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Índice

O QUE É O YOGA PARA CRIANÇAS E PORQUÊ PRATICAR? .......................................................2


O BENEFÍCIOS DO YOGA PARA CRIANÇAS ......................................................................................4
PRINCÍPIOS A SEGUIR PARA ENSINAR YOGA A CRIANÇAS ........................................................5
CAPTAR (E MANTER) A ATENÇÃO .....................................................................................................12
REGRAS ......................................................................................................................................................18
FORMAS DE ELOGIAR ...........................................................................................................................20
GRUPOS ETÁRIOS ...................................................................................................................................22
YOGA EM FAMÍLIA .................................................................................................................................30
YOGA PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS .........................................................32
COMO ORGANIZAR A SALA .................................................................................................................34
TRABALHO EM GRUPO E EM PARES ................................................................................................35
CÍRCULO DE PARTILHA ........................................................................................................................37
USO DE ADEREÇOS .................................................................................................................................38
MÚSICA .......................................................................................................................................................40
MANEIRAS DIVERTIDAS DE PRATICAR YOGA!.............................................................................41
VIAGENS DE YOGA .................................................................................................................................47
SUGESTÕES PARA ESTRUTURAS DE AULAS...................................................................................50
JOGOS PARA APRENDER NOMES .......................................................................................................52
INÍCIOS .......................................................................................................................................................55
DANÇAS DO SOL ......................................................................................................................................59
POSTURAS DE YOGA ..............................................................................................................................62
POSTURAS NA PAREDE ..........................................................................................................................63
YOGA VOADOR ........................................................................................................................................65
JOGOS DE RESPIRAÇÃO ........................................................................................................................84
JOGOS COM CARTAS DE YOGA ..........................................................................................................87
OS PARES OU GRUPOS RECEBEM O MESMO CARTÃO E, CONJUNTAMENTE,
EXECUTAM A POSTURA DE FORMA A QUE ESTEJAM CONECTADOS OU
ENTRELAÇADOS, SEM RESTRIÇÕES.HISTÓRIAS CURTAS ........................................................89
HISTÓRIAS CURTAS ................................................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
RELAXAMENTO E VISUALIZAÇÃO....................................................................................................93
JOGOS DE MEDITAÇÃO .........................................................................................................................95
DICAS PARA CONDUZIR UM RELAXAMENTO .............................................................................103
MANEIRAS DIVERTIDAS DE RELAXAR ..........................................................................................105
SUGESTÃO DE TEMAS PARA RELAXAMENTO .............................................................................110
EXEMPLOS DE VISUALIZAÇÃO GUIADA .......................................................................................111

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MANDALAS ..............................................................................................................................................120
INFORMAÇÕES SOBRE O NEGÓCIO ................................................................................................121

O que é o Yoga para Crianças e porquê praticar?


O Yoga é uma ciência antiga que ajuda a manter a saúde e bem-estar,
reforçando a consciência, a força e a flexibilidade de corpo e espírito. O Yoga é
uma prática baseada na igualdade de todos os seres, e os seus benefícios
repercutem-se em qualquer praticante, independentemente da idade e
condição ou capacidade física. As posturas ou posições do Yoga são
designadas na sua língua materna por Asanas e podem ser praticadas por
pessoas de todas as faixas etárias.

Os praticantes de yoga desde há muito que comprovaram os benefícios do


yoga, que incluem a diminuição da tensão e das dores físicas, uma melhor
circulação sanguínea e melhor digestão, uma postural corporal mais correta,
aumento de concentração, respiração mais profunda e descontraída e um
sentimento geral de bem-estar e paz interior. A questão é: Será que estes
benefícios se podem estender também às crianças? A resposta é: sim, e
muitos mais para além destes!

O Yoga ajuda, de uma forma divertida, as crianças a desenvolverem


competências importantes num ambiente encorajador não competitivo. Mesmo
as crianças mais novas muitas vezes sentem não só a pressão social e
académica inerente à atividade escolar, como sofrem com o ambiente
competitivo dos desportos organizados. É frequente que, à medida que
crescem, rapazes e raparigas se tornem demasiado autocríticos e percam a
autoconfiança. O Yoga é um ótimo remédio para isso: numa aula de yoga não
há julgamento sobre o desempenho da criança O objetivo do yoga não é
executar uma “postura perfeita” mas alimentar a força interior e a autoaceitação
do praticante.

O ambiente acolhedor que envolve a prática do yoga encoraja as crianças a


relaxarem e a divertirem-se à medida que desenvolvem não só a força, a
coordenação, flexibilidade e equilíbrio mas também a consciência do seu
corpo, a concentração e autoconfiança. Um estudo da Universidade da
Califórnia realizado em 2003 descobriu que os alunos de uma escola de Los
Angeles que praticavam yoga com regularidade demonstravam não apenas um
aumento significativo da autoestima como também melhor forma física e
melhor desempenho escolar. Adicionalmente estas crianças tinham menos
problemas relacionados com disciplina, uma vez que se sentiam
genericamente mais relaxados e tinham maior respeito pelos seus pares.

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Nas aulas de Yoga para crianças fomenta-se o equilíbrio entre espontaneidade
e estrutura, para que os alunos não só se possam auto expressar de forma
criativa, como aprendam a ouvir os outros.
Acreditamos que as crianças aprendem melhor quando se estão a divertir: nas
aulas de Yoga para crianças intercalam-se histórias, canções, jogos e posturas,
permitindo que aprendam num ambiente multissensorial que explora o
conhecimento cinestético, visual, e intra e interpessoal. O Yoga para Crianças
é na realidade muito mais cativante e mais divertido que as aulas de Yoga para
adultos!

Nas aulas de Yoga cada criança é também encorajada a prestar atenção e a


respeitar o seu corpo – é-lhes ensinado a fazerem apenas as posturas em que
se sentem confortáveis e a abandoná-las quando acharem que é altura, (algo
que a maior parte dos adultos tem dificuldade em fazer). Esta é uma
competência especialmente importante para as crianças, cujo corpo está
continuamente em mudança.

Para além dos enormes benefícios físico e mentais, um dos pilares da prática
do yoga é o respeito e a honra: por si próprio, pelos outros e pelo ambiente.
Nas aulas de yoga as crianças iniciam uma viagem mágica à volta do mundo,
aprendendo muito sobre várias culturas.
Ao imitar as posturas de animais ficam a conhecer factos sobre os diferentes
habitats, as espécies em perigo e têm a oportunidade de partilhar o que sabem
sobre os seus animais preferidos.

As crianças têm uma afinidade inata com a natureza e animais – compreendem


e gostam de aprender como tratar da natureza e dos seus habitantes, animais
e humanos

O Yoga é uma prática holística, com um foco não só interior como exterior.
Mas, mais importante: é Divertido

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O Benefícios do Yoga para crianças

O Yoga

 Desenvolve a força e a flexibilidade


 Aumenta a autoconfiança e constrói uma autoimagem positiva
 Aumenta a força emocional
 Alimenta a criatividade
 Ajuda a equilibrar o corpo e a mente
 Ensina o amor-próprio e a autoaceitação
 Estimula os sentidos e a consciência do próprio corpo
 Desenvolve a coordenação e o equilíbrio
 Expande a autoconsciência e a consciência dos outros
 Estimula a autodisciplina e o autocontrolo
 Ajuda a desenvolver a concentração
 Favorece uma postura corporal mais ereta, mais longa e mais flexível
 Fortalece o corpo em geral: o esqueleto, o sistema nervoso, o sistema
circulatório, o sistema digestivo e respiratório, os sistemas musculares e
hormonais, para além de aumentar o conhecimento do nosso corpo
 Promove a tomada consciência da importância da respiração e torna-a
mais profunda
 É não-competitivo
 Expande a consciência relativamente à natureza, animais e ambiente
 Ajuda as crianças a encontrar a sua força interior
 Encoraja a cooperação e o trabalho em equipa
 Ensina técnicas de relaxamento e diminuição de stress
 Encoraja a compaixão, a generosidade e o respeito
 Ensina a encontrar a paz interior

O YOGA É DIVERTIDO!

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Princípios a seguir para ensinar Yoga a Crianças

1. Limite o tamanho da classe a 15 crianças. 15 já são na verdade muitas,


mas provavelmente vai dar aulas a grupos de 40 ou mais crianças, em Campos
de Verão, Festas de Aniversário, ou talvez em Infantários e Escolas. Nestes
casos, escolha um assistente ou dois, caso contrario, dar a aula será (possível
mas) muito difícil. E não diga que não foi avisado 

2. Planeie a aula, mas esteja preparado para mudá-la se for necessário! No


início, será bom praticar a aula em casa, com antecedência, de forma a
apreender a sequência e sentir-se mais à vontade.

3. Esteja disponível 15 minutos antes e 15 minutos depois de cada aula

4. Crie um espaço confortável para a prática. A sala deve estar limpa e ser
segura para as crianças. Pode também tornar a atmosfera mais agradável com
incenso, musica e luzes suaves

5. Elimine as distrações da sala de yoga: retire brinquedos, alimentos, livros


ou qualquer outra coisa em que as crianças possam querer mexer.

6. Feche a porta da sala, para evitar interferências e criar um ambiente


seguro. Não vai querer que as crianças saiam da sala enquanto estiver a dar a
aula.

7. Lembre os seus alunos de vestir roupas confortáveis e de não comer em


demasia antes da aula.

8. Antes do início da aula incentive as crianças a ir à casa de banho, beber


um copo de água se tiverem sede, etc. Se durante a aula alguém precisar de ir
à casa de banho mande-o imediatamente ir, sob pena de ficar com um tapete
de yoga molhado.

9. Se achar necessário, deixe as crianças correr um pouco no início da


aula, de forma a libertar o excesso de energia. Se sentir que é preciso um
escape no meio da aula, experimente uma postura mais ativa ou inicie um jogo.

10.Para crianças com idade superior a 6 anos e em aulas de Yoga em Família


é boa ideia perguntar no início da aula se alguém está desconfortável ou
sente alguma dor. Uma maneira amistosa de o fazer é colocar as pessoas
num círculo e pedir-lhe para dizerem o nome e descreverem como o corpo se
sente nesse momento. Outra maneira de obter esta importante informação é
usar a palavra “magia” em vez de “dor” e perguntar aos participantes se há algo
que o corpo lhes esteja a dizer ou comunicar nesse momento.

11. Quando alguém chega atrasado, peça ao grupo para lhe dar um
grande aplauso e saúde-o com um sorriso. As pessoas têm normalmente

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boas razões e já se sentem culpadas e envergonhadas quando chegam
atrasadas. Já existem sofrimento suficiente no mundo e desafios na vida
quotidiana de cada pai – não é necessário acrescentar mais com reprimendas.

12. As crianças necessitam tanto de estrutura como de liberdade - determine


os limites e as regras a cumprir na aula

13. Exprima as suas intenções no início da aula. Se as crianças souberem o


que pretende delas e o que lhe agrada serão maiores as probabilidades de se
portarem bem

14. Deixe fluir a aula e trabalhe com a energia das crianças. Tenha em
atenção o seu estado de espírito e questões colocadas. Seja divertido, mas
sensível aos seus alunos e às suas necessidades.

15. Pense por associação e deixe a aula acontecer. Liberte a sua imaginação
para que não tenha de pensar no que vai fazer a seguir nem por um segundo.
Se conseguir envolver-se deste modo, esteja certo que terá a total atenção das
crianças o tempo todo.

16. Se as crianças perderem o interesse, mude de postura jogo ou tópico


de conversa.

17. Adeque a aula à idade das crianças. Os legumes são saudáveis, mas
deixam de o ser se não tiver dentes para os mastigar. A idade não deve ser
medida em anos, mas em capacidades. As crianças querem conseguir fazer as
posturas. Se lhes pedir coisas que eles não conseguem fazer, a resposta será
mau-comportamento.

18. Seja paciente e tente nunca zangar-se, ficar assustado ou frustrado –


quando as crianças se apercebem destas fraquezas o comportamento piora.
Entre na sala cheio de autoconfiança, com o coração leve, alegre e
entusiasmado

19. As crianças estão não só a observá-lo como a senti-lo. Se você se


respeitar, elas vão ouvi-lo e respeitá-lo.

20. Ligue-se a cada criança de forma pessoal. Aprenda os seus nomes e


dirija-se a lhes individualmente. Encontre o que cada criança tem de especial.

21. Conheça os seus alunos. Isto vai torná-los mais participativos. Pode usar
um questionário no início do semestre ou uma série de aulas com perguntas
sobre as suas coisas favoritas: animal, cor, comida, postura de yoga, etc.
Assim vai poder dar a um balão da cor favorita ou dedicar a postura de
determinado animal a cada uma delas. Também poderá usar a postura favorita
de uma criança de forma a atrair de volta a sua atenção, se for necessário

22. Dê mais controlo para receber mais controlo, especialmente com


crianças mais velhas. É como o amor – quanto mais der, mais recebe. Por
exemplo, se uma criança começa a fazer a postura da árvore, peça aos outros

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para o seguirem, mesmo que já a tenham feito ou se tinha planeado outra
coisa.

Quanto mais estável for o grupo, maior liberdade de escolha poderá dar.
Pergunte às crianças se querem fazer uma viagem nessa aula, qual será o
meio de transporte, que animais vão encontrar, se querem repetir a postura,
etc. Também pode dar-lhes a escolher entre duas opções que lhes agradem.
Se não fizerem a escolha em 10 segundos, escolha por eles.

Por outro lado, pergunte apenas se achar que tem condições de lhes dar o
que pediram – se ainda não se sente confortável com o pensamento por
associação ou a inventar novas posturas instantaneamente, espere até se
sentir confortável em dar-lhes opções. Se lhe acontecer não conseguir pensar
numa postura apropriada para algo estranho que as crianças lhe pediram,
devolva o pedido e pergunte-lhes como pensam que a postura seria.

23. Reforço positivo: elogie frequentemente os alunos e explique o porquê do


elogio. Dê menos atenção aos que se portam menos bem ou que abandonam o
grupo para fazer outra coisa. As crianças repetem os comportamentos que lhes
garantem atenção e abandonam as ações que fazem com que sejam
ignorados. Aceite o facto de que o comportamento negativo que está a ignorar
vai piorar um pouco antes de desaparecer.

24. Abuse das palmas na aula (se se esquecer, as crianças vão lembrá-lo e
bater as palmas a si próprios.)

25. Toque as crianças o mais que puder – abrace, ajude, levante, etc. Com
crianças mais velhas o toque deverá ser mais limitado e não deverá ser usado
de todo com adolescentes e pré-adolescentes. E embora consideremos que o
toque é um traço essencial da nossa forma de ensinar, tenha em atenção as
regras da instituição ou escola e o facto de poder ser mal interpretado pelos
próprios estudantes ou observadores.

26. Evite expressões negativas como não, não consegues, é impossível,


assim não, errado, não faças…. Em vez destas use substitutos positivos como
por favor, tu consegues, podes por favor fazer, experimenta desta forma, eu sei
que és capaz, etc.

27. Toda a gente comete erros e fica confusa por vezes – faça disso uma
experiência positiva

28. Aplauda novos erros. Se não estamos a repetir erros passados, estamos
a aprender. Quando repetimos o mesmo erro vezes sem conta estamos
encalhados. Se cometemos novos erros estamos a progredir – dê à criança
uma palmadinha nas costas! O mais pequeno progresso ou o domínio da mais
pequena habilidade reforçam a autoconfiança e permitem que se chegue mais
longe e se aprendam novas coisas.

29. À Terceira é de vez. Se não for bem-sucedido à primeira ou à segunda


vez, tente uma terceira. Isto aplica-se quer ao professor, quer ao aluno. Não

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desista facilmente e dê a cada postura, experiência ou jogo pelo menos três
oportunidades.

30. Nunca use conotações sexuais.

31. Não mencione chichi ou cocó, especialmente na postura do cão. As


crianças não vão parar!  Contudo, às vezes é giro rir do cocó.

32. Pense antes de falar. Dê instruções simples e claras. [Note que as


crianças nem sempre distinguem a esquerda da direita – pode simplesmente
dizer “ para um lado” e depois “ para o outro lado” ou pode pôr-lhes uma
pulseira no braço direito e dizer “ para o lado onde têm/não têm a pulseira].
Não dê instruções se ninguém o está a ouvir – capte primeiro a sua atenção.

33. Não assuma nada como óbvio – se quiser que as crianças façam algo,
diga-lhes clara e explicitamente

34. Não fique parado; ande de um lado para o outro, entre as crianças

35. Demonstre as posturas e pratique com as crianças. Demonstre e volte a


explicar em vez de corrigir uma criança de uma maneira física. A filosofia “ não
faças o que eu faço” não funciona com as crianças. Sobretudo nas posturas em
que não o vão poder ver, como no Arado, Aranha, Vela, etc., certifique-se que
demonstra a postura antes que as crianças a comecem a fazer.

36. Ao demonstrar uma postura, ou explicar um jogo, peça a ajuda de uma


das crianças ou um dos pais. Certifique-se de que usa para as
demonstrações pessoas diferentes de cada vez, de forma que todos sintam
que têm o mesmo nível de atenção. Em novos grupos que não o conhecem
bem, é melhor pedir um voluntário do que colocar no centro das atenções
alguém tímido que se pode sentir mal por isso.

37. Peça a ajuda das crianças: para nomear a postura ou mostrar como se
faz, organizar a sala no princípio e no fim da aula, ou distribuir os adereços e
brindes.

38. Trate todas as crianças da mesma forma. Os princípios da igualdade e


justiça são muito importante para elas.

39. Oiça as crianças. Use um bocadinho a sua linguagem.

40. Deixe-os ser eles próprios e respeite-os como indivíduos

41. Faça aulas divertidas e animadas. Utilize adereços, música, pinturas,


brinquedos, canções, jogos, desafios, etc..

42.Mantenha as crianças envolvidas deixando-as completar as suas frases.


Por exemplo, pode dizer “ A próxima postura que vejo na floresta é a da…” e
deixá-las dizer “árvore”

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43. Para tornar as aulas ainda mais engraçadas e cheias de aventura vista
personagens em algumas das aulas. Pode aparecer disfarçado e
personificando um pirata, um explorador, um mágico, um palhaço…

44. Se a postura é assimétrica, pratique-a à esquerda e à direita.

45. Mesmo que seja difícil, nenhuma postura deve magoar. No caso de
alguém sentir dor, tente corrigir o problema ou desista da postura.

46. Ensine as crianças a ouvir e respeitar o seu corpo e a respeitar os


corpos dos colegas.

47. Deixe-as repetir as posturas quantas vezes quiserem e mantê-las


durante o tempo que desejarem,

48. Para manter as crianças em permanência nas posturas use canções,


contagens e efeitos sonoros. Por vezes terá de as guiar com instruções
como “Mais alto/baixo!/depressa/longe, outra vez, mais uma vez”, etc.!
para os manter na postura mais do que alguns segundos.

49. Dependendo da idade, é possível guiar as crianças para fazerem ou


desfazerem as posturas lentamente e respirarem profundamente enquanto
mantém a postura

50. Não espere que as crianças façam as posturas de forma perfeita e


evite fazer correções de alinhamento, a não ser que a prática especifica possa
ter consequências danosas na criança ou em outros. Nem sequer é necessário
que os alunos pratiquem as posturas na aula para as aprender –
frequentemente fazem-no de forma espontânea depois da aula e em casa.
Explique isto não só aos alunos como aos pais, já que estes muitas vezes se
esquecem que os seus filhos são crianças!

51. Não esconda as suas limitações físicas dos seus alunos, para que eles
se apercebam de que não faz mal não fazer tudo na perfeição ou ser incapaz
de fazer determinada postura.
É normal que a sua aula seja composta por crianças com graus diferentes de
força e flexibilidade: forneça alternativas mais fáceis ou mais desafiadoras
para cada postura e faça toda a gente sentir que conseguiu fazer a mesma
postura, com o mesmo nome mas com variações.

53. Se um aluno achar determinada postura ou tarefa muito difícil, peça-


lhe para respirar profundamente – normalmente ajuda e é um bom hábito a
adquirir (respirar profundamente em vez de ficar frustrado)

54. Não force ninguém a participar. Permita que uma criança se sente e veja
a aula se é dessa forma que se sente mais confortável e deixe-a começar
quando se sentir preparada.

55. Respeite sempre os desejos da criança que prefere dar a sua vez num
jogo ou numa tarefa. Se obrigar crianças a fazer algo que não querem, a cena

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vai acabar em choro. Diga-lhe que a sua vez está guardada se o quiser fazer
mais tarde ou pergunte-lhe se quer fazer o exercício depois de as outras
crianças terem acabado.

56. Permita que as crianças usem a sua criatividade na aula. Ponha em


prática as suas ideias. Encoraje-as a participar verbalmente na aula. Para além
de aumentar a sua autoestima, é uma boa maneira de as manter interessadas.

57. Evite apontar o dedo a uma criança quando se dirige a ela, dividi-las em
grupos ou dar a cada criança uma tarefa específica. Em alternativa chame-as
pelo nome ou toque a sua cabeça. Não só é desagradável ser-se apontado
como é uma maneira pouco eficaz de chamar alguém.

58. Ofereça algo que possam levar para casa, como autocolantes, cromos,
balões ou penas. Vai fazê-las gostar de si e terão algo para mostrar aos pais
quando lhes falarem da aula de yoga. Em vez de prémios e troféus também
lhes pode oferecer papelinhos com afirmações positivas (apenas se as
crianças já souberem ler). Pode pedir às crianças para retirarem o seu presente
de um saco especial reservado para a despedida.

59.Se as aulas de yoga durarem todo o ano, ofereça às crianças algo


especial no final do semestre: um diploma, uma medalha, postais de yoga,
fotografias tiradas na aula, etc.,

60. Tente estabelecer laços com os pais e entre os pais. É um investimento


seguro para os seus grupos e aulas futuras e ajuda a criar uma comunidade
entre as famílias e as crianças podendo levar a relações de amizade.

61. Esteja aberto a aprender: sobretudo com as crianças, mas também com
os pais, com os professores e educadores.

62. Fortaleça o seu sistema imunitário. As pessoas que não têm muita
experiência em trabalhar com crianças geralmente têm tendência a apanhar
todo o tipo de bactérias nas primeiras exposições.

64. Invente coisas novas, dê novos nomes às posturas, e introduza nas


aulas os seus talentos e capacidades: música, teatro, dança, ciências,
massagens, reflexologia, pintura, reiki, etc. Diz-se que existem 84 000 posturas
de yoga, pelo que as probabilidades de realmente inventar uma nova postura
são diminutas. Tudo é aceitável, desde que o corpo se sinta confortável.

64. Use o modo de vida do yoga para ensinar factos sobre o mundo, a
natureza, os animais, as estrelas e os planetas e sobre outras culturas.
Por vezes falo às crianças sobre a filosofia do yoga, vegetarianismo,
pensamento positivo, etc. mas costumo esperar que elas me perguntem (o que
fazem sempre, a partir de determinada idade). Não prego nem imponho as
minhas opiniões e filosofia de vida - no que se refere às diferentes perspetivas
do mundo mantenho o silêncio até que me perguntem.

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Há uma diferença entre ensinar coisas e ensinar a SER: para ensinar coisas
bastam as palavras, para as ensinar a SER temos de personificar o que
desejamos ensinar – as palavras não servem de nada.

65. Sempre que puder, leve as crianças para fazerem a aula de yoga ao ar
livre ou no meio da natureza. Pode ser mais difícil controlar a sua energia
quando não estão limitadas por quatro paredes, mas os efeitos do contacto
com a natureza e a maior conexão com o corpo e o coração daí resultantes
valem o esforço.
Para além disso, tudo o que fizer para diferenciar as aulas de yoga das
aborrecidas aulas normais vai fazer com que o interesse das crianças pelo
yoga se mantenha.

66. Não são necessária qualquer experiência anterior ou habilidades


especiais para participar no Yoga para Crianças

67. Liberte a sua mante, brinque, divirta-se e ria muito!

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Captar (e Manter) a Atenção

Nenhuma das técnicas abaixo vai funcionar todas as vezes: é necessário ser
criativo e adaptá-las ao seu grupo. Por isso mesmo, há tantas para escolher! 

1. Seja assertivo. A disciplina torna-se um problema quando o professor não


explica os limites ou é incapaz de comunicar de uma maneira positiva. As
crianças ficam mais relaxadas quando sabem que quem manda é o professor e
que este é capaz de lidar com qualquer questão.

2. Crie limites e mantenha-os. Crie regras e não as quebre. Se desrespeitar


as suas próprias regras as crianças vão assumir que podem fazer tudo o que
quiserem

3. Entre na sala autoconfiante. Se estiver trémulo, será comido vivo.

4. Não pare nem por um segundo. Pense por associação de ideias e


mantenha a aula a fluir – se hesitar um minuto que seja, a atenção das
crianças vai dissipar-se e vão encontrar maneira de perturbar a aula ou passar
por cima de si. Não lhes deixe espaço para pensar em outra coisa que não seja
a aula.

5. Não culpe. A culpa torna as pessoas defensivas e cria resistências. Em vez


disso, formule o problema: diga “ se toda a gente estiver a falar, ninguém vai
ouvir as minhas instruções, pois não?” em vez de dizer a um miúdo para estar
quieto.

6. Em lugar de punir, dê às crianças opções, por exemplo “ Ou aprendes a


respeitar os teus colegas e a não lhes bater ou terás de esperar lá fora até que
eu te chame. O que preferes?”

7. Crie a regra: Ninguém pode falar enquanto o professor estiver a falar.


Não prossiga a aula se as crianças estiverem a falar. Não dê instruções se o
grupo não estiver a ouvir.

8. Apenas a pessoa que tiver a bola/pena/cachimbo, etc. na mão pode


falar. É uma técnica dos Índios Americanos que se chama “ Instrumento
Falante”

9. Alterne frequentemente o nível de energia da aula – alterne entre


exercícios dinâmicos e relaxantes, altere o tom e o volume da sua voz, alterne
entre jogos e posturas.

10. Crie o “Tapete da Paz”, um local especial onde as crianças se podem


acalmar se ficarem demasiado excitadas ou estiverem a perturbar a aula.
Coloque um tapete separado a um canto da sala que, embora fique localizado
fora do círculo, ainda está imbuído da energia da aula.

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11. Permita que uma criança mais difícil ou problemática seja o seu
“ajudante”. Esta responsabilidade acrescida redireciona a energia e mantém-
na focada na aula. O ajudante pode lembrar-lhe o nome ou o modo de fazer
determinada postura e/ou pode distribuir os brindes no final da aula. Também
pode pedir ao “ajudante” para o lembrar de fazer determinado jogo depois de
determinada postura. Normalmente o grupo aceita que esta criança com
necessidades especiais tenha mais atenção.

12. Se uma das crianças tentar perturbar a aula executando uma postura ou
um jogo de forma diferente, incorpore a sua ação na aula e peça ao resto da
classe para a imitar. Ao torna-la o foco de atenção, não só consegue ir à
origem do problema, i.e. alimentar o seu desejo de atenção, como tem a
oportunidade de diversificar e tornar a aula mais divertida.

13. Se der aulas num jardim infantil ou escola peça a uma professora ou
assistente para estar presente durante a aula. Desta forma só terá de se
preocupar em ensinar yoga, já que outros tratarão da disciplina. Se se tratar de
um grupo grande como acontece frequentemente nas escolas, faça disso
condição para ensinar – será uma enorme ajuda para si.

14. Quando pede a uma criança para corrigir determinado comportamento


peça-lhe para o olhar nos olhos (diga-lhe “___,Olha para mim” ou “olha nos
meus olhos, por favor”) antes de lhe explicar as consequências do seu
comportamento no sala e de lhe dizer como se deve comportar. Olhar nos
olhos torna a comunicação cem vez mais pessoal e eficaz. Aprendi esta forma
de me relacionar com os outros com uma mãe maravilhosa chamada Silvana.

15. Tendo como base o mesmo princípio, quando uma criança perde as
estribeiras, poderá ajudar olhá-lo nos olhos e dizer “por favor pára!”

16. Troque os lugares das crianças. É especialmente eficaz se dois amigos


se sentaram ao lado um do outro para conversar durante a aula ou se uma das
crianças está a implicar com o vizinho

17. Faça contagens no decorrer de cada postura. Vai ajudar a focar a


atenção das crianças na postura e na aula e vai fazê-los ficar mais tempo em
cada postura.

18. Entoe o Om. Esta é uma das mais simples e eficazes técnicas. Quando
começar a fazer Om as crianças vão segui-lo. Não poderão falar enquanto
cantam e a vibração do som vai ajudá-los a concentrar-se.

19. Fale baixinho, de forma a que os alunos se aproximem para o ouvir

20. Entoe uma canção familiar silenciosamente, usando apenas os lábios


e não a voz. As crianças vão imitá-lo, o que as manterá sossegadas. Pode
tentar, por brincadeira, cantar uma canção conhecida na linguagem dos ursos,
dos pássaros, das rãs, etc.

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21. Levante os braços por cima da cabeça e una os indicadores das mãos.
Devagar, baixe-os à boca, enquanto pronuncia o som “shhhhhhh.” Da
segunda vez faça “shhhhhhh” mais alto e da terceira, baixe mais o tom.

22. Diga devagar “ Se me estão a ouvir, batam as palmas” ou “Se me


ouvem, ponham o dedo no nariz”, ou “Se me ouvem, batam o pé”. Seja criativo!

23 Diga, “Se me estão a ouvir, deem um salto… uma pirueta… façam pé-
coxinho…” depois aponte e diga “ Sim, estão a ouvir-me”

23 Diga, “Se me estão a ouvir, sorriam a passem ao vizinho”. Assim que


todos estiverem a sorrir, pode continuar

24. Dêem-me 5: Diga deem-me 5, e as crianças devem responder “1,2,3,4,5”

25. Diga “1,2,3, Todos a olhar para mim”. As crianças respondem: 1,2, todos
a olhar para ti!

26. “ 1,2,3 estivemos a brincar, agora é hora de parar de falar”- acompanhe


com gesto de fechar a boca e incentive os alunos imitá-lo

27. Diga “ Façam como Eu” e bata as palmas duas, 3 e 4 vezes, estale os
dedos, bata com os pés, etc., criando uma coreografia própria.

28. Diga “1,2,3 Acão” e os alunos devem responder “Todos com Atenção”

29. Pergunte “Todos a postos?” e a resposta deve ser “ E Bem-dispostos!”

30. Peça a todos para fazerem muito barulho usando a boca, as mãos, os
pés etc. e depois conte até 3 para fazerem silêncio. O contraste transforma o
silêncio em algo especial e bonito que as crianças podem aprender a valorizar.

31. Cante com a música Frére Jaques:

Olhos veem (Aponte para os olhos e coloque as mãos abertas ao lado


dos olhos)
Ouvidos ouvem (aponte para as orelhas)
Boca fechada (faça o movimento de fecho na boca)
Mãos quietas (coloque as mãos na posição de escuta)
(aponte para as crianças) Todos quietos
(aponte para as crianças) Experimentem
Oiçam bem… oiçam bem…

32. Experimente a canção “I like to Move It Move It” com a seguinte letra,
cantada baixinho:

I like it quiet quiet


I like it quiet quiet
I like it quiet quiet

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I like it… quiet.

33. Crie o momento “ 10-segundos Gelatina” – as crianças devem ficar


sentadas ou em pé e agitar-se o máximo que puderem durante 10 segundos.
Comecem lentamente, depois deixe-os aumentar a intensidade durante uns
segundo, até iniciar a contagem para se imobilizarem “3,2,1”. Também podem
mover apenas a língua.

34. Brinque ao Rei Manda, incluindo “ O Rei Manda ficar calado e quieto”

35. Diga “Quando eu tiver contado até 5, todos os que são meus amigos já
caminharam até no seu tapete, sentaram-se e vão estar prontos para a
próxima postura” – é de esperar que todas as crianças queiram ser suas
amigas

36. “ Estou à procura de alguém que seja capaz de se sentar sossegado


no seu tapete” e olhe à volta de forma exagerada até ver um dos alunos a
fazê-lo. Vá nomeando os que se vão sentado: vi a Sara, e o João, etc.

37. Três Palmas. Combine com os seus alunos um “sinal secreto”: as 3 palmas
são o sinal para parar o que estão a fazer, repetir o sinal e ouvirem o professor.

38. Diga aos alunos para pousarem as palmas das mãos no chão quando
estão sentados. Isto vai evitar que por exemplo puxem o cabelo de um colega.
Também pode usar a indicação “Palmas das Mãos no tapete” como sinal de
que devem de imediato voltar ao seu lugar.

39. Use um sino, um pau de chuva ou uma taça tibetana como forma de
trazer a atenção dos seus alunos de volta, de forma agradável.

40. Anuncie que tem um segredo para lhes contar. A antecipação vai fazê-lo
ouvir e o segredo poderá ser que tem uma surpresa para eles no final da aula
ou que vão jogar um novo jogo antes do relaxamento se continuarem a portar-
se tão bem.

41, Desafie-os: “Todos com as mãos ao alto” e continue com “ Mãos na


cabeça. mãos nos ombros…” etc. Vai ajudá-los a parar o que estão a fazer e a
voltar a concentrar a atenção no corpo.

