1
Apresentação
OLÁ ALUNO (A), SEJA BEM VINDO (A)!
2
A estética é um valor subjetivo, porém há características que trazem beleza à
estrutura, tais como esbeltez, detalhes harmoniosos e a utilização de materiais de
diferentes características, e, principalmente, sua existência não deve apresentar
contraste com elementos naturais existentes no local que será inserida. Uma ponte
que obedeça à estes critérios, muita das vezes se torna inclusive uma atração
turística, como a ponte San Shan, na China, apresentada na Figura 2.
3
Paraguai, passando sobre o rio Paraná, onde parte da sua estrutura pode ser
observada pela Figura 3:
Iniciaremos, a partir de agora, nosso estudo iniciando pela classificação das estruturas
que serão aqui abordadas. Não deixe de complementar o aprendizado com vídeos,
artigos e outras bibliografias indicados. Note que, além deste tema ser recorrente em
concursos, esta disciplina é fundamental para formação de um bom engenheiro.
BONS ESTUDOS!
4
Objetivos
Considerando as habilidades e competências necessárias para o estudo das
pontes, o objetivo geral desta disciplina é promover o dimensionamento dos
elementos da superestrutura constituintes das pontes de concreto armado, onde para
tal, estudaremos cada objetivo específico elencado abaixo.
5
Sumário
O SUMÁRIO É GERADO PELA EQUIPE DA EAD.
6
Iconografia
7
AULA 1
OBRAS DE ARTE
APRESENTAÇÃO DA AULA
Tendo feita a leitura da apresentação desta disciplina, para concluir nosso estudo
de estruturas, neste caderno estudaremos as obras de arte de engenharia, mais
precisamente as que estão sujeitas à maior quantidade de cargas possíveis:
As pontes!
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz
de:
Classificar as Obras de Arte em:
o Especiais
o Correntes
Classificar as Obras de Arte Especiais em:
o Pontes
o Viadutos
o Elevados
Compreender a evolução histórica da construção das pontes de:
o Alvenaria de pedra
o Madeira
o Ferro Fundido
o Aço
o Concreto Armado
o Concreto Protendido
8
Olá aluno(a)!
As obras de arte, conforme definido na apresentação da disciplina,
podem ser classificadas quanto sua função e tipo de estrutura, e
veremos a seguir estas classificações. Bons estudos!
Pontes são obras de arte que tem a função de dar continuidade a uma determinada
via ou conectar vias existentes transpondo obrigatoriamente um obstáculo molhado
(rios, baías, enseadas, estreitos e cânions), conforme observado pela Figura 4, que
nos proporciona uma vista da estrutura da Ponte Presidente Costa e Silva,
popularmente conhecida como Ponte Rio–Niterói:
Viadutos são obras de arte que permitem a continuidade de uma via, quando esta
transpõe um obstáculo seco em nível inferior, geralmente vales e depressões.
Quando a transposição for sobre uma via, este deve acontecer em ângulo, e não de
modo longitudinal, conforme visto na Figura 5.
Pontilhões são pontes utilizadas para vencer pequenos vãos de até 10 metros e
normalmente são apoiadas em sua extremidade por encontros, como observado pela
Figura 7 e são utilizados para vencer rios e riachos de baixa vazão volumétrica.
Devem ser projetadas para atender às necessidades do terreno, adequando-se ao
relevo existente. Os encontros serão melhor detalhados nos próximos capítulos.
10
Figura 7 – Pontilhão em concreto armado
11
Figura 9 - Bueiro em sessão celular múltipla
São implantadas abaixo do leito das estradas, geralmente próximos aos locais mais
profundos dos vales, também chamados de talvegues, conforme identificado abaixo
pela Figura 10, para onde correm as águas das chuvas e dos rios.
12
Figura 11 - Sugestão de posicionamento de um bueiro
Os bueiros de concreto podem ser revestidos por tubo metálico, afim de preservar sua
estanqueidade e proteger o concreto da lixiviação causada pela percolação contínua
de água, conforme pode ser visto na Figura 13.
13
Figura 13 - Bueiro revestido com tubo metálico corrugado
14
Figura 15 - Estrutura celular múltipla
15
Tendo definido o conceito de ponte, e suas estruturas elementares, discutiremos
agora a evolução histórica destas estruturas.
A primeira percepção do homem de que ele poderia transpor estes obstáculos por
capacidade própria foi observando troncos de árvore tombados através de um leito de
16
rio, onde estes possibilitavam a passagem de pessoas, como exemplificado pela
Figura 18. A partir deste princípio de utilizar estruturas fixas para travessia de rios,
motivou-se o estudo e aprimoramento da construção das pontes.
A solução adotada foi simular as estruturas de arcos naturais, que demonstrou ter a
propriedade de conduzir as cargas majoritariamente de modo axial, como
exemplificada na Figura 19.
17
Figura 19 - 'The Landscape Arch' possui 90 metros de vão e 32 metros de altura, além de uma espessura
de aproximadamente 3,6 metros na região mais fina.
18
A qualidade das obras de infraestrutura construídas por estes povos é confirmada
diariamente através da durabilidade de suas estruturas como aquedutos e viadutos,
que mesmo edificados durante o Império Romano em locais como Itália, França e
Espanha encontram-se em pleno uso até os dias de hoje (O’Connor, 1993). Algumas
destas construções serão exemplificadas abaixo:
19
Figura 22 - Aqueduto “Pont du Gard”
A Pont d’Avignon, exibida na Figura 23, foi construída entre 1171 e 1185 d.C. com
forma de arco abatido. Após forte enchente do Ródano em 1660, a ponte ficou nas
condições em que se apresenta atualmente.
20
No período renascentista, houve um crescimento do comércio, bem como do tráfego
nas estradas, o que levou a uma evolução das técnicas construtivas das pontes.
O projeto das pontes de treliça é consequência do seu estudo mais aprofundado pelos
artistas do renascimento.
O aço permitiu a construção de estruturas mais leves com vãos maiores. A primeira
ponte deste material foi feita em 1779 na Inglaterra com 60 m de comprimento (vãos
de 30m), localizada em Shropshire. A ponte sobre o rio Severn, em Coalbrookdale, na
Inglaterra, ficou conhecida como a Ponte de Aço e é mostrada Figura 24.
21
As pontes suspensas modernas surgem nesta época, primeiro com correntes
metálicas e depois com fios de aço entrelaçados permitindo vãos cada vez mais
extensos. A Ponte sobre o Estreito de Menai, no Reino Unido, foi construída em entre
1820 e 1825, com um vão de 176 m. As correntes de ferro permaneceram até 1939,
quando foram substituídas por cabos de aço, resultando na configuração apresentada
na Figura 25.
Esta época permitiu uma inovação na forma e nos sistemas estruturais das pontes
(treliça, viga, suspensa). Surgiram elementos mais leves, mas com alta resistência,
que passaram a ser pré-fabricados, trazendo maior velocidade às construções e um
aumento no comprimento dos vãos.
A ponte com o vão mais longo foi construída no Japão, ligando as cidades de Kobe e
Awaji Island em 1998. A Ponte Akashi Kaikyo tem 3.922 m de comprimento e o recorde
de 1.991 m de vão central, com suas torres possuindo altura de 282,8 m. Um corte
esquemático e vista podem ser encontradas na Figura 26 e na Figura 27,
respectivamente.
22
Figura 27 - Ponte Akashi Kaikyo
As pontes estaiadas, como as que são projetadas hoje, são mais recentes, surgiram
em torno do ano de 1960. O desenvolvimento do aço com alta resistência, o uso de
lajes ortotrópicas e o desenvolvimento de sistemas computacionais para o
desenvolvimento de projetos, permitiram um maior uso desse tipo de sistema
estrutural.
Uma das primeiras pontes construídas com estais foi a Ponte sobre o Rio Reno, na
Alemanha, mostrada na Figura 28. Fritz Leonhardt foi o engenheiro que projetou esta
ponte, construída em 1952. Trata-se de uma ponte com quatro estais com arranjo em
harpa.
23
A Ponte Maracaibo, construída na Venezuela em 1962, é a primeira ponte com
múltiplos vãos estaiados. São cinco vãos de 235 m, com os pilares e o tabuleiro em
concreto que podem ser visualizados na Figura 29.
A Ponte Octavio Frias de Oliveira, exibida na Figura 30 e projeto do Eng. Catão, como
vimos nos vídeos complementares da aula 1, localiza-se na cidade de São Paulo e foi
inaugurada em 2008. Tem uma torre de 138 metros de altura e conta com 144 cabos
de aço em sua extensão de 900 metros. É a primeira ponte estaiada onde um único
mastro sustenta dois tabuleiros curvos com direções divergentes.
24
A Ponte Russki, exibida na Figura 31 e finalizada em 2012, em Vladivostok, no Estreito
de Bósforo, tem o maior vão livre das pontes estaiadas: 1104 m.
25
Mas o que seria um pilone? Com certeza já ouviu falar de pilar, pilarete e até coluna,
mas pilones?
O pilar principal de uma ponte estaiada, como representado na Figura 33, quando este
em forma de torre, recebe o nome de pilone (pilão).
O concreto é um material que pode ter infinitas formas, com custo relativamente baixo,
apresentando alta resistência à compressão, durável e com um baixo custo de
manutenção.
Segundo Menn (1990), as pontes em concreto armado, a partir do início do século XX,
passaram a ser construídas na Europa. Nos Estados Unidos, este material passou a
ser utilizado mais fortemente após 1930. Até esta data, as construções em aço
dominavam as construções das pontes.
26
O concreto protendido foi desenvolvido por Eugène Freyssinet na França. A Ponte
Plougastel, conforme demonstrada na Figura 34, foi construída entre 1925 e 1930,
com três vãos de 186 m em concreto armado.
A evolução histórica das pontes, de acordo com seu tipo, que será tratado nas
próximas aulas, pode ser observada pela Tabela 1.
27
Tabela 1 - Evolução histórica dos tipos de pontes por comprimento do vão central
No. Bridge S pa n [m] Loc a tion, Country Year S truc tura l Type
1 Martorell 37 Spain 217 B.C. Stone arch
2 Trajan 52 Danube River, Romania 104 A.D. Timber
3 Yaxchilan 62 Usumacinta River, Mexico ca.600 A.D. Hemp- rope suspension
4 Trezzo 72 Italy 1377 Stone arch
5 Luding 103 Dadu River, China 1705 Iron chain suspension
6 Schaffhausen 119 Switzerland 1757 Timber
7 Schuylkill Falls 124 Philadelphia, PA, USA 1816 Suspension
8 Union/Tweed 137 Berwick, UK 1820 Iron chain suspension
9 Menai Straits 177 Anglesey, UK 1826 Iron chain suspension
10 Fribourg 273 Switzerland 1834 Suspension
11 Wheeling 308 West Virginia, USA 1849 Suspension
12 Lewiston 318 Niagara River, USA 1851 Suspension
13 Cincinnati 322 Ohio River, USA 1867 Suspension
14 Clifton 386 Niagara Falls, USA/Canada 1869 Suspension
15 Brooklyn 486 New York, NY, USA 1883 Suspension
16 Firth of Forth 521 Edinburgh, UK 1890 Steel truss
17 Quebec 549 Quebec City, Canada 1917 Steel truss
18 Ambassador 564 Detroit, MI, USA 1929 Suspension
19 George Washington 1067 New York, NY, USA 1931 Suspension
20 Golden Gate 1280 San Francisco, CA, USA 1937 Suspension
21 Verrazano- Narrows 1298 New York, NY, USA 1964 Suspension
22 Humber Estuary 1410 Kingston- upon- Hull, UK 1981 Suspension
23 Akashi- Kaikyo 1991 Kobe- Naruto, Japan 1998 Suspension
1) Not standing
2) 119 m consisted of 2 spans, but the middle support was temporarily removed after completion
Updated 20.8.2012 Copyright © Juhani Virola Maintained by LBE
28
Resumo
Nesta aula, em conjunto com o capítulo de apresentação da disciplina, abordamos os
seguintes temas:
Alvenaria de pedra
Madeira
Ferro Fundido
Aço
Concreto Armado
Concreto Protendido
29
Complementar
Como atividade complementar, assista à série de quatro vídeos do engenheiro Catão
Francisco Ribeiro sobre sua palestra ocorrida em 25/11/2014 sobre obras de arte
especiais. O acesso pode ser feito pelo site http://www.enescil.com.br/index.php/br/obras-
de-arte-especiais.
Para iniciarmos a leitura técnica e irmos nos acostumando com tal método de
explanação, consulte sempre os cadernos do DNIT - Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT) e do antigo DNER – Departamento Nacional de
Estradas e Rodagem. Para hoje, dê uma olhada no Manual de Projetos de Obras de
Arte Especiais através do link http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-
manuais/manuais/documentos/698_manual_de_projeto_de_obras_de_arte_especiai
s.pdf.
30
Referências Bibliográficas
31
Exercícios
VAMOS INICIAR OS TREINAMENTOS EM PONTES!
32
AULA 2
CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA DE UMA PONTE
APRESENTAÇÃO DA AULA
Olá aluno! Nesta aula estenderemos as partes que compões a estrutura de
uma obra de arte especial, abrindo portas para a compreensão da evolução histórica
de cada elemento.
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo deste conteúdo, você seja capaz de:
Classificar a estrutura da ponte em:
o Infraestrutura
o Mesoestrutura
o Superestrutura
Identificar os elementos constituintes de uma ponte:
o Pista de Rolamento
o Passeio
o Guarda-corpo
o Guarda Rodas
o Revestimento
o Laje Central
o Laje em Balanço
o Vigas Longarinas
o Vigas Transversinas
o Aparelhos de Apoio
o Pilares
o Vigas Travessas
o Cortinas
o Sapatas
o Estacas
o Vigas de Ligação
o Encontros
33
Olá aluno(a)!
As obras de arte, conforme definido na apresentação da disciplina,
podem ser classificadas quanto sua função e tipo de estrutura, e
veremos a seguir estas classificações. Bons estudos!
A partir de agora, iremos detalhar a estrutura alvo desta disciplina: as pontes e suas
diferentes classificações. A primeira classificação que podemos atribuir às pontes é
quanto aos seus elementos construtivos, por sua função e localização dentro da
estrutura. Estes podem ser classificados como superestrutura, mesoestrutura e
infraestrutura, conforme ilustrado pela Figura 35.
34
• PISTA DE ROLAMENTO
A pista de rolamento pode ser composta por diversas faixas, podendo possuir mesmo
sentido ou opostos. Segundo o DNIT, em sua cartilha IPR 742, define que a largura
mínima de faixa:
35
Neste momento, nos pomos a pensar:
Carros de passeio possuem larguras variadas, porém uma largura média encontrada
é de 2,40m, mas nosso ponto crítico são os veículos de carga, que geralmente
possuem larguras superiores às dos veículos de menor porte, onde visualizamos sua
largura esquemática através da Figura 37.
Note que quando necessário tráfego de veículos de cargas em vias com menos de
3,40m de largura de faixa, os espelhos retrovisores acabam sobrepondo outros
veículos, e quando do cruzamento com outro veículo de carga, põe em risco a sua
segurança, como observado pela Figura 38.
