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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS


FACULDADES INTEGRADAS DOS CAMPOS GERAIS
COLEGIADO DO CURSO DE NUTRIÇÃO

MANUAL DE ATENDIMENTO
AMBULATORIAL
CLÍNICA DE NUTRIÇÃO

PONTA GROSSA - PR
2014
2

PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINSTRATIVO

ANTÔNIO CARLOS SHAFRANSKI


ANDRÉ MANFROI TOLEDO

Coordenação Geral de Gestão Acadêmica

Bernadete Aparecida Silveira

Jaime Alberti Gomes

Jaqueline de Morais Costa

Professores da Clínica de Nutrição

Coordenador do Curso de Nutrição: Lorene S. Yassin

Coordenador da Clínica de Nutrição: Mariana C. Tsuneto


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Curso de Nutrição - Atendimento Clínico – Ambulatorial

ÍNDICE

Rotinas de Atendimento Na Clínica..............................................................06

Exame Físico...................................................................................................11

Adulto...............................................................................................................14

Orientações Gerais para pacientes em uso de sonda.................................23

Padronização de porções para adultos e lista de substitutos....................25

Ingestão de Água e fibras...............................................................................27

Idoso.................................................................................................................28

Gestante...........................................................................................................29

Lactante...........................................................................................................34

Criança.............................................................................................................35

Adolescente.....................................................................................................41

Desportista.......................................................................................................45

Protocolo de atendimento nutricional ao obeso..........................................47

Cirurgia Bariátrica............................................................................................49

Fichas de Anamnese nutricional....................................................................61

Monitoria ..........................................................................................................77
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Curso de Nutrição - Atendimento Clínico – Ambulatorial


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ROTINAS DO ATENDIMENTO NA CLÍNICA

 População Atendida: Gestantes, crianças, adolescentes, adultos, idosos,


candidatos para cirurgia bariátrica e desportistas.
 Faixa Etária: Todas as idades
 Horário de atendimento: 7h00min às 12h00min ou 14:00 às 18:00 horas
ou 18:40 às 22:00 horas
 Acadêmicos de quais períodos: 5º, 6º, 7º e 8º período.
 Disciplinas envolvidas: Nutrição e dietética I e II, nutrição funcional,
nutrição esportiva, dietoterapia I e II, educação nutricional, avaliação
nutricional e dietoterapia infantil.

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O PACIENTE

- Os pacientes deverão apresentar-se na Clínica de Nutrição no horário


agendado.
- Paciente com 15 minutos de atraso, caso outro paciente tenha sido atendido
no seu lugar o mesmo deve esperar.
- O paciente deverá aguardar seu atendimento na sala de espera.
- O paciente deverá avisar a recepção através telefone 3219-8000 / 3901-1900,
quando precisar faltar ou chegar atrasado ao atendimento ou mudança de seu
telefone para contato.
- Somente poderá ter um acompanhante na sala de atendimento.
- O atendimento sempre será realizado por um acadêmico de nutrição com
supervisão do professor de campo.

OBS.: Se o paciente se sentir lesado ou diante de qualquer dúvida com


relação ao seu atendimento, procurar o professor supervisor de estágio
presente para esclarecimentos.
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ORIENTAÇÕES PARA O ACADÊMICO

- Chegar à clínica de nutrição no horário estabelecido pelo professor.


- Usar jaleco limpo e em boas condições.
- Manter o controle de pacientes (saber quando o seu paciente tem retorno) –
para não agendar 2 pacientes no mesmo horário.
- Manter a organização dos materiais da clínica.
- Quem pegar um material que estiver acabando avisar o professor.
- Não levar nenhum material da clínica sem autorização do professor.
- Manter as salas de atendimento organizadas, cadeiras no lugar e não deixar
lixo nas mesas.
- Simpatia e respeito com os pacientes, colegas e professor.
- Fazer silêncio na cabine de atendimento e na clínica.
- Após agendar retorno do paciente na agenda da clínica também anotar no
cartão do paciente ou no cardápio, para que ele não esqueça o dia da
reconsulta.
- Trazer caneta, lápis, calculadora, jaleco e tudo o que for necessário para
atendimento nutricional, material individualizado de acordo com o plano do
paciente.
- Preencher corretamente, com todas as perguntas a ficha de anamnese e
retorno paciente.
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ROTINA DE ATENDIMENTO NA CLÍNICA NUTRIÇÃO CESCAGE

1º CONSULTA: (40 minutos)

- Verificar na agenda da clínica se o paciente é 1º consulta número 25 se for


retorno número 26.
- Montar um prontuário para o paciente com a ficha da evolução nutricional e
ficha de primeira consulta (anamnese).
- Chamar o paciente previamente agendado.
- Apresentar-se, dizendo seu nome e que é acadêmico de nutrição.
- Levar o paciente até a sala para atendimento.
- Explicar ao paciente como é o funcionamento do atendimento da Nutrição na
Clínica CESCAGE (página 1).
- Realizar a ficha de anamnese alimentar completa.
- Conduzir o paciente à sala de avaliação nutricional e realizar as medidas
antropométricas e exame físico pertinentes à faixa etária, explicando ao
paciente o que será realizado.
- Realizar os cálculos antropométricos, diagnosticar o estado nutricional e
informá-lo.

- Solicitação de Exames bioquímicos pertinentes (caso precise):


 Hemograma completo;
 Lipidograma completo;
 Glicemia de jejum e hemoglobina glicada.
 TSH, T3 Livre e T4 Livre.

- Ao acabar a anamnese, pedir para o paciente aguardar no consultório e


ir até o supervisor para discutir o caso com o prontuário completo;

- Anotar todas as condutas por escrito para o paciente, com letra legível e
sequência lógica.
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- Voltar ao paciente e tomar as condutas necessárias, de acordo com a


discussão prévia com o supervisor;
-- Montar o cardápio na ficha do plano alimentar individualizada com o paciente
(de acordo com a patologia)
- Verificar com o professor se é dia do paciente pagar a consulta.
- Agendar o retorno conforme previamente discutido com o supervisor e de
acordo com as possibilidades da agenda.
- Anotar na agenda da clínica dos pacientes de o NOME COMPLETO, IDADE
E TELEFONE PARA CONTATO e no cartão do paciente OU cardápio (à
caneta);
- Acompanhar o paciente até a porta de saída.
- FAZER O SOAP do paciente e mostrar para o professor.
- Guardar a anamnese e a ficha de evolução no envelope do paciente, anotar o
nome do paciente no envelope e guardar no arquivo corretamente.

OBS: Cada aluno deverá ter uma ficha individual onde anotará nome do
paciente, quantas vezes o acadêmico atendeu o paciente, peso inicial e
final, circunferência abdominal inicial e fina.

OBS: Se for paciente pré-cirurgia bariátrica Ou atletas Ou crianças e


adolescentes as fichas de anamnese são diferentes.
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RETORNO: ( 30minutos)

- Pegar o prontuário do paciente no arquivo.


- Ler o prontuário do paciente antes de chamá-lo, observando as condutas já
tomadas, quadro clínico e diagnóstico nutricional.
- Discutir com o professor-supervisor antes de chamar o paciente.
- Chamar o paciente previamente agendado.
- Apresentar-se, dizendo seu nome e que é acadêmico de nutrição, caso nunca
tenha atendido o paciente.
- Sempre atender o mesmo paciente (Só mudar caso pedido pelo
professor);
- Não fazer permuta de horários com os pacientes sem solicitar ao
supervisor.
- Pegar a FICHA DE EVOLUÇÃO CLÍNICA e RETORNO.
- Levar o paciente até o consultório para o atendimento.
- Deixar o paciente relatar as mudanças na alimentação (Conduzir sem
Induzir).
- ANOTAR MUDANÇAS.
- Realizar a avaliação antropométrica condizente com o caso (pregas 1x mês;
circunferências e peso em todas as consultas).
- Realizar o exame físico.
- Realizar os cálculos antropométricos e comparar mudanças.
- Rever se as condutas propostas foram seguidas.
- Não orientar o paciente antes de discutir com o supervisor.
- Pedir para o paciente aguardar no consultório e ir até o supervisor para
discutir o caso e as condutas.
- Anotar todas as condutas por escrito para o paciente e colocá-las na ficha,
com letra legível e sequência lógica.
- Voltar ao paciente e tomar a conduta necessária, de acordo com a discussão
prévia com o supervisor.
- Agendar o retorno NA AGENDA E CARTÃO DO PACIENTE conforme
previamente discutido com o supervisor ou de acordo com as possibilidades do
paciente e agenda.
- Acompanhar o paciente até a porta de saída
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EXEMPLO DO PREENCHIMENTO DA FICHA DE EVOLUÇÃO:

- Colocar a data
- Colocar o PIC: Período inter consulta – tempo da última consulta até hoje
- Avaliar a evolução nutricional – se houve perda de peso ou não e o que está
envolvido neste contexto.
- Avaliar as intercorrências que houve no período, relativo ou não à nutrição.
- Anotar o que foi observado no exame físico.
- Questionar se está ou não em uso de medicamentos.
- Verificar se trouxe exames bioquímicos – anotar na ficha de evolução
nutricional.
- Deixar o paciente relatar suas mudanças na alimentação, podendo perguntar:
o que mudou na alimentação da última consulta até hoje?
- Realizar um dia alimentar habitual ou recordatório de 24h.
- Anotar a conduta na ficha de evolução*
- Anotar a programação para a próxima consulta, incluir o cálculo da TMB, VET
e peso utilizado para fazer os cálculos.
- Colocar nome legível do acadêmico que atendeu.
- Conferência e assinatura do supervisor
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FICHA DE EVOLUÇÃO CLÍNICA

DATA EVOLUÇÃO
25/05/05 PIC: 30 dias
RELATO DO PACIENTE:
Evolução nutricional: Não perdeu peso – manteve
Intercorrências no PIC: não teve
Sem uso de medicamentos.
Trouxe exames solicitados: alteração no triglicérides. (Anotar Valor)
- Não está comendo frutas OU está ingerindo 2 frutas ao dia
- Não conseguiu introduzir café da manhã
CONDUTA:
- Entrega do cardápio de 1800 Kcal, ressaltando evitar açúcares e
carboidratos refinados.
Preferindo os alimentos ricos em fibras. Ex...
- Calculo da TMB: 1250 kcal NET: 1750 kcal – peso ideal utilizado para
o Cálculo: IMC de 24,5: 68kg
PROGRAMAÇÃO PARA PRÓXIMA CONSULTA:
- Conferir a aceitação do cardápio proposto e orientações trabalhadas.
- Trabalhar com rótulo alimentar
Acadêmico: Nome completo
Supervisora: Carimbo e assinatura
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Exame físico

O exame físico é parte integrante da avaliação do estado nutricional e é


imprescindível para identificar sinais e sintomas clínicos que nortearão a
conduta nutricional individualizada.

O exame físico deve ser o mais completo possível e deve procurar sinais
que possam dar indícios sobre algum desequilíbrio nutricional.

Exame dos Olhos

- Verificar a coloração da região da conjuntiva e da esclerótica


- A palidez na conjuntiva é um indicativo de anemia
- A esclerótica amarela indica icterícia

Alterações na cavidade oral

- A língua lisa, inflamada, dolorosa ou com atrofia ou hipertrofia das papilas


pode sugerir deficiência de riboflavina, niacina, ácido fólico, Vitamina B 12,
Piridoxina e Ferro.

- A macroglossia (hipertrofia lingual) é um dos sinais típicos de pacientes


com hipotireoidismo.

- Boca seca - O uso de medicamentos atropínicos ocasiona boca seca. A


desidratação, obviamente, também o faz.

- Estomatites e glossites - São inflamações da boca e da língua. São


secundárias a causas bacterianas, virais e outras. Não devem ser esquecidos
aspectos de "glossites" decorrentes de hipovitaminoses, especialmente do
complexo B. A presença de glossite requer a pesquisa de sua etiologia.
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- Doença de Chron - As aftas podem ocorrer na doença de Chron, podendo


favorecer o diagnóstico presuntivo.
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Pele:
Verificar hidratação, integridade, palidez, cianose, icterícia, petequias.

Unhas:

Anemia: unhas quebradiças, secas, opacas, com vários sulcos transversais,


formato côncavo da unha (coiloniquia), descolamento distal (onicólise).
Doenças cardíacas: unhas curvadas para baixo, alargadas, coloração
arroxeada e pontos arroxeados.
Doenças renais: engrossamento das unhas, coloração amarelada ou cinzenta,
linhas transversais esbranquiçadas, unha metade marrom, metade clara.

Alterações nutricionais podem alterar o aspecto das unhas

Deficiência de vitamina A: unha com aspecto de casca de ovo,


esbranquiçada e quebradiça.
Deficiência de vitamina B12: linhas longitudinais escurecidas, cor azul
enegrecida.
Deficiência de vitamina C: hemorragia, com a presença de pontos
avermelhados no leito ungueal.
Deficiência de zinco: coloração acinzentada, cutícula seca e engrossada,
descamação intensa ao redor das unhas, linhas transversais bem acentuadas.
Deficiência de nicotinamida – vitamina B3 (pelagra - doença dos
alcoólatras): linhas transversais esbranquiçadas, ausência de brilho e
descolamento da parte distal da unha.

