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ECS | 2015-16 1ºANO

MOLÉCULAS E CÉLULAS (MCs)


MÓDULO 3

COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO CELULAR

Um sinal é reconhecido através da interacção com um componente celular, na maioria das vezes um
recetor da superfície celular. A informação contida no sinal é convertida noutras formas químicas ou
‘transduzida’.
Numa comunicação entre células, a célula sinalizadora (signalling cell) produz um tipo particular de
molécula sinalizadora extracelular (exs.: proteínas, nucleótidos, esteróides, derivados de ácidos gordos) que
será detetada por uma célula-alvo (target cell) que possui receptores que reconhecem a célula sinalizadora.
A transdução do sinal compreende, normalmente, muitas etapas. É iniciada quando o recetor da
célula-alvo recebe o sinal extracelular e converte-o em moléculas sinalizadoras intracelulares que alterarão
o comportamento da célula em questão. Deste modo, o sinal é amplificado antes de produzir uma resposta
e é o mecanismo de feedback que regula todo o processo de sinalização.

As vias de transdução de sinal seguem um circuito molecular que contempla as


seguintes etapas principais:
1- Libertação do 1º mensageiro: um estímulo desencadeia a libertação de
um sinal molecular;
2- Recepção do 1º mensageiro: proteínas de membrana actuam como
receptores, ligando-se ao sinal (ligante) e transferindo a informação para
o interior da célula. Essa interacção altera a estrutura terciária ou
quaternária do receptor;
3- Entrega da mensagem no interior da célula por um 2º mensageiro:
outras pequenas moléculas são usadas para transmitir a informação a
partir dos complexos ligante-receptor, alterando a sua concentração
intracelular (ex.: cAMP, cGMP, Ca2+, IP3, DAG, etc).

O uso de 2ºs mensageiros tem algumas consequências: (1) leva à amplificação do sinal, pois a activação de
um único receptor leva à formação de muitas destas moléculas; (2) os 2ºs mensageiros difundem-se livremente para
outros compartimentos, influenciando vários processos celulares; e (3) pode haver “conversa cruzada”, pois a
actuação de várias vias de sinalização pode alterar a concentração de um 2º mensageiro comum.

4- Activação de efetores que alteram directamente a resposta fisiológica: o último efeito da via
de sinalização é activar ou inibir bombas iónicas, enzimas e factores de transcrição génica que
controlam directamente vias metabólicas, activação de genes e alguns processos como a
transmissão nervosa;
5- Terminação do sinal: após uma célula ter completado a sua resposta a um sinal, o processo de
sinalização deve ser terminado ou a célula perde a sua capacidade de resposta a novos sinais.

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1. TIPOS DE SINALIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO INTERCELULAR

1. SINALIZAÇÃO ENDÓCRINA
Depende de células endócrinas que secretam hormonas para a corrente sanguínea que carregam
moléculas para células-alvo a longas distâncias.

VANTAGENS: transmissão do sinal a longas distâncias


DESVANTAGENS: processo lento

2. SINALIZAÇÃO PARÁCRINA
Uma célula secreta moléculas sinalizadoras para o fluido extracelular que atuarão em células vizinhas.

VANTAGENS: capacidade de uma célula sinalizar várias na vizinhança; processo rápido


DESVANTAGENS: os factores responsáveis têm um tempo de vida muito curto (daí a necessidade de as
células estarem próximas umas das outras)

3. SINALIZAÇÃO AUTÓCRINA
As moléculas secretadas por uma dada célula difundem-se ou ligam-se a receptores da mesma célula,
desencadeando nesta uma resposta.
Por vezes, formam-se grupos de células sinalizadoras semelhantes e cada uma destas possui receptores
que se ligarão a moléculas sinalizadoras (aumentando o sinal autócrino).

VANTAGENS: maior amplificação e proliferação celular (nomeadamente de células estaminais)


DESVANTAGENS: permite somente comunicação entre células do mesmo tipo; pode ocorrer proliferação
excessiva (cancro).
Ex.: células do sistema imunitário.
4. SINALIZAÇÃO SINÁPTICA
É essencialmente realizada por neurónios.
Permite a transmissão de sinais de natureza eléctrica ao longo do axónio e a libertação de
neurotransmissores nas sinapses.
É um processo rápido e específico – é por esta razão que um neurónio apenas comunica com outro
quando é necessário (o que permite que não haja gastos excessivos de energia).

5. SINALIZAÇÃO JUSTÁCRINA
Requer contacto direto entre membranas de células adjacentes, o que pode ser desvantajoso, e é um
processo de sinalização rápido.

GAP JUNCTIONS
Algumas células formam canais aquosos estreitos que unem
citoplasmas de células adjacentes - gap junctions. Estas permitem:
- trocas de moléculas inorgânicas e/ou solúveis em água de
pequenas dimensões;
- comunicação direta entre células;
- comunicação em ambas as direcções de forma simétrica e equivalente, levando a uma
homogeneização dos citoplasmas.
São também importantes na transmissão de sinais extracelulares que atuam sobre mediadores
intracelulares (como iões cálcio e cAMP).

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2- TIPOS DE RECETORES CELULARES

RECETORES

INTRACELULARES DE MEMBRANA

- Os recetores estão no interior da - as moléculas


célula; sinalizadoras não entram
- as moléculas sinalizadoras entram na célula e ligam-se aos
na célula e têm de ser lipossolúveis e recetores localizados na
de pequenas dimensões (para superfície da membrana
facilmente entrarem por difuão). celular.

RECETORES DE MEMBRANA CELULAR


A ligação de um ligando a um recetor na superfície da célula inicia uma cadeia de reacções/sinais
intracelulares, chegando em última instância ao núcleo celular e resultando em alterações de expressão
génica e o comportamento da célula-alvo.

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TIPOS DE RECETORES DE MEMBRANA CELULAR

1. CANAIS IÓNICOS (ion-channel-coupled receptors / transmitter-gated ion channels / ionotropic receptors)


Os recetores do canal alteram a permeabilidade da membrana para um determinado ião, o que levará
à alteração do potencial da membrana e eventual produção de uma corrente elétrica – dá-se a entrada de
iões para a célula, o que produzirá uma resposta celular. Tal ocorre sem
necessidade de haver diferentes concentrações de soluto nos meios intracelular
e extracelular.

Estão envolvidos na sinalização sináptica entre neurónios.

2. ACOPLADOS A PROTEÍNAS G
Os recetores acoplados a proteínas G (GCPR) são recetores cuja ligação do ligando causa uma
mudança conformacional que ativa a proteína G. Regulam indirectamente a actividade de uma proteína-
alvo (que pode ser uma enzima ou um canal iónico) e pertencem a uma
família de proteínas transmembranares.

A proteína G (trimeric GTP-binding protein) é uma proteína da família


das proteínas sinalizadoras regulada pela ligação do nucleótido
guanina. Medeia a interação entre o recetor activado e a respectiva
proteína-alvo. A activação da proteína-alvo pode alterar a
concentração de um ou mais mediadores intracelulares de pequenas
dimensões ou a permeabilidade da membrana celular para um certo
ião. Os pequenos mediadores intracelulares atuam de forma a alterar
o comportamento de outras proteínas sinalizadoras da célula.

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3. ASSOCIADOS A ENZIMAS
Recetores associados a enzimas podem funcionar directamente como enzimas ou associar-se a
enzimas, promovendo a sua ativação. São normalmente proteínas transmembranares single-pass cujo local
de ligação para o ligado é extracelular e o local de ligação para a enzima é intracelular.

Em alguns tipos de recetores, o ligando induz a formação de dímeros


(junção de 2 recetores iguais), o que provoca a autofosforilação da porção
citosólica desses recetores. Esta autofosforilação aumenta a actividade
cinásica e induz a formação de locais para a ligação de proteínas-alvo que
serão fosforiladas.

Exs.: Recetores associados a tirosina-cinases, a serina/treonina-cinases, recetor da guanilato ciclase,…

Embora existam vários tipos de tirosinas cinases, o mecanismo de atuação é semelhante:


- os recetores associados a tirosinas cinases ligam-se, no domínio extracelular, aos ligandos;
- ativação dos domínios cinases citosólicos;
- desta ativação resulta uma autofosforilação (fosforilação dos próprios recetores) e uma
fosforilação das moléculas-alvo;
- fosforilação das proteínas-alvo e propagação do sinal.

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3- TRANSDUÇÃO DE SINAL
De acordo com a estrutura e mecanismo de transdução do sinal, existem 4 tipos de receptores:

1. RECEPTORES IONOTRÓPICOS;
2. RECEPTORES METABOTRÓPICOS;
3. RECEPTORES ASSOCIADOS A PROTEÍNAS CINASES;
4. RECEPTORES INTRANUCLEARES.

2. RECETORES 3. RECETORES
1. RECETORES 4. RECETORES
ASSOCIADOS À ACOPLADOS A
IONOTRÓPICOS NUCLEARES
PRTOEÍNA G CINASES
Intracelular
(alguns situam-se no citosol
Localização Membrana Membrana Membrana
e migram para o núcleo, na
presença do ligando)
Recetores de
Canais iónicos Acoplados sistemas membrana para Responsáveis pela
Características
controlados por efetores por proteína mediadores regulação da
gerais
ligandos G essencialmente transcrição génica
proteicos
Efetor Canal iónico Canal ou enzima Proteínas cinases Transcrição génica

Escala de tempo milissegundos segundos horas horas


Recetores para Recetores para
neurotransmissor neurotransmissores de Recetores para
es de acção acção lenta insulina, Recetores para
Exemplos rápida [ex.: recetor citocinas, hormonas esteróides,
[ex.: recetor muscarínico de factores de tiroideias…
nicotínico de acetilcolina; recetores crescimento
acetilcolina] adrenérgicos]

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TIPOS DE MENSAGEIROS SECUNDÁRIOS

Um mensageiro secundário é uma molécula sinalizadora intracelular cujo metabolismo é alterado


pela interação de um ligando com um recetor [os ‘mensageiros primários’ são extracelulares]. São produzidos
em grande número como resposta à ativação do recetor, conduzindo o sinal a outros locais da célula.
Existem mensageiros secundários de várias naturezas:

NATUREZA 2º MENSAGEIRO AÇÃO EFEITO

- Altera atividade de enzimas.


- Atua em fenómenos de
Liga-se à calmodulina ou a
IÕES Ca2+ outras proteínas.
exocitose, contração muscular,
movimentos do citoesqueleto,
abertura de canais.

Ativa proteínas cinases (PKA). - Fosforilação de proteínas.


cAMP Liga-se a canais iónicos. - Alterações na abertura de canais.

NUCLEÓTIDOS

Ativa proteínas cinases (PKG). - Fosforilação de proteínas.


cGMP Liga-se a canais iónicos. - Alterações na abertura de canais.

Libertação de Ca2+ de
IP3 compartimentos intracelulares.
(ver pág. ?)

DERIVADOS DE
LÍPIDOS
DAG Ativa Proteína Cinase C (PKC). - Fosforilação de proteínas.

ENZIMAS AMPLIFICADORAS

ENZIMA LOCALIZAÇÃO CELULAR ATIVADA POR AÇÃO

- Recetor acoplado a
ADENILIL CICLASE Membrana Conversão ATP em cAMP
proteína G
- Recetor associado a
Membrana
GUANILIL CICLASE enzima Conversão GTP em cGMP
Citosol
- Óxido nítrico (NO)
Conversão fosfolípidos
- Recetor acoplado a
FOSFOLIPASE C Membrana de membrana em IP3 e
proteína G
DAG

Nota: IP3 = inositol trifosfato; DAG = diacilglicerol

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4- VIAS DE SINALIZAÇÃO DEPENDENTES DE DETERMINADOS MENSAGEIROS


SECUNDÁROS
Vias de transmissão de sinais intracelulares
Na maioria dos casos de estimulação de recetores, uma cadeia de reações transmite sinais de superfície
celular para uma variedade de alvos intracelulares. Alguns dos alvos dessas vias incluem factores de
transcrição que regulam a expressão génica, pelo que tais vias ligam a superfície celular ao núcleo:
estímulos extracelulares levam à alteração da expressão génica.

 VIA DE SINALIZAÇÃO DEPENDENTE DE cAMP

cAMP é uma adenosina monofosfato na qual o grupo fosfato se liga covalentemente aos carbonos 3’ e
5’, formando uma estrutura cíclica. É um importante mensageiro secundário na resposta ao estímulo de
diversas hormonas (como a adrenalina, LH, TSH, glucagon), funcionando como um transmissor de sinal e
regulando vias intracelulares.

O ATP é convertido a cAMP pela adenilil ciclase e o cAMP é degradado a AMP pela cAMP
fosfodiesterase*: os GPCRs que atuam para aumentar [cAMP] estão acoplados a uma proteína G
estimuladora (Gs – stimulatory G protein) que ativa a adenilil ciclase enquanto os GPCRs acoplados a uma
proteína G inibitória (Gi – inhibitory G protein) inibem a adenilil ciclase.

Em células não estimuladas, a fosfodiesterase mantém a [cAMP] baixa, de forma a inactivar a PKA; em células
estimuladas, a [cAMP] aumenta rapidamente, o que oprime a capacidade da fosfodiesterase e ativa a PKA.

A ação do cAMP repercute-se sobre a proteína cinase A (PKA ou proteína cinase dependente de cAMP) da
seguinte forma:
- a forma inactiva da PKA possui 2 subunidades regulatórias e 2 subunidades catalíticas;

- o cAMP liga-se às subunidades regulatórias da PKA, alterando a sua conformação, o que provoca a
dissociação das subunidades catalíticas do complexo;
- as subunidades catalíticas livres ficam ativas e fosforilam resíduos de serina ou treonina das
proteínas-alvo, desencadeando uma resposta celular.

[as subunidades regulatórias da PKA são importantes para a localização da cinase no interior da célula]

Cada ligando ativa somente um recetor, contudo um recetor pode estimular centenas de
moléculas, e cada uma dessas moléculas pode estimular a produção de outras ao longo da cascata de
sinalização. Assim, a ligação de hormonas a um pequeno número de recetores ativa um grande número de
enzimas-alvo intracelulares.
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Em certos casos, o cAMP pode regular canais iónicos (sensação de odores).

 VIA DE SINALIZAÇÃO DEPENDENTE DE IP3/DAG


Alguns GPRCs estão associados a proteínas G (denominadas Gq) que ativam uma enzima ligada à
membrana – fosfolipase C (PLC).

Exemplos de respostas celulares como resultado da ativação da PLC


MOLÉCULA SINALIZADORA RESPOSTA
Vasopressina Degradação de glicogénio
Acetilcolina Secreção de amílase e contração muscular
Trombina Agregação de plaquetas

A fosfolipase C atua no PIP2 (fosfatidilinositol 4,5-bifosfato), um composto sintetizado por fosforilação


PI e do PI(4)P, respetivamente, presente em baixas concentrações na membrana interna da bicamada
fosfolipídica.

Depois de ativada, a fosfolipase C cliva o PIP2, originando dois produtos: IP3 (inositol 1,4,5-trifosfato) e o
DAG (diacilglicerol). A partir deste passo, a via de sinalização é ‘dividida’ em duas partes.