42. Nomeie o rei e a rainha da sala, como recompensa de bom


comportamento. Tenha contudo cuidado porque pode despertar nas crianças a
inveja e o espirito competitivo: a solução pode passar por nomear todas as
crianças sucessivamente, tendo atenção em inclui-los todos - Utilizo esta
técnica apenas em casos extremos, quando a sala está de tal forma
indisciplinada que é necessária uma manobra especial que os acalme. Em
alternativa para estes casos pode ser utilizada a técnica a seguir:

43. Prometa uma recompensa especial para aqueles que estão com atenção
e se portam bem. Alternativamente pode anunciar que os que se portarem mal
não receberão um prémio no final da aula. Na realidade, acabo na maior parte

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das vezes por dar o prémio a todos, mas o aviso funciona. Contudo, por vezes,
quando se portaram mal, apenas recompenso os que colaboraram, na
esperança de que os outros se lembrem disso na aula seguinte e que corrijam
o seu comportamento.

44. Se as crianças ainda são pequenas, prometa que lhe contará uma
história no final da aula.

45. Utilize o humor – as crianças adoram piadas e vão imediatamente voltar a


atenção para si. Nem toda a gente é um humorista nato, mas pode usar dizer
algo como “ponham a mão no joelho” e colocar a sua própria mão no nariz e
fazer um som engraçado,

46. Execute posturas difíceis, que eles não consigam fazer, no centro da
sala - isto vai não só impressionar os alunos como atrair a sua atenção. O
respeito deles por si vai aumentar e torna-los mais atentos ao que você diz,
especialmente tratando-se de crianças mais velhas.

47. Crie uma rotina de chamada/resposta, com palmas, mantras ou outros


sons: você faz e eles repetem, ajudando a reunir o grupo.

48. Ligue e desligue as luzes: ajuda a alterar a energia da aula e afasta a


atenção das crianças do que estão a fazer

49. Separação entre a boca e o corpo. Este exercício tem três fases:
1. Peça aos alunos para mexerem a corpo e utilizarem a boca da forma
que quiserem.
2. Peça-lhes para pararem de mover o corpo e continuarem a utilizar a
boca, fazendo sons.
3. Por fim, devem mexer o corpo e ficar em silêncio – é isso que se
pretende no yoga.
Utilize este ótimo exercício apenas quando o barulho da sala não permite que
se oiçam uns aos outros

50. Leve para a sala um boneco maluco ou marioneta que incomode toda
a gente na sala. Utilize-o quando os alunos estão barulhentos ou implicativos:
as crianças vão tentar educar o boneco para se portar bem. Esta é uma
maneira engraçada de fazer as crianças compreenderem as consequências do
seu comportamento.

51. Leve para a sala um boneco que fale baixinho – as crianças vão ficar
curiosas e calar-se para ouvir o que o boneco está a dizer.

52. Transforme o centro do círculo dos tapetes num lago com crocodilos
e tubarões. – As crianças que saírem do seu tapete serão comidas! Alguns
dos alunos podem tentar ser “comidos” de propósito e nesse caso, entre no
jogo e faça teatro, com muito barulho. Atenção que as crianças mais pequenas
podem assustar-se com esta técnica, pelo que deve usá-la apenas a partir de
determinada idade

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53. Peça-lhe “Voltem aos tapetes vermelhos (ou azuis, verdes) por favor”
sempre que os alunos se dispersem na sala, antes de continuar a aula. Voltar
ao local ajuda as crianças a focar a atenção.

54. Peça aos alunos um exercício de concentração: desafie-os a criarem


uma bola com as mãos tocando progressivamente as pontas de cada dedo da
mão esquerda e direita. A bola poderá depois ser desfeita separando os dedos
uns após os outros, progressivamente

55. Se as crianças não pararem de lhe contar as histórias sobre o que lhes
aconteceu ontem, o que fizeram na semana passada, o que vai acontecer ao
cão no dia seguinte ou as coisas incríveis que a avó é capaz de fazer, peça-
lhes para as guardarem para depois da aula. Se lhes prometer ouvir nessa
altura, não se esqueça de cumprir a promessa e de ficar a ouvir as histórias.
Pessoalmente adoro as histórias das crianças, pelo que é fácil lembrar-me de
lhes perguntar no fim da aula.

56. Combine com as crianças que sempre que diz em voz alta “1,2,3” eles
devem responder “ Transformar-se em árvore” e ficar na postura
correspondente. Isto pode ser usado para retomar a aula em qualquer altura

57. Nos casos mais difíceis, pode ameaçar parar a aula mas prepare-se
para o facto de isso poder mesmo chegar a acontecer: é melhor acabar com
uma aula do que deixar que crianças mal comportadas a arruínem. Em geral, a
ameaça é suficiente – quando começo a arrumar as minhas coisas as crianças
juntam-se à minha volta e pedem-me para ficar, ao que costumo responder que
fico se elas seguirem as minhas indicações. É uma forma de aprenderem sobre
respeito mútuo.

Se tiver de suspender a aula, avise os pais ou professores, que vão com


certeza apoiar a sua decisão, uma vez que deverão sentir os mesmos desafios
relativamente àquele grupo de crianças.

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Regras

Quaisquer que sejam as regras que escolha estabelecer na sua aula de yoga,
certifique-se de que as pode manter. Caso contrário as crianças vão aperceber-
se de que as suas regras podem facilmente ser quebradas sem
consequências, o que vai dificultar muito o seu trabalho.

Não tenho regras muito restritivas nas minhas aulas porque acredito que se a
aula for divertida, interessante e apropriada à sua idade, os alunos estarão tão
absorvidos que não haverá espaço para faltas de comportamento ou de
interesse. O “ Mau Comportamento” é geralmente apenas uma maneira de
conseguir atenção. Se existir atenção, amor e abertura para ouvir as crianças
por parte do professor a indisciplina não surgirá.

Eis algumas sugestões para Regras

 Não pode ser usada qualquer tipo de violência contra os outros ou


contra si próprio. Esta é a regra número um, que não pode ser
infringida. Se a violência física ou verbal acontece enquanto estou a
ensinar yoga, a aula pára imediatamente e não retoma enquanto o
assunto não estiver resolvido. Em lugar de gritar ou insultar, os conflitos
podem sempre ser resolvidos através do diálogo. Contudo, muitas vezes
utilizo a imitação da violência quando estamos a fazer algum tipo de
teatralização, como forma de libertar alguma agressividade de forma
divertida.

 Ouvir o corpo – Digo sempre às crianças “ Façam apenas aquilo que


vos faz sentir confortáveis. Se está a doer, significa que estão a fazer
demasiado esforço ou a fazê-lo demasiado rápido. Se sentem dor, há
sempre variações das posturas mais adequadas. Se estão cansados ou
não vos apetecer praticar com o resto da aula, não faz mal, podem
sempre ficar sentados a ver, sem perturbar os outros”.

 Quando alguém fala, seja professor ou aluno, todos os outros


ouvem. Explico-lhes que, tal como cada um deles, todas as pessoas
gostam de ser ouvidas quando estão a falar. Para cumprir a regras,
nunca dou indicações se há barulho na sala: antes de começar a falar,
capto primeiro a atenção de todos, e falo apenas quando estão todos em
silêncio.

 Não se consegue errar. Sejam em aulas de crianças ou de adultos,


neste tipo de yoga não se procura a perfeição. Mantenha o fluxo da aula
e não páre para corrigir detalhes das posturas. É muito mais importante
a diversão e que os alunos disfrutem do que estão a fazer do que fazê-lo
da forma “correta” Claro que se vir alguém a fazer algo que o possa
magoar, trato imediatamente de corrigir, mas este tipo de “erro” é raro.
Este é um conceito a aplicar também a novas ideias e criações – não se
consegue errar, pelo que só resta ir em frente e experimentar!

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Eis uma excelente canção que aprendi no Kevin and Erin of Circus Yoga

You can’t get it wrong


You can’t get it wrong
You can’t get it wrong
If you listen to this song!

 Para falar durante a aula, devem levantar a mão antes e aguardar


autorização. Utilizo esta regra apenas se os alunos são muito
barulhentos

 Ficar no tapete – O tapete de yoga é o espaço pessoal da criança: as


crianças não devem sair do seu tapete ou ficar no tapete dos colegas.
Tenho um colega que define na primeira aula o lugar de cada criança
em cada tapete para o resto do ano: reproduz num papel a disposição
dos tapetes na sala e escreve o nome de cada criança em cada tapete.
Esses lugares ficam a ser os das crianças em todas as aulas. Também
conheci professores que não usam tapetes nas aulas por pensarem que
não se deve limitar o espaço das crianças. Quanto a mim, penso que
uma solução intermédia funciona melhor – os tapetes são um ótimo
instrumento para focar a atenção das crianças e levar ordem à sala.

 Tapete no chão – Antigamente utilizava os tapetes como um adereço


para brincadeiras, mas deixei de o fazer. Assim que as crianças se
apercebem de que se pode tirar o tapete do chão, não param de o fazer.

 O saco do professor é intocável. Ou de preferência, deixe o seu saco


fechado, se puder. Tudo as coisas interessantes que estão lá dentro
podem tornar-se facilmente motivo de distração.

 O relaxamento é um momento de silêncio. Pode dizer-lhes “ Se não


quiserem deitar-se de olhos fechados não faz mal, mas por favor fiquem
quietos e calados para não perturbar os vossos amigos”

 Recebe o que há e não fiques aborrecido – A igualdade é um dos


valores mais apreciados pelas crianças, pelo que é importante distribuir
igualitariamente a atenção, os prémios e a oportunidade de se
expressarem. Porém, embora sejam todos iguais, cada criança tem as
suas preferências: se estiver a distribuir balões, haverá uma que quer
um balão vermelho – poderá dar-lho, se houver, mas se não houver,
utilize a expressão Recebe o que há e não fiques aborrecido

 À Terceira é de vez – Pode estabelecer a regra de que para posturas


que sejam mais difíceis de fazer, as crianças devem tentar fazê-la 3
vezes antes de desistir – Pode dizer-lhes ”Lembrem-se que “ à Terceira
é de vez”

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Formas de elogiar

Todos nós desejamos ser reconhecidos, respeitados e elogiados. Todos


queremos sentir que somos bons e bem-sucedidos. Preencher estas
necessidades nos seus alunos não só é uma das suas principais funções
enquanto professor, como incentiva comportamentos e participações positivas
na aula. Quanto mais elogiar os seus alunos mais eles se sentirão contentes
por estar na sua aula.

Seja pois generoso nos seus elogios: olhe nos olhos dos seus alunos, chame-
os pelo nome e seja específico relativamente às suas conquistas. Faça o elogio
imediatamente após a conquista e assegure-se que o elogio aumenta a
vontade de melhorar.

Eis algumas sugestões para elogios verbais, que deverão ser acompanhados
de um tom de entusiasmo:

 Estou tão orgulhoso de ti


 Tu consegues
 Conseguiste!
 Está perfeito
 Estás a ir bem!
 É assim mesmo
 Isso é tão giro!
 És tão criativo!
 Gostava de saber fazer isso tão bem como tu
 Fantástico!
 Conseguiste melhorar muito a postura do_____
 Estás muito melhor a fazer _______
 Fantástico! Descobriste!
 Eu sei que consegues
 Eu sabia que conseguias
 Vamos todos experimentar fazer como _o/a____ faz
 Essa postura da___________está ótima
 Bom trabalho!
 Vais muito bem
 Uau!
 Boa ideia!
 É a melhor ideia que já ouvi!
 É a melhor (postura) que já vi!
 Vocês são tão divertidos!
 Gosto tanto de fazer (…) convosco
 Vocês são os meus melhores alunos de sempre
 Adoro quando fazem_____
 É assim mesmo que se faz!
 Fantástico, estás a fazer (postura)
 Olhem para (nome), está a fazer uma (postura) extraordinária

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 Uau ( nome) está a fazer ( postura)
 Que bem!
 Vamos dar uma salva de palmas a________
 _____ merece uma salva de palmas
 Sigam os vossos sonhos. Juntos vamos conseguir transformar o mundo
num sítio melhor
 Que bom estarem a trabalhar juntos para criar a sequência
 Obrigada por teres esperado pela tua vez (nome) – Especialmente se a
criança costuma interromper
 Obrigado por me ajudarem a arrumar
 Lembram-se como a semana/mês/ano esta postura/sequência/ jogo /
atividade era difícil. Vejam como a estão a dominar agora!

Existem também muitas formas não-verbais de elogiar

 Contato visual
 Sorrir
 Acenar
 Polegar para cima
 Bater as palmas
 High five
 Riso
 Abraço
 Palmadinha nas costas
 Imitação
 Deixá-los escolher uma postura ou atividade

Elogie as crianças também em frente aos pais e não se esqueça de elogiar os


pais pela participação e por passarem tempo de qualidade com os filhos

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Grupos Etários

Cada criança é única! Dito isto, encontrará abaixo alguns marcos de


desenvolvimento que podem ser uteis para o planeamento de aulas de yoga
para bebés, crianças e adolescentes. Por vezes uma criança pode ser mais
madura que as outras do seu grupo etário, sendo mais facilmente integrada
numa aula com crianças um pouco mais velhas. O contrário também pode
acontecer. Uma vez que conheça cada aluno, será capaz de perceber que
aula é mais adequada. Isto não será obviamente possível se está a dar aulas
numa escola ou colégio.

1 e 2 anos

Aulas de 30 minutos. Nesta idade, as crianças começaram recentemente a


andar e a falar. São muito curiosas e estão sempre ocupadas a descobrir
coisas novas à volta delas, na sua voz e nos seus corpos. Seja paciente –
mesmo que não participem, estão a aprender. Respondem positivamente a
exercícios simples, repetições, jogos fáceis e canções: o ideal será cantar, em
vez de falar. A sua imaginação ainda não se desenvolveu, pelo que será mais
fácil concentrarem-se em algo concreto, como um livro, cartas de yoga,
imagens ou brinquedos. Ainda não é altura para aulas temáticas.

Seja flexível no planeamento da aula e deixe as coisas acontecer, em lugar de


as combater. Deixe a aula ser divertida e tonta! Crie um recreio de yoga em vez
de uma aula de yoga. Se possível, organize aulas em que os pais participem
(Yoga em Família) – é muito divertido. Se as crianças fizerem 10 posturas, a
sua aula terá sido um êxito!

As crianças de 1 e 2 anos

 Enérgicas e interessadas em explorar o mundo através dos sentidos,


estão na fase das descobertas que repetem vez após vez.
 Nesta idade as emoções são muitas e variadas, e as crianças estão a
aprender a geri-las. Cansaço, frustração e conflitos facilmente dão
origem a birras.
 Linguagem: palavras e frases simples. Percebem orientações simples,
mas muitas vezes fazem o contrário.
 Gostam de livros com ilustrações e começam e dar nomes às coisas.
Começam a reconhecer formas e padrões. Sabem que os objetos
escondidos não despareceram. Começar a brincar ao faz-de-conta.
Gostam de explorar os sentidos e respondem ao ritmo e batida da
música.
 Estão a fazer a transição entre o gatinhar e o correr. Levam os braços à
frente para manter o equilíbrio. As quedas são frequentes. Deixam cair
facilmente os objetos, uma vez que ainda estão a aperfeiçoar a
coordenação dos dedos.

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As crianças de 2 e 3 anos

 Continuam a explorar o mundo através dos sentidos e sentem


curiosidade por experiências e objetos desconhecidos. Repetem a
mesma atividade ou habilidade tantas vezes quantas as necessárias
para se sentirem confortáveis com ela
 Começam a compreender e a dar nome às emoções, mas ainda têm
pouco controlo sobre elas
 Brincam sozinhas, muitas vezes com bonecos
 Copiam os pais e outros adultos
 Começam a fazer muitas perguntas sobre o que as rodeia. Conseguem
construir frases mais completas e podem dar ordens às outras pessoas
 Começam a compreender o conceito de tempo (passado e futuro)
 Organizam formas e fazem puzzles simples
 Têm dificuldade em escolher entre duas ou mais opções
 Respondem melhor à distração e ao humor do que à razão e disciplina

Desenvolvimento motor:

 Dominam o andar e começam a explorar a corrida, o salto e o trepar.


Podem descobrir o prazer de saltar à corda. Conseguem dar pontapés e
apanhar uma bola. Começam a conseguir atirar bolas. Gostam de
brincadeiras com os dedos e de instrumentos de ritmo
 Controlam melhor a voz e conseguem cantar canções que conhecem
 Adoram fingir que são animais e andar a quatro patas
 Conseguem dobrar-se para trás sem perder o equilíbrio
 Conseguem manter-se em equilíbrio apenas numa perna sem ajuda
 Adoram explorar novas formas de movimentar o corpo e começam a
identificar partes do corpo

Dos 3 aos 6

Aulas de 45 minutos. Nesta idade as crianças testam limites: seja claro


relativamente às regras na aula. A sua atenção é facilmente desviada, pelo que
deve usar muitos adereços e ensinar posturas que apelam à imaginação. Dê
vida às posturas, jogos, histórias e relaxamento através de muita criatividade e
aulas temáticas. Nada é demasiado tonto para esta idade, em que a
necessidade de aprender é enorme e estão dispostos a experimentar qualquer
coisa.
Aprendem através da imitação e respondem melhor a instruções curtas e
claras, acompanhadas de demonstração. Permita-lhes “errar (embora no Yoga
isso não seja possível). Diz-se que no yoga existem 840 milhões de posturas
pelo que qualquer movimento será eventualmente, Yoga. A consciência que
acompanha o Yoga virá gradualmente.

Têm dificuldade em manter-se sentados ou numa postura durante muito tempo,


pelo que aconselho a que traga para a sala muita energia e deixe que cada
postura e jogos fluam naturalmente à velocidade da luz. Se hesitar entre

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exercícios as crianças vão tornar a sua vida muito difícil. Se através do jogos,
imaginação e muitas posturas conseguir libertar um pouco da energia infinita
destas crianças, elas ficarão felizes por se deitar e descansar no final da aula,
para a prática do relaxamento.

As crianças de 3 e 4 anos
 Conseguem concentrar-se melhor e resolver problemas quando
brincam.
 Comunicam através de frases simples. Escutam e entendem
conversas, histórias e canções. Apercebem-se de que a escrita é um
meio de comunicação ligado ao discurso e às palavras
 Aumenta o seu sentido da identidade
 Começam a perceber que as partes fazem parte de um todo.
Classificam objetos de acordo com as características (redondo, macio,
amarelo, etc.). Percebem as semelhanças e diferenças entre objetos.
 Contam até 5.
 Desenvolvem alguma independência emocional e criam relações de
amizade, gostando de brincar com outras crianças
 Gostam de instrumentos de ritmo e conseguem controlar melhor a
batida
 Adoram a expressão dramática e utilizar objetos reais nas suas
brincadeiras

Desenvolvimento motor

 Correm, andam, saltam e trepam com mais facilidade e rapidez.


Conseguem andar numa linha reta e contornar objetos com facilidade.
 Podem manter-se em equilíbrio num só pé, mas ainda apenas durante
alguns momentos
 Descobrem que podem rolar de lado.
 A coordenação olho-mão aumenta quando atiram e apanham objetos.
Gostam de puzzles e jogos de blocos
 Cansam-se facilmente e necessitam de intervalos para descanso
 Começam a utilizar preferencialmente uma das mãos.

As crianças de 4 e 5 anos
 Fazem planos e cumprem-nos. Autocontrolam-se melhor. Os jogos de
imaginação tornam-se mais complexos
 Expressão oral: começam a usar frases complexas e aprendem
facilmente novas palavras. Conseguem cumprir instruções com várias
etapas. Sabem que a expressão escrita se efetua de cima para baixo e
da esquerda para a direita. Reconhecem algumas letras.
 Começam a partilhar experiências pessoais de forma voluntária
 Contam até 10
 Sabem o que pode causar determinados sentimentos. Controlam melhor
as emoções.

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 Começam a perceber os pontos de vista dos outros e a ter em conta os
sentimentos dos outros
 Cantam e aprendem canções e inventam as suas próprias. Adoram
dançar.

Desenvolvimento Motor:

 Movem-se com agilidade, seja a correr, andar ou saltar. Ainda podem


escorregar. Conseguem saltar mais vezes de seguida sem parar.
 Percebem o conceito de se deslocar no espaço sem ir de encontro aos
outros
 Conseguem manter-se em equilíbrio sobre uma perna por 5 ou mais
segundos.
 Conseguem fazer saltar uma bola grande e apanhá-la ou atirar uma bola
para um alvo próximo
 Conseguem tocar um balão em movimento com várias partes do corpo
ou com uma raquete grande ( desde que consigam aguentar o peso de
uma raquete grande)
 Precisam de menos descanso entre as atividades
 Não devem ser forçados a sentar-se numa sala por mais de uma hora
seguida
 A coordenação mão-olho é maior quando construem blocos ou fazem
puzzles.

As crianças de 5 e 6 anos

 Conseguem pesar opções e resolver problemas mais abstratos


 Preferem atividades em grupo a individuais
 Constroem frases complexas e gostam de iniciar conversas e partilhar
experiências. Normalmente conseguem esperar pela sua vez de falar.
 Começam a reconhecer palavras escritas. Gostam de ouvir histórias e
de contar a suas próprias
 Contam até 20.
 Compreendem e utilizam palavras relacionadas com a posição espacial
de um objeto como “ em cima”, “ em baixo”, “por detrás”, em frente de
 Conseguem melhor resolver conflitos sem a intervenção de um adulto. A
aceitação por parte dos outros começa a ser importante.
 Compreendem que a arte pode ter uma história por trás
 As peças e teatro de marionetas são complexas e sustentadas

Desenvolvimento motor
 Extremamente energéticas, têm dificuldade em ficar quietas, gostam de
jogos e de movimento físico. A coordenação aumenta, assim como a
capacidade de manter em equilíbrio (normalmente entre 8 a 10
segundos)
 Conseguem manter o equilíbrio em posições invertidas
 Podem andar para atrás rapidamente e até saltar
 Gostam de aprender com a prática
 Gostam de jogar à Apanhada

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 Têm consciência especial dos outros enquanto se movem numa sala
 Conseguem saltar à corda
 Já são claramente destras ou esquerdinas

Dos 7 aos 9 anos

Aulas de 45 minutos. As crianças deste grupo etário adoram desafios e querem


sempre mostrar como fazem bem os exercícios. Certifique-se de que está a ver
como eles fazem as posturas e elogie-os pelas conquistas específicas.
Algumas crianças são mais fortes e flexíveis do que outras, pelo que é
importante fazer todos sentir que estão a ter um bom desempenho. Pode
experimentar posturas e jogos mais desafiantes com estas idades, mas
mantenha a aula divertida e variada.
Preocupe-se com o equilíbrio e a coordenação e mantenha as posturas por
mais uns momentos. Estimule o cooperação através jogos e posturas de grupo
ou em pares. Pode também utilizar sugestões positivas durante as posturas e
iniciar exercícios de respiração. Explique aos alunos os benefícios das
posturas. Permita-se e permita-lhes frequentemente jogos e brincadeiras como
se de crianças mais pequenas se tratasse.

Uma das maneiras de conseguir progressos neste grupo etário é aperfeiçoar


cada postura de aula para aula, numa parte separada da aula. Pode explicar
como iniciar, executar e sair de cada postura com mais detalhe, pode ensinar
variações da postura e explicar os seus benefícios. Não o faça contudo nas
primeiras aulas, mas apenas quando as crianças já estiverem mais à vontade
na sala.

Outra maneira de aperfeiçoar as posturas é o Jogo do Pickle, que encontrará


descrito mais à frente.

As crianças de 6 e 7 anos

 A atenção mantém-se durante mais tempo


 Disfrutam de atividades estruturadas
 Começam a escrever por prazer e gostam de histórias escritas
 Contam até 20 para a frente e para trás
 Conseguem seguir direções e ler mapas (bom para caças ao tesouro)
 Gostam de rotinas que lhes tragam estabilidade
 Têm maior consciência das emoções alheias
 São geralmente autoconfiantes e tiram prazer dos seus talentos

Desenvolvimento motor

 Gostam de correr, saltar, rolar e de transferir peso das mãos para os pés e
vice-versa
 Gostam de estar no chão, arrastar-se, rebolar, etc.

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 Ainda estão a aperfeiçoar a coordenação mão-olho atirando e apanhando
bolas
 O nível de desenvolvimento está em conexão com a atividade: as crianças
que são fisicamente ativas desenvolvem-se mais depressa do que as
sedentárias
 São capazes de executar sequências simples

As crianças de 7 e 8 anos
 Leem com rapidez e correção
 Gostam de partilhar conhecimento
 Fazem operações simples de adição e subtração
 Gostam de brincar com os amigos e imitam-se uns aos outros
 Demonstram que entendem os sentimentos alheios e os têm em
consideração

Desenvolvimento motor

 Começam a conseguir combinar movimentos, como rolar depois de


saltar, correr e dar pontapés, correr e saltar, saltar e girar, etc.
 Gostam de se movimentar em combinação com um parceiro (explorar
“ao lado”, “atrás”, “na frente”)
 Movem-se em todas as direções, conseguem alternar movimentos
rápidos e lentos, suaves e fortes, etc.
 A proficiência continua ligada ao nível de atividade física, dentro e fora
da escola
 Executam combinações de movimentos mais complexas: correr
enquanto driblam a bola, correr e virar-se, etc.
 Começam a explorar atividades que envolvam levantamento de peso,
como rodas, pinos, etc.

As crianças de 8 e 9 anos
 Resolvem problemas mais complexos com criatividade
 Resolvem problemas de forma autónoma
 Gostam de ler, seja por prazer, seja como forma de aprendizagem
 Sabem claramente quais as atividades nas quais são bons e nas quais
têm maiores dificuldades
 Estão a desenvolver o sentido de independência relativamente aos
adultos, embora ainda necessitem dos adultos para apoio e segurança
 Começam a conseguir disfarçar as suas emoções
 Começam a interessar-se por roupas e pela própria aparência física

Desenvolvimento motor

 As competências motoras aproximam-se da maturidade, especialmente


se foram fisicamente ativos nos anos anteriores
 Começam a identificar-se a si próprios como “atléticos” ou não atléticos
 Executam sequências de movimentos com facilidade

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 Conseguem correr e parar de repente mantendo o equilíbrio
 Trabalham com um parceiro para criar sequências de movimentos
 Saltam num só pé mantendo o equilíbrio
 Saltam à corda
 Executam facilmente rodas e pinos
 Suportam o próprio peso por alguns segundos quando trepam ou se
penduram

Dos 10 aos 12 anos

Aulas de 1 hora. Nestes casos a prática começa a ser mais similar às aulas de
yoga para adultos. Comece a dar mais ênfase à técnica e correção das
posturas e à importância da respiração profunda e regular. Explique os
benefícios físicos e mentais da prática e leve a sua atenção para os músculos
que estão a ser trabalhados em cada postura. Ajude-os a desenvolver a
autoestima e autoconfiança, força física e força interior, atenção e
concentração. Encoraje-os a trabalhar em grupo para executar determinada
postura ou a Saudação ao Sol. Gostam de praticar posturas em pares (do
mesmo género), invertidas e posturas de equilíbrio. É divertido tornar as suas
aulas mais acrobáticas, Ensine-os a desenvolver a consciência interior mas
não se esqueça de incluir um jogo divertido em cada aula – ainda são crianças!

 Tendem a ser autocríticos e autoconscientes


 As raparigas tendem a sofrer um declínio na autoconfiança
 Podem interessar-se mais pela conformidade, em oposição a “ser
diferente”, se bem que queiram também a independência
 Os pais e restantes adultos começam a ser vistos como “seres humanos
falíveis”
 Gostam de pertencer a clubes
 Têm oscilações de humor; desejam e valorizam a privacidade
 A justiça é para eles muito importante
 O foco na escola muda do recreio para a aula
 Começam a pensar nas futuras carreiras e profissões
 Conseguem entender conceitos abstratos

Desenvolvimento Físico

 Início da puberdade (saltos de crescimento, mudança de voz, alterações


físicas, menstruação, etc.)
 As raparigas amadurecem mais rapidamente que os rapazes, podendo a
diferença ser de 2 anos
 Muitos têm dores nas articulações devido ao crescimento
 O peso e a linha começam a ser uma preocupação
 Gostam de desportos ativos e de grupo
 Aumenta o controlo dos músculos menores e a destreza
 Maior coordenação

28
Adolescentes

Aulas de 1 hora. Estes jovens querem ser tratados com o respeito que
merecem. Estão a passar um período difícil no que se refere à autoestima:
ensine-os a amar, respeitar e apreciar o seu corpo. Os adolescentes adoram
relaxar e mostram-se muitas vezes curiosos sobre meditação, sânscrito,
vegetarianismo e história e filosofia do yoga
Para trabalhar com adolescente há dois pontos essenciais a ter em conta:
desafios físicos e relaxamento profundo e meditação.
Desafie-os com posturas e práticas cada vez mais difíceis, que exijam
concentração e trabalho físico e dê-lhes muito feedback, de forma a aumentar
a sua capacidade de se focarem. Depois, permita-lhes recolher-se e ficar
quietos, com técnicas de relaxamento e meditação.

Uso muitos elementos acrobáticos nas aulas para esta idade, que podem ser
consultados em livros sobre Yoga Voador, equilíbrio em dupla, pirâmides
humanas e nas sequências desafiantes de Vinyasa. Para além de
visualizações, também utilizo massagem tailandesa e reflexologia – tudo para
tornar as aulas mais interessantes e atrativas para adolescente

No final da aula, dê-lhes algo que possam transportar para as suas vidas e
sobre a qual possam refletir até à aula seguinte: uma ideia ou uma citação

Alguns destaques:

 As alegrias da puberdade continuam 


 Podem preocupar-se com desenvolvimento “normal” e serem auto
conscientes
 Frequentemente necessitam de mais horas de sono
 Podem ser desastrados nos períodos de saltos de desenvolvimento
 São sensíveis e auto conscientes relativamente a questões de aparência e
peso
 Tendem a pensar que são os únicos a experimentar determinados
sentimentos e emoções e que os outros não os compreendem
 Valorizam muito o seu espaço e privacidade, querem independência
relativamente aos adultos, e embora não o admitam jamais, continuam a
precisar de segurança e apoio 
 Podem não querer ser vistos na companhia dos pais ( Mãe, não é preciso
vires comigo, deixa-me ali na esquina”, etc., etc. 

29
Yoga em Família

O yoga em Família é uma atividade maravilhosa! Crianças, pais e até avós


passam tempo de qualidade juntos, disfrutando de uma atividade divertida e
saudável. Praticar yoga em conjunto ajuda a estreitar os laços entre pais e
filhos, ao mesmo tempo que se apoiam mutuamente e se divertem. O Yoga em
Família é especialmente indicado para praticar com crianças pequenas, que de
outra forma teriam dificuldades em estar atentos numa aula só de crianças.
Mesmo as crianças de 8 e 9 anos gostam muito do Yoga em Família e por
vezes até crianças mais velhas estão dispostas a praticar com os pais se a
aula for suficientemente interessante e divertida. Estas aulas são
especialmente divertidas se forem dadas como aulas privadas para uma
família, onde não só os pais como os irmãos mais velhos podem participar.

As aulas de yoga em Família assemelham-se às aulas para crianças. As


famílias fazem estas aulas por duas razões principais:
1. Por causa dos benefícios resultantes para as crianças, sejam eles saúde
e bem-estar ou brincadeira e diversão e;
2. Como forma de estreitar os laços familiares e passar tempo de
qualidade juntos.
Todas as ferramentas deste livro se destinam a preencher ambas as
necessidades, pelo que, para transformar uma aula para crianças numa
aula de Yoga em Família, só tem de ter em consideração as indicações que
se seguem.

Quando estiver a dar uma aula de Yoga em Família continue a focar-se nas
crianças, mas não negligencie os pais! Inclua muitas posturas e jogos em pares

30
e explique os benefícios dos asanas através da demonstração dos mesmos
(principalmente porque os pais gostam de ver). É a melhor forma de envolver
os pais na aula e de lhes dar a conhecer os benefícios do yoga. Encoraje os
pais a continuar a praticar consigo e com o restante grupo, mesmo que a
criança estiver distraída com outra coisa. Se os pais continuarem a trabalhar, a
criança voltará a participar mais facilmente.

Mostre aos pais como ajudar os filhos a fazer ou manter a postura. Encoraje o
contacto físico, o feedback, respirações profundas em conjunto, risos e
gargalhadas e o contacto visual. Durante o relaxamento final, as crianças
podem colocar-se em cima dos pais ou lado a lado de mãos dadas. Encoraje
as crianças a “acordar” os pais com beijos e abraços no final do relaxamento.

Ajude os pais a manterem-se calmos e divertidos – vai ajudar muito a passar o


mesmo estado de espirito às crianças. Incentive os adultos a portarem-se de
forma pueril – faz-lhes tão bem como faz às crianças

Fomente as conversas e os debates entre os pais sobre os tópico em comum


durante as aulas, ajudando-os a relacionar-se a criar amizades. Também pode
distribuir uma lista de contactos para os pais no início de o curso, se eles o
permitirem. Fixe o nome de cada adulto e dê-lhes atenção também a eles –
afinal são eles que pagam a aula!

O Yoga em família é muito especial porque não existem muitas atividades que
pais e filhos possam fazer em conjunto. É uma oportunidade rara para se
observarem e aprenderem mutuamente e uma maneira de criar uma ponte
para a grande diferença de idades existente entre pais e filhos. Os pais
descobrem como os filhos aprendem e interagem em grupo e as crianças
descobrem que os pais também aprendem. A nossa experiência diz-nos que o
Yoga em Família é muito apreciado por pais e filhos em simultâneo.