Quais os medicamentos que causam alterações nas unhas?


Minociclina: cor azulada nas unhas.
Tetraciclina: cor marrom e descolamento distal.
Anticonvulsivantes: diminuição do tamanho das unhas.
Antidepressivos: unhas com manchas brancas
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1. ADULTOS
1.1 – Coletar dados conforme ficha de anamnese.

1.2 - Coletar dados (peso, estatura, circunferências, dobras cutâneas...)


conforme ficha de atendimento.
1.3 – Classificar:

1.3.1 - Conforme: IMC – OMS

IMC Classificação
< 16 Magreza grau 3 – grave
16 – 16.99 Magreza grau 2 – moderada
17 – 18.49 Magreza grau 1 - leve
18,5 – 24,9 Eutrofia
25-29.9 Pré-Obesidade OU Sobrepeso
30-34.9 Obesidade grau I
35 – 39.9 Obesidade grau II
>40 Obesidade grau III
OMS, 1997
1.3.2 - Conforme percentual de gordura corporal:

1.3.2.1 - Bioimpedância (adultos sobrepeso e obeso)


1.3.2.2 - Utilizar o somatório de 4 pregas para adultos eutróficos

1.3.2.3 - Valores de referências para percentuais de gordura corporal para


sedentários e ou praticantes de atividade física leve.
Classificação Gordura Corporal %
Homens Mulheres
Risco de doenças e desordens associadas à <5 <8
desnutrição
Abaixo da média 6 - 14 9 – 22
Média 15 23
Acima da média 16-24 24-31
Risco de doenças associadas à obesidade _>25 _>32
Fonte: LOHMAN et al, 1992; Adaptado de NIEMAN, 1995.
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1.3.2.4 - Valores de referências para percentuais de gordura corporal para


sedentários e ou praticantes de atividade física leve:

Classificação Gordura Corporal %


Homens Mulheres
Magro <8 < 13
Ótimo 8 - 15 13 – 23
Leve Adiposidade 16-20 24-27
Adiposidade 21-24 28-32
Obesidade _>25 _>33

1.3.3 – Circunferência da cintura

1.3.3.1 - Risco de complicações metabólicas associadas à Obesidade

Classificação Risco Elevado Muito Elevado


Mulheres >= 80 cm >= 88 cm
Homens >= 94 cm >= 102 cm
OMS. 1998

1.3.4 - Circunferência do braço – CB

VALOR ENCONTRADO CLASSIFICAÇÃO


<= P5 Desnutrido
P5-P10 Risco de desnutrição
P10-P85 Eutrofia
P85-P90 Sobrepeso
>=P90 Obeso

1.3.4.1 - Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) X 100


CB Percentil 50

1.3.4.2 - Estado nutricional Segundo CB

Desnutrição Desnutrição Desnutrição Eutrofia Sobrepeso Obesidade


Grave moderada Leve
CB <70% 70-80% 80-90% 90-110% 110-120% >120%
BLACKBURN & THORNTON, 1979.

1.3.5 – Prega Cutânea Tricipital – PCT

VALOR ENCONTRADO CLASSIFICAÇÃO


<= P5 Desnutrido
P5-P10 Risco de desnutrição
P10-P85 Eutrofia
P85-P90 Sobrepeso
>=P90 Obeso
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BLACKBURN & THORNTON, 1979.

1.3.5.1 - Adequação da PCT (%) = PCT obtida (cm) X 100


PCT Percentil 50

1.3.5.2 – Estado nutricional Segundo PCT

Desnutrição Desnutrição Desnutrição Eutrofia Sobrepeso Obesidade


Grave moderada Leve
CB <70% 70-80% 80-90% 90-110% 110-120% >120%
BLACKBURN & THORNTON, 1979.

1.4 - Cálculos do peso ideal – OMS (IMC - 21,5, porém respeitar


individualidades, ossaturas, etc.).

1.5 - Para o cálculo do VET: Utilizar a fórmula conforme conduta


adequada.

1.5.1 - Necessidades energéticas totais pelo método de HARRIS


BENEDICT
Esta fórmula é utilizada habitualmente para pacientes internados ou em
acompanhamento ambulatorial que apresentam doenças crônicas.

Homens: TMB = 66 + (13.7 x P) + (5.0 x A) – (6.8 x I)


Mulheres: TMB = 655 + (9.6 x P) + (1.8 x A) – (4.7 x I)
Onde: P: Peso em Kg A: Altura em cm I: Idade em anos

Parâmetros para aplicação:


- Peso ideal se o objetivo é o ganho de peso
- Peso atual se o paciente for eutrófico

- No caso de obesidade pode-se usar o peso ajustado:


Peso ajustado = (Peso ideal – Peso atual) X 0,25 + Peso atual
Cuppari, 2005.

GET = TMB X FA X FI X FT

FATOR ATIVIDADE:

Paciente confinado ao leito: 1,2


Paciente acamado, porém móvel: 1,25
Paciente que deambula: 1,3
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FATOR INJÚRIA:

Câncer: 1.1 – 1.45 Peritonite: 1.2 – 1.5


Cirurgia eletiva: 1.0 a 1.1 PO de cirurgia cardíaca: 1.2 –1.5
Desnutrição grave: 1.5 PO de cirurgia geral: 1.0 – 1.5
Fraturas múltiplas: 1.2 – 1.35 Politraumatizados: 1.9
Infecção grave: 1.3 – 1.35 Queimadura: (até 20%): 1.0 - 1.5
Insuficiência cardíaca: 1.3 – 1.5 (sem Queimadura: (20 – 40%): 1.5 – 1.85
fator atividade) Queimadura: (40 – 100%): 1.85 – 2.05
Insuficiência hepática: 1.3 – 1.55 Queimaduras extensas: 2.7
Insuficiência renal aguda: 1.3 Septicemia: 1.4 – 1.8
Manutenção de peso: 1.2 - 1.5 Septicemia: 1.6
Operação eletiva: 1.75 Transplante de fígado: 1.2 – 1.5
Paciente não complicado: 1.0 Transplante de medula óssea: 1.2 –
1.3
Pancreatite: 1.3 – 1.8 Trauma esquelético: 1.35
· Pequena cirurgia: 1.2 Desnutrição Grave: 1,5
Pequena cirurgia: 1.2 Peritonite: 1.2 – 1.5
Pequeno trauma de tecido: 1.14 – PO de cirurgia cardíaca: 1.2 –1.5
1.37
Queimadura: (até 20%): 1.0 - 1.5 PO de cirurgia geral: 1.0 – 1.5
Politraumatizados: 1.9
Fonte:- Long e col., 1979.

FATOR TÉRMICO

TEMPERATURA CORPORAL Sem Febre 38º C 39ºC 40ºC 41ºC


FATOR TÉRMICO 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4
Fonte: Kinney citado por Guimarães, 2008.

1.5.2 - Taxas energéticas preconizadas pela FAO/OMS, 1985.


Esta fórmula deve ser utilizada para indivíduos sadios ou em
acompanhamento ambulatorial com doenças leves.

TMB

Idade (anos) Masculino Feminino


10-18 16.6 P + 77 A + 572 7.4 P + 482 A + 217
18-30 15.4 P +27 A + 717 13.3 P + 334 A + 35
30-60 11.3 P + 16 A + 901 8.7 P – 25 A + 862
> 60 8.8 P + 11 A +1071 9.2 P + 637 A – 302
P= Peso (kg) A= A (m)
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FATOR ATIVIDADE

Idade em anos Atividade Fator atividade Fator atividade


ocupacional MULHERES HOMENS

18,1 – 30 anos Leve 1,55 1,55


Moderada 1,65 1,80
Intensa 1,80 2,10
18,1 – 30 anos Leve 1,55 1,55
Moderada 1,65 1,80
Intensa 1,80 2,10
18,1 – 30 anos Leve 1,40 1,40
Moderada 1,60 1,60
Intensa 1,80 1,80

GET = TMB x FA
Se o paciente for sedentário, multiplicar a TMB por 1,2 para o cálculo do GET.
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1.5.3 - DRI, 2002 - FÓRMULAS PARA CÁLCULO DAS NECESSIDADES


ENERGÉTICAS.

Parâmetros para aplicação:

-DESNUTRIDO: Fazer o cálculo com o peso IDEAL


-EUTRÓFICO: Fazer o cálculo com o peso atual
-SOBREPESO / OBESO: Fazer o cálculo com o peso ideal e nunca prescrever
dieta com valor energético menor que a taxa metabólica basal previamente
calculada.

Equações para estimativa da necessidade energética de adultos com sobrepeso e


obesos de 19 anos ou mais:

IDADE GÊNERO ESTIMATIVA DA NECESSIDADE ENERGÉTICA TOTAL


KCAL/D PARA DIAGNÓSTICOS DE SOBREPESO E
OBESOS
19 anos ou Masculino GET = 1086 – 10,1 x idade [a] + atividade física x
mais (13,7 x peso [Kg] + 416 x altura [m])
Feminino GET = 448 – 7,95 x idade [a] + atividade física x (11,4
x peso [Kg] + 619 x altura [m])

IDADE GÊNERO CLASSIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA


PARA DIAGNÓSTICOS DE SOBREPESO E OBESOS
SEDENTÁRIA BAIXA ATIVA MUITO ATIVA
19 anos ou Masculino 1,00 1,12 1,29 1,59
mais Feminino 1,00 1,16 1,27 1,44

ATIVIDADES FÍSICAS RELACIONADAS A CADA NIVEL DE ATIVIDADE FÍSICA


(AF)

Nível de atividade física Atividade Física


Sedentário Trabalhos domésticos, de esforço moderado,
caminhadas para atividades relacionadas com o
cotidiano, ficar sentado por varias horas.
Leve (Baixa) Caminhadas (6,4 Km/h) além das mesmas
atividades relacionadas ao NAF sedentário
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Moderado (Ativo) Ginástica aeróbica, corrida, natação, jogar tênis,


além das mesmas atividades relacionadas ao
NAF sedentário.
Intenso (Muito Ativo) Ginástica aeróbica, corrida, natação, jogar tênis,
além das mesmas atividades relacionadas ao
NAF sedentário.
Cuppari, 2005

1.5.4 FÓRMULAS DE BOLSO

Necessidade energética total estimada por recomendação de energia


por quilo de peso corporal segundo o objetivo da intervenção nutricional.

OBJETIVO RECOMENDAÇÃO
Para perda de peso 20-25 Kcal/kg peso/dia
Para manutenção do peso 25-30 Kcal/kg peso /dia
Para ganho de peso 30-35 Kcal/kg peso /dia
Citado (por Martins e Cardoso 2000)

Necessidade energética total estimada por recomendação de energia


por quilo de peso corporal segundo o objetivo da intervenção nutricional para
indivíduos em condição de catabolismo.

Para manutenção do peso 30-35 Kcal/kg peso /dia


Para ganho de peso 35-40 Kcal/kg peso /dia
Citado (por Martins e Cardoso 2000)

Necessidade energética total estimada por recomendação de energia


por quilo de peso corporal segundo o objetivo da intervenção nutricional para
pacientes com obesidade mórbida.

OBJETIVO RECOMENDAÇÃO
Restrição Energética Moderada 15-20 Kcal/kg peso atual/dia (NUNCA
INFERIOR A TMB)
Citado (por Martins e Cardoso 2000)
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Bioimpedância - Orientar as seguintes recomendações prévias:

- Jejum hídrico e sólido nas 4 horas que antecedem o teste,


- Evitar consumo de cafeína (café, chá, chocolate, refrigerante tipo cola) 24 h
antes do teste.
- Não praticar atividade física moderada ou intensa nas 12 horas que
antecedem o teste,
- Não consumir bebidas alcoólicas nas 48 horas que antecedem o teste,
- Não ingerir medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem o teste,
- Urinar dentro dos 30 minutos que antecedem o teste,
- O paciente deverá permanecer deitado por no mínimo 5 minutos antes de
iniciar o exame para garantir a distribuição homogênea dos fluidos corporais
- A pele deve ser higienizada com álcool para melhorar a aderência
- O paciente não deve tocar as superfícies (maca) ou objeto metálicos (objetos
pessoais) durante o exame
- Não avaliar: mulheres com retenção aumentada de líquidos em função do
estágio de seu ciclo menstrual, pacientes com marcapasso e gestantes.