36
Figura 38 - Acidente por largura estreita de faixa
• PASSEIO
• GUARDA-CORPO
Elemento não estrutural, cujo objetivo é proteger pedestres e ciclistas dos riscos de
queda pela proximidade à borda lateral, como visto na Figura 40. Pode ser utilizado
37
também como função secundária de dividir o fluxo de pedestres com os veículos que
por ventura estejam trafegando pela faixa de rolamento, como mostrado na Figura 41,
porém, sem oferecer segurança contra impactos. Geralmente são executados em aço,
madeira ou concreto.
• GUARDA-RODAS
38
Figura 42 - Barreira de Concreto
Figura 43 - Seção Transversal Padrão DNIT para Barreira de Concreto tipo New Jersey
39
Desta forma, podemos resumir na Figura 44 os componentes de segurança e divisão
das faixas de uso vistos até agora:
• REVESTIMENTO
Trata-se da camada superficial da superestrutura, também chamada de pavimento,
geralmente aplicada sobre a pista de rolamento. Por tratar-se da interface de contato
dos pneus do veículo com a estrutura, é a principal responsável pela sensação de
conforto na utilização da estrutura.
40
Figura 46 - Pavimentação Rígida em CBUQ
• LAJES CENTRAIS
41
• LAJES EM BALANÇO
Para entendermos melhor este conceito, considere uma laje de 8,00 m por 16,00 m
apoiada em suas bordas por duas vigas ao longo de suas maiores dimensões,
conforme mostrado na Figura 49.
42
Figura 50 - Modelo Estrutural de Laje Central
Note que possuímos apenas momento fletor positivo, e que pela natureza dos apoios,
os momentos são nulos na extremidade e máximo no meio do vão. Para nosso
exemplo, obtivemos o momento máximo com carga de 80,0 kN.m.
Portanto, teremos armadura ativa na parte inferior da viga, necessária pelo momento
positivo imposto pelo diagrama.
Porém, por imposição da NBR 6118/2014, devemos prever em toda peça de concreto
armado, armadura mínima na sua parte inferior, atuando para os momentos positivos,
e armadura mínima em sua parte superior, para os momentos negativos.
43
Desta forma, haverá também aço na parte superior da viga, mesmo não ocorrendo
momentos negativos em seu diagrama. A este aço denominamos armadura passiva.
Note que apenas o deslocamento de um metro com os apoios da laje do tabuleiro nos
resultou em uma redução de 50% no momento solicitante.
Mas e o momento fletor negativo que apareceu? Agora terei que colocar
armadura específica para combatê-lo?
44
Como parte deste aço negativo que deverá ser inserido já estaria ali na solução sem
balanços, percebemos que apenas estamos propiciando um caráter ativo à armadura
mínima antes prevista.
Desta forma, a utilização de tabuleiro com bordas em balanço é recorrente e será alvo
de nossos estudos ao longo dos capítulos deste caderno.
• VIGAS TRANSVERSINAS
45
•
Figura 56 - Vista inferior de grelha estrutural composta de vigas longarinas e transversinas
• APARELHO DE APOIO
As vigas longarinas são apoiadas pelos pilares da estrutura. Quando este apoio é
realizado com a concretagem das peças e a consequente solidarização dos esforços,
como em pontes aporticadas, obtemos os tradicionais apoios de 2º gênero, conforme
simbolizado pela Figura 57.
46
Quando deseja-se evitar o surgimento de esforços resistências à movimentação
horizontal dos veículos sobre o tabuleiro, afim de que estas ações não impactem no
aumento de cargas na estrutura, é desejável transformar os apoios em 1º gênero,
permitindo o deslocamento horizontal controlado da viga, conforme simbologia
apresentada na Figura 58.
Para tal, lança-se mão de um elemento chamado aparelho de apoio, que é inserido
entre as vigas longarinas e os pilares de sustentação desta, afim de propiciar o
deslocamento controlado da estrutura.
Estes aparelhos de apoio serão melhor detalhados nos próximos capítulos, porém, na
Figura 59, observamos um modelo feito de Neoprene fretado.
• PILARES
47
Figura 60 - Pilares Simples de uma ponte
• VIGAS TRAVESSAS
Algumas das vezes a seção do pilar não comporta todas as vigas longitudinais da
estrutura, devido à largura do tabuleiro ser superior. Para tal, faz-se necessário
elemento estrutural no topo do pilar para que comporte as vigas longarinas,
propiciando que todas se apoiem no mesmo pilar. Tal elemento chama-se viga
travessa, como mostrada na Figura 62.
48
Figura 62 - Viga Travessa
49
Figura 63 - Tipos de Cortinas
50
Figura 64 - Sapatas de uma ponte em execução
• ESTACAS E TUBULÕES
• BLOCOS DE COROAMENTO
Na grande maioria das vezes, apenas uma estaca não é suficiente para resistir à carga
oriunda dos pilares. Para solidarizar, assim, tornando a estrutura monolítica, as
estacas são unidas aos pilares através de elemento de concreto armado chamado
bloco de coroamento, como demonstrado na Figura 66
51
Figura 66 - Bloco de Coroamento de Estacas de uma ponte em concreto armado
• VIGAS DE LIGAÇÃO.
Afim de compor o binário de forças entre as fundações, torna-se interessante conectar
os blocos de coroamento ou mesmo as sapatas com vigas especiais, denominadas
vigas de ligação, visando o aumento da rigidez da estrutura. Um exemplo pode ser
visualizado na Figura 67.
52
Figura 68 - Divisão Estrutural de uma ponte
53
Por último, os encontros, que são elementos estruturais localizados nas
extremidades das pontes, atuando como apoio de segundo gênero, e com a finalidade
de absorver o empuxo do solo dos aterros executados para os acessos da ponte,
evitando sua transmissão aos demais elementos, servindo também como apoio
extremo, com pode ser visto pela Figura 69 e pela Figura 70.
54
Quando do projeto da ponte, estas estruturas também devem ser dimensionadas, e
um corte esquemático deste encontro, pode ser observado na Figura 71.
Quando se pode dispensar a contenção dos aterros ou estas cargas são consideradas
no dimensionamento da estrutura, a solução comum é a superestrutura apresentar
extremidades em balanço, podendo ou não possuir mecanismo de contenção
acoplado à estrutura, com os aterros caindo em talude natural, podendo, inclusive,
serem protegidos por enrocamentos de pedra ou concreto projetado.
55
Resumo
Nesta aula aprendemos que a estrutura de uma Obra de Arte Especial pode ser
dividida em três partes:
Superestrutura
Mesoestrutura
Infraestrutura
o Pista de Rolamento
o Passeio
o Guarda-corpo
o Guarda Rodas
o Revestimento
o Laje Central
o Laje em Balanço
o Vigas Longarinas
o Vigas Transversinas
o Aparelhos de Apoio
o Pilares
o Vigas Travessas
o Cortinas
o Sapatas
o Estacas
o Vigas de Ligação
o Encontros
56
Complementar
Vamos assistir à uns vídeos interessantes?
O primeiro, sobre a ponte que conecta a Dinamarca à Suécia, que pode ser
acessado através do link https://youtu.be/uNzRLQ_IHTQ.
Por último, conheça a Ponte sobre o Rio Pericumã-MA através do vídeo institucional
https://vimeo.com/144175961
57
Referências Bibliográficas
58
Exercícios
Agora que já iniciamos os estudos sobre as pontes, vamos exercitar o que
acabamos de aprender!
veículos?
5) Para que o concreto do tabuleiro não sofra desgaste com a fricção dos pneus
dos veículos, é utilizada uma camada protetora. Qual o nome desta camada?
laje central. Já, a porção de laje que se projeta além das vigas, recebe o
nome de?
erro, discuta sobre, propondo uma correção para que a torne correta.
59
AULA 4
CLASSIFICAÇÃO DAS PONTES
APRESENTAÇÃO DA AULA
Nesta aula iniciaremos os estudos quanto a classificação das pontes,
começando pela finalidade da ponte, ou seja, pela sua principal função e pelo material
de construção da obra de arte. Após, estudaremos a classificação pela inclinação e
alinhamento de seu eixo longitudinal, bem como a mobilidade do seu tramo.
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz
de:
Classificar uma obra de arte de acordo com o tipo de tráfego que irá utilizá-la;
Entender que a função principal de uma ponte é proporcionar a travessia de
pessoas, veículos ou materiais
Classificar uma obra de arte de acordo com o material de construção;
Entender como o Comprimento do vão, o Sistema construtivo, o Caráter
temporal da obra, a Disponibilidade e custo do material na região influenciam
na escolha do tipo de material da OAE.
Classificar uma obra de arte de acordo com seu eixo longitudinal em planta;
Classificar uma obra de arte de acordo com seu eixo longitudinal em perfil;
Classificar uma obra de arte de acordo com a mobilidade do seu tramo;
60
OLÁ ALUNO!
Nesta aula aprenderemos sobre a classificação das pontes quanto à
sua finalidade, material de construção e como diversos fatores irão
impactar nesta escolha. Também veremos a classificação pelo seu eixo
longitudinal e mobilidade!
BOA AULA!
Finalidade e Função;
Material de Construção;
Eixo longitudinal e transversal;
Mobilidade do tabuleiro;
Sistema estrutural;
Método de Construção.
A ponte ou viaduto receberá o título de ferroviária, quando seu uso for feito
por trens, metrôs e quaisquer veículos sobre trilhos, como a vista na Figura 73, na
Figura 74 e na Figura 75. O dimensionamento desta ponte tem a vantagem de se
conhecer antecipadamente a distribuição e posição das cargas no tabuleiro, uma vez
que os trilhos são pré-fixados e os vagões obrigatoriamente terão que seguir este
trajeto. Desta forma, visando minimizar os esforços de torção na estrutura, os trilhos
costumam ser posicionados de modo centralizado no tabuleiro.
Devido à esta centralização das cargas, é comum observarmos este tipo de
ponte com apenas um pilar central, por apoio, uma vez que não haverá excentricidade
na aplicação da carga.
61
Figura 73 - Ponte Ferroviária
62
A obra de arte será denominada como rodoviária, quando o tráfego for de
veículos de passeio e de carga, sendo estes sobre rodas ou mesmo esteiras. Um
exemplo de obra de arte cuja finalidade seja rodoviária é o Viaduto Linn, mostrado na
Figura 76, projeto do famoso engenheiro francês especializado no projeto de pontes
Jean Muller.
64
Não sabe o que é lixiviação? Nem carbonatação?!
65
Figura 80 - Carbonatação em uma peça de concreto armado
66
Figura 82 - Ponte Aeroviária em Funchal (Vista Superior)
Note que há estruturas que possuem mais de uma função quanto ao tipo de
tráfego que a utilizará, como por exemplo a Ponte de Marabá, apresentada na Figura
83 , que possui finalidade mista rodoviária e ferroviária (rodoferroviária).
67
Por último as pontes e viadutos exclusivos para transporte de fluidos, como
os aquedutos apresentados na Figura 84, que ficaram famosos na antiguidade por
transportarem água por gravidade à longas distâncias.
68
Figura 85 - Ponte de Madeira
Com a evolução da tecnologia ao longo das eras, as pontes passaram a ser edificadas
com concreto armado, material de alta durabilidade e resistência, que possibilitou
vencer vãos cada vez maiores e ainda permitindo ser moldado no local, com o formato
que o calculista definiu em projeto. Em projetos onde a estética não é o principal fator,
69
é comum recorrer às vigas pré-moldadas, visando dispensar fôrmas e escoramentos
na construção da ponte, como mostrado pela Figura 87.
Da mesma forma que ocorre com classificação quanto à finalidade, uma ponte
também pode ser considerada mista com relação à seus materiais, como por exemplo
aço/madeira, concreto/madeira e concreto/aço, como exemplificado pela Figura 90.
O comprimento do vão livre influencia diretamente, onde, por exemplo, para vãos
até 25 metros, o concreto protendido torna-se caro, devido ao alto custo do
equipamento envolvido.
72
Figura 92 - A Golden Gate Bridge é uma ponte pênsil (ou suspensa)
73
De acordo com o caráter da obra podendo este ser provisório ou permanente,
métodos construtivos tornam-se vantajosos por permitirem sua remoção e reutilização
posterior em novos projetos, como estruturas metálicas e madeira. A Figura 94
demonstra uma ponte de concreto que necessitou de reparado na cidade de Santo
Amaro da Imperatriz/SC, e para que o tráfego não fosse interrompido, foi executada
ponte provisória em madeira.
74
E por fim, o custo do material, uma vez que soluções técnicas que gerem economia
são as preferidas pelo poder público, principalmente em vias rurais, como o pontilhão
mostrado na Figura 95, que são administrados diretamente pelas prefeituras locais,
mesmo que muitas das vezes abrindo mão da estética e durabilidade.
75
Quanto ao posicionamento em vista superior, o alinhamento de uma obra de
arte pode ser classificado como reta, quando seus ângulos internos formarem 90°
entre si (lados perpendiculares), como o demonstrado pela Figura 96; esconsa
quando estes ângulos forem diferentes de 90°, como exibido pela Figura 97, ou ainda
podem apresentar conformação em curva, conforme exemplo da Figura 98.
76
Figura 98 - Esquema gráfico de uma ponte curva
77
Figura 100 - Ponte Inclinada ou em rampa
As pontes podem ser fixas ou móveis. A mobilidade dos tramos de uma ponte
normalmente acontece por translação ou rotação e destina-se à passagem de
embarcações, quando sua altura não é suficiente para garantir o gabarito de
navegação.
78
Figura 102 - Ponte George Coleman (Virgínia – EUA – 1956)
79
Figura 103 - Ponte em báscula simples
A Ponte Michigan Avenue foi projetada para possuir dois níveis de utilização,
sendo o inferior para pedestres e superior para automóveis. Esta ponte é composta
por duas folhas que são rotacionadas por duas engrenagens de 0,70 m de diâmetro,
e, durante a abertura da ponte, suportam uma carga de aproximadamente 800
toneladas.
80
Outra forma de mobilidade do tramo, é por translação horizontal dos seus
tramos, ou seja, quando seu tabuleiro se desloca horizontalmente paralelo ao seu eixo
longitudinal. O vão central desliza sobre trilhos previamente fixados, sobrepondo parte
da via existente, recebendo, assim, a classificação de tramos corrediços, como a
ponte demonstrada pela Figura 105.
Figura 105 - Ponte sobre o Canal Hood (Washington – EUA – 1961; vão de 183 m)
81
Figura 106 - Ponte sobre o Rio Guaíba (RS)
82
Resumo
Nesta aula aprendemos a classificação das pontes quanto a sua finalidade e função,
podendo esta ser classificada em:
Ferroviária
Rodoviária
Passarela
Hidroviária
Aeroviária
Mista
Transporte de Fluidos
Nesta aula também aprendemos a classificação das pontes quanto ao seu eixo
longitudinal em planta, podendo esta ser classificada em:
Reta
Curva
Esconsa
83
Aprendemos também a classificação das pontes quanto ao seu eixo longitudinal em
perfil, podendo esta ser classificada em:
Nível
Inclinada (em rampa)
Curva vertical
84
Complementar
Para a aula de hoje, que tal continuarmos nossa sessão de cinema?
Para hoje, temos mais dois vídeos da NatGeo, da série Obras Incríveis, o primeiro
intitulado A Ponte Hoover Dam, que pode ser acessado pelo link
http://www.youtube.com/watch?v=Y4A6TwQ-SqM e segundo vídeo sobre a Ponte
Golden Gate, que pode ser acessado através do link
http://www.youtube.com/watch?v=jmhtCiCaT7Y.
85
Referências Bibliográficas
86
Exercícios
Para esta aula de classificação das pontes, nossos exercícios serão de pesquisa!
Questão 1
Identifique uma obra de arte, podendo, portanto, ser uma ponte ou viaduto, que
possua a finalidade apresentada abaixo em cada item, identificando o nome oficial
da obra de arte, o(s) país(es) que estão localizadas, sua data de construção e uma
foto ilustrativa:
a) Ferroviária
b) Rodoviária
c) Passarela
d) Hidroviária
e) Aeroviária
f) Mista
g) Transporte de Fluidos
Questão 2
Identifique uma obra de arte que possua material constituinte conforme
apresentado em cada item abaixo, justificando a ou as razões principais que
levaram a sua construção com determinado material:
a) Madeira
b) Pedra
c) Concreto Armado
d) Concreto protendido
e) Metálicas
f) Mistas
Questão 3
De acordo com as classificações quanto à mobilidade de uma obra de arte,
apresentados abaixo, justifique as principais motivações para
Note que uma mesma obra de arte pode atender mais de uma classificação!
a) Reta
b) Curva
c) Esconsa
d) Em Nível
87
e) Inclinada (em rampa)
f) Curva vertical
g) Giratória
h) Basculante
i) Corrediça
j) Levadiça
Bom trabalho!
88
AULA 6
SISTEMA CONSTRUTIVO: LAJES E VIGAS DE ALMA CHEIA
APRESENTAÇÃO DA AULA
Nesta aula continuaremos os estudos quanto a classificação das pontes,
agora pelo seu sistema estrutural, ou seja, o famoso “tipo” de ponte.
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz de:
Classificar uma obra de arte de acordo com sistema estrutural, ou seja, qual o
modelo responsável por vencer o principal vão livre, podendo este ser projetado em:
Lajes;
Vigas de alma cheia
89
OLÁ ALUNO!
Nesta aula aprenderemos sobre a classificação das pontes pelo seu
sistema estrutural!
BOA AULA!
O objetivo desta aula é discutirmos cada sistema estrutural, suas condições de uso e
aplicabilidade, vamos lá!
Pontes em Laje
Nossa primeira categoria é das pontes com sistema estrutural em laje, que
é empregado em obras de pequenos vãos (até 20 m). A superestrutura é constituída
por uma laje sem qualquer vigamento. As vantagens deste sistema estrutural são:
Este sistema estrutural, que está ilustrado pela Figura 108, é adotado
normalmente em obras que apresentam restrições na altura de construção em função
de gabaritos ou níveis de água elevados.
90
Para obras sem repetição e com greide baixo, indica-se o uso de estrutura
moldada no local. Havendo repetição da estrutura, torna-se mais vantajoso o uso de
elementos pré-moldados ou pré-fabricados, pois há economia de fôrmas e
escoramento, mesmo sendo necessária a instalação de um canteiro de fabricação de
tabuleiros e um sistema de transporte e lançamento das peças pré-moldadas.
92
Figura 111 - Elementos principais e secundários
93
As transversinas aumentam a rigidez do conjunto, distribuindo melhor os
esforços no vigamento principal.
94
Figura 113 - Seções Transversais Celulares
95
Figura 114 - Ponte com viga de altura constante
A esbeltez pode variar entre L/d = 5 e L/d = 30, para pontes de um só vão, e
atingir L/d = 45, em vigas contínuas (Manual DNIT, 1966).
96
Vigas de Altura Variável
97
As vigas de alma cheia podem ser:
Isostáticas;
Hiperestáticas;
Associações de vigas isostáticas e hiperestáticas.
Vigas Isostáticas
98
As vigas biapoiadas, como a viga exemplificada pela Figura 118 abaixo,
podem apresentar balanços. Este sistema é usado em pontes de pequena extensão
com até 65 m de comprimento. O momento fletor positivo máximo no vão é reduzido
devido ao momento fletor negativo que surge nos apoios. Recomenda-se que os
balanços tenham vinte por cento do comprimento do vão.
99
As vigas Gerber, representada por sua modelagem estrutural na Figura 119,
permitem a execução de obras isostáticas de grande comprimento, porém exigem um
número de juntas elevado. Por se tratarem de vigas isostáticas, o cálculo dos esforços
solicitantes é simples. Além disso, as solicitações seccionais são mantidas inalteradas
na presença de recalques de apoio.
100
direto do vão sobre o rio. Assim, executavam-se, inicialmente, os vãos biapoiados com
balanços nas margens, e utilizavam-se as extremidades destes balanços para apoio
do escoramento suspenso do vão Gerber.
Conforme pode ser observado pela Figura 121, por se tratar de uma região
de junta em um tabuleiro, pode haver penetração de água se não houver uma proteção
adequada. Por isso, devem-se detalhar cuidadosamente as armaduras e sua
concretagem deve ser feita com atenção.
101
ponte para minimizar as solicitações horizontais devidas às deformações impostas por
retração e deformação lenta do concreto.
103
Resumo
Nesta aula aprendemos a classificação das pontes quanto ao seu sistema estrutural,
e que estas podem ser executadas com lajes maciças ou apoiadas em vigas,
conforme as nossas estruturas convencionais de concreto armado.
Vimos também que as vigas podem ter altura variável ou constante, e que podem ser
moldadas in loco ou pré-moldadas.
104
Complementar
Chegamos, enfim, ao final da nossa sessão de documentários!
Para hoje, nossos dois últimos vídeos são bem interessantes! Que tal acompanhar a
construção da maior ponte já construída até então? Ela fica na China, claro! Acesse
pelo link https://www.youtube.com/watch?v=As3o9-zzDTw.
E dentro do tema, só assistimos pontes sendo construídas. Que tal olharmos por outro
ângulo? E pontes sendo desmontadas? Tem como? Tem sim!
http://www.youtube.com/watch?v=vyftvvVOQCc.
105
Referências Bibliográficas
106
Exercícios
Para esta aula de classificação das pontes, nosso exercício permanece de
pesquisa!
Encontre uma obra de arte de acordo com sistema estrutural, conforme solicitado
abaixo, identificando seu nome oficial, o(s) país(es) que estão localizadas, sua
data de construção e uma foto ilustrativa da ponte:
a) Ponte em Laje
b) Ponte em Viga de Alma Cheia de Altura Constante
c) Ponte em Viga de Alma Cheia de Altura Variável
Bom trabalho!
107
AULA 7
SISTEMA CONSTRUTIVO: VIGAS DE ALMA VAZADA
APRESENTAÇÃO DA AULA
Nesta aula continuaremos os estudos quanto a classificação das pontes,
agora pelo seu sistema estrutural, ou seja, o famoso “tipo” de ponte.
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz de:
Classificar uma obra de arte de acordo com sistema estrutural, ou seja, qual o
modelo responsável por vencer o principal vão livre, podendo este ser projetado em:
Vigas de alma vazada;
Pórticos;
Arcos;
108
OLÁ ALUNO!
Nesta aula continuaremos a aprender sobre a classificação das pontes
pelo seu sistema estrutural!
BOA AULA!
109
Figura 124 - Nós rígidos de compósito e aço
110
A escolha do tipo de treliça é determinada pela necessidade de se reduzir, na
medida do possível, o comprimento das peças solicitadas à compressão. Recomenda-
se que o número de nós da treliça deve ser o menor possível, ajudando assim a reduzir
a deformação total da estrutura e facilitando a sua construção e elevação.
111
A treliça Pratt, quando carregada, apresenta as diagonais tracionadas e os
montantes comprimidos. A treliça Howe apresenta comportamento contrário ao da
treliça Pratt, ou seja, diagonais comprimidas e montantes tracionados. Nesta
configuração da treliça Warren, forma mais simples, o sinal das tensões se alterna
entre as diagonais. A presença de montantes é desnecessária, mas pode ocorrer para
aumentar a estabilidade dos banzos superiores ou para diminuir o comprimento dos
banzos inferiores, que levam as forças aos nós da treliça.
Figura 128 - Ponte sobre o Rio Loire (Jean Muller) – Treliça com estrado superior
112
inferiores da treliça devem ser verificadas à flexão composta em função dos momentos
fletores que surgem das reações de peso próprio e de carga móvel do tabuleiro, que
nelas se apoia, que pode ser visualizada pela Figura 130.
113
Figura 131 - Ponte em arco
V
l
Maintained
114
A ponte de Quebec no Canadá, construída em 1917, exibida na Figura 132, é
a ponte em treliça com o maior vão central. Note que a solução em cantilever, que
será visto mais a frente, foi a adotada, por criar contrapesos no balanço, minimizando
os momentos positivos no centro do vão central.
115
Pontes em Quadro Rígido
Pontes em quadro rígido, como a Ponte Fritz Leonhardt exibida pela Figura
133, também denominadas de pontes aporticadas, são obras de arte onde a
superestrutura e a mesoestrutura estão monoliticamente ligadas (superestrutura com
encontros ou superestrutura com os pilares), eliminando-se o uso de aparelhos de
apoio, que além de alto custo, requerem um programa de manutenção constante e de
substituição. Desta forma, não existe a liberdade de rotação nem de translação do
topo dos pilares em relação ao vigamento principal.
116
Figura 134 - Terceira ponte de Vitória
117
Figura 135 - Pontes aporticadas
118
Pontes em Arco
119
Figura 138 - Arco em parábola Figura 139 - Arco em Catenária
120
𝑓
Já os arcos abatidos apresentam relação < 0,5 e são usados para vencer
𝐿
121
Os Arcos podem ser biarticulados, como exibido na Figura 143, quando seus
vínculos de extremidade permitirem a rotação do mesmo quando solicitado por seus
carregamentos. É 1(uma) vez hiperestático. O abatimento (L:f) está na faixa de 4 a
12, preferencialmente com menor espessura nas impostas, pois os momentos fletores
são máximos no fecho. São indicados para vãos relativamente curtos, pois, para
cargas excessivas, o projeto das articulações pode ser complicado.
E por último, os arcos poderão ser tri articulados, sendo assim, um sistema
isostático. Apresenta bom comportamento diante de recalques de fundação. A relação
entre a flecha e o vão (L:f) situa-se entre 5 e 10. A espessura do arco é variável para
considerar a variação da linha de pressões devido à ação da carga móvel, como pode
ser percebida pela Figura 144.
Os arcos com uma articulação não são empregados em pontes devido aos
elevados momentos de engastamento na base da estrutura, encarecendo as
fundações.
122
Os arcos atirantados são usados quando os apoios da fundação não resistem
ao empuxo do arco. Desta forma, este empuxo é todo absorvido pelos tirantes. São
construídos com um único vão.
O arco foi a primeira forma usada, mais difundida pelos romanos, como pode
ser visto na Figura 145, para vencer as travessias dos rios, vales e gargantas. Em
alvenaria de pedra argamassada, as obras alcançaram um vão de 70 m.
123
Por imporem escoramentos de difícil execução e risco, a utilização desse
processo construtivo foi também sendo gradativamente abandonada e substituída por
materiais e técnicas mais modernas.
As Pontes Maria Pia, Infante Dom Henrique e Luiz I, sobre o rio Douro, na
cidade do Porto em Portugal, são construídas conjugando-se arcos a outros sistemas
estruturais, como podem ser visualizadas na Figura 147.
124
Figura 147 - Pontes Maria Pia, Infante Dom Henrique e Luiz I
Nas estruturas com arcos inferior, como a ponte exibida pela Figura 148,
ocorrem grandes esforços horizontais na base do arco, tornando necessária a
existência de um excelente terreno de fundação. Quando a obra for de concreto
armado, deve-se prever um plano de concretagem bem definido para que se possam
reduzir os efeitos de retração e deformação lenta do material
125
A Ponte de JK em Brasília, construída em 2002, apresentada na Figura 149,
é um exemplo de ponte com tabuleiro inferior, pois mesmo o tabuleiro estando em
uma posição intermediária, ele é apenas sustentado por tirantes presos ao arco.
As pontes em arco com tabuleiro inferior são mais indicadas para pequenos
vãos. Devido ao efeito da treliça, os pendurais diminuem o momento fletor do arco,
tornando-o mais esbelto.
126
Figura 150 - Tabuleiro intermediário sustentado lateralmente por montantes e ao centro por pendurais
A ponte do Rio das Antas, em Bento Gonçalves, construída em 1952, com vão
central de 186 m, é um exemplo de ponte em arco com tabuleiro intermediário, e é
apresentada pela Figura 151.
Durante o ensaio um dos pilares cedeu, fazendo com que o trecho central da
ponte desabasse. Após o desabamento e diversos estudos, definiu-se o segundo e
definitivo projeto: a ponte possui dois arcos paralelos em concreto armado e a pista
localizada a uma altura média desses arcos.
A ponte sobre o rio das antas possui um vão livre de 186 m, 288 m de extensão
e uma altura de 46 m. Foi a maior ponte construída na época (1950), em toda a
américa.
V
l
Maintained
128
Tabela 6 - Pontes em arco de aço
129
Resumo
Nesta aula aprendemos a classificação das pontes quanto ao seu sistema estrutural,
e que estas podem ser executadas em vigas de alma vazadas, ou seja, treliçadas, em
quadro rígido, também chamada de aporticada, ou em arcos.
130
Complementar
Falamos de arcos nesta aula, certo? Discriminamos os arcos em duas curvas,
parábolas e catenárias. Vamos aprofundar nossos estudos neste tema?
131
Referências Bibliográficas
132
Exercícios
Para esta aula de classificação das pontes, nosso exercício permanece de
pesquisa!
Encontre uma obra de arte de acordo com sistema estrutural, conforme solicitado
abaixo, identificando seu nome oficial, o(s) país(es) que estão localizadas, sua
data de construção e uma foto ilustrativa da ponte:
Bom trabalho!
133
AULA 8
SISTEMA CONSTRUTIVO: VIGAS DE ALMA VAZADA
APRESENTAÇÃO DA AULA
Nesta aula finalizamos os estudos quanto a classificação das pontes, agora
pelo seu sistema estrutural, ou seja, o famoso “tipo” de ponte.
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz de:
Classificar uma obra de arte de acordo com sistema estrutural, ou seja, qual o
modelo responsável por vencer o principal vão livre, podendo este ser projetado em:
Estaiados;
Pênseis.
134
OLÁ ALUNO!
Nesta aula finalizaremos o aprendizado sobre a classificação das
pontes pelo seu sistema estrutural!
BOA AULA!
Pontes Pênseis
135
Figura 154 - Golden Gate Bridge, EUA (1937), vão de 1280 m
O espaço livre entre o fundo do estrado e o nível das águas deve ser
estreito e alongado; quanto mais alto o espaço livre, maior deverá ser
o vão.
136
Algumas das mais importantes pontes pênseis, ordenadas segundo a
grandeza do vão, são apresentadas no Quadro 2.
S pa n
No . B rid g e Lo c a tio n Co u n try Ye a r
[m]
1 Akashi- Kaikyo 1991 Kobe- Naruto Japan 1998
2 Yangsigang 1700 Wuhan China 2019
3 Xihoumen 1650 Zhoushan China 2009
4 Great Belt East 1624 Korsor Denmark 1998
5 Izmit 1550 Gebze Turkey 2017
6 Yi- Sunsin 1545 Myodo- Gwangyang South Korea 2013
7 Runyang South 1490 Jiangsu China 2005
8 Nanjing- 4 1418 Nanjing China 2012
9 Humber 1410 Kingston- upon- Hull UK 1981
10 Yavuz Sultan Selim 1408 Istanbul Turkey 2016
11 Jiangyin 1385 Jiangsu China 1999
12 Tsing Ma 1377 Hong Kong China 1997
13 Hardanger 1310 Vallavik- Bu Norway 2013
14 Verrazano- Narrows 1298 New York, NY USA 1964
15 Golden Gate 1280 San Franc isco, CA USA 1937
16 Yangluo 1280 Wuhan China 2007
17 Höga Kusten 1210 Kramfors Sweden 1997
18 Longjiang 1196 Yunnan China 2015
19 Jinshajiang Taku 1190 Yunnan China 2020
20 Aizhai 1176 Jishou China 2012
21 Mac kinac 1158 Mac kinaw City, MI USA 1957
22 Ulsan 1150 Ulsan Harbour South Korea 2015
23 Hålogaland 1145 Rombakk fjord Norway 2017
24 Qingshuihe 1130 Guizhou China 2016
25 Huangpu- 1 1108 Guangzhou China 2008
26 Minami Bisan- seto 1100 Kojima- Sakaide Japan 1988
27 Daduhe Luding 1100 Sic huan China 2018
28 Fatih Sultan Mehmet 1090 Istanbul Turkey 1988
29 Balinghe 1088 Guanling China 2009
30 Taizhou 1080 Jiangsu China 2012
V
l
137
Pontes Estaiadas
138
Figura 157 - Tipos de torres (pilones)
139
As torres são geralmente construídas com seções celulares e são fabricadas
em aço estrutural ou concreto armado.
140
Figura 159 - Arranjo longitudinal dos cabos
142
Figura 161 - Ponte sobre o Rio Pinheiros
Figura 162 - Execução da Ponte sobre o Rio Pinheiros por balanços sucessivos
143
O Gráfico da Figura 163 relaciona os vãos das pontes com o ano de construção, de acordo com o tipo estrutural (Talles, 2001)
Figura 163 - Relação dos vãos das pontes como ano de construção
144
Pontes em Balanços Sucessivos
145
Figura 165 - Vista aérea do início da construção da ponte sobre o Rio Pinheiros
146
Figura 167 - Ponte na Coréia do Sul
147
Figura 169 - Aduela pré-moldada sendo içada
A ligação entre as aduelas deve garantir a resistência das juntas aos esforços
existentes, não devendo ficar muito espessa. Normalmente, esta ligação é feita
inicialmente com resina epóxi e posteriormente através da protensão dos cabos.
Quando da utilização da resina epóxi, deve-se controlar a pega do material,
fazendo-se ensaios em todas as juntas.
148
Coeficiente de Dificuldade
149
Resumo
Nesta aula finalizamos a classificação das pontes quanto ao seu sistema estrutural, e
que estas podem ser executadas em pontes suspensas e estaiadas.
150
Complementar
Para entendermos perfeitamente o método de construção de balanços sucessivos,
separamos alguns vídeos instrutivos!
Vamos lá!
151
Referências Bibliográficas
152
Exercícios
Para esta nossa última aula de classificação das pontes, nosso exercício
permanece de pesquisa!
a) Ponte Suspensa
b) Ponte Estaiada
153
Pré-Teste
Olá aluno!
Separamos onze questões para que você possa se preparar para nossa iminente
avalição. Boa prova!
Questão 2 A primeira classificação que podemos atribuir às pontes é quanto aos seus
elementos construtivos, por sua função e localização dentro da estrutura. Estes
podem ser classificados como superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura. A
superestrutura possui a função de receber os esforços solicitantes e resistir a estes,
propiciando a utilização da estrutura para seu principal fim: travessia de pedestres
e veículos, conectando duas ou mais vias existentes.
Tendo a descrição anterior como base, marque a alternativa incorreta:
a. A pista de rolamento corresponde ao trecho do tabuleiro da ponte restrita
à passagem de veículos, geralmente sobre revestimento rígido, como
154
concreto armado, ou revestimento flexível, como concreto betuminoso
usinado a quente (CBUQ).
b. O passeio é o seguimento do tabuleiro de uso exclusivo de pedestres e
ciclistas, e não prevê a passagem de veículos sobre este. Por tratar-se
de cargas de menor intensidade, seu dimensionamento é feito
considerando cargas estáticas.
c. Para sustentar todos os elementos de segurança da pista e o
revestimento, sob eles é executada uma laje, chamada de laje central,
em concreto armado ou estrutura metálica. Sua porção que se localiza
entre as vigas da estrutura recebe o nome de laje central, e é onde
concentra-se a maior quantidade de cargas e visando diminuir o
momento positivo no interior das lajes centrais, projeta-se em balanço
parte desta laje, que recebe o nome de laje em balanço;
d. As vigas principais ou longarinas são a coluna vertebral da ponte.
Sustentam a laje do tabuleiro e são as responsáveis por vencer o vão
livre sobre o vale ou obstáculo molhado. São geralmente executadas em
concreto armado, concreto protendido e estrutura metálica.
e. As vigas transversinas possuem o objetivo de contraventar as vigas
longarinas, elevando a rigidez e consequentemente a resistência à
torção da estrutura. Necessariamente precisam tocar a laje do tabuleiro,
uma vez que possuem a função de sustentá-lo.
Questão 5 As pontes podem ser classificadas de acordo com o tipo de tráfego que
majoritariamente utilizará a estrutura
Tendo a afirmação acima como referência, assinale a alternativa incorreta:
a. A ponte ou viaduto receberá o título de ferroviária, quando seu uso for
feito por trens, metrôs e quaisquer veículos sobre trilhos. O
dimensionamento desta ponte tem a vantagem de se conhecer
antecipadamente a distribuição e posição das cargas no tabuleiro, uma
vez que os trilhos são pré-fixados e os vagões obrigatoriamente terão
que seguir este trajeto. Desta forma, visando minimizar os esforços de
156
torção na estrutura, os trilhos costumam ser posicionados de modo
centralizado no tabuleiro
b. A obra de arte será denominada como rodoviária, quando o tráfego for
de veículos de passeio e de carga, sendo estes sobre rodas ou mesmo
esteiras
c. As passarelas são estruturas que propiciam o tráfego de pedestres e/ou
ciclistas. Geralmente são mais esbeltas que as pontes rodoviárias, por
seu carregamento ser menor e melhor distribuído sobre o tabuleiro. Afim
de promover a acessibilidade, devem ser previstas estruturas em
rampas para acesso à ponte
d. Em vias navegáveis, as estruturas que propiciam a sua continuidade
sobre um vale ou mesmo evitam o cruzamento de vias de sentidos
distintos, são chamadas de pontes hidroviárias. Estas estruturas não
necessitam receber um tratamento especial de impermeabilização, uma
vez que o fluido é corrente e dimensionado para que tenha velocidade
laminar mínima para que não haja infiltração;
e. As pistas de pouso e decolagem de aeroportos, que são executadas
sobre pontos de vale ou mesmo sobre a água são obras de arte
especiais do tipo aeroviárias, e recebem atenção especial pelo alto
impacto que devem suportar
Questão 6 As pontes também podem ser classificadas de acordo com seu material
constituinte.
Tendo a afirmação acima como referência, assinale a alternativa incorreta:
a. As pontes de madeira são geralmente aplicadas em pequenos vãos e
em locais de grande oferta deste material, como regiões de mata e
estradas vicinais. Não apresenta grande rigidez, uma vez que é
composta por diversos elementos isolados, porém, de fácil manutenção
b. As pontes de pedra eram muito utilizadas na antiguidade por serem
compostas de material facilmente encontrado, como a Ponte de Pedra
de Conimbriga em Portugal. Porém, por não possuírem material
aglutinante entre os blocos de rocha, careciam de formas que
trabalhassem majoritariamente à compressão, como arcos.
c. Com a evolução da tecnologia ao longo das eras, as pontes passaram a
ser edificadas com concreto armado, material de alta durabilidade e
resistência, que possibilitou vencer vãos cada vez maiores e ainda
permitindo ser moldado no local, com o formato que o calculista definiu
em projeto. Em projetos onde a estética não é o principal fator, é comum
recorrer às vigas pré-moldadas, visando dispensar fôrmas e
escoramentos na construção da ponte.
d. As pontes mais modernas utilizam o concreto protendido, ou seja, o
concreto armado com barras pré-tensionadas, assim otimizando a
resistência da peça, vencendo vãos cada vez maiores para uma mesma
altura de viga.
157
e. As pontes em estrutura metálica, como as de ferro e aço, se mostraram
de grande utilidade, mesmo aumentando substancialmente o peso da
estrutura, uma vez que possuem maior resistência quando comparado
ao concreto e todos seus elementos são pré-fabricados em ambiente
controlado e apenas há a montagem da estrutura no local, diminuindo a
perda com fatores imprevisíveis, como as condições do clima e cheias
dos rios.
Questão 7 O traçado do greide da via deve obedecer ao projeto geométrico, que por sua
vez, compatibilizou a solução com o menor impacto possível ao terreno natural.
Sendo assim, alguns aspectos geométricos da ponte são importantes e vão auxiliar
a sua classificação, como inclinação vertical, horizontal, comprimento do vão e
gabarito.
158
a. Quando a mobilidade do tramo da ponte for realizada por movimento
giratório em planta centrado em um eixo vertical, com o ângulo de
rotação de 180°, esta receberá a classificação de tramos giratórios
b. Quando o movimento é giratório e vertical em torno de um eixo
horizontal, a ponte é classificada como tramos levadiços.
c. A báscula das pontes basculantes pode ser simples, quando o eixo de
giro for unilateral, com todo o tabuleiro da ponte for rotacionado,
geralmente utilizada em pequenos vãos, ou dupla, quando houver dois
eixos de rotação, um em cada extremidade da ponte, e, geralmente,
metade do tabuleiro é rotacionado por cada eixo
d. Outra forma de mobilidade do tramo, é por translação horizontal dos
seus tramos, ou seja, quando seu tabuleiro se desloca horizontalmente
paralelo ao seu eixo longitudinal. O vão central desliza sobre trilhos
previamente fixados, sobrepondo parte da via existente, recebendo,
assim, a classificação de tramos deslizantes;
e. Se este deslocamento ocorrer de modo vertical, a ponte receberá o
nome de tramos basculante.
Questão 9 As pontes podem ser projetadas por diferentes sistemas estruturais, sendo os
mais comuns para pequenos vãos as pontes em lajes e Vigas de alma cheia.
Tendo a afirmação acima como base, assinale a alternativa incorreta com
relação a estes sistemas estruturais.
a. As Pontes em laje são empregadas em obras de pequenos vãos (até 20
m). A superestrutura é constituída por uma laje sem qualquer vigamento.
As vantagens deste sistema estrutural são: Pequena altura de
construção; Boa resistência à torção; Rapidez de execução; Boa relação
estética; Construção bastante simples: escoramento, fôrma e armadura;
b. A viga é uma estrutura simples, adequada para vãos, desde 10 m, nos
pontilhões de concreto armado, até mais de 100 m, em vigas
protendidas de altura variável. As vigas principais, que suportam o
tabuleiro, são denominadas de longarinas e as transversais de
travessas, que distribuem o esforço cortante oriundo da laje;
c. Nas pontes com grandes vãos são usados os processos executivos de
construção que requerem estruturas de grande rigidez à torção. A seção
mais adequada são as celulares por apresentarem esta característica;
d. Para obras de um só vão, a forma mais adequada é a de “banzos
paralelos”, isto é, o bordo inferior se desenvolve paralelamente à linha
do greide e a altura é constante;
e. As vigas de altura variável são estruturalmente funcionais, pois as
mísulas aumentam as alturas nos apoios, regiões de maiores momentos
fletores e forças cortantes. Porém, são menos usadas em virtude de
dificuldades construtivas.
159
Questão 10 Para pontes de vãos médios, sistemas construtivos mais eficazes são
necessários, como Vigas de alma vazada, pórticos e arcos;
Tendo a afirmação acima como base, assinale a alternativa incorreta com
relação a estes sistemas estruturais.
a. As pontes em viga de alma vazada, também chamadas de pontes em
treliça, são estruturas que apresentam elementos de eixo reto que
concorrem em um mesmo nó. Os carregamentos devem ser aplicados
somente nestes nós, provocando basicamente esforços axiais nos
elementos
b. O uso de um sistema de alma vazada permite uma altura de viga
superior ao de um sistema de alma cheia de peso equivalente,
resultando em menores deformações e uma estrutura mais rígida.
Entretanto, este tipo de estrutura requer maior manutenção.
c. A escolha do tipo de treliça é determinada pela necessidade de se
reduzir o comprimento das peças solicitadas à compressão.
Recomenda-se que o número de nós da treliça deve ser o maior
possível, ajudando assim a aumentar o travamento da estrutura, mesmo
que dificulte a sua construção e elevação.
d. Pontes em quadro rígido, também denominadas de pontes aporticadas,
são obras de arte onde a superestrutura e a mesoestrutura estão
monoliticamente ligadas, eliminando-se o uso de aparelhos de apoio,
que além de alto custo, requerem um programa de manutenção
constante e de substituição. Desta forma, não existe a liberdade de
rotação nem de translação do topo dos pilares em relação ao vigamento
principal.
e. Arcos são estruturas curvilíneas que suportam carregamentos verticais
essencialmente por meio da compressão axial em seu eixo.
Originalmente, eram executados em pedra ou alvenaria. São compostos
de unidades denominadas aduelas em forma de cunha, sendo as
principais de nascença localizadas em suas bases sobre as quais se
lançam as demais. Ao centro do arco, situa-se a aduela de fecho,
também em forma de cunha e que uma vez lançada, mantém as demais
em suas respectivas posições.
160
sustentado por vários cabos metálicos atirantados verticalmente, ligados
a dois cabos maiores, em forma de catenária, que, por sua vez, ligam-
se às torres de sustentação.
b. Nas pontes pênseis só há esforços de tração nos cabos principais, que,
portanto, estes cabos comprimem as torres de sustentação, que
transferem os esforços de tração para as fundações.
c. A ponte pênsil, quando sujeita a grandes cargas de vento, apresenta
movimentos do tabuleiro que podem tornar o tráfego desconfortável e
até perigoso e, por esta razão, exige-se que o tabuleiro seja projetado
com grande rigidez à torção para minimizar este efeito;
d. As pontes estaiadas são formadas pelo tabuleiro, encontros e um
sistema de cabos (estais) inclinados que parte dos acessos do
vigamento, passando sobre as torres (pilones) de ancoragem e
dirigindo-se ao vão central para ancorá-lo e sustentá-lo em um ou vários
pontos do vão;
e. Estas pontes são geralmente construídas através da técnica balanços
sucessivos, que consiste em eliminar os escoramentos, ou como são
chamados para obras de artes, os cimbramentos durante a fase de
construção, logo, indicadas para pontes com gabarito elevado ou
construídas sobre o mar aberto.
161
AULA 9
ELEMENTOS PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO
APRESENTAÇÃO DA AULA
O projeto de uma ponte tem início na definição de sua finalidade, e de posse dos
levantamentos topográficos, hidrológicos, geotécnicos e de via, determinar a sua
correta geometria e as cargas úteis que devem ser consideradas no dimensionamento
da estrutura. Nesta aula iremos aprender todos estes fatores que impactam na
elaboração do nosso projeto.
