ECLIPSE, O GRANDE
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período que o matemático grego Cláudio Ptolomeu lançou a teoria do
Almagesto, de que todo o Sistema Solar girava em torno da Terra.
MAPEAR É PRECISO
Com Roma saindo de cena no ano de 476, data em que o tirano Rômulo
Augusto foi deposto, o conhecimento astrológico ocidental estagnou. O mundo
adentrou a Idade Média e o Islã ascendeu ao trono global, tomando para si um
a um os territórios gregos e persas e encontrando neles os principais livros
sobre o tema, que foram transcritos para o árabe.
Eis que o Renascimento surge na Europa na virada dos 1500 e, com ele,
a disciplina torna-se a queridinha da vez. Alguns dos principais nomes da
época, como Girolamo Cardano, pai da álgebra moderna, Cristóvão Colombo,
descobridor das Américas, e Fernão de Magalhães, responsável pela primeira
volta ao mundo pelo mar, devem muito à astrologia. Afinal, todos encontraram
o sucesso por meio de tabelas e mapas planetários.
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Continuando o trabalho iniciado por Copérnico, o nobre dinamarquês
Tycho Brahe tentou juntar as ideias do predecessor com as de Ptolomeu e,
sem querer contestar os dogmas cristãos, criou uma teoria em que o Sol e a
Lua giravam ao redor da Terra, enquanto os demais planetas orbitavam o Sol.
Tamanha criatividade permitiu a Brahe construir um imenso observatório (bem
antes da criação do telescópio), onde, às escondidas, professava astrologia
para alunos e desenvolvia mapas astrais para clientes poderosos.
XEQUE-MATE DO UNIVERSO
Ele também provou que as órbitas dos planetas não formavam círculos,
mas elipses, ou “círculos” com pontas alongadas. Apesar de tratar a astrologia
de maneira científica e consciente, Kepler foi ao extremo de prever a própria
morte em um mapa astral, em 1630 – estava convencido da interação entre
planetas e almas individuais.
Sua carreira foi um divisor de águas para a astrologia, pois marcou tanto
o ápice da disciplina quanto o início de seu racha com a ciência. Copérnico
também é culpado disso: ao propor o Sol no centro do Universo, difundiu o
pensamento de que a vida humana é uma parte ínfima num sistema voltado, na
verdade, a outro astro que não a Terra. O golpe acadêmico final foi dado pela
astronomia moderna, criada no século 18.
Em 1990, a Nasa revelou uma foto da Terra tirada do espaço por uma
sonda espacial a uma distância de 6,4 bilhões de quilômetros, provando o quão
pequenos somos diante da magnitude do Cosmos. Cabe acreditar que, sem a
astrologia, talvez a ciência nunca tivesse avançado tanto.