31
Yoga para crianças com necessidades especiais

Qualquer pessoa pode literalmente tirar benefícios da prática do yoga, desde


que a maneira de ensinar seja ajustada às suas necessidades.

Há muitos tipos de necessidades especiais e cada criança é um individuo


único, pelo que é impossível fazer generalizações neste âmbito. Algumas
crianças têm limitações físicas, outras há que o desafio é a expressão da
aprendizagem, comunicação e capacidades sociais.
Sempre que tenho um aluno com necessidades especiais numa aula tento ter
um assistente que o acompanhe individualmente. Algumas das escolas e
jardins-de-infância onde dou aulas já dispõem de uma pessoa com este perfil
que acompanha essa criança. As aulas normais são tão rápidas e
diversificadas, que este apoio extra é realmente necessário para o professor,
mas principalmente para a criança. Algumas crianças podem até deixar de
precisar de acompanhamento personalizado após um par de meses de prática.

Se estou a dar aulas um grupo de crianças com necessidades especiais de tipo


atrasos de aprendizagem, autismo ou Síndrome de Down geralmente o que
faço é simplificar as aulas: se são crianças de 3 a 5 anos, normalmente as
aulas que utilizo são as que daria a crianças de 1 e 2 anos sem necessidades
especiais. Se as crianças têm entre 6 e 9 anos, a aula mais indicada é a
genérica para crianças de 3 a 5 anos.

Estas crianças são como as outras: querem divertir-se, rir e brincar. Só tem de
quebrar as barreiras que são criadas por algumas pessoas que preferem
encará-las de uma forma mais séria ou mesmo com comiseração. Deixe-as
tocar o seu coração à medida que as for conhecendo – brinque e divirta-se!

Algumas das características do yoga para crianças podem ajudar


especialmente estas crianças:

 O Toque – não restrinja o contacto físico, toque-lhes com frequência


 Som – Imite sons de animais, faça efeitos sonoros e Om’s sempre que
quiser. Fale menos e demonstre e faça mais
 Respiração – Ajude-os a respirar mais profundamente e a ter
consciência e controlo da respiração; abuse dos exercícios de
respiração

Estas práticas podem ajudar estas crianças a desenvolver os seguintes


aspetos:

 Consciência e melhor controlo do corpo


 Ligação ao mundo e às outras pessoas

32
 Confiança e amor-próprio
 Relaxamento

Geralmente as crianças com autismo, atrasos e síndrome de Down têm um


tónus muscular mais baixo e um atraso no desenvolvimento motor. O Yoga
pode ser um elemento importante para aumentar a sua força e coordenação,
melhorando o desempenho de tarefas diárias.
Muitas destas crianças com desafios de ordem mental ou física vão precisar
que as ajude fisicamente a executar determinadas posturas. Faça uma
demonstração depois de escolher a variação mais simples da postura. Se
necessário, ajude a ajustar as diferentes partes do corpo para a postura, mas
faça-o com suavidade, porque nestas crianças com pouco tónus muscular a
deslocação de articulações é comum.

Esteja especialmente atento às necessidades destas crianças: deixe-as relaxar


sempre que precisarem e prolongue a aula apenas até ao momento em que
elas se mantenham concentradas sem esforço.

É preciso acreditar com convicção que estas crianças vão evoluir. E se as for
acompanhando com calma, de alma e coração, aula após aula, esteja certo
que não só estas crianças, como você próprio, se tornarão mais fortes e
flexíveis de corpo e de alma.

As suas necessidades físicas podem inspirá-lo a criar um novo estilo divertido


de yoga para crianças, que pode ser praticado em cadeiras de rodas ou em
camas de hospital, ou usando linguagem gestual, ou apenas baseado no toque
e som.
Já dispõe de todas as ferramentas de que precisa – só precisa de as organizar
de uma forma que as torne atraentes e aplicáveis a estes alunos especiais.
Eis alguns livros que o podem ajudar:

 Yoga for the Special Child - Sonia Sumar (que ministra cursos de yoga
para crianças com necessidades especiais)
 Yoga for children with Autism Spectrum Disorders – Dion E. Betts and
Stacey W Betts

33
Como organizar a sala

Colocamos sempre os tapetes de yoga de modo a que formem um círculo,


onde todos possam ver todos. As crianças sentem-se mais seguras quando
sabem que as estão a ver.

O círculo torna a prática de yoga uma atividade comum. Enquanto nas aulas de
adultos cada pessoa pratica por si própria, o yoga para crianças e em família é
uma experiência partilhada, constantemente recriada por todos os
participantes.
Torne o espaço seguro e confortável para a prática. A sala deve estar limpa e
segura para as crianças – tudo o que possa cair ou magoar alguém deve ser
retirado.
Tudo o que possa distrair as crianças da prática de yoga (livros, brinquedos,
comida, ou qualquer outra coisas que as crianças possam movimentar) deve
ser retirada ou coberta – leve lençóis ou mantas para esse efeito.

Crie uma atmosfera relaxante desligando as luzes (especialmente se forem


fluorescentes) e aproveite a luz natural. Musica calma com sons da natureza é
uma boa forma de tornar o espaço mais tranquilo.

No espaço sagrado criado no centro do círculo pode colocar um altar com


objetos da natureza, como pedras, penas, folhas, pinhas, etc., bem como a sua
taça tibetana ou outras coisas que utilize durante a aula. Coloque os objetos
numa manta colorida e use-os durante a aula. O altar é um espaço sagrado e
os objetos que aí estiverem não podem ser tocados sem a sua autorização.

34
Trabalho em grupo e em pares

Grande parte da prática do yoga para crianças e em família é constituída pelo


trabalho em pares ou em grupo. Trabalhando com outras pessoas aprendemos
muito sobre nós próprios e desenvolvemos aptidões sociais que nos ajudam a
relacionar com os outros e connosco próprios.

Ao praticarmos posturas em conjunto aprendemos como tocar nos outros, mas


aprendemos também a gentileza e delicadeza, a aceitação e a compaixão, o
respeito e a confiança e como conectar, comunicar e cooperar. Abrimos o
coração, ultrapassamos conflitos e criamos novas amizades.

As posturas a pares e em grupo devem ser confortáveis para todos os


participantes. Movimente-se devagar, seja cuidadoso com o outro e avise que
precisa de ajustar a postura ou aliviar ou reforçar a pressão/tensão

Por vezes cria-se algum desconforto quando o professor anuncia que se


devem formar pares. Algumas crianças não sabem com quem emparelhar ou
são demasiado tímidas para se aproximar de outra. Outras fazem par sempre
com o mesmo amigo ou disputam o mesmo amigo que outra. Para facilitar,
pode sugerir que façam par com uma criança que tem a mesma cor de cabelo
ou de olhos, dedos ou pés parecidos, a mesma altura ou o mesmo
comprimento de cabelo, etc. Ou pode sugerir que façam par com crianças que
são opostas a elas em algum aspeto: cabelo, cor de camisola, etc.

Embora a maioria das posturas em pares ou de grupos possam ser ajustadas a


pessoas com tamanhos diferentes (tão diferentes como numa aula de yoga em
família entre pais e filhos), algumas posturas são mais fáceis de fazer com um
parceiro do mesmo tamanho. Nestes casos pode alinhar todas as crianças por
altura, dos maiores (chame-lhes arvores) aos mais pequenos (chame-lhes elfos
ou fadas) e dividi-los em pares e grupos a partir daí.

Outra maneira divertida de fazer grupos é dizer-lhes que caminhem pela sala
em “grupos de 3”, “grupos de 5”, “grupos de 2”. Assim que os grupos
necessários estão criados pode terminar o jogo e avançar para a atividade
seguinte planeada.

Pode fazer o exercício anterior com temas – mar, pássaros, etc. e pedir às
crianças para se moverem como ondas ou peixes ou golfinhos, colocando
musica a condizer com o tema. Experimente pedir-lhe para caminharem juntos
ligados pelos joelhos ou pela parte de trás ou topo da cabeça – desta forma, a
divisão em grupos é um milhão de vezes mais engraçado!

Se sente que uma das crianças é agressiva ou descuidada e pode magoar


outra nos pares ou nos grupos, faça par com ela ou faça parte do seu grupo, ou
peça a outro adulto que o faça por si.

Se o grupo não for homogéneo e as crianças formam grupinhos fechados entre


si, experimente o seguinte exercício: divida os alunos em dois grupos. O
primeiro formará um círculo que deve dar as mãos, virado para dentro. No

35
centro deste, forme um segundo círculo com crianças de mãos dadas, viradas
para fora. Os círculos devem começar a rodar lentamente em direções opostas,
(de forma a que ambos os círculos se movam para a esquerda ou para a
direita) fixando os olhos das crianças que vão passando à frente delas. A
velocidade deverá aumentar progressivamente durante 1 ou 2 minutos, até
parar de repente. Por fim peça às crianças que estão no círculo de dentro para
se colocarem entre as crianças do círculo de fora. Eis um grupo completamente
reordenado e pronto para novas aventuras!

36
Círculo de Partilha

É importante que seja dado às crianças um tempo específico para que


partilhem experiências ou novidades. Este momento deve vir no fim da aula
para que os acontecimentos excitantes e esclarecimentos não perturbem o
andamento da aula.

Para crianças mais velhas, este tempo conjunto torna-se um espaço para
perguntas sobre a prática e sobre a vida. Por vezes pode colocar uma questão
que pense que pode ajudar a orientar os seus alunos a chegarem a um novo
entendimento acerca da prática ou deles próprios.

A partilha de experiências nas aulas ajuda-nos a ordenar os pensamentos, o


que torna o conhecimento ou o exercício aprendido mais claro, não apenas
para os ouvintes, mas também para nós mesmos. No Círculo de Partilha cria-
se uma outra plataforma para aprender uns com os outros.
O Círculo de Partilha pode ser usado para discutir e resolver assuntos sociais
que poderão ter perturbado a aula. É um espaço onde todos podem falar com o
coração e ser ouvidos. Neste círculo permita a cada participante expressar-se
sem ser interrompido até acabar a intervenção.

Uma maneira mais divertida e relaxante de fazer o Círculo é massajarem-se


uns aos outros durante a discussão. Sentamo-nos em círculo e cada
participante oferece um pé ao participante seguinte, enquanto massaja o pé do
participante anterior.

Se for necessário, pode também usar o Círculo de Partilha durante a aula, de


modo a que toda a gente partilhe as experiências após um determinado jogo ou
postura, ou se houver alguma coisa que seja preciso resolver antes de
continuar a aula.

37
Uso de Adereços

Use adereços de modo a manter as crianças empenhadas. Deixe-as usar os


adereços como ferramenta útil para aumentar a concentração em posturas de
equilíbrio, para contar uma história ou como suporte a um tema ou um jogo, e
para despertar a imaginação.
Pode usar adereços como quiser para tornar a aula mais excitante. Tenha a
certeza de que são apropriados para a idade – Por exemplo, quando ensinar
crianças muito pequenas, não use adereços muito pequenos que possam ser
engolidos.

1. Tapetes de yoga
2. Brinquedos e peluches
3. Livros
4. Música (e um leitor de CD)
5. Canções
6. Cartas de yoga
7. Autocolantes
8. Bindi stickers (Autocolantes indianos para pôr na testa)
9. Carimbos coloridos
10. Balões
11. Bolhas de sabão
12. Arcos (Hoola hoops)
13. Flores (se usar flores artificiais, poderá usar fragâncias nelas, com óleos
essenciais ou perfumes)
14. Penas
15. Instrumentos musicais
16. Vendas
17. Almofadas para os olhos (podem-se fazer com meias pequenas cheias de
algodão, arroz ou sementes de linho)
18. Disfarces
19. Moedas de chocolate
20. Taças tibetanas
21. Bolas (grandes, pequenas, macias, saltitonas…)
22. Bolas de Pingue-pongue
23. Bolas de algodão
24. Palhas
25. Pequenos baldes
26. Sinos/sinetas
27. Creme para mãos ou para pés
28. Pedras e seixos (pequenos, ou contas de vidro)
29. Conchas
30. Novelo de fio
31. Penas de pavão
32. Um globo
33. Buddha Board ( técnica Zen de pintura em Água )
34. Yoga Blocks

38
35. Telas para o corpo que assumem diferentes formas
36. Escovas
37. Bastões de madeira
38. Pára-quedas (Tecido colorido circular)
39. Letras soltas do alfabeto
40. Tudo o que quiser!

39
Música

A música pode tornar qualquer atividade mais divertida e excitante! Também


nos ajuda a acalmar e a relaxar quando precisamos. A música pode alterar as
nossas emoções e dar-nos coragem ou ajudar-nos a encontrar liberdade e
alegria. A música pode criar a atmosfera e o cenário durante uma Viagem de
Yoga mágica a outro país.Através da música podemos aprender acerca de
diferentes culturas. A música é universal e espiritual. Une-nos.

Sempre que possível canto uma canção com as crianças porque as leva a
envolverem-se mais. Noutras alturas criamos a nossa própria música com os
nossos corpos ou com instrumentos musicais. Claro que uso muita música em
CD .
Como professor de yoga para crianças e famílias, terá que escolher a música
certa para cada atividade.

Está cientificamente provado que cantar aumenta o nível de endorfinas no


corpo, o que inevitavelmente nos faz acalmar e ficar mais contentes. Cantar é
um excelente método para memorizar e aprender linguagem ou movimento.
Mover-se ao som de música aumenta a consciência do corpo e proporciona
maior estabilidade (enraizamento).

40
Maneiras divertidas de praticar Yoga!

1. O Saco Mágico dos Animais. É a melhor ferramenta para ensinar yoga a


crianças com menos de 3 anos – cria uma estrutura de aula que as mantém
envolvidas: as crianças com menos de 3 anos não conseguem imaginar os
animais - precisam de os ver!

Coloque dentro de um grande saco ou de uma fronha de almofada engraçada


todo o género de brinquedos ou peluches de animais (pode comprá-los muito
baratos nas lojas de produtos chineses). Peça a cada uma das crianças para
pôr a mão dentro do saco e tirar um brinquedo. Depois, execute a postura ou
posturas de cada um destes animais com todo o grupo.

Uma das coisas que mais gosto de fazer é usar o meu chapéu de mágico e a
minha varinha mágica para transformar cada criança no animal que tirou do
saco. Este jogo também pode ser utilizado em aulas com alunos mais velhos.

2. Livros de histórias de Yoga. Somos fascinados por histórias: são uma


forma fácil de manter as crianças focadas e a aula interessante. Um livro de
histórias de yoga funciona especialmente bem com as crianças mais
pequenas, que precisam de seguir algo concreto. Neste caso o mais
indicado é mostrar-lhes as imagens num livro ao mesmo tempo que executa
as posturas, para que elas possam fazer a ligação entre o nome do animal,
o seu aspeto e a postura correspondente.

Pode usar um livro cuja história tenha vários animais ou representações de


posturas de yoga e executar a postura sempre que refere o animal ou objeto
correspondente. Sinta-se à vontade para contar a história nas suas palavras ou
inventar a sua própria história, à medida que a vai dramatizando com as
posturas.

As crianças com mais de 3 anos já conseguem inventar elas próprias a história.


Sente-se num círculo com eles e comece a contar uma história, passando a
palavra às crianças para lhe acrescentarem partes. Sempre que se referir um
animal ou qualquer outra coisa que possa ser transformado numa postura (o
que pode ser qualquer coisa para uma imaginação fértil) todo o grupo pode
executar a postura. Se quiser que a história seja mais estruturada, sugira um
tema, como uma ida ao Jardim Zoológico ou ao Parque de Diversões, uma
viagem ao Zimbabué ou um piquenique.

Para assegurar que cada criança contribui com um pedaço da história e com
uma postura, pode pedir-lhes para retirarem um brinquedo do saco, ou um
carta do baralho de animais, cartas de yoga ou postais e que integre a imagem
que escolheu com a história que está a ser contada. Alternativamente, pode
pedir-lhes que na sua parte da história refiram o animal favorito, ou comida,
meios de transporte, atividades, etc.

41
3. À volta do Mundo. Se não teve tempo para planear a aula, pode usar um
globo terrestre. Normalmente, começo por segurar no globo e mostrar às
crianças o local onde nos encontramos. Depois falo-lhes um pouco de como
o mundo é grande, com muitos países, muitas culturas, países, comida,
costumes, animais, etc.

Coloco o globo no centro do circulo e convido cada aluno a aproximar-se e


girar o globo, apontando um lugar enquanto o globo ainda está em movimento:
é para aí que ele terá de viajar. Em cada ponto escolhido fazemos uma postura
de viagem como forma a chegarmos lá e depois uma ou duas posturas em
cada local. Podemos chegar ao Egipto na Postura do Avião e uma vez lá
chegados, podemos fazer uma postura da Pirâmide e uma postura do
Camelo… e depois, é a vez de outro aluno escolher.

Se as crianças são demasiado pequenas para saberem o que é um globo


terrestre, pode perguntar-lhes o que veem à noite quando olham para o céu. A
resposta será estrelas e planetas… bem, nós vivemos também num planeta,
redondo como todos os outros, que se chama Terra. O globo é a imagem do
que as pessoas que moram nas estrelas mais próximas veem quando olham
para a Terra 

.
4. Vão de viagem. Para alunos ente os 3 e os 9 anos, esta é a ferramenta
principal para estrutural uma aula. Encontrará uma descrição completa e
sugestão de locais a visitar nas aulas de yoga mais à frente.

5. Cantem e movimentem-se. Faça uma sequência de posturas de yoga


enquanto cantam ou ouvem canções sobre animais. É uma ótima prática
que combina várias modalidades de aprendizagem e interação.

6. Jogos de Yoga. São obrigatórios em todas as aulas de yoga para crianças.


De vez em quando pode fazer uma aula exclusivamente com jogos (veja a
secção de Jogos de Yoga). Faço isso principalmente quando a aula é ao ar
livre ou integrada em algum evento onde será difícil as crianças manterem a
concentração. Também é uma boa alternativa nos dias em que os alunos
estão mais agitados e em que todas as outras ferramentas falham. Se
planeou uma aula fantástica mas que não está a resultar, pode sempre
recorrer aos jogos.

Também os jogos com Cartas de Yoga são uma ótima maneira de fazer
uma aula.

7. Sigam o meu corpo. Funciona como exercício de aquecimento e forma de


concentrar a atenção dos alunos na aula. Coloquem-se num círculo e peça
às crianças para imitar exatamente todos os seus movimentos, sem
conversas.
Pode desta maneira pôr os alunos a fazer a Saudação ao Sol ou outros
movimentos e até exercícios de respiração ou sons de animais. Pode
também nomear um dos alunos para ser o líder.

42
Encontrará exemplos de sequências destas mais à frente.

8. A Onda. Já viu como o público faz uma Onda num jogo de Futebol?
Fazemos o mesmo nas aulas. Em círculo, o professor faz uma postura ou
um movimento que deve ser imitado pela pessoa à sua direita e assim
consecutivamente, cada aluno fazendo a postura a seguir ao anterior.

Pode usar isto durante uma hora, já que é super divertido! Faça as posturas
percorrerem o círculo: saltos de rã (não se esqueça de imitar o som da rã
enquanto o faz), pontes, rodas, saudações ao sol ou qualquer outra sequência.
Comece devagar, e mude de postura quando fizer o círculo completo, e vá
mudando as posturas mais rapidamente. Pode também usar posturas de grupo
durante a Onda.
Use a imaginação, invente novas posturas e deixe também que os alunos
iniciem a Onda.

9. Espelho. Posicionado num círculo, junte as palmas das mãos perto do


coração, estabeleça contato visual com a pessoa à sua frente e apontem
um para o outro na posição de namasté para se ligarem como pares. Após
todos terem encontrado par, cada grupo deverá movimentar-se em espelho,
alternando a liderança. O objetivo é que estejam de tal modo sincronizados
que percam a noção de quem lidera e de quem segue, e se movimentem ao
mesmo tempo. Usem posturas de yoga mas também outros movimentos
que fluam. Tentem ao mesmo tempo estar focados no parceiro e estar
integrados no movimento de todo o grupo.

Este exercício divertidíssimo funciona melhor com música de fundo.

10. Criações. Por vezes é divertido deixar as crianças fazer o seu trabalho e
dar aula. Desta forma ficam conectados com a sua imaginação e criatividade e
mais importante, ensinam aos outros algo que inventaram (quantas vezes as
crianças fazem isso na escola?) Neste jogo, os alunos são divididos em grupos
e podem inventar novas sequências ou novas posturas em grupo.
Comece com pares. Colocados um em frente ao outro, cada aluno cria à vez
uma sequência de 3 a 5 posturas que o outro deve seguir. Os pares devem
repetir a mesma sequência algumas vezes

Depois divida os alunos em grupos de 3 ou 4. Cada grupo inventa uma nova


sequência de 3 a 5 posturas – o ideal é inventarem novas posturas de grupo.
Depois de cada grupo ter dominado a sua sequência, mostra-o aos outros
grupos e ensina toda a sala a fazê-la

Pode também dividir a sala em dois grandes grupos ou fazer de toda a classe
um grande grupo.

Uma coisa muito divertida para fazer em grupos maiores é dividi-lo em dois
grupos A e B (dê uma volta ao circulo e toque cada cabeça dizendo
alternadamente A ou B).

43
Enquanto as crianças do grupo A executam determinada postura, as crianças
do grupo B e entrelaçam-se nas do grupo B em outra postura. Isto pode ser
feito em sequência, utilizando uma série de posturas - desta forma podem ser
criadas belas Mandalas em forma de flor ou caleidoscópio em movimento!

Pode ter um tema para estas criações, como por exemplo, posturas de
equilíbrio ou ligações através dos pés ou topos das cabeças, ou temas
visuais como flores, monstros de yoga, máquinas de yoga, dinossauros, etc.

També pode escolher entre 3 a 5 posturas e pedir a cada par ou grupo para
encontrar uma nova forma de se ligar entre si e aos outros pares ou grupos,
criando uma sequência.

Outra maneira de fazer criações é dar a cada par ou grupo uma postura inicial
e uma postura final. No espaço entre as duas as crianças podem criar o que
quiserem: posturas de yoga, danças, acrobacia, teatro, ou qualquer outra coisa.
No fim, cada grupo poderá ensinar sua nova criação ao resto da sala.

Quando fizer exercícios de criação, limite o tempo para que as crianças tomem
decisões mais rápidas - 10 minutos para cada secção a criação é o suficiente.
Você vai surpreender-se com as invenções!

Na seção Estruturas de Classe encontrará um exemplo de uma aula baseada


na criação

11. Percurso de obstáculos. Esta é uma das formas mais divertidas de fazer
yoga, embora possa ser um pouco demorada, dependendo do modo como
elaborar o seu percurso de obstáculos. Configure o percurso antes da aula,
com qualquer coisa que tenha na sala e no seu saco de yoga (eu costumo usar
tudo o que tenho na sala de aula e no meu saco de yoga). Pode ser algo como
isto:

 Blocos de yoga: coloquem-se em cima do bloco, façam a postura da


árvore e contem até 10 em voz alta
 A alça e o sino de yoga: peguem no sino e andem sobre a linha (alça),
sem que o sino faça som
 Um livro com retratos de animais: Abram aleatoriamente o livro e
executem a postura do animal está nessa página
 Bolas de pingue-pongue: Deitados de barriga no chão e usando apenas
a respiração façam chegar as bolas de pingue-pongue que estão no chão
a um determinado sítio da sala.
 Cartas de yoga variadas ou cartões com animais: Escolha 3 a 5
cartões e crie uma mini-dança do Sol, e repita-a 4 vezes
 Bolas de sabão: Soprem bolas de sabão!
 A alça de yoga e a venda: Andem com os olhos vendados numa corda
bamba
 Saco dos Animais: Escolham um brinquedo e executem a postura
correspondente.
 Instrumentos musicais: Toque e dance!
 Penas de Pavão: equilibrem uma pena num dedo ou no queixo
44
 Letras do alfabeto: Escolham uma letra e executem uma pose que
comece com essa letra
 Três bolas (ou lenços): Façam malabarismo!
 Um tapete de yoga e uma bola: Enquanto executam uma postura façam
rolar uma bola por baixo.
 Balões: Encha um balão e largue-o no centro da sala
 Máscara de feiticeiro / chapéu e varinha: Vista o disfarce e transforme
todos em animais à sua escolha (todos têm que parar um momento e
fazer a postura desse animal)
 Budha Board: Pintem ou escrevam algo no quadro
 O tapete de yoga: Inventem posturas que nunca tenham sido vistas
antes!
 Pompons e um balde pequeno: Segure um pompom com os dedos do
pé e caminhem alguns metros para largá-los no balde
 Máscaras: coloquem máscaras e executem uma postura até ao próximo
obstáculo
 Óculos de Sol: Faça as crianças dançar na Postura de Caranguejo
 Um tapete de yoga e uma taça tibetana: As crianças relaxam deitadas
de costas, enquanto o professor lhes coloca a taça sobre a barriga e a faz
soar com suavidade
 Autocolantes: As crianças escolhem um autocolante, colam-no na T-
Shirt e levam-no para casa!

Eu faço sempre em primeiro lugar a demonstração de como atravessar a pista


de obstáculos e, em seguida, peço às crianças para me seguirem, uma de
cada vez. Os alunos devem contar até 10 ou esperar até que o colega da frente
atinja um determinado obstáculo antes de começarem. Pode fazer as crianças
a passar pela pista de obstáculos mais do que uma vez.

Torne sua pista de obstáculos apropriada para a idade da classe. Quando o


grupo já está familiarizado com o conceito de pista de obstáculos, pode pedir a
cada criança para criar um obstáculo.

O guia dos obstáculos: Pode também fazer as crianças atravessarem a pista


de obstáculos de olhos vendados, acompanhados por um guia. Divida o grupo
ao meio e peça ao grupo que vai ficar com os olhos vendados para esperar
fora da sala enquanto constrói a pista de obstáculos e a explica ao grupo dos
guias.

Depois, cada guia segura pela mão um colega de olhos vendados para o
conduzir (verbal e fisicamente) pela pista de obstáculos. Quando mudam os
grupos, é melhor mudar o percurso de obstáculos para o segundo grupo não
saber o que esperar.

12. Aulas temáticas: Para crianças mais velhas (de 7 anos para cima) ou para
yoga em família, é divertido construir uma aula em torno de um tema mais
abstrato como a coragem, a concentração, a amizade, o amor, o apoio, a
verdade...

45
Por exemplo, se o assunto é confiança, pode começar a aula pedindo a todas
as crianças à volta do círculo para mencionarem uma ou duas pessoas que
confiem neles. Assim usará posturas e jogos que envolvem confiança, como
posturas de equilíbrio, posturas a pares ou em grupo, acrobacias com parceiro
ou yoga voador, o jogo círculo de confiança, etc.

Se o assunto é criatividade, pode pedir às crianças no início da aula para


mencionar algo que eles tenham criado. Então, na aula pode fazer Yoga de
Criação, pinturas de Mandalas, etc.

13. Sequências com parceiro. Outra maneira excelente de fazer yoga é,


naturalmente, fazê-lo acompanhado!

14. Círculo de fogo. Esta é uma maneira ótima de unir um grupo, cheia de
diversão, interação e yoga! Para a descrição completa e algumas sequências,
veja o capítulo de Círculo de Fogo.

46
Viagens de Yoga

É a principal ferramenta que utilizo em aulas com crianças entre os 3 e os 9


anos. Inicio a aula com algo que nos una (como o Om, uma canção, um Circulo
de Fogo, a Saudação ao Sol ou um jogo de respiração) e de seguida entramos
numa viagem mágica.

Para chegar ao destino usamos uma variedade de posturas de viagem e


diferentes objetos ou elementos da natureza. Na sequência da viagem
encontramos muitos animais ou personagens. Quando temos fome fazemos
posturas de comida e outras posturas que se relacionam com o destino.
Durante a jornada incluímos jogos de yoga e de respiração se se adaptarem à
história da viagem ou, caso contrário, jogamos um jogo no final da aula
(escolho jogos mais calmos nesta altura, que preparam as crianças para o
relaxamento). Depois de uma longa expedição estamos prontos para
descansar, pelo que nos deitamos no chão e seguimos uma visualização
guiada que se adeque ao tema da aula.

Quanto mais as crianças sentem que estão a fazer parte da criação da viagem
mais participam: faça-lhes perguntas – como querem lá chegar, que animais
veem? Para onde querem ir agora?, etc. e a aula prossegue de acordo com as
suas indicações. Utilize sempre fatos, música e adereços que estejam de
acordo com o tema que escolheu.

Temas (Lugares para viajar)

1. Uma viagem à Terra das Luzes


2. Uma viagem à Terra dos Círculos
3. Percorrer um caminho (encontrando árvores, diferentes animais, etc. – As
cartas de yoga também podem ser colocadas em diferentes partes da sala
e a classe pode ir de viagem de um lugar ao outro ao encontro do animal
em cada carta para fazer a postura correspondente)
4. Africa
5. Alfabeto de A a Z
6. Parque De Diversões
7. Antigo Egipto e Faraós
8. Grécia Antiga
9. Saco Mágico de Animais
10. Antropólogos
11. Astrologia
12. Austrália
13. Ida à Praia
14. Beduínos
15. Triangulo das Bermudas
16. País dos Pássaros
17. Viagem de Barco, Cruzeiro
18. Viagem ao Corpo Humano
19. Viagem à Bolívia, para conhecer a Tribo Aduichi

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20. Aula usando um livro de histórias
21. Adotar um cão (treinar o cão, levá-lo a passear, encontrar outros animais,
etc.)
22. Tratadores de ursos
23. Mundo das Cores
24. Viagem a um Pais (à escolha)
25. Desfile de Moda
26. Flores (de semente a flor + posturas de flores + novas posturas de flores a
pares ou em grupos)
27. Na Floresta Mágica
28. A viagem ao Japão
29. Selva (leve binóculos para encontrar diferentes animais)
30. Havai
31. Festas (Natal, Páscoa, Dia de Reis)
32. Como crescem as coisas
33. India
34. Viagem ao Lago
35. O Mágico (transforme as crianças com um toque da varinha em diferentes
coisas)
36. México
37. Escalar montanhas
38. No topo da Montanha
39. Cinema ( Harry Potter, Guerra das Estrelas, Scooby Doo)
40. Visita ao Museu
41. Criaturas Mitológicas
42. Índios e Cowboys
43. A Arca de Noé
44. Viagem ao Pólo Norte ou Antártida
45. Observar os animais e imitá-los, como os antigos yoguis faziam
46. Viagem ao Espaço
47. Visita ao Palácio dos Reis
48. Visita à Loja de Animais
49. Vamos fazer um Piquenique
50. Vamos à Pizzaria (conduzir até lá, fazer pizza, apanhar azeitonas das
oliveiras, a Postura do Tomate pode ser o arco, por exemplo)
51. Princesas
52. Festa do pijama
53. Floresta tropical
54. Aula de adivinhas (as crianças têm de responder às adivinhas através de
posturas)
55. Reciclagem
56. Viagem ao fundo do mar
57. Vamos fazer o almoço (fazer compras e cozinhar)
58. Espetáculo no palco
59. Viagem às Nuvens
60. Visita ao SPA
61. Desporto (futebol, basebol, patinagem, etc.)
62. Campo de Férias
63. Cartas de Yoga

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64. Volta ao Mundo (com um globo terrestre e poses da Torre Eiffel, Muralha da
China, Esfinge do Egipto, Cataratas do Niágara, etc.)
65. Zoólogos
66. Visita ao jardim Zoológico
67. Tribo Zulu

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Sugestões para estruturas de aulas

As que vão funcionar melhor serão aquelas com que se sentir mais confortável.
Se estiver confiante as crianças também estarão. Se gostar da aula e se
divertir, as crianças também se divertirão. Tenha a coragem de fazer
experiências, seja você próprio e divirta-se!

1 e 2 anos
1. Jogos de apresentação
2. Abertura (Postura da Borboleta e canção, ou outro exercício apropriado
para a idade (ver secção Inícios)
3. Posturas acompanhadas de uma história. Inclua posturas de força, de
flexibilidade e de equilíbrio
4. Jogo de Yoga (ainda melhor se combinar o jogo com o tema e alternar
os jogos e as posturas)
5. Exercício de Respiração ou Jogo de Meditação
6. Relaxamento com visualização guiada
7. Surpresa ou recompensa!

3 a 8 anos
1. Jogos de apresentação
2. Abertura (Circulo de Fogo ou outro exercício apropriado para a idade
(ver secção Inícios)
3. Saudação ao Sol
4. Viagem de Yoga - Inclua posturas de força, de flexibilidade e de
equilíbrio
5. Jogo de Yoga (Temático) (ainda melhor se combinar o jogo com o tema
e alternar os jogos e as posturas)
6. Exercício de Respiração ou Jogo de Meditação
7. Relaxamento com visualização guiada
8. Surpresa ou recompensa!

