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qs =VOLUME 2 Chub nuGess Anténio Maximo Beatriz Alvarenga 7, GOVERNO DEMINAS is i editora scipione 4: FISICA VOLUME 2 ensine médio Anténio Maximo Ribeiro da Luz Professor Adjunto do Departamento de Fisica da Universidade Federal de Minas Gerais Beatriz Alvarenga Alvares Professora Emérita do Departamento de Fisica da Universidade Federal de Minas Gerais Bearaiz ALvareNca € ANTONIO Micaao sio autores da colegio Fisica, em dois volumes, editada pela Oxford University Press em lingua espanhola, e do Fisica — volume tinico, editado pela Scipione. ilustragdes de Rubens Villaga, Paulo Cézar Pereira, Artur Kenji Ogawa ¢ Anténio Robson ‘Sao Paulo, 2006 1. edigao editora scipione ae Ao estudante A. preparar este texto, uma de nossas preocupacées foi tornar © seu curso de Fisica interessante e agradavel, tentando evitar que vocé © considere apenas como mais uma de suas obrigagdes escolares. Julgamos que ele poderd entusiasmar tanto aos jovens que pretendam continuar seus estudos em uma carreira ligada as ciéncias exatas, como Aqueles que provavelmente ndo mais tero outro contato com o estudo da Fisica. © conhecimento das leis ¢ fenémenos fisicos constitui um complemento indispensavel 4 formacao cultural do homem moderno, nao s6 em virtude do grande desenvolvimento cientifico e tecnolégico do mundo atual, como também porque o mundo da Fisica nos rodeia por completo, De fato, a Fisica est totalmente envolvida em nossa vida didria: esté em nossa casa, no Snibus, no elevador, no cinema,no campo de futebol etc, Assim, com a orientago de seu professor, lendo com atengio os textos de cada capitulo, discutindo com seus colegas e procurando realizar as atividades sugeridas, esperamos que, ao final deste curso, vocé tenha conseguido compreender as leis fundamentais da Fisica, percebendo que elas representam modelos que procuram traduzir a harmonia e a organizacao presentes na natureza. Esta visio, possivel- mente, fard crescer dentro de vocé o amor e © respeito pelas coisas € fatos do mundo em que viverios. Ao mesmo tempo, entre seus senti- mentos passaré a figurar, por certo, a admiracio aos grandes cientistas que, através de arduos esforcos, conseguiram edificar este importante ramo do conhecimento humano. Como usar esta obra de Fisica Desenvolvemos os textos e as diversas atividades que compéem este livro tendo sempre em mente a produgio de um trabalho que se constitua um auxilio real a seus estudos e a sua aprendizagem. Esperando que este propésito possa ser concretizado, apresentamos, a seguir, algumas orientagdes que, acreditamos, o levardo a conhecer melhor o seu livro e, conseqiientemente, a usé-lo com o maximo pro- veito: > Inicie sempre 0 estudo de um determinado assunto com a leitura da sec¢ao que 0 aborda.A linguagem simples e a divisio do texto em pequenos blocos, com titulos indicativos de seu contetido, facilitam ‘esta tarefa, Procure compreender o tépico exposto e,se houver divida, discuta-a com 0 professor e com seus colegas. Nio tente apenas memorizar eventuais formulas ali presentes, pois a formula isolada pouco ou nada representa do conhecimento que ela sintetiza. A lei- tura e a compreensio do texto sio passos indispensdveis a constru- ao deste conhecimento. > Depois de terminar a leitura de cada. ‘seccio, passe 4'solugao dos Exer cicios de Fixagao apresentados logo apés cada uma delas. Esses exerci- ios sero, geralmente, resolvidos com certa facilidade, colaborando para sedimentar 0 conhecimento em estudo e para incentivé-lo a pros- seguir em outras atividades. Nao passe para a seco seguinte nem tente resolver problemas mais sofisticados,antes de responder a todos os Exercicios de