SOMATÓRIO DAS 4 PREGAS

- Utilizar o somatório de 4 pregas para adultos eutróficos;


- Instruções gerais para a aferição das dobras cutâneas:
- Identificar e marcar o local a ser medido;
- Segurar a prega formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos
polegar e indicador da mão esquerda a 1 cm do ponto marcado;
- Manter a prega entre os dedos até o término da aferição;
- A leitura deverá ser realizada no milímetro mais próximo de dois a três
segundos;
- Utilizar a média de três medidas.
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1.4.2 – Interpretação da Glicemia para adultos e crianças:

Jejum:
- 70-110mg/dl - Normal
- 100-110mg/dl: provável pré diabetes
- Acima de 110mg/dl: provável diabetes
- Solicitar investigação ao médico quando os valores forem acima de 100
mg/dl.

Duas horas pós prandial: (medida sempre após 2 horas de se alimentar)


- Abaixo de 140 mg/dl: ideal
- 140-200mg: Provável Pré-diabetes
- Acima de 200mg: Provável diabetes.
-Solicitar investigação ao médico quando os valores forem acima de 140 mg/dl.

1.4.3 – Interpretação do Colesterol para adultos:

Lipídios Idade Desejáveis Limítrofes Aumentados


CT Adultos <170 170-199 >=200
LDL-C Adultos <110 110-129 >=130
HDL-C <10 anos >=40
10-19 anos >=35
TG <10 anos <=100 >100
10-19 anos <=130 >130
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ORIENTAÇÕES GERAIS PARA PACIENTES EM USO DE SONDA PARA


ALIMENTAÇÃO

Tipos de Dietas

- Artesanal: é a dieta que contém alimentos na sua forma natural (ex.: leite,
mel, açúcar, ovo, maisena, óleo de vegetais, caldo de carne, etc.) que deve ser
liquidificada e coada. É necessária uma boa combinação dos alimentos para
que a dieta esteja completa e equilibrada.

- Industrializada: é a dieta que está em forma de pó ou líquida e pronta para


ser liquidificada com água ou já está na forma líquida pronta para ser
administrada. Estas dietas possuem todos os nutrientes necessários.

Preparo das Dietas


Se usar a dieta caseira, deverá:
- Medir corretamente os alimentos;
- Separar todo o material utilizado para o preparo e deixá-lo exclusivamente
para esse fim;
- Lavar todo o material utilizado com água corrente, enxaguar bem e passar
água fervida;
- Lavar os frascos com água corrente e detergente utilizando uma escova roliça
do tipo de mamadeira para facilitar a higienização;
- Se utilizar água, filtrar e ferver (no momento de liquidificar a água deve estar
morna);
- Se utilizar leite, ferver e deixar morno no momento de liquidificar;
- Liquidificar todos os ingredientes no mesmo momento por 2 a 3 minutos até
que não fique nenhum pedaço visível.
- Depois de batido, passar 2 vezes em uma peneira de malha fina.
- Conservar a dieta na geladeira em recipiente tampado (de plástico ou de
vidro);
- As preparações com leite e sucos devem ser passadas logo após o preparo.
24

- A sopa pode ser feita de manhã, guardada na geladeira e ir tirando a


quantidade a ser utilizada. Amornar em banho-maria. Servir à temperatura
ambiente. NUNCA UTILIZAR SOPA
DO DIA ANTERIOR. A sopa pode ficar na geladeira por no máximo 12 horas
- A dieta deve ser servida sempre à temperatura ambiente
- Os frascos deverão ser separados: um para água, outro para sopa e outro
para preparações doces com leite.
- Os exclusivos para água poderão ser utilizados por 10 dias, os outros no
máximo três dias, depois desprezar;
- Passar 50ml (copo de cafezinho) de água logo após ter terminado de passar a
dieta.
- Serve tanto para limpar a sonda quanto para ajudar a hidratar o paciente.
Essa água deve ser fervida por 5 minutos e ser passada à temperatura
ambiente.
NÃO usar alimentos fortes e irritantes como: refrigerantes, temperos fortes,
alimentos ácidos, hortelã, café, chocolates, etc.
Se usar a dieta industrializada, deverá:
- Utilizar a quantidade de pó determinada;
- Utilizar água filtrada e fervida;
- Liquidificar o pó com a água morna;
- Passar em temperatura ambiente;
- Caso prepare antecipadamente conservar em geladeira e retirar o volume a
ser administrado 30 a 60 min. antes até que atinja a temperatura ambiente;
- Se líquida e pronta para uso, administrar a quantidade prescrita;

CUIDADOS PRELIMINARES PARA A ADMINISTRAÇÃO:

- Elevar a cabeça do paciente (30º) com dois travesseiros para alimentar e


permanecer nesta posição ate 1 hora após a refeição ter sido administrado.
- Observar perdas e ganhos de peso. Se isso ocorrer de maneira rápida ou
inesperada, procure a nutricionista para readaptar a dieta.
- Observe as fezes: cor, consistência (diarréia ou intestino preso), presença de
sangue (nesse caso, entre em contato com seu médico).
25

- É importante receber todas as dietas. No entanto, quando acontecer de


perder ou atrasar o horário, não tentar compensar a dieta perdida, dobrando o
volume da próxima dieta. Isto poderá causar mal estar gástrico ou diarréia.
- Em caso de intestino preso: passar suco de mamão com ameixa preta e 1
colher (chá) de óleo.
- Em casos de vômito: suspender os horários seguintes ate cessar o vômito.
Reiniciar com 100 ml de chá. No horário seguinte 200 ml de suco de fruta (não
ácida) e no 3º horário voltar à dieta prescrita.

PADRONIZAÇÃO DE PORÇÕES PARA ADULTOS

Grupo- Porções 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600
Pães, cereais, 3 4 4 5 6 6 7 8
massas, batatas
Verduras/legumes 3 3 3 3 3 3 4 4
Frutas 3 3 3 3 3 3 4 4
Leite/derivados 2 2 3 3 3 3 3 3
Carne 1 1 1 1 1 2 2 2
Feijões 1 1 1 1 1 2 2 2
Óleos/gorduras 0 1/2 1 1 1 1 1 1
Açúcares 0 1/2 1 1 1 1 1 1
Valor calórico 1190 1431 1643 1873 1943 2188 2423 2573
total estimado
Distribuição das porções conforme o valor calórico total da dieta:
26

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_____________________________________________________________

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA MONTAR O CARDÁPIO


- Ao realizar a montagem das dietas com menos de 1600 Kcal (hipocalóricas),
lembre-se que existe grande probabilidade de haver deficiência de alguns
micronutrientes, como ferro, cálcio, magnésio, assim, sugere-se que se faça o
cálculo dos micronutrientes para avaliar a necessidade de suplementação;
- Ao montar o cardápio, insira no mínimo um alimento fonte de vitamina C e um
alimento fonte de vitamina A;
- Uma dieta cujas necessidades de proteína animal (carnes e leite) estejam
adequadas, automaticamente, a quantidade de vitaminas do complexo B
também estará adequada;

- A vitamina B12 é uma vitamina presente somente nos alimentos de origem


animal.

DISTRIBUIÇÃO DE MACRONUTRIENTES

Nutrientes SBAN RDA DRI


Carboidratos 60-70% 50-60% 45-65%
Proteínas 10-12% 10-15% 10-35%
Lipídios 20-25% 25-30% 20-25%

INGESTÃO DE ÁGUA RECOMENDADA PELA DRI (DIETARY REFERENCE


INTAKES) PARA CADA FAIXA ETÁRIA E SEXO

Bebês (anos de idade) Ingestão de água total (litros/dia)


0-6 0,7*
7-12 0,8**
Crianças
1-3 1,3
4-8 1,7
Meninos (anos de idade)
9-13 2,4
14-18 3,3
19-70 3,7
Meninas (anos de idade)
9-13 2,1
14-18 2,3
27

19-70 2,7
Gravidez
14-50 (anos de idade) 3,8
Lactação
14-50 3,8
* provenientes do leite materno
** provenientes do leite materno + alimentação complementar

Idade (anos) Ingestão adequada (AI) de fibras


totais (g/dia)
Homens
19-50 38
51 ou mais 30
Mulheres
19-50 25
51 ou mais 21
Gestante
14 ou mais 28
Nutriz
14 ou mais 29
Crianças Idade + 5
28

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_____________________________________________________________

2 IDOSOS

2.1 – Coletar dados conforme ficha de anamnese.


2.2 - Coletar dados ( peso, estatura, circunferências...) conforme ficha de
atendimento.

2.3 – Classificar:
2.3.1 - Conforme: IMC – OMS
IMC Classificação
<22 Magreza
22-27 Eutrofia
>27 Excesso de peso
Fonte: LIPSCHITZ, D.A., 1994.

2.3.2 - Conforme: IMC – OPAS


IMC Classificação
<23 Baixo Peso
23> IMC < 28 Eutrofia
>28 e <30 Sobrepeso
>=30 Obesidade
Fonte: Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)2003*

2.4 - Exames bioquímicos a serem acompanhados: de acordo com a


doença apresentada e estado nutricional, atenção às doenças da idade.

2.5 - Cálculo do peso ideal: determinar IMC entre 22-27

2.6 - Para o cálculo do VET: Utilizar a fórmula conforme conduta


adequada.

2.6.1 - Necessidades energéticas e protéicas


 Segundo SBAN (1990) as recomendações energéticas para idosos são:
- Sexo masculino: 2200 Kcal/dia
- Sexo feminino: 1850 Kcal/dia
 Há uma redução das necessidades energéticas de 2 a 4% por década;
 Necessidade proteica segundo Waitzberg (2001): 0,8 a 1,0 g/ kg/ dia;
29

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3 GESTANTE

3.1 Primeira consulta coletar os seguintes dados:

 Idade gestacional, materna e atividade profissional;


 Fatores de risco: idade materna < 17 anos e > 35 anos; esforço físico;
stress; exposição a agentes físicos, químicos e biológicos; situação
conjugal insegura; baixa escolaridade; condições de moradia
desfavorável; altura < 1,45m; peso <45kg e > 75kg; uso de drogas; baixa
renda per capta;
 História reprodutiva anterior desfavorável;
 Doença obstétrica atual: pré-eclâmpsia e eclâmpsia, ganho de peso
inadequado, etc;
 Intercorrências clínicas: cardiopatias, hipertensão arterial, doenças
infecciosas, etc;
 Avaliação dos sinais, sintomas digestivos e função intestinal;
 Avaliação das condições para o aleitamento materno e orientações para
condicionamentos dos mamilos;
 Avaliação de exames complementares: glicemia, hemograma,
lipidograma e PA;
 Coletar peso (pré-gestacional e atual) e estatura
 Calcular o IMC atual
 Calcular o IMC pré - gestacional
 Calcular a semana gestacional, considerando como semana seguinte a
partir de 4 dias. Ex.15 semanas e 4 dias = 16 semanas;
 Usar o gráfico de IMC para avaliar o estado nutricional da gestante
 Classificar a gestante segundo o gráfico e a tabela de IMC ( à seguir)

3.2 Consultas subseqüentes, segundo Vitolo (2003).


30

 Avaliação do ganho de peso e reavaliação deste ganho até a 40a


semana;
 Anamnese alimentar detalhada;
 Investigação de sinais e sintomas digestivos e da função intestinal;
 Acompanhamento dos exames complementares;
 Ajuste da orientação nutricional, conforme exames e ganho de peso;
 Reforço dos cuidados com as mamas
31

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_____________________________________________________________

3.3 - Ganho de peso recomendado – Gestante

Estado Nutricional Pré- Ganho de Ganho de peso Ganho de peso


gestacional peso total (kg) semanal (kg) no total (kg)
IMC – (Kg/m²) no 1º trimestre 2º e
3º trimestres
Baixo 2,3 0,5 12,5 a 18
Peso/adolescente/gemelar
-< 19,8
Adequado- 19,8 a 1,6 0,5 11,5 a 16
26
Sobrepeso- 26 a 29 0,9 0,3 7 a 11,5
Obeso - > 29 - 0,3 <7
Fonte: Institute of Medicine, 1998.

3.3.1- GANHO DE PESO RECOMENDADO – GESTAÇÃO GEMELAR – IOM

Ganho de peso (kg) / Ganho de peso Ganho de peso total


semana no 1º trimestre semanal (kg) (kg)
no 2º e 3º
trimestres
- 0,75 16 a 20

3.4 – Recomendações nutricionais

3.4.1 - RDA, 1989

Idade (anos) ou Kcal / Kg Kcal total / dia


condição
Adolescente 11-14 47 2200
Adolescente 15-18 40 2200
Mulher 19-24 38 2200
Mulher 25-50 36 2200
Mulher +51 30 1900
Gestante 1º Trimestre - +0
Gestante 2º Trimestre - + 300
Gestante 3º Trimestre -- + 300
Lactente 1º Trimestre - + 500
Lactente 2º Trimestre - + 500
32

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_____________________________________________________________

Observações:
 Gestantes que iniciem a gravidez baixo peso ou adolescentes devem
adicionar + 300 Kcal já no 1º trimestre;
 Gestantes que iniciam a gestação com sobrepeso e obesidade devem
ser informadas quanto aos riscos e não devem aumentar calorias
adicionais durante a gravidez;
 Para pacientes eutróficas: usar peso ideal Pré-gestacional;
 Para pacientes desnutridas: usar peso ideal;
 Para pacientes com sobrepeso / obesidade: usar peso atual (Pré-
Gestacional) e não aumentar as calorias.