OBJETIVOS DA AULA
Esta aula tem o objetivo de apresentar alguns dos elementos indispensáveis para a
elaboração do projeto de uma ponte que devem estar disponíveis antes do processo
de escolha dos elementos estruturais
162
Olá Aluno!
Retomando nossos estudos técnicos, iniciaremos pelo
dimensionamento das pontes, conceituando os fatores externos que
impactam concepção dos projetos!
Boa aula!
163
Figura 172 - Faixa de cobertura da planta topográfica
A Figura 173 ilustra o projeto geométrico em perfil de uma ponte, com o perfil do
terreno e a batimetria do rio.
164
Através deste estudo também conseguimos obter as solicitações máximas de empuxo
de água aos quais os pilares estarão sujeitos.
O tempo de recorrência a adotar no cálculo da vazão deve ser compatível com o porte
da obra e sua vida útil, com a importância da rodovia e com o risco de a obra sofrer
interrupção ou até mesmo colapsar, podendo haver perdas econômicas e de vidas
humanas. Tendo em vista a relação custo/benefício oferecida por esse tipo de estudo,
devido ao seu baixo custo, seu emprego em estruturas de grande porte é
indispensável.
165
natureza e a espessura das diversas camadas atravessadas, com a profundidade em
relação a uma referência de nível, além dos índices de resistência à penetração e o
nível d’água, inicial e vinte e quatro horas após a conclusão da sondagem.
Quando uma sondagem alcança uma camada de rocha ou quando, no curso de uma
perfuração, as ferramentas das sondagens à percussão encontram solos de alta
resistência, blocos ou matacões de natureza rochosa, é necessário recorrer às
sondagens rotativas. O processo consiste basicamente na rotação das hastes, pelo
cabeçote de perfuração e pressioná-la para baixo, geralmente por um sistema
hidráulico.
167
A indicação da qualidade da rocha é definida pela percentagem de recuperação de
amostra na sondagem, definida pela razão entre o comprimento da amostra
recuperada e o comprimento da perfuração.
A via na qual a obra de arte especial será inserida apresenta várias formas de
classificação, como foi vista nas primeiras aulas e uma delas é quanto a sua finalidade,
que estabelece o tipo de tráfego que a rodovia oferece. Porém, esta análise carece
de um aprofundamento, devendo a rodovia também ser analisada a quanto à posição
hierárquica que ocupa no sistema funcional, seu volume médio diário de tráfego e aos
serviços que oferece.
Enquanto o Sistema Arterial proporciona alto grau de mobilidade para intensos fluxos
de tráfego, interligando municípios, estados e países vizinhos, o Sistema Coletor
proporciona um misto de funções de mobilidade e de acesso, atendendo ao tráfego
intermunicipal. Já o Sistema Local proporciona baixa mobilidade, porém com elevadas
possibilidades de acesso, como as rodovias de pequena extensão que acessam o
tráfego intramunicipal de pequenas cidades e áreas rurais às rodovias de nível
superior.
168
Figura 175 - Relação entre as funções de mobilidade e de acesso
169
O volume de tráfego em uma seção ou em um trecho de uma rodovia é, por definição,
o número de veículos que passa pela seção ou pelo trecho em um dado intervalo de
tempo. Para fins de classificação técnica de projetos rodoviários, consideram-se
volumes de tráfego misto, sendo expressos por veículos/dia ou veículos/hora. O
volume de tráfego deve ser definido como o existente em uma rodovia de 10 a 20 anos
após sua abertura ao tráfego.
170
As vias Classe I são subdivididas em vias de Classe IA, quando possuírem pista dupla
e controle parcial de acesso e Classe IB, de alto padrão e pista simples, com tráfego
diário entre 1.400 e 5.500 veículos. Já as rodovias Classe II também possuem pista
simples, suportando volumes de tráfego diário entre 700 e 1.400 veículos. As rodovias
classificadas como Classes III de pista simples, suportando volumes de tráfego médio
diário de 300 a 700 veículos, projetados para o 10º ano após abertura ao tráfego.
171
As rodovias de menor classificação são denominadas Classe IV e possuem pista
simples, com características técnicas suficientes para atendimento mínimo do tráfego
previsto no seu ano de abertura. Geralmente, não é pavimentada e faz parte do
sistema local, compreendendo as estradas vicinais e, eventualmente, rodovias
pioneiras. Em função do tráfego previsto, são definidas duas subclasses, Classe IV-A
com tráfego diário médio de 50 a 200 veículos no ano de abertura e Classe IV-B com
tráfego diário médio menor do que 50 veículos no ano de abertura.
172
Resumo
Nesta aula aprendemos sobre os elementos que impactam no projeto de
nossa obra de arte especial, sendo eles:
Tópicos abordados:
Elementos Topográficos
Elementos Hidrológicos
Elementos Geotécnicos
Elementos de Via
173
Complementar
O renomado Prof. Watanabe através de seu site pessoal nos ajuda a entender a
classificação das rodovias: http://www.ebanataw.com.br/trafegando/classes.htm
174
Referências Bibliográficas
175
Exercícios
AULA 09
a) Elementos Topográficos
b) Elementos Hidrológicos
c) Elementos Geotécnicos
d) Elementos de Via
176
AULA 10
ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DO PROJETO DE PONTES
APRESENTAÇÃO DA AULA
OBJETIVOS DA AULA
Nesta aula esperamos que o aluno perceba como os elementos geométricos irão
limitar o desenvolvimento dos projetos, sendo estes:
Velocidade Diretriz
Raio Mínimo
Rampa Máxima
Largura da Pista
Distância de Visibilidade
Superlargura
Superelevação
Greide
Traçado em Planta
177
Olá Aluno!
Dando continuidade aos estudos dos fatores que impactam no nosso
projeto, vamos agora analisar o projeto geométrico da via e como ele
poderá ser impactado pela escolha da classe.
Boa aula!
Os raios mínimos são os menores raios de curvas que podem ser percorridos pelos
veículos com a velocidade diretriz e à taxa máxima de superelevação, em condições
aceitáveis de segurança e de conforto de viagem e são apresentados na Tabela 11.
178
Tabela 11 - Raios mínimos em função das taxas de superelevação máximas
179
A largura da faixa de rolamento, de modo geral, é obtida adicionando-se à largura do
veículo de projeto adotado a largura de uma faixa de segurança, função da velocidade
diretriz e do nível de conforto que se deseja proporcionar ao usuário. Os valores
obtidos situam-se entre 2,50 m e 3,60 m. A Tabela 13 apresenta a largura das faixas
de rolamento por classes, sabendo que preferencialmente utiliza-se 3,50 m quando
esperada alta percentagem de veículos comerciais.
Quando um veículo está em curva, por ele ser rígido e não poder acompanhar a
curvatura da estrada, é necessário aumentar a largura da pista para que a distância
mínima entre veículos permaneça igual à que existia nos trechos em tangente. Este
aumento de largura é denominado superlargura. Há também que se levar em conta,
que o motorista tem mais dificuldade de avaliar distâncias transversais em curva, o
que exige um aumento das distâncias de segurança em tangente.
Nos trechos em curva das rodovias, os veículos ficam submetidos a uma força radial
à curva, com sentido voltado para a sua parte externa, que tende a impelir o veículo
180
para fora de sua trajetória. Para contrabalançar esta força, inclina-se a pista
transversalmente em relação à horizontal, de forma que a componente do peso do
veículo, paralela ao eixo transversal da pista, aja em sentido contrário ao da força
centrífuga. Esta componente horizontal do peso do veículo equilibra-o por meio da
força de atrito entre os pneus e o pavimento.
Figura 176 - Forças atuantes em um veículo descrevendo trajetória curva em pista com declividade
transversal
181
Para cada valor de velocidade diretriz existe um valor de raio de curva a partir do qual
a força centrífuga é tão pequena que não causa desconforto ao motorista, podendo,
assim, dispensar a superelevação. O Tabela 14 apresenta os valores dos raios R em
função da velocidade diretriz acima dos quais a superelevação é dispensável.
A superelevação, que será adotada nas curvas, tem influência sobre a segurança e o
conforto de viagem. A principal característica a ser inicialmente estabelecida é a taxa
máxima de superelevação.
182
Como as Obras de Arte Especiais fazem parte de uma rodovia ou ferrovia, o projetista
de pontes deve conhecer os fundamentos básicos do projeto geométrico de estradas.
Os elementos geométricos compreendem o greide ou traçado vertical, o traçado em
planta e os gabaritos rodoviários e ferroviários. Apresentam-se, a seguir, alguns
aspectos relativos a estes elementos baseados no Manual para Projeto Geométrico
de Estradas Rurais do Departamento Nacional de Estradas Rurais do atual DNIT,
antigo DNER.
Em função da classe da rodovia, são fixadas rampas máximas que não devem ser
exageradamente baixas em regiões onduladas ou montanhosas por motivos
econômicos, nem muito altas, por reduzir a velocidade diretriz e, consequentemente,
a capacidade da rodovia.
183
As cotas do greide devem ser fornecidas na pavimentação e em osso (ou seja, na
parte superior da laje, abaixo do pavimento). Além disso, devem ser fornecidas as
cotas de terraplenagem (na divisa da estrada com a ponte) e a cota de boleto do trilho,
caso seja uma obra ferroviária (Figura 178).
Deve-se ressaltar ainda, que a concordância vertical pode ser feita através de
parábolas simples ou a de parábolas compostas. Nas parábolas compostas, a
distância entre o PCV e o PIV é diferente da distância entre o PIV e o PTV. Elas são
normalmente utilizadas em alças de viadutos urbanos onde existe falta de espaço para
a concordância vertical.
184
Figura 179 - Concordância com parábola simples
Em pontes executadas pelo método dos balanços sucessivos devem ser evitados
greides em nível, pois estes ressaltam as possíveis deformações possíveis de ocorrer
com este processo construtivo. Na Figura 181 são indicadas as cotas de elevação que
devem constar em cada linha de apoio do projeto.
185
Figura 181 - Cotas de elevação na linha de apoio
186
Figura 183 - Aparelho de Apoio
187
A Figura 184 ilustra os elementos desta curva de transição, cujo desenvolvimento
analítico mostra-se a seguir:
O gabarito vertical adequado visa permitir aos caminhões, com altura dentro dos
limites legais, a passagem por sob obras ou em passagens inferiores, sem redução
de velocidade. O gabarito vertical deverá ser atendido em toda a largura possível de
utilização normal da rodovia, incluindo-se os acostamentos.
Para as rodovias federais classe I, é exigido, pelo Manual de Projeto de Obras de Arte
Especiais do DNER (Atual DNIT) de 1996, uma altura de 6 m. Para as vias urbanas,
tem-se, segundo a FUNDERJ, uma especificação de H= 4,50 m e, segundo a
Prefeitura do Rio de Janeiro, H=5 m. Em certas situações, o gabarito vertical de 5,50
m é aceito pelo DNIT quando resultar em economia de comprimento de obra. Na
Figura 185 está indicado o gabarito vertical de 6 m de altura.
188
Figura 185 - Gabarito vertical para Rodovias (dimensões em cm)
Para as ferrovias, o gabarito referente à bitola larga (1,60 m) em tangente sobre pontes
é o apresentado na Figura 5.1
Quando não existe navegação no rio, a folga mínima entre o nível de máxima cheia e
o intradorso da superestrutura é de:
1 m para condições normais de escoamento;
0,50 m no caso de remansos de barragem ou bacias de represamento,
quando existe controle do nível de água máximo e não existe vegetação
flutuante;
2 m em casos de regime de rio torrencial e possibilidade de transporte
superficial de vegetação flutuante.
190
Resumo
Nesta aula aprendemos sobre os elementos geométricos que impactam no
projeto de nossa obra de arte especial, sendo eles:
Velocidade Diretriz
Raio Mínimo
Rampa Máxima
Largura da Pista
Distância de Visibilidade
Superlargura
Superelevação
Greide
Traçado em Planta
191
Complementar
Vamos treinar nosso conhecimento sobre os elementos geométricos de uma
estrada?
O DNIT nos proporciona acesso aos projetos básico e executivo de engenharia para
as obras de restauração, manutenção e conservação de uma rodovia modelo através
do material gratuito disponível em http://portal-
192
hml.antt.gov.br/backend/galeria/arquivos/Galvao_Volume2_Trecho2_Volume1_tomo
11.pdf
Por fim, a Universidade de Évora, em Portugal também nos oferece gratuitamente seu
material de estudos sobre Pontes, e com algumas adequações linguísticas,
complementam nosso entendimento com excelentes exemplos práticos. Estão
divididas em três partes, a seguir:
http://w3.ualg.pt/~aandre/tecnologias%20de%20constru%C3%A7%C3%A3oii/pontes
%20-%20parte1.pdf
http://w3.ualg.pt/~aandre/tecnologias%20de%20constru%C3%A7%C3%A3oii/pontes
%20-%20parte2.pdf
http://w3.ualg.pt/~aandre/tecnologias%20de%20constru%C3%A7%C3%A3oii/pontes
%20-%20parte3.pdf
193
Referências Bibliográficas
194
Exercícios
AULA 10
a) Velocidade Diretriz
b) Raio Mínimo
c) Rampa Máxima
d) Largura da Pista
e) Distância de Visibilidade
f) Superlargura
g) Superelevação
h) Greide
i) Traçado em Planta
195
AULA 11
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS – PARTE I
APRESENTAÇÃO DA AULA
Nesta aula estudaremos as dimensões usuais dos elementos estruturais de
uma ponte em concreto armado.
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
Pré-dimensionar lajes e vigas de uma ponte em concreto armado
196
OLÁ ALUNO!
Nesta aula iniciaremos o dimensionamento da nossa ponte modelo,
porém, antes de entrarmos realmente nos cálculos, vamos ao
estudo das dimensões mais usuais das peças estruturais das pontes
em concreto armado!
BOA AULA!
Até o final da década de 1960, a filosofia que norteava a concepção das seções
transversais das pontes era a de consumo mínimo de concreto, conforme pode ser
observado pela Figura 188.
197
A elevação do custo das formas, aliada às atuais preocupações com a durabilidade
das estruturas, mudou este conceito. Passou-se, então, a projetar-se seções
transversais com o menor número de nervuras possível, conduzindo a maiores
espessuras das lajes e das vigas. Esta maior espessura, principalmente da alma das
vigas, permitiu a adoção de maiores cobrimentos de armadura e facilitou a introdução
da agulha dos vibradores, garantindo o melhor adensamento do concreto. Com isso,
obtém-se um concreto mais denso e menos poroso que, aliado a maiores cobrimentos,
evitam a corrosão das armaduras. Na Figura 189, observa-se uma seção transversal
de ponte inspirada nesta filosofia.
As Lajes das pontes em concreto armado, como vista nas aulas anteriores, podem
ser maciças, nervuradas ou ocas e suas espessuras mínimas serão tratadas a seguir.
198
Quando se tratarem de lajes ocas, com formas perdidas, como tubos redondos ou
retangulares, devem possuir espessura mínima da mesa superiores à 8 cm.
199
Nas pontes executadas pelo método dos balanços sucessivos, deve-se adotar
mísulas suplementares, como indicado na Figura 191, para que se possa alojar a
grande quantidade de cabos negativos resultante desse sistema.
Figura 191 - Mísulas suplementares nas obras em balanços sucessivos (dimensões em cm)
Nas pontes ferroviárias estas relações não são válidas pela maior necessidade de
mesa de compressão, em função de solicitações de carga móvel mais elevadas e
menores larguras de tabuleiro e pela existência de maiores solicitações na laje em
função da grandiosidade das cargas concentradas do trem-tipo ferroviário.