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IP3 DAG

IP3 – molécula solúvel em água que atua como um DAG – molécula que atua como um mediador
mediador intracelular. intracelular, mantendo-se aprisionada na
membrana.
O IP3 abandona a membrana e difunde-se pelo
citosol. Quando chega ao RE, liga-se e abre os Na membrana celular, o DAG ativa a proteína
canais IP3 – Ca2+ (IP3-gated Ca2+ release channels cinase C (PKC) recrutada do citosol, ao nível das
ou IP3 receptors): o Ca2+ armazenado no RE é serinas/treoninas.
libertado através dos canais, aumentando Contudo, este apenas consegue ativar a PKC na
rapidamente [Ca2+] no citosol. presença de Ca2+, cuja concentração citosólica foi
aumentada por ação do IP3, uma vez que a PKC é
Assim que as reservas de Ca no RE tenham sido Ca2+-dependente,
2+ e na presença de
2+
esgotadas, a [Ca ] no lúmen do RE será reposta fosfatidilserina.
por ativação de canais de Ca2+ store-operated na Depois de ativada, a PKC irá fosforilar proteínas-
membrana celular e de proteínas na membrana no alvo.
RE.
N.B.: Existem alguns tipos de PKC que não são activadas por
DAG e Ca2+
.

PRINCIPAL FUNÇÃO: LIBERTAÇÃO DE Ca2+ DO RE PRINCIPAL FUNÇÃO: ATIVAÇÃO DA PKC

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 MECANISMOS DE REGULAÇÃO DE Ca2+ INTRACELULAR

A [Ca2+] intracelular desempenha um papel importante na regulação de várias funções celulares


(cinases e fosfatases, canais, transportadores, factores de transcrição, proteínas das vesículas sinápticas,…).
Intracelularmente, a maior parte do Ca2+ está retido em organelos (RE, retículo sarcoplasmático,
mitocôndrias) e os níveis de Ca2+ livre no citosol são mantidos baixos para impedir a precipitação de
compostos carboxilados e fosforilados.

Eis os mecanismos que regulam a [Ca2+] na célula:


1. Entrada de Ca2+ na célula – através de canais de Ca2+, como resposta a ligação de
ligandos ou depolarização da membrana.
2. Saída de Ca2+ da célula – bomba de Ca2+ localizada na membrana usa energia da
hidrólise de ATP para transportar iões Ca2+ para o meio extracelular.
3. Saída de Ca2+ da célula pela bomba Ca2+/Na+ - antiporte Ca2+ / Na+.
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4. Libertação de Ca2+ do RE – por meio de recetores IP3 ou de recetores de rianodina.

[N.B.: Existem ainda bombas de Ca2+ na membrana do RE que mantêm baixa a [Ca2+] no citosol ao
transportar ativamente grandes quantidades de Ca2+ do citosol para o RE (contra o gradiente de
concentração)]

5. Entrada de Ca2+ para a mitocôndria – bomba de Ca2+ localizada na membrana


mitocondrial interna utiliza gradiente eletroquímico gerado na cadeia transportadora de
eletrões para transportar Ca2+ do citosol para a matriz mitocondrial.

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O PAPEL DA CALMODULINA NA REGULAÇÃO INTRACELULAR DO CÁLCIO

Na maioria dos casos, é necessária uma proteína ligante que sirva de intermediário entre o Ca2+ e as
proteínas funcionais que este regula – por exemplo, a calmodulina.
A calmodulina é um dímero com 4 sítios de ligação para Ca2+. Quando todos os centros de ligação
estão ocupados, esta expõe um domínio hidrofóbico aderente que se dispõe ao redor de regiões
específicas das proteínas alvo de regulação, induzindo alterações conformacionais.

O complexo Ca2+–calmodulina estimula uma vasta gama de enzimas, canais iónicos e outras proteínas-
alvo, como, por exemplo, as proteínas cinases dependentes de calmodulina (CaM cinases).
As CaM cinases fosforilam várias proteínas diferentes e estão envolvidas na regulação do metabolismo
energético, da permeabilidade iónica e da síntese e libertação de neurotransmissores.

 VIAS DA MAP CINASES (pp.885 do The Cell)


São cascatas de proteínas cinases que transmitem sinais.
Os elementos centrais são as MAP cinases que são ativadas em resposta a factores de crescimento ou a
outras moléculas sinalizadoras.
[Nos mamíferos, as MAP cinases são reguladoras do crescimento celular e diferenciação.]

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