3.4.2- DRI, 2002

Gestantes = GET calculado com a fórmula específica + Reserva energética


da gestação

GET:
Para meninas de 9 a 18 anos:

GET = 135,3 – 30,8 x idade (a) + Atividade Física (FA*)x (10,0 x peso [kg] +
934 x altura [m]) + 25 (kcal para crescimento)

FA*
FA = 1,00 (sedentária) FA = 1,16 (Pouco ativa)
FA = 1,31 (Ativa) FA = 1,56 ( Muito ativa)

Para mulheres de 19 anos ou mais:

GET = 354 – 6,91 x idade [a] + atividade física (FA**) x (9,36 x peso [Kg] + 726
x altura [m])

FA**
FA = 1,00 (sedentária) FA = 1,12 (Pouco ativa)
FA = 1,27 (Ativa) FA = 1,45 ( Muito ativa)
33

3.4.3 - Cálculo simplificado: (VITOLO, 2003)

GET = 36 kcal/kg de peso ideal pré-gestacional *

* Peso ideal pré-gestacional pode ser determinado por:


-IMC ( 22 – mediano)
-Adolescentes – Percentil 50 da curva do NCHS ( Nacional Center for Health
and Statistics)
-Observação: gestante obesa e com um fator de risco (hipertensão), utilizar 30
kcal/kg do peso ideal.
34

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4 LACTANTES

4.1-Recomendações de energia: IOM 2002

GET= GET calculado com a fórmula do adulto + Gasto da produção de leite


1º- 6 meses = EER para mulheres + 330
6-12 meses = EER para mulheres + 400

4.2 - Orientações de como Amamentar:

- Lavar bem as mãos com água e sabão.


- Iniciar a amamentação na sala de parto, logo após o nascimento. Este
procedimento facilita a rápida descida do leite.
- Oferecer o peito sempre que o bebê quiser. Durante o dia e durante a noite
ele não precisa de mais nada: nem água, chá, ou outros leites.
- Manter a mãe bem posicionada e bem apoiada.
- Limpar o peito somente com o próprio leite.
- Esvaziar, manualmente, a aréola. Com os dedos polegar e indicador, retirar
um pouco de leite. O bebê pega fácil e o mamilo da mãe não dói.
-Levar o bebê ao peito e não o peito ao bebê. Manter a posição “barriga com
barriga”. O leite sai com facilidade e na quantidade suficiente.
- Cuidar para que o bebê abocanhe a maior parte da aréola além de todo o
mamilo, observar a abertura da boca e a posição dos lábios “boca de peixe” do
bebê.
- Deixar o bebê esvaziar um peito antes de oferecer o outro. O leite inicial supre
a sede do bebê e o final, a fome.
- Na próxima mamada, iniciar pela última mama oferecida.
- Fazer o bebê arrotar antes de oferecer o segundo peito.
- Acordar o bebê para mamar, sempre que o peito estiver muito cheio.
- Esvaziar as mamas, após cada mamada, caso o bebê não consiga esvaziar.
- Retirar o mamilo da boca do bebê introduzindo o dedo mindinho no canto da
boca do bebê.
35

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_____________________________________________________________

5 CRIANÇAS

5.1 - Recém-nascido

5.1.1 - Avaliar as condições de gestação e nascimento (a termo, pré-


termo, baixo-peso– AIG, GIG ou PIG).

5.1.2 - Avaliar peso e estatura ao nascer.


- Classificação da OMS (1997):
_ Baixo peso ao nascer crianças que nasceram com menos de 2,5Kg
_ Muito baixo peso de 1,5 a 1Kg de nascimento
_ Extremo baixo peso com menos de 1Kg
- Medir peso, estatura e perímetro cefálico (PC). O PC deve ser usado com a
idade corrigida até os 18 meses.
- Avaliar ganho de peso/dia:

Ganho de peso da criança nascida a termo:

Período Média de ganho de peso/dia


1º Trimestre 30g/d
2º Trimestre 20g/d
3º Trimestre 15g/d
4º Trimestre 12g/d
2º Ano de Vida 8g/d

Obs: Pode perder até 10% do peso na 1ª semana de vida.


*Deve-se verificar ganho de peso abaixo destes valores.

– Recomendações para necessidades energéticas

5.1.3 – RDA (anexo)


- PREMATURA: de 150 a 200 kcal/Kg de peso atual – avaliar as condições –
Usar idade corrigida* até os dois anos para realização da avaliação nutricional
36

- O comprimento até os 3 anos e 6 meses, ainda assim pode persistir uma


diferença de 1 a 2 cm em relação a população geral.

Idade corrigida* (IC)= idade cronológica (em semanas) - (40 - idade


gestacional)

5.1.4 – Orientação Nutricional – Crianças de 0 a 6 meses

5.1.4.1 - Em aleitamento materno, segundo Lacerda (2002):


-Checar a técnica de amamentação se está correta (pedir à mãe que oferte o
peito a criança);
- Verificar a irritabilidade da criança;
- Frequência de mamadas;
- No de fraldas molhadas (8 a 10 fraldas/dia);
- Realizar a promoção do Aleitamento Materno (AM) informando seus
benefícios à mãe e a criança.
- Conduta nutricional: aleitamento materno exclusivo até 6 mês e em livre
demanda.

5.1.4.2 - Em aleitamento artificial, segundo Lacerda (2002), deve-se:

- Observar a duração do aleitamento materno;


- Ver a possibilidade de promover a relactação e se houver interesse buscar
auxílio da enfermagem e atuar em equipe;
- Levantar o tipo de leite usado, o no de mamadeiras, volume das mamadeiras,
a composição em medidas caseiras e a diluição, técnica de preparo e o tipo de
CHO (complexo ou simples);
- Instruir a mãe quanto ao preparo e reconstituição do leite;
- Verificar as condições de higiene;
- Observar o consumo de outros alimentos (tipo, início da introdução,
consistência);
- Verificar a ingestão hídrica;
- Levantar o padrão alimentar da criança por meio de recordatório e freqüência
alimentar.
37

- Observar os critérios para a seleção do tipo de leite ou fórmula (renda e local


de moradia da família - urbana ou rural; acesso ao produto; condição de
conservação; idade; maturidade e saúde da criança).

5.1.4.3 - Avaliar suplementações necessárias:


_ Prematuro: Polivitamínico 1x a recomendação e ferro 2 mg/Kg/dia (Até 2
meses)
_ Crianças – Vit A até 2 anos (inclusive em aleitamento materno)
_ Crianças – Ferro desde o nascimento se sem aleitamento materno: 1
mg/kg/dia, ou ao desmame se o alimento não for enriquecido de ferro
_ Crianças não amamentadas e em uso de leite de vaca não enriquecido:
polivitamínico (1x a recomendação) desde o nascimento.

5.2 - Criança de 3 meses a 2 anos

5.2.1 - Avaliar as condições de gestação e nascimento (a termo, pré-termo,


baixo-peso – AIG, GIG ou PIG)
- Coletar peso, estatura e perímetro cefálico
- Acompanhar a criança pelo gráfico de crescimento – NCHS P/I e E/I ou OMS

PERCENTIL DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL


(E/I, P/I, P/E)
< p3 Baixa estatura ou Baixo peso
³ p 3 e < p 10 Risco de baixa estatura ou RN para
baixo peso
≥ p10 e < p90 Eutrófico
≥ p90 e < p97 Sobrepeso
≥ p 97 Alta estatura ou Obesidade

5.2.2 - – Recomendações para necessidades energéticas

- Para o cálculo do VET: RDA


- PREMATURA: Usar idade corrigida até os dois anos para realizar avaliação
nutricional e seguir o cálculo de acordo com o estado nutricional
- DESNUTRIDA: Fazer o cálculo com o peso atual e multiplicar pelo fator 1,5.
- EUTRÓFICA: Fazer o cálculo com o peso atual
- SOBREPESO: Fazer o cálculo com o peso atual
38

- OBESA: Fazer o cálculo com o peso ideal para a estatura

5.2.3 - Orientação Nutricional – Crianças de 3 meses a 2 anos


- PRIORIZAR O ALEITAMENTO MATERNO (até 6 meses exclusivo) após
seguir introdução dos alimentos*

5.2.4 - Avaliar suplementações necessárias:


_ Prematuro: Polivitamínico 1x a recomendação e ferro 2 mg/Kg/dia
_ Crianças – Vit A até 2 anos (inclusive em aleitamento materno)
_ Crianças – Ferro desde o nascimento se sem aleitamento materno: 1
mg/kg/dia, ou ao desmame se o alimento não for enriquecido de ferro
_ Crianças não amamentadas e em uso de leite de vaca não enriquecido:
polivitamínico (1x a recomendação) desde o nascimento.

5.3 - Crianças de 2 anos a 10 anos

5.3.1 - Avaliar as condições de gestação e nascimento

5.3.2 - Realizar peso, estatura, CB, PCT e CMB

- Acompanhar a criança pelo gráfico de crescimento – NCHS E/I e E/I


PERCENTIL DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
(E/I, P/E)
< p3 Baixa estatura ou Baixo peso
>p 3 e < p 10 Risco de baixa estatura ou RN para
baixo peso
≥ p10 e < p90 Eutrófico
≥ p90 e < p97 Sobrepeso
≥ p 97 Alta estatura ou Obesidade

5.3.3 – Evolução da alimentação


Esquema Alimentar Diário do Lactente em aleitamento materno
Horário 6-8 meses 8 a 10 meses 10-12 meses
Pela manhã Aleitamento Aleitamento Aleitamento
materno livre materno livre materno livre
demanda demanda demanda
Intervalo Suco de frutas Suco de frutas Suco de frutas
11-12 horas Refeição de sal Refeição de sal Refeição de sal
À tarde* Aleitamento Aleitamento Aleitamento
materno livre materno livre materno livre
39

demanda demanda demanda


17-18 horas Aleitamento Refeição de sal Refeição de sal
materno livre
demanda
À noite Aleitamento Aleitamento Aleitamento
materno livre materno livre materno livre
demanda demanda demanda
* A mamada da tarde pode ser eventualmente complementada com fruta
amassada

Esquema Alimentar Diário para o Lactente Alimentado Artificialmente


Horário 4 - 8 meses1 8 - 10 meses2 10 - 12 meses3
Pela manhã Leite em Leite em Leite em
mamadeira mamadeira mamadeira
Intervalo Suco de frutas ou Suco de frutas ou Suco de frutas ou
Fruta Fruta Fruta
11-12 horas Refeição de sal Refeição de sal Refeição de sal
À tarde* Leite com fruta ou Leite com fruta ou Leite com fruta ou
cereal cereal cereal
17-18 horas Leite em Refeição de sal Refeição de sal
mamadeira
À noite Leite em Leite em Leite em copo
mamadeira mamadeira
1Dos 4 aos 6 meses: introdução da 1ª refeição de sal e das frutas
2Dos 8 aos 10 meses: introdução da 2ª refeição de sal
3Dos 10 aos 12 meses: a refeição de sal aproxima-se da alimentação da família

QUANTIDADES DIÁRIAS RECOMENDADAS DOS PRINCIPAIS ALIMENTOS


NA ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA CONFORME A IDADE

Alimentos Introdução de 1-3 anos 4-6 anos 7-10 anos


Alimentos (4-12
meses)
Arroz, batata, 1 colher de sopa 2 colheres de 3 colheres de 4–5
massinha, etc. aumentando para sopa duas sopa duas colheres de
duas vezes vezes sopa duas
gradativamente ao dia ao dia vezes
ao dia
Feijão, ervilha, 1 colher de sopa ½ concha 1 concha 1 concha
lentilha, etc. aumentando para pequena duas pequena média
duas vezes ao dia duas vezes duas vezes
gradativamente a ao dia ao dia
partir do 6º mês
Carnes em 1 colher de sopa 2 colheres de 3 colheres de 4 colheres de
geral aumentando para sopa duas sopa duas sopa duas
duas vezes vezes vezes
gradativamente ao dia ao dia ao dia
40

Legumes 1 colher de sopa 2 colheres de 3 colheres de 4 colheres de


cozidos aumentando para sopa duas sopa duas sopa duas
duas vezes vezes vezes
gradativamente ao dia ao dia ao dia
Hortaliças Somente cozidas, 2 folhas 3 folhas 4 folhas
cruas iniciando as médias médias médias
cruas duas vezes ao duas vezes duas vezes
no 10º mês dia ao dia ao dia
Frutas 1 unidade /dia 2 unidades/dia 2 3
unidades/dia unidades/dia
Suco de fruta Não substituindo 1 copo de 200 1 copo de 2 copos de
uma mamada ml 200 ml 200 ml
/dia /dia /dia
Leite 5 – 4 mamadas 3 copos de 3 copos de 2 – 3 copos
ou mamadeiras leite leite de
de 200 ml de 200 ml de 200 ml leite de 200
chegando ao final ml
do 1º ano com 3
Ovo Só a gema 2 a 3 / semana 2 a 3/ 2 a 3/semana
iniciando por ¼ semana
até oferecer o
total
Para o cálculo da capacidade gástrica da criança em ml: 30 ml/Kg de peso
atual
41

