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2018/2019 Corina Luchian

Genética – 9 outubro 2018


Consoante a coloração, a heterocromatina ou a
eucromatina pode corar de negro ou não corar, formando
estas bandas. Este facto, na realidade, tem a ver com o
tipo de histonas que lhes estão associadas.
Existem zonas que são sempre heterocromatina
(constitutiva), sendo estas importantes para a regulação
e estrutura. Na prática ainda se sabe muito pouco do
funcionamento destas zonas.
Heterocromatina facultativa → tem a ver com a expressão diferencial em
células diferentes: determinado conjunto de genes que são expressos num
determinado tecido estão na forma de eucromatina (estão acessíveis); os
mesmos genes noutra célula que não os utilize são transformados em
heterocromatina ( sendo esta, então, facultativa porque é heterocromatina
num tipo de células/tecido e eucromatina noutro tipo de célula/tecido).

Os nossos cromossomas, sendo eles lineares, apresentam duas


extremidades. As extremidades na natureza são sempre muito preocupantes.
Essas extremidades designam-se por telómeros. Os telómeros são regiões
repetitivas de DNA ( sequências de cerca 10 bases que se repetem milhares
de vezes) e estão protegidos por proteínas. Estes vão também ter um papel
importante no controlo da regulação da divisão celular.
O centrómero vai dividir o
cromossoma em dois braços. Os
braços, por definição se designados
braço p (pequeno/o de cima) e braço
q (longo/ o de baixo).
Cromossoma Acrocéntrico: o
centrómero está numa das
extremidades, quase não há o braço
p. O braço p destes cromossomas são
as chamadas regiões NOR (nucleolar
organization region).
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O RNA ribossómico é sintetizado por transcrição de genes de DNA. Estes


genes estão todos nas regiões NOR. Nas extremidades dos braços pequenos
existem cópias de genes de DNA ribossómico em todos os 5 cromossomas
acrocêntricos.

Os telómeros para
protegerem as extremidades
dos cromossomas fazem uma
dobra sobre eles próprios, ou
seja, na realidade não temos
uma ponta solta. (Quando
há extremidades soltas, as
exonucleases tendem cortar
bocados de DNA).

Cromossoma 16
Banda 1
Coordenadas de uma
16p11.2 Sub-banda 2 determinada região no
cromossoma 16
Região 1
Braço P

A saber…
➔ Replicação do
DNA: só acontece
uma vez na vida de
uma célula, antes
da divisão.

semiconservativa,
porque tem uma
cadeia do DNA
“mãe” e a outra é
complementar a
essa.
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→O primer é de RNA, sendo produzido pela primase- uma RNA polimerase


especializada. Este tem de 5 a 6 nucleótidos.

Qual é a diferença entre um primer da replicação e um primer de PCR?


R: tamanho, os da replicação são mais reduzidos, e o primer da replicação é
de RNA e o de PCR é de DNA.

O primer é necessário para iniciar


a replicação. A síntese de DNA é
feita por uma DNA polimerase, que
adiciona nucleótidos na forma
trifosfato complementares, a um
terminal 3’-OH livre→ ou seja, tem
que ter sempre o OH livre, pelo que
não pode ser ela a iniciar o processo,
precisando de um primer que lhe
ofereça as condições necessárias.
Nos fragmentos de Okazaki,
quando a DNA polimerase encontra
o primer, começa a “arrancar” os
nucleótidos do primer (um a um) substituindo-os por nucleótidos de DNA. A
exonuclease é uma propriedade da DNA polimerase. Quando a DNA
polimerase substitui a última base do primer por uma base de DNA, é
necessário que venha a ligase juntar os dois fragmentos, pois a DNA
polimerase não consegue polimerizar nucleótidos na forma trifosfato.

O G foi o último nucleótido que a DNA


polimerase colocou, estando este na forma
ATCTGACCTGATCG
trifosfato. Apesar de o G ser de DNA, a
TAGACAGGACTAGC polimerase não consegue ligar os dois
fragmentos porque o G está sob a forma de
monofosfato
2 fragmentos de Okazaki

A DNA ligase vai usar um ATP, convertendo-


o em ADP. Com a energia libertada vai
efetuar a ligação entre os dois fragmentos
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Uma divisão celular


humana demora cerca de 24
horas → demora este tempo
devido às múltiplas
origens de replicação,
caso contrário demoraria
mais. Em cada uma das
origens de replicação, a
replicação é bidirecional.
Desta forma todos os
primers vão ser removidos,
exceto os das pontas. Não
pode haver RNA nos cromossomas, pelo que as exonucleases vão remover os
primers da ponta. Cada vez que uma célula se divide, os cromossomas
encurtam cerca de 6 a 8 bases. Cada célula divide-se no máximo 20 a 40 vezes.
Há uma enzima – telomerase – que está ativa durante o desenvolvimento
embrionário nas células estaminais. Esta enzima compensa as perdas.
➔ A telomerase tem um bocado de RNA na sua constituição com a
seguinte sequência: AAUCCCAAU. Esta sequência será complementar
à cadeia de DNA que ficou “livre”- TTAGGGTTAG (os telómeros, são,
então, repetições desta sequência)

(a), (b) O DNA fica em cadeia simples pois o primer que lhe era
complementar foi removido. Dado que, nestas circunstâncias, com a
telomerase ligada ao DNA, já há uma extremidade 3’OH livre e um molde,
a DNA polimerase consegue atuar (b).
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(d), (e), (f) A telomerase solta-se, a primase atua, voltando a fazer um primer.
A DNA polimerase volta a polimerizar de 5’ para 3’, preenchendo a lacuna.

