lei de Ohm é uma lei básica da electricidade que relaciona as três grandezas
fundamentais estudadas – d.d.p., intensidade de corrente e resistência eléctrica.
George Ohm, em 1826, depois de várias experiências, enunciou a célebre lei que obteve
o seu nome – lei de Ohm:
𝑈
𝑈 = 𝑅. 𝐼 e 𝐼 = 𝑅
𝑈
Da expressão 𝐼 = 𝑅 conclui-se que:
Exemplos:
5. Em que consiste o efeito térmico da corrente eléctrica. Indique duas aplicações deste
efeito.
9. Determine o valor de uma resistência eléctrica, que quando submetida a uma tensão
de 5V é percorrida por uma corrente de 200 mA.
11. Uma resistência é percorrida por 0,5 A quando submetida a uma tensão de 12 V.
Calcule:
a) O valor da resistência.
b) O valor da intensidade de corrente absorvida se lhe aplicar uma tensão de 20 V
12. Uma resistência eléctrica absorve 0,8 A quando submetida a 24 V. Calcule o valor da
tensão que lhe é aplicada quando absorve 0,5 A.
RESISTIVIDADE
Esta unidade de resistividade é pouco prática dado que a secção dos condutores é
habitualmente expressa em mm2. Utiliza-se então a unidade Ω.mm2/m
𝓁
Da expressão 𝑅 = 𝜌 𝑆 conclui-se que:
𝓁 𝟖𝟎
𝑅 = 𝜌 𝑆 = 0,028. 𝟑𝟓 = 0,064 Ω
Exercícios de aplicação:
Resp.: R = 2,6 Ω
a) A secção do fio.
b) O diâmetro do fio.
c) A intensidade de corrente absorvida pela resistência, se a ligarmos a 220 V.
Resp.: 𝓁 = 1847 m
Resp.:Alumínio
Resp.: 𝓁 = 45,9 m
𝑅𝑓 = 𝑅𝑖 [1 + 𝛼(𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 )]
𝑅𝑓 = 𝑅𝑖 [1 + 𝛼(𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 )]
Exercícios de aplicação
a) A resistência a quente.
b) A temperatura a quente.
Resp.:Maillechort
Se não pretendemos (ou não podemos) aproveitar o calor que é libertado por efeito de
Joule, então ele será um inconveniente.
Por exemplo, o calor libertado pelos condutores ao serem percorridos por corrente não é
aproveitado, constituindo perdas de energia e envelhecendo o material, pelo que será
então um inconveniente.
Outro exemplo: as lâmpadas incandescentes fornecem luz e calor; a lâmpada deve
fornecer luz, pelo que o calor libertado constitui perda de energia, neste caso, o efeito de
Joule também será um inconveniente.
Conclui-se, que o efeito de Joule só será uma vantagem se for canalizado para alguma
aplicação concreta; de outro modo, será sempre um inconveniente e constituirá perda de
energia. Neste último caso, diz-se que a energia calorífica se dissipa (perde-se, sem
qualquer aproveitamento).
LEI DE JOULE
A energia eléctrica que se transforma em calor num receptor ou num condutor pode ser
quantificada, isto é, podemos calcular o seu valor através de uma expressão matemática,
a qual traduz a lei de Joule.
Esta lei, enunciada por James Prescott Joule em 1841, diz o seguinte:
𝑊 = 𝑅𝐼 2 𝑡
1 𝑐𝑎𝑙 = 4,18 𝐽
1
1 𝐽 = 4,18 = 0,24 𝑐𝑎𝑙
𝑄 = 0,24𝑅𝐼 2 𝑡
Resolução:
a) 𝑊 = 𝑅𝐼 2 𝑡𝑡 = 30.60 = 1800𝑠
𝑊 = 50. 22 . 1800
𝑊 = 360000𝐽 = 360 𝑘𝐽
b) 𝑄 = 0,24 𝑅𝐼 2 𝑡
𝑄 = 0,24 .360000 = 86400 𝑐𝑎𝑙 = 86,4𝑘𝑐𝑎𝑙
POTÊNCIA
1CV = 736 W
POTÊNCIA ELÉCTRICA
A potência eléctrica fornecida por um gerador é igual ao produto da tensão U, aos seus
terminais, pela intensidade de corrente I fornecida.
𝑃 = 𝑈𝐼
em que: P – potência eléctrica em watts (W)
U – tensão eléctrica em volts (V)
I – intensidade de corrente em amperes (A)
Recordando a lei de Ohm, podemos obter outras expressões para a potência eléctrica
absorvida por um receptor térmico.
𝑈
Assim, pela lei de Ohm, temos que 𝐼 = 𝑅 . Substituindo esta expressão em 𝑃 = 𝑈𝐼,
obtemos:
𝑈 𝑈2 𝑈2
𝑃 = 𝑈𝐼 = 𝑈. = → 𝑃=
𝑅 𝑅 𝑅
𝑃 = 𝑈𝐼 = 𝑅𝐼. 𝐼 = 𝑅𝐼 2 → 𝑃 = 𝑅𝐼 2
A potência eléctrica fornecida por um gerador ou absorvida por um receptor pode ser
medida por dois processos: com um voltímetro e um amperímetro (método indirecto) ou
então com um wattímetro (método directo).
Exercícios de aplicação
ENERGIA ELÉCTRICA
Os diversos receptores de que dispomos em casa têm a sua potência eléctrica e, quando
ligados, vão gastar energia eléctrica. Esta é tanto maior quanto maior for a potência do
aparelho e o tempo que está ligado.
Então:
W – energia eléctrica em Watt-hora (Wh)
Resolução
a) 𝑃 = 𝑈𝐼 = 220.3,4 = 748𝑊
𝑈 220
b) 𝑅 = = = 64,7Ω
𝐼 3,4
3.O elemento aquecedor de uma fritadeira eléctrica tem 24,5 Ω de resistência e absorve
uma corrente de 9 A de intensidade. Sabendo que funciona durante 1 hora e meia,
determine:
a) A potência
b) A energia consumida nesse tempo (em kWh)
c) A tensão a que está submetida
Resp.: R = 32,3 Ω
Tempo de
Quant. Aparelho utilização Energia consumida por mês
Tipo P(W) Por dia dia/mês (kWh)
1 Televisão 90 5h 30 0,45 kWh.30 =13,5 kWh
1 Frigorífico 150 24 h 30 3,6 kWh.30 = 108 kWh
6 Lâmpadas 40 4h 30 (0,16 kWh.6).30 = 28,8 kWh
1 ferro engomar 1400 2h 4 2,8 kWh.4 = 11,2 kWh
1 Torradeira 750 2 min 15 0,025 kWh.15 = 0,375 kWh
1 Termoacumulador 2000 15 min 30 0,5 kWh.30 = 15 kWh
176,875 kWh
ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS
Num circuito elétrico, as resistências podem ser associadas de três formas: associação
em série, associação em paralelo e associação mista.
Essas resistências em série, podem ser substituídas por uma única resistência
designada de resistência equivalente ou resistência total, que deve absorver a
mesma intensidade de corrente que o conjunto das resistências.