A partir dos 9 anos

1. Breve relaxamento para se ligarem ao momento presente e à aula ou


Circulo de Fogo
2. Om
3. Pergunte-lhes se querem escolher um tema específico
4. Saudação ao Sol (conhecida ou totalmente nova)
5. Posturas: Permanência, equilíbrio, torções, retroflexões, flexões,
invertidas, alongamentos laterais, posturas de força, de flexibilidade e de
equilíbrio
6. Jogo de Yoga Temático (ainda melhor se combinar o jogo com o tema e
alternar os jogos e as posturas)
7. Exercício de Respiração ou Jogo de Meditação
8. Relaxamento com visualização guiada

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9. Surpresa ou recompensa!
10. Relaxamento final
11. Partilha de experiências

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Jogos para aprender nomes

O Yoga para crianças e para famílias é diferente do yoga normal para adultos.
Enquanto este último é uma prática individual, as outras duas práticas têm a
sua base no grupo.
No Yoga para crianças e famílias, interagimos sempre uns com os outros
através de posturas, jogos, canções e de observação e imitação. Saber o nome
de uma pessoa é o primeiro passo para um relacionamento. O Yoga para
crianças e famílias é baseado em relações, e como trabalhamos todos juntos e
cada um tem a sua contribuição para a aula, é importante que saibamos bem
os nomes uns dos outros – para uma melhor e mais saudável comunicação.

Obteremos mais atenção e respeito quando nos dirigimos a alguém pelo seu
nome, do que se disser apenas - Ei, tu! – Durante a aula, se alguém se
desconcentra ou começa a distanciar-se do grupo, o seu nome é a melhor
ferramenta para o trazer de volta ao aqui e agora.

Poderá colar autocolantes nas crianças e pais para ajudar a lembrar-se dos
nomes ou…pode usar algum dos divertidos jogos explicados em baixo que
seguramente farão toda a gente lembrar-se dos nomes de toda a gente no
grupo!

1. Nomear a bola. Passe uma bola à volta da roda. Quando recebe a bola, é a
sua vez de falar seguindo as instruções do professor: cada pessoa diz o
seu nome e qual o animal/cor/comida/coisa favorita e qual a postura de
yoga favorita.

Variações deste jogo:


 Se fizer com o animal ou a postura preferida, pode, na verdade faze-lo com
todo o grupo ao mesmo tempo;
 Em vez das mãos, usem os pés para passar a bola uns aos outros.

2. C é para a postura do cão. Cada pessoa na roda diz à vez – O meu nome
é… e começa com a letra… Então, o grupo faz uma postura começada com
essa letra.

3. Agarrar os Nomes. Numa roda, o professor atira a bola em arco para


alguém do outro lado e enquanto a bola está no ar, diz o nome dessa
pessoa. Cada um faz o mesmo e mantém os braços no ar para se saber
que o seu nome já foi chamado.
Quando toda a gente já atirou e apanhou a bola, a bola volta ao professor e
o primeiro ciclo estará completo. Cada pessoa tem que se lembrar de quem
recebeu a bola e para quem atirou. A sequência será repetida. Repita
algumas vezes e depois pode:
 Inverter a direção
 Juntar mais bolas

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 Enquanto toda a gente anda à vontade pela sala, repita a sequência com a
bola (nesta fase, assegure-se de que os olhos da outra pessoa cruzam os
seus antes de atirar a bola) Passe a bola sem usar as mãos – Seja criativo!
 Numa versão simplificada do jogo: sentados em círculo, atira-se a bola ao
acaso a alguém , dizendo o seu nome em voz alta (atire a bola pelo chão
com crianças mais pequenas)

4. Nomes e Gestos. Numa roda, cada pessoa à vez diz o seu nome e faz um
gesto (pode ser uma postura ou outro movimento). Depois de todo o grupo
imitar o gesto, a pessoa seguinte tem que repetir os nomes e os gestos de
todos os que se apresentaram antes dela, e de seguida diz o próprio nome
e inventa um novo gesto.

Variações deste jogo:


 Se houver pouco tempo ou o grupo for grande, cada pessoa repete o nome
e o gesto apenas da pessoa anterior. Pode também fazer o jogo sem
repetições.
 Após uma pessoa dizer o nome e fazer o gesto, todo o grupo diz o nome e
faz o gesto, uns a seguir aos outros, como uma onda . É bom ouvir o
próprio nome e ver o gesto que criámos serem repetidos 10 a 20 vezes!
 No fim, depois de toda a gente ter criado um gesto, pode utilizá-los todos
numa sequência de Saudação ao Sol, usando os nomes das pessoas na
roda ou combinar uma respiração profunda com o movimento.
 Em vez de gestos e movimentos aleatórios, pode jogar com o nome e a
postura favorita de cada um – será mais fácil torna-la numa Saudação ao
Sol embora com menos contribuição da sala.

Teia de Aranha. Segure o fim de um novelo de fio e passe-o de pessoa em


pessoa no círculo: cada pessoa diz o seu nome e segura uma parte do fio.
Depois de uma volta completa e de toda a gente estar a segurar o fio, a
última pessoa pode atirar o novelo a alguém do outro lado da roda dizendo
o seu nome e cada pessoa atira o novelo sem largar o fio – Deste modo
será criada uma magnífica teia de aranha!

Variações deste jogo:


 Depois de ser feita a teia, cada pessoa pode levantar-se e sentar-se de
novo em onda!
 Pode fazer uma pessoa sentar-se e outra levantar-se de modo a criar
diferentes formas
 Pode levantar-se e sentar-se pela ordem em que o fio foi passado

5. A canção “Quem está cá hoje?”


O Professor canta: O(A)… está cá hoje?
O grupo responde: Sim, … está cá hoje!
E toda a gente canta e salta, dá uma volta e volta a sentar-se. Sim, … está
cá hoje!

6. Nome. Sentados numa roda com uma pessoa no centro. Quem está no
centro tem que dizer o nome de uma pessoa da roda 3 vezes antes que essa

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pessoa diga o nome de quem está no meio uma vez. Se quem está na roda
não for capaz de o fazer, troca com quem está no meio. É um excelente jogo
para aumentar a atenção! Experimente e veja!

Conto-vos um pequeno segredo que aprendi com as crianças: quem está na


roda repete para ele próprio o nome de quem está no centro, deste modo estão
sempre prontos para o caso de ser o nome deles a ser chamado! É super giro.

7. Sobre mim e sobre ti! . O professor dá a cada aluno o numero de toalhetes


de papel que ele quiser. Depois de os distribuir anuncia que têm de contar ao
grupo coisas sobre eles. O número de coisas a contar depende do número de
toalhetes que tiraram.

8. Apresentem o vosso novo amigo. Divida o grupo em pares e peça-lhes


para falarem entre eles durante 5 minutos, para se conhecerem. Toda a gente
tem de responder pelo menos a três questões : Onde ( nasceste, moras), O
que ( fazes ou gostas de fazer), Porquê ( estás aqui hoje). No final dos 5
minutos peça aos alunos para apresentarem ao grupo o novo amigo

9. A Bola da Gratidão. Em circulo, os alunos passam uma bola uns aos outro,
tendo ao mesmo tempo de dizer o nome e um motivo pelo qual estão gratos
(ao sol, porque brilha, pelas canções dos pássaros, ao professor de yoga pela
aula…)

10. Olá da Taça Tibetana. Em circulo, os alunos vão passando a taça tibetana
de mão em mão, tocando-a com suavidade, ao mesmo tempo que saudam a
pessoas ao seu lado no circulo ( Olá Pedro)

12. Cheios de Amor. Sentados em circulo, cada aluno deve à vez, abraçar-se
a si próprio dizendo: “ Gosto de mim” e depois apontar e nomear alguém do
grupo “ Gosto do Pedro” e finalmente “ Gosto de Todos” fazendo um circulo
com os braços para incluir toda a gente.

13. Yoga do Riso. Cada pessoa deve apresentar-se ao grupo, dizendo o seu
nome, de onde é, o que gosta de fazer, etc, enquanto se ri. Continuem a rir
mesmo que não tenham vontade. Para mais informações sobre o Yoga do Riso
consulte www.laughingyoga.org

14. Massagem de Nomes. Sentados em circulo ou em comboio de pernas


abertas para ficarem juntos uns com os outros, cada pessoa coloca as mãos
nos ombros da pessoa à sua frente, para fazer uma massagem. De seguida
cada um deve dizer o seu nome entoando-o de acordo com o que está a sentir
com a massagem que está a receber. Se for uma massagem suave, deve dizer
o nome baixinho, se for mais forte, deve aumentar o tom. Com este jogo não só
se aprende o nome de toda a gente como se recebe uma massagem ao
mesmo tempo!

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Inícios

Há muitas maneiras de começar a aula. Quando se trata de um novo grupo,


costumo começar com uma curta apresentação do que é o yoga e com um
Jogo de Nomes antes de continuar com um dos exercícios abaixo.

É de certo modo bom começar a aula com a mesma rotina, o que ajuda as
crianças a desligarem-se das aulas da escola para entrarem na aula especial
de yoga. Começo normalmente com a Canção da Borboleta e uma postura
para as crianças mais pequenas e com o Om ou Circulo de Fogo para crianças
mais velhas até começar a ouvir reclamações :” Outra vez a Borboleta?” ou “
“Que chato!”. Nessa altura procuro uma nova canção para começar ou um
novo jogo, como o Espelho ou outro tipo de aquecimento, como a Saudação ao
Sol ou Sequências a Pares. A última coisa que quero é que as crianças se
aborreçam: todos sofreremos com isso!

1. Explicar o Yoga a Crianças


1. O Yoga é uma ciência muito antiga que ajuda a tornar os nossos corpos
mais fortes e flexíveis. E trazer alegria e calma à nossa mente. O Yoga
representa tudo o que existe no mundo, seja animal, árvore ou um avião,
através de posturas que podemos executar com o nosso corpo,
2. Há centenas de anos atrás os antigos yoguis viviam nas florestas, nas
montanhas e nas cavernas da India. Observaram tudo o que os rodeava e
aperceberam-se que animais e natureza conviviam em perfeita harmonia.
Começaram a imitar os movimentos dos animais, das árvores, das montanhas
e até das estrelas e criaram a técnica maravilhosa a que chamamos Yoga.
3. O Yoga é uma forma de exercitarmos o nosso corpo, a nossa respiração e a
nossa mente , tudo ao mesmo tempo – e faz-nos sentir muito bem!
4. O Yoga é uma prática e uma filosofia que se baseia na felicidade como
sendo o nosso estado natural. Quando o corpo ou a mente abandonam o
equilíbrio deixamos de sentir essa felicidade. As posturas, os exercícios de
respiração e a concentração ajudam-nos a recuperar a harmonia no corpo e na
mente e a voltarmos ao nosso estado natural de felicidade.

2. Om
“O Om é a união de todos os sons do universo num som. Escolham uma
palavra: o nome ou som de de um animal, o vosso nome, ou algo de que
gostem. Quando tiverem escolhido uma palavra ou som, ponham o dedo no ar.
Agora, vamos todos cantar a nossa palavra ao mesmo tempo. Todos os sons
que estamos a fazer em conjunto transformam-se num Om” ( o professor deve
ajudar e envolver todos os sons num grande Om).
Explique que o Om transmite uma massagem interior ao nosso cérebro e
coração: peça para colocarem uma mão sobre o coração e outra sobre cabeça,
entoarem um grande Om e sentirem a massagem agradável do Om nos dois
pontos.

O Om também pode ser encontrado em palavras giras como “OMelete” ,


gOMa, sOMbra

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Divirtam-se juntos:

Omem –se um ao outro: Sentem-se de costas com costas, inspirem fundo e


entoem Om alto – e sintam a vibração no coração do outro

Om de Coração:

Círculo de Om: Sentem-se formando um círculo, joelhos contra joelhos.


Coloquem a mão direita sobre o coração e a esquerda nas costas do vosso
amigo, na altura do coração. Entoem Om em voz alta e sintam o som a abrir o
coração, nos espaço sob as vossas mãos.

Om em Movimento: Coloquem-se de pé em círculo, de mãos dadas. Movam-


se para o centro do círculo com um Om e voltem para trás no Om seguinte.

Onda de Om: Com a classe sentada num círculo, o professor começa a entoar
o Om, sendo seguido pela pessoa à sua direita. O OM continua a ser passado
no círculo em forma de onda, devendo cada um repetir o Om assim que ouve a
pessoa à sua esquerda a entoar Om.

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3.Sentados de Pernas Cruzadas, cantem a façam os gestos:

Esfreguem as mãos
Sentem-se direitos
Inspirem fundo
Ahhhhhh
Esfreguem os pés
Sentem-se direitos
Inspirem fundo
Hhhhhh

4.Canção do Movimento, cantem a façam os gestos

Mexemos os pés, mexemos os pés, mexemos os pés para ficar mesmo em


forma!
Mexemos os ombros, mexemos os ombros, mexemos os ombros para ficar
mesmo em forma!
Mexemos as mãos, mexemos as mãos, mexemos as mãos para ficar mesmo
em forma!

5 Saltitões do Yoga

1. Estrela, Montanha, Estrela, Namasté


2, Estrela, Foguete, Estrela, Montanha ( pode também parar no foguete e
contar para trás (3,2,1), devagar até à descolagem! Saltem no ar)
3. Vulcão
4. Cão, Rã, Cão, Rã, Cão, Rã,
5. Crie o seu próprio

7. Sacudir os disparates
Ao som de música divertida, sacudam as mãos sacudam as pernas, sacudam
o rabinho, sacudam tudo até ficarem calmos.

7. Contagem regressiva

Sacudam cada mão e cada perna 10 vezes enquanto contam rapidamente de


10 para 1. Repitam 4 vezes. Depois, sacudam cada membro 9 vezes ao
mesmo tempo que contam de 9 até 1. Continuem a sacudir e a contar a partir
de 8, 7, etc. até que sacodem pela última vez enquanto gritam 1,1,1,1!

8. Aquecimento Repitam as palavras enquanto fazem os gestos algumas


vezes cada um:
- Sim- acenem a cabeça
- Não- abanem a cabeça
- Não quero – empurrem os ombros para cima
- É muito amargo - apertem os músculos da cara
- A minha cara é comprida – Estiquem os músculos da cara e ponham a língua
de fora
- Estou feliz – sorriam
- Estou cansado – dobrem-se para baixo ( frente)

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8. Canção Namasté. Outra boa maneira de começar ou acabar a aula

Namaste song by Shakta Kaur Khalsa

( com a música da canção “wheels on the bus”)

My little light bows to your little light


Your little light, your little light
My little light bows to your little light
NA-MA-STE
Your little light bows to my little light
My little light, my little light
Your little light bows to my little light
NA-MA-STE

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Danças do Sol

As danças do Sol ou saudações ao Sol (Surya Namaskar em sânscrito)- são


a forma tradicional de aquecimento no yoga. Praticamente todas as
articulações e músculos principais estão envolvidos nestes movimentos.
São chamados Danças do sol porque eram usadas como forma de prece ao sol
(o Sol, que se acreditava ser a fonte de saúde e força, abençoava os seus
devotos com os benefícios desta prática). As danças do Sol, especialmente se
combinadas com música ou canção especial, são uma maneira divertida das
crianças se movimentarem e mudarem de uma postura para a outra.
Altero com frequência a Dança do Sol, de acordo com o tema da aula. Se por
exemplo, estamos numa viajem a áfrica, torna-se uma dança africana, se
estamos com os índios norte-americanos é uma dança do Chefe da Tribo, se
estamos no deserto, inclinamo-nos para trás para saudar o sol do deserto e
inclinamo-nos para a frente para limpar a areia dos pés. A postura do Cão
transforma-se na Postura d Tenda, da qual depois saímos sem nos
esquecermos de limpar de novo a areia dos pés.

Para tornar a Dança do Sol mais interessante, podemos fazê-la em forma de


Onda ou como um Jogo Sigam o Meu Corpo sem palavras. Também é
fantástico reinventar a Dança do Sol com variações e sons de animais que
correspondam às posturas! Há tantas Danças do Sol quantas tradições de
yoga diferentes.

Abaixo, estão descritos dois estilos principais: os estilos Ashtanga Vinyasa e


Hatha Yoga Style. Acrescentámos também uma Dança do Sol mais simples e
mais divertida ( Dança dos Animais) para as crianças mais pequenas. Não se
esqueça que também pode inventar as suas próprias canções!

A Mais Simples Dança do Sol do Rainbow Kids Yoga

Estiquem-se para cima


Mergulhem para baixo
Uma perna para trás
E transformem-se em tábuas
Beijem o tapete
Sejam a serpente
Transformem-se em cão
Abanem a cauda
A outra também
Saltem como a rã
Toquem os pés
Estiquem-se para cima
Sejam a montanha

Hip Hop do Sol Hatha do Rainbow Kids Yoga

Bom dia minha gente! ( mãos em namasté)

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Estiquem o corpo bem alto
Toquem o chão e reeeesspiremm
Uma perna bem atrás, ajuda a libertar
A outra também, para afrouxar
Relaxem e beijem o tapete, o rabo em cima
Estiquem-se na cobra, e estão a fazer yoga
A postura de cão a seguir, e estamos a curtir
Levantem a perna bem alto, e não se esqueçam de ladrar ( todos ladram)
Levantem a outra perna ao máximo, sacudam bem
Levem os pés às mãos e contem até 10 ( conte até 10)
Levantem-se e estiquem o corpo
Bom dia minha gente! ( mãos em namasté)

Dança dos Animais

Montanha
Elefante – Façam a tromba com uma mão/ duas mãos
Elefante a beber – o elefante dobra-se à frente
Elefante toma duche – levantem-se abanando as ancas e voltem para baixo
Rã- Olha para o grande elefante e saltita 3 vezes
Cão- e aí vem o cão
A cauda do cão – estiquem uma perna e depois a outra
Gato – e segue-se o gato abanando a cauda
O gato estica-se – alegremente pondo a cabeça para trás
Cobra- com a língua de fora e a olhar para os lados
Cão – e salta para rã
Rã- salta 3 vezes
Montanha – coloquem-se em montanha com namasté

60
61
Posturas de Yoga

Diversos estudos provaram que o yoga ajuda a:

 Harmonizar o ritmo cardiovascular (Bernardi 2001)


 Melhorar a memória(Naveen 1997)
 Melhorar os sintomas de desordens neurológicas(Panjwani 1997)
 Aliviar a asma (Khanam 1996)
 Tratar desordens mentais(Shannahoff-Khalsa and Beckett 1996)
 Aumentar o desempenho motor de crianças de todas as idades(Telles
1993)

A única forma de experimentar a liberdade e a paz de espirito que o yoga traz é


através da prática.
Para ter efeitos transformadores profundos o yoga deve ser praticado pelo
menos três vezes por semana ; mas incluir uma aula de yoga no exigente
horário semanal que muitas crianças têm nos nossos dias, é infinitamente
melhor do que não fazer yoga.

Muitas escolas, jardins-de-infância e centros comunitários e a maioria dos pais


não têm capacidade financeira para pagar a um instrutor de yoga mais do que
uma aula semanal; apesar disso, as crianças que têm uma aula semanal
tendem a integrar as posturas, jogos, respiração e relaxamento do yoga nas
suas atividades diárias, jogos e brincadeiras.

As posturas de yoga fazem-nos mover o corpo de todas as formas possíveis:


inclinamo-nos para trás, para a frente e para os lados, flexionamo-nos e
alongamos, trabalhamos com a força e com o relaxamento, mantemo-nos em
equilíbrio e movemo-nos com coordenação…

As posturas em pé tornam as nossas pernas mais forte e aumentam a


estabilidade, alinhamento, equilíbrio e desenvoltura. As posturas de flexão à
frente alongam as pernas, a coluna e os músculos e ajudam-nos a mantermo-
nos calmos e tranquilos. As retroflexões tornam-nos mais abertos e recetivos,
ajudam a abrir o peito e o coração, fazem-nos mais confiantes e são
energizantes. Os alongamentos e torções laterais tonificam e massageiam os
órgãos internos e ajudam a libertar tensão nervosa.

As posturas a pares em grupo fazem aumentar a cooperação, o trabalho em


equipa, a amizade e a consciência de nós mesmos e dos outros. E como todas
as outras técnicas do yoga, colocam à nossa disposição ferramentas para lidar
com todo o tipo de situações do dia-a-dia.

62
Posturas na parede

A parede é o objeto mais estável da sala de aula, logo a seguir ao chão.


Podemos usá-la como apoio se estamos a aprender novas posturas e nos
sentimos inseguros. Podemos também usá-la para alongar com mais
profundidade ou para nos equilibrarmos de uma nova forma.

Se utilizar a parede para manter o equilíbrio use-a apenas até ao momento em


que encontra o seu próprio equilíbrio – nessa altura passe a executar a postura
no meio da sala, longe da parede.

1. Empurrar a parede com o pé (alongamento da Barriga da Perna) Vire-se


para a parede e apoie a parte superior da planta do pé na parede, mantendo o
calcanhar no chão. Mantenha a perna esticada e aproxime lentamente as
ancas da parede, sentindo o alongamento da barriga da perna. Após algumas
respirações profundas, alterne a posição, e use o outro pé.

2. Empurrar a parede com as costas do pé ( alongamento da Coxa)


Apoie as costas na parede. Leve um dos tornozelos para trás, debaixo das
costas e apoie as costas do pé e a canela na parede. Incline-se para a parede
e sinta o alongamento da coxa. Após algumas respirações profundas, alterne a
posição, usando a outra perna.

3. Empurrar a parede com os ombros( Alongamento da caixa torácica e


ombro). Fique de lado para a parede e coloque a mão que está do lado da
parede atrás das costas. Encoste o braço e ombro à parede e torça o seu
corpo na direção oposta da parede para sentir o alongamento no ombro e caixa
torácica. Apos algumas respirações profundas, troque de lado.

4. Empurrar a parede com as mãos ( Alongamento da cervical e ombro)


Ponha ambas as mãos contra a parede, com os ombros bem afastados à altura
das ancas. Afaste-se um pouco da parede e deixe a sua cabeça e corpo
mergulharem em direção ao chão. – Já pode sentir este ótimo alongamento.
Permaneça durante algumas respirações

5. A postura da torre. Leve os pés à parede mantendo as mãos no chão

6. O Dançarino. Pouse uma mão na parede para manter o equílibrio

7. A Árvore. Pouse uma mão na parede ou pratique com as costas contra a


parede

8. O Avião. Apoie as duas mãos na parede

9. A Meia Lua. Pratique a postura com as costas contra a parede.

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10. O Escorpião. Comece com as mãos no chão, dois palmos afastados da
parede e salte para apoiar os pés na parede.

11. O morcego. Comece com a cabeça e as mãos no chão, uns dois palmos
afastado da parede e salte para apoiar os pés na parede.

12. O Cavalo Voador. Mãos no chão a dois palmos da parede, salte e coloque
os pés na parede. Depois tente separar uma perna da parede.

13. O arco-íris. Pratique com as costas contra a parede.

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Yoga Voador

Foram recentemente criados novos e maravilhosos estilos de Yoga, como o


Yoga de Circo, Acro Yoga, Acro Sage e outros que combinam o yoga com
acrobacias. Adoro estas novas modalidades, que são muito mais divertidas que
o Yoga tradicional.

Todos nós praticamos uma forma ou outra de Yoga Voador em criança, quando
os nossos pais nos levantavam do chão com os pés, como um avião – o Yoga
Voador é parecido, mas muito mais divertido!

Esta é uma ótima forma praticar com adultos e crianças (com mais de 6 anos)
ou entre crianças com mais de 9 anos e adolescentes. Torna a aula muito mais
divertida e proporciona uma nova forma de trabalho em conjunto.
Especialmente para os adolescentes, estas aulas são muito mais atraentes e
desafiantes.

*** se o grupo for mais difícil ou irresponsável, pode ensinar-lhes apenas os


elementos básicos e explicar que terá prazer em ensinar posturas mais
avançadas assim que se acalmarem.

No Yoga Voador geralmente um dos parceiros é a base, que fica deitado no


tapete e o outro parceiro, o Voador, fica a seus pés para executar as posturas
em suspensão – é bonito de se ver!

É uma prática que ajuda a construir a confiança: quanto mais o elemento


voador confiar no elemento base mais se entregará e mais fácil e fluida a
prática será.

Benefícios do Yoga Voador

 Permite fazer invertidas sem compressão das vértebras


 Ajuda a libertar e alinhar a coluna através da gravidade
 Aumenta a força muscular e a força abdominal
 Aumenta o equilíbrio
 O base aumenta a sua ligação à terra e o seu poder
 Os alongamentos são mais profundos graças à gravidade e à ajuda do
parceiro
 Desenvolve a coragem e a capacidade de entrega
 Reforça a confiança em si próprio e nos outros
 Pode ser usado como forma de explorar o nosso relacionamento com os
outros (conseguimos apercebermo-nos se tentamos controlar demasiado a
situação, fazendo o que queremos, dando ordens ao parceiro ou limitando-
o, ou se damos apoio e tomamos conta do parceiro, se confiamos e nos
deixamos ir facilmente, etc.)

O Yoga Voador e as acrobacias a pares baseiam-se em alguns princípios:

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 Em geral, evite bloquear as articulações: usa-se a técnica de empilhar os
ossos como forma de suportar o peso com mais facilidade durante um maior
período de tempo.
A utilização dos ossos desta forma é fenomenal para aumentar a densidade
óssea. Naturalmente que os músculos também são utilizados, mas não com
tanta intensidade, permitindo-nos levantar parceiros mais pesados e
executar posturas e sequências que de outro modo não conseguiríamos. Os
ossos são capazes de suportar pesos incríveis.

 De forma a utilizar bem os ossos deve ter os membros ( braços e pernas)


completamente direitos, alinhando os ossos de cada membro um em cima
do outro e fazendo um angulo de 90º com o chão. Alinhe os osso em cima
de articulações grandes como os ombros e as ancas e utilize o chão como
suporte por baixo delas sempre que possível.

 Pernas e braços são muito mais fortes esticados do que dobrados. Quando
empilhar os ossos, assegure-se de que não está a esticar demasiado as
articulações e tente manter o corpo ligeiramente flexível, especialmente os
pés, de forma a que sirvam de suporte confortável ao parceiro voador.

 Para se assegurar que a base está estável, o voador pode flexionar os pés
do base com os antebraços, e verificar se o base se mantém forte e estável.

Contrapeso: utiliza-se o peso do parceiro para nos equilibrar. Isto significa


geralmente que quanto mais pesado o nosso parceiro for ou mais se inclinar
em determinada direção, melhor conseguiremos inclinarmo-nos na direção
oposta e mais estável a postura se tornará – a maioria das acrobacias
baseiam-se neste principio.

Corpo Oco: significa manter os músculos abdominais ativos e fazendo parte


de um todo ( todos os membros estão ligados ou fazem pressão sobre o centro
do corpo). Por exemplo, se se deitar de costas e relaxar os músculos, a sua
coluna lombar vai levantar-se um pouco do chão e a barriga vai arquear-se –
chama-se corpo em arco. O corpo oco é o contrário: encolha os abdominais até
que a coluna lombar toque o chão totalmente e a sua barriga se curve para
dentro ou faça uma cavidade. Quando o voador mantém esta posição o seu
corpo fica mais leve e estável, o que ajuda o base a movimentar o voador com
mais facilidade e segurança.

Deixar Ir – quando é o voador é importante confiar no parceiro e não procurar


o apoio do chão ou de outras coisas à sua volta. Quanto mais relaxar mais fácil
será para ambos. Se pousar uma mão no chão isto vai fazer desviar o seu
peso e mudar o equilíbrio do seu corpo – e será mais difícil para o base
aperceber-se do seu equilíbrio e saber em que sitio suportar o seu peso.

Mova-se Lentamente: Lembre-se de que não está sozinho e que qualquer


movimento que faça vai afetar o seu parceiro. Faça transições lentas entre as
posturas. Se se agitar ou fizer qualquer movimento repentino que o seu
parceiro não está à espera, este poderá não conseguir responder a tempo e

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manter o equilíbrio. Mova-se devagar e sistematicamente, como se estivesse
debaixo de água.

Comunique: O Yoga é geralmente praticado em silêncio quando se trata de


adultos mas, especialmente no início, a comunicação entre os parceiros é
imperativa no Yoga Voador, de modo a que ambos se sintam seguros e
confortáveis. Pergunte ao parceiro se precisa que faça qualquer coisa e falem
durante as transições de posturas.

Respiração: Quer seja a base ou o voador, é importante manter a respiração


profunda e controlada. A respiração é o elemento que o mantém conectados o
base e o voador e pode ser utilizada em substituição das palavras como meio
de comunicação. Antes de mudar para outra postura, os parceiros podem
comunicar ao outro que estão prontos através de uma respiração profunda:
inspire para mostrar que está pronto e efetuem a transição durante a expiração.
Ambos podem sentir o nível de conforto do parceiro e ajustar a postura apenas
pela observação do padrão respiratório e expressões faciais do parceiro.

Segurança: Devido à complexidade e ao facto de um dos parceiros estar em


suspensão no ar, as regras de segurança têm de ser estritas quando se pratica
Yoga Voador. É imperativo respeitar não só as suas, mas também as
limitações do parceiro. E, sim, devem correr-se riscos e explorar limites, mas a
segurança está antes de tudo isso e especialmente se há crianças envolvidas.

Quando praticar novas posturas ou transições difíceis divida a sala em grupos


de três pessoas e coloque uma pessoa de cada grupo a observar o voador.
Enquanto professor, é tão importante (ou mais importante ainda!) que
demonstre como se observa, como demonstrar como se faz de base ou de
voador. Quando se observa, o mais importante a ter em conta é a proteção da
cabeça do voador. Assegure-se de que se coloca numa posição onde possa
prevenir que a cabeça do voador possa atingir o chão e mantenha-se
totalmente alerta.

Como observador deve assumir uma postura estável e vigorosa – separe as


pernas e dobre os joelhos um pouco (postura da Deusa). Coloque as mãos
debaixo do corpo do voador, à altura dos ombros, debaixo dos braços ou das
coxas, à medida que for sendo necessário. Evite tocar no voador ou no base a
menos que seja realmente seja necessário, de forma a não perturbar o
equilíbrio.

Um dos deveres do observador é ajudar à comunicação entre o base e o


voador, já que eles podem estar numa posição que não lhes permita ouvirem-
se um ao outro facilmente. Como está de fora, o observador também deve
reparar nas coisas que o base e o voador não se conseguem aperceber e
ajudá-los a atingir um melhor alinhamento.

O trabalho do observador só termina quando os pés do voador estão


inteiramente pousados no chão.

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No mundo das acrobacias diz-se – quem não arrisca não petisca. Contudo, a
segurança vem antes!

A palavra mágica é PARA BAIXO: quer seja o base ou o voador, sempre que
se sentir inseguro ou desconfortável ou exista qualquer outra razão para parar,
pode sempre dizer - para baixo.

Quedas: Os meus primeiros professores de Yoga Voador Erin and Kevin


O‘Keefe diziam que cair faz parte de aprender a andar e de aprender a voar. A
melhor maneira de cair é de pés. Quando isto não é possível, o base é o local
mais macio para aterrar. O base deve colocar as mãos nos ombros do voador
ou fazer qualquer outra manobra que proteja a cabeça do voador, ao mesmo
tempo que o faz deslizar suavemente sobre o seu corpo, até o ajudar a cair
num abraço.

Na maioria das posturas do Yoga Voador o tamanho dos parceiros não é


irrelevante. A maior parte das crianças não conseguem fazer voar os pais e as
crianças mais pequenas terão muitas dificuldades em fazer voar crianças
maiores. Se a aula é apenas de crianças, coloque-os lado a lado do maior ao
mais pequeno ( árvores e elfos) e emparelhe-os ou divida-os em grupos de
três, se necessário- Sempre que possível, tento que todos sejam base, voador
e observador, à vez.

Para pais menos flexíveis, há maneiras de tornar a prática mais confortável: se


o queixo da pessoa aponta para o teto, coloque uma almofada ou manta por
baixo da sua cabeça – o pescoço ficará muito mais confortável. Se as
articulações dos membros se arqueiam, coloque-lhe as mantas ou almofadas
debaixo das ancas, é uma ajuda tremenda.

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Jogos com Yoga
Os jogos são uma maneira formidável de manter uma aula interessante e divertida
para as crianças. Tente integrar jogos nos temas das suas aulas ou pelo menos
acabar a aula com um jogo. Tenha atenção que diferentes jogos têm diferentes
energias.

Alguns jogos são muito ativos e bons para se jogarem quando sentir que está a
perder a atenção das crianças, mas já não funcionam antes do relaxamento, por
exemplo, já que as crianças não vão conseguir deitar-se e ficar quietas após tanta
intensidade.

Outros jogos são mais relaxantes e ajudam as crianças a acalmarem-se e a


concentrarem-se. Este tipo de jogos são uma ferramenta maravilhosa quando o
grupo está excitado, e são também bons para usar depois de uma aventura ativa
de yoga, antes do relaxamento ou de um período mais calmo da aula.

Os jogos abaixo, mesmo os que não incorporam posturas de yoga, ajudam ao


desenvolvimento físico e mental: aumentam a coordenação, equilíbrio,
coordenação motora, força e flexibilidade. Também aumentam a confiança, a
concentração, a cooperação e o trabalho de equipa, a paciência, a consciência do
corpo e a capacidade de escutar.