200
Figura 192 - Dimensões da espessura das lajes inferiores de pontes rodoviárias de até 40 m de vão
(dimensões em cm)
As Vigas Principais são retratadas no item 9.1.4 e são divididas em Vigas Moldadas
no Local, que deverão possuir espessura (largura da base) mínima de 20 cm e em
Vigas Pré-Fabricadas ou Pré-Moldadas em Usina, com espessura (largura da base)
mínima de 12 cm.
201
flexão, observando a posição do centro geométrico do conjunto de barras de modo a
não comprometer o braço de alavanca. A primeira condição que visa limitar a tensão
na biela comprimida é dada, conforme item 17.4 da NBR-6118/2014, por:
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑟𝑑2
𝑉𝑟𝑑2 = 0,27 ∗ 𝛼𝑣 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑
𝑉𝑠𝑑
𝑏𝑤 ≥
0,27 ∗ 𝛼𝑣 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑑
Onde:
𝑉𝑠𝑑 é o esforço cortante solicitante de dimensionamento na seção;
𝑉𝑟𝑑2 é a força cortante de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas;
𝑓𝑐𝑑 é a resistência de dimensionamento à compressão do concreto;
d é a altura útil;
𝑏𝑤 é a largura da alma de uma viga.
202
Segundo a NBR-6118/2014-2014, o espaçamento livre mínimo entre as faces das
barras da armadura deve ser igual ou superior à 20 mm e superior ao diâmetro da
barra, considerando possíveis emendas. Para o espaçamento horizontal (𝒂𝒉 ),
devemos adotar valores superiores à 1,2 vezes o diâmetro máximo do agregado
graúdo e para o espaçamento vertical (𝒂𝒗 ), valores superiores à 0,5 vezes o diâmetro
máximo do agregado graúdo.
𝑏𝑤 = (7 + 6) 𝑥 2,5 + 2 𝑥 3 + 2 𝑥 1,25 = 41 𝑐𝑚
30 𝑐𝑚 ≤ 𝑏𝑤 ≤ 50 𝑐𝑚
As espessuras fixadas até aqui dizem respeito às seções correntes das pontes.
203
Figura 195 - Alargamento das vigas na região dos apoios (dimensões em cm)
Nesta tabela, são apresentadas as recomendações de altura das vigas principais para
diversos sistemas estruturais. A adoção destas alturas corresponde a peças sub-
armadas ou no máximo normalmente armadas.
204
Tabela 18 - Alturas de vigas
205
As vigas de altura variável são as mais adotadas nas soluções em balanços
sucessivos. Isto ocorre porque estas vigas apresentam muitas vantagens comparadas
com as de altura constante, sendo a principal a economia de materiais, pois a variação
da altura é função direta do acréscimo das solicitações de flexão e de cisalhamento
no vigamento em balanço. A redução da solicitação de cortante em função da
inclinação da biela comprimida que acompanha o intradorso inclinado e a estética
mais agradável em função da leveza proporcionada pelas alturas reduzidas na região
do centro do vão são fatores importantes que devem ser considerados no pré-
dimensionamento das peças.
As variações hiperbólicas das alturas das vigas asseguram uma transição mais suave,
evitam insuficiência de altura em seções intermediárias, mas conduzem a resultados
estéticos menos atraentes. As variações parabólicas, embora reduzam a altura da
viga de forma mais radical, asseguram soluções mais esbeltas, portanto mais
estéticas. A Figura 196 compara as leis de variação parabólicas e hiperbólicas com a
variação em linha reta.
206
Em pontes ferroviárias submetidas às solicitações mais severas, o intradorso
hiperbólico é o mais indicado para realizar a variação de altura das vigas principais.
As vigas de altura variável não impedem a adoção de aduelas pré-fabricadas. O
exemplo mais clássico deste tipo de construção é a Ponte de Oléron, em 1966, na
França, ilustrada pela Figura 197. É uma ponte construída pelo processo construtivo
de balanços sucessivos, com aduelas coladas pré-moldadas, com vãos de 79m.
207
Resumo
Nesta aula iniciamos o dimensionamento da nossa ponte modelo, através do estudo
das dimensões mais usuais das peças estruturais das pontes em concreto armado,
tendo sido nosso alvo nesta aula a laje e as vigas
208
Complementar
Vamos iniciar nossa leitura técnica.
E o TCC do nosso professor titular da UniRedentor, o Prof. Cristiano Pena Miller, que
aprofundou o estudo do dimensionamento estrutural de uma ponte de concreto
armado e pode ser acessado através do link
http://uenf.br/Uenf/Downloads/LECIV_1712_1250018821.pdf
209
Referências Bibliográficas
210
Exercícios
1) Qual a espessura mínima de uma laje maciça que será utilizada para o tráfego
ferroviário?
2) Em uma ponte rodoviária rural, que será elaborada em laje maciça, o
engenheiro previu uma laje de 14 cm de espessura, porém aumento em 5 MPa
3) “Em um viaduto de 20 m de extensão, as vigas foram moldadas no local, e
utilizando-se formas metálicas e cimento CP-V. As vigas de alma cheia
possuíram seção retangular com as dimensões 18 cm por 100 cm”. Algo na
afirmação anterior está incompatível com a norma vigente. Identifique o erro e
justifique sua correção.
4) Pode-se afirmar que as vigas geralmente utilizadas nas pontes de concreto
possuem uma largura média de:
a. 20
b. 25
c. 30
d. 40
e. 50
211
AULA 12
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS – PARTE II
APRESENTAÇÃO DA AULA
Nesta aula continuaremos a estudar as dimensões usuais dos elementos
estruturais de uma ponte em concreto armado.
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
Pré-dimensionar as transversinas, cortina e pilares de uma ponte em
concreto armado;
212
OLÁ ALUNO!
Nesta aula continuaremos o dimensionamento da nossa ponte
modelo através do pré-dimensionamento das transversinas,
cortinas e pilares.
BOA AULA!
Figura 198 – Vista frontal de transversina ligada da laje, através do corte da seção transversal
213
Figura 199 - Vista lateral de transversina ligada da laje
Figura 200 - Vista frontal de transversina desligada da laje, através do corte da seção transversal
214
É interessante desnivelar o fundo da transversina em relação ao fundo das vigas
principais, de forma a evitar a interferência das armaduras positivas da viga, conforme
demonstrado pela Figura 201.
215
Este tipo de transversina é de uso corrente atualmente, pois simplifica muito a forma
e armadura da laje, que passa a ser armada em uma única direção, sendo desejável
a adoção de transversinas nos apoios para fazer o travamento das vigas.
A altura da transversina (h) deve ser no mínimo igual a 0,75 da altura da viga principal
(H), com sua espessura mínima, portanto, sendo de 20 cm.
As pontes com seção transversal composta por viga caixão possuem tratamento
diferenciado quanto às suas transversinas intermediárias e de apoio. A principal
função das transversinas intermediárias nas pontes com seção transversal composta
por caixão celular é a aumentar a rigidez do caixão, melhorando a sua capacidade de
absorção de momentos torçores, provenientes de cargas agindo excentricamente no
tabuleiro.
Nos viadutos urbanos com forte curvatura em planta (raios entre 50 e 100 m), os
momentos torçores que se desenvolvem no caixão são bastante elevados, e, por isto,
é interessante que se projete pelo menos uma transversina intermediária no meio de
cada vão. A Figura 203 ilustra a forma de uma transversina intermediária.
216
Figura 203 - Fôrma de transversina intermediária de uma ponte em seção caixão
Estas peças cumprem a função de arrimar o aterro de acesso, e, por isto, se estendem
por toda a largura da ponte. A altura das cortinas normalmente coincide com a altura
da viga, mas, no caso de pilares altos e balanços curtos, esta altura pode ser maior
do que a da viga, para evitar grandes empuxos de terra nestes pilares.
A cortina possui ainda console de apoio à laje de acesso que evita o degrau na
cabeceira da ponte, provocado pela acomodação do aterro de acesso. A Figura 206
218
ilustram a vista e um corte na cortina, onde podem ser observados o console e a laje
de acesso. Na mesma Figura 206, verifica-se a viga horizontal inferior que promove o
apoio dos painéis de laje da cortina evitando bordos livres, principalmente nas regiões
dos balanços. Por questões de acabamento do pavimento, o topo do console deve se
situar a 60 cm do topo da cortina. Nas pontes ferroviárias com lastro de brita, o console
pode ser nivelado com o topo da cortina. O comprimento das lajes de acesso deve ser
pelo menos de 4 m.
219
Figura 207 - Fôrma da aba da cortina. (dimensões em cm)
Como dito anteriormente, a parede frontal da cortina deve possuir altura superior à
altura da viga e a largura da cortina deve coincidir com a largura do tabuleiro, com
espessura da parede estando habitualmente entre 25 cm e 30 cm.
Por último, as abas, que podem possuir diferentes formatos, conforme pode ser
observado pela Figura 208, devem possuir comprimento igual à uma vez e meia a
altura da viga acrescida de 50 cm e altura variável, sendo seu valor mínimo igual à 60
cm e valor máximo igual à altura da viga, contendo espessura constante de 25 cm.
220
Figura 208 - Diferentes formatos das Abas das Cortinas
Agora tratando-se dos pilares, podendo classifica-los de acordo com sua seção
transversal, sendo Pilares de Seção Transversal Maciça, Pilares de Seção
Transversal Celular e Paredes Estruturais, abordados do item 9.1.5 ao item 9.1.6.
. Para os pilares maciços, a dimensão transversal mínima é de 40 cm, desde que
superior à 25 avos da altura livre do pilar.
221
RESUMO
222
COMPLEMENTAR
Continuando nossa leitura técnica, separamos para hoje outro trabalho de conclusão
de curso, também da Universidade Estadual do Norte Fluminense, a UENF, sobre o
dimensionamento de pontes concreto armado, que pode ser acessado através do link:
http://uenf.br/cct/leciv/files/2016/02/Maria-Fernanda-Citrangulo-Lutterbach-
Pereira.pdf
Outro trabalho de igual importância, agora da FATEC Brasília, pode ser acessado
http://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/6420/1/21159923.pdf
223
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
224
EXERCÍCIOS
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225
AULA 13
SEÇÕES TÍPICAS
APRESENTAÇÃO DA AULA
Tendo sido apresentada as dimensões mínimas, máximas e usuais dos
elementos de concreto armado da nossa ponte modelo, nesta aula aprenderemos as
seções transversais tipicamente utilizadas para as pontes e os critérios de sua adoção.
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz
de:
Adotar, segundo critérios técnicos e estéticos, a seção transversal mais
aplicável à ponte, viaduto ou passarela, objeto do estudo;
226
Olá Aluno!
A seguir apresentaremos os diversos tipos de seções transversais de
pontes rodoviárias, pontes ferroviárias e passarelas de pedestres,
comentando-se a aplicabilidade e as vantagens de cada uma delas.
Boa aula!
227
dos aparelhos de apoio. A Figura 209 ilustra a seção transversal aberta de uma ponte
em duas vigas.
As obras de arte especiais de Seção Transversal Aberta com Três Vigas Ligadas por
Laje e Transversinas são utilizadas em pontes de concreto armado quando não existe
preocupação com a estética, nem restrição para a altura do vigamento principal. Esta
seção é adotada, normalmente, para larguras de seção transversal superiores a 13 m
ou para larguras menores, onde existem restrições de altura de viga. A Figura 210 é
um exemplo do segundo caso.
228
As obras de arte especiais com seção transversal de uma célula são utilizadas em
pontes de concreto protendido ou em concreto armado, quando existe preocupação
com a estética. Esta seção, ilustrada na Figura 211, é adotada normalmente para
larguras de tabuleiros inferiores a 15 m. A solução em seção celular é bastante
estética e, por isto, muito utilizada em viadutos urbanos. A seção celular também é
muito indicada para as obras curvas, pois os momentos torçores, provenientes da
curvatura do eixo da obra e das excentricidades das cargas móveis, são absorvidos
pelo fluxo de tensões cisalhantes que se desenvolvem na seção.
Já para as obras de arte especiais com seção transversal composta por várias células
com larguras superiores a 14 m, é indicado adotar-se seções transversais de mais de
uma célula, conforme mostra a Figura 212.
229
Figura 212 - Seção transversal de ponte rodoviária em concreto protendido (3 vigas)
Para as obras de arte especiais de seção celular com passeio acoplado é comum, nos
viadutos urbanos, a incorporação de passeios de pedestres na seção transversal, para
evitar a construção de passarelas nas adjacências da obra. A Figura 213 ilustra tal
seção.
Figura 214 - Seção transversal de ponte com dois caixões ligados pela laje superior
A próxima seção transversal típica de rodovias que estudaremos é a seção com Vigas
Múltiplas, ilustrada na Figura 215 para vigas de concreto armado e na Figura 216 para
vigas de concreto protendido, é bastante utilizada quando se adota pré-moldagem na
construção. Esta solução atende a vãos máximos de 45 m em obras rodoviárias e 31
m em obras ferroviárias. Isto porque vãos superiores aos citados conduzem a vigas
com peso superior a 1200 kN que é a capacidade portante limite do equipamento
utilizado para lançamento destas vigas. As principais vantagens desta solução
constituem-se na eliminação do escoramento da superestrutura e na economia de
fôrma.
231
Figura 215 - Seção transversinas em vigas múltiplas pré-moldadas de concreto armado
232
Figura 217 - Seção transversal em vigas múltiplas pré-fabricadas com protensão aderente
Observa-se nas Figura 216 e Figura 217 que os balanços da laje foram eliminados
(vigas de bordo na face da laje). Embora esta solução fosse conveniente ao construtor,
233
prejudicava a estética da obra e complicava a instalação dos drenos da laje.
Atualmente, são usadas lajotas pré-moldadas nos balanços que evitam o
escoramento dos mesmos.
Na Figura 218 apresenta-se uma solução com vigas de seção celular. Esta solução
apresenta as seguintes vantagens em relação às demais apresentadas anteriormente,
em vigas de seção I, como maior valor estético, e melhor distribuição transversal das
cargas conferida pela maior rigidez à torção das vigas de seção celular.
As obras de arte especiais com Seção de Ponte Rodoviária em Laje com Tubos, como
a apresentada pela Figura 219, é indicada para pontes de pequenos vãos. As formas
internas utilizadas nesta solução devem ser estanques e rígidas para que não haja
penetração da nata de cimento e nem ocorra deformação dos mesmos durante a
concretagem.
Figura 219 - Seção transversal de ponte rodoviária em laje com tubos – Viaduto Itacurubi, Florianópolis /
S.C. (Construtora Sul Catarinense)
234
No passado essas formas eram confeccionadas com papelão de alta densidade
atualmente, soluções com tubos de chapa de madeira compensada têm sido utilizados
com sucesso, conforme se pode observar na Figura 220.
Para as Pontes Ferroviárias, as seções em via singela podem ser em vigas pré-
moldadas de concreto protendido para vãos de até 31 m. Para vãos de até 40 m, são
adotadas seções celulares protendidas moldadas no local e para vãos maiores,
adotam-se seções celulares protendidas executadas em balanços sucessivos. Na
Figura 221 e Figura 222 encontram-se ilustradas seções típicas de pontes ferroviárias.