𝑈
𝐼=𝑅
𝑇
A tensão total aplicada é igual à soma das tensões parciais nas diferentes
resistências.
𝑈 = 𝑈1 + 𝑈2 + ⋯ + 𝑈𝑛
𝑅𝑇 = 𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑛
𝑅𝑇 = 𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑛 = 𝑅 + 𝑅 + ⋯ + 𝑅
𝑅𝑇 = 𝑛. 𝑅
Resolução
a) 𝑅𝑇 = 𝑅1 + 𝑅2 = 10 + 20 = 30Ω
𝑈 24
b) 𝐼 = 𝑅 = 30 = 0,8 𝐴
𝑇
c) 𝑈1 = 𝑅1 𝐼 = 10.0,8 = 8 𝑉
𝑈2 = 𝑅2 𝐼 = 20.0,8 = 16 𝑉
Exercícios de aplicação
2. Quatro resistências ligadas em série, percorridas por uma intensidade de 1,5mA, têm
aos seus terminais as seguintes tensões: U1 = 3 V, U2 = 4,5 V, U3 = 6 V, U4 = 10,5 V.
Calcule:
a) O valor de cada resistência
b) A tensão aplicada ao circuito
5. Uma pequena lâmpada de sinalização de 6 V e 0,6 A vai ser ligada a uma tensão de
12 V. Calcule a resistência adicional que devemos colocar em série com ela.
Divisor de tensão
𝑈1 = 𝑅1 . 𝐼
𝑈2 = 𝑅2 . 𝐼
𝑈
onde: 𝐼 = 𝑅
𝑇
𝑅
𝑈2 = 𝑅2 . 𝑈
𝑇
Na prática pode utilizar-se este dispositivo para aplicar uma das suas tensões parciais a
um receptor cuja tensão de serviço é inferior à tensão U da fonte de alimentação
disponível.
Em vez das resistências fixas R1 e R2 pode empregar-se uma resistência com um cursor
móvel. Este dispositivo chama-se potenciómetro.
Exercícios de aplicação:
a) R2 = 5KΩ
b) R2 = 10KΩ
c) R2 = 2,5KΩ
Essas resistências em paralelo, podem ser substituídas por uma única resistência
designada de resistência equivalente ou resistência total, que deve absorver a
mesma intensidade de corrente que o conjunto das resistências.
𝑈
𝐼=𝑅
𝑇
𝑈1 = 𝑈2 = ⋯ = 𝑈𝑛 = 𝑈
𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + ⋯ + 𝐼𝑛
𝑈 1 1 1 1 1 1 1
= (𝑅 + 𝑅 + ⋯ + 𝑅 ) 𝑈 ⇔ = 𝑅 +𝑅 +⋯+𝑅
𝑅𝑇 1 2 𝑛 𝑅𝑇 1 2 𝑛
𝑅 𝑅
𝑅𝑇 = 𝑅 1+𝑅2
1 2
1 𝑛
= 𝑅 ⇔ 𝑅𝑇 = 𝑅
𝑅𝑇 𝑛
Exercícios de aplicação:
a) A resistência total.
b) A intensidade da corrente total.
c) A intensidade em cada uma das resistências.
Divisor de corrente
𝑅𝑋. 𝐼𝑋
𝐼= 𝑅𝑇 𝑅
𝑇
𝑅𝑋 . 𝐼𝑋 = 𝑅𝑇 . 𝐼 ⇔ 𝐼𝑋 = 𝑅𝑋 . 𝐼
𝑅𝑇
𝐼1 = .𝐼
𝑅1
𝑅1 .𝑅2
𝑅1 +𝑅2
𝐼1 = .𝐼
𝑅1
𝑅1 .𝑅2 𝑅2
𝐼1 = 𝑅 .𝐼 ⇔ 𝐼1 = 𝑅 .𝐼
1 (𝑅1 +𝑅2 ) 1 +𝑅2
𝑅1
𝐼2 = 𝑅 .𝐼
1 +𝑅2
Exercícios de aplicação:
Exercícios de aplicação:
Resp.: a) RT = 11 kΩ ; b) RT = 59 Ω ; c) RT = 315 Ω ; d) RT = 7 Ω
Resp.: RT = 12 Ω
Resp.: a) RT = 6 Ω ; b) I = 1,5 A
Resp.: a) RT = 10 Ω; b) I = 2 A; c) UAB = 8 V
d) I2 = 1,6 A; e) P = 40 W; P4 = 10,7 W
GERADORES ELÉTRICOS
Geradores elétricos são dispositivos que mantêm entre seus terminais uma diferença de
potencial, obtida a partir de uma transformação de outro tipo de energia em energia
elétrica.
onde 𝑅𝐼 = 𝑈
Portanto temos que 𝐸 = 𝑟𝑖 𝐼 + 𝑈 ⇔ 𝑈 = 𝐸 − 𝑟𝑖 𝐼
𝐸𝐼 = 𝑈𝐼 + 𝑟𝑖 𝐼 2
Exercícios de aplicação:
2. Para medir a resistência interna de uma bateria, foram feitos dois ensaios:
4. Uma bateria, com uma f.e.m. de 12 V e resistência interna 0,2 Ω, alimenta dois
receptores iguais, ligados em paralelo, com uma resistência individual de 15 Ω. Calcule:
a) A intensidade fornecida.
b) A tensão aplicada aos receptores.
5. Um gerador elétrico tem uma potência elétrica total de 800W e uma potência
dissipada de 200W. Calcule o rendimento desse gerador.
Nem toda a potência elétrica produzida por um gerador é entregue à carga, visto que, o
gerador possui perdas internas. Analisemos a condição que se verifica a máxima
transferência de potência para a carga.
𝐸 𝑈
𝐼 = 𝑟 +𝑅 ; 𝑈 = 𝐸 − 𝑟𝑖 𝐼 ou 𝑈 = 𝑅𝐼 ; 𝑃𝑢 = 𝑈𝐼 ; 𝜂 = 𝐸 . 100
𝑖
𝐸2
𝑃𝑢 = 4𝑟
𝑖
Exemplo:
Associação de geradores
Geradores em série
A associação em série é feita geralmente com geradores idênticos, isto é, com a mesma
f.e.m. e a mesma resistência interna.
Características da associação
𝐸𝑇 = 𝑛. 𝐸
𝑟𝑖𝑇 = 𝑛. 𝑟𝑖
Exercícios de aplicação:
2. Quatro pilhas com f.e.m. de 1,5 V, resistência interna de 0,5 Ω, estão ligadas em série
e alimentam um receptor de 8 Ω de resistência. Determine:
a) As características do gerador equivalente.
b) A intensidade da corrente no circuito.
c) A tensão aos terminais do receptor.
d) A queda de tensão no conjunto das pilhas.
3. Dez pilhas iguais, ligadas em série, com 1,5V de f.e.m. cada, alimentam um receptor
cuja potência é de 5W. Sabendo que a potência dissipada nas pilhas é de 0,96 W,
calcule:
a) A f.e.m. do gerador equivalente.
b) A intensidade de corrente.
c) A resistência interna de cada pilha.
d) A tensão aplicada ao receptor.
e) A resistência do receptor.
f) O rendimento elétrico da associação.