Fixacdo. Seu raciocinio nfo pode dar saltos muito grandes e estes exercicios foram propostos exatamente para vocé ir construindo seus conhecimentos passo a passo. > OTépico Especial, como indica o seu subtitulo, para vocé aprender um pouco mais, foi desenvolyido como uma extensio aos conhecimentos ali abordados. Usando uma linguagem simples e um tratamento qua- tivo da matéria, com quase nenhum apelo 4 matemdtica, esse tex- to ora apresenta aspectos histéricos do assunto, ora uma visio mais moderna dos conceitos e leis a ele relacionados ou, ainda, suas aplica- ‘gOes tecnolégicas interessantes e atuais. Estamos convictos de que voc8 ird apreciar a leitura de um desses Tépicos Especiais e esteja certo de que a Fisica neles contida é de tao boa qualidade quanto a do restante do capitulo. > A Revisio, que aparece no final de cada capitulo, é uma espécie de ‘estudo dirigido, proposto para que vocé obtenha uma visio global do assunto,apés ter estudado cada seccao separadamente. Ao completar essa atividade, vocé tera em maos um resumo deste capitulo, ao qual poder recorrer quando desejar recapitulé-lo rapidamente. > Outra atividade importante para facilitar a compreensio e a aprendi- zagem dos temas apresentados em um capitulo so as Experiéncias propostas no final de cada um. Escolhemos experiéncias bem simples, que, em geral, requerem material disponivel em sua prépria residén- cia, possibilitando, assim, sua realizagao como tarefa para casa. Nao deixe de fazer essas experiéncias e levé-las a escola para serem discu- tidas com seu professor e seus colegas. Temos certeza de que essas atividades Ihe darao muitos momentos de prazer e Ihe permitirao uma visio mais clara e concreta dos fenémenos em estudo. > Os problemas, comumente usados nos cursos de Fisica para que os estudantes testem e apliquem seus conhecimentos, sio apresentados ‘em trés séries em nosso texto: Problemas e Testes, Questées de Vestibular e Problemas Suplementares. Sendo muito grande o numero total desses problemas, vocé, provavel mente, nao tera tempo para resolver todos eles. Peca, entao, para seu professor selecionar aqueles que forem mais significativos para seu curso e para o seu préprio contexto, Procurando solugdes para eles, vocé estar subindo mais alguns degraus em sua formacio cientifica. Sumario 4~ Leis de conservagio 9. Conservacao da quantidade de movimento, — 9.1 mpulso e quantidade de movimento. 9.2. Quantidade de movimento de um sistema de particulas. 9.3. Conservagio da quantidade de movimento, 9.4. Forcas impulsivas e colisdes 9.5. A descoberta do néutron. Rete - ‘Algumas Experiéncios Simples ee 35 Problemas eTestes 8G Problemas Suplementares = 40 Unidade 5 - Temperatura - Dilatagao - Gases _ a 10.Temperatura e dilatagio “4 10.1 Temperatura — escalas termométricas. ae 45 10.2, Dilatagio dos sélidos — mee a) 103. Dilatagio dos liquidos—_ Se 10.4.Termémetros e escalas — breve histérico 59 Pai ae ‘Algumas Experiéncias Simples__ Sehr sae 66 Problemas e Testes SS Problemas Suplementares Ee 6 11. Comportamento dos gases Sep eee en aS eeeaee 7) 11.1 Transformagio isotérmicea 8 11.2.Transformagao isobiricea —_ 3 a pits aye: 11.3.Lei de Avogadro a 11.4, Equagio de estado de um gis ideal 82 11.5. Modelo molecular de um gis 2 ee 11.6. A evolucio do modelo molecular da matéria_90 Reviso 94 ‘Algumas Experiéncias Simples Ba 95 Prablanide’sTescest itso Fas mete ith raid mt ines oh uh gy Problemas Suplementares 100 Unless e'= (cater ttt 12. Primeira lei da Termodinamica 12.1. 0 ealor como energia 12.2.Transferéncia de calor se 123, Capacidade térmica e calor espectico. 