Curso de Nutrição - Atendimento Clínico – Ambulatorial


_____________________________________________________________

6 ADOLESCENTES (10 a 20 anos – Segundo OMS)

6.1 – Avaliar as condições de gestação e nascimento conforme ficha de


anamnese.
6.2 - Coletar dados ( peso, estatura, CB, PCT e CMB, PCSE ) conforme
ficha de atendimento.
6.3 - Avaliar o estadio puberal (Tanner)

Percentil de IMC por Idade Percentil de IMC por Idade


Adolescentes Sexo Feminino Adolescentes Sexo Masculino

IDADE 5 15 50 85 95 IDADE 5 15 50 85 95

10 14,23 15,09 17,00 20,19 23,20 10 14,42 15,15 16,72 19,60 22,60
11 14,60 15,53 17,67 21,18 24,59 11 14,83 15,59 17,28 20,35 23,70
12 14,98 15,98 18,35 22,17 25,95 12 15,24 16,06 18,87 21,12 24,89
13 15,36 16,43 18,95 23,08 27,07 13 15,73 16,62 18,53 21,93 25,93
14 15,67 16,79 19,32 23,88 27,97 14 16,18 17,20 19,22 22,77 26,93
15 16,01 17,16 19,69 24,29 28,51 15 16,59 17,76 19,92 23,63 27,76
16 16,37 17,54 20,09 24,74 29,10 16 17,01 18,32 20,63 24,45 28,53
17 16,59 17,81 20,36 25,23 29,72 17 17,31 18,68 21,12 25,28 29,32
18 16,71 17,99 20,57 25,56 30,22 18 17,54 18,89 21,45 25,95 30,02
19 16,87 18,20 20,80 25,85 30,72 19 17,80 19,20 21,86 26,36 30,66
Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Physica, Status: the use and
interpretation of anthropometry. WHO Technical Report Series n. 854. Geneva: WHO,
1995.

VALORES DE REFERÊNCIA PARA ADOLESCENTES

PONTOS DE CORTE:
PERCENTIL DIAGNÓSTICO Percentil do IMC DIAGNÓSTICO
(OMS, 1995) NUTRICIONAL (CDC, 2000) NUTRICIONAL

< p15 Baixo peso < p5 Baixo peso


≥ p15 e < p85 Eutrófico ³ p 5 e < p 15 * Risco baixo
peso
≥ p 85 Sobrepeso ≥ p15 e < p85 Eutrófico
≥ p85 e < p95 Sobrepeso
≥ p 95 Obesidade
42

Curso de Nutrição - Atendimento Clínico – Ambulatorial


_____________________________________________________________

6.4.1 - Percentual de gordura para crianças e adolescentes


Soma das dobras: subescapular e tricipital.

 MENINAS
Se a soma for menor ou igual que 35 mm:
%G = 1,33 (DCSe+DCT) – 0,013 (DCSe+DCT)² - 2,5

Se a soma for maior que 35mm:


%G = 0,546 (DCSe+DCT) + 9,7

 MENINOS

Se a soma for menor ou igual que 35 mm:


%G = 1,21 (DCSe+DCT) – 0,008 (DCSe+DCT)² – Coeficiente.

Se a soma for maior que 35 mm:


%G = 0,783 (DCSe+DCT) – Coeficiente
Coeficiente segundo a Idade:
Pré-adolescente: 1,7
Adolescente: 3,4
Adulto Jovem: 5,5

TABELAS DE NORMALIDADE PARA O PERCENTUAL DE GORDURA


Crianças e Adolescentes de 7 a 17 anos

Classificação Masculino Feminino


Excessivamente baixa Até 6% Até 12%
Baixa 6,01 a 10% 12,01 a 15%
Adequada 10,01 a 20% 15,01 a 25%
Moderadamente alta 20,01 a 25% 25,01 a 30%
Alta 25,01 a 31% 30,01 a 36%
Excessivamente Alta > 31,01% > 36,01%
43

Fonte: DEURENBERG, P., PIETERS, J.J.L., HAUTUAST. J.G.L.. The assessment of the body
fat percentage by skinfold thickness measurement in childhood e Young adolescent. British
Journal of Nutrition, v. 63, n. 2, 1990.

6.5 - Cálculo do peso ideal – IMC P50

6.6 - Métodos para cálculo do gasto energético ( Crianças e adolescentes)

6.6.1. - Taxas energéticas (Kcal/Kg/dia) preconizadas pela FAO/OMS,


1985:
Estas fórmulas devem ser utilizadas para crianças e adolescentes sadios ou
com doenças leves em acompanhamento ambulatorial
44

Curso de Nutrição - Atendimento Clínico – Ambulatorial


_____________________________________________________________

6.6.1.1 - Recomendações energéticas para lactentes – FAO/WHO/ONU


(1985)

Idade (anos) Feminino Masculino


0-3 60.9 x P – 54 61.0 x P – 51
3-10 22,7 x P - 495 22,5 X P – 499
10-18 17,5 X P - 651 12,2 X P -746

6.6.2 – Gasto energético Basal – GEB - SCHOFIELD


Idade (anos) Kcal/dia
Sexo Masculino
0-3 0,167 (P) + 15,174 (A) – 617,6
3-10 19,59 (P) + 1,303 (A) + 414,9
10-18 16,25 (P) + 1,372 (A) + 515,5
Sexo Feminino
0-3 16,252 (P) + 10,232 (A) – 413,5
3-10 16,969 (P) + 1,618 (A) + 371,2
10-18 8,365 (P) + 4,65 (A) + 200,0
Fonte: STTALINGS E FUNG, 1998.
(P) = peso em quilogramas (A) = Altura em centímetros

6.6.3 .Cálculo Simplificado para o VET

Sexo Feminino 11 a 15 anos adicionar 100 Kcal por ano depois de 10


anos
> 15 anos calcular para adultos
Sexo Masculino 11 a 15 anos adicionar 200 Kcal para cada ano depois
dos 10 anos
> 15 anos , adicionar:
10 Kcal/Kg ( muito ativo)
8 Kcal/Kg ( atividades leves)
7Kcal/Kg ( sedentário)
Fonte: Chalms, K H apud Vitolo (2003)
45

Curso de Nutrição - Atendimento Clínico – Ambulatorial


_____________________________________________________________

7 DESPORTISTA

7.1- Avaliação antropométrica:

O IMC pode não fornecer um diagnóstico correto, uma vez que tem
como limitação não medir a porcentagem de gordura corporal ou outros tecidos
e não variar em relação à amostra de indivíduos que está sendo avaliada
(DÂMASO, 2001). Por essa razão este índice não é indicado como única
forma de avaliação em atletas visto que não é capaz de classificar
adequadamente o estado nutricional destes. Como complemento da
avaliação, para avaliar o ganho muscular e perda de gordura pode-se realizar
a comparação das medidas de perímetros e circunferências, ou pode-se
medir o percentual de gordura através da bioimpedância, dobras cutâneas
isoladas ou associadas a perímetros (FILHO, 2003).

As técnicas antropométricas mais utilizadas para avaliação em atletas


de acordo com Hirschbruch; Carvalho, (2002) e Dâmaso (2001) são:

 o peso, estatura, IMC, diâmetros ósseos, perímetros, e avaliação da


composição corporal (através de dobras cutâneas, bioimpedância ou
pesagem hidrostática).
A utilização de vários métodos simultaneamente pode levar a uma
avaliação mais completa e com resultados mais próximos da realidade, já que
todas essas técnicas apresentam resultados estimados.

As principais circunferências que devem ser tomadas em uma


avaliação nutricional segundo Filho (2003) são:
 Punho; braço relaxado ou normal; braço forçado ou fletido; antebraço;
peitoral ou tórax; cintura; abdômen; quadril; coxa proximal; coxa meso-
femural; coxa distal; panturrilha.
Já as principais dobras a serem tomadas em uma avaliação
antropométrica, segundo Filho (2003) são:
46

 Tricipital (DCT); bicipital (DCB); peitoral (DCPt); subescapular (DCSE);


axilar média (DCAM); supra-ilíaca (DCSI); abdominal (DCAb); coxa
(DCC); panturrilha medial (DCPM).
È importante que as medidas sejam feitas segundo protocolo e
repetidas de 2 a 3 vezes para tornar o resultado mais confiável.

7.2 - Tratamento dietoterápico:

Os praticantes de atividade física e atletas requerem uma maior


quantidade de energia para satisfazer seu desempenho, dependendo da
intensidade e duração da atividade física que realiza, além de peculiaridades
como idade, sexo, estatura e se adolescente, o nível de maturação sexual.
Para o cálculo de GET, adequar o fator atividade ao tipo de exercício
realizado (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2002).

Atletas e praticantes de atividade física devem levar em conta o índice


glicêmico dos alimentos. Tudo para que a transformação em glicose e a
absorção sejam feitas em diferentes velocidades garantindo o combustível
necessário durante toda a prática do exercício (HIRSCHBRUCH; CARVALHO,
2002; MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2002).

Açúcares simples têm índice glicêmico alto (CUPPARI, 2002; MAHAN;


ESCOTT-STUMP, 2002).

O atleta nunca deve ingerir açúcar simples antes do treino, pois pode
ocorrer hipoglicemia. Devem preferir de 3 a 4 horas antes do treino, utilizar
alimentos de médio a alto índice glicêmico; 1 hora antes preferir os de alto
índice e os que possuem alto índice glicêmico são recomendados durante e
após a atividade física (HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2002). No quadro
abaixo podem ser vistos os índices glicêmicos de alguns alimentos, segundo
Mahan & Escott-Stump (2002).

Quadro 1. Exemplos de alimentos de acordo com o Índice Glicêmico


47

Alto Moderado Baixo


Abóbora, batata inglesa, cenoura, Arroz, aveia, banana, Amendoim, leite, frutose,
beterraba, glicose, suco e laranja, laranja, pêra, batata doce, iogurte, feijões, maçã,
açúcar, mel, maltodextrina, trigo, milho, chocolate, massas, nozes e castanha,
pão, bolacha ervilhas, barras protéicas. sorvete, tomate.

Carboidratos: 50 a 60% das calorias. Para as pessoas ativas e aquelas


que participam de um treinamento com exercícios, cerca de 60% da ingestão
calórica diária deveriam ser fornecidos na forma de carboidratos,
predominantemente os complexos. O carboidrato complexo (massa, amido,
frutas e verduras) eleva a glicemia, mas deixa o padrão glicêmico estável
(HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2003)

Lipídeos: são importantes para a preservação da atividade física, os


quais entram com alto potencial energético. Recomenda-se que represente 25
a 20% do VET, e se necessário aumentar o conteúdo de carboidratos, deve
reduzir o de gordura (HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2002; MAHAN; ESCOTT-
STUMP, 2002).

Proteínas: em exercícios prolongados e de resistência, com mais de


uma hora de duração, as proteínas entram como função energética. A proteína
é ideal em atividades anaeróbicas mais pesadas, como por exemplo, a
musculação (HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2002; MAHAN; ESCOTT-STUMP,
2002).

Recomenda-se uma dieta de 12% a 15% proveniente de proteínas, para


atletas, a ingestão recomendada varia entre 1,2g a 1,8g de proteína/kg de
peso, dependendo do esporte que se pratica. O aumento da proteína na dieta
é justificado em exercícios intensos e de longa duração e em grandes
treinamentos de resistência e atividade envolvida com ganho de massa
muscular magra. Deve-se preferencialmente indicar o aumento do consumo de
proteínas de origem animal (HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2002; MAHAN;
ESCOTT-STUMP, 2002).

É importante lembrar que a dieta hiperprotéica deve ser acompanhada


de uma maior ingestão de líquidos, principalmente água. Também deve
48

atentar para o risco de disfunções no fígado e nos rins, em relação às dietas


hiperprotéicas (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2002).

De forma geral podemos citar como preparativos para provas, segundo


Hirschbruch & Carvalho (2002).