Geradores em paralelo
Neste tipo de associação, cada gerador deve ter a mesma f.e.m para evitar circulação de
correntes entre eles; isto é, pretende-se que cada gerador forneça o mesmo valor de
corrente para o circuito de carga
Características da associação
Exercícios de aplicação:
Os receptores térmicos são caracterizados por terem uma resistência R como única
oposição à passagem da corrente já os outros receptores são caracterizados por terem
como oposição à passagem da corrente uma f.c.e.m. 𝐸 ′ , para além de uma resistência
interna própria (de valor reduzido).
LEIS DE KIRCHHOFF
Até agora estudámos circuitos elétricos com uma única fonte de tensão e percorridos,
por isso, pela mesma corrente.
Os esquemas elétricos podem tornar-se mais complexos, havendo neles várias correntes.
Neste caso estamos em presença de uma rede elétrica.
Malha - é um percurso fechado da rede elétrica que inicia num ponto e retorna ao
mesmo ponto.
Na figura que se segue, temos uma rede elétrica onde vamos exemplificar os conceitos
definidos.
Dois nós: A e C
As leis de Kirchhoff são usadas para determinação das intensidades de corrente nos
ramos das redes elétricas. Cada ramo do circuito é percorrido pela sua própria corrente.
Também é possível calcular diferenças de potencial entre os pontos do circuito.
Lei dos nós: A soma algébrica das intensidades de corrente num nó é nula.
𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼4 = 𝐼3 + 𝐼5 + 𝐼6 (2)
A soma das correntes que convergem num nó (∑ 𝐼𝐶 ) é igual a soma das correntes que
dele divergem (∑ 𝐼𝑑 )
∑ 𝐼𝐶 = ∑ 𝐼𝑑
Exemplo:
Lei das malhas: Ao longo de uma malha, a soma algébrica das forças electromotrizes é
igual a soma algébrica das quedas de tensão.
∑ 𝐸 = ∑ 𝑅𝐼
Indicam-se seguidamente os passos que se devem seguir na aplicação destas leis. Assim
consideremos o circuito seguinte:
𝐍ó 𝐀: 𝐈𝟏 + 𝐈𝟐 = 𝐈𝟑
3. Representam-se as setas das f.e.m. dos geradores (sempre do pólo negativo para
o positivo).
4. Escolhe-se um sentido de circulação para cada malha, o qual também se indica
no esquema.
5. Aplica-se a lei das malhas (∑ 𝐸 = ∑ 𝑅𝐼) a cada malha. Neste sentido
consideram-se como positivas as f.e.m. que tiverem o mesmo sentido de
circulação das malhas e como negativas as que tiverem sentido contrário ao da
circulação das malhas.
O mesmo acontece com as quedas de tensão: serão positivas se as correntes têm
o mesmo sentido que a circulação efectuada e negativas em caso contrário.
𝐌𝐚𝐥𝐡𝐚 𝟏: 𝐄𝟏 − 𝐄𝟐 = (𝐑 𝟏 + 𝐫𝟏 )𝐈𝟏 − 𝐫𝟐 𝐈𝟐
Com estas equações e com as da lei dos Nós temos um sistema de três equações
I1 + I2 = I3
{ E1 − E2 = (R1 + r1 )I1 − r2 I2
E2 + E3 = r2 I2 + (r3 + R 2 )I3
6. Resolve-se o sistema em ordem as incógnitas que podem ser por exemplo as três
correntes.
Nota: Quando o resultado tem valor negativo é porque a corrente tem sentido contrário
ao que foi arbitrado.
Exemplo:
Dado o circuito da figura, calcule as intensidades das correntes nos diferentes ramos
𝐼1 + 𝐼2 = 𝐼3 𝐼1 + 𝐼2 = 𝐼3
{𝐸1 = 𝑅1 𝐼1 + 𝑟1 𝐼1 + 𝑅2 𝐼3 ⇔ {2 = 1,5𝐼1 + 0,5𝐼1 + 2𝐼3
−𝐸2 = −𝑅2 𝐼3 − 𝑟2 𝐼2 −4 = −2𝐼3 − 𝐼2
𝐼1 + 𝐼2 = 𝐼3 𝐼1 + 𝐼2 = 𝐼3
{2 = 1,5𝐼1 + 0,5𝐼1 + 2(𝐼1 + 𝐼2 ) ⇔ {2 = 1,5𝐼1 + 0,5𝐼1 + 2𝐼1 + 2𝐼2
−4 = −2(𝐼1 + 𝐼2 ) − 𝐼2 −4 = −2𝐼1 − 2𝐼2 − 𝐼2
𝐼1 + 𝐼2 = 𝐼3
𝐼1 + 𝐼2 = 𝐼3 𝐼1 + 𝐼2 = 𝐼3 2 = 4𝐼1 + 2𝐼2
⇔ {2 = 1,5𝐼1 + 0,5𝐼1 + 2𝐼1 + 2𝐼2 ⇔ { 2 = 4𝐼1 + 2𝐼2 ⇔ −8 = −4𝐼1 − 6𝐼2
(x2) ____________________
−4 = −2𝐼1 − 2𝐼2 − 𝐼2 −4 = −2𝐼1 − 3𝐼2
{ −6 = 0𝐼1 − 4𝐼2
Logo I2 = 1,5 A
2 = 4𝐼1 + 2𝐼2
⇔ 2 = 4𝐼1 + 2(1,5)
⇔ −1 = 4𝐼1
⇔ 𝐼1 = −0,25 𝐴
Conhecendo 𝐼1 e 𝐼2 calculamos 𝐼3
𝐼1 = −0,25 𝐴
𝐼1 + 𝐼2 = 𝐼3
{ ⇔ { I2 = 1,5 A
−0,25 + 1,5 = 𝐼3
I3 = 1,25 A
A intensidade de corrente 𝐼1 tem valor negativo logo o seu sentido real é contrário ao
que foi atribuído.
Exercícios de aplicação
TEOREMA DE THÉVENIN
O teorema de Thévenin permite calcular correntes em ramos de uma rede elétrica, com
um ou vários geradores. A sua grande vantagem, está na possibilidade de simplificação
dos circuitos iniciais.
