1- Introdução
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HAN, B.C. Sociedade do cansaço – Além da sociedade disciplinar. Petrópolis, RJ. 2015; O autor
contrapõe os sujeitos do desempenho, regrados pela positividade, aos seus antecessores: os que
Foucault cunhou de “sujeitos da obediência”, ordenados pela negatividade.
a reflexão sobre a necessidade e a legitimidade de tais tendências escapistas, assim
como as perspectivas caóticas que podem ser vislumbradas neste processo reflexivo.
O ser social pós-moderno, ansioso com a espera pela sexta-feira – dia em que
pode, enfim, beber e/ou positivar o consumo de outros mecanismos escapatórios - para
poder esquecer-se da sua rotina enfadonha e dos limites de suas prisões pós-modernas
que o consumem e esgotam-no durante a sua jornada de trabalho semanal;
paradoxalmente, de maneira implícita ele apenas realoca o seu inferno pessoal,
alterando-o de um estressante escritório para uma confortável mesa de boteco – onde
pode satisfazer-se com o imediatismo, ou melhor, onde pode exercer uma pseudo-
satisfação que o revigora, mas não satisfaz plenamente.
[...] Visto que ele (o sujeito de desempenho) tem uma tolerância bem
pequena para o tédio, também não admite aquele tédio profundo que
não deixa de ser importante para um processo criativo. [...] Se o sono
perfaz o ponto alto do descanso físico, o tédio profundo constitui o
ponto alto do descanso espiritual. Pura inquietação não gera nada
novo. Reproduz e acelera o já existente.
Referências bibliográficas: