Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Guiada pela temática feminista, Karina Buhr lança, Selvática, seu terceiro álbum de
carreira, totalmente autoral. O disco foi produzido e gravado por Bruno Buarque,
MAU, André Lima e Victor Rice, nos estúdios da YB em São Paulo, e conta com
colaborações dos músicos Edgard Scandurra, Fernando Catatau, Guizado e Manoel
Cordeiro, entre outros.
_______________________________________________________________________
Karina com as pernas de fora, Karina de cabelo amarelo, Karina enrolando o cabo do
microfone no pescoço, Karina se desconstruindo, dessacralizando o papel da mulher,
no palco ou fora dele. Isso de ser comportada e quietinha nunca foi a dela. Mulher não
pode cantar e bater tambor? Bora fazer uma banda só pra isso! Com o Comadre
Florzinha ela e mais uma turma de talentosas inquietas cantaram e batucaram não só
em Pernambuco, mas pelo mundo afora.
Não por acaso, Selvática vem da Bíblia. Justamente na passagem da serpente que
oferece o fruto proibido, do nascimento do tal pecado original, da culpa da mulher.
Que maldito pecado é esse? Essa mentira doente. Não é nada disso, alguém fez
confusão, já cantou Rita Lee. Karina canta o incômodo, canta o inconformismo com a
grande sacanagem que é a interpretação dessa passagem que leva mulheres à morte
muitas vezes. E não economiza no peso, os temas são fortes como é forte a levada, o
heavy metal, o punk rock que acompanha a mensagem. São 3 petardos no meio do
disco: PicNic, Esôfago e Cerca de Prédio. Essa última sobre a ocupação que destrói
nossas cidades em nome da ganância, isso sim, pecado!
Dragão abre o disco explicitando o recado. Essa moça tem estrada e sabe a que veio.
Mas não se deixe enganar, Eu sou um Monstro chama na chincha, não te deixa
escapar, seja homem ou mulher, tome tenência! Conta Gotas tem o lirismo de Chão de
Estrelas e a dor de Nassíria e Najaf. Vela e Navalha é linda, pura poesia em letra e
música, se é que me entendem...
A banda está afiadíssima. Pontiaguda, precisa, poderosa. Essa turma se formou lá nos
shows do primeiro disco, quando entraram as guitarras de Catatau e EdgardScandurra.
Com Guizado, Mau, Bruno Buarque, André Lima e Karina formam um timaço no palco
e nos estúdios. A sonoridade é única e inconfundível. Uma panela cheia de referências,
com sotaques diversos, pernambucano inclusive.Agora, vamos botar Selvática na
vitrola! Mastigue, engula, coma!Karina pós-punk, pós-tropicalista, pós-tudo-
enfrentando-leões. Doce e feroz. Karina Buhr é uma maravilha curativa! Caia de boca
no delicioso fruto que Selvática lhe oferece.
Contato:
Luan Granello
luan@maquina.art.br
www.karinabuhr.com.br