Exemplo:
Resolução:
a) Cálculo de 𝐸𝑇ℎ :
5
𝐸𝑇ℎ = 10+5 . 15 ⇔ 𝐸𝑇ℎ = 5 𝑉
Cálculo de 𝑅𝑇ℎ :
𝑅𝑇ℎ = 𝑅1 //𝑅2
𝑅 .𝑅
𝑅𝑇ℎ = 𝑅 1+𝑅2
1 2
10∗5
𝑅𝑇ℎ = 10+15 ⇔ 𝑅𝑇ℎ = 3,33 𝑘Ω
b)
𝐸𝑇ℎ
𝐼𝑅 = 𝑅
𝑇ℎ +𝑅
5
𝐼𝑅 = 3,33+1
𝐼𝑅 = 1,15 𝑚𝐴
Exercícios de aplicação:
TEOREMA DE NORTON
𝑅𝑁 = 𝑅𝑇ℎ
Exemplo:
Resolução:
a) Cálculo de 𝐼𝑁 :
𝐸
𝐼𝑁 = 𝑅
1
15
𝐼𝑁 = 10
𝐼𝑁 = 1,5 𝑚𝐴
Cálculo de 𝑅𝑁 :
𝑅𝑁 = 𝑅1 //𝑅2
𝑅 .𝑅
𝑅𝑁 = 𝑅 1+𝑅2
1 2
10∗5
𝑅𝑁 = 10+15 ⇔ 𝑅𝑁 = 3,33 𝑘Ω
b)
3,33
𝐼𝑅 = 3,33+1 . 1,5
𝐼𝑅 = 1,15 𝑚𝐴
Exercícios de aplicação:
TEOREMA DA SOBREPOSIÇÃO
Num circuito elétrico com vários geradores de tensão, a corrente eléctrica em qualquer
ramo é igual à soma algébrica das correntes que seriam produzidas por cada gerador se
cada um deles funcionasse isoladamente e os restantes fossem substituídos pelas suas
resistências internas.
Este circuito pode ser decomposto em dois circuitos, cada um dos quais com um
gerador aplicado e o outro gerador substituído pela sua resistência interna. Assim
A corrente 𝐼𝑅1 é a soma algébrica das componentes 𝐼’ e 𝐼’’, devidas respectivamente aos
geradores 𝐺1 e 𝐺2 , quando aplicados isoladamente.
Assim sendo:
𝑰𝑹𝟏 = 𝑰′ + (−𝑰′′ ) = 𝑰′ − 𝑰′′
Exercício de aplicação:
Este circuito pode ser decomposto em dois circuitos mais simples, cada um dos quais
com um gerador aplicado.
Cálculo de 𝑰′
𝑅𝑇 = [(𝑅2 + 𝑟2 )//𝑅3 ] + 𝑅1 + 𝑟1
Cálculo de 𝑰′′
𝑅𝑇 = [(𝑅1 + 𝑟1 )//𝑅3 ] + 𝑅2 + 𝑟2
Finalmente, para calcular o valor de 𝐼𝑅1 fazemos a soma algébrica dos valores de 𝐼 ′ e 𝐼 ′ ′
MAGNETISMO
Há vários séculos, foi descoberto numa cidade da Ásia, chamada Magnésia, uma pedra
que tinha a propriedade de atrair pedaços de ferro. A esta pedra, deu-se então o nome de
magnetite, por causa do nome daquela localidade e as suas propriedades de atraírem o
ferro ficaram conhecidas por propriedades magnéticas.
Ímanes naturais: são materiais existentes na natureza, sob a forma de minério e que
possuem propriedades magnéticas independentemente de qualquer ação. Exemplo:
magnetite (Fe3O4).
Os ímanes naturais têm pouco interesse prático uma vez que não possuem grande força
atrativa e não é possível dar-lhes formas próprias para virem a ser utilizados, dado que
se desagregam muito facilmente.
Daqui, a necessidade de se construírem ímanes artificiais, de diferentes formas,
conforme o fim em vista.
1. Todo íman possui dois pólos magnéticos denominados de pólo norte e pólo sul.
3. Entre dois ímanes, pólos magnéticos do mesmo nome repelem-se e pólos magnéticos
de nomes contrários atraem-se.
Magnetização
A magnetização de um corpo é a operação que consiste em fazer com que este adquire
propriedades magnéticas. Pode efetuar-se pela ação de outros ímanes ou da corrente
elétrica, como estudaremos mais tarde.
Define-se campo magnético de um íman como o espaço sobre o qual ele exerce a sua
ação magnética..
Alguns materiais (ferro, aço, níquel, cobalto, etc.) dentro do campo magnético de um
íman, ficam sujeitas a sua ação.
As linhas de força podem ser visualizadas, colocando uma folha de papel sobre um
íman e pulverizando-a com limalha de ferro, esta vai dispor-se sobre a folha segundo as
linhas de força. Na zona dos pólos vai-se verificar uma maior concentração de limalha
de ferro, o mesmo não acontece na zona neutra do íman.
Na repulsão entre dois ímanes, as linhas de força saem e entram no mesmo íman.
Indução Magnética
Em cada ponto do espaço envolvente de um íman existe uma grandeza magnética com
um ponto de aplicação, direção, sentido e intensidade. Logo é uma grandeza vetorial.
Esta grandeza vetorial é a indução magnética (B) cuja unidade é o Tesla (T).
Indução magnética (B) - é uma grandeza vetorial que caracteriza a ação magnética de
um íman em cada ponto do campo magnético.
Diz-se que o campo magnético é uniforme quando as suas linhas de força são retilíneas,
paralelas e equidistantes entre si, sendo o valor de indução B constante nos diferentes
pontos da linha.
Diz-se que o campo magnético é não uniforme quando alguma das condições
anteriores não se verifica e portanto o valor da indução B não é constante.
∅
𝐵=𝑆
No caso mais geral podemos considerar uma superfície oblíqua em relação às linhas de
força.
Se 𝛼 = 0° → 𝑐𝑜𝑠𝛼 = 1, logo ∅ = 𝐵. 𝑆
13. Um fluxo de 0,4 mWb sai de um pólo norte de um íman cuja superfície é de 5 cm 2.
Calcule a indução magnética nas proximidades da superfície do pólo.
Permeabilidade magnética
Existem meios que conduzem melhor do que outros as linhas de força do campo
magnético, isto é, são mais permeáveis.
Vejamos a seguinte experiência:
Coloquemos uma pequena agulha magnética junto de um íman em forma de barra, mas
fora do seu campo magnético, como mostra a fig.a.
Se entre o íman e a agulha colocarmos um pedaço de ferro (fig. b), o ferro vai atrair
(canalizar) uma grande parte das linhas de força do íman, magnetizando-se e exercendo
uma força atractiva sobre a agulha. O facto das linhas de força terem sido canalizadas
para o ferro quer dizer que este é bastante permeável às linhas de força e tem, portanto,
elevada permeabilidade magnética.
Esta experiência serve para confirmar que certos materiais são mais permeáveis à
passagem das linhas de força.
Esta maior ou menor facilidade de canalizar as linhas de força designa-se por
permeabilidade magnética.
Diamagnéticos (𝝁𝒓 < 1): São materiais que num campo magnético se magnetizam
criando um campo de sentido contrário, pelo que são repelidos pelos ímanes (muito
fracamente).
Temos como exemplos: prata, cobre, chumbo, bismuto, etc.
Não magnéticos (𝝁𝒓 = 𝟏): São materiais que não se magnetizam quando expostas a um
campo magnético. Os ímanes não têm, por isso, qualquer efeito sobre eles.
Temos como exemplos: ar, madeira, papel, cortiça, etc.