124.Trabalho em uma variagfo de volume 125. A primeira lei da Termodin&mica —____ 12.6, Aplicagées da primeira lei da Termodiné 12.7. Méquinas térmicas ~ a segunda lei da Termodinamica 126 Revisdo_ 131 ‘Algumas Experiéncios Simples ee, Problemos eTestes Apéndice Cl Transferéncia de calor — estudo quantitative ___138 C.2.Miquinas térmicas ~ informagées adicionais —__145 Problemas Suplementares—__ 155 Mudangas de fase sg 13.1, Sidos, iquidos e gases 161 13.2, Fusto e solidificagdo tg 13.3.Vaporizagio e condensaggo———____170 134. Influgneia da pressio 174 13.5. Sublimagio ~ diagrama de fases—____i78 13.6. Comportamento de um gis real —_______________180 finite 184 ‘Algumos Experiéncias Simplest Problemas eTestes gg Problermas Suplementares 8g Unidade 7 - Otica e ondas__—_ 14, Reflexao da luz 192 14.1 Introdugdo—__ 19) 142. Reflexao da luz Sa 19B 143. Espelho plano 201 144. Espelhos esféricos 05 14.5. Imagem de um objeto extenso. au 146, A equacio dos espelhos esféricos ee (4 147. A velocidade dae Revisio eS ‘Algumas Experiéncis Simples_______________as Problems e Testes ess 7 28 Problemas Suplementares 15, Refragao da luz So _235 15.1, Refragio da bux —__ e337; 15.2, Alguns fenémenos relacionados com a refragio_____245 15.3, Dispersio da luz 0 154, Lentes esféricas _ 254 15.5, Formagio de imagens nas lentes 261 15.6. Instrumentos éticos 15.7. As idéias de Newton sobre a natureza da luz e as cores dos corpos___ 269 Reviséo Se ‘Algumas Experiéncias Simples - 275 Problemos e Testes — gee aoe, Problemas Suplementares i er 16. Movimento ondulatério. ts 16.1, Movimento harménico simples—__________87 16.2. Ondas em uma corda———— 16.3. Ondas na superficie de um Hquido 164, Difragao. a 165. Interferéncia___ = 307 16.6.Incerferéncia comaluz 89 16.7. Ondas sonoras 314 16.8.0 efeito Doppler Revisdo a TF Algumas Experiéncias Simples =a Problemos e Testes 8g Apéndice 336 DLL. As equagdes do movimento harménico simples __336 D2. Cordas vibrantes e tubos sonoros. 341 D3. As equagdes do efeito Doppler 8 Problemas Suplementares 351 Questées de Vestibular 88 Respostas dos Exercicos. 377 Valores das FungéesTrigonométrias 8B Constantes Fiscas 399 Biblogrfa indicada pore os alunos 399 See VOLUME 1 Unidade 1 - Introdugéo 1. Algarismos significativos Unidade 2 - Cinematica 2. Movimento retilineo 3.Vetores ~ Movimento curvilineo Unidade 3 - Leis de Newton 4. Primeira e terceira leis de Newton Apéndice 5. Segunda lei de Newton Apandice 6. Gravitacio Universal 7.Hidrostatica Unidade 4 - Leis de conservasao 8. Conservagio da energia -Questoes de Vestibular Respostas, Volores das Funcées Trigonométricas CConstantes Fsicos VOLUME 3 Unidade 8 - Campo e potencial elétrico 17. Carga elétrica 18. Campo elétrico 19. Potencial elétrico Unidade 9 = Circuitos elétricos de corrente continua 20. Corrente elétrica 21. Forga eletromotriz ~ Equacao do circuito Unidade 10 ~ Eletromagnetismo 22, 0 campo magnético ~ I parte 23.0 campo magnético ~ 2° parte Apéndice ELA lei de BiotSavart 24, Indugdo eletromagnética — Ondas eletromagnéticas 25. A nova Fisica ‘Quests de Vestibular Respostas Velores das Fungées Trigonométricos ConstantesFisicas a Censerva¢gao da quantidade de movimento (Consarvagie da quantidads de movimento. — No capitulo anterior, estudamos a lei de Conservagio da Energia e destacamos a sua importincia no ‘campo da Fisica e a facilidade que seu uso proporciona nas solugées de intimeros problemas. Entretanto, existem outras leis de conservagio na natureza, isto & existem outras grandezas, além da ‘energia, que também se conservam, em determinadas circunstancias. ‘Uma destas leis, a Conservagio da Quantidade de Movimento, sera analisada neste capitulo. O conceito de impulso ¢ sua relagio com a quantidade de movimento constituem o ponto de partida para chegarmos a essa lei de conservagio. Por isso, iniciaremos o capitulo introduzindo estes conceitos. 