Keith S. Dobson & Lory Block Tradução resumida: Eliane Falcone O período entre 1960 e 1970 foi de considerável importância na aplicação de técnicas cognitivocomportamentais. Neste período apareceram os primeiros textos referentes ao assunto (Hollon & Kendall, 1978; Mahoney, 1974; Meichenbaum, 1977). Existem três proposições da Terapia CognitivoComportamental (TCC): 1) A atividade cognitiva afeta o comportamento. 2) A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada. 3) A mudança do comportamento pode ser afetada pela mudança cognitiva. 1) A atividade cognitiva afeta o comportamento • Esta é uma declaração do modelo mediacional básico. • Embora os primeiros teóricos que sustentam as abordagens cognitivocomportamentais tivessem que documentar a legitimidade teórica e empírica desta proposição (ex. Mahoney, 1974), existe agora evidência esmagadora de que avaliações de eventos podem afetar a resposta a estes eventos (ex.: Houston & Holmes, 1974; Lazarus & Folkman, 1984; Lazarus, Opton, Nomikos & Rankin, 1965; Neufeld, 1976) e de que há validade clínica na modificação destas avaliações (Beck, Rush, Shaw & Emery, 1979; Meichenbaum, 1969). • Existe, entretanto, um debate sobre o grau e a exata natureza das avaliações que um indivíduo faz em diferentes contextos (Grennberg & Safran, 1984; Zajonc, 1980). 2) A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada 1º Corolário: Nós podemos ter acesso à atividade cognitiva. Assim, cognições podem ser identificáveis e acessíveis. Apesar de questionamentos feitos à esta afirmação (Nisbett & Wilson, 1977), muitos pesquisadores continuam a tentar documentar estratégias de avaliação cognitivas válidas e confiáveis, usualmente vendo no comportamento a fonte dos dados de validade (Merluzzi, Glass & Genest, 1981; Segal & Shaw, cap. II deste volume). 2º Corolário: A avaliação da atividade cognitiva é uma introdução à alteração da atividade cognitiva. Esta visão é considerada especulativa pelo autor, uma vez que, a medida da cognição não pode necessariamente estar associada à esforços de mudança. 3) A mudança do comportamento pode ser afetada pela mudança cognitiva • Os terapeutas cognitivocomportamentais afirmam que há métodos alternativos para a mudança do comportamento, além das contingências de reforçamento manifesto. • Este posicionamento diferencia estes terapeutas dos seus colegas comportamentais tradicionais. • Muitos pesquisadores tem tentado documentar a influência das mudanças cognitivas no comportamento. • Nomikos, Averill e Lazarus (1968) demonstraram que o mesmo barulho alto criou graus diferentes de distúrbio fisiológico, baseado nas expectativas dos sujeitos para o barulho. 1 / 15 • Bandura (1977) empregou o constructo de autoeficácia para documentar que a habilidade autopercebida para se aproximar de um objeto temido é um forte preditor do comportamento real