Paramagnéticos (𝝁𝒓 > 1): São materiais que se magnetizam muito ligeiramente no
mesmo sentido do campo onde são colocados, sendo por isso atraídos pelos ímanes de
forma quase imperceptível.
Temos como exemplos: alumínio, silício, platina, crómio, etc.
ELETROMAGNETISMO
Em 1820, o físico dinamarquês Oersted observou que uma corrente elétrica era capaz de
alterar a direção de uma agulha magnética.
Quando havia corrente elétrica no condutor, Oersted verificou que a agulha magnética
se movia, evidenciando a presença de um campo magnético produzido pela corrente.
Interrompendo-se a corrente, a agulha retornava a sua posição inicial, ao longo da
direção norte-sul.
Conclui-se que: Todo condutor percorrido por corrente elétrica, cria a sua volta um
campo magnético.
Sendo:
O sentido das linhas de força obtém-se pela aplicação da regra da mão direita em vários
pontos do condutor. Verifica-se que as linhas de força têm todas o mesmo sentido na
zona interior da espira.
Quando uma bobina é percorrida por uma corrente elétrica cria numa das suas
extremidades um pólo norte e na outra um pólo sul.
Como regra prática para a determinação do sentido das linhas de força no interior da
bobina e por conseguinte a polaridade das extremidades, pode-se empregar a regra da
mão direita, a saber:
O sentido das linhas de força no interior da bobina e por conseguinte a polaridade das
extremidades, depende do sentido da corrente nas espiras.
O sentido das linhas de força é determinado pela regra da mão direita, tal como o
fizemos anteriormente para o solenóide.
Curva de magnetização
Considere-se uma bobina toroidal com núcleo ferromagnético e que nunca tivesse sido
magnetizada
Suponha-se, que esse material constitui o núcleo de uma bobina toroidal, tal como está
representado na figura seguinte
Alimente-se a bobina com uma fonte de c.c. ligando em série com um reóstato R que
permite variar a intensidade da corrente I na bobina. Ao toróide é ainda ligado um
fluxímetro (Wb) que nos indica o valor do fluxo, em cada instante da experiência.
Inicia-se o ensaio com a resistência R toda intercalada, de modo que a corrente I tenha
um valor reduzido. Regista-se o primeiro par de leituras: I e fluxo Ø.
Com estes dois valores, calcula-se H e B respectivamente, através das expressões:
𝑁𝐼 ∅
𝐻 = 2𝜋𝑟 e 𝐵 = 𝑆
Através de um ensaio, obteve-se para o ferro macio a seguinte tabela de valores B(H)
4. Calcule a intensidade de corrente que deve percorrer um solenóide com 1000 espiras
para que se crie uma indução de 50 mT no seu interior. O comprimento do solenóide é
de 0,3 m.
Define-se indução remanescente (Br) ao valor da indução com que um material fica
quando a excitação magnética H se anula.
Inconvenientes de Histerese
Circuito magnético
Define-se circuito magnético como o caminho ou trajeto ocupado pelas linhas de força
de um determinado campo magnético.
Lei de Hopkinson
𝐹
∅ = 𝑅𝑚
𝑚
𝐹𝑚 = 𝑁𝐼
𝓁
𝑅𝑚 =
𝜇𝑆
Eletroíman
Grande parte das aplicações dos eletroímanes baseia-se no facto de estes atraírem peças
de material ferromagnético, sempre que passa corrente na bobina.
Seguidamente apresenta-se algumas dessas aplicações:
Exercícios de aplicação:
Forças eletromagnéticas
Quando se coloca um condutor rectilíneo percorrido por uma corrente elétrica num
campo magnético de um íman, este sofre a ação de uma força. A esta força dá-se o
nome de força eletromagnética.
Não havendo corrente, nada acontece – o condutor mantém a sua posição (fig.
a).
Fazendo passar uma corrente com o sentido indicado (fig. b) o condutor desloca-
se para a direita.
Lei de Laplace
Resp.: F = 2,2 N
Indução eletromagnética
Vimos anteriormente que uma corrente elétrica produz um campo magnético. Vamos
agora ver que um campo magnético pode, em certas condições, produzir uma uma
corrente elétrica.
Fazendo os ensaios com o pólo sul a aproximar e afastar da bobina, verifica-se o mesmo
efeito, só que os desvios têm sentidos contrários.
A esta f.e.m. chama-se força eletromotriz induzida e à corrente gerada pelo facto do
circuito ser fechado, dá-se o nome de corrente induzida.
Este fenómeno foi descoberto em 1831 pelo físico Michael Faraday dando origem a lei
de Faraday ou lei da indução eletromagnética.
A Lei de Faraday diz o seguinte: “ Sempre que um circuito elétrico é atravessado por
um fluxo magnético variável, gera-se aos seus terminais uma f.e.m. induzida, a qual
originará uma corrente se o circuito estiver fechado.”
A lei de Lenz diz o seguinte: “ O sentido da corrente induzida é tal que seu efeito
magnético se opõe à causa que lhe deu origem.”
Exercícios de aplicação:
Auto-indução
Consideremos um circuito elétrico constituído por uma bobina
alimentada por corrente variável, que pode ser obtida variando o valor
de uma corrente contínua (com um reóstato) ou ainda utilizando uma
corrente alternada (corrente de sentido variável).
Indução mútua
Consideremos dois circuitos, constituídos por bobinas, eletricamente distintos e
próximos um do outro. Ao alimentarmos a bobina B1 com uma corrente variável I1, a
bobina B2 é atravessada por um fluxo criado por B1 gera-se uma f.e.m. E2 (e uma
corrente se circuito estiver fechado).
Trocando os papéis das duas bobinas, analogamente induzia-se uma f.e.m. E1 em B1.
Correntes de Foucault
Até agora nos preocupámos com as correntes induzidas nas bobinas, contudo em
qualquer massa metálica que esteja sujeita a variação de fluxo aparecem também
correntes induzidas.
Correntes de Foucault são correntes elétricas induzidas nas massas metálicas quando
estas são submetidas a variações de fluxo.
Essas correntes são também designadas de correntes parasitas.
Este processo consiste em dividir a massa metálica num conjunto de chapas, de pequena
espessura, sobrepostas e isoladas entre si.
CONDENSADORES
Carga do condensador
As armaduras ficam deste modo com cargas elétricas, pelo que se diz que o
condensador está carregado, sendo estas cargas iguais mas de sinais contrários (+ Q e –
Q).
Descarga do condensador
Para descarregar o condensador, liga-se as armaduras A e B através de um condutor
(‘shunt’), como mostra na figura seguinte:
A corrente de descarga é máxima no início e vai decrescendo até se anular tal como a
corrente de carga, sendo as curvas iguais.
Capacidade de um condensador
A capacidade de um condensador é a propriedade que este tem de armazenar maior ou
menor quantidade de carga elétrica.
Sendo o tempo real de carga e descarga impreciso, na prática define-se o tempo 𝜏 (lê-se
tau) que se denomina constante de tempo.
