Texto áureo
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Meu Distinto e nobre Amigo Leitor, pela graça de Deus iniciaremos o nosso 1º
Trimestre das Lições Bíblicas, deste ano que já começou, com um tema atualíssimo
– Batalha Espiritual –, mas que infelizmente muitos cristãos estão ignorando de
forma irresponsável.
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Será apresentado o conceito de Batalha Espiritual, ressaltando sua realidade
bíblica e distorções; Pontuar-se-á as principais “crenças” da pseudobatalha
espiritual; e, como desconstruir em essas “crenças” por meio da análise bíblica.
I – A BATALHA ESPIRITUAL
Isso nos faz lembrar o que disse Barclay, sobre o ministério da resistência:
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Existe a lei da resistência cristã. O diabo sempre está buscando a
quem arruinar. Novamente Pedro deve ter lembrado como o diabo o
tinha vencido e como havia negado a seu Senhor. O diabo é o
inimigo jurado do homem e a fé de este tem que ser sólida como
uma muralha para que os ataques diabólicos se despedacem ao se
chocar contra ela. O diabo é como qualquer covarde: retira-se
quando corajosamente se resiste com a força e com a companhia de
Jesus Cristo.
Mas antes de o diabo se afastar de nós temos que resisti-lo como fez Jesus –
com a arma certa, a Palavra de Deus (Mt 4; Lc 4). Não estamos praticando uma
espécie de roleta russa espiritual, nem estamos em um circo, mas num mundo sob a
atuação de Satanás, em que a Igreja está inserida, e tudo isso, evidentemente, sob
o domínio de nosso Deus.
O autor da nossa lição nos alerta para este tema nos advertindo de que muita
coisa que se tem escrito neste campo de estudo na verdade são noções distorcidas
da realidade espiritual. Ele acrescenta: “trata-se de uma cosmovisão abrangente de
culturas antigas como a da Mesopotâmia e do Egito, influenciada pela magia e pelo
ocultismo”. Deixe-me explicar um pouco este pensamento. Praticamente todas as
crenças orientais admitiam um poder do mal assim como o poder do bem.
Pensavam numa espécie de guerra entre Deus e esse poder maligno. Por
exemplo, os babilônios relatavam que Tiamat, o dragão, rebelou-se contra Marduk, o
criador, e tinha sido destruído na batalha final.
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Os judeus também tinham esta concepção. O poder satânico era chamado de
Belial ou mais corretamente Beliar. Quando desejavam descrever ao homem como
extremamente mau eles o chamavam filho de Beliar. (Deuteronômio 13.13; 1 Reis
21.10, 13; 2 Samuel 22. 5.
Existia a crença muito difundida de que numa batalha final Deus triunfaria e
essa força antiDeus seria definitivamente destruída. Mais pela frente, a Cabala (a
parte mística do judaísmo) e o esoterismo introduziram outros ensinamentos sobre
este e outros assuntos, de modo que o ocultismo começou a prevalecer sobre
muitos temas, e um desses foi o que estamos a tratar neste trimestre.
Pois, bem, agora, vejamos estas principais crenças sobre supracitado tema.
Mas antes cabe aqui um pequeno relato de quem foi o precursor deste tema
estudado.
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Ele veio para a província de Yunnan na China, em 1910, com um anseio do coração
para as almas dos Lisu, povo tribal quase esquecido.
Depois de dominar a difícil língua Lisu, ele desenvolveu seu próprio “Fraser
Script” e traduziu a Bíblia para o dialeto tribal. Em 1916 houve um movimento real do
Espírito entre os Lisu, resultando em sessenta mil batismos em apenas dois anos. A
igreja Lisu continuou a crescer e, eventualmente, tornou-se um dos maiores grupos
cristãos tribais no mundo.
Bem, teria sido a partir deste momento em que ele teria formulado os
conceitos descritos nesta lição. A questão é mais complexa do que pensamos, pois
não se pode julgar toda a vida de uma pessoa por algum momento de dificuldade
espiritual. Evidentemente, que não se pode, também, desenvolver uma doutrina em
experiências pessoais ou textos isolados. Este, pois, teria sido o seu grande erro.
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1. Mapeamento espiritual.
2. A maldição hereditária.
Segundo o Pr. João Flávio Martinez, uma das distorções doutrinárias mais
difundidas entre o povo de Deus ultimamente é o ensino das “maldições
hereditárias”, conhecido também como “maldição de família ou “pecado de geração”.
