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htm

O tratamento da hipertensão arterial com metformina reduz a pressão


arterial sem o emprego de antihipertensivos, porque ocorre diminuição da
resistência periférica à insulina.

22/08/2005

Somente o tratamento causal merece ser chamado de tratamento


desconhecido do século XXI

José de Felippe Junior


O “tratamento” mais moderno que dispomos para a hipertensão arterial se baseia única e exclusivamente no uso de drogas que agem
diretamente diminuindo os níveis pressóricos , isto é , consiste apenas em um “tratamento” sintomático.

São os diuréticos que diminuindo a volemia diminuem a pressão arterial e junto o paciente perde potássio sempre lembrado, mas
também perde magnésio, sempre esquecido e em particular com os tiazídicos acontece um aumento da resistência à insulina.

São os betabloqueadores que diminuindo o débito cardíaco diminuem a pressão arterial e junto o paciente pode ficar deprimido por
diminuição dos neurotransmissores cerebrais e vamos salientar : podem piorar a resistência à insulina.

São os bloqueadores da enzima de conversão da angiotensina que dilatando as arteríolas diminuem a pressão arterial e junto o
paciente fica impotente, com tosse e com o bolso mais vazio.

Todos eles, os diuréticos , os betabloqueadores e os bloqueadores da enzima de conversão são medicamentos do modo que a
indústria farmacêutica gosta : são dispendiosos e devem ser tomados diariamente, contínuamente, sem pausas.

Há muito tempo sabe-se que ,qualquer fator que provoque resistência à insulina aumenta o risco de : infarto do miocárdio, derrame
cerebral e vários tipos de câncer ao lado do diabetes melitus e da obesidade. Como vimos os tiazidicos e os betabloqueadores podem
interferir negativamente neste fator.

A hipertensão arterial está associada com o aumento da resistência à insulina e hiperinsulinemia, mesmo na ausência de obesidade
(Berglund – 1976, Ferrannini – 1987, Landin – 1990). Todos os tratamentos clássicos da hipertensão não alteram a resistência à
insulina, tão sobejamente descrita nos hipertensos e alguns destes tratamentos na verdade aumentam a resistência à insulina . Este
fato explica a razão de um tratamento antihipertensivo clássico mesmo quando controlando perfeitamente a pressão arterial
,consegue apenas moderadamente reduzir a morbidade e a mortalidade por infarto do miocárdio e derrame cerebral . Foi o que
encontrou Collins em1990 em revisão criteriosa de vários trabalhos randomizados de bom nível.

As pesquisas cujo foco é descobrir os fundamentos da hipertensão arterial ficam esquecidas na literatura médica e até são
cuidadosamente escondidas pelo “marketing” farmacêutico. Não há interesse algum em divulgar tratamentos não dispendiosos e que
ainda diminuem o risco de vários tipos de doenças degenerativas, as quais é bom salientar também são muito lucrativas. Foi o que
aconteceu com o trabalho de três médicos suecos da Universidade de Göteborg: K. Landin , L. Tengborn e U. Smith escrito em 1991 e
publicado em inglês não em sueco: “ Journal of Internal Medicine” .

Os autores estudaram nove pacientes com hipertensão arterial moderada PA : 155/95 mmHg , não obesos , não diabéticos , não
fumantes, com idade média de 40 anos, que não estavam sob tratamento antihipertensivo. Administraram 850 mg de metformina ao
dia por 6 semanas e dosaram vários parâmetros metabólicos.

A queda da pressão arterial com o uso da metformina foi acompanhada sistematicamente com a queda da insulinemia, o que reflete a
concomitante diminuição da resistência periférica à insulina.

Todos os resultados enumerados abaixo, mostraram significância estatística:

1. Em 3 semanas a pressão arterial caiu de 155/95 para 125/ 80 e em mais 3 semanas atingiu 120/75.
2. O colesterol total diminuiu 15%
3. O LDL-colesterol diminuiu 20%
4. Os triglicérides diminuiuram 25%
5. A glicemia de jejum caiu 7%
6. A insulinemia caiu 36% e o peptíteo-C , 19%
7. Houve aumento da atividade fibrinolítica do sangue verificado pelo aumento da atividade do t-PA e a diminuição do antígeno do
t-PA.

A retirada da metformina foi seguida pelo retorno de todos os parâmetros aos níveis basais , em dois meses.

Sabe-se há muito tempo que a redução da insulinemia diminui o risco de infarto do miocárdio, derrame cerebral, angina pectoris,
obesidade, diabetes melittus e vários tipos de câncer ( Felippe –2005)

Várias revisões de literatura nos mostram estratégias para diminuir a insulinemia e assim diminuir a resistência periférica à insulina , sem
a necessidade do uso de medicamentos -mudanças de hábito de vida (Felippe – 1990, 1994, 2000, 2001, 2005a, 2005b) :

a- Dieta pobre em alimentos de alto índice glicêmico


b- Diminuir a carga glicêmica
c- Alimentar-se de 3/3 horas
d- Exercício físico moderado: 30 minutos por dia, 5 vezes por semana, atingindo a freqüência cardíaca de : (220-idade) x 0.8. com 5 a
mais ou a menos. Exemplo: idade 50 anos (220-50) x 0.8 = 136 batimentos por minuto +/ ou - 5 , isto é manter a freqüência entre
131 e 141 batimentos por minuto.
e- Equilíbrio dos 45 nutrientes essenciais
f- Ausência de metais tóxicos
g- Livrar-se dos campos magnéticos prejudiciais: televisor no quarto, fios de alta tensão , transformadores de rua, etc.
h- Higiene do sono: sono reconfortante

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i- Livrar-se dos hábitos suicídas : fumo e excesso de álcool

Referências Bibliográficas

1. Berglund G . Body composition and glucose metabolism in hypertensive middle-aged males. Acta Med Scand.
200:163-169,1976.
2. Collins R , Peto R , MacMahon S . Blood pressure, stroke and coronary heart disease. Part 2 Short-term reduction in blood
pressure : overview of randomized drugs trial in their epidemiological context. Lancet. 335,827-838,1990.
3. Felippe JJ. Radicias Livres como Mecanismo Intermediário de Moléstia. In Felippe Jr. Pronto Socorro: Fisiopatologia –
Diagnóstico – Tratamento. Ed.Guanabara –Koogan. 1168-1173,1990.
4. Felippe JJ. Medicina Biomolecular. Revista Brasileira de Medicina Biomolecular e Radicais Livres. 1(1): 6-7,1994
5. Felippe JJ. Dieta Inteligente Journal of Biomolecular Medicine & Free Radicals.6(3):85-95,2000.
6. Felippe JJ. Estratégia Biomolecular: uma das Bases da Medicina do Futuro. Revista Brasileira de Medicina Complementar. 7(1):
8-9,2001
7. Felippe JJ. A insulinemia elevada possui papel relevante na fisiopatologia do infarto do miocárdio, do acidente vascular cerebral e
do câncer ou “ Pão branco o assassino oculto”. Revista Eletrônica da Associação Brasileira de Medicina Complementar.
www.medicinacomplementar.com.br. Tema do mês de abril de 2005a
8. Felippe JJ. A hiperinsulinemia é importante fator causal do câncer e o seu controle possui valor na prevenção e no tratamento
desta doença metabólica ou “O pão branco, a farinha branca e os doces facilitam o aparecimento do câncer” Revista Eletrônica
da Associação Brasileira de Medicina Complementar. www.medicinacomplementar.com.br. Tema do mês de maio de 2005b
9. Ferrannini E . Insulin resistance in essencial hypertension. N Engl J Med . 317:350-357,1987.
10. Landin K . Elevated fibrinogen and plasminogen activator inhibitor (PAI-1) in hypertension are related to metabolic risk factors
for cardiovascular disease. J Intern Med. 227:273-278,1990.
11. Landin K , Tengborn L & Smith U. Treating insulin resistance in hypertension with metformin reduces both blood pressure and
metabolic risk factors. J.Int.Med 229:181-187,1991.

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