Associação de condensadores
Tal como as resistências, os condensadores podem ser associados em série, em paralelo
e em associação mista.
Associação em série
𝑄 𝑄
𝐶𝑇 = 𝑈 ⇔ 𝑈 = 𝐶
𝑇
𝑈 = 𝑈1 + 𝑈2 + 𝑈3
𝑄 𝑄 𝑄 𝑄 𝑄 1 1 1
= 𝐶 + 𝐶 + 𝐶 ⇔ 𝐶 = 𝑄(𝐶 + 𝐶 + 𝐶 )
𝐶𝑇 1 2 3 𝑇 1 2 3
1 1 1 1
=𝐶 +𝐶 +𝐶
𝐶𝑇 1 2 3
Solução
1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 1 5 1 10
a) = 𝐶 + 𝐶 + 𝐶 ⇔ 𝐶 = 20 + 80 + 16 ⇔ 𝐶 = 80 + 80 + 80 ⇔ 𝐶 = 80
𝐶𝑇 1 2 3 𝑇 𝑇 𝑇
80
𝐶𝑇 = 10 ⇔ 𝐶𝑇 = 8 𝜇𝐹
b) 𝑄 = 𝐶𝑇 . 𝑈 ⇔ 𝑄 = 8.16 ⇔ 𝑄 = 128 𝜇𝐶
𝑄1 = 𝑄2 = 𝑄3 = 𝑄 = 128 𝜇𝐶
𝑄1 128 𝜇𝐶
c) 𝑈1 = ⇔ 𝑈1 = ⇔ 𝑈1 = 6,4 𝑉
𝐶1 20 𝜇𝐹
𝑄2 128 𝜇𝐶
𝑈2 = ⇔ 𝑈2 = ⇔ 𝑈2 = 1,6 𝑉
𝐶2 80 𝜇𝐹
𝑄3 128 𝜇𝐶
𝑈3 = ⇔ 𝑈3 = ⇔ 𝑈3 = 8 𝑉
𝐶3 16 𝜇𝐹
Exercícios de aplicação
2. Três condensadores de 200 nF, 300 nF e 400 nF estão ligados em série, sob uma tensão
de 100 V. Calcule:
a) A capacidade total.
b) As cargas individuais e total.
c) A tensão aplicada a cada condensador
Associação em paralelo
𝑄 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3
𝐶𝑇 . 𝑈 = 𝐶1 . 𝑈 + 𝐶2 . 𝑈 + 𝐶3 . 𝑈
𝐶𝑇 . 𝑈 = (𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3 ). 𝑈
𝐶𝑇 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3
Solução:
a) 𝐶𝑇 = 𝐶1 + 𝐶2 ⇔ 𝐶𝑇 = 50 + 30 ⇔ 𝐶𝑇 = 80 𝜇𝐹
b) 𝑄 = 𝐶𝑇 . 𝑈 ⇔ 𝑄 = 80.12 ⇔ 𝑄 = 960 𝜇𝐶
c) 𝑄1 = 𝐶1 . 𝑈 ⇔ 𝑄1 = 50.12 ⇔ 𝑄1 = 600 𝜇𝐶
𝑄2 = 𝐶2 . 𝑈 ⇔ 𝑄2 = 30.12 ⇔ 𝑄2 = 360 𝜇𝐶
Exercício de aplicação
Dois condensadores com as capacidades de 5 e 10 𝜇F estão ligados em paralelo.
Determine:
a) A capacidade total
b) A carga armazenada quando se aplica a tensão de 50 V
c) A carga armazenada por cada condensador
Associação mista
A associação mista de condensadores consiste na ligação de uns condensadores em série
e de outros em paralelo, no mesmo circuito.
CORRENTE ALTERNADA
No entanto a corrente elétrica pode apresentar-se sob a forma de corrente alternada que
estudaremos a seguir.
𝑉𝑝𝑝 = 2𝑉𝑝
1
1 ciclo → T segundos 𝑓=𝑇
𝑓 ciclos → 1 segundo
Valor médio (Vméd) – é dado pela média aritmética dos valores instantâneos da corrente
ou tensão durante um ciclo. Para cada ciclo é igual a zero, pois os valores da alternância
positiva são iguais aos valores da alternância negativa.
Para algumas aplicações é utilizado o valor médio num semi-ciclo positivo dado por:
2
𝑉𝑚é𝑑 = 𝜋 . 𝑉𝑝 = 0,637. 𝑉𝑝
O valor da tensão ou da corrente eficaz é o valor que produz numa resistência o mesmo
efeito que uma tensão/corrente contínua constante desse mesmo valor.
Por exemplo, uma tensão alternada com um valor eficaz de 220 V, produz numa
lâmpada incandescente o mesmo efeito que os 220V provenientes de uma fonte de
tensão contínua fixa.
Para um sinal sinusoidal o valor eficaz pode ser calculado a partir do seu valor de pico
através da relação:
𝑉𝑝
𝑉𝑒𝑓 = = 0,707. 𝑉𝑝
√2
Escolhe-se agora uma escala para o eixo dos tempos t e outra para o eixo da corrente i.
Dividi-se o intervalo T em 12 partes iguais.
Do cruzamento de cada linha horizontal com cada vertical é definido um ponto, num
total de 12. Unindo entre si os 12 pontos, fica definida a curva sinusoidal.
Velocidade angular
O vetor roda com uma velocidade uniforme percorrendo um ângulo de 2π radianos em
cada período.
A equação anterior representa apenas correntes alternadas cujas curvas passam pela
origem, isto é, 𝑖 = 0 quando 𝑡 = 0. No entanto, nem sempre isso acontece.
A equação anterior já não pode representar curvas deste tipo. Assim devemos
acrescentar à equação anterior o ângulo 𝜑 que se designa por ângulo de fase.
Temos portanto:
𝑖 = 𝐼𝑚 . 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)
Esta equação é válida qualquer que seja o valor do ângulo 𝜑 considerado, daí o nome
que se lhe atribui de equação generalizada da corrente alternada sinusoidal.
𝜋
Assim, no instante 𝑡 = 0 temos 𝜑 = + 2 , pelo que a equação da sinusóide será:
𝜋
𝑖 = 4. 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 2 )
𝜋
No caso de a corrente começar por um máximo negativo 𝜑 = − 2
𝜋
A equação da sinusoide será: 𝑖 = 4. 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 − 2 )
Essas correntes estão desfasadas dado que os respectivos máximos e zeros não são
simultâneos. A corrente 𝒊𝟏 está em avanço em relação a 𝒊𝟐 porque o seu primeiro
máximo positivo é anterior, no tempo, ao de 𝒊𝟐 . Analogamente se diz que 𝒊𝟐 está em
atraso em relação a 𝒊𝟏 .
Estas conclusões podem ser obtidas observando os vectores ⃗I1 e ⃗I2 . De facto ⃗I1 está em
avanço em relação a ⃗I2 , no sentido de rotação utilizado.
Quando uma grandeza está num máximo a outra é nula e vice-versa diz-se que estão em
quadratura. Os vetores correspondentes fazem um ângulo de 90º.