235
Figura 221 - Seção transversal em vigas múltiplas pré-moldadas protendidas
236
Nas Pontes Ferroviárias é comum utilizar-se seções com Vigas Invertidas, conforme
apresentada na Figura 223 e só devem ser utilizadas quando existirem fortes
limitações de altura de construção pela parte inferior, pois conduzem a consumos
elevados dos materiais.
237
porém exigem moldagem no local, o que acarreta um aumento do custo das fôrmas e
do escoramento.
238
As soluções da Figura 227 e da Figura 228, em viga, admitem a pré-moldagem, porém
exigem maior altura de construção. Quando se transpõem gabaritos, esse aumento
de altura de viga resulta em acréscimos no comprimento das rampas de acesso e,
consequentemente, à elevação do custo da obra.
Figura 227 - Seção transversal de passarela com uma única viga I protendida
Figura 20 -
239
Figura 228 - Seção transversal de passarela com uma única viga de seção celular protendida
240
central, a rigidez à torção assume papel importante para a estabilidade do tabuleiro
tanto para a ação do vento, quanto para as excentricidades das cargas móveis.
Figura 229 - Seção transversal de ponte estaiada com duas linhas de estais (Viaduto Mário Covas na
chegada à cidade de Santos/SP)
Figura 230 - Seção transversal ponte estaiada com linha de estais centrais
241
Figura 231 - Seção transversal de ponte estaiada com duas linhas de estais
Figura 232 - Seção transversal de ponte estaiada com duas linhas de estais
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_____________________________________________________
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242
Resumo
Nesta aula apresentamos os diversos tipos de seções transversais de pontes
rodoviárias, pontes ferroviárias e passarelas de pedestres, comentando-se a
aplicabilidade e as vantagens de cada uma delas.
Até a próxima!!
243
Complementar
Que tal comparar o que está sendo visto aqui com outras bibliografias? O texto
provisório de apoio à disciplina de Pontes da Universidade de São Carlos pode ser
acessado pelo link http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/pontes/Apost.%20Pontes%20-
%20Mounir-Takeya.pdf
xxxxxxxxxxxxxxxxx
244
Referências Bibliográficas
LEONHARDT, F., MÖNNIG, E. Construções de Concreto. Rio de Janeiro: Interciência
PERLINGEIRO, M., VALERIANO, E., Notas de Aula da disciplina Pontes: UFF
MENDES, L. C., Pontes: EdUFF
OSVALDEMAR MARCHETTI, Pontes de Concreto Armado: Blucher
FREITAS, M., Infra-Estrutura de Pontes de Vigas: Blucher
VITÓRIO, A., Pontes: CREA-PE
MIRANDA, Mateus Zanirate, PRINCIPAIS PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS DE
CONCRETO DE PONTES E VIADUTOS: UFMG
NBR 6118/2014 –Projeto de Estruturas de Concreto –ABNT
NBR 7187/2003 –Projeto de Pontes de CA e de CP –ABNT
NBR 7188/2013 –Carga móvel em Ponte Rodoviária e Passarela de Pedestre –ABNT
NBR 7189 –Cargas Móveis para Projeto Estrutural de Obras Ferroviárias –ABNT
NBR 8681 –Ações e Segurança nas Estruturas –ABNT
DNER, Manual de Projeto de Obras de Artes Especiais – 1996
IPR, Manual de Inspeção de Pontes Rodoviarias – 2004
PFEIL, Pontes –Curso Básico - 1983.
PFEIL, Pontes em Concreto Armado –vols. 1 e 2 - 1983.
245
Exercício
AULA13
246
AULA 14
ELEMENTOS DE CARREGAMENTO PERMANENTE
APRESENTAÇÃO DA AULA
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz
de:
Calcular o peso próprio da laje central;
Calcular o peso próprio da laje em balanço;
Calcular o peso próprio da viga longarina
Calcular o peso próprio do revestimento;
Calcular o peso próprio da transversina
Calcular o peso próprio da cortina;
Calcular o peso próprio do guarda-rodas;
247
Olá Aluno(a)!
Enfim começaremos nosso roteiro de cálculo para a nossa ponte
modelo! Tema de hoje: Peso próprio!
Boa aula!
Como visto na apresentação desta aula, quando deseja-se conectar vias separadas
por um obstáculo molhado, e desejamos uma estrutura que se adeque ao relevo
imposto, necessitamos de uma obra de arte especial, denominada ponte. Esta
estrutura tem o objetivo principal de conectar o tráfego de pedestres e veículos entre
estas vias.
𝜎𝑅 ≥ 𝜎𝑆 (𝑀𝑃𝑎)
O peso próprio estrutural corresponde ao peso de todo o concreto armado das peças
estruturais da ponte, como lajes, vigas longarinas, vigas transversinas e cortinas.
Como visto nas demais disciplinas, a massa específica consiste na relação da massa,
em quilogramas, de um objeto por unidade de volume, em metros cúbicos e pode ser
expressa pela equação:
𝑚 𝑘𝑔
𝜌= ( )
𝑉 𝑚3
249
𝑉 = 𝑥 ∗ 𝑦 ∗ 𝑧 (𝑚3 )
𝐹 = 𝑚 ∗ 𝑎 (𝑁)
Quando a aceleração que o elemento estiver sofrendo for a gravidade, podemos dizer
que esta força causada é a Força Peso e é obtida pela seguinte equação:
𝑃 = 𝑚 ∗ 𝑔 (𝑁)
𝑃 𝑁
𝛾= ( )
𝑉 𝑚3
250
𝑃 = 𝛾 ∗ 𝑉 (𝑁)
Note que, ao executarmos o produto do peso específico pelo volume da peça, iremos
obter a força peso pontual, localizada no centro de massa da peça.
Seja uma viga biapoiada de concreto armado com as dimensões 15cm de espessura,
50cm de altura e 4,00 m de comprimento.
Para calcularmos sua massa, primeiro devemos obter o volume da peça, neste caso:
0,15m * 0,50m * 4,00m = 0,30 m³
251
Agora analisemos o diagrama de momento fletor, exibida pela Figura 234, resultante
da modelagem acima:
Contudo, devemos perceber que o peso do elemento não está realmente concentrado
em um único ponto da peça, e sim trata-se de um carregamento uniforme distribuído
ao longo da peça.
𝐴𝑠 = 𝑥 ∗ 𝑦 (𝑚2 ) = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑉 = 𝐴𝑠 ∗ 𝑧 (𝑚3 )
𝑃 = 𝛾 ∗ 𝑉 (𝑁)
Logo
𝑃 = 𝛾 ∗ 𝐴𝑠 ∗ 𝑧 (𝑁)
252
𝑁
𝑃 = 𝛾 ∗ 𝐴𝑠 ∗ 1 ( )
𝑚
𝑁
𝑃 = 𝛾 ∗ 𝐴𝑠 ( )
𝑚
𝑘𝑁
𝑃 = 25 ∗ 0,075𝑚2 = 1,875 𝑘𝑁/𝑚
𝑚3
Desta forma, obtemos o carregamento distribuído uniforme de 1,875 kN/m, que está
representado pela modelagem estrutural da Figura 235.
253
Observem que se trata da mesma viga, analisada pela ótica da simplificação por
cargas pontuais alocadas no centro de gravidade, e depois pela abordagem de cargas
uniformes distribuídas ao longo do comprimento. A diferença entre os momentos
fletores obtidos nas duas análises nos remete à uma importante conclusão:
estávamos majorando nosso carregamento para quase o dobro do valor apenas
aplicando o mesmo carregamento ora como pontual ora como distribuído!
Portanto os pesos próprios serão tratados aqui como forças distribuídas, tendo em
vista o erro grosseiro que sua simplificação geraria em nossos cálculos. O cálculo das
cargas atuantes em qualquer estrutura requer toda a atenção do engenheiro
calculista. Erros como estes, nesta etapa do projeto são normalmente fatais, e quando
não, propagam-se por todas as demais etapas. Assim, o cálculo das cargas atuantes
deve ser sempre conferido e criticado antes de se iniciar uma nova etapa do projeto.
A partir deste ponto iremos utilizar uma ponte modelo, seguindo os passos de um
exercício resolvido, sendo assim, considere uma ponte rodoviária, em concreto
armado com estrutura moldada no local sobre escoramento direto, constituída por três
vãos contínuos, dois de 16m e um vão central de 20m, além de dois balanços de 4m,
totalizando o comprimento de 60m. A seção transversal é composta por duas vigas
principais de altura constante de 1,60m e espessura variando de 0,40m no vão para
0,70m nos apoios. Estas vigas são ligadas pela laje e por transversinas de apoio e
intermediária. A ponte está inserida em rodovia de 1ª classe, possuindo duas pistas
de rolamento e dois guarda-rodas, perfazendo uma largura total de 8,80m.
Neste projeto iremos utilizar concreto estrutural com fck igual à 30 MPa e aço CA-50
A, com resistência fyk igual à 500 MPa. Os apoios de primeiro gênero utilizarão
aparelhos de apoio do tipo Borracha Neoprene Fretada. A ponte contará com guarda-
rodas do tipo barreira New-Jersey, respeitando o Padrão DNIT, com pavimentação
asfáltica.
254
Figura 237 - Forma em corte da ponte em elevação e corte em planta (dimensões em cm)
As seções transversais no meio do vão e nos apoios podem ser visualizados pela
Figura 238 e Figura 239, respectivamente.
255
Figura 238 - Seção Transversal no Meio do Vão (dimensões em cm)
256
Figura 241 - Detalhes da cortina, abas laterais e laje de transição (dimensões em cm)
Como se trata de ponte em concreto armado, com seção transversal constituída por
duas vigas ligadas pela laje, as cargas permanentes serão calculadas para meia
largura da ponte, correspondendo, portanto, à parcela absorvida por uma viga. Este
procedimento é adotado para estar em conformidade com o cálculo das cargas móveis
que é feito também por viga, como será visto na próxima aula.
A Figura 242 mostra meia seção transversal do tabuleiro da Ponte Exemplo dividida
em trapézios e retângulos para a sequência de cálculo das características
geométricas:
257
Figura 242 - Seção transversal dividida em trapézios e retângulos (dimensões em cm)
Svão = 0,40 x 1,60 + 0,17 x 1,475 2 + 1,875 x 0,18 + 0,08 x 0,4 2 + (0,13 x 0,80) 2
+ 0,22 x 2,125 Svão = 1,638 m²
A Figura 243 apresenta a seção transversal na região dos apoios, e também faremos
o levantamento de suas cargas para interpolação.
258
Sapoio = 0,70 x 1,60 + 0,17 x 1,475 2 + 1,875 x 0,18 + 0,08 x 0,4 2 + (0,13 x 0,80) 2
+ 1,825 x 0,22 Sapoio = 2,052 m²
259
Agora trataremos da variação da espessura da viga principal, que por simplicidade de
cálculo, reduzem-se as cargas distribuídas lineares, referentes aos acréscimos da
espessura da alma da viga, em cargas concentradas, aplicadas nos centros de
gravidade dos alargamentos. Quando o cálculo é feito através de programas de
computador esta simplificação é desnecessária. A Figura 245 ilustra o procedimento
simplificado adotado.
2,00
𝑃 = (2,052 − 1,638)𝑥 25 𝑥 ( )
2
𝑃 = 10,35 𝑘𝑁
260
Figura 246 - Variação do carregamento em função do espessamento da alma – Distribuição real
(dimensões em cm)
𝑷𝒄𝒐𝒓𝒕𝒊𝒏𝒂 = 𝟕𝟎, 𝟖𝟓 𝒌𝑵
262
𝑃𝑐𝑜𝑟𝑡𝑖𝑛𝑎 + 𝑎𝑏𝑎 + 𝑐ℎ𝑎𝑛𝑓𝑟𝑜 = (70,85 + 26,69 + 0,94) = 98,48𝑘𝑁
A Figura 250 apresenta o resumo das cargas devidas ao peso próprio estrutural (g1).
263
𝐴1 = (0,17 𝑥 0,25)2 = 0,021 𝑚²
𝐴2 = 0,17 𝑥 0,15 = 0,026 𝑚2
𝐴3 = (0,40 𝑥 0,23) − (0,05 𝑥 0,02) = 0,091 𝑚²
𝐴4 = (0,23 + 0,17) / 2 𝑥 0,47 = 0,094 𝑚²
𝐴5 = 𝐴6 = (0,02 𝑥 0,02) / 2 = 0,0002 𝑚²
𝐴7 = 0,13 𝑥 0,02 = 0,003 𝑚2
𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,235 𝑚2
264
Figura 253 - Distribuição das cargas na laje de acesso
PLt = 0, 25 x 3, 0 2 x 7, 96 2 x 25 = 37, 31 kN
Esta laje deverá possuir sobre ela aterro, afim de nivelar o pavimento acima. Esta
camada de aterro é considerada como uma carga concentrada aplicada no ponto
médio da laje. Para o solo, utilizaremos o peso específico de 18 kN / m³.
Por último, enfim, a Pavimentação sobre a laje de transição, que irá possuir peso
específico de 24 kN / m³:
7,96
(0,15 + 0,07)x
Paslt = 2 x 3 x 24 = 15,76 kN
2 2
266
Resumo
Nesta aula iniciamos o cálculo dos carregamentos que irão incidir sobre a viga
longarina de uma ponte de concreto armado executada com vigas de alma cheia. Para
esta primeira aula aprendemos sobre o cálculo das cargas permanentes.
Tópicos abordados:
267
Complementar
A Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural elaborou um encarte
com considerações sobre a revisão da ABNT NBR 7188 - Carga Móvel Rodoviária e
de Pedestres em Pontes, Viadutos, Passarelas e outras Estruturas e que pode ser
acessado pelo link abaixo:
http://www.deecc.ufc.br/Download/TB803_Pontes%20I/Nova%20NBR7188.pdf
O Prof. Márcio Matos disponibiliza seu material auxiliar à disciplina de Pontes através
do link público: https://engenhariacivilftc.files.wordpress.com/2016/04/pontes-aula-3-
ac3a7c3b5es.pdf
268
Referências Bibliográficas
269
Exercícios
AULA 14
270
AULA 15
ELEMENTOS DE CARREGAMENTO MÓVEL
APRESENTAÇÃO DA AULA
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz
de:
Compreenda os diferentes trem-tipos existentes
271
Olá Aluno(a)!
Vamos continuar o dimensionamento das cargas da nossa ponte
modelo, agora tratando das cargas móveis.
Boa aula!
É definido como trem-tipo o veículo que acarreta na maior carga concentrada possível,
neste caso, simbolizado pelo tanque de guerra sobre rodas. A área ocupada por este
veículo é suposta retangular, com 3 m de largura e 6 m de comprimento. As cargas
uniformemente distribuídas têm intensidades p e p’, sendo que a carga p corresponde
à carga distribuída em toda a pista e a carga p’ à carga nos passeios.
272
Tabela 19 - Cargas dos veículos-tipo segundo a NBR-7188/2013
273
Tabela 20 - Características dos veículos-tipo
274
Figura 258 - Geometria dos trens-tipo ferroviários
275
Tabela 22 - Fator de Redução
276
Figura 260 - Geometria do trem-tipo para transporte do rotor da usina de Itaipu
A Figura 261 ilustra uma carreta especial de transporte de equipamentos para a usina
hidrelétrica de Itaipu.