9. impulso e quantidade de movimento © QUE E IMPULsSO Quando um jogador de futebol cobra uma penalidade ow quando um tenista, usando a sua raquete, rebate a bola, em ambos 68 casos temos uma forca atuando durante um curto intervalo de tempo sobre a bola, 0 que faz. com que ela seja impulsionada. De um modo geral, sempre que uma forga atuar em um corpo durante um certo intervalo de tempo, diremos que 0 corpo recebeu ‘um impulso, Para caso de uma forga F constante, atuando durante um intervalo de tempo Af (fig. 9-1), define-se o impulso I’, exercido pela forga, através da expressio T=F-at Observe que Fé um vetor que tem a mesma diregio € o mesmo sentido de F, como mostra a fig. 9-1. Pela expressio T= F - At, vemos que, no Sistema Internacional (S.L) a unidade de impulso é Ns QUANTIDADE DE MOVIMENTO. A fig. 9-2 mostra um corpo de massa m movendo-se com uma velocidade 7. Uma grandeza muito importante, relacionada com 0 movimento do corpo, é a sua quantidade de movimento, Esta grandeza, que também costuma ser denominada momento linear do corpo, ¢ que vamos representar pela letra 7, é definida da seguinte maneira: A forga, etuande rpe, exerce nele um impulse. A quantidade de movimento (ou momento linear), G, de um corpo de massa m, que se move com uma velocidade @, é definida pela expresso: G=mi (ig. 9-2) . - ‘Umo,particula de A quantidade de movimento é uma grandeza vetorial, de mesma diregio € massa m, com velocidade mesmo sentido do vetor #, como mostra a fig. 9-2. Vemos pela definigéo que, no, postui uma quantidade S.L.,a unidade de quantidade de movimento € 1 kg m/s. de movimento §= ni as = - — RELAGAO ENTRE IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO Consideremos um corpo, de massa m, movendo-se com. uma velocidade 3,. Se uma forga F, constante, atuar no corpo durante um intervalo de tempo Ar, observaremos que sua velocidade sofreré uma variagao, passando a ser 3, no final deste intervalo (fig. 9-3). Supondo que F seja a resultante das forgas que atuam no corpo, a 2 lei de Newton nos permite escrever que a % Fig.9.3: Oimputiode uma forcasobreo corpo prover coumaveriagdoem sua quantidede de movimento. femt onded representa a acelerago adquirida pelo corpo. Mas sabemos que d = A8/At. Logo: a0 ; =mx, donde F-Ar=mAs. Como a variagio da velocidade é 49 =0, 2, temos: B-At=m(9,-3,) ou P-At=md, -md,. ‘Observemos, entretanto, que: At representa o impulso J que 0 corpo recebeu; mi, representa a quantidade de movimento do corpo, 7, no fim do intervalo As = nti, representa a quantidade de movimento do corpo, fim At. Assim: jo do intervalo T=9,-q ov T= Ag. Portanto, chegamos a conclusio de que o impulso recebido pelo corpo é igual & vatiagZo de sua quantidade de movimento. Apesar de ter sido demons- trado para 0 caso de uma forga constante, este resultado é geral, isto é,"em qualquer situagio podemos afirmar que: o impulso, I, exercido pela resultante das forgas que atuam sobre um corpo, durante um certo intervalo de tempo, é igual a variagao da quantidade de movimento, . Aj, ocorrida naquele intervalo de tempo, isto é: T=4g ou 1=9%,-4 Observe que esta relagio entre o impulso e a variagio da quantidade de movimento é semelhante & relagio entre o trabalho € a variagio da energia cinética (Ty =E,~B,), que vimos no capitulo anterior. Consarvagsa da quantidade do movimento Exemplo 1. A resultante das forgas que atuam no corpo da fig. 9:3 vale F = 4,0 N e atua durante ‘um intervalo de tempo At= 6,0 s. 8) Qual é 0 impulso recebido pelo corpo? (© valor do impuiso 6 dado por: At=4,0%6,0 donde A direcdo e 0 sentido de so os mesmos da forga F. ') Sea quantidade de movimento inicial do corpo