Se duas grandezas anulam-se ao mesmo tempo, mas quando uma está no máximo a
outra está no mínimo diz-se que estão em oposição de fase. Assim os vetores têm a
mesma direção mas sentidos diferentes.
Exercícios de aplicação:
4. Na figura seguinte, representa o diagrama temporal de uma corrente que não passa
na origem, com o período T = 10 ms. O valor eficaz da corrente é de 2 A.
𝑡0 – é o intervalo de tempo
correspondente ao ângulo de
fase 𝜑.
Considere-se uma bobina pura, isto é, uma bobina ideal sem resistência.
Como sabemos, caracteriza-se por um determinado valor L, chamado de coeficiente de
auto-indução ou indutância.
Essa oposição é tanto maior quanto maior for o coeficiente de auto-indução (𝐿) e
quanto maior for a frequência, como podemos ver pela relação seguinte.
Exercícios de aplicação:
3. Calcular a frequência a que foi ligada uma bobina de 4 mH sabendo que a sua
reactância é de 12,56 Ω
Exercícios de aplicação
Este atraso da corrente explica-se pelo facto de surgir uma f.e.m. de auto-indução que se
opõe a causa que lhe deu origem. Assim, quando a tensão u está no máximo, a corrente
i está em zero, visto que há uma reação da bobina que tende a opor-se a corrente i.
Exercícios de aplicação:
3. Calcule a intensidade que percorre uma bobina pura com L = 1 H quando submetida à
tensão de 220V (50Hz).
4. Uma bobina pura é percorrida por uma corrente de 2 A quando se lhe aplica a tensão
de 220 V. Determine a frequência da tensão sabendo que L = 0,2 H.
5. Numa bobina pura com L = 0,007 H circula uma corrente sinusoidal com o valor
máximo de 14,1A. Determine a tensão aos terminais da bobina sabendo que a
frequência da corrente é de 50 Hz.
Exemplo:
Circuito RL série
É um circuito formado por uma bobina com resistência não desprezável ou então por
uma bobina pura em série com uma resistência de valor R.
Em corrente alternada, as correntes e tensões estão desfasadas entre si, pelo que devem
ser representadas por vetores.
Diagrama vetorial
Triângulo de tensões
Triângulo de impedâncias
𝑍 2 = 𝑅 2 + 𝑋𝐿2 ⇔ 𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋𝐿2
Exercícios de aplicação:
a) A impedância do circuito
b) A tensão que deve ser aplicada a bobina para produzir uma corrente de 5A.
c) O valor do coeficiente de auto-indução se a frequência é de 50Hz
Resp.a) Z = 10 Ω; b) U = 50 V; c) L = 25 mH
2.1.Calcule:
a) A impedância do circuito
b) A reactância da bobina
c) O coeficiente de auto-indução da bobina
d) As tensões UR e UL
e) O ângulo 𝜑 de desfasamento entre a tensão e a corrente do circuito
e) 𝜑 = 78,2°
Circuito RC série
Diagrama vetorial
A corrente está em avanço em relação à tensão aplicada, pelo que o circuito diz-se
capacitivo (embora não puro).
Triângulo de tensões
Triângulo de impedâncias
Exercícios de aplicação:
a) A reactância capacitiva
b) A impedância do circuito
c) A intensidade da corrente
d) A tensão nos terminais do condensador
e) O ângulo de desfasamento
Um circuito RLC série é constituído por uma resistência R em série com uma bobina e
com um condensador.
Tal como vimos no estudo dos circuitos anteriores, ao
aplicarmos uma tensão alternada U, o circuito será
percorrido por uma corrente I que provoca em cada
elemento uma tensão parcial, respectivamente 𝑈𝑅 = 𝑅𝐼,
𝑈𝐿 = 𝑋𝐿 𝐼 e 𝑈𝐶 = 𝑋𝐶 𝐼.
𝑿𝑳 > 𝑿𝑪 ⇔ 𝑼𝑳 > 𝑼𝑪
Diagrama vetorial
⃗⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑈 𝑈𝑅 + ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑈𝐿 + ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑈𝐶
Triângulo de impedâncias
𝑍 2 = 𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )2
𝑿𝑪 > 𝑿𝑳 ⇔ 𝑼𝑪 > 𝑼𝑳
Diagrama vetorial
Triângulo de impedâncias
𝑍 2 = 𝑅 2 + (𝑋𝐶 − 𝑋𝐿 )2
𝑿𝑳 = 𝑿𝑪 ⇔ 𝑼𝑳 = 𝑼𝑪
Diagrama vetorial
⃗⃗, 𝑈
Neste circuito 𝑈𝐿 = 𝑈𝐶 , pelo que 𝑈 = 𝑈𝑅 , estando os vetores 𝑈 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗
𝑅 e 𝐼 em fase entre si;
o ângulo 𝜑 é de 0°. Portanto, o circuito comporta-se, nestas circunstâncias, como um
circuito puramente resistivo. Esta situação é conhecida como ressonância.
1 1 1
𝑋𝐿 = 𝑋𝐶 ⇔ 2𝜋𝑓0 𝐿 = ⇔ 𝑓0 2 = 2 ⇔ 𝑓0 =
2𝜋𝑓0 𝐶 4𝜋 𝐿𝐶 2𝜋√𝐿𝐶
(𝑋𝐿 = 𝑋𝐶 ) ⇒ 𝑍 = √𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )2 ⇔ 𝑍 = √𝑅 2 + 0 ⇔ 𝑍 = 𝑅
Exercícios de aplicação
1. Observe a figura.
1.1. Calcule:
a) As reactâncias da bobina e do condensador.
b) A impedância do circuito.
c) A intensidade absorvida pelo circuito.
d) As tensões 𝑈𝑅 , 𝑈𝐿 e 𝑈𝐶 .
Circuito RL série
𝑆 2 = 𝑃2 + 𝑄𝐿 2 ⇔ 𝑆 = √𝑃2 + 𝑄𝐿 2
𝑃
𝑐𝑜𝑠 𝜑 = 𝑆 ⇒ 𝑃 = 𝑆. 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑃 = 𝑆. 𝑐𝑜𝑠𝜑 ⇔ 𝑃 = 𝑆. 1 ⇔ 𝑃 = 𝑆
𝑄𝐿 = 𝑆. 𝑠𝑒𝑛𝜑 ⇔ 𝑄𝐿 = 𝑆. 0 ⇔ 𝑄𝐿 = 0
Num circuito puramente resistivo, a potência ativa é igual à potência aparente, sendo
nula a potência reativa.
𝑃 = 𝑆. 𝑐𝑜𝑠𝜑 ⇔ 𝑃 = 𝑆. 0 ⇔ 𝑃 = 0
𝑄𝐿 = 𝑆. 𝑠𝑒𝑛𝜑 ⇔ 𝑄𝐿 = 𝑆. 1 ⇔ 𝑄𝐿 = 𝑆
Num circuito puramente indutivo, a potência reativa é igual à potência aparente, sendo a
potência ativa nula.