1. Brinquedos em equilíbrio. Coloque um boneco de peluche ou um saco de


feijões em diferentes partes do corpo, quando estiver a executar uma postura,
para melhorar a concentração e equilíbrio ou para tomar consciência da
respiração. Por exemplo, pode colocar um brinquedo sobre a cabeça nas posturas
da montanha, da árvore, ou do avião, ou sobre as nádegas na postura de cão!
Coloque o brinquedo sobre a barriga na postura de caranguejo, estrela-do-mar ou
de mesa para ter consciência da sua respiração e aprender a respiração
abdominal (quando se inspira, a barriga enche como um balão, quando se expira,
esvazia-se a barriga/balão).

Variações deste jogo:


 Fazer da barriga um trampolim para o boneco – Fazer com que salte bem alto!
 Inventar novas posturas que se possam fazer com o boneco, ou outros locais
do corpo onde o colocar.

2. Desenhos de yoga. Desenha a tua postura de yoga preferida, desenha a paz,


a alegria, desenha qualquer coisa que te irrite, etc.

Variações deste jogo:


 Trocar de lugar e continuar o desenho de outros colegas
 Desenha a tua respiração
 Pintem todos juntos como um grupo numa folha de papel grande
 Inventa a postura que corresponde à tua pintura
 Ou em grupo, inventa as posturas que expressem todas as pinturas – pode ser
uma postura de grupo

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3. Passear animais de yoga. Em Quase todas as posturas de yoga as crianças
de podem mover de um modo divertido, o que normalmente funciona como um
bom exercício físico. As crianças podem andar, voar ou nadar como diferentes
animais, durante a viagem de yoga ou num jogo separado. Por exemplo, podem
andar como uma girafa, mantendo as pernas esticadas, como um elefante
balançando a tromba de um lado para o outro, saltitar por todo o lado na postura
de macaco ou de rã, rastejar vagarosamente na postura de tartaruga, saltar na
postura de canguru, andar como um pato, andar de lado como um caranguejo, etc.

Variações deste jogo:


 Animais de yoga no baile: coloque música divertida e faça os animais dançar
 Stop: Diga alto – Stop! Enquanto os alunos andam ou dançam para pararem e
ficarem totalmente imóveis

4. Yoga…Yoga…Yoga…Postura! Com Todos sentados em círculo, uma das


crianças anda à volta da roda por fora e diz – Yoga! - ao mesmo tempo que toca
na cabeça de cada colega, à vez. Quando em vez de Yoga, disser o nome de uma
postura (uma que possa ter movimento como no jogo anterior), esse colega
levanta-se e persegue o primeiro colega, ambos na postura do animal escolhido.
Se a primeira criança conseguir chegar ao lugar do perseguidor, ocupa esse lugar
e a outra passa para o lugar da primeira. Se a primeira criança for apanhada, tem
que se sentar no centro da roda até que outra criança seja apanhada e a substitua
– Montes de diversão!

Variações no jogo:
 A criança que está no meio da roda pode manter a postura em que foi
apanhada, até que seja substituída.

5. Jogo dos pés. Este é o jogo principal do Centro Karma Kids Yoga, em Nova
Iorque, onde o aprendi. Para este jogo são necessários pompons ou bolas de
algodão e pequenos recipientes (baldes/chávenas/caixas/caixotes). Pode também
faze-lo sem os recipientes, apenas movendo as bolas de um lado para o outro. Se
optou pelos recipientes, coloque-os à volta, na parte de fora da roda. Depois, peça
a todos para se colocarem em pé com as mãos atrás das costas. Demonstre de
seguida como terão que usar os pés para colocar as bolas dentro dos recipientes.

Variações para o jogo:


 Usar apenas o pé esquerdo ou o direito
 Apanhar as bolas com os dois pés ao mesmo tempo
 Fazer uma competição e contar quantas bolas cada um apanhou na primeira
partida, e ganha quem apanhar mais na segunda partida do que na primeira.
O professor pode adicionar mais bolas na segunda vez para todos ganharem
 Todo o grupo pode separar bolas de diferentes cores e colocar cada cor num
recipiente diferente.

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6. Yoga Stop! Coloque música mexida para toda gente a dançar. Sempre que
parar a música, todos páram e ficam quietos na postura de yoga que indicar.

Variações do jogo:
 Cada vez que a música pára pode chamar uma criança diferente para escolher
a postura – Faça de modo a que todos tenham oportunidade de escolher.
 Pode dizer uma cor e as crianças terão que tocar em algo dessa cor e fazer a
postura de um animal que tenha essa cor (por exemplo, se for o verde, todos
podem fazer a postura da rã ou do periquito…). Podem ainda executar uma
postura que comece com a mesma letra da cor em que estão a tocar.
 Em vez de dizer alto o nome a postura, pode mostrar uma carta de yoga ou
uma imagem de um animal.
 Diga às crianças para ficarem parados na sua postura favorita, ou numa
postura de equilíbrio, ou uma postura numa só perna, de pernas para o ar, de
torção, etc.
 Peça para ficarem imóveis numa postura inventada por eles – uma postura
que nunca tenha sido vista antes! O professor pode perguntar a cada um o
nome da sua nova postura.
 Podem ainda parar em pares ou em grupos de três ou quatro e pedir-lhes para
fazerem uma sequência de cada postura
 Coloque cartas de yoga ou imagens de animais virados para baixo por toda a
sala. Quando a música pára, cada criança vira a carta que está mais perto e
executa essa postura. Quando a música recomeça, viram de novo a carta para
baixo e continuam a andar ou a dançar pela sala.

7. C é para a postura do cão. Mostre ou escreva uma letra e pergunte às


crianças qual é a letra e que postura ou animal começam com esta letra: todos
deverão executar a postura antes de mostrar a letra seguinte.

Sugestões para o jogo:


 Use todo o alfabeto
 Deixe cada criança dizer o seu próprio nome e a letra pelo qual começa, e de
seguida, executar uma postura que comece com essa letra.
 Sopa de letras: Num saco ou bolsa coloque letras recortadas escritas e peça
às crianças para tirarem uma letra à vez: todo o grupo deve executar uma
postura que comece com essa letra

8. Floresta Tropical. sentados numa roda todos devem fazer sons da floresta
tropical, como esfregar as mãos uma contra a outra, ou contra as coxas ou joelhos
para soar como as folhas das árvores ao vento, estalar os dedos para soar como
os grilos, bater com os dedos nos tapetes para soar como gotas de chuva, bater
com as mãos no chão para parecer uma tempestade, bater palmas como um
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trovão, soprar como o vento, assobiar como os pássaros, uivar como um coiote,
fazer sons de macacos, rãs, etc.

Os sons são feitos à vez como uma onda, onde cada criança só muda de som
depois de mudar a criança anterior. Esta mistura de sons deve recriar a atmosfera
de uma floresta tropical (ou do tema que escolheu para a aula). Pode não dizer o
nome do jogo no início e no fim perguntar-lhes se o que estiveram a visitar.

Sugestão:
 Tente com outros temas como uma quinta, uma praia, etc.

9. Passar a bola. Colocados em círculo, atira uma bola pelo ar ou pelo chão, com
os pés, com as mãos ou com a cabeça para a pessoa seguinte, enquanto
executas diferentes posturas. Tenta atirar a bola enquanto executas a postura da
árvore, do guerreiro, caranguejo, cobra, tubarão, etc.

Variações do jogo:
 Passa a bola a alguém do outro lado do círculo
 Diz o nome da pessoa a quem vais passar a bola
 Adicionar mais bolas e outros objetos de diferentes tamanhos e formatos
 Passe com os pés: Sentados num círculo, passa-se a bola à volta, usando
apenas os pés para atirar e apanhar

 Passe do arado: Passa a bola ao executar a postura do arado. Apanhas a


bola entre os pés enquanto sentado e passas a bola quando levas as pernas
atrás, por cima da cabeça. Podes ainda inverter a ordem e apanhar a bola na
postura e passar a outro ao sair da postura. Pode-se fazer este jogo sentado
em fila, em vez de em círculo.
 Passe do agradecimento: Ao passarem a bola, cada crianças diz – O meu
nome é…, e estou agradecido por…!
 Passe da pergunta: Enquanto a bola é passada à volta da roda, cada criança
diz o seu nome e qual a sua postura favorita, animal, cor, comida, ou como se
sente hoje, etc.

10. Saco das posturas. Cada criança tira de um saco ou bolsa palavras ou
bonecos e depois a classe tem que executar a postura correspondente.

Variação do jogo:
 Seja qual for a postura que saia do saco, peça às crianças para a executarem
em grupos de dois ou mais, ligando-se umas às outras nas posturas.

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11. Ser um Yogui. Dê a cada criança a oportunidade de ser um professor de
yoga – Liderando a Saudação ao Sol, levando todos numa viagem, inventando
uma nova postura para todos fazerem, etc.

Sugestões:
 Para que todos tenham a oportunidade de serem o professor, pode limitar o
tempo a cada criança, limitando cada intervenção a três posturas (ou mesmo
apenas uma), inventar uma Saudação ao Sol que tenha no máximo cinco
posturas, uma viagem de yoga com apenas três a cinco minutos…
 Pode deixar a criança que lidera usar o seu tapete, o que lhe irá aumentar a
confiança!

12. Atirar o lenço. Divida as crianças aos pares e posicione-as frente-a-frente,


um pouco afastadas. O jogo consiste em atirar uma à outra um lenço ou um
bocado de tecido.

Variações do jogo:
 Use dois ou três lenços por par
 Poderão usar apenas a respiração, para passarem um ao outro o lenço,
soprando com força o lenço na direção do parceiro

13. Rodar em conjunto. Forme pares e posicione os parceiros frente-a-frente de


mãos dadas. Têm agora que se virar de costas um para o outro e depois frente-a-
frente de novo, isto sem nunca largar as mãos.

Variações do jogo:
 Quando disser, faça-os mudar de direção
 Diga para mudarem de parceiros
 Podem fazer o mesmo exercício sentados
 Fazer o jogo com grupos de três ou quatro

14. Torcer para passar. Sentados aos pares, costas com costas, dê a cada par
um boneco ou um outro adereço que se possa passar. Um dos parceirs segura o
boneco com as duas mãos e executando uma torção para o lado deve passá-lo ao
outro. Inverta.

Variações do jogo:
 Passar por cima da cabeça
 Pratique este jogo em pé (costas com costas), e a passar o adereço de um
lado para o outro, por cima e por baixo (por entre as pernas).
 Combinar os movimentos com a respiração – Inspirar enquanto se recebe e
expirar enquanto se dá

15. Passear o cão. Em pares, uma das crianças executa a postura do cão, e o
outro faz de dono que passeia o cão com uma trela.

Variação:
 Um dos parceiros pode fazer de cego e manter os olhos fechados, confiando
no seu cão-guia para o orientar.

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16. O Espelho. Todos devem estar na roda com as mãos em Namasté, fazer
contacto visual com um colega do outro lado da roda, e apontar para o outro para
se conectarem como parceiros. Depois cada par começa a mover-se, imitando os
movimentos do outro. Um parceiro imita primeiro e depois o outro. O objetivo é
estarem sincronizados de modo a perderem a noção de quem imita e de quem é
imitado, movendo-se como um só.

Variações do jogo:
 Utilize posturas de yoga mas inclua também outros movimentos. Vê se
consegues manter-te focado na ligação com o teu parceiro mas atento ao teu
papel nos movimentos do grupo.
 Coloque música para tornar o jogo mais divertido
 Em vez de uma roda, os pares podem estar em frente um do outro no tapete
de yoga.
 Espelho das mãos: Aos pares, sentados em frente uns aos outros,
mantenham as mãos viradas para o parceiro, afastadas cerca de 3
centímetros. Mantenham o contacto visual (olhos nos olhos). Não olhem para
as mãos – Usem a visão periférica e as sensações das palmas das mãos.
 Podem também jogar ao Espelho dos pés

17. Tico-Teco. Todo o grupo deve estar num círculo, exceto uma pessoa, que está
no centro. Quando essa pessoa diz ― Tico! - apontanto para alguém do círculo, o
nomeado deve baixar-se e os colegas que estão de cada lado dizem ― Teco, -
apontando para o colega dobrado.

Variação:
 Este jogo pode ser feito com posturas de yoga. Por exemplo a criança do
centro executa a postura do elefante e outras duas fazem-lhe duas orelhas
enormes com os braços. Tente também outros animais.

18. Apanhada 1. A criança que está a apanhar, persegue todas as outras. Quem
for apanhado tem que permanecer numa postura de yoga até que outra criança a
salve, passando-lhe por baixo. Oriente as crianças a executar posturas com
espaço suficiente para passar por baixo, como o triângulo, o guerreiro, a ponte, a
roda, o cão, o caranguejo, etc.

Variações no jogo:
 Pode escolher uma postura para quem é apanhado e ir mudando-a. À medida
que o jogo progride, dar a escolher às crianças uma de entre três posturas.
 Quem apanha é que diz qual a postura de quem é apanhado

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19. Apanhada 2. Quando é apanhado, quem apanha diz o nome de um animal ou
de uma postura de yoga, e o colega tem que executar essa postura. O animal ou a
postura não podem ser repetidos. Se houver repetição, quem é apanhado fica
automaticamente salvo. Uma partida acaba quando todos já executaram uma
postura.

Variação do jogo:
 Pode-se jogar com cores. Quem está a apanhar diz uma cor quando apanha
outra criança, que por sua vez tem que executar uma postura que tenha essa
cor. Por exemplo, a cor for Verde quem é apanhado poderá fazer a postura da
rã; se for rosa, a postura da minhoca, etc.

20. Passagem das espadas. Segure duas almofadas ou outros objetos e mova os
braços alternadamente para cima e para baixo à sua frente. As crianças têm que
passar entre as “espadas” sem que estas lhes toquem. Podem tentar passar todas
de uma vez ou fazer uma pausa no meio entre as “espadas”.

21. Bases do Yoga. As bases suportam-nos. Por exemplo, quando estamos


levantados, somos suportados por duas bases – os dois pés. Neste jogo,
comecem por se levantarem sobre uma base (um pé), e gradualmente vão
aumentando o número de bases: duas, três, quatro, cinco… Qualquer parte do
corpo pode ser usada como base. Neste jogo conseguem-se criar novas posturas
maravilhosas!

Sugestão:
 Pode também orientar as crianças a colocar determinadas bases no chão; por
exemplo, um pé mais um dedo do pé, o topo da cabeça, um cotovelo, um
calcanhar…

22. Yoga Pictionary. Sussurre ao ouvido de uma criança o nome de uma postura
ou animal. Esta deverá tentar desenhá-la num quadro ou em papel, para todos os
outros a adivinharem. As respostas não são dadas com palavras mas com o corpo,
executando a postura.

Variação:
 Pode deixar as crianças decidir que postura desenhar.

23. Adivinhas do Yoga. Faça uma adivinha sobre uma das posturas ou animais.
Por exemplo ― O que está sempre em pé, no mesmo sítio e bebe muita água?
(Se não conseguiu adivinhar, é a árvore). Ou, ― Eu faço um silvado e gosto de
rastejar de barriga e não tenho nem braços nem pernas! (a cobra) Quem souber a
resposta não responde com palavras mas sim executando a postura.

Variações do jogo:
 Deixe as crianças inventar adivinhas e dize-las ao grupo
 Podem inventar uma adivinha depois de tirarem um cartão de posturas ou
animais de um saco, sem que os outros possam ver o que tiraram.
 Pode ser feito ao contrário: o professor ou uma criança executam uma postura
(que conheçam ou uma inventada) e toda a gente tem que tentar adivinhar o
nome pelo aspeto, o movimento ou o som que se faz. Uma vez adivinhado o
nome, toda a gente executa a postura.

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 Pode-se fazer o mesmo pintando uma postura ou animal. O professor ou uma
das crianças desenha uma postura ou um animal e o resto do grupo tenta
adivinhar qual é. Depois de se adivinhar, toda a gente executa a postura.

24. Perguntas de Yoga. Uma das crianças escolhe a postura (pode escolher
livremente de um conjunto de cartões de Yoga) e todas as outras têm que fazer
perguntas à primeira até que descubram qual é. As perguntas têm que ser feitas
de forma à resposta ser apenas “Sim” ou “Não”. Por exemplo, ― É verde? ― Voa?
― Vive debaixo do chão? Se alguém pensa saber a resposta, deve executar a
postura em vez de dizer o nome.

25. O Chefe do Yoga. Uma das crianças sai da sala e espera que seja chamada
de volta. Entretanto, o resto do grupo escolhe um chefe para os orientar numa
Saudação ao Sol ou uma sequência de diferentes posturas.
O grupo começa a executar as posturas e chamam o colega que está de fora; eles
tentam não olhar diretamente para o chefe durante a sequência, para não revelar
quem é. O colega que esteve de fora tem 3-5 tentativas para descobrir quem é o
chefe (ou quantas o professor disser que ele tem; pode mesmo ser até descobrir o
chefe). Ao descobrir, toda a gente faz uma festa e depois o chefe será o próximo a
esperar lá fora.

26. Yoga Hoop. Vai precisar no mínimo de um arco (hula hoop) para este jogo.
Numa roda com as mãos dadas, cada um deve passar por dentro do arco sem
largar as mãos. Eu digo às crianças que temos cola nas palmas das mãos e
independentemente do que acontecer, nunca largamos as mãos.

Variações do jogo:
 Encoraje as crianças a ajudarem-se uns aos outros, sem nunca largarem as
mãos!
 Inverta a direcção do arco
 Conte o tempo que o arco demora a dar uma volta e incentive a melhorar esse
tempo na próxima volta
 Adicione mais arcos
 Adicione mais arcos em direções diferentes, de modo a que algumas pessoas
tenham que passar um arco por dentro do outro, ainda assim sem largar as
mãos!
 Use este jogo como jogo de apresentação: cada vez que alguém passa por
dentro do arco, apresenta-se

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 Cada vez que alguém passa por dentro do arco deve dizer qual a/o…. (gelado,
desporto, canção…) favorito.

27. 1 2 3 Árvore. Um voluntário começa num lado da sala, enquanto o resto do


grupo começa no lado oposto, numa só perna na postura da árvore. O voluntário
vira as costas ao grupo e conta alto ― 1, 2, 3, Árvore! E de repente vira-se e olha
para o grupo. Quando ele está a contar sem ver o grupo, pode-se andar ou correr
para a frente, mas quando ele se volta, todos têm que estar parados sobre uma
perna. Se alguém for apanhado a mover-se ou com os dois pés no chão, volta ao
início. Quem chegar primeiro ao outro lado passar a contar!

Variações do jogo:
 Quem está a contar pode fazer as árvores cair de riso, chegando-se perto e
fazendo coisas divertidas e cómicas, no entanto sem lhes tocar!
 As crianças podem avançar mesmo sem ser na contagem, desde que quem
está a apanhar não as veja.

28. Escova, Escova. Usando escovas nas mãos (verdadeiras ou imaginárias),


escova ou lava diferentes partes do teu corpo, como os cotovelos, a barriga, a
testa, os pés, as rótulas, o sacro, a cervical… Sabes onde são essas partes do
corpo?

Variação do jogo:
 Pode-se jogar pondo protetor solar, esfregando-se com lama, fazendo
cócegas, etc.

29. O telefone do Yoga. Sentando-se em círculo ou em fila, passa-se uma


mensagem positiva. Vejam o quanto a mensagem se altera ou evolui quando volta
ao início ou ao fim da linha.

Variações do jogo:
 Use palavras em sânscrito ou noutras línguas, ou o nome em latim de animais
ou plantas. No fim, deve dizer o que significam.
 Em vez de falar, desenha-se com um dedo nas costas da pessoa seguinte.

30. Pedra, Árvore, Ponte. Este é um jogo fabuloso que faz as crianças
permanecerem bastante tempo numa postura ao mesmo tempo que se divertem!
Junte o grupo e diga a uma das crianças para executar a postura da pedra , depois
peça a outra criança para saltar por cima da pedra e executar a postura da árvore .
A terceira criança vai saltar por cima da pedra, dar uma volta à árvore e executar a
postura da ponte (A quarta criança salta por cima da pedra, dá a volta à árvore,
passa por baixo da ponte e torna-se numa nova pedra.

O jogo continua com as crianças a executarem as posturas pela mesma ordem na


sua vez. Quando a última criança se posiciona na postura seguinte, a primeira
criança percorre tudo e passa de novo por todos até à postura seguinte. Isto pode
continuar indefinidamente ou até toda a gente executar as 3 posturas (o que
significa que se passaram três ciclos).

Variações no jogo:
 Tente jogar com diferentes conjuntos de posturas como o cão, gato, rato, ou
ovo, pássaro e árvore, etc.

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 Combine o jogo com uma viagem na floresta ou num outro local

31. Ritmos com as mãos. Sentem-se em circulo e coloquem as palmas das


vossas mãos nos joelhos dos colegas do lado, de modo a que os braços se
cruzem. Bata um ritmo nas mãos dos colegas, por ordem (batendo suavemente
nos joelhos). Não confundir que mão faz primeiro.

Variações no jogo:
 Aumentar o ritmo
 No início passar apenas um ritmo pela roda, mas mudar o ritmo mais tarde, e
depois passar outros diferentes ainda antes dos primeiros darem a volta
completa.
 Adicione mais uma regra ao jogo: qualquer pessoa na roda pode alterar a
direção do ritmo tornando-o num ritmo duplo
 Tentem colocar as mãos no chão em vez dos joelhos, de modo a que cada
pessoa tenha à frente duas mãos dos vizinhos.

32. Crianças da Natureza. Faça uma lista de fenómenos naturais como


tempestades, nuvens, arco-íris, árvores, ondas, fogo, vento, etc. Espalhe as
crianças pela sala e depois diga em voz alta um dos fenómenos da lista, em
qualquer ordem e velocidade. Todos terão que o recriar com o seu próprio corpo,
usando posturas de yoga que conheçam ou inventadas e terão que imitar o som
correspondente.

33. Stop! Costas com Costas 1, 2, 3. Neste jogo tenha a certeza de que o
número de participantes é ímpar (excluindo o líder). Se for par inclua-se no jogo.
Coloque música divertida para todos dançarem pela sala. O líder dá ordens a
todos: Andem! Rebolem! Rastejem! Saltem!.. Quando ele diz: - Stop! Costas com
costas, 1, 2, 3! Toda a gente tem que arranjar um parceiro e sentar-se costas com
costas antes que o líder chegue ao “3”! Quem não encontrar um parceiro a tempo
torna-se no próximo líder – é um bom aquecimento!

34. História com posturas. Sente todos numa roda e conte uma história que
inclua uma postura de yoga (independentemente de ser um animal ou outra coisa
que possa se possa fazer com o yoga) e execute a postura com todo o grupo.
Faça a criança ao seu lado continuar a história, combinando outra postura na sua
parte da história. Depois de toda a gente ter a oportunidade de contribuir e voltar à
sua vez, conclua a história com uma postura final.

Variações no jogo:
 Junte todas as posturas mencionadas na história e torne-as numa Saudação
ao Sol. Pode dar um título à história e a essa Saudação ao Sol.
 Se for uma turma pequena, pode deixar cada criança fazer uma parte mais
longa da história, com muitas posturas para toda a gente executar, ou pode
deixar cada criança criar uma história completa.

35. A Grua. Para este jogo vai precisar de blocos de Yoga ou alguma coisa que
possa empilhar. Divida a aula aos pares. Um dos parceiros faz e desfaz a postura
do arado enquanto o outro coloca os blocos em diferentes direções entre os seus
pés. Quando a grua está sentada, o operador coloca um bloco entre os pés da
grua e esta coloca-o atrás de si ao executar a postura. A grua coloca os blocos

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uns em cima dos outros, na mesma direção em que o operador os colocou entre
os pés. Veja quão alto conseguem empilhar os blocos.

Variações no jogo:
 Organize uma fila de gruas (cada uma com os pés um pouco afastados da
cabeça da pessoa à sua frente) e passem os blocos de grua em grua, fazendo
e desfazendo a postura. Faça os blocos voltarem ao início.

36. Tribos de animais. Escolha um animal diferente para cada canto da sala
(pode colocar em cada canto uma imagem ou o nome escrito de cada animal) e
sussurre um dos animais a cada criança. Elas têm agora que encontrar o resto do
“rebanho”, o qual identificam assumindo a postura desse animal. Juntos e
movendo-se como seu animal devem dirigir-se ao seu canto da sala. Repita
quantas vezes quiser, tentando variar as posturas entre as crianças.

37. Círculo elétrico. De mãos dadas numa roda, passe apertos de mão. A
corrente elétrica que recebe numa mão deve deixar sair pela outra.

Variações:
 Passe mais do que uma corrente a dada altura (apertos de mão seguidos)
 Passe corrente em sentidos diferentes

38. Círculo da confiança. Disponha as crianças pé, num círculo apertado de


guerreiros (na postura do Guerreiro), ombros com ombros, uma perna atrás para
dar estabilidade e braços esticados para a frente. Uma criança está em pé no
centro com os olhos fechados e mãos (cruzadas) sobre o peito. Antes do jogo
começar, o grupo pergunta se ela está pronta e espera até que responda
afirmativamente. Ela deixa os pés fixos no mesmo sítio e como confia no grupo
deixa-se cair em todas as direções. Esta é uma grande experiência se realmente
tiver confiança e é super divertido também!

Dê a oportunidade a toda a gente de estar no centro. Eu fico sempre com as


crianças no círculo de guerreiros e certifico-me de que consigo chegar e segurar
quem está no centro independentemente onde possam vir a cair, no caso dos
outros guerreiros não aguentarem.

39. Jogo do crocodilo. Todas as crianças, exceto uma, se deitam no rio como
crocodilos, de barriga e os dedos entrelaçados atrás da cabeça. Devem levantar e
baixar as cabeças e troncos como uma cabeça de crocodilo, enquanto a criança
que está em pé tenta atravessar o rio sem que os crocodilos lhe toquem. Se ela
toca em algum crocodilo é, gentilmente mas ruidosamente comida e torna-se
também num crocodilo.

Variações do jogo:
 Se está a ser fácil atravessar, os crocodilos podem aproximar-se mais uns dos
outros
 Em vez de crocodilos podem ser tubarões – mãos atrás das costas com os
dedos entrelaçados
 Jogue o mesmo jogo com alforrecas que se movem pela sala

40. Pedra, Papel ou Tesoura no Yoga. Forme grupos de duas ou três crianças,
sentadas, de olhos fechados (pode usar vendas). Em silêncio, cada um executa

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uma das seguintes posturas: Pedra, Papel (em pé com as pernas afastadas e
braços esticados para o lado) ou Tesoura. Depois, diga para abrirem os olhos e
verem quem ganhou. A Pedra parte a tesoura mas é embrulhada pelo papel; o
papel embrulha a pedra mas é cortado pela tesoura; a tesoura corta o papel mas é
partida pela pedra. As crianças podem até dramatizar um pouco quando abrem os
olhos!

Variantes do jogo:
 Cobra, Gato e Cão: Jogue o mesmo jogo com Cobra, Gato e Cão. A cobra
tem medo do gato mas assusta o cão; o gato foge do cão mas persegue a
cobra; o cão foge da cobra mas persegue o gato.
 Leão, Rato e Cobra: A cobra ganha ao Rato porque o pode comer mas perde
contra o Leão que a pode esmagar; o Rato pode escapar do Leão mas perde
para a Cobra; o Leão perde contra o Rato mas ganha à Cobra

41. Yoga Bowling. Todos se sentam em Borboleta, espalhados pela sala com se
fossem pinos. Uma das crianças levanta-se para jogar bowling: atira pelo chão
uma bola grande e mole contra os pinos, tentando acertar-lhes. Os pinos podem
balançar para os lados ou mesmo rebolar de modo a evitar a bola, mantendo
sempre a postura de borboleta. Quando alguém é atingido ou sai da postura, sai
da pista de bowling até à ronda seguinte. O último pino passa a atirar a bola.

42. A roda do Sol. Sentam-se todos num grande círculo com as pernas bem
afastadas, e pés a tocar nos dos vizinhos. Se for um grupo grande, metade do
grupo pode sentar num círculo exterior e o resto forma um círculo interior. Por
exemplo em família, os pais podem formar o grupo de fora e as crianças sentam-
se entre as pernas dos pais, num círculo interior. Todos levantam os braços e o
professor ou alguém escolhido no grupo, à vez, diz: - Para a frente!, - Direita!, -
Esquerda!, ou – para trás! E toda a gente flete para a frente ou para os lados até
tocar nos dedos dos pés. Este jogo é muito divertido com crianças pequenas!

43. Nós de Grupo. Em pé numa roda, todos levam o braço direito ao centro e
agarram a mão de alguém do lado oposto da roda. De seguida toda a gente estica
o braço esquerdo para o centro e agarra a mão de uma pessoa diferente. Passe
um aperto de mão em corrente e veja se volta a si. Se não, deixam todos as mãos
e recomeçam de novo.
Neste jogo não se deixa as mãos dos colegas por nada (colamos as mãos com
cola muito forte). Depois da corrente fazer uma volta completa e nunca largando as
mãos, têm que conseguir tirar o nó do grupo, ao moverem-se e girando, passando
por cima ou por baixo dos braços uns dos outros, etc. No fim, todo o grupo deverá
estar num círculo aberto, com uma pessoa virada para o dentro e outra virada para
fora, alternadamente.
Demorou-me muito tempo a perceber isto, mas este jogo só funciona com um
número par de pessoas!

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Variações do Jogo:
 Como professor, pode participar com o grupo ou orienta-los um pouco de fora.
Nesta última opção, poderá até servir como uma extensão num nó complicado
e colocar-se entre dois alunos, segurando-lhes as mãos até que o nó se solte
um pouco. Pode então unir de novo os dois alunos e deixa-los tratar do nó.

44. Parar! Saltar! Bater Palmas! As crianças andam pela sala seguindo as suas
instruções de parar, saltar ou bater palmas. À medida que o jogo continua,
explique que o significado das palavras vai mudar, e gradualmente mude o o
significado até que Saltar signifique Bater Palmas, Bater Palmas signifique Parar
e Parar signifique Saltar!

45. Quando o vento forte sopra. Coloque todos os tapetes num círculo como de
costume, mas coloque um a menos que o número de alunos. Peça um voluntário
para ir para o centro do circulo. Ele deve dizer: ―Quando o vento forte sopra, leva
todas as crianças que… (gostam de gelado, usem calções verdes, tenha um cão,
etc.). Todas as crianças que encaixarem na descrição devem ir a rodar e a fazer o
som do vento até ao centro da roda e daí para outro tapete. A criança que ficar
sem tapete troca com quem está no centro.

Sugestão:
 Enquanto esperam para serem levados pelo vento, as crianças podem
permanecer numa postura de yoga como por exemplo a do guerreiro, árvore,
etc.

46. Yoga Hokey Pokey. Num círculo, em pé de pés juntos, cantem e façam:
― Põe o teu pé direito para dentro! – Enquanto executam a postura Guerreiro II
com a perna direita à frente, em direção ao centro.
―Põe o teu pé direito para fora! – Enquanto a perna direita passa para trás na
mesma postura
― Põe o teu pé direito para dentro! – Novamente a mesma postura com a perna
direita à frente
― E sacode o corpo todo! – Mantendo a postura, agitam o corpo todo cerca de
três vezes
―Fazes o “hokey pokey” e dás uma volta inteira! – Dançando, dão uma volta no
mesmo sítio
―E é mesmo mesmo assim! – Batem palmas uma vez no fim
―Wheee!
De seguida repetem para o lado esquerdo…

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Variantes:
 Podem dançar usando outras postura, a árvore, etc.

47. Escultura de Yoga. Aos pares, uma das crianças transforma-se num bocado
de barro, permanecendo na postura da criança enquanto o outro lhe move o corpo,
esculpindo-o, uma parte de cada vez, até uma incrível postura de yoga.

Variações do jogo:
 Massajar e amassar o barro antes de esculpir
 Esculpir o barro em posturas que conhecem ou totalmente novas (é mais
divertido com posturas que exijam equiílibrio)
 Em vez de esculpirem com as mãos, atem um fio imaginário às diferentes
partes do corpo de barro e movam-no puxando os fios em diferentes direções.
 Esculpir apenas com instruções verbais, dizendo para mover uma determinada
parte do corpo numa direção até que a forma desejada seja criada. É um jogo
excelente para melhorar a capacidade de articular instruções claras. No
entanto funciona bem apenas para crianças com mais de 6 anos.
 Se quiser que o seu grupo aprenda uma postura em pormenor, pode pedir-
lhes para esculpirem essa postura. Pode depois passar por todas as
esculturas e pedir aos escultores para fazerem algumas correções que as
tornem mais confortáveis e estáveis.

48. Dança da Saudação. Inventem uma saudação (inspirada na Saudação ao Sol)


sobre qualquer coisa que adorem. Por exemplo amigos, família, um animal
doméstico, chocolate, pizza, etc.

49. Claque do Yoga. Usando pompons reais ou imaginários, oriente as crianças


numa dança de claque, pedindo-lhes para o imitarem ao saltar, cantar, e executar
diversas posturas.

50. Empurrar Bastões. Ponha música calma a tocar e deixe que as crianças
escolham parceiros. Cada para segura 2 bastões (os bastões têm entre 30 cm a 1
metro de comprimento e cerca de 1 cm de espessura). Os alunos devem
empurrar-se um ao outro com os bastões usando apenas os dedos indicadores.
Peça a todos para fecharem os olhos e começarem em silêncio uma “conversa”
entre as pontas dos dedos usando os bastões. Depois de algum tempo, podem
abrir os olhos e mover-se pela sala continuando a “conversa” sem deixarem cair os
bastões.