era q, = 16 kg - mvs, qual seré o seu valor No final do intervalo de tempo considerado? ‘Sabemos que a variagao da quantidade de movimento do corpo é igual ao impulso que ele recebeu, isto é, 4 Nos ‘Aq=! donde Aq=24kg- ms. Mes ag=a,-G, donde =, + Ad. ‘Como a partioula se desloca em linha reta (i. 9-3), 0s vetores Gd, € Ad tém a mesma di- reco. Entéo, teremos: %=0,+A9=16 +24 donde 4, =40 kg: ms. Exemplo 2 ‘Uma bola de ténis, de massa m = 100 ge velocidade v, = 10 mis, 6 rebatida por um jogador, etomando com uma velocidade f de mesmo valor e dirego que f, porém de senti- do contrério, 2) Qual fol a variagdo da quantidade de movimento da bola? ‘No instante em que a bola atinge a raquete, o valor de sua quantidade de movimento & G=Mv,=0,100%x10 donde q,=1,0kg-m’s. ‘No instante em que ela abandona a raquete, sua quantidade de movimento vale G=Mv,=0,100x10 donde q,=1,0kg- ms. 0s vetores q, ¢ G, tém a mesma diregdo € sentidos contrérios. Portanto, a quantidade de ‘movimento da bola variou de 1,0 kg «m/s em um sentido para 4,0 kg - m/s em sentido con- tréri. Quando Isto ocore, deveros atrbuir sinais @ estes valores, considerando, por exem- lo, 0 sentido iniclal do movimento como negativo e o sentido contrério como postva, Nes- tas condigées, a quantidade de movimento variou de -2,0 kg mis para +1,0 kg mis, isto 6, a varlagéo da quantidade de movimento da bola Aq=q,~4,=1,0-(-4,0) donde Aq= 2,0 kg: m/s ') Supondo que o tempo de contato da bola com a raquete foi de At = 0,01 s, qual foi o va- lor da forca (suposta constante) que a raquete exerceu sobre a bola? imputsoT =F -At que a raquete exerceu na bola é igual a Aq, isto 6, = =. 20. Feat=aq donde Fa Sta 2 0x10 N Antes de passar ao estudo da préxima secgao, responda as questdes seguintes, consultando 0 texto sempre que julgar necessario. 0 bloco mostrado na figura deste exercicio esta se desiocando, em movimento retilineo, sob a ago de uma forga resultante F = 5,0 N. A forga F atua desde o instante t, =2,0 s até o instante ,=6,0s. ‘@) Qual é 0 valor do impuiso, 7, produzido pela for- a sobre o bioco? ') Desenhe, em uma cépla da figura, o veto ©) Desenhe, tarbém, a variagdo da quantidade de movimento Ag que este impulso provocou no Suponha, no exercicio anterior, que 0 valor da quantidace de movimento do bloco, no instante ty, fosse q, = 10 kg mvs 2) Desenhe, na cipia da figura, o vetor ) Lembrando-se de sua resposta a questao (c) do exerccio anterior, determine o valor de G,- ¢) Desenhe, também, o veto Uma particula de massa m = 200 g descreve uma traetériaretlinea sob a agio de uma tnica forga, que permanece constante. Observa-se que a pati cule passa de uma velocidade inicial v, = 3,0 ms para uma velocidade final v, = 8,0 ms, em um in- tervalo de tempo At =4,0s. ) Quais s80 06 valores das quantidades de mov mento iii (9) final (q,) da patcula? ') Qual & 0 valor do impulso recebido pela part- ula? ©) Qual 6 0 valor da forga que atua na particule? Considere um corpo que esté se deslocando em ‘movimento retiineo uniforme. a) A quantidade de movimento deste corpo esté variando? Expique. 'b) Tendo em vista a resposta da questéo (a), 0 que vyocé conclul sobre o impulso que atua no ‘corpo? ©) Entao, qual é o valor da resultante das forcas aplicadas no corpo? ‘uma paricula descreve, com velocidade de ‘médulo constante (v, = v,), a trajetéria curva mos- ‘vada na figura deste exercicio. 2) Desenhe, em uma cépia da figura, 0s vetores G, @, que representam as quantidades de mov ‘mento da partcula nas posigoes (1) e (2). ) A quantidade de movimento da particula esté variando? Expliqu ‘) Tendo em vsta a resposta da questao (b), pode- ‘mos coneluir que existe um impulso na par- ticula? 