 Antes - Promover hidratação, evitar alimentos de difícil digestibilidade,


evitar alimentos e/ou suplementos ou complementos alimentares que
nunca foram testados, respeitar intervalo de 4 horas antes, se for uma
grande refeição (almoço ou jantar), ou 2 à 3 horas para uma refeição
mais simples (desjejum ou lanche), e fornecer alimentação equilibrada
em energia e demais nutrientes.
 Durante - Manutenção da hidratação e fornecimento de alimentos e/ou
suplementos ou complementos alimentares que auxiliam na manutenção
de energia e eletrólitos (CHO de rápida absorção: rapadura, mel, gel...).
Quanto à temperatura a bebida deve estar gelada, pois, desta forma, se
move mais rapidamente no trato intestinal. A reidratação deve continuar
por várias horas após o exercício para repor completamente as perdas.
 Depois - Promover reposição de reservas energéticas e hidroeletrolíticas
depletadas para recuperação metabólica adequada. A refeição deve ser
rica em carboidrato com proteínas associadas. O sódio pode ser reposto
adicionando-se sal aos alimentos bem como se escolhendo alimentos
fontes deste mineral. Frutas e vegetais são boas fontes de potássio.
49

Curso de Nutrição - Atendimento Clínico – Ambulatorial


_____________________________________________________________

8 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO NUTRICIONAL AO OBESO

O atendimento ao paciente obeso deverá contemplar os seguintes critérios:


- Avaliar os fatores de risco que poderão estar envolvidos;
- Verificar a perda de peso recomendada (estabelecer metas com o paciente).
Utilizar o valor mediano da classificação anterior:

Classificação do IMC ideal para determinação do peso a ser atingido:


Sobrepeso – IMC ideal: 22,5
Obeso1: IMC ideal: 27,5
Obeso 2: IMC ideal: 32,5
Obeso 3: IMC ideal: 37,5

Avaliação nutricional:
- Peso e altura
- % gordura pelo método da BIA
- RCQ e CA
- Anamnese alimentar

PACIENTES QUE NÃO SE SUBMETERÃO À CIRURGIA BARIÁTRICA


1º consulta:
- Realizar anamnese clínica e alimentar
- Trabalhar Pirâmide: focar quantidade e qualidade
- Comparação da pirâmide ideal com a preenchida através dos hábitos do
paciente

- Estabelecimento de metas com o paciente, focando a mastigação, o


fracionamento e a percepção da sua alimentação, utilizar o registro de 4 dias
como facilitador deste processo.

- Solicitação dos exames bioquímicos pertinentes:


- Hemograma completo
50

- Lipidograma completo
- Glicemia de jejum e hemoglobina glicada
- Se não vier com encaminhamento médico: TSH, T3 e T4

Conduta nutricional
- Restrição energética moderada: de 15 a 20Kcal/Kg peso atual/dia, nunca
inferior a TMB
- Cálculo da TMB: DRI
- para o cálculo da TMB usar fórmula de peso ajustado:

Peso ajustado = (peso ideal – peso atual ) x 0,25 + peso atual,


Onde o peso ideal, segundo a OMS: IMC de 21,5 para a mulher e 22,5 para
homem.
- CHO: 55-60% - preferir carboidratos de lenta absorção – rico em fibras;
- PTN: 15 – 20% - não menos que 0,8g/kg/dia do peso ideal;
- Gorduras: 20 – 25% - preferir as de origem vegetal e restringir as de origem
animal;
- Fibras: 20 – 30g/dia
- Álcool: restringir.
- Colesterol: até 300 mg/dia
- Vitaminas e minerais: DRIs
- Sódio: Se hipertensão, reduzir o sódio, termos práticos o sódio intrínseco
deve atingir no máximo 600mg de sódio e adicionar no máximo 4 g de Nacl, e
aumentar o consumo de alimentos ricos em potássio.
- Líquidos: 1500 ml para cada 1000 kcal
- Distribuição: 6 refeições dia

2º consulta
- Após 15 dias
- Avaliação se as metas foram alcançadas e nova pesagem
- Realização da BIA;
- Antes realizar as contas das necessidades do paciente para determinação do
valor energético da dieta, nunca ofertar valor menor que a taxa metabólica
basal calculada;
51

- Montar o cardápio junto com o paciente, de acordo com as porções da


pirâmide, sempre em duas vias (uma do paciente, outra do prontuário da
nutrição);
- Calcular o registro de 4 dias. Validação: dividir o valor energético do registro
pelo valor energético da TMB. Se for maior que 1,2 acreditar, se for menor,
desconsiderar.

Orientações gerais a serem trabalhadas:


- Variar a alimentação
- Não pular refeições, fazendo o número de refeições estipuladas.
- Consumir frutas e verduras da época
- Usar sal e Açúcar em quantidades moderadas
- Utilizar óleo vegetal no lugar da banha
- Prefira os alimentos com menor teor de gordura
- Ingerir bastante água
- Realizar atividade física
- Faça da refeição um encontro agradável
- Solte os talheres para mastigar
- Coloque sobre a mesa apenas o que faz parte do seu cardápio

Monitoramento:
Individual
- Inicialmente mensal ou evoluindo para bimensal de acordo com cada caso;
- Reavaliar a adesão à dieta, montar nova dieta sempre que necessário;
- Disponibilizar Receitas para facilitar o seguimento da dieta;
- Lanches pouco calóricos como refeições alternativas;
- Situações do dia-a-dia (festas, viagens, datas comemorativas, etc.);
- Solicitar novo registro sempre que sentir necessidade.
- Controlar a cada 3 meses os exames bioquímicos necessários conforme o
caso: lipidograma ou hemoglobina glicada.

PACIENTES QUE SE SUBMETERÃO À CIRURGIA BARIÁTRICA


52

O protocolo de nutrição para atendimento dessa população envolverá os


seguintes períodos: pré-operatório, intra-hospitalar e pós-operatório.

PRÉ-OPERATÓRIO
Tem como metas:
- Reforçar a percepção do paciente de que a perda de peso é possível quando
o balanço energético se torna negativo;
- Identificar erros e transtornos alimentares;
- Aumentar o potencial de sucesso no pós-operatório;
- Promover perda de peso inicial (no caso da cirurgia);
- Promover expectativas reais de perda de peso, preparar o paciente para a
alimentação no pós-operatório e verificar o potencial do paciente para o
sucesso da cirurgia.

ESQUEMA ALIMENTAR NO PRÉ-OPERATÓRIO


1º consulta:
- Realizar anamnese clínica e alimentar
- Trabalhar Pirâmide: focar quantidade e qualidade
- Comparação da pirâmide ideal com a preenchida através dos hábitos do
paciente
- Estabelecimento de metas com o paciente, focando a mastigação, o
fracionamento e a percepção da sua alimentação, utilizar o registro de 4 dias
como facilitador deste processo.

- Solicitação dos exames bioquímicos pertinentes:


· Hemograma completo, Proteínas totais e frações, Lipidograma completo,
Ferro sérico, Vitamina B12, Ácido fólico, Zinco, Creatinina, Ácido úrico, Uréia,
Ferritina

2º consulta
- Após 15 dias
- Avaliação se as metas foram alcançadas e novas pesagem
- Explicação de o esquema alimentar pós operatório
- Mastigação do paciente e a distribuição das refeições ao longo do dia
53

- Fracionamento: estímulo a 6 refeições / dia.

ESQUEMA ALIMENTAR NO PÓS – OPERATÓRIO


- Pós-Operatório imediato (geralmente ocorre intra-hospitalar):
Cerca de 8 horas após a operação da banda e cerca de 2 dias após a
operação de Capela, deve-se começar a introduzir líquidos em pequena
quantidade, oferecer água de coco, chás, suco de lima e água em quantidades
de 50 ml a cada 20 a 30 minutos. O paciente deverá ingerir em pequenos goles
e progredir até sentir-se apto a tomar maiores quantidades. Nos dias seguintes,
a quantidade vai sendo progressivamente aumentada.

- Período 1 - Dieta líquida durante 20 dias:


O paciente deve ingerir pelo menos 1500 ml de líquido por dia. O tipo de líquido
deve variar de forma que possa ser ingerida uma quantidade razoável de
nutrientes de diversos tipos. Pode-se tomar chás, leite desnatado, iogurte light,
sucos de frutas ou vegetais (cenoura, tomate, beterraba), sopas de verduras,
frango ou carne (coados), etc. É importante que a dieta seja fracionada por
todo o dia, de forma que não se sinta fome entre as refeições, nem se
sobrecarregue o estômago em uma única tomada.

- Período 2 - Dieta semi pastosa por 15 dias: ( Opcional)


Neste período pode ser introduzida dieta cremosa. As refeições com
consistência semelhante à de um creme devem ser tomadas em pequena
quantidade. Os alimentos prontos comercializados para bebês (potinhos)
podem ser utilizados por apresentarem a consistência ideal e possuírem
nutrientes ricos em vitaminas e com a distribuição de proteínas e carboidratos
considerada ótima. Purês moles de aipim, abóbora, e outros vegetais também
podem ser usados, porém sempre em pequenas quantidades. Sopas, sucos e
chás, devem complementar a alimentação diária, mas os líquidos devem ser
ingeridos nos intervalos entre as refeições. A quantidade total de líquidos
administrados a cada dia deve ser de pelo menos 1500 ml, divididos em várias
tomadas - 100 a 200 ml de cada vez. O alimento pastoso também deve ser
fracionado em porções de 100 a 150g, perfazendo um total de ± 500 g por dia.
54

- Período 3 - Dieta pastosa por 15 dias


Neste período a consistência do creme pode ser aumentada, chegando ao purê
(pastoso). Antes das refeições recomenda-se meia fruta (maça, pêra ou
banana) sem casca e sem semente e verduras alface, agrião (só a folha, sem o
talo) e tomate sem casca e sem semente, extremamente bem mastigada.

- Período 4 – Dieta branda - Pequenas porções de alimento com


consistência amolecida por 20 dias:
Refeições de consistência normal já podem ser introduzidas na dieta. As
porções devem, contudo, ser mantidas pequenas, e os líquidos tomados
apenas nos intervalos das refeições. É extremamente importante mastigar os
alimentos até que estes se encontrem completamente triturados, quando então
podem ser engolidos. As refeições devem ser feitas em 3 a 5 horários
diferentes, mantendo-se variantes de baixo teor calórico. Devido a sua
consistência devem-se evitar alimentos grelhados, fritos e assados, dando-se
preferência aos cozidos. Recomenda-se cortar as carnes em pequenos
pedaços, e deve-se reservar uma boa mastigação e uma ingestão de pequenos
bolos a cada deglutição.

Período 5 – Dieta livre


Comer com calma e mastigar bem os alimentos:
Agora, cada um vai fazendo seu próprio cardápio, dentro dos princípios básicos
de ingerir alimentos de baixo teor calórico.

Recomendações:
_ A mastigação lenta e a tomada de pequenos bolos a cada vez deve se
transformar em uma rotina para se evitar problemas maiores como vômitos e
regurgitação (golfadas). À medida que começa a comer lentamente e a
mastigar adequadamente os alimentos, o paciente vai aprendendo a evitar
problemas desse tipo. Após a fase de adaptação, o paciente vai aprendendo a
interpretar os sinais de seu estômago.
_ As refeições devem conter adequadas quantidades de proteínas,
carboidratos e vitaminas, e devem ser espalhadas ao longo do dia.
55

Portanto no almoço e no jantar utilizar um pouco dos alimentos de cada grupo,


deixando a consistência adequada a cada etapa.
_ È importante lembrar que o consumo é extremamente limitado, portanto o
pouco de “matéria prima” deve ser de primeira qualidade.
_ Deve-se evitar deitar após as refeições, bem como ingerir líquidos enquanto
se come.
_ Certos alimentos não são facilmente tolerados no pós-operatório e devem ser
evitados a menos que possam ser triturados ou quebrados em pequenos
pedaços para que possam ser mais facilmente digeridos. São alimentos que
podem ficar impactados na passagem entre o pequeno reservatório gástrico e
o restante do estômago, possibilitando a obstrução e a ocorrência de vômitos.
_ Os alimentos que devem ser evitados são castanhas, amendoim, nozes,
avelãs, etc. Alguns vegetais fibrosos como abacaxi, laranja, tangerina, brócolis,
etc. só devem ser ingeridos sob a forma de sucos ou cremes, e o bagaço não
deve ser engolido. Os alimentos mais problemáticos a engolir são carnes, pão
e bolachas, que devem ser consumidos com extremo cuidado.
_ A mudança gradual da consistência também tem o objetivo de “treinar” o
paciente na mastigação e nas suas escolhas, ajudando-o a adaptar-se a um
novo hábito alimentar, e não apenas fazer mais uma “dieta”. Este primeiro mês
de alimentação mais liquida e cremosa também auxilia na desintoxicação de
organismo.
_ Deve-se evitar fazer outras coisas como ler ou ver televisão enquanto come.
_ Apesar de existir uma rotina alimentar pós – operatória a mesma será
determinada pela individualidade física e social do paciente, adaptando
o ideal à realidade pra que as orientações sejam realmente seguidas.
_ O ideal é que o paciente seja acompanhado mensalmente nos 6 primeiros
meses, para depois em conjunto com o mesmo estabelecer a frequência do
acompanhamento
56

Curso de Nutrição - Atendimento Clínico – Ambulatorial


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SUPLEMENTAÇÃO A SER FEITA NOS CASOS DE CIRURGIA


DESABSORTIVA:
Iniciar a suplementação assim que a dieta deixar de ser líquida restrita:
- Polivitamínico-mineral: Centrum® - 1 comprimido 1x ao dia (macerado com
água)
- Complexo B: 20 gotas /dia
- Vitamina A e D: Aderogil® - 1 ampola a cada 15 dias completando 3 ampolas,
repetir após 6 meses
- Fibra solúvel: Benefiber – 4 colheres de sobre mesa rasa ao dia (adicionada
na sopa ou suco)
- B12 intramuscular – cada 4/6 meses.