Circuito RC série
𝑃 = 𝑅𝐼 2 ; 𝑄𝐶 = −𝑋𝐶 . 𝐼 2 ; 𝑆 = 𝑈. 𝐼
Fator de potência
Exercícios de aplicação:
1.Um aquecedor cuja resistência é igual a 70 Ω está ligado a 220V (c.a.). Calcule:
a) A intensidade absorvida.
b) A potência ativa.
c) A potência aparente.
d) A potência reativa.
e) O fator de potência.
a) O valor de R.
b) O valor da impedância.
c) O valor da reactância.
d) Os valores de Q e S
3. Uma bobina absorve uma potência ativa de 50 W e uma potência reativa de 200 VAr,
quando alimentada a 150 V- 50 Hz. Calcule:
a) A potência aparente.
b) A intensidade absorvida.
c) A resistência e a reactância da bobina.
d) A impedância da bobina.
e) O fator de potência.
5. Num circuito RC série, percorrido por uma corrente de 1,5 A, as potências ativa e
reativa são P = 90W e QC = -135 VAr. Calcule:
a) A potência aparente do circuito.
b) A tensão aplicada ao circuito.
c) A impedância.
d) A resistência e a reactância.
e) O fator de potência.
Um circuito RLC paralelo é constituído por uma resistência, uma bobina (considerada
pura) e um condensador (considerado puro) ligados em paralelo, tal como se representa
na figura seguinte:
Apliquemos a este circuito uma tensão alternada sinusoidal U. Este será percorrido por
uma corrente total I e cada um dos componentes será respectivamente percorrido por:
𝑈 𝑈 𝑈
𝐼𝑅 = 𝑅 ; 𝐼𝐿 = 𝑋 ; 𝐼𝐶 = 𝑋
𝐿 𝐶
Tal como no circuito RLC série, também no circuito RLC paralelo podemos considerar
três situações particulares: circuito predominantemente indutivo, circuito
predominantemente capacitivo e circuito resistivo.
𝐼𝐿 > 𝐼𝐶 ⇔ 𝑋𝐿 < 𝑋𝐶
Diagrama vetorial
Triângulo de correntes
Triângulo de potências
Este triângulo é obtido a partir do triângulo de correntes, multiplicando cada lado pela
tensão U.
𝑃 = 𝑈. 𝐼𝑅 = 𝑅. 𝐼𝑅2
𝑄 = 𝑈. 𝐼𝐿 − 𝑈. 𝐼𝐶 = 𝑋𝐿 . 𝐼𝐿2 − 𝑋𝐶 . 𝐼𝐶2
𝑆 2 = 𝑃2 + 𝑄 2
𝐼𝐶 > 𝐼𝐿 ⇔ 𝑋𝐶 < 𝑋𝐿
Diagrama vetorial
Circuito resistivo
𝐼𝐿 = 𝐼𝐶 ⇔ 𝑋𝐿 = 𝑋𝐶
Estes dois circuitos, são considerados casos particulares do circuito RLC paralelo.
Considere o circuito RL paralelo, cujo diagrama vectorial representa-se na figura
seguinte
Partindo da expressão geral do RLC paralelo e fazendo IC = 0 (visto que o circuito não
tem condensador), obtemos:
As restantes expressões apresentadas para o RLC paralelo são também aplicadas a este
circuito, desde que façamos IC = 0, XC = 0 ou QC = 0.
Exercícios de aplicação
Sistema Trifásico
𝑢1 = √2 𝑈1 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
Esta não é a solução mais adequada para a alimentação das cargas, visto necessitar de 6
condutores para ligar os receptores ao alternador, três condutores de ida (partindo dos
terminais U, V e W) e três condutores de retorno (ligados aos terminais X, Y e Z).
Desta forma, em vez de termos três condutores de retorno da corrente, passamos a ter
apenas um condutor de retorno, o qual tem o nome de condutor neutro, por onde passa
a corrente total de retorno 𝐼⃗𝑁 = 𝐼⃗1 + 𝐼⃗2 + 𝐼⃗3 .
Os outros três condutores têm o nome de condutores de fase ou fases. A este tipo de
ligação dos enrolamentos ou das cargas dá-se o nome de ligação em estrela.
Podemos ligar ainda os enrolamentos ou as cargas de uma outra forma, tal como
representa a figura seguinte:
A este outro tipo de ligação dá-se o nome de ligação em triângulo (Δ). O alternador é
constituído pelos três enrolamentos UX, VY, WZ, em que U, V, W são as saídas e X, Y,
Z são as entradas respectivas. A ligação em triângulo é feita de tal forma que a entrada
de um enrolamento é ligada com a saída de outro enrolamento e assim sucessivamente,
até se fecharem entre si, como se fosse um triângulo.
Neste caso, partem do alternador apenas três condutores (três fases), que vão alimentar
os receptores que também foram ligados em triângulo. Não existe portanto, condutor
neutro.
Num sistema trifásico, definem-se dois tipos de tensão diferentes: a tensão simples e a
tensão composta.
𝑈𝐶 = √3 𝑈𝑆
Considerando que a tensão simples na nossa rede é de 220 V, então a tensão composta
será:
𝑈𝐶 = √3 𝑈𝑆 ⇔ 𝑈𝐶 = √3 .220 ⇔ 𝑈𝐶 = 380 𝑉
Os receptores trifásicos são formados por três elementos idênticos ou não (receptores
monofásicos) que podem ser ligados de duas maneiras: em estrela ou em triângulo.
Diz-se que um sistema trifásico (em estrela ou em triângulo) está equilibrado, quando
submetido a um sistema trifásico de tensões, se verifica que as cargas têm a mesma
impedância (𝑍1 = 𝑍2 = 𝑍3 ) e o mesmo fator de potência (cos 𝜑1 = cos 𝜑2 = cos 𝜑3 ).
𝑈𝑆 𝑈𝑆 𝑈𝑆
= = ⇔ 𝐼1 = 𝐼2 = 𝐼3
𝑍1 𝑍2 𝑍3
A carga Z é uma carga genérica, que tanto pode ser resistiva, como indutiva ou
capacitiva. Considere o diagrama vetorial das tensões e correntes, para o caso em que
três cargas são resistivas, representado na figura seguinte.
Tal como na ligação dos receptores em estrela, também em triângulo as cargas podem
ser equilibradas ou desequilibradas.
Triângulo equilibrado
Visto que um sistema trifásico é constituído por três cargas, para obter as potências
totais (trifásicas) somam-se as potências parciais respectivas.
𝑃𝑡 = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3
𝑄𝑡 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3
𝐒𝐭 = √𝟑. 𝐔𝐂 . 𝐈 𝐒𝐭 = √𝟑. 𝐔𝐂 . 𝐈
Na ligação em triângulo ⇒ I = √3 IZ
Na ligação em estrela ⇒ I = IZ
Exercícios de aplicação:
a) A tensão simples
b) A tensão composta
a) I1 , I2 , I3
b) IN
c) A potência ativa consumida em cada
resistência.
Tensão – 380 V
Intensidade na linha – 16 A
Fator de potência – 0,76