9.2. Quantidade:de:movimento de - unrsistemade particulas QUANTIDADE DE MOVIMENTO TOTAL A fig. 9-4 representa um sistema de particulas de massas m, m3, ™y, €tc., a8 quais estio se movendo com velocidades 3,, 0,, J,, etc. As quantidades de movimento de cada particula serio f, Dy Tr= MD Js= MDs ete A quantidade de movimento do sistema, ou seja, a sua quantidade de mavimento tal, Q seré obtida pela soma vetorial das quantidades de movimento das particulas do sistema, isto 6, 0 éa resultante das quantidades de movimento g,, J, Gy ete. Portanto, temos é Desta maneira, para obter @ vocé deverd usar os conhe- cimentos sobre adigio de vetores, que analisamos no capitulo 3. Titd.thy+.0uG=y Exemplo Em uma mesa de sinuca, trés bolas, cada uma com 0,50 kg de ‘massa, esto em movimento com velocidades ¢, Ve ¥, mostradas na fig, 9-5-a, Sabendo-se que, em um dado instante, v,= 2,0 mvs, vy = 1,0 ms e v= 2,0 mvs, determine a quantidade de movimento total do sistema Cconstituido por estas bolas neste instante. O valor da quantidade de movimento de cada bole é: .50%2,0 donde 4, = 1.0 kg mvs; ,50x2,0 donde 4, =0,50 ke: ms; ,50%2,0 donde 4,= 4,0 kg- mi. 0s vetoes G, d, © Gi estdo representados no dagrama da fg, 9-5-b. 0s vetores @, @ @, tém a'mesma diregao e sentos contrarios. Entao, sva resuitante, @ = g, + @;, tem um médulo igual a cferenca entre os méduos de G, © @,, Isto 6, 6 vetor@” mostrado na fig. 9-5-b tem médulo 4 =0,50 Kg. mi. A quantidade de moviento total, 6, seré dada pela resutante de ’€ ,, Como estes vetores séo perpenciculares entre si, podemos escrever: Q= (GF + 1g) = (0,50 + (1,0)? donde Q= 4,1 kg- mis. A direcdo € 0 sentido de @ estdo mostrados na fig. 9-6-b. FORGAS INTERNAS E EXTERNAS As forgas que atuam em um sistema de particulas podem ser classificadas em forgas internas e forgas externas. Se uma particula do sistema exercer uma forca ém outra particula que também pertenca ao sistema, esta forga ser uma forca interna. Por outro Jado, se a forga que atua em uma particula do sistema for exercida por um agente que nio pertenga ao sistema, ela sera sama forga externa. Por exemplo, suponha que tenhamos escolhido um sistema de particulas constituido pelas bolas branca e preta em uma mesa de sinuea. Dando-se uma tacada na bola branea, estaré atuando, no sistema, uma forga externa. Se a bola branca colidir com a bola preta, as forgas que uma exerce na outra serio forcas internas. Se a bola branca tivesse colidido com a bola amarela, a forga que ela receberia da bola amarela seria uma forga externa, pois o sistema é constituido apenas pelas bolas branca e preta Fig. 9-4: A quontidode de movimento total dde'um sistema de particulas & igucl & resule tante das quontidades de movimento de cade particule. Representacdo esquemética. a Fig. 9-5: Para o exemplo do item 9.2. is Fig. 9:6: As forcas inter nas, de ogo reaeso, pro- vocam impulsos de mesmo ‘médulo mas de sentidos ccontrérlos. Representacdo exquemétice. Entretanto, se uma outra pessoa tivesse escolhido, como seu sistema, todas as bolas existentes sobre a mesa, as forgas entre as bolas branca e amarela seriam internas a este sistema. Mas a forga exercida pelo taco sobre qualquer uma das bolas ainda seria uma forga externa. FORGAS INTERNAS NAO PROVOCAM VARIACAO EM @ Consideremos um sistema no qual uma particula A exerce uma forga sobre outra particula B também do sistema (Gg. 9-6). Pela 3 lei de Newton, sabemos que a particula B reage sobre A com uma forga igual ¢ contriria. Estas forgas, como vimos, slo forgas internas 20. sistema. Em virnide desta interagio, a particula A recebe um impulso 1, ¢ B recebe um impulso , Uma vez que as forgas que provocam estes impulsos sio iguais ¢ contrérias ¢ atuam durante o mesmo intervalo