Variações do jogo:
 Pode usar pauzinhos chineses se não encontrar mais compridos
 Use música mais rápida
 Jogue todo o jogo com os olhos fechados
 Jogue segurando os bastões com outras partes do corpo, como os ombros,
cotovelos, pés, barriga, etc.
 Jogue com grupos maiores
 Tente jogar com o grupo todo junto
 Em grupos maiores tente começar com os braços cruzados
 Passe entre os bastões e entre os parceiros

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Para crianças mais pequenas é melhor usar apenas um bastão, é mais fácil pois
têm menos em que focar.

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Jogos de Respiração
Respirar Cheirar, fungar

Respirar fundo é aborrecido para as crianças, mas se enfeitar a respiração com


sons e movimentos interessantes, imaginação e jogos divertidos, elas vão praticar
a respiração por muito mais tempo.

Tal como nas posturas e jogos com yoga, certifique-se que os exercícios de
respiração são adaptados à idade; alguns dos exercícios necessitam de bastantes
repetições até que as crianças os dominem, enquanto outros são demasiado
complexos para os grupos etários mais baixos.

Para as crianças mais pequenas, o termo Respirar, não diz nada e se o usar não
terá reação. Em vez disso, tente usar palavras como cheirar ou fungar ou farejar,
para que as crianças percebam o que devem fazer: respirar profundamente.
Exagere a sua respiração o suficiente para que possa ser ouvida – só nessa altura
verá alterações na respiração das crianças. Diga-lhes que quer ouvi-los a respirar!

Crianças com idades acima de 8 anos já conseguem aprender os mecanismos da


respiração. Pode mostrar-lhes as diferentes partes do corpo que têm intervenção
na respiração, como a barriga, as costelas e o peito. Crianças acima dos 10 anos
conseguem ainda compreender explicações mais complicadas que envolvem os
pulmões e o diafragma.

No Yoga, respiramos principalmente pelo nariz (tanto inspiração como expiração) e


tentamos usar o nosso abdómen o máximo que conseguirmos. Se observar os
bebés deitados de costas, verá que a sua barriga enche quando inspiram e
esvazia quando expiram. Se observar um cão, verá que respira da mesma
maneira. A respiração abdominal é a nossa respiração natural. À medida que
crescemos, muitos de nós começamos a respirar principalmente com o peito e
esquecemo-nos de respirar com o abdómen.

Os pulmões têm uma forma mais ou menos triangular, com maior volume na parte
de baixo. Quando respiramos usando apenas o peito, a nossa respiração é muito
superficial. Assim como há também mais espaço na base dos pulmões, há
também mais alvéolos nessa região para receber oxigénio do ar e leva-lo para a
corrente sanguínea. Há também maior concentração de sangue nessa zona devido
ao efeito da gravidade. Portanto, a respiração abdominal, para além de massajar
os órgãos internos e coração com o movimento do diafragma, é uma respiração
mais profunda e eficiente.

Há mais uma razão importante pela qual devemos respirar com o abdómen: no
corpo humano existem dois sistemas nervosos paralelos, um é chamado de
parassimpático e funciona quando tudo está normal e vivemos alegremente as
nossas vidas; o outro é o simpático que funciona quando estamos num estado de
luta ou quando estamos sob stress. Quando o sistema nervoso parassimpático
está ligado, naturalmente respiramos pelo abdómen, e quando o sistema simpático
funciona, automaticamente passamos a respirar com o peito.

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Há vezes, porém, em que continuamos a respirar com o peito e ficamos presos no
sistema nervoso simpático. Continuamos a sentir-nos stressados e tensos mesmo
se estamos em segurança. Por isso aqui está a razão mais importante para
respirarmos com o abdómen: Simplesmente ajuda-nos a a relaxar e a trazer o
nosso corpo a funcionar harmoniosamente.

A respiração abdominal deve ser a nossa respiração natural ao longo do dia.

Normalmente nem o menciono a crianças até aos 6 anos de idade. Elas respiram
naturalmente com o abdómen. Os meus exercícios com este grupo etário focam-se
na consciencialização da respiração, através de jogos em que movimentam
objetos com a respiração, e fazê-las respirar mais profundamente ao moverem e
abrirem o corpo de diferentes maneiras.

As crianças mais velhas já se começam a esquecer de fazer uma respiração


abdominal, por isso uso visualização guiada para melhorar a sua respiração. Digo-
lhes que a barriga é como um balão e quando inspiram o balão fica maior e
quando expiram o balão fica mais pequeno. Crianças a partir dos 9 anos de idade
já podem fazer exercícios mais complexos, como alternar a respiração nas narinas
e Alternate Nostril Breathing and Sun/Dragon Breath (Kapalabhati).

Ao progredirem na prática, tente que as crianças respirem profundamente


enquanto executam uma postura e enquanto fluem entre posturas. A orientação
geral para respirar durante o fluir de posturas (como por exemplo na Saudação ao
Sol), é inspirar quando o corpo se abre e alonga, e expirar quando se fecha ou
dobra.

Pode também usar a respiração para relaxar profundamente o corpo. Quanto mais
oxigénio levamos para os músculos, mais podemos relaxar. Se tiver alguns
segundos entre posturas, pode utilizar esse tempo para algumas respirações
profundas – a Respiração das Asas do Anjo é uma das minhas favoritas! Deitados
no chão e preparando-se para o relaxamento no fim da aula, leve as crianças a
fazerem pelo menos cinco respirações profundas. Vai levá-las a um estado mais
profundo de paz e sossego.

Há uma forte liação entre a nossa respiração e o nosso estado de espírito.


Observe alguém deprimido: A sua respiração é muito superficial. Observe alguém
que esteja perturbado ou irritado e perceberá que a sua respiração é atrapalhada e
irregular. Observe uma pessoa feliz e verá que a sua respiração é profunda e
regular!

Ao respirarmos mais profundamente, podemos ajudar a aliviar muitos dos nossos


problemas, como a fadiga, a depressão e a ansiedade. Por vezes o que
precisamos é apenas mais oxigénio… Respire profundamente e veja os resultados
em si próprio!

Usamos a respiração para produzir sons e uma respiração curta ou falta de


controlo respiratório podem impedir-nos de articular algumas letras ou mesmo de
formarmos frases mais longas e complexas. Está provado que exercícios de
respiração melhoram a compreensão linguística e atrasos na fala.

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A maior parte dos exercícios de respiração podem ser feitos com os olhos
fechados, por isso podem ser usados como ferramentas de meditação para virar a
atenção para dentro de cada um.

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Jogos com Cartas de Yoga

Os cartas de Yoga são as minhas ferramentas preferidas. Temos os nossos


cartas mas podemos também encomendar em www.spiralinghearts.com. Se
não tiver cartas de Yoga pode utilizar os cartas com imagens de animais. Se as
crianças estão muito distraídas, os cartas de yoga vão voltar a conduzir a sua
atenção de volta para a aula.

1. Jogo da Memória. Coloque a cartas voltadas para baixo no centro do


círculo e peça a cada criança, na sua vez, que vire duas cartas. Sempre que
apareçam duas cartas com a mesma imagem da postura de yoga, toda a
classe irá executar essa postura. Não se faz contabilização de pontos ou uma
segunda ronda, mesmo que não surjam cartas pares. Quando uma criança não
encontra um par, passa a vez para a criança seguinte. Encoraje as crianças a
memorizar onde estão as cartas para que a probabilidade de encontrarem
pares sejam maiores. Certifique-se que não utiliza demasiadas cartas no
mesmo jogo: 12-16 cartas são um bom começo para crianças mais pequenas,
e pode gradualmente ir adicionando mais cartas. Por vezes, quando se joga
com cartas, todas as crianças tentam mexer nelas antes do jogo começar.
Recomende que permaneçam nos seus tapetes até à sua vez de se dirigirem
ao centro.

2. Jogo das Estátuas. Espalhe pela sala cartas ou cartões de yoga virados
para baixo e solicite às crianças que se movimentem livremente ao som da
música. Sempre que parar a música cada criança deve dirigir-se ao cartão mais
próximo dela, virá-lo e executar a postura nele representada. Quando a
música começar novamente, cada criança poisa o cartão com a imagem
voltada para baixo e continua a movimentar-se pela sala como antes.
Variante do jogo: Pode utilizar cartas com posturas em pares ou apenas cartas
com postura individuais.Solicite às crianças que encontrem cartas com
imagens idênticas e executem a postura simultaneamente.

3. Jogo da Adivinha. Coloque As cartas com as imagens viradas para baixo


no chão. Solicite a cada criança que, cada um na sua vez, escolha uma carta
sem a mostrar ao grupo. A criança executa a postura e as outras crianças têm
que adivinhar qual a posição através de perguntas exploratórias: É um animal?
Vive na água? As respostas às questões apenas podem ser sim ou não. Este
jogo funciona melhor com crianças que ainda não estejam familiarizadas com
as posturas.

4. Corrente de Cartas. Solicite às crianças que escolham 3-6 cartas e as


coloquem em fila no chão. Execute as posturas na sequência das cartas
criando assim uma nova sequência de posturas de yoga (como a saudação ao
sol). Independentemente da estranheza das transições, respeite a sequência
das cartas: é mais divertido. Repita a sequência algumas vezes antes de
selecionar novamente as cartas para nova sequência.

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5. O Contador de Histórias. Sentados em círculo, coloque as cartas viradas
para baixo. Escolha um cartão e execute a postura (ou melhor ainda, todos
executam a postura), e conte uma pequena história que combine o animal ou
objeto representado no cartão. Em seguida, a pessoa seguinte do círculo
escolhe novo cartão, executa a postura e continua a história no mesmo ponto
que a pessoa anterior a deixou.
Variantes do jogo:
- Após todos os elementos do círculo terem tido a sua vez de participar,
podem levantar-se e recontar a história enquanto executam as posturas
na sequência de saída das cartas;
- Cada criança pode criar a sua história sobre o seu cartão, sem seguir a
história anterior.

6. Jogo das Escondidas. Após distribuir os tapetes num círculo, e antes das
crianças entrarem na sala, esconda um cartão (ou um par de cartas idênticos)
por baixo de cada esteira. Após todas as crianças se sentarem, peça à vez a
cada criança que descubra o cartão escondido no seu tapete. Quando todos as
cartas forem descobertas, cada criança executa a postura respetiva, uma de
cada vez. Continue até todas as crianças terem executado a sua postura.
Variantes do jogo:
- Após todas as cartas serem descobertas, cada participante pode
executar a sua postura em sequência como uma nova saudação ao Sol;
- Após todas as cartas serem descobertas, cada participante pode
executar a sua postura e, mudar para o tapete do lado no sentido dos
ponteiros do relógio ou inverso, de forma a executar a postura do cartão
respetivo. Sequencialmente, os participantes vão percorrendo todos os
tapetes até terem executado todas as posturas e estarem novamente no
tapete inicial;
- O imaginário deste jogo pode ser uma aventura no deserto em que os
animais estão escondidos numa tenda de beduínos para se protegerem
do sol ou uma aventura na selva em que podemos descobrir animais
que se encontram escondidos por baixo de rochas, folhas, arbustos e
árvores.

7. O caminho do Yoga. Coloque um cartão com a imagem para cima em cada


tapete disposto em fila ou em círculo. Cada criança tem de percorrer o caminho
do yoga e executar a postura correspondente ao cartão colocado em cada
tapete – estação.
Variante do jogo: Pode combinar este jogo com obstáculos ou enquadrado num
tema: explorar a selva, visitar um jardim zoológico ou apenas percorrer um
caminho.

8. Espelho do Yoga. Em pares, uma criança recebe ou escolhe um cartão sem


o revelar ao seu parceiro. Em silêncio absoluto, o par que recebeu a carta
executa a postura e o seu parceiro imita os movimentos até que ambos
estejam na mesma postura.

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Variante do jogo: Pode utilizar cartas com posturas em pares.

9. Escultura de Yoga. Em pares, uma das crianças é o escultor e o outro


barro. O escultor recebe ou escolhe um cartão sem o revelar ao seu parceiro,
assumindo este último a postura da criança como se fosse um pedaço de barro
em descanso. Vagarosamente, o escultor molda o seu barro para que execute
a postura do cartão. O escultor pode verificar o cartão e comparar a postura
para que esteja correta. Em seguida os papéis invertem-se.
Variante do jogo: O escultor pode ajoelhar-se e massajar o pedaço de barro
antes de começar a molda-lo até à postura.

10. Instrutor de Yoga. Distribua uma carta a cada uma das crianças, dispostas
em círculo e de pé. As cartas não devem ser vistas pelo resto do grupo. Em
seguida, através de palavras e sem demonstração, cada uma das crianças
guia o grupo para que execute a postura sem revelar qual é. Se for um bom
instrutor de yoga, todos os participantes entenderão e executam a postura
correta, se não...é ainda mais divertido.
Variante do jogo: Jogar o jogo com os participantes divididos em pares ou em
pequenos grupos, assumindo um participante o papel de instrutor e os
restantes, o papel de alunos, alternando papeis.

11. Ponto de Contacto. Em pares cada participante recebe um cartão de yoga


e executa a postura correspondente...mas neste jogo cada par deve estar
ligado de alguma forma quando assumirem as posturas. Podem estar
entrelaçados ou apenas tocarem um ponto, criatividade é necessária...
Variante do jogo:
- Jogar o mesmo jogo com três, quatro ou mais pessoas, com estas
conectadas nas suas posturas;
- Jogue o jogo com todo o grupo!
- Os pares ou grupos recebem o mesmo cartão e executam a postura em
conjunto, de forma a que estejam conectados ou entrelaçados, sem
restrições.

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Histórias Curtas

A cenoura, o ovo, e o café

A filha do cozinheiro queixou-se ao pai sobre as dificuldades da vida. O


cozinheiro levou-a para a cozinha e mostrou-lhe três panelas cheias de água a
ferver. Na primeira panela colocou uma cenoura, na segunda um ovo e na
terceira deitou grãos de café.

Depois de algum tempo, o cozinheiro tirou a cenoura da panela e colocou-a


num prato, retirou o ovo e colocou-o numa tigela, mexeu o café e deitou-o num
copo.

O cozinheiro perguntou então à filha: "O que vês minha querida?" A filha
aproximou-se da mesa e provou os produtos: a cenoura estava macia e mole, o
ovo estava cozido, e o café cheirava deliciosamente e tinha um gosto
agradável.

O cozinheiro disse-lhe então: "Eis como diferentes pessoas enfrentam


dificuldades semelhantes. A água a ferver é a mesma condição para estes três
alimentos. A cenoura que no início era dura, tornou-se muito macia e agora
pode ser facilmente esmagada. O ovo que era suave e líquido sob a casca fina,
tornou-se duro. Os grãos de café, pelo contrário, são únicos! Depois de serem
colocados na água a ferver, eles fizeram da água um produto nobre. "

As Estrelas-do-mar

Um turista caminhava pela costa, numa manhã depois de uma tempestade.


Levadas pela tempestade, milhares de estrelas-do-mar, tinham ficado
espalhadas ao longo da praia. Pelo caminho o turista viu um habitante local a
devolver as estrelas-do-mar ao oceano.

"Por que está a fazer isso?", perguntou o turista ", há milhares de estrelas-do-
mar aqui, talvez possa salvar uma centena, mas não será capaz de salva-las
todas - para quê o esforço?"

O homem respondeu-lhe calmamente: "Embora isso a nós realmente possa


não importa, mas e importante para cada uma das estrelas-do-mar."

Mesmo as nossas menores ações têm grande importância e significado.

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Os pirilampos

Um dia o vento ficou muito irritado e decidiu apagar todas as luzes do mundo e
torná-lo completamente escuro. Soprou com força e trouxe as nuvens para
esconder o sol, a lua e as estrelas, arrancou todos os fios de eletricidade,
trouxe chuva forte e apagou todas as fogueiras. O mundo mergulhou na
escuridão, e apenas o vento estava feliz.

De repente, o vento viu pequenas luzes movendo-se lá em baixo. Tentou


soprar para as apagar mas não conseguiu.

Então perguntou com raiva: "Quem é que está contrariar todos os meus
esforços para criar escuridão?"

E as luzes responderam: "Nós somos os pirilampos. A nossa luz não pode ser
apagada, pois vem de dentro. "

O Kohinoor

Numa pequena aldeia na Índia chamada Golconda vivia um camponês. O rio


Godavari passava pela sua modesta terra. Uma vez, os filhos do camponês
encontraram uma bela pedra na margem do rio, brincaram um pouco com ela e
depois colocaram-na no peitoril da janela da sua cabana.

Um dia um monge passou pela aldeia, e como era costume nessas terras, o
camponês convidou-o para passar a noite com a sua família

O monge olhou em volta e disse: "Porque trabalhas tanto? Eu ouvi falar sobre
lugares onde se conseguem encontrar diamantes à superfície da terra e as
pessoas são ricas. "

As palavras do monge ecoaram no coração do camponês: algum tempo depois


decidiu tentar a sorte e partiu em busca dessas pedras preciosas. Durante
cinco anos ele procurou diamantes. Não encontrou o que procurava, mas
aprendeu tudo sobre diamantes e outras pedras preciosas. Quando voltou para
sua casa e olhou novamente para a sua janela, viu que o maior diamante
alguma vez encontrado estava ali mesmo.

Este diamante tornou-se mundialmente famoso e recebeu o nome de "Kohinoor


de Golconda." e tem sido usado há várias gerações pelas rainhas de Inglaterra.

A maior felicidade do mundo já aqui está - no teu coração.

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Estar Aqui e Agora

Um estudante aproximou-se do seu professor e perguntou-lhe: "Oh professor,


por favor revele-me o seu segredo: como é que consegue estar sempre tão
saudável, tão feliz e em paz?"

O professor respondeu: "É muito simples: quando eu ando, eu ando, quando


eu como, eu como, quando falo com alguém, eu falo com essa pessoa e
quando eu escuto eu escuto, quando eu trabalho, trabalho, e quando eu faço
yoga, eu faço yoga. É tudo. "

"Mas eu estou fazendo o mesmo! Quando eu ando eu ando, quando eu como,


eu como... " Protestou o estudante.

E o professor explicou, "Quando andas, pensas sobre a aula de yoga, quando


fazes yoga pensas sobre comida, quando comes, pensas em trabalho, quando
trabalhas pensas sobre as tuas férias... Em tudo o que fazes não estás
realmente presente. Esta é a razão pela qual não consegues sentir a alegria e
a paz que está sempre aqui e dentro de ti e em teu redor. Estás a desperdiçar
a vida. "

Nesse momento o estudante compreendeu... Cada vez que estamos realmente


presentes estamos felizes, e quando os nossos pensamentos vagueiam longe
e se dispersam por mil coisas diferentes, a alegria esconde-se de nós.

O compromisso com o Mundo:

Eu comprometo-me a ser leal ao mundo,


Proteger todos os seres vivos,
Cuidar da Terra, do mar e do ar,
Com paz e liberdade em toda parte.

A Promessa da Paz:

Prometo amar todos os seres vivos da Terra e ser um pacificador, onde quer
que eu vá.

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Relaxamento e Visualização

Há uma forte ligação entre o nosso corpo e a nossa mente. Todas as nossas
tensões mentais e emocionais se expressam no nosso corpo. Se não estamos
felizes, se estamos preocupados ou ansiosos, vamos sentir isso algum tempo
depois nas nossas costas, ombros ou pescoço, na nossa digestão ou como
uma dor de cabeça. Quando estamos stressados ou triste o nosso sistema
imunitário fica mais fraco e estaremos mais suscetíveis a doenças. Ser feliz e
descontraído é a melhor medicina preventiva.

Isto é verdade tanto para crianças como para adultos. As crianças não têm
uma vida sem stress - Tente ver o mundo através dos seus olhos e vai
entender isso.

É muito difícil libertar a tensão diretamente da mente. Se dissermos a alguém


"Hei! Qual é o teu problema? Relaxa!" realmente não ajuda, certo? Mas,
porque o corpo e a mente estão tão ligados, se libertar a tensão do corpo, a
mente relaxa também - É mais fácil fazê-lo através do corpo.

Só recentemente os médicos e cientistas chegaram às mesmas conclusões


que defendemos no Yoga e passaram a perceber a ligação entre a tensão
mental e doenças físicas. Muitos médicos prescrevem atualmente Prozac ou
outros antidepressivos para dor de cabeça crónica, indigestão ou outros
desconfortos (se esses problemas podem ser aliviados sem produtos
farmacêuticos é outra questão).

No yoga, libertamos a tensão física (e, portanto, também mental) através dos
alongamentos, das posturas, ada respiração profunda, de jogos... mas deitar-
se, ficar imóvel e deixar-se ir é a maneira melhor e mais rápida para relaxar a
tensão.

Quando combinamos visualização guiada com relaxamento físico, não só o


relaxamento se torna mais interessante e divertido, como também os seus
efeitos penetram mais fundo. Ao usarmos a nossa imaginação, podemos
facilmente influenciar e até mudar completamente as nossas emoções e o
nosso corpo.

Quando experimentamos o mundo através dos sentidos, a informação que


chega ao nosso cérebro é interpretada e apresentada na nossa mente - a
experiência real está realmente a acontecer na nossa mente. Do mesmo modo
quando praticamos a visualização guiada, criamos uma experiência na nossa
mente, à qual o cérebro e o corpo respondem da mesma forma como se essas
experiências estivesse realmente a acontecer.

As imagens interiores que criamos durante a visualização guiada têm uma


resposta tremenda a muitos níveis emocionais e fisiológicos, sendo uma
ferramenta poderosa na criação de uma mudança positiva. Quando usamos a
visualização para nos imaginarmos num ambiente tranquilo, agradável e bonito,
a nossa mente e corpo respondem relaxando.

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Hoje em dia, com base nestes princípios, muitos profissionais de desporto,
homens de negócios, e até mesmo militares usam a visualização guiada para
criar padrões mentais positivos, relaxar e melhorar o desempenho.

No «Rainbow Kids Yoga» acabamos quase todas as aulas com relaxamento e


visualização guiada. O desafio é que as crianças parem todas as atividades, se
deitem e relaxem! Se a aula foi excitante e intensa, ficarão contentes por
descansar e ficar quietas por alguns momentos. Se o nível de energia é muito
alto para o relaxamento, tente um jogo de meditação antes ou use uma das
técnicas referidas abaixo. Depois de algumas aulas, as crianças aprendem a
apreciar o relaxamento e a visualização guiada e vão antecipa-los avidamente.

O relaxamento pode demorar entre um e dez minutos, dependendo da idade e


do humor das crianças.

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Jogos de meditação

A meditação é muitas coisas, mas em primeiro lugar e mais importante é


simplesmente estar presente. Se pensar no que aconteceu ou o que vai
acontecer é normalmente cansativo, estar no presente é não apenas
energizante, mas também a essência da diversão! A Verdadeira diversão só
pode acontecer no presente.

A meditação é treinar a mente para se concentrar no aqui e no agora. Para se


ter músculos fortes, temos que usá-los repetidamente; da mesma forma, para
treinar a mente para ser uni direcionada temos de nos concentrar novamente e
novamente.

Este tipo de treino de concentração não é ensinado nas escolas, embora seja a
base do estudo e da vida bem-sucedida. Qualquer trabalho que faça com a
mente focada, fará duas vezes mais rápido e dez vezes melhor do que faria
com uma mente dispersa.

Eis algumas formas divertidas de acalmar a mente e tornar-se presente. Não


tome qualquer exercício muito a sério - respire fundo, faça o seu melhor, e
divirta-se!

1. Fixar o olhar na vela (Tratak). Este melhor praticado este às escuras.


Coloque uma vela acesa no centro do círculo e peça a todos para olhar
fixamente para a parte mais brilhante da chama, sem pestanejar. Oriente-os
para manter os olhos fixos na chama até que lacrimejem um pouco ou até
sentirem uma leve sensação de queimadura. Nessa altura devem fechar os
olhos e continuar a ver a chama nas suas mentes, imaginando que ela está
entre suas sobrancelhas. Quando a imagem se desvanecer, devem reabrir
os olhos e fazer o exercício novamente.
Tentem não pensar noutras coisas enquanto fazem este exercício,
concentrem-se unicamente na vela. Diz-se também que este exercício
ajuda a melhorar a visão.

Variações deste jogo:


a. Se não puder escurecer o quarto, pode fazer este exercício tendo
como ponto de referência uma flor ou uma imagem.

2. Olhos à Volta do relógio. Imagine que tem um relógio mesmo à sua frente.
Partindo das 12 horas, movimente os olhos em sentido horário lenta e
suavemente até voltar às 12 horas. Depois olhe para o centro do relógio e
feche os olhos para descansar. Abra os olhos, e novamente a partir das 12
horas, movimente os olhos no sentido anti-horário. Uma vez que os olhos
estão tão diretamente ligados ao cérebro, exercitá-los desta forma não só
fortalece os músculos dos olhos e melhora a acuidade visual, como também
ajuda a liberar a tensão mental.

Variações deste jogo:


a. Olhe para cima (12 horas) e para baixo (6 horas) algumas vezes

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b. Olhe para os lados (3 horas e 9 horas)
c. Olhe na diagonal (1 hora e 7 horas, e 10 horas e 4 horas)
d. Estique o braço à sua frente e olhe para o polegar, depois olhe para
a ponta do seu nariz - alternando o olhar entre perto e longe

3. Terceiro Olho de Diamante. Coloque uma pequena pedra (eu uso contas
de vidro, mas pode também usar cristais se quiser) na testa das crianças
quando eles estiverem deitados com os olhos fechados. Diga-lhes para se
concentrarem nela, imaginando sua cor ou cores, sentindo a sua
temperatura, o seu peso, etc. Depois de alguns minutos, com muito cuidado
e lentamente, recolha as pedras - as crianças geralmente continuam
sentindo que a pedra está na sua testa. Depois de mais um minuto, diga-
lhes para se sentarem ou executarem a Invertida sobre os Ombros sem
deixar cair a pedra - se estavam concentrados, as crianças vão pensar que
a pedra ainda está na sua testa e vão sentar-se inclinando a cabeça para
trás de modo que a pedra não caia.

4. Sino silencioso. Sentem-se joelhos com joelhos num círculo, e passe um


sino (ou alguns sinos se tiver) em redor. Dê a cada criança a oportunidade
de tocar a campainha e ouvir seu som. Em seguida, mostre-lhes como
passar o sino de um para o outro com muito cuidado e lentamente, sem
tocar a campainha. É necessária uma enorme concentração para passar o
sino sem que este faça qualquer som - funciona como magia para acalmar
as crianças e prepará-las para o relaxamento. Com crianças pequenas
precisará de repetir o jogo algumas vezes antes que todos entendam que
eles devem tocar a campainha.

Variações deste jogo:


a. Se o jogo se tornar muito fácil, tente passar o sino com os pés!
Passe o sino a alguém que não esteja sentado ao seu lado, levantando-
se e caminhando na direção dela - mantendo sempre o silêncio
absoluto!

5. Círculo do Sino. Sente-se num círculo e feche os olhos. Peça a uma das
crianças para segurar um sino e a caminhar à volta do círculo de forma
lenta e suave sem fazer qualquer som Quando chegar a uma pessoa que
tenha escolhido, gentilmente toca a campainha ao ouvido dessa pessoa e
senta-se no lugar dela enquanto lhe entrega o sino. O jogo continua dessa
forma por alguns minutos, até que deve convidar todos a abrir os olhos e a
descobrir que toda a gente trocou de lugar, mas que o círculo continua
completo.

6. Intuição. Convide um voluntário a sair da sala, e esconda algo plano (talvez


uma carta de yoga ou uma moeda) debaixo de um tapete de outra criança.
Chame o voluntário à sala e diga-lhe para se dirigir a cada pessoa no

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círculo e a olhar olhos-nos-olhos. Peça-lhe para usar a intuição ou
sentimento interior para adivinhar sob que tapete está escondido o objeto.

7. Sentados juntos e quietos. Sente-se costas com costas com um amigo,


tocando-se nas costas e cabeças. Sintam a respiração um do outro através
das suas costas. Inspirem e expirem lenta e profundamente coordenando o
ritmo de respiração. Sentem-se tão imóveis quanto puderem, por um
momento, de modo a ouvir o som da respiração ou o silêncio.

Variações deste jogo:


a. Pode também sentir como com a sua respiração se conecta ao seu
amigo e a todo o universo. Estamos constantemente a respirar o ar
um do outro e nutrimo-nos um ao outro dessa forma. Inalamos
oxigénio e exalamos dióxido de carbono - as flores, a relva e as
árvores absorvem dióxido de carbono e em troca exalam mais
oxigénio. Todos nos apoiamos uns aos outros e estamos todos
interligados.

8. Corrente elétrica. Sente-se num círculo de mãos dadas e olhos fechados.


Comece passando uma corrente na forma de um aperto de mão suave. Aos
poucos, você pode inserir mais correntes na roda e em ambas as direções.

Variações deste jogo:


a. Combine afirmações positivas com as correntes como palavras que
descrevam como se sente (feliz, tranquilo, relaxado, especial...) ou
coisas que deseja partilhar com todos (paz, divertimento, alegria,
aventura, coragem...)

9. Quadro de Buda. Este é um quadro especial onde pode escrever ou


desenhar usando água (você pode obtê-lo em www.buddhaboard.com). A
água evapora-se do quadro após cerca de um minuto e o desenho ou as
palavras desaparecem. Buda pensou em impermanência e o quadro ilustra
esta lição. Cada criança pode desenhar algo no quadro mas não antes da
criação anterior evaporar-se e abrir espaço para a sua.

10. Pare e Ouça. Para este jogo vai precisar de uma taça tibetana ou de um
sino que faça um som prolongado, Peça às crianças para andarem
aleatoriamente pela sala, para ficarem absolutamente quietos de olhos
fechado quando tocar o sino, a ouvir o som com muita atenção. apenas

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quando o som desaparecer completamente e eles não puderem ouvi-lo,
podem recomeçar a andar. Repita o processo quantas vezes quiser.

Variações deste jogo:


a. Pode jogar o mesmo jogo com todos sentados em círculo e olhos
fechados. Toque a taça tibetana, e cada criança deve levantar a mão
quando já não puder ouvir o som. Quando todas tiverem as mãos
levantadas, pode tocar a taça novamente.

11. Energia. Sentados em círculo, feche os olhos e esfregue as mãos


rapidamente uma contra a outra. Após alguns momentos, quando sentir
algum calor gerado entre as mãos, pare e afaste-as um pouco para não se
tocarem. Sinta o calor ou o frio, a sensação elétrica, a energia que foi criada
entre suas mãos.

Agora, ainda com os olhos fechados, imagine uma bola de luz entre as mãos.
Mova suas mãos um pouco para sentir a bola. Passe a bola de uma mão para
a outra, torne-a menor ou maior, Atire-a de uma mão para a outra... A bola é
leve ou é pesada? Se não consegue sentir isso, não faz mal, basta usar a
imaginação.
Cada vez que passar a bola de uma mão para a outra, esta vai continuar a
crescer e a distância entre as suas mãos vai aumentar para conseguir manter
esta grande bola de luz. A bola deve ser tão grande que as suas mãos
realmente se afastem bem uma da outra. Quanto mais a bola cresce, maior é a
sensação agradável que a sua luz lhe dá.
Deixe-se ficar com esse sentimento por um momento antes de, gradualmente,
tornar a bola mais pequena até que se encaixe novamente entre as palmas das
mãos. Leve agora a bola de luz para perto do seu coração e deixe-a entrar no
seu corpo, sentindo o calor da luz ao longo de todo o seu corpo. Faça algumas
respirações profundas e, lentamente, estique as mãos e pernas e pode mesmo
até rodar a cabeça um pouco antes de abrir seus olhos.

Lembre-se desta luz e desta sensação agradável. Está sempre consigo mesmo
se estiver distraído por outras coisas.

Variações deste jogo:


O mesmo jogo pode ser jogado em pares, sentados uns à frente dos outros.
Um dos parceiros mantém as suas mãos em baixo e palmas voltadas para
cima, enquanto o outro parceiro começa logo por cima com as palmas das
mãos voltadas para baixo e lentamente move as mãos para cima quando a
bola de luz cresce.

12. Mãos que curam. Aos pares, um dos parceiros fica com os olhos fechados
enquanto o outro parceiro, o curandeiro, se senta atrás dele. O curandeiro
deve esfregar as mãos rapidamente até algum calor seja gerado, e em
seguida, colocar as mãos nos ombros do seu par. Após alguns momentos
deve mover as mãos para as omoplatas do seu parceiro, seguindo depois
para o meio das costas, até à parte inferior das costas, fazendo de seguida
o inverso até às omoplatas.

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No passo seguinte deste jogo, o curandeiro afasta as mãos do seu parceiro e
mantém-nas por cima das omoplatas por alguns momentos antes de avançar
novamente pelas costas abaixo e voltar. Depois de mais alguns momentos o
curandeiro pode retirar as suas mãos e descansar por uns instantes, antes de
perguntar ao seu parceiro se ele ainda sente as mãos nas costas (o que
geralmente tem uma resposta afirmativa, ainda que as mãos não estejam lá).
Claro que depois os parceiros trocam os papéis quando estiverem prontos.