DIETA PERÍODO ALIMENTOS PERMITIDOS RECOMENDAÇÕES


Pós Durante os - Água mineral sem gás, água - Ingerir 50 ml de líquidos a
operatório primeiros 5 de coco, suco de fruta natural cada 30 minutos
imediato Dias sem açúcar, diluído em água (Utilizar 1 copinho de café
(Habitualmente e coado (maça, laranja lima, como padrão).
intra hospitalar) goiaba, manga, pêra, - Evitar mais que 30 minutos
maracujá etc) em jejum.
- Gelatina diet ou light liquida - Tomar no mínimo 1500 ml de
- Caldo de legumes e carne líquidos ao dia, incluindo
com temperos naturais sem somente os permitidos.
caldos concentrados. - Evitar colocar vários tipos de
- Chá de ervas sem adoçante hortaliças flatulentas na mesma
preparação (Couve, repolho,
acelga, brócolis, couve-flor, etc)
- Variar o tipo de legumes e da
carne na preparação do caldo.
- Substituir o açúcar por
adoçante.
Liquida Período 1 - Dieta - Os mesmos do período - A ingestão de líquidos deve
líquida durante 20 anterior. ser de pelo menos 1500 ml que
a 25 dias: - Suco de fruta + vegetal podem ser divididos da
coado. seguinte forma: 400 ml de
- Fruta sem casca e sem sopa, 400 ml de leite e 400 ml
semente raspada ou de suco de fruta e 300 ml de
amassada. água, chá etc.
- Pudim diet ou light - realizar as refeições em
preparado com leite ambiente calmo e tranqüilo e
desnatado, utilizar colheres pequenas.
- Leite desnatado com frutas - a quantidade é de 50 ml a
batido e coado, cada 30 minutos.
iogurte desnatado. Mas após 15 dias desta nova
-Sopa de legumes coada dieta aumentar o volume para
57

100 ml a cada 45 minutos.


Semi- Período 2 - Dieta - Líquidos: água mineral sem - Deve-se iniciar o consumo de
pastosa semi pastosa por gás, água de coco, suco carne moída ou desfiada. Se
Ou 15 dias: natural de frutas e ou de não tolerar a carne, utilizá-la
Pastosa (opcional) vegetais coados, chá natural liquidificada.
Período 3 - Dieta e café com adoçante. - permanecer com a restrição
pastosa por 15 - leite e derivados aos alimentos gordurosos e
dias desnatados. aos doces.
- Frutas cozidas em forma de
purês ou amassados. Utilizá-
las no lanche. Hortaliças: na
forma de purês amassados
ou de sopas, Leguminosas
liquidificadas (escolher
um no almoço e ou no jantar).
- Cereais: farinha de aveia,
amido de milho, arroz papa,
polenta mole, macarrão
(utilizar algum destes 2 x ao
dia).
- Carne: magra moída ou bem
cozida e desfiada,
- Peixe desfiado.
- Frango desfiado.
- Ovos: clara cozida.
- Papinha de leite desnatado
com pão de forma sem casca
ou com bolachas simples.
- Mingaus
Branda Período 4 - - Leite e derivados - Devem-se respeitar as seis
Pequeno desnatados. refeições ao dia
porções de - Queijos magros. - As quantidades serão
alimento com - Requeijão light. conforme a tolerância do
consistência - Frutas: cozidas ou cruas paciente, mas não devem
amolecida por 20 sem casca e sem sementes ultrapassar as 5 colheres de
dias: - Hortaliças: na forma de sopa por refeição.
purês amassados ou - Mastigar exaustivamente os
Durante 15 dias de sopas, Leguminosas alimentos, as refeições devem
liquidificadas (escolher um no ser feitas pelo menos em 30
almoço e ou no jantar). minutos.
Cereais: pães moles, fatiados
ou de forma, bolacha simples,
farinha de aveia, amido de
milho, arroz papa, polenta
mole, massas.
- Carne aves e peixes: magra
moída ou bem cozida e
desfiada, grelhados, assados,
almôndegas.
- Ovos pochê ou mexidos-
Livre Período 5 - Comer - Seguir orientações da - Preferir pães e massas
com calma e pirâmide alimentar. preparados com pouca
mastigar bem os gordura.
alimentos: - Utilizar pouca gordura nas
preparações.
58

Após a dieta - Utilizar alimentos integrais


branda como pão, macarrão, arroz e
bolachas integrais , aveia,
germe de trigo
e farelo de trigo.
- Variar o tipo de hortaliça
utilizada.
- Variar as cores, a textura e as
formas de preparação.
- Os vegetais devem ser
cozidos o menor tempo
possível para não perder
muitos nutrientes,
se possível utilizar o vapor.
- Na mesa limitar a adição de
óleo, sal e molhos aos
alimentos.
- Preferir os sucos naturais,
evitar os artificiais.
- Preferir as frutas de
sobremesa ou n o lanche.
- Preferir carnes magras, frango
sem pele e sempre
que possível utilizar peixes.
- Evitar frituras, preferir assar
ou grelhar as carnes.
- Usar a gema do ovo com
moderação.
- Evitar alimentos gordurosos
como bacon, lingüiça, salame,
salsicha etc.
- limitar a ingestão de bolos,
chocolates, sorvetes, balas etc.
- Observar os rótulos
procurando informações como
o valor calórico e a quantidade
de sal.
- Fazer as refeições
demoradamente, mastigando
bem os alimentos a fim de
facilitar a digestão e prevenir
desconforto.
- Usar talheres e pratos
pequenos.
59

Curso de Nutrição - Atendimento Clínico – Ambulatorial


_____________________________________________________________

9 SOAP

Dados Subjetivos

S# O que o paciente refere (sinais, sintomas).

Dados Objetivos

O# Dados Objetivos (colocar números, IMC, Circunferências, exames).

Avaliação

A# É a sua avaliação em relação ao paciente, o A# é composto da:


Antropometria (você faz avaliação do paciente de acordo com os dados
antropométricos que ele apresenta ex: paciente apresenta obesidade grau I de
acordo com IMC, apresenta riscos de doenças cardiovasculares de acordo com
CC/CQ).

Bioquímica (fazer avaliação do paciente de acordo com exames


laboratoriais).

Clínico (fazer avaliação do exame físico do paciente).

Dietético (fazer avaliação de excesso ou falta de fontes alimentares, Ex:


paciente consome pouca fruta e verduras, ingere excesso de alimentos
embutidos e açucares).

Emocional (Avaliar o emocional do paciente ex: paciente ansioso, depressivo,


desconta nervosismo na comida).

Plano

P# De que jeito orientou? Material educativo?

Próxima Consulta

PC# Utilizar probióticos? Entrega de material educativo extra? Entrega de


receitas?
60

Curso de Nutrição - Atendimento Clínico – Ambulatorial


_____________________________________________________________

FICHA DE EVOLUÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE

1. PIC (Período Inter Consulta)


2. Relato do Paciente (S)
3. Conduta
4. Programação p/ próxima consulta

DATA EVOLUÇÃO
61

10 FICHAS DE ANAMNESE NUTRICIONAL

Ambulatório de Nutrição
Cirurgia Bariátrica

Caso Novo

DADOS PESSOAIS
Escolaridade: __________________Profissão:________________
Estado civil:___________N° de filhos: ___________
N° de pessoas na casa: __________Renda mensal:____________

HISTÓRIA DE EVOLUÇÃO DE PESO CORPORAL E TRATAMENTOS


REALIZADOS
Início do ganho ponderal (infância, adolescência, idade adulta):
_______________________________________________________________
Acompanhamentos anteriores (nutricional, médico, psicológico, etc) e
resultados:______________________________________________________
_______________________________________________________________\
Utilização de medicamentos anorexígenos/ sacietógenos
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Peso máximo atingido (data): _____________________
Peso mínimo alcançado (data): ____________________
Peso almejado (paciente):_________________________

ANTECEDENTES PESSOAIS:
_______________________________________________________________
Tabagismo: (nº cigarros/dia; tempo):_____________________
Etilismo: (tipo de bebida; frequência, quantidade): ______________
Prática de atividade física: (qual,quantas vezes /semana, quantas horas/dia):
_______________________________________________________________

MEDICAMENTOS EM USO:
_______________________________________________________________
62

ANTECEDENTES FAMILIARES:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Avaliação antropométrica:
Peso atual:__________Estatura:________IMC/classificação:_____
CC:___________________CA:___________

Anamnese
Queixas gastrintestinais:
Hábito intestinal
Hábito urinário
Intolerância ou alergia alimentar
Ingestão hídrica
Compras (quem faz)
Refeições (quem prepara)
Relação com a comida
Sensação de perda de controle sobre a ingestão alimentar (influência de
fatores emocionais).Sentimento de culpa após a ingestão alimentar
Hábito noturno de alimentação
Hábito de beliscar
Local das refeições
Número de vezes que come por dia
Duração das refeições
Dentição (falhas arcada superior/inferior); Acompanhamento odontológico?

Frequência alimentar
Leite int/desnatado /Iogurte int/desnatado
Queijo prato/mussarela/branco
Frutas
Verduras /Legumes
Carne vermelha (magra/gorda)
Frango (c/ s/ pele)
63

Porco
Peixe
Ovo (frito/coz)
Embutidos (salsicha, presunto, mortadela, etc)
Pães, biscoitos recheados, de polvilho
Produtos de padaria (rosca, sonhos)
Arroz / macarrão/Lasanha
Leguminosas
Frituras (batata, nuggets, steak, etc)
Lanches tipo fast food / Pizza
Salgados (fritos/assados)
Doces (de leite, de frutas, etc)/Chocolate/Sorvetes (picolé/massa)
Produtos light/diet
Refrigerantes (trad/light/zero)
Sucos (naturais/artificiais)
Enlatados (milho, ervilha, etc)
Churrasco de final de semana
Bebidas alcoólicas

Disponibilidade mensal de alimentos


nº pessoas que realizam as refeições em casa:____
Açúcar/Óleo
Banha de porco kg (latas)/Manteiga/ margarina
Sal/Temperos industrializados (Sazon®, Caldo Knorr®, Caldo Maggi® e outros)
Recordatório alimentar habitual
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

CONDUTA:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
64

Ambulatório de Nutrição
Cirurgia Bariátrica

Evolução Clínica

DATA:___________

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Idade:____________________
Altura:___________________
Data cirurgia: _____________
Peso pré operatório: ________
Peso último retorno: ________
Peso atual: _______________ IMC/classificação: ______________
% Perda de peso: ______________
Bioimpedância: _______________
Circunferência abdominal: ___________

Anamnese
Hábito intestinal:_________________________
Constipação: ( ) sim ( ) não Diarreia: ( ) sim ( ) não
Hábito urinário: ___________________________________
Náuseas: ( ) sim ( ) não Quantas vezes por dia/semana/mês?
__________________________
Relação com algum tipo de
alimento:______________________________________________
Vômito: ( ) sim ( ) não Quantas vezes por dia/semana/mes? ______
Relação com algum tipo de
alimento:______________________________________________
Algum fator que piore este
sintoma:_______________________________________________
Intolerância ou alergia
alimentar:__________________________________________________
Ingestão hídrica: __________ Alteração de paladar (Zn/Cu):_____
65

Número de vezes que come por dia: _________________________


Duração das refeições:
_________________________________________________________
Uso de suplemento vitamínico: ( ) sim ( ) não
Quais:__________________________________
Regularidade:___________________________________________
Queda de cabelo: ( ) sim ( ) não (Ptn/Zn/Biotina)
_____________________________________
Unhas fracas: ( ) sim ( ) não
Prática de atividade física: (qual, quantas vezes /semana, quantas horas/dia):
_______________________________________________________________
_____________
Irritabilidade/fraqueza/tontura/cansaço:________________________________
_(Vitamb1/b12)
Ingestão de bebida alcoólica: ( ) sim ( ) não
Qual: __________________ Frequência:
_________Quantidade:________________

Como é sua tolerância aos seguintes alimentos:


Carne vermelha: ( ) come bem ( ) come com dificuldade ( ) não come
Carne branca: ( ) come bem ( ) come com dificuldade ( ) não come
Arroz: ( ) come bem ( ) come com dificuldade ( ) não come
Pão: ( ) come bem ( ) come com dificuldade ( ) não come
Verdura de folha: ( ) come bem ( ) come com dificuldade ( ) não come
Macarrão: ( ) come bem ( ) come com dificuldade ( ) não come
Doces: ( ) come bem ( ) come com dificuldade ( ) não come
Tem algum outro alimento que você não come ou tem dificuldade para comer?
_______________________________________________________________
Recordatório alimentar habitual
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
66

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________

Frequência alimentar
Leite int/desnatado
Iogurte int/desnatado
Queijo prato/mussarela/branco
Frutas
Verduras /Legumes
Carne vermelha (magra/gorda)
Frango (c/ s/ pele)
Porco
Peixe
Ovo (frito/coz)
Embutidos (salsicha, presunto, mortadela, etc)/ Enlatados (milho, ervilha, etc)
Pães, biscoitos recheados, de polvilho
Produtos de padaria (rosca, sonhos)
Arroz / macarrão/Lasanha
Leguminosas
Frituras (batata, nuggets, steak, etc)
Lanches tipo fast food/ Pizza
Salgados (fritos/assados)
Doces (de leite, de frutas, etc)/Chocolate
Sorvetes (picolé/massa)
Produtos light/diet
Refrigerantes (trad/light/zero)
Sucos (naturais/artificiais)
Churrasco de final de semana
Bebidas alcoólicas
Óleo (quant. de latas/mês)
Sal (Temp. industrializados)
67

Adoçante/Açúcar
OBSERVAÇÕES:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

CONDUTA:
68

Avaliação Nutricional Infantil

NOME:.....................................................................................................
IDADE: .....................................................SÉRIE:...................................
SEXO: ( )Masculino ( )Feminino
Data de Nascimento: ................/...................../.....................
Endereço: ................................................................................................
Telefone:...................................................................................................