Atualmente, dois novos tipos de veículo rodoviário de carga têm trafegado pelas
estradas brasileiras. São eles: o Bi Trem 72 e o Rodo-trem 001. Estes veículos têm
carga total de 570 kN e 740 kN, respectivamente. Apresenta-se na Figura 5.22, a
geometria do Rodo-Trem 001 com suas respectivas cargas por eixo.
277
Figura 262 - Geometria e cargas, em tf, por eixo do Rodo-Trem 001
A Figura 263 e a Figura 264 ilustra a seção de uma ponte em vigas múltiplas e a vista
em planta.
278
Figura 264 - Corte em planta no tabuleiro em vigas múltiplas
A partir de uma carga aplicada no tabuleiro, conforme ilustra a Figura 265, faz-se a
distribuição desta carga para as longarinas, de tal forma que o somatório das reações
de apoio, seja exatamente o valor da carga aplicada. A distância “e” representa a
excentricidade da carga ao centro elástico da seção transversal.
279
Na etapa de análise da superestrutura, faz-se, em geral, uma simplificação do modelo
estrutural. Assimila-se o modelo estrutural da grelha, formada por longarinas e
transversinas, a um modelo menos rigoroso, representado por vigas simplesmente
apoiadas. Para que esta simplificação seja feita, aplicam-se métodos tradicionais,
através dos quais são determinadas as parcelas de carregamento correspondentes a
cada uma das longarinas. Para nosso dimensionamento será adotado o Método de
Engesser-Courbon, que desconsidera a torção nas vigas.
Para que este método tenha validade, além das hipóteses básicas relativas à Teoria
das Estruturas, devemos considerar que as longarinas são paralelas, de inércia
constante e são ligadas entre si perpendicularmente por transversinas e possuem
inércia constante. Devemos também considerar também que as transversinas estão
simplesmente apoiadas nas longarinas, admitindo que aquelas possuem rigidez
infinita à flexão, desprezando-se suas deformações em relação às deformações das
longarinas.
Admite-se que a distribuição de carga calculada no meio do vão, seja válida para todas
as seções do vigamento principal e considera-se que as longarinas sejam idênticas e
igualmente espaçadas entre si.
𝑃 (𝑃. 𝑒). 𝑥𝑖
𝑅𝑖 = ±
𝑛 𝛴𝑥𝑖 2
onde:
P - é o valor da carga aplicada;
n - é o número total de longarinas ou vigas principais;
e - é a excentricidade da carga em relação ao centro elástico;
x - é a distância de cada longarina ao centro elástico.
280
Assim, a totalidade da carga P é absorvida pelas longarinas, como se não houvesse
transversinas no tabuleiro, segundo um coeficiente de repartição transversal.
onde:
L – é o comprimento do vão das vigas;
b – é a largura da grelha;
Jviga – é a inércia à flexão das vigas principais
Jtrans – é a inércia à flexão das transversinas;
n – é o número de vigas principais;
m – é o número de transversinas intermediárias.
O resultado obtido por este método é mais satisfatório quanto menor for o parâmetro
λ.
Como indicação para o campo de aplicação dos métodos aproximados sem grande
prejuízo da precisão tem-se que a quantidade de vigas e de transversinas deve ser
inferior a cinco. O modelo de cálculo em grelha é apresentado na Figura 266:
281
Figura 266 - Modelo de grelha
São calculadas as linhas de influência de reação das vigas, no meio do vão, para
efetuar a distribuição transversal de cargas. A Figura 267 indica esquematicamente
as características geométricas das peças estruturais.
282
O método de Engesser-Courbon admite que a rigidez das transversinas seja infinita,
com isto, a solução do problema torna-se bastante simples. Esta hipótese está
fundamentada no pequeno valor dos vãos das transversinas quando comparado ao
vão das vigas. A Figura 268 exemplifica graficamente o problema.
283
Carga P = 1 kN na viga V1
Carga P = 1 kN em V2
𝑅1 = 𝑅2 = 𝑅3 = 0,333 𝑘𝑁
Carga P = 1 kN em V3
284
Figura 271 - Carga P= 1 kN na viga V3 (cotas em m)
285
Desta forma, devemos adotar os piores casos, para nosso dimensionamento
posterior.
286
Figura 274 - Distribuição transversal de superestrutura de ponte em caixão de duas células
287
Figura 275 - Distribuição transversal em ponte composta por duas vigas ligadas pela laje e por
transversinas
288
Resumo
Nesta aula aprendemos a obter as linhas de influência do cálculo dos
carregamentos móveis.
Tópicos abordados:
Trem-tipo rodoviário
Trem tipo ferroviário
Trem tipo especial
Engesser Courbon
Cálculo da rigidez da transversina
Linha de Influência Transversal
289
Complementar
Nosso material desta aula consistirá do aprofundamento do tema “Cargas móveis”.
Para tal selecionamos um conjunto de materiais expositivos que irão auxiliar no
entendimento desta aula e nos darão base para concluirmos a disciplina em nossa
próxima e última aula.
http://www.engenheirodoaco.com.br/2018/04/02/trem-tipo-rodoviario/
A engenheira Lídici Pomin nos brinda com uma série de vídeos acerca do tema, que
podem ser acessados pela playlist a seguir
https://www.youtube.com/playlist?list=PLvpf98E2esa25yYQg5tGRLj5NMdJDbOcn
290
Referências Bibliográficas
291
Exercícios
AULA 15
292
AULA 16
ELEMENTOS DE CARREGAMENTO MÓVEL
APRESENTAÇÃO DA AULA
Nesta aula aprenderemos a calcular o carregamento móvel de uma ponte, bem como
elaborar as envoltórias de momento fletor e cortante, que serão fundamentais para o
dimensionamento e detalhamento do aço
OBJETIVOS DA AULA
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz
de:
Calcular o Coeficiente de Impacto Veicular
Coeficiente de Número de Faixas
Coeficiente de Impacto Adicional
Calcular o Carregamento Permanente
Calcular o Carregamento Móvel
Desenvolver Envoltórias de Momento Fletor
Desenvolver Envoltórias de Cortante
293
Olá Aluno(a)!
Bem-vindos à nossa última aula! Espero que tenhamos
desenvolvido em você as habilidades e competências previstas
para esta disciplina!
Boa aula!
Impacto vertical é o acréscimo das cargas dos veículos provocado pelo movimento
das mesmas cargas sobre a ponte e é causado pelo efeito do deslocamento das
cargas e pelas irregularidades no pavimento.
O efeito é de natureza oscilatória: as cargas dos eixos das rodas se deslocam para
um e outro lado do eixo da linha, provocando aumento da ordem de 10% sobre as
reações nos trilhos.
O efeito de força de inércia das rodas motoras existe principalmente nas locomotivas
a vapor, nas quais o esforço motor é transmitido às rodas por bielas excêntricas; a
rotação da carga excêntrica produz impactos verticais importantes sobre os trilhos.
294
O coeficiente de impacto vertical (CIV) é será 1,35, para estruturas com vãos inferiores
20
a 10,0m; ou calculado através da equação CIV = 1 + 1,06 ∗ ( ), para estruturas
𝐿𝑖𝑣+50
com vãos entre 10,0m e 200,0m. Para pontes ferroviárias, este coeficiente deve ser
obtido através da equação 0,001(1600 – 60√𝐿𝑖𝑣 + 2,25 L), sendo sempre superior
à 1,20.
Sendo o Liv o vão livre, em metros, podemos defini-lo por seu tipo de estrutura, uma
vez que para pontes isostáticas, o Liv será igual à ao comprimento total L. Já para
estruturas de vãos contínuos, o Liv será a média aritmética dos vãos. Quando se
tratarem de pontes em balanço, Liv será o comprimento do próprio balanço (Lbal).
O coeficiente de impacto adicional, chamado de CIA, deve ser aplicado aos esforços
das cargas móveis nas regiões próximas às juntas estruturais e extremidades da obra.
Todas as seções situadas a uma distância horizontal normal à junta, inferior a 5,0m
para cada lado da junta ou descontinuidade estrutural, devem ser dimensionadas com
os esforços majorados por 1,25, para obras em concreto ou mistas. Para pontes em
aço, a norma prevê à majoração por 1,15.
As cargas atuantes sobre os passeios das pontes não são ponderadas pelos
coeficientes de impacto vertical (CIV), do número de faixas (CNF) e de impacto
adicional (CIA). O valor da carga é de 3kN/m², que corresponde a quatro pessoas de
75kgf por metro quadrado e deve ser aplicada na posição mais desfavorável,
concomitante com a carga móvel rodoviária.
Iremos iniciar pelo cálculo do Coeficiente de impacto vertical (CIV). Como na Ponte
Exemplo, tem-se um vão de 20m e outros dois de 16m, para a obtenção do vão livre,
devemos elaborar a média aritmética:
16+20+16
Liv = = 17,33
3
20
Através do Liv, calculamos o coeficiente CIV pela equação 1 + 1,06 ∗ ( )
17,33+50
297
Figura 279 - Carregamento da linha de influência transversal, por viga, por metro, para a viga V1
Para o trem-tipo para as seções correntes, podemos então, dizer que o valor Q pode
ser obtido pela equação 124,5*1,31 resultando no valor de 163,1 kN. Já a carga q,
pode ser obtido pela equação 21,5 *1,31 resultando no valor de 28,17 kN.
298
Figura 280 - Carregamento da linha de influência transversal, por viga,
299
Para este carregamento, obtemos o diagrama esquemático de momento fletor
apresentado pela Figura 282 e o diagrama de efeito cortante, apresentado pela Figura
283.
Figura 282 - Diagrama de Momento Fletor para Trem Tipo na extremidade do balanço
Figura 283 - Diagrama Efeito Cortante para Trem Tipo na extremidade do balanço
Da mesma forma, devemos localizar o trem tipo no meio do vão, visando obter o maior
momento positivo possível, conforme apresentado pela Figura 284.
300
Figura 285 - Diagrama de Momento Fletor para Trem Tipo no meio do vão
Figura 286 - Diagrama Efeito Cortante para Trem Tipo no meio do vão
Com esta análise, podemos perceber que variando a posição da carga, variamos
também os esforços os quais a viga longarina estará sujeita. Retornando à nossa
ponte modelo, abaixo relembramos o carregamento oriundo das cargas permanentes,
através da Figura 287 abaixo, já obtida na Aula 14, demonstrada pela Figura 255.
301
Façamos então o carregamento resultante, sobrepondo o carregamento permanente
com o carregamento móvel, neste caso, ainda posicionado na extremidade do
balanço, demonstrado na Figura 289.
Figura 289 - Carregamento Resultante do trem tipo na extremidade do balanço para a Ponte Exemplo
Figura 290 - Momento Fletor Resultante para Trem Tipo na extremidade do balanço da Ponte Exemplo
Figura 291 - Diagrama de Cortante Resultante para Trem Tipo na extremidade do balanço da Ponte Exemplo
302
Portanto, o carregamento resultante da sobreposição do carregamento permanente
com o carregamento móvel posicionado no meio do vão, pode ser observado abaixo,
através da Figura 293.
Figura 293 - Carregamento Resultante do trem tipo no meio do vão para a Ponte Exemplo
Figura 294 - Momento Fletor Resultante para Trem Tipo no meio do vão para a Ponte Exemplo
Figura 295 - Cortante Resultante para Trem Tipo no meio do vão para a Ponte Exemplo
Os valores dos esforços solicitantes que dimensionarão a viga longarina deverão ser,
para cada seção, os maiores valores absolutos encontrados, tanto para momento
fletor quanto para cortante, analisando-se as duas situações de posicionamento do
trem tipo, no extremo de balanço e no meio de vão.
303
Para tal lançaremos mão do artifício técnico denominado envoltória, que consiste na
sobreposição gráfica dos diagramas de momento fletor gerados por cada hipótese
arbitrada, conforme Figura 296, que no nosso caso, para facilitar a demonstração,
optamos em posicionarmos o trem-tipo na extremidade do balanço, que foi
demonstrado na Figura 290 e no meio do vão, de acordo com a Figura 294.
Figura 296 - Sobreposição dos gráficos de momento fletor do carregamento resultante com o trem tipo na
extremidade do balanço e no meio do vão
Notem que para cada seção, uma hipótese diferente apresenta o maior valor absoluto
de momento fletor. A linha que contorna estes maiores valores absolutos, positivos e
negativos, é a denominada envoltória, conforme mencionado no parágrafo anterior.
304
Devemos fazer o mesmo procedimento para os gráficos de cortantes, conforme
apresentado pela Figura 298, oriundos do carregamento resultante com o trem tipo na
extremidade do balanço, conforme Figura 291, e o trem tipo no meio do vão, conforme
Figura 295.
Figura 298 - Sobreposição dos gráficos de cortante do carregamento resultante com o trem tipo na
extremidade do balanço e no meio do vão
Portanto, estes são os esforços solicitantes que incidirão em nossa viga longarina e
que conforme metodologia imposta pela NBR 6118 e respectivas revisões, e de
acordo com as disciplinas de Concreto Armado, serão utilizadas para o
dimensionamento e detalhamento das barras longitudinais (positivo e negativo) e
transversais (estribo) desta viga.
305
Resumo
Nesta última aula aprendemos a obter os esforços solicitantes de uma viga
longarina.
Tópicos abordados:
306
Complementar
Nesta última aula nossa seção Complementar será uma reflexão.
Figura 300 - Linha Deformada com carregamento móvel posicionado na extremidade do balanço
Figura 301 - Linha Deformada com carregamento móvel posicionado no meio do vão
307
Referências Bibliográficas
308
Exercícios
AULA 15
309
Pré-Teste
Olá aluno!
A ponte deve ser dimensionada para o Trem-Tipo TB- 24, conforme prescrito pela
NBR 7188/2013, que, como sabido, possui trem tipo com as mesmas dimensões
(3,00 x 6,00 m) e número de rodas (6 rodas) do TB-45, porém, sua carga de
multidão é 2 kN/m² menor.
O comprimento do vão livre pode ser obtido através da expressão 20, em metros.
Note que haverá, além das transversinas de apoio, também duas transversinas
intermediárias por vão livre, conforme demonstrado pela Figura 302.
310
As seções transversais AA e BB, obtidas através de cortes nas transversinas
intermediárias e transversinas de apoio respectivamente, estão apresentados
abaixo pela Figura 303 e pela Figura 304.
311
O guarda rodas será padrão DNIT, onde sua área da seção, em metros quadrados,
pode ser obtida pela expressão 0,235 + Ω/5. Responda abaixo o que se pede:
312
10. Quanto à altimetria, podemos classifica-la como?
16. Quais as dimensões (base e altura) das vigas transversais entre cada apoio?
18. Qual intensidade da carga distribuída permanente causada pelo peso dos
guarda-rodas em cada viga longarina?
19. Qual intensidade da carga distribuída permanente causada pelo peso do asfalto
em cada viga longarina?
313
20. Qual a intensidade do carregamento permanente total distribuído em cada viga
longarina?
24. Qual a carga máxima por veículo que esta ponte está sendo dimensionada?
25. Qual o fator de impacto nas extremidades (até 5 metros) de cada viga
longarina?
27. Qual a carga de cálculo (sem majorar) da multidão para este trem-tipo?
314
29. Qual a intensidade do carregamento distribuído móvel oriundo da multidão no
interior da ponte (excetuando-se os 5 primeiros metros de cada extremidade)
em cada viga longarina?
315
37. Qual a intensidade do carregamento distribuído resultante (permanente e
móvel nas extremidades (até 5 metros) em cada viga longarina?
316