13. Duche seco. Esfregue as mãos até que algum calor seja gerado. Coloque
as mãos sobre si mesmo e esfregue a cabeça, rosto, ombros, braços,
pernas, pés... Delicadamente bata agora com as mãos nas suas costelas e
no peito e fazendo sons e observe como as batidas o afetam (batendo no
peito realmente ajuda a melhorar a autoconfiança). Feche os olhos por um
momento e observe as sensações no seu corpo.

14. Encontrar o centro. Sentado ou em pé, incline-se um pouco para a direita,


para a esquerda, para a frente e para trás, até encontrar o seu centro - o
ponto onde se sente mais equilibrado. Agora feche os olhos e tente sentir
esse centro percorrendo todo o caminho dos pés à cabeça. Respire desse
centro e veja o que sente.

15. Meditação da contagem. Sente-se ou deite-se de costas e conte


lentamente na sua mente de 100 até 1 (também é possível contar de 1 a
100, mas fazê-lo na ordem inversa requer mais concentração). Tente não
pensar noutras coisas para além dos números. Se perdeu a contagem,
recomece novamente a partir de 100. Se chegou a 1, fique em silêncio por
mais alguns momentos. Este é um ótimo exercício para desenvolver a
concentração.

16. Caça Pensamentos. Sente-se quieto com os olhos fechados, e conte


devagar de 1 a 10. Se algum pensamento vier à mente, imediatamente volte
a 1. Tenha atenção ao mais pequeno pensamento. Este exercício ajuda-nos
a ter consciência dos nossos pensamentos. Os pensamentos de que não
estamos cientes de são aqueles que nos fazem sentir o que sentimos e
querer o que queremos e levam-nos a ações que poderíamos não levar a
cabo com um pensamento mais consciente. O primeiro passo para ser
capaz de direcionar o pensamento é estar atento a eles. Um a dois minutos
deste exercício é mais do que suficiente.

17. Caminhada silenciosa. Esta é uma meditação em movimento. Vamos


colocar de lado todos os pensamentos sobre o que aconteceu ou o que vai
acontecer e vamos tentar estar presentes. Não vamos deixar que o nosso
corpo esteja num lugar e nossa mente noutro - Vamos tentar conectá-los e
estar aqui e agora. À medida que começamos a andar pela sala (no exterior
é melhor ainda), vamos prestar atenção a cada passo, vamos sentir a

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conexão entre os nossos pés e a Terra, vamos respirar fundo e sentir o
cheiro da natureza à nossa volta, vamos sentir o vento acariciando a nossa
pele, vamos ouvir o canto dos pássaros ou o som de nossa respiração,
vamos olhar à volta e realmente observar todos os pequenos detalhes do
mundo maravilhoso em que vivemos. Todos os outros pensamentos vão
esperar - nós vamos estar totalmente presentes no aqui e agora.

18. A meditação da compaixão. Sente-se confortavelmente ou deite-se de


costas com os olhos fechados. Respire profundamente e preste atenção ao
seu coração, direcionando a respiração para lá. Agora, veja dentro do seu
coração uma imagem de si mesmo. Veja-se feliz, saudável, rico... Veja-se
realizar todos os seus sonhos e ter tudo que sempre quis para si mesmo.
Comece a repetir o mantra "Posso desfrutar da felicidade e da fonte da
felicidade" - Repita-o na sua mente cerca de um minuto.

Repita o mesmo processo com alguém que ame muito, um bom amigo, um pai,
um estranho, uma pessoa irritante, todos os seres... e repita continuamente
este mantra: "Que o meu amigo / amado / pai / estranho / chato / todos os
seres... [use os seus nomes] desfrute da felicidade e a da fonte da felicidade".
Deixe o seu coração aberto e alcance-os -. Inclua-os dentro de si mesmo.

Não há nada mais forte que o amor. Todos os medos e preocupações


desaparecem na presença do amor.

19. Meditação no Céu. Feche os olhos e visualize o silêncio interior, alegria e


paz interior, como um céu limpo e azul. Neste céu azul, passam às vezes
nuvens de pensamentos. Mas havendo nuvens ou não, o céu está sempre
lá. As nuvens vêm e vão, mas o céu azul permanece inalterado.
Da mesma forma, as nuvens de pensamentos passam pelo céu da nossa
mente. Havendo ou não pensamentos, a paz interior e alegria estão sempre
aqui. Pensamentos, preocupações e emoções vêm e vão, mas algo
permanece. Existe algo dentro de nós que já lá está antes dos pensamentos
chegarem, enquanto lá estão, e quando depois desaparecem.
Quando olhar para dentro, não olhe para as nuvens, olhe mais profundamente -
olhe para o céu limpo e azul. Quando escutar o seu interior nos momentos
seguintes, não escute os pensamentos que passam, ouça mais profundamente
– escute para além dos pensamentos, escute o silêncio interior.
Sempre que se encontrar de novo a seguir os pensamentos, volte sua atenção
para dentro e mergulhe mais fundo no silêncio.

20. Meditação da respiração. Sente-se bem direito e feche os olhos. Inicie


uma respiração profunda, suficientemente profunda para que seja capaz de
a ouvir. Sinta como a respiração movimenta o seu corpo e comece a
aperceber-se do fluxo da respiração através das suas narinas, para dentro e
para fora do seu corpo - sinta o contacto do ar com o interior do seu nariz.

Gradualmente, torne a respiração muito mais suave e deixe-a fluir


naturalmente, mas continue a ouvir seu som. Tente não ouvir seus

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pensamentos – escute apenas a respiração. Sempre que se aperceber que
está a pensar noutras coisas, volte à sua respiração.

Variações deste jogo:


Pode praticar a mesma meditação ouvindo o seu coração bater, o tique-taque
de um relógio, o canto dos pássaros, música, água corrente ...

21. Fechando os Sentidos (Yoni Mudra). Sente-se direito e cubra os seus


órgãos sensoriais com os dedos da seguinte forma: coloque os polegares
nos seus ouvidos para que não seja capaz de ouvi, coloque os dedos
indicadores suavemente sobre as pálpebras, coloque o dedo médio no seu
nariz, os anelares por cima dos seus lábios e os mínimos por baixo dos
lábios. Mantenha os cotovelos para baixo e os ombros relaxados. Começar
a respirar profundamente, até que ouça a sua respiração muito alto dentro
da sua cabeça. Após cerca de dez respirações profundas, gradualmente,
torne a sua respiração silenciosa e impercetível, de modo a que não a ouça.
Agora comece a ouvir sons pelo seu ouvido direito, e à medida que escuta,
concentre a atenção em sons cada vez mais subtis.
Fique assim cerca de mais um minuto antes de libertar as suas mãos. Quando
terminar, mantenha os olhos fechados e aproveite o efeito deste exercício
maravilhoso durante algumas respirações suaves.

22. Água Parada. Toda a gente está no chão completamente imóvel. Quem se
mover, terá que se afastar para fora dos tapetes. Neste jogo convidamos à
Acão da imobilidade em vez de dizer "não se mova" o que o torna mais
divertido e mais com melhores resultados

23. Meditação com os cinco sentidos. Sente-se com os olhos fechados e...

Olfato: concentre-se no cheiro de uma flor, incenso, de chocolate, etc.


Paladar: aqui é crucial que feche os olhos. Coloque um pedaço de
chocolate na boca e deixe-o lentamente derreter e dissolver. Sinta todos
os sabores, certificando-se de que não está a pensar em mais nada a
(não é assim tão difícil). Sinta o calor e a textura macia do chocolate.
Pode tentar o mesmo com mel, biscoitos (estes produzem sons
interessantes), etc.
Visão: com os olhos abertos, concentre-se numa flor, um retrato, numa
paisagem, na sala, no rosto ou nos olhos de um amigo, na chama de
uma vela, etc., e observe todos os pequenos detalhes que nunca viu
antes. Depois de um minuto ou dois, feche os olhos e visualize o que viu
tão claramente quanto possível na sua mente.
Tato: Aos pares, um dos parceiros fica com os olhos fechados enquanto
o outro o toca de diferentes maneiras (tocando com um dedo, coçando
fazendo festas, arranhando, acariciando, massajando, abraçando...).
Depois de alguns minutos troquem os papéis e, no final partilhem as
suas experiências.
Audição: concentre a sua atenção no som de um relógio, água corrente,
canto de pássaros, música, etc. Deixe-se absorver completamente por

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esse som. Pode também entoar Om, alto durante cerca de um minuto e
depois repita mentalmente o som por mais um minuto.

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Dicas para conduzir um relaxamento

1. A voz: A nossa voz é o instrumento que leva os alunos a relaxar. Quando


conduzir um relaxamento, fale num tom profundo e claro, mantendo um ritmo
lento, com pausas entre as frases. Fale suficiente alto para que as pessoas não
precisem de fazer esforço para o ouvir, mas suave o suficiente para que
possam relaxar.

2. O ambiente: Quando guiamos alguém num relaxamento profundo, a pessoa


tem que confiar em nós plenamente; enquanto se deixa ir e se rende ao
relaxamento, está vulnerável. Se pudermos criar um ambiente protegido e
seguro, vamos tornar este processo mais fácil para os nossos alunos. Feche a
porta e certifique-se de que ninguém vai entrar repentinamente e fazer barulho
que assuste os seus alunos. Crie um espaço, calmo quente e confortável para
que o relaxamento aconteça. Música de fundo suave pode ser muito útil tanto
como um agente neutralizante para outros ruídos perturbadores como para
criar uma atmosfera agradável.

3. Criar a atmosfera: Use incenso e velas (atenção aos riscos de incêndio),


música e até mantas (no inverno). Pode escurecer a sala, mas não totalmente,
já que algumas crianças não gostam do escuro.

4. A postura: Deixe os seus alunos relaxar em qualquer posição que achem


confortável. Pode ser de barriga para baixo, de costas ou de lado. Se fizer
parte do seu tema, peça-lhes para dormirem como uma cobra sobre a barriga,
descansarem de costas na postura de estrela-do-mar, deitarem-se sobre a sua
toalha de praia, relaxar no seu tapete mágico, ou dormitarem na nuvem de
yoga.

5. Aprofundar a respiração: Quanto mais profunda for a nossa respiração,


mais oxigénio chegará aos nossos músculos e mais fácil será para o nosso
corpo relaxar. Faça cerca de dez respirações profundas antes de começar a
visualização guiada. Pode orientar as crianças a respirar tão profundamente
para que possam ouvir a sua própria respiração, ou sentir os seus corpos
moverem - com a inspiração o corpo expande-se e com a expiração relaxa e
afunda-se mais no tapete de yoga.

6. Sondar o Corpo: Conduza as crianças a examinarem o seu corpo com o


pensamento e certificarem-se de que não há tensão em qualquer parte. Diga-
lhes para sondarem uma parte do corpo de cada vez, desde os dedos do pé ao
topo da cabeça, ou pode dizer-lhes para se concentrarem apenas em qualquer
parte do corpo que sintam desconfortável ou que precise de alguma atenção
especial.
Se encontrarem tensão em algum lugar, devem concentrar toda a sua atenção
ali: com a mente devem entrar dentro dessa parte do corpo e enviar a sua
respiração para esse local. Podem até imaginar luz e calor a envolver essa
área até relaxar. Não faça esta parte se as crianças estiverem impacientes.

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7. Visualização Guiada: Na visualização guiada, leva-se os alunos numa
viagem mágica para dentro deles próprios. Deve ser sempre uma viagem
agradável e reconfortante e é melhor se estiver ligado ao tema da sua aula.
Esta jornada interior deve ter um princípio, meio e fim - como qualquer boa
história. Pode entrar em todo o tipo de pormenores e descrições que quiser, ou
pode apenas lentamente conduzir os participantes com uma orientação geral,
deixando-os preencher a história com detalhes da sua própria imaginação.
Quando fizer visualização guiada, tente usar o máximo de sentidos, sensações
e sentimentos que puder - o que irá tornar a experiência mais poderosa.
Descreva aos seus alunos não apenas o que vê à sua volta na viagem, mas
também o que estiver a ouvir, sentir, pressentir, cheirar, saborear, etc.

8. Fim progressivo: A influência do relaxamento irá durar mais tempo se as


crianças saírem dele de forma gradual. Parar rapidamente o relaxamento pode
ser desagradável. Quando a visualização guiada termina, deixe os alunos ficar
em silêncio por um momento antes de os orientar a efetuarem respirações
profundas, a mexerem os dedos das mãos e os dedos dos pés, a
espreguiçarem-se um pouco e a bocejarem. e só então abrirem os olhos e
sentarem-se gradualmente.

Uma boa maneira de terminar o relaxamento é sussurrar o nome de cada


criança ao seu ouvido (pode ser acompanhada por uma afirmação positiva)
como uma indicação de que eles podem sentar-se lentamente. Nas aulas
familiares de yoga com crianças pequenas, as crianças levantam-se em
primeiro lugar e "acordaram" os seus pais com beijos e abraços.

9. Meditação. Para crianças mais velhas, os momentos após o relaxamento


são a melhor altura para meditar. Sente-se silenciosamente com elas por um
momento ou oriente-os através de uma breve meditação.

Livros recomendados sobre relaxamento e visualização guiada

 Creative Visualization by Shakti Gawain


 Cool Cats, Calm Kids: Relaxation and Stress Management for Young
People by Mary L. Williams and Dianne O'Quinn Burke
 Rays of Calm: Relaxation for Teenagers by Christiane Kerr
 Ready, Set, Relax : A Research-Based Program of Relaxation, Learning
and Self-Esteem for Children by Jeffrey S. Allen and Roger J. Klein
 Indigo Dreams: Relaxation and Stress Management Bedtime Stories for
Children by Lori Lite
 When My Worries Get Too Big! by Kari Dunn Buron
 The Relaxation & Stress Reduction Workbook for Kids by Lawrence E.,
Ph.d. Shapiro, and Robin K. Sprague

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Maneiras Divertidas de Relaxar

1. Limonada. Pouco antes de se deitar e relaxar, pode fazer e beber uma


“limonada”... Sente-se, abraçando os joelhos junto ao peito e equilibre-se nas
suas nádegas. Agora esprema o limão com muita força, fazendo uma cara
super-azeda. Contraia o seu corpo como um limão e depois deixe o limão
espirrar quando as suas mãos e pernas voam para o lado e desenrolando,
deite-se de costas. Repita algumas vezes.

2. Contraia e Relaxe. Quando exercemos tensão nos músculos imediatamente


antes de os relaxar, conseguimos atingir um relaxamento mais profundo.
Respire fundo e contraia todos os músculos do seu corpo - pernas, mãos,
nádegas, ombros, rosto… Agora, expire e relaxe todos os músculos do seu
corpo. Repita este exercício 2 ou 3 vezes...

Variação deste exercício:


• Contraia e relaxe apenas uma parte do corpo de cada vez. Por exemplo um
braço... Apenas esse braço... Feche o punho... Estique os dedos e... liberte.
Repita com todas as partes do corpo.

3. Respiração em escada rolante. Neste exercício, todos (exceto a primeira


pessoa na escada rolante) se deitam com a cabeça na barriga do amigo que
está antes de nós. Respiramos profundamente e sentimos como levantamos e
baixamos a cabeça do nosso amigo com a barriga enquanto respiramos, e
observamos que o mesmo acontece com a nossa cabeça na barriga do amigo
antes de nós. Fechamos os olhos e ouvimos e sentimos o movimento da
respiração como se fossem ondas, ajudando-nos a aprofundar o relaxamento.

4. Terceiro Olho de Diamante. Coloque uma pequena pedra (eu uso contas
de vidro, mas pode também usar cristais se quiser) na testa das crianças
quando eles estiverem deitados com os olhos fechados. Diga às crianças que,
com este diamante especial, podem falar com os animais e entender a sua
linguagem, ou podem ver o passado ou o futuro, ou que vão ser capazes de ler
pensamentos, ou que o diamante lhes dará a capacidade de voar... Isso
depende do tema da aula. Diga-lhes que a magia do diamante funcionará

105
somente enquanto ele está nas suas testas: se o diamante cair, a magia acaba.
Isso faz com que as crianças se deitem imóveis e ajuda-os a concentrarem-se
no relaxamento.

Tornar o exercício mais divertido:


• Dar às crianças o diamante especial como um presente no final da aula - um
presente que podem usar exatamente da mesma maneira cada vez que
sentirem que precisam de relaxar
• Pode até mesmo pedir às crianças para levarem seus diamantes em cada
aula para ser usado no relaxamento
• Como complemento, pode orientar as crianças para se concentrarem nele,
imaginando a sua cor ou cores, sentindo o seu calor ou o frio, o seu peso, etc.
• Pode também, depois de alguns minutos de relaxamento, com muito cuidado
e lentamente, recolher as pedras - as crianças geralmente sentem ainda que a
pedra está nas suas testas. Após um minuto, diga-lhes para se sentarem - se
estavam concentrados, eles vão pensar que a pedra ainda está na testa e
sentar-se-ão inclinando a cabeça para trás de modo a que a pedra não caia.

5. Taça Tibetana. Eu uso uma taça tibetana em quase todas as classes e para
todas as faixas etárias. Pode obter uma taça tibetana na loja do Tibete mais
próxima ou on-line (ver em Recursos). São um pouco caras, mas valem a
pena. Estas taças são uma ferramenta mágica de concentração, relaxamento e
de cura. A sua vibração sonora leva a mente para um estado total de calma
(ondas cerebrais Alfa) apenas em segundos. As crianças adoram e anseiam
por isto

Para usar a taça, coloque-a no coração/peito do aluno, barriga ou costas (se


eles estão deitados de barriga para baixo) e toque na parte lateral da taça
delicadamente com a parte mais macia ou mais larga do bastão. Há maneiras
de produzir outros tipos de sons agradáveis da taça, mas isso vou ter que
mostrar pessoalmente .

Pode usar a taça no final da visualização guiada ou combinar o som durante a


viagem: o som da taça tibetana pode ser a canção de um pássaro mágico, o
som do vento ou o chamamento de baleias. Também pode usar as taças
tibetanas como um relaxamento por si só - Eu faço isso quando as crianças
estão irrequietas, informo que a minha taça mágica vai visitar apenas aqueles
que estiverem deitados em silêncio com os olhos fechados, o que geralmente
resulta.

Torne este exercício divertido:

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• Depois do relaxamento (pode fazê-lo antes, também) deixe as crianças
brincar um pouco com as taças tibetanas e até mesmo toca-las nos outros e
em si próprios

6. Reflexologia. A Reflexologia e outros tipos de massagem são ótimas


maneiras de induzir o relaxamento. Não precisa de saber reflexologia (apesar
de ser uma vantagem se souber) para massajar os pés das crianças - apenas
seguir seu coração e suas mãos e torná-lo agradável. Se os massajar
levemente, vai-lhes fazer cócegas, pelo que deve usar pressão, com um toque
suave. Use creme para mãos ou pés que cheire bem para as crianças, como
morango ou banana (pode encontrar bons cremes em www.circle-de-
friends.com).

Pode acontecer que tenha um aluno que não goste de coisas pegajosas nos
pés. Pode oferecer-se para lhe massajar as mãos ou dar-lhe creme para se
massajar a si mesmo - Se nem assim quiser, tudo bem. Pode dizer também
que quem não quer ser massajado nesse dia pode deitar-se com os pés para
fora do círculo, enquanto todos que querem uma massagem podem deitar-se
com os pés virados para o meio da roda.

Tente combinar a massagem com o tema da aula da visualização guiada - por


exemplo, se estiverem no mar, a massagem podem ser golfinhos que lhes
lambem os pés, ou se estão no céu, pode ser as nuvens que irão massajar os
pés.

Variações divertidas deste exercício:


• Se ensinar num jardim-de-infância ou na pré-escola, deixe que as crianças
massagem o professor - vão derreter-lhe o coração!
• Em aulas familiares é ainda melhor - deixe que os pais massagem os filhos e,
em seguida, a massagem será dos filhos aos pais. Alguma vez recebeu uma
massagem de uma criança? É a coisa mais agradável de sempre! Muitas vezes
eu massajo as crianças, e depois peço-lhes para massajarem os pais. E
incentivo as crianças a massajarem os pais em casa - todos os dias!
• Tente outros tipos de massagens também. Eu adoro massagem tailandesa:
pode dividir o grupo ao meio e guiar a massagem de cada grupo e depois pedir
aos alunos para inverterem as posições. É divertido dar e receber. Esta técnica
funciona melhor com crianças com idade superior a sete e em aulas de yoga
em família. Encontrará mais informações sobre massagem tailandesa, no
Capítulo de Massagem Tailandesa.

7. Burrito / Sushi / Múmia. Deite-se no seu tapete de yoga de lado e perto de


uma das pontas. Segure na ponta do tapete com uma mão, mantendo o outro
braço ao longo do corpo. Rebole ao longo do tapete e deixe-se envolver por
ele. Feche os olhos e descanse. Eu adoro esta postura e uso-a para o
relaxamento final, porque as crianças não se podem mover enquanto estão
enroladas como uma múmia!

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É ótimo fazer esta postura no relaxamento final, se estiver num piquenique
(então pode ser um burrito) ou se você está no Egipto (então é uma múmia).

Dica: As crianças pequenas precisam de ajuda, a fim de rebolar para esta


postura. E algumas crianças que se podem sentir claustrofóbicas, lidam melhor
com esta técnica se os seus braços ficarem de fora do tapete - só precisam de
se começar a enrolar com os braços levantados sobre as cabeças

Variações deste exercício:


• Pergunte às crianças que tipos de sushi são hoje - ficará surpreendido como
as crianças estão realmente informadas sobre isso!
• É pura diversão segurar a ponta do tapete e desenrolar as crianças.

8. Lençol de Yoga. Para a maioria das crianças (e adultos), estar coberto pode
realmente ajudar a relaxar. Por isso, às vezes no final da aula, apenas para
relaxar, metemo-nos debaixo do tapete de yoga em vez de ficar em cima dele -
as crianças realmente gostam de ser aconchegados para o relaxamento final.

Dica: Se você tiver lençóis ou mantas, use-os em vez dos tapetes de yoga. Em
geral, é melhor nunca levantar o tapete do chão - uma vez que as crianças
percebem que isso é possível, será mais difícil manter os tapetes em baixo
durante a aula.

9. Contagem. Conte dez respirações profundas antes do relaxamento para


ajudar a acalmar a classe. Se as crianças estiverem irrequietas no fim da
visualização guiada, use a contagem para os manter lá por mais algumas
respirações - cada um pode contar silenciosamente 10 a 20 respirações por si
mesmo antes de se levantar, ou pode contar em voz alta para todos. Também
pode dizer: "Vamos aterrar (ou voltar para a sala) quando eu chegar a 1. 10, 9,
8... 1. Respirem fundo, estiquem-se um pouco e sentem-se lentamente. "

10. Teste do esparguete. Já alguma vez viu esparguete cru? É muito duro e
inflexível. Mas o que acontece se o cozinhar? É isso mesmo - torna-se macio e
flexível. Se o levantar irá mover-se em qualquer direção que queira. E isso é o
que quer que as suas pernas e braços sejam capazes de fazer quando relaxar.

Divida as crianças aos pares e diga a um dos parceiros para ser como um
esparguete cozido, enquanto o outro será o cozinheiro italiano, que irá verificar
se o espaguete está bem cozido. O cozinheiro vai levantar um braço ou perna
do esparguete de cada vez, e verifica se está mole, agitando muito gentilmente,
e até mesmo deixá-lo cair (para ver se o esparguete está realmente relaxado e
não resiste). O parceiro esparguete deve apenas fingir estar dormindo e não
ajudar o cozinheiro a levantar os braços ou pernas, nem resistir. Quando têm a
certeza de que o esparguete está pronto, podem trocar os papéis.

11. Água Parada. Toda a gente está no chão completamente imóvel. Quem se
mover, terá que se afastar para fora dos tapetes. Neste jogo convidamos à

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Acão da imobilidade em vez de dizer "não se mova" o que o torna mais
divertido e mais com melhores resultados

12. Hora da história. Às vezes é bom terminar com uma história curta e
inspiradora, quer após o relaxamento quer antes. É uma ótima maneira de
terminar a aula, seja com uma mensagem ou algo com piada. Vai encontrar
alguns contos na página da secção de Histórias Curtas, bem como algumas
sugestões de livros na secção de Recursos.

13. Venda. As vendas (para fechar os olhos!) ajudam-nos a acalmar e ficar em


silêncio. Usamos muito os nossos olhos na nossa interacção com o mundo;
quando são tapados desta forma é mais fácil desligar. Pode comprar vendas ou
fazer as suas próprias com meias/peúgas que pode encher com arroz ou
sementes de linho e depois fechar com um nó. Pode ainda aromatizar a
venda, adicionando lavanda seca ao enchimento ou pulverizar com óleos
essenciais - os aromas podem ser muito úteis para relaxar a mente.

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Sugestão de Temas para Relaxamento

 Cama de Penas
 Sinos( toque sinos com diferentes sons, dando a cada um uma cor que se
imagina que inunda o corpo numa onda de relaxamento)
 Corpo colorido ( as cores lavam o corpo)
 Jangada à deriva
 Sentir como a respiração faz mover o corpo
 Mundo das Fadas
 Jardim florido
 Nuvem Fofinha
 Cama voadora
 Banho de Espuma
 Por do sol brilhante
 Parque verdinho
 Viagem através do arco-íris
 Viagem para dentro para encontrar nosso animal guia
 Casa na árvore na selva
 Permitir que a respiração nos lave como ondas à medida que flui para
dentro e para fora do corpo
 Ouvir o som da respiração
 Jardim Luxuriante
 Tapete Mágico
 Gelo a derreter (a tensão derrete)
 No cume da montanha
 Massa (todas as partes do corpo relaxam como o esparguete cozido)
 Mundo Roxo
 Dia de chuva
 Praia
 Sondar o corpo desde a ponta dos dedos do pé até ao topo da cabeça
 Casa da árvore na selva
 Luz branca

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Exemplos de Visualização Guiada

Claro que pode ler os textos seguintes aos alunos durante o relaxamento, mas
será melhor se os contar nas suas próprias palavras. É fácil inventar novas
jornadas de relaxamento – basta fechar os olhos e pensar em locais onde se
sentiria relaxado e levar lá as crianças.

1. À Beira-Mar. Imagine que está deitado na areia da praia. A areia está morna
e agradável, há uma brisa suave que acaricia a sua pele e o calor do sol faz-te
sentir aconchegado. Sente-te um pouco mais relaxado e pesado e repara como
te afundas um pouco mais na areia. Respira profundamente e ouve o barulho
das ondas na tua respiração… quando inspiras as ondas aproximam-se,
quando expiras afastam-se. Continua a respirar com as ondas mais uns
momentos, tenta sentir o cheiro do mar… não há pressa… respira e relaxa.

Agora olha para o céu e verás pássaros grandes e coloridos… estes lindas
aves querem ser tuas amigas, mas estão com medo, porque ainda te estás a
mexer um pouco. Fica muito quieto …. Se não te mexeres estas aves lindas
vão aproximar-se. Abre as mãos: tens nas palmas sementes muito saborosas
para estes pássaros. Continua a respirar e deixa as aves aproximar-se…
(aguarde uns minutos antes de pedir às crianças para alongar e se sentarem)

2. Animal Amigo. Fechem os olhos e respire profundamente. Inspirem amor e


alegria e expirem as preocupações e tensões. Imaginem que estão no meio da
natureza. O sol brilha, os pássaros cantam… e num arbusto perto ouvem um
barulhinho e uma risada. Está ali um animal a olhar para vocês, que quer ser
teu amigo. Que animal é? Deixem que se aproxime e se sente ao pé de vocês.
É um animal forte e sábio e está aqui para vos ajudar. Se tiverem uma
pergunta, segredo ou problema podem partilhar com o vosso animal. Ele vai
ajudar e proteger-vos. É o vosso melhor amigo que gosta muito de vocês e
está sempre perto, mesmo que não o vejam.

3. Lugar Especial. Deitem-se e fiquem confortáveis. Respirem devagar e


profundamente. Fechem os olhos, olhem para dentro de vocês e fiquem muito
quietos. Sintam a vossa respiração e deixem passar os pensamentos. Agora
imaginem um lugar especial para vocês, onde adoram estar. Pode ser no meio
da natureza, numa casa, ou um lugar que viram num quadro ou num sonho.
Vão para lá… reparem como é e cheira este lugar. Reparem nos mais
pequenos detalhes e nos sons que ouvem. Neste lugar especial há calma e
tranquilidade, tudo é belo. Sentem-se muito seguros e amados, felizes e
relaxados. Neste lugar podem abrir o coração e ter consciência de todos os
vossos pensamentos. São livres para ser vocês próprios. Decidem o que vai
acontecer e quem pode entrar ou não. Podem convidar alguém que amem para
ir ter convosco ou podem ficar apenas a disfrutar desse lugar sozinhos. Seja o
que for que escolherem fazer, vai ser maravilhoso. Deem a vocês próprios o
tempo que quiserem para estar no vosso lugar especial.

4. Transformar-se num Arco- Iris. Relaxem, fechem os olhos e vejam o que


há dentro de vocês. Diminuam o ritmo da respiração e sigam-na… suspirem

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algumas vezes: ahhhhh, deixem o corpo descontrair e derreter-se no tapete.
Imaginem-se a caminhar por um lindo caminho. O céu está a abrir e vocês
avistam um enorme arco-íris. Coloquem-se debaixo dele e deixem que os
feixes de luz de cores brilhantes do arco-íris vos encham de alegria. Estão
conectados com a natureza, transformam-se no próprio arco-íris.
Vermelho: são fortes e estão em segurança
Laranja: são felizes e divertidos
Amarelo: sentem-se orgulhosos de vós próprios e cheios de autoconfiança
Verde: são bons e generosos
Azul: são sinceros e verdadeiros
Índigo: São sábios e criativos
Roxo: são bons amigos dos vossos amigos

5. Respirando Luz. Fechem os olhos e respirem profundamente. À medida


que eu a for mencionando cada parte do corpo direcionem a vossa respiração
para lá. Virem a atenção para os vossos pés. Respirar através dos pés.
Foquem a vossa mente para o interior dos vossos pés. Vejam e sintam a luz e
o calor que está lentamente a invadir o vosso corpo através dos dedos dos pés.
Tentem sentir cada dedo separadamente e deixem-se inundar de luz e amor.
Sintam como as plantas dos pés, os calcanhares e os tornozelos estão
completamente relaxados. Deixem agora esta luz subir até às pernas
enchendo-as de calor e relaxamento. Respirem através das pernas... [continue
da mesma forma nas diversas partes do corpo].
Sintam a luz a envolver todo o vosso corpo. Respirem profundamente e sintam-
se pesados e relaxados. Fiquem quietos e contem silenciosamente a 25 [ou o
professor pode contar]. Vejam se conseguem ficar completamente imóveis e
relaxados.

6. Viagem numa Nuvem. Imaginem que uma nuvem muito fofa vos veio
buscar para os levar de viagem. Respirem profundamente e na próxima
respiração deixem o vosso corpo ficar mais leve, de forma a flutuar um pouco
acima do chão, para que a nuvem se possa colocar debaixo de vocês.
Respirem profundamente; quanto mais profundamente respirarem mais leve o
vosso corpo vai ficar e mais alto e mais longe a nuvem vos vai levar.
Sintam que com cada respiração sobem mais um pouco em direção ao céu
azul. Uma brisa suave acaricia a vossa face e agita os vossos cabelos.
Reparem nas nuvens à vossa volta: são macias como algodão e têm um
milhão de formas diferentes.
Respirem suavemente enquanto continuam a viajar no céu. Vejam à vossa
volta: conseguem ver o arco-íris ao fundo? A vossa nuvem vai passar debaixo
desse arco-íris. À medida que passam debaixo de cada cor sintam como a cor
inunda o vosso corpo, enchendo-vos de alegria. Vermelho…
laranja…amarelo…verde…azul…roxo…e de novo se encontram a flutuar no
céu. A nuvem aproxima-se gradualmente da terra até que muito suavemente
vos coloca de novo no chão. Um… dois… três…quatro… cinco…e estão de
volta ao tapete. Agora só falta agradecerem à nuvem pela viagem especial

7. Tapete Voador. Deitem-se no vosso tapete mágico (tapete de toga ou cama


voadora), fechem os olhos e relaxem. Deixem-se afundar um pouco no vosso
tapete macio. Sintam como o vosso corpo se torna cada vez mais leve à

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medida que inspiram e vão enchendo o vosso corpo como um balão. Depois,
inspirem lentamente. Imaginem que o vosso corpo está tão leve e relaxado que
começa a flutuar em cima do vosso tapete mágico.
O tapete mágico vai levar-vos onde quiserem. Guiem o vosso tapete através do
pensamento para cima ou para baixo ou para os lados, depressa ou devagar.
Como quiserem. À medida que se vão elevando no ar, imaginem que o teto da
sala se abre e que o vosso tapete voa em direção ao céu. Quanto mais alto
estiverem mais leve está o vosso corpo. À vossa volta voam muitos pássaros e
vocês conseguem sentir o vento que fazem com as asas. Voem com os
pássaros e com as nuvens e lembrem-se que estão a controlar a situação –
assim que quiserem, podem trazer o vosso tapete de volta à sala de yoga.
Vamos voar sobre a terra: acima de rios, desertos, florestas, quintas e lindos
campos de flores selvagens – conseguem sentir o aroma? Sorriam ou enviem
beijos a todos os animais e plantas. Sentem o cheiro de pipocas ou algodão
doce? Vem do parque de diversões ali em baixo. – Veem as luzes coloridas?
Vamos aterrar lá. Explorem o parque de diversões e divirtam-se na Roda
Gigante e na Montanha Russa… agora vamos aos carrinhos de choque. Estão
a ouvir a música da pista dos carrinhos de choque?
Vamos voltar ao nosso tapete mágico e voar mais um pouco. Querem aterrar
numa caverna numa caverna cheia de ursos? Ou preferem flutuar no rio e ver
os peixes as nadar ao lado do tapete? Se quiserem podem visitar a avó, que
vive longe ou mesmo voar até ao espaço e observar os outros planetas e
galáxias… nos próximos minutos podem escolher para onde querem viajar e
fazer o que quiserem no sítio que escolheram (faça uns minutos de silêncio
nesta altura)
Já repararam que está a ficar escuro? Não queremos que os pais fiquem
preocupados, vamos voltar para casa. Façam o vosso tapete dar meia volta e
regressem a casa enquanto o sol se põe. As estrelas começam a brilhar,
brilhantes como nunca viram antes… estão tão perto delas que quase as
conseguem tocar. O brilho prateado da lua ilumina e aquece o caminho de
regresso e já conseguem ver a cidade lá em baixo. Veem a nossa rua e o
nosso edifício? É a casa que tem o teto aberto. Comecem a descer
suavemente, atravessem o telhado e aterrem suavemente no chão. O teto está
a fechar-se sem barulho. Espreguicem-se com um longo bocejo –
ahhhhhhhhhh – e comecem a esticar os dedos das mãos e dos pés. Virem-se
de lado e sorriam. Descansem durante um momento e quando estiverem
prontos, sentem-se no tapete com a ajuda das mãos.