de tempo, concluimos que Sejam Aj, © Aj, as variagdes nas quantidades de movimento de A e B, provocadas por estes impulsos. Pelo que vimos na seccio 9.1, podemos escrever Logo: Assim, sempre que atuarem forgas internas, elas provocario variagbes iguais ¢ contrérias nas quantidades de movimento das particulas do sistema, Como conseqiiéncia deste resultado, as forgas internas no provocam variagio na quantidade de movimento total, Q, do sistema. De fato, como . DATs +Gs+- se uma forga interna provocar uma variagdo em j,, por exemplo, forgosamente havera uma variagdo igual e contréria na quantidade de movimento de outra particula (7, por_exemplo). Estas variagdes se anulario e a quantidade de movimento total, Q, permanecerd invariavel. seguinte conclusio: ~ Chegamos, assim, [As forcas internas podem provocar variacoes nas quantidades de movimento de cada particula de um sistema, mas nao provocam variagio na quantidade de movimento total do sistema. de fac © @xel’Cicios de fiXAga0 Exel “Ci clos Antes de passar ao estudo da préxima secgao, responda as questées seguintes, consultando 0 texto sempre que julgar necessario. 6. Considere um sistema constitudo por um automé- vel, de massa m, = 8,010" kg e um caminho, de massa m, = 2,0 x10" kg, Determine o médulo a quantidade de movimento total, @, do sistema, ‘em cada um dos seguintes casos: 2) caminhdo esté em repouso € 0 carro, se deslocando com uma velocidade de 10 mis. ) 0 caminho eo carro se desiocam, na mesma diregdo e no mesmo sentido, ambos a 20 ms. 0 caminhao € 0 carro se desiocam, ambos a 20 m/s, na mesma direcdo, mas em sentidos contrrios, 7. Sobre uma mesa horizontal encontram-se trés es- eras de ago, A, Be C, cas massas S80 m,= 2,0 ke, 1m, = 0,50 kg @ m.= 2,0 kg, Em um dado instante, estas esferas possuem as velocidades mostradas, na figura deste exerccio, Neste instante: a) Calcule 0s valores das quentidades de movimento dj, da, € de de cada esfera. Desenhe estes vetores em uma odpia da figura. ) Qual é0 médulo, @ diregéo e o sentido da quan- tidade de movimento do sistema constituido pelas esferas Ae 8? ©) Determine, em médulo, diregdo e sentido, @ quantidade de movimento total @ do sistema Constituido pelas trés esteras. Exercielo 7. 8. Considere o sistema consttuido pela Terra e pela Lua. Diga se cada uma das forgas seguintes & uma ‘orga intema ou extema a este sistema. de movimento 2) Forga da Terra sobre @ Lua. ) Forga do Sol sobre a Terra. ©) Forga do Sol sobre a Lua. 4) Forga da Lua sobre a Terra. 1. Uma pessoa empurra um carrinho com uma forca F, come mostra a gira deste exerci. No interior co cari este um pacote que comme seu fundo em uma fora Seam F a orga de reac8o do fun- do do carro sobre o pacote e F, as forcas de attto do cdo sobre suas rodas. Corded 0 sista cons- ‘tituido pelo carrinho € 0 pacote, responda: 2) Quais cestas forga so intomas? ) Quais cessas forges so externas? Exercilo 9. .. No exercicio 7, suponha que as esferas A, Be C ‘estejam igadas umas as outras por meio de lést- 0s esticados, que exercem forgas sobre elas. Con- sidere 0 sistema consttuido pelas esferas (@ ‘lésticos) e suponha que nenhuma outa forga e5- tea atuando neste sistema. 2) As forgas exeredas pelos eldsticos sobre as es- feras séo intemas ou externas? ») As quantidades de movimento G,, dy € de est8o variando? Expique. _ ©) Aquantidade de movimento total 6 do sistema std variando? Explique. 9.3. Conservagao da quantidade Como vimos, as forgas internas nfo provocam variagio na quantidade de movimento total, Q, de um sistema. Portanto, qualquer variagio em @ s6 poderi ser causada por forgas externas. Assim, se nao atuarem forcas externas em um

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