Estes conceitos circulam bastante através da televisão, rádio, literatura e seminários
nas igrejas. Muitos líderes, ministérios e igrejas, antes sólidos e confiáveis,
acabaram sucumbindo a mais esse ensino controvertido e importado dos Estados
Unidos.
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Uma vez que se saiba qual, pede-se perdão por aquele antepassado ou pela
geração revelada e o problema estará resolvido, isto é, estará desfeita a maldição.
Se você ou algum de seus ancestrais deu lugar ao diabo, sua família poderá
estar sob a “Maldição Hereditária”, e esta se transmitirá a seus filhos. Não
permita que sua descendência seja atingida pelo diabo através das
maldições de geração. Os pecados dos pais podem passar de uma a outra
geração, e assim consecutivamente. Há na sua família casos de câncer,
pobreza, alcoolismo, alergia, doenças do coração, perturbações mentais e
emocionais, abusos sexuais, obesidade, adultério’? Estas são algumas das
características que fazem parte da maldição hereditária nas famílias.
Contudo, elas podem ser quebradas!
3. “Crentes endemoninhados”.
Certa líder na área da batalha espiritual segue a mesma linha dessa autora e
conclui:
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III – VAMOS A BÍBLIA
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2. Sobre a maldição hereditária (Ez. 18.20; Jr 31.28; Dt 24.16; 2Rs 14.6).
É verdade que os filhos que repetem os pecados de seus pais têm toda a
possibilidade de colher o que seus pais colheram. Os pais que vivem no alcoolismo
têm grande possibilidade de ter filhos alcoólatras. Os que vivem blasfemando, ou na
imoralidade e vícios, estão estabelecendo um padrão de comportamento que, com
grande probabilidade, será seguido por seus filhos, pois “aquilo que o homem
semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Isso poderá suceder até que uma geração se
arrependa, volte-se para Deus e entre num relacionamento de amor com ele através
de Jesus Cristo. Cessou aí toda a maldição. Note que no final do versículo cinco do
capítulo vinte de Êxodo, a Palavra de Deus declara que a maldição viria apenas
sobre aqueles que aborrecem a Deus, algo que não se passa com o cristão”.
1o – razão: o crente é santuário do Espírito Santo. “Acaso não sabeis que o vosso
corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de
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Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora,
pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” (1 Co 6.19, 20.)
2o – razão: o Espírito Santo é zeloso pelo seu santuário. “Ou supondes que em vão
afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar
em nós?” (Tg 4.5.).
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órfãos (Jo 14:18) e de que seremos transformados na ressurreição (1 Co 15.52.). A
presença do Espírito Santo em nós é a garantia de que somos propriedade de Deus.
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pe 2.9.)
“Porque, qual dos homens sabe as cousas do homem, senão o seu próprio
espírito que nele está? Assim também as cousas de Deus ninguém as conhece,
senão o Espírito de Deus.” (1 Co 2.11.)
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6o – razão: O imutável amor de Cristo garante a segurança.
“Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio
daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida,
nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes,
nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do
amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 8.37-39.)
O que nos dá segurança é o fato de o amor ser o de Cristo Jesus. Seu amor é
sublime e leal, “é forte como a morte” (Ct 8.6) e a sua fidelidade está para além da
fidelidade do crente, porque “se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira
nenhuma pode negar-se a si mesmo”. (2 Tm 2.13.)
O crente jamais será esquecido pelo amado Senhor Jesus, pois o seu nome
está nas palmas de Sua mão. “Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que
ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que
esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas
palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante
mim.”(Is 49.15, 16). O crente pode reivindicar todas as promessas da Palavra de
Deus, “Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm nele o sim; porquanto
também por ele é o amém para a glória de Deus, por nosso intermédio” (2 Co 1.20.)
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4. O homem segundo a Bíblia.
Ora, se Deus é Espírito, então o homem não pode ser! Portanto, esse
ensinamento de que o Homem é espírito está equivocado. Ora se o homem é
espírito, então Jesus ao andar aqui na terra era espírito também! Ledo engano, pois
a Bíblia declara que o verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14). Ele era de
carne e osso, embora fosse Deus. Isso é um mistério, só a eternidade nos explicará
com clareza esta verdade.
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CONCLUSÃO
Destarte, cantemos ao Senhor Jesus com este belo coro – extraído do hino
de número 305 – da nossa Harpa Cristã, sabedores de que “a Batalha Espiritual é
uma realidade bíblica que consiste na luta contínua da Igreja contra o reino das
trevas.”
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