1. DADOS DA FAMÍLIA
Nome Idade Pes
Estad Escolaridad Profissã Altur
Complet (Anos o
o Civil e o a (m)
o ) (Kg)

Mãe

Pai

Outro
responsável/gra
u de parentesco

A família tem alguma religião? ( )Sim ( )Não


Qual?.....................................................................................................

2. FALE UM POUCO DOBRE SEU FILHO(A)


a) O seu filho (a) foi amamentado no
peito?....................................................................................
Caso SIM, com que idade ele (a) parou de
mamar?...........................................................................................................
Após parar de mamar, que tipo de leite passou a consumir e até que
idade?............................................................................................................................
b) Como seu filho (a) vai habitualmente para a escola?
( ) A pé ( )Carro ( )Ônibus ( ) Bicicleta
Qual a duração normal do trajeto para ir de casa à
escola?..............................................................................................
69

c) Seu filho (a) participa de algum tipo de esporte fora da


escola?....................................................................................
Se SIM, quais e quantas vezes na
semana..........................................................................................................................
d) Durante quanto tempo, em média, o seu filho (a) fica assistindo televisão, jogando
videogame ou usando o computador?
Televisão Videogame Computador
Dia Típico (normal) da semana
Dia do final de semana

3. FALE SOBRE A ALIMENTAÇÃO DO SEU FILHO (A)


a) Como você classificaria a qualidade da alimentação do seu filho (a)?
( ) Excelente ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
b) Durante uma semana normal (típica), quantos dias na semana o seu filho (a) substitui
uma das refeições principais por um lanche rápido (sanduíche, pizza ou
doces)?.................................................................................................................................
c) Durante uma semana normal (típica), em quantos dias na semana você faz as
refeições com o seu filho
(a)?...........................................................................................................................
d) Considerando um dia típico da semana, descreva a frequência que seu filho (a) consome os
seguintes alimentos:

Frequência
Tipo de Alimento Semanal
Nunca Diário Mensal
2x 3x 4x ou mais
Carne vermelha, frango ou porco
Peixe, camarão, frutos do mar
Arroz
Feijão, lentilha, ervilha
Batata frita, batata chips, salgadinhos
Leite, queijo e derivados
Iogurte
Sucos naturais de frutas
Achocolatado
Frutas
Verduras cruas ou cozidas
Pizza, hambúrguer
Pães, macarrão, bolacha água e sal
Refrigerante
70

Ovos
Doces, sorvete, bolacha recheada

4. OUTRAS INFORM AÇÕES


a) Medicamentos:
Que já utilizou................................................................................
Que utiliza atualmente....................................................................
b) Seu filho apresenta alguma das doenças abaixo:
( ) Diabetes
( ) Hipertensão (pressão alta)
( ) Colesterol alto
( ) Triglicerídeos alto
( ) Problemas cardíacos
Outras doenças que julgue
importante..................................................................................................................................
c) Alguém da família (pai, mãe, tios, avós) apresenta alguma das doenças citadas
acima?...............................................
d) Seu filho (a) apresenta alergia a algum tipo de alimento, medicamento ou picada de
inseto?.............................................................................................................................................
e) Seu filho (a) tem alguma aversão ou intolerância
alimentar?.......................................................................................................................................
f) Cite alguns alimentos preferidos de seu filho
(a)..............................................................................................................
g) Função Gástrica: ( ) Normal ( ) Azia ( )Desconforto Abdominal ( )Outros
h) Hábito Intestinal: ( )Normal ( ) Constipado ( ) Diarréia Quantas vezes vai ao
banheiro/dia: ...............................

i) Recordatório Alimentar
REFEIÇÃO ALIMENTO QUANTIDADE

Café da Manhã
___:____

Lanche
___:___

Almoço
___:___

Lanche da Tarde
__:__
71

Jantar
___:___

Ceia
___:___

5. DADOS ANTROPOMÉTRICOS

Dat Idad Estatu Pes IM P/ E/ P/ Classificaç C. C. C.


a e ra o C I I E ão braqui Cefáli Abdomin
al ca al
72

ATENDIMENTO NUTRICIONAL 1º CONSULTA PRATICANTE


ATIVIDADE FÍSICA

Nome: Data da 1º Consulta:


Estagiário de nutrição: Tel: e-mail: Data de Nascimento:
Idade:.............................................. Com quem mora: Atividade
Profissional:

Objetivo da consulta:

TREINO

Modadlidade Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado


1.
2.
3.
Hora de Início e de Fim
1. 2. 3.

HISTÓRICO CLÍNICO

Alterações recente de peso: ( ) Sim ( ) Não ( ) a mais a menos ( ) Quantos Kg? Em quanto
tempo?

Intestino: ( ) Regular ( ) Constipado ( ) Diarréia Fumante: ( ) Sim ( ) Não Queixas Específicas:

Doença: Sim ( ) Não ( ) Qual (is)?

HÁBITOS ALIMENTARES

Mastigação: ( ) Lenta ( ) Moderada ( ) Rápida

Quem compra os alimentos: Quem prepara as refeições: Onde faz as refeições:

Ingestão de Líquidos durante o treino e durante o dia: Uso de Suplementos, quais:


73

FREQUÊNCIA ALIMENTAR

Alimento Diário Semanal 15 dias Mensal Alimento Diário Semanal 15 Mensal


dias
Leite/Derivados Café
Carne vermelha Chá
Carne branca Refrigerante
Hortaliças Bebida
alcoólica
Frutas Açúcar
Leguminosas Adoçante
Frituras Doces
OBSERVAÇÕES:

DADOS ANTROPOMÉTRICOS

Altura Peso
DTriciptal % GC
DBíceps Massa Gorda/magra
DSI Cintura/Quadril
DSE RCQ
Somatório IMC

RECORDATÓRIO ALIMENTAR 24 h ( ) Dia Usual ( )Dia Não Usual Hora que acorda:
Hora que Dorme:

REFEIÇÃO QUANTIDADE ALIMENTOS


LOCAL
HORÁRIO
74

CLIENTE:

DATA:

CAFÉ DA MANHÃ ALIMENTOS Quantidade

Horário:

LANCHE DA MANHÃ

Horário:

ALMOÇO

Horário:

LANCHE DA TARDE 1

Horário:

LANCHE DA TARDE 2

Horário:

JANTAR

Horário:

CEIA

Horário:
____________________ _______________________

Estagiário Professor
75

FICHA DE RETORNO PARA PACIENTE ADULTO

Nome: Data:

Como passou desde a última consulta? Sobre o que foi orientado, do que se lembra?

Sobre o que foi orientado, o que praticou e quanto?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Houve dificuldades da prática?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________

REVISÃO DE SISTEMAS

Boca - Mastigação – Freqüência: ___________

Tempo de refeição: ____________

Presença de eructação: ( ) não ( ) sim Intensidade: __________ Freqüência:

Presença de pirose/Gastrite: ( ) não ( ) sim

Refluxo gastroesofágico: ( ) não ( ) sim

Presença de flatulência: ( ) não ( ) sim Intensidade: __________ Freqüência:

Após flatulência, odor: ( ) fétido ( ) suportável

Função intestinal – Freqüência: ___________

Consistência das fezes: ( ) ressecadas ( ) formadas ( ) amolecidas ( ) em grumos

( ) diarréicas ( ) explosivas ( ) pequenas esferas

AVALIAÇÃO DOS SINTOMAS


 Aqui anotar se melhorou/piorou ou se manteve os Sintomas que o paciente tinha na
1º Consulta (de acordo com a tabela)
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
76

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

O RECORDATÓRIO DE 24H PODE FAZER NA PARTE DE TRAZ DA FOLHA (Anotar


alimentos, quantidade ingerida e horário das refeições)
77

11 MONITORIA

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS


FACULDADES INTEGRADAS DO CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS
CAMPOS
GERAIS
TERMO DE COMPROMISSO DO MONITOR

SEMESTRE: ____________
Eu, _____________________________________________________
RA_______________, turno ___________, período____________ do curso de
________________________________________, assumo o compromisso de
exercer, no período de ______/______/______ a ______/______/______, a
Monitoria Voluntária,

observando as seguintes normas:

a)Cumprir ___________ horas semanais de trabalho;


b)Desenvolver o Plano de Atividades de Monitoria elaborado pelo Professor
supervisor;
c)Apresentar relatório semestral à Coordenação de Curso, com avaliação do
Professor Supervisor;
d)Cumprir as disposições normativas inerentes ao Programa de Monitoria.
Ciente de que a monitoria é voluntária e não constitui nenhum tipo de vínculo
empregatício, para firmar a validade do que aqui se estabelece, assino o
presente TERMO DE COMPROMISSO, em 1 (uma) via, fazendo jus ao
certificado de participação no PROMAV somente enquanto nele permanecer e
convier ao Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE.

Ponta Grossa, ____/___/___

________________________________
Assinatura do Monitor
78

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS - CESCAGE


COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
PROGRAMA DE MONITORIA ACADÊMICA

RELATÓRIO DO MONITOR

DISCIPLINA:__________________________________________________
PROFESSOR SUPERVISOR: _____________________________________
MONITOR:____________________________________________________

1 Atividades realizadas
2 Atividades não realizadas
3 Outras atividades extra-plano
4 Aprendizagem adquirida

Ponta Grossa, ___/___/___

______________________________________
Assinatura do Monitor
79

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS - CESCAGE


COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
PROGRAMA DE MONITORIA ACADÊMICA

RELATÓRIO DO PROFESSOR SUPERVISOR

DISCIPLINA:_____________________________________________________
PROFESSOR
SUPERVISOR:_____________________________________________
MONITOR:______________________________________________________

1-Quais foram as atividades desenvolvidas pelo monitor neste semestre?

2-Durante este semestre, como foi o desempenho do monitor quanto:

2.1- Domínio do conteúdo da disciplina?


Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( )
2.2- Realização das atividades programadas?
Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( )
2.3- Assiduidade e pontualidade?
Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( )
2.4- Relacionamento com a equipe de trabalho?
Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( )
2.5- Participação, regularidade e capacidade na resolução de problemas?
Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( )
3-Como o monitor é orientado para o desenvolvimento das atividades

Ponta Grossa , ____/___/___

__________________________________________
Assinatura do Professor Supervisor
80

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS - CESCAGE


COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
PROGRAMA DE MONITORIA ACADÊMICA

TERMO DE DESLIGAMENTO

DISCIPLINA:
________________________________________________________

PROFESSOR SUPERVISOR:______________________________________

MONITOR:______________________________________________________

Eu_____________________________________________________________
_______, monitor da disciplina _______________cógido _________________,
através deste instrumento, me desligo do Programa de Monitoria Voluntária do
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE, do qual participei
até _________________ (mês e ano).

Ponta Grossa, ___/___/____

________________________________________
Assinatura do Monitor
81

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS - CESCAGE


COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
PROGRAMA DE MONITORIA ACADÊMICA

CONTROLE DE PRESENÇA E ATENDIMENTO ACADÊMICO

DISCIPLINA :___________________________________________________
PROFESSOR SUPERVISOR:______________________________________
MONITOR:______________________________________________________

DATA ATIVIDADE ASSINATURA

Ponta Grossa, ___/___/____

___________________________________
Assinatura do Monitor
______________________________________
Assinatura do Professor Supervisor
______________________________________
Assinatura do Coordenador de Curso
82

BIBLIOGRAFIA

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diabetes 2002: diagnóstico e classificação do diabetes melito e
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