A expressão génica é definida como sendo a transferência de informação


que está no DNA para a síntese de uma proteína. Temos 20000 genes
codificantes e mais ou menos 30000 não codificantes.

→Transcrição: produção de uma cadeia de RNA a partir de outra de DNA.


A RNA polimerase polimeriza o RNA.
Como é que a RNA polimerase consegue saber que região do DNA é para ser
“copiada”?
- Através dos fatores de transcrição. Estes últimos reconhecem sequências
pequenas de nucleótidos de DNA a montante do gene – são essas regiões
reguladoras.
- Quando a célula precisa de um gene → induz o fator de transcrição → este
liga-se à região reguladora do gene
- A região reguladora do gene tem que estar exposta, pelo que a cromatina
deverá estar descondensada (eucromatina). O gene pode ser ativado por
várias vias, porque têm várias sequências de ativação.

Repressor: impede que haja transcrição.


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- Processamento do DNA:
o Adição do 5’cap: adição de uma guanina na extremidade 5’ que invés
de ter uma ligação 5’/3’,tem uma ligação pelo 7-metilo (para proteger
os RNA’s das exonucleases, a célula tem que proteger as extremidades
do RNA).

o Adição da causa poli (A): sequencia de adeninas que se ligam em


bloco à extremidade 3’. Esta, tem, portanto, a função de estabilizar.
Contudo, o seu tamanho é também diretamente proporcional ao
número de vezes que a molécula de RNA é traduzida. Caudas grandes
→ muita proteína; Caudas pequenas → pouca proteína.

o Splicing: remoção dos intrões e união dos exões. As junções


intrão/exão são de extrema importância. Todos os intrões começam por
GT e todos acabam em AG. Qualquer mutação nestas bases
comprometem o decorrer do splicing. O splicing dá-se por um conjunto
de proteínas-proteossoma.
UUAGTCGAUCAGAUUCCC- Há uma enzima do spliceossoma que
corta a ligação do primeiro G do intrão com o A, ficando um OH livre.
Do mesmo modo, corta-se a ligação entre o G e a A, ficando um grupo
fosfato livre. A ligase vai ligar o grupo fosfato da primeira base de um
exão com o grupo OH da última base do exão anterior.

Splicing alternativo → possibilita que um gene possa dar origem a proteínas


ligeiramente diferentes
-Só há exportação do RNA para o citoplasma quando o seu processamento
acaba.
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→Tradução
- Existem 61 RNAt diferentes
para ler o código genético. Há 64
codões, mas os codões STOP não
têm RNAt que os reconheça.
-Cada RNAt diferente tem três
bases-anticodão- que reconhecem
o codão.
- A célula tem uma enzima que, no
citoplasma, agarra os RNAt,
verifica a sequência que este
carrega e adiciona-lhe o aminoácido correspondente.
- Os RNA ribossómicos servem para prender o RNAm e o RNAt (sempre por
complementaridade)
- O ribossoma liga a sua subunidade menor na parte do codão AUG → ligação
da subunidade maior que já traz o RNAt com a metionina

- Uma enzima desntro do ribossoma corta a ligação da


metionina com o RNAt e faz a ligação da mesma com o
UAC CAC aa seguinte (neste caso, a Valina) → o RNAt que tinha
a metionina fica sem ela, tornando-se, portanto,
AUG GUC
desacilado → solta-se → vai para o citoplasma →
enzima recarrega o RNAt com outro aa.

Codões com os seus anticodões


- Ribossoma chega ao codão STOP → existe uma proteína que tem o mesmo
funcionamento do RNAt, mas com uma diferença: não fornece o aa (ou seja,
o ribossoma percebe que chegou uma proteína, é cortada a ligação do aa ao
RNAt anterior) → proteína solta-se
- A cauda poli A tem ligado a conjuntos de adenina várias proteínas PABP.
Sempre que se liga o fator de transcrição, é enviado um sinal para a última
PABP. Quando uma proteína é formada, 1 PABP é libertada e, deste modo,
um conjunto de adeninas fica exposto, sendo degradado. → Quando a cauda
poli A é completamente degradada, o RNA é destruído pela ação das
nucleases
- Há sempre três codões dentro de um RNAt
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- A região 5’UTR facilita ou dificulta a ligação do ribossoma, servindo, então,


para regular a tradução.
- ORF: open reading frame → região codificante
- 3’UTR serve para regulação a vários níveis: tem tendência a ligar-se ao
5’UTR, participando na regulação da ligação ao ribossoma.
miRNA são complementares às extremidades UTR → quando se ligam
as UTR, há um conjunto de enzimas que se ligam e destroem o RNA

Regulação
- Transcrição -- ao nível do promotor: se for forte, vai haver mais
transcrição → muito RNA
- Tradução -- ao nível da cauda poli A: cauda grande → muita proteína

Quantas cópias de cada gene temos?


R: 2, em cada cromossoma homólogo temos uma cópia.

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