8. Penas. Fechem os olhos, fiquem muito quietos e imaginem que o vosso


corpo vai ficando leve como uma pena. Agitem os dedos dos pés e imaginem
que os vossos pés ficam tão leves que começam a flutuar. Deixem-nos elevar-
se. Agora sintam como as pernas se estão a transformar em penas. Estão tão
leves agora…conseguem senti-las a elevar-se também? Já não estão pesadas,
mas moles e leves. Sintam a vossa barriga a ficar também fofa e leve. Deixem
a vossa barriga relaxar. Sintam o peito a ficar mole e leve como uma pena.
Sintam esta sensação, o vosso corpo a ficar lentamente mais leve. Sintam os
braços a ficar leves. Deixem os dedos relaxar e começar a flutuar. Sintam-nos
a flutuar no ar. Por fim, deixem a cabeça ficar leve. Sintam a tensão a derreter
à medida que a cabeça vai ficando cada vez mais leve. Todo o vosso corpo
está leve como uma almofada de penas. Sentem-se relaxados e moles.

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Deixem o corpo flutuar no ar e notem como estão leves. Quanto mais leves
estiverem, mais acima flutuarão.
Repitam dentro da vossa cabeça: sou tão leve como uma pena, sou leve, leve!
E reparem até onde conseguem flutuar. Deixem-se flutuar e aproveitem este
sentimento bom de leveza, até estarem prontos para baixar até ao chão.
Quando estiverem prontos, estiquem os dedos das mãos e dos pés,
espreguicem-se e abram os olhos.

9. A Estrela do Mar Sonolenta. Deitem-se de costas com as pernas e braços


abertos. Fiquem quietos e imaginem que são Estrelas-do-mar com sono, a
descansar no fundo do oceano. Inspirem e quando expirarem relaxem os
braços. Inspirem e quando expirarem relaxem as pernas
Inspirem e quando expirarem relaxem a cabeça. Reparem como estão
tranquilos no fundo do mar, a descansar como uma Estrela-do-mar
dorminhoca. Repitam dentro da vossa cabeça: estou tranquilo e sossegado,
estou tranquilo e sossegado…

10. O Elástico. Fechem os olhos, fiquem sossegados e imaginem que o vosso


corpo é um grande elástico. Relaxem a divirtam-se em ser um elástico que não
está esticado. Sintam as pernas frouxas e relaxadas, sintam os braços frouxos
e relaxados, sintam a barriga frouxa e relaxada, e por fim sintam a cabeça e
pescoço frouxos e relaxados.
Agora imaginem que alguém está a puxar devagarinho a vossa cabeça e os
vossos pés, ao mesmo tempo. E o elástico começa a esticar. Os vossos
músculos começam ficar rígidos O vosso corpo estica cada vez mais. Divirtam-
se com a sensação de ficar cada vez mais longo. Agora, plim, o elástico soltou-
se: deixem os músculos do corpo relaxar. Voltem a ser um pedaço de elástico
frouxo. Aproveitem a sensação de estar totalmente relaxado e mole.

11. O Balão. Fechem os olhos, fiquem sossegados e imaginem que estão a


segurar um enorme balão, muito leve. Muito macio. Este balão é da vossa cor
preferida. Segurem o vosso balão por baixo e sintam que começa a subir em
direção ao céu. À cada respiração sintam-se a subir cada vez mais em direção
ao céu azul. Quanto mais profundamente respirarem, mais alto vão subir.
Sintam como são leves. Sintam como são livres. Sintam os vossos corpos
estão muito leves e estão felizes.

12. Caricias relaxantes. Imaginem que uma pena muito macia está a acariciar
os vossos pés, ombros e braços, a vossa barriga e peito, a vossa cara. É uma
sensação muito agradável e faz o vosso corpo ficar relaxado e descontraído
(pode usar uma pena ou um pano macio e acariciar com ela cada criança, uma
a uma)

13. Raio de Luz. Imaginem que estão debaixo de uma cascata de luz brilhante,
que cai e atravessa os vossos corpos. A luz atravessa a vossa cabeça e
escorre por todo o vosso corpo (mencione as partes do corpo) e desaparece na
terra debaixo dos vossos pés. À medida que a luz atravessa o vosso corpo vão
sentindo uma sensação de calor e conforto, que vos deixa confortáveis e
relaxados.

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14. Árvore de Fruto. Imaginem que são uma semente que acabou de ser
plantada na terra. Sintam a terra à vossa volta. Começou a chover, e a chuva
está a tornar a terra à vossa volta molhada e fresquinha. O sol volta a brilhar e
a terra começa a secar. Sintam o calor e energia do sol. Têm vontade de ver o
sol a brilhar por isso um raminho vosso começa a furar a terra acima de vocês.
Ao mesmo tempo, começam a fazer crescer raízes que descem mais fundo na
terra, para vos alimentarem e suportarem.
Continuam a crescer em direção ´à luz do sol. E começam a crescer-vos folhas
verdes e brilhantes. Bebem água através das raízes e absorvem a luz do sol
através das folhas. Com este alimento vocês começam a produzir o oxigénio
que todos os animais e pessoas do mundo vão respirar.
Agora nos vossos ramos começam a crescer flores grandes e coloridas e as
abelhas veem beber o néctar e espalhar o pólen. Reparem na cor das flores.
Quantas abelhas vos vêm visitar? As amigas são vossas amigas, nunca picam
uma árvore de fruto.
Começa a crescer fruta nos vossos ramos. Que frutas querem dar? Já há muita
fruta e as crianças veem com cestos apanhar a vossa fruta e ficam muito
felizes.
Algumas das frutas caem ao chão e enterram-se na terra. De novo vocês são
uma semente, que estava escondida dentro da fruta. Um novo ciclo está
prestes a começar…

15. Toque pessoal. Sentem-se confortavelmente e coloque as mãos nos


joelhos, viradas para cima e façam algumas respirações profundas. Agora
pousem as mãos nas pernas e massajem-nas com suavidade. Subam as mãos
e massageiem os joelhos em movimentos circulares. Agora movam as mãos
para as coxas e amassem-nas como se fossem massa de pão. Levem as mãos
à barriga e massageiem com grandes movimentos circulares. Agora
massageiem os ombros, os braços e as palmas das mãos. Massageiem o
pescoço e o couro cabeludo e finalmente a cara: testa, faces, nariz e orelhas.
Agora fechem os olhos e coloquem ambas as mãos sobre o coração. Respirem
profundamente e sintam o bater do vosso coração. Deixem as mãos
recarregar-se com todo o amor do vosso coração – um pouco mais em cada
respiração. Quando sentirem as palmas das mãos cheias de amor, fechem os
olhos, oiçam o vosso corpo, sintam que partes do vosso corpo necessitam de
amor, ternura e cura (podem ser locais que doem ou estão tensos). Coloquem
as mãos nestes locais e sintam como relaxam a amolecem com o amor e
relaxamento que estão a passar para estas partes do vosso corpo. Em cada
respiração, a sensação de toque torna-se mais agradável.
Todos nós contemos amor infinito; quando sentirmos que temos falta de amor
podemos sempre ligar-nos ao nosso coração e preencher-nos a nós próprios.

16. O Presente da Fada. Deitem-se e relaxem. Respirem profundamente com


a barriga, encham— no como um balão e soltem todo o ar. Em cada inspiração
trazemos paz e alegria para o nosso interior e em cada expiração soltamos
todas as coisas que nos preocupam ou nos deixam desconfortáveis. Ouçam o
vosso corpo, oiçam o bater do vosso coração, sintam como estão calmos e
relaxados.

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Imaginem que estão no meio de um enorme campo cheio de flores. Há flores
cor-de-laranja, flores azuis, flores amarelas, cor-de-rosa e até flores especiais
com todas as cores do arco-íris. Respirem profundamente e cheirem o doce
aroma destas flores. Oiçam a canção dos pássaros que existem neste campo.
É tão agradável estar neste campo. O sol brilha e os seus raios aquecem-nos.
Lindas borboletas de todas as cores esvoaçam ``a nossa volta e tocam-vos
com as asas. Olhem para cima: o céu está coberto com vários tons de azul,
que se misturam com o amarelo dos raios de sol...É espantoso!
De repente aparece uma fada linda. Uma fada verdadeira das histórias de
fadas. Aproxima-se de vocês e oferece-vos um presente: é um presente
espiritual, não um presente que possam tocar, mas algo de que realmente
precisam, que podem sentir no coração. Talvez seja um presente de amor, ou
saúde, ou sucesso, ou paciência, ou apenas uma mensagem… vocês sabem
qual é o melhor presente para vocês. Aceitem o presente e agradeçam à fada.
Deixem que o presente da fada entre no vosso coração e se torne parte de
vocês. (faça um momento de silêncio).
Agitem os dedos dos pés e das mãos, e lembrem-se que o presente da faz é
vosso para sempre. Abram os olhos devagar e sentem-se.

17. Corpo Pesado. Voltem aos tapetes de yoga e deitem-se de costas,


confortavelmente. Sacudam as pernas e girem devagar o pescoço para um e
para o outro lado até encontrarem uma posição confortável em que possam
permanecer durante alguns minutos. Ajustem os vossos corpos para estarem o
mais confortável possível
Inspirem profundamente e expirem devagar. Inspirem de novo e quando
expirarem, deixem ir todos os pensamentos. Se quiserem imaginem um ecrã
branco à vossa frente – quando algum pensamento chegar vão vê-lo no ecrã.
Não lutem contra os vossos pensamentos: aceitem-nos e deixem-nos partir,
não os sigam. Inspirem de novo profundamente e expirem devagar, libertando
pensamentos e preocupações.
Concentrem-se na vossa cabeça. Sintam-na a ficar pesada e a afundar no
chão. Reparem como o vosso cabelo fica pesado e parece estar a ser
suavemente puxado para baixo, seguido pela cabeça, os olhos, e o pescoço.
Os ombros ficam ainda mais pesados, como se estivessem a ser puxados para
baixo. Respirem profundamente e sintam os braços que estão a ficar cada vez
mais pesados, desde os ombros até à ponta dos dedos.
Sintam como cada parte da vossa mão e cada dedo se aproxima mais do chão.
Agora é a barriga que está a ser puxada para baixo pela gravidade. Sintam
como se aproxima e quase se funde com o chão. As ancas e as pernas
também estão a ficar mais pesadas, até à ponta dos pés. Sintam como a
tensão dos joelhos despareceu e como a barriga das pernas está colada ao
chão. Sintam este peso relaxante desde a ponta da cabeça até aos dedos dos
pés. Sintam todo o corpo mais perto da terra, completamente dominado pela
gravidade.
Agora, com o corpo pesado e bem assente no chão, oiçam-no. Como se sente
o vosso corpo? O que está a dizer? Estão a ouvi-lo? Há alguma parte
específica do vosso corpo que tem uma mensagem para vocês? Dor? Fome?
Cansaço? Agitação? Alegria?

116
Respirem de novo profundamente e libertem os pés do peso imaginário. Sintam
as pernas a ficar mais leves, e depois as ancas. Deixem a barriga ficar leve e
libertem o peso dos ombros e mãos. Libertem o peso do peito e suavemente
avancem até ao pescoço, queixo, boca, olhos e testa até `chegarem à ponta
dos cabelos. Nesta altura o vosso corpo está completamente liberto do chão e
livre para se mover.
Antes de se levantarem, façam mais uma respiração profunda e oiçam o vosso
corpo liberto. Prometam ao vosso coração que vão ouvi-lo todos os dias e que
vão tomar conta dele – o corpo é a casa da vossa alma.
Agitem suavemente o corpo e sentem-se devagar

18. Pó Mágico. Fechem os olhos e respirem profundamente, muito mais


profundamente do que o habitual. Em cada respiração, sintam-se mais leves,
mais calmos, mas relaxados. Imaginem um tapete voador á vossa frente,
macio, com franjas coloridas, tão bonito!
Subam para o tapete e sentem-se nele; vão subir devagarinho. Sentem-se
muito confortáveis e seguros no tapete que desliza no céu. Aproveitem o
passeio. Disfrutem da brisa e da diversão.
Agora parem e olhem para baixo. Vejam o sítio onde moram, a vossa casa, a
vossa escola, os vossos amigos, família e vizinhos
De repente, sentado ao vosso lado no tapete está um velho e sábio mago, com
longas barbas brancas e um lindo fato azul. Nas mãos segura uma varinha
mágica e uma pequena bolsa de pano. O mago olha com amor para vocês e
entrega-vos a bolsa de pano mágica. Dentro da bolsa, diz ele, está um pó
mágico e especial. Se o usarem, serão capazes de criar tudo o que sonharam,
todas as coisas que algum dia possam querer vir a ter. Usem o pó mágico e
vejam o mundo ali em baixo a transformar-se.
Agradeçam ao mago este pó mágico e abram a bolsa devagarinho… O mago
desapareceu por magia. Façam descer um pouco o vosso tapete e voem um
pouco mais perto do lugar onde moram. Agora, peguem num pouco desse pó
mágico e espalhem-no pelos sítios onde querem que as coisas sejam
diferentes. Podem transformar o que quiserem ou criar qualquer coisa que
transforme o vosso mundo num sítio onde possam ser completamente felizes.
Podem criar pessoas e animais que gostassem de conhecer apenas por
espelhar um pouco do pó mágico. Espalhem um pouco no ar e vejam como o
mundo debaixo de vocês se transforma: a paisagem muda, as cores tornam-se
mais brilhantes, até a maneira como estão a sentir-se muda. Podem aproveitar
e acrescentar a vocês próprios algumas novas qualidades que sintam que
precisam. É altura de criarem o vosso novo mundo, seguro, alegre e mágico.
Agradeçam a nova realidade que criaram, agradeçam a vossa imaginação e a
vossa liberdade de escolha que vos permitiu criar. Guardem este lugar que
criaram na vossa memória e no vosso coração e saibam que podem sempre
voltar lá através da vossa imaginação e que, melhor ainda, vão lentamente
recriar esta maravilhosa realidade na vossa vida.
Agitem os dedos das mãos e dos pés, espreguicem-se e suspirem, abram os
olhos e voltem à sala.

19. Na natureza. Imaginem que estão lá fora a passear num lindo jardim. É de
manhã cedinho e estão completamente sozinhos, sem ninguém à volta.
Tomem consciência da terra por baixo dos vossos pés descalços: está fresca e

117
agradável. Agora, à medida que passam por elas, reparem nas plantas e nas
árvores que crescem da terra.
Oiçam: eis um enorme trovão. Olhem para cima: o céu ficou escuro e está a
começar a chover. Fiquem aí, na relva verdinha, e vejam as gotas de chuva
bater na relva. Sintam o cheiro da terra molhada e observem a tempestade.
Não se preocupem se ficarem molhados. Relaxem e disfrutem da boa
sensação de ficar totalmente molhado pela chuva
A tempestade passou. O sol volta a brilhar por entre as nuvens. Sintam o calor
do sol na pele. Já não estão molhados. As vossas roupas estão quentes e
sentem-se quentinhos. Olhem para cima e sintam o calor e a energia do sol
penetrar na vossa pele e entrar no vosso corpo.
Corram pelo jardim, sentem-se felizes e riem-se em voz alta. No meio das
árvores, pássaros de várias cores cantam as suas canções, Ouçam-nos.
Uma brisa suave agita os ramos das árvores, oiçam esse som e sintam a brisa
acariciar-vos as cara e agitar o vosso cabelo. Inspirem este ar fresco.
Inspirem de novo e alonguem o vosso corpo… alonguem os vossos sonhos,
alonguem as vossas expectativas, estiquem o vosso coração, estiquem a
vossa mente…

20. Corações cheios de Amor. Inspirem profundamente com a barriga e


expirem – estão completamente relaxados. Façam nova inspiração e expiração
– sentem-se calmos e tranquilos. Vamos inspirar e encher os pulmões
enquanto eu conto até 4: 1, 2, 3, 4. Agora expiramos: 1, 2, 3, 4. Em cada
expiração soltem tudo o que vos preocupa o que é desagradável. Continuam a
respirar profundamente e levem essa respiração ao coração. Deixem o coração
crescer e expandir-se em cada inspiração e deixem sair tudo o que impede o
vosso coração de se expandir em cada expiração.
Imaginem agora que das paredes da sala saem milhões de pequenos corações
coloridos: cor-de-rosa, verde, branco, com as cores do amor, cores especiais,
todas as cores de que gostam. Estes coraçõezinhos estão cheios de amor
especial, só para vocês. Estão a multiplicar-se e enchem toda a sala, envolvem
cada um de vocês e fazem-vos festinhas cheias de amor. Estes corações
descem devagarinho como bolas de sabão e quando vos tocam suavemente
entram no vosso corpo e enchem-vos de amor. O vosso coração abre-se ainda
mais para receber todo este amor.
Respirem estes coraçõezinhos e encham com eles o coração. O vosso coração
cresce e expande-se de amor. Agora, criem um grande coração cheio desse
amor e enviem-no para o centro da sala. Reparem como os nossos corações
se unem para formar um coração gigantesco que nos rodeia de luz e
pensamentos maravilhosos.
Inspirem fundo, espreguicem-se e abram devagarinho os olhos: 1,2, 3

21. Luz Flutuante. Relaxem o vosso corpo…deixem ir toda a tensão, deixem ir


todos os pensamentos. Fechem os olhos e imaginem que estão num local
bonito e agradável no meio da natureza: na praia, num campo de flores, no
cume de uma montanha, ao pé de um rio, num parque… um lugar que
conheçam e onde se sintam seguros.

118
Inspirem três vezes e encham a barriga de ar, como um balão, e depois
esvaziem-na completamente com a expiração… e de novo encham de ar a
barriga até ficar redonda e libertem o ar.
Enquanto respiram, imaginem que em cada inspiração uma luz bonita e suave
entra pelo topo da vossa cabeça e que em cada expiração todos os
pensamentos aborrecidos saem pelo topo da vossa cabeça.
Esta luz agradável e quentinha relaxa os vossos olhos, testa, bochechas e
boca. Parece uma festinha. Sintam esta sensação em todo o vosso corpo,
libertando-vos e trazendo alegria e suavidade a cada parte do vosso corpo.
Esta sensação agradável chama-se amor e envolve cada parte do vosso corpo
– mãos, braços, peito, costas, ancas, coxas, pernas, devagarinho até às pontas
dos pés. Todo o vosso corpo está envolvido em amor, que vos ajuda e protege.
Sentem-se calmos e relaxados. E voltem à respiração. Inspirem e expirem…

119
Mandalas

As mandalas são figuras geométricas sagradas que têm o poder de focar e


elevar a nossa mente. Quando desenhamos, pintamos ou apenas olhamos
para uma mandala, sem pensar ou com intenção de não pensar, podemos
entrar num estado meditativo.
As crianças adoram desenhar e pintar com cores: desenhar e colorir mandalas
é uma das melhores formas de tornar este passatempo numa prática de yoga.

A palavra mandala é originária do sânscrito, a língua ancestral indiana, e


significa forma circular com significado simbólico. A mandala representa a
plenitude e a vida, sendo utilizada em muitas religiões: budismo, cristianismo,
islão, judaísmo, e tradições dos nativos americanos. A mandala simboliza a
essência da existência já que a podemos encontrar em todos os níveis da vida,
micro e macro.

Vivemos no planeta Terra, em constante movimento circular em redor do seu


eixo e do Sol conjuntamente com todos os planetas, estrelas, galáxias e o
próprio Universo. Da mesma forma, nós também nos movemos em círculos da
família, dos amigos, da comunidade, como as estrelas.

Todas as criaturas vivas na Terra são compostas de células. Em cada célula há


um núcleo, um centro. Este centro é o início da mandala, o núcleo central da
mandala.
Se olharmos cada átomo como uma mandala, descobrimos que as mandalas
existem em toda a parte, nas flores, nas conchas marinhas, em frutos, nos
flocos de neve... rodeiam-nos!
Abre os teus olhos e observa à tua volta! Onde podes visualizar mandalas?
Em tudo que tem um centro que irradia de dentro para fora - esta é a perfeição
que encerra a mandala.

120
Informações sobre o Negócio

Claro que, ser um ótimo professor de yoga para crianças é a parte mais
importante de ser um “professor de yoga para crianças”, mas a menos que
realmente tenha aulas para ensinar, a sua qualidade não será demonstrada.
Para ser um professor, tem que ter alunos, e no mundo de hoje, para ter alunos
tem de ter uma faceta virada para os negócios. A seguir estão algumas linhas
orientadoras que podem ajudar.

Uma relação comercial é uma forma de relacionamento, e como em qualquer


relacionamento, quanto melhor ouvinte for e quanto mais respeito mútuo
houver, melhor será a relação.

Para se fazerem bons negócios é preciso ver e até mesmo antecipar as


necessidades e desejos do outro - trata-se de partilhar e de dar. Estamos todos
interligados e somos todos interdependentes, e afetamo-nos uns aos outros
muito profundamente com as nossas palavras e ações. Nos negócios, assim
como em qualquer relação, quanto mais dá de si mesmo, mais irá receber de
volta.

As pessoas com quem se cruza na sua vida profissional não são apenas
clientes ou prestadores de serviço, são as mais importantes de todas as
pessoas que conhece, e querem ser tratadas como tal. Todos queremos obter
alguma atenção como seres humanos - lembre-se disso nos seus negócios.

Muitas pessoas que estão imersos no mundo do yoga ou em outras formas de


espiritualidade acham difícil lidar com a parte comercial do yoga (pedindo
dinheiro pelos seus serviços, por exemplo). O dinheiro é tão espiritual como
qualquer outra coisa - é apenas uma questão de atitude. O dinheiro é uma
energia com a qual se podem fazer coisas maravilhosas. Mesmo os antigos
Rishis (sábios yoguis) receberam alimento e abrigo em troca dos seus
ensinamentos. Na verdade, qualquer relação tem alguma forma de troca nela e
é bom (mesmo espiritualmente) receber um bom retorno pelos seus bons
serviços.

Se ainda sente um conflito interno desse tipo pode doar uma parte do seu
rendimento a organizações que ajudam os outros, pode ter uma escala móvel
para o preço das suas aulas, oferecer bolsas de estudo e / ou algumas aulas
gratuitas a comunidades carentes. Todas essas boas ações de bom coração
certamente que o irão beneficiar a longo prazo.

Aqui vai o que deve fazer para criar o seu negócio de yoga para crianças:

1. Encontre um bom nome para o seu negócio - um bom nome pode fazer
muito para atrair mais pessoas

121
2. Prepare materiais promocionais (como: cartazes, postais, imãs, panfletos,
sacos de lona, apresentações de slides...) com as seguintes informações:
• Sobre si e sua empresa de yoga - não seja demasiado modesto! Tenho a
certeza que tem muito talento, formação nesta área e experiência relevantes
para o seu negócio de yoga
• O que é yoga para crianças e yoga em família e quais os seus benefícios
• Descreva as suas aulas
• Coloque boas fotos de crianças nas aulas de yoga - uma imagem vale mais
que mil palavras (preste atenção à roupa, ao fundo, às suas expressões faciais,
etc.)
• Coloque depoimentos de pais, filhos, professores, etc. – causam muito boa
impressão
• Coloque seus contactos e morada e dê indicações de como chegar.

Lembre-se que a primeira impressão conta muito: invista tempo e esforço


nos seus materiais promocionais porque vai certamente fazer a diferença para
os pais, para um diretor de escola ou jardim-de-infância ou para um
coordenador de um centro comunitário.
No início, passará a maior parte do seu tempo a promover-se a si mesmo e
muito pouco a ensinar verdadeiramente. Depois de alguns meses o foco vai
naturalmente mudar para o ensino e a promoção continuará como uma espécie
de manutenção regular para o seu negócio.

3. Escolha com cuidado o seu meio de publicidade. A sua publicidade deve


ser sempre orientada para as pessoas que quer alcançar e localizada para a
área onde pretende ensinar, caso contrário, pode gastar muito dinheiro e obter
muito pouco em troca. Os pais raramente se deslocam para longe para uma
atividade dos seus filhos.

 Um website é uma obrigação (a internet é o principal meio onde as


pessoas procuram qualquer coisa hoje em dia): pode criar um site gratuito
por si mesmo usando Microsoft (www.microsoftlive.com) ou o Google ou o
iMac (se tiver um Mac) ou outros fornecedores. Normalmente, "mini-sites"
criados dentro de grandes portais não resultam bem;
 Pode promover o seu site usando links patrocinados do Google, onde só
paga quando as pessoas clicam no seu anúncio, e pode fazer o mesmo no
Facebook e no My Space - o que normalmente funciona muito bem
 Anuncie em portais de yoga locais, portais de comunidades e em portais de
atividades municipais, etc.
 Coloque as suas informações em qualquer fórum on-line relacionados com
yoga, filhos, paternidade, maternidade, saúde, fitness, etc. – são gratuitos,
mas deve verificar se as suas políticas permitem que mensagens
publicitárias
 Coloque o cartaz e folheto em quadros de avisos no bairro e em lojas de
alimentos de saúde, creches, pré-escolas, escolas, centros comunitários,
centros de yoga, ginásios, creches, clínicas holísticas, livrarias, bibliotecas,
lojas de roupa de criança, igrejas, lojas de brinquedos, salões de beleza

122
para crianças, spa’s, lojas de maternidade, centros de parto, lojas de
mobiliário infantil, quiropráticos, etc.
 Anúncios de jornal, mesmo nos locais, geralmente são um desperdício de
dinheiro - mas está convidado a experimentar por si.

Inicie a campanha de propaganda dois meses antes da data da primeira aula


inaugural.

4. A melhor propaganda é grátis, e é chamada de Relações Públicas.


Tente escrever sobre as coisas maravilhosas que faz em alguns jornais locais,
boletins de notícias comunitários (newsletters online), ou revistas profissionais.
Outra maneira para fazer isto é escrever um artigo sobre yoga para crianças ou
yoga para famílias ou sobre crianças e saúde / exercício etc. e tente que os
publiquem.

5. Claro, conseguir passar a palavra de boca-em-boca é uma ótima maneira


de promoção: dê aulas surpreendentes e seja simpático para todos -
lentamente será referenciado pelos alunos satisfeitos

6. Encontrar lugares para ensinar:


• Jardins de Infância
• Infantários
• Escolas
• Centros comunitários
• Centros de yoga
• Centros de saúde
• Ginásios
• Creches
• Clínicas e hospitais
• Clínicas Holística
• Acampamentos de verão
• Colónias de férias
• Livrarias ou bibliotecas para crianças
• Igrejas
• Lojas de brinquedos ou salões de beleza para crianças
• Spa’s
• Hotéis
• Festas de aniversário
• Aulas particulares
• Ou na sua própria casa ou centro

Telefonar e enviar emails para estes lugares é ótimo, mas se comparecer


pessoalmente, terá mais oportunidades de iniciar uma classe lá. Lembre-se da
regra da Primeira Impressão e vá bem vestido e com o seu material bem
organizado.

123
Quando escolher um local para dar aulas, tenha em consideração a
localização:

• Lembre-se que os pais não vão viajar para longe com seus filhos, por isso
tente escolher um local que esteja perto de bairros residenciais e de fácil
acesso
• Será mais fácil (e mais atraente) para os pais, se houver estacionamento fácil
e gratuito perto, e se não houverem muitas escadas para subir para chegar ao
prédio ou sala de aula
• Num lugar mais conhecido, será mais fácil promover as suas aulas

7. Dê algumas aulas gratuitas ou de preço reduzido - é a melhor maneira de


entrar. Também é uma boa maneira de acumular alguma experiência de ensino
e de mais pessoas o conhecerem, já que a maioria dos lugares não vai recusar
uma aula grátis. Às vezes precisa de dar uma centena de aulas de teste
gratuitas, até ter dez classes ativas, mas vale a pena.

Depois de ter algumas aulas estabelecidas, deverá considerar não dar mais
aulas de experimentação livre, optando por cobrar metade do preço. Muitas
pessoas gostam de ter aulas gratuitas no seu espaço só porque não custam
dinheiro não tendo qualquer intenção real de contratar alguém.

8. Obtenha tapetes de yoga, equipamentos de diversão, música, etc.

9. Estabeleça as regras das aulas:

• Defina o número mínimo de alunos com que a classe funcionará e o máximo


que pode ter no seu espaço - não mais de 15 alunos
• Defina regras para cancelamentos, aulas perdidas e políticas de
compensação
• Defina regras para inscrição antecipada - pode querer oferecer um preço mais
baixo para aqueles que se inscreverem no início a fim de incentivar a matrícula
antecipada

10. Divida as classes de acordo com as faixas etárias e defina um horário

11. Prepare formulários de inscrição, minutas de declarações de saúde e


termos de responsabilidade para os alunos.

12. Faça um seguro profissional para si mesmo.

13. Defina a sua situação fiscal junto das autoridades de modo a que possa
passar recibos e declarar as suas contas.

14. Defina o preço das suas aulas, tendo em consideração a sua localização
e ambiente socioeconómico - deve fazer alguma pesquisa de mercado antes
de definir o seu preço. Deve sempre incentivar os pais e as crianças a
comprometerem-se por um longo período de tempo, fazendo pagamentos

124
mensais, trimestrais ou até mesmo anuais, ficando muito mais barato do que
pagar aulas avulsas.

Nas creches, escolas, centros comunitários, escolas de yoga, etc.- é a


instituição que lhe paga em vez dos pais. Esses locais costumam fazer a maior
parte da propaganda para as aulas, mas se pretender que a classe seja
grande, tem sempre que fazer um esforço por si mesmo também:

• 55€ a 100€ por aula (de 45-60 minutos).


• Algumas instituições irão trabalhar consigo numa base percentual que será
normalmente de 30-40% do rendimento bruto para eles e 60-70% para si
• O custo para os pais deve ser de 45€ a 80€ por mês por uma criança ou 65€
a 100€ por mês para pai e filho
• Se os pais se comprometem por 3 meses ou 9 meses (ano letivo), o preço da
inscrição deve ser menor por mês (pré-pago)
• Uma segunda criança ou pai de uma mesma família pode pagar menos 50%
da taxa de inscrição

Num seu próprio espaço, os preços para uma classe de 30-60 minutos, podem
ser:
• Aula de experiência: Grátis ou 7€ a 16€
• Aula avulsa: 16€ a 34€
• Mensalidades: 55€ a 115€
• Trimestres: 135€ a 325€
• 1 ano letivo (9 meses): 350€ a 875€
• O acréscimo para aula de Yoga em Família pode ser entre 10% e 50%
• Uma segunda criança ou pai de uma mesma família pode pagar menos 50%
da taxa de inscrição.

Aulas privadas para crianças ou para família na casa da família ou na sua


casa:
• 67€ a 135€ para uma aula de 60 minutos

Festas de aniversário:
• 160€ a 607€ por uma aula de 45-90 minutos. Para festas de aniversário
também pode cooperar com um palhaço, um mágico, etc., ou leve pizza e
doces e surpresas e até pode cobrar mais por isso.

.
15. Depois de começarem as aulas, peça aos pais, às crianças e aos
professores para escreverem uma recomendação ou depoimento sobre as
suas aulas - será muito valioso para o futuro. Tire fotos durante as aulas, ou
peça aos pais para tirarem, mas certifique-se que tem autorização dos pais
antes de usar essas fotos no seu site ou em quaisquer outros materiais
publicitários.
.

16. Distribua folhas de contato nas aulas - o que irá ajudar a criar um
sentido de comunidade entre os alunos, o que por sua vez fará com que as
pessoas continuem a fazer os seus cursos e os recomendem .

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17. Tome em consideração as leis do Carma quando faz negócios, e faça
aos outros